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Resumo Disciplina: Geografia Rural Elaborado por: Guilherme Mendes Alves Fazer uma abordagem do processo de revolução agrícola e sua influência na produção dos alimentos, envolve vários fatores que contribuíram ou provocaram o modo de lidar com os alimentos nos dias atuais. No capítulo 8 do livro História das Agriculturas do mundo, trata do início de um novo modelo de agricultura sem alqueive, mas que era conhecido por boa parte dos agricultores. O sistema com alqueive vinha mostrando limitações, em relação as epócas de plantio e a qualidade das terras, devido a uma redução do gado, que produzia o esterco que permitia a fertilização. Com o tempo, o período de descanso da terra, gerado no sistema com alqueive, foi sendo visto como menos importante. Uma nova rotação de cultivo foi criada, sem alqueive e com variações dos grãos em cada ano, com períodos mensais também diferentes. Juntamente com o novo sistema, alguns avanços foram conquistados, tais como: a redução da lixiviação, o suplemento de biomassa produzido pelos novos cultivos que se tornou adubo verde, o enriquecimento do solo em húmus, e o papel das leguminosas disseminando nutrientes às plantações. Ocorreu considerável crescimento demográfico e um aumento da produção de alimentos, além também do desenvolvimento urbano e industrial, coincidindo essa revolução com a revolução industrial. Inicia- se um processo de contestação da lei que instaurava a propriedade comum indivisa em contrapartida a propriedade privada exclusiva, devido a um novo arranjo do sistema agrícola, e novas possibilidades de lucro geradas. O capítulo 9, trata da mecanização do cultivo com tração animal e a revolução dos transportes. Com o desenvolvimento dos sistemas agrários sem alqueive, e consequentemente o aumento da produção de alimentos e da população, havia uma demanda maior a ser suprida. Entretanto, as ferramentas e os meios de transporte utilizados estavam defasados, pois correspondiam a produção agrícola da Idade Média. Além disso, os transportes limitados impediam a comercialização dos alimentos para longas distâncias. A partir do fim do século XVIII, a indústria passou a produzir máquinas para agricultura, o que reduziu alguns custos que antes eram comuns aos agricultores. Surgiram então vários equipamentos, tais como: arados charruas, arados brabants, semeadeiras, ceifadeiras, colhedoras e trilhadeiras de carrossel. A máquina a vapor, passou a substituir o trabalho animal em algumas etapas da produção. Ou seja, um novo modo de potencializar e facilitar a produção, estava surgindo. Algumas consequências foram notadas, novos trabalhos surgiram, como o aluguel de máquinas por exemplo, porém vários trabalhadores foram dispensados, já não se precisava de tantos semeadores nas terras. Isso poderia mais adiante provocar um êxodo rural. O impulso dado pela indústria à produção agrícola, ocasionou uma superprodução, onde as grandes importações realizadas pelos países europeus, provocaram a queda dos preços dos produtos dentro desses países. Houve um recuo da produção, queda dos rendimentos agrícolas e fundiários, fechamento de alguns estabelecimentos, e um aumento do êxodo rural, foi a primeira crise da superprodução agrícola. O capítulo 10 aborda a segunda revolução agrícola dos tempos modernos, que apresenta momentos de estruturação e momentos de dificuldade, no seu processo de desenvolvimento. A segunda revolução agrícola, é marcada pelo progresso dos meios de produção que foram melhorados na segunda revolução industrial. Surgiu a motorização, máquinas com motores a explosão ou elétricos, tratores e engenhos automotivos mais potentes e máquinas cada vez mais eficientes. Também ocorreram avanços no processo de quimificação, principalmente nos adubos minerais e nos produtos de tratamento. A seleção das plantas e raças de animais domésticos estava agora adaptada a esses novos meios de produção industriais. As distâncias também se encurtavam por meio dos transportes, como caminhões, estradas de ferro, barcos e aviões. Nota-se que aconteceu um processo de especialização do cultivo. Essa especialização coloca em dúvida o trabalho dos produtores agrícolas, pois são os trabalhadores intelectuais que pensam dentro do sistema gerado, as melhores opções de plantio, possuindo inúmeras qualificações para isso. Caberia ao trabalhador intelectual o trabalho de concepção, e ao produtor agrícola, o trabalho de execução. Apesar dos avanços e novas posições de trabalho alcançadas pela segunda revolução agrícola, algumas dificuldades foram enfrentadas. As flutuações e quedas do preço dos produtos tornaram-se recorrentes, com isso surgiram as políticas de proteção agrícola, em meio a desigualdades cumulativas no desenvolvimento de regiões desfavorecidas, o que atenuava a crise dos estabelecimentos agrícolas dessas regiões. O capítulo 11 traz um panorama do que representou a diversidade de sistemas de cultivo espalhados pelo mundo, e como isso afetou a economia de diversos países, principalmente aqueles em desenvolvimento. As revoluções agrícolas aumentaram em várias vezes a relação de produção por hectare de diversas agriculturas do mundo. Ampliaram-se os horizontes de mercado e posteriormente a concorrência. Havia uma diferença de produção entre os grandes produtores agrícolas e os pequenos produtores agrícolas, esses eram subequipados, não conseguiam acompanhar a superprodução. O que representava um perigo, era o fato de que eles continuavam a produzir, aumentando a oferta de alimentos, mas baixavam os preços. Essa ação levava a concentração na venda dos produtos, esquecendo-se da preservação do ecossistema cultivado. O solo enfraqueceu em fertilidade, e a produção então caiu. Havia um dualismo dentro da produção agrária, que provocava um impacto no mercado mundial de alimentos. De um lado, uma agricultura motomecanizada, especializada, com técnicas de fertilização avançadas, e de outro uma agricultura subequipada, manual em certa medida, que interrompia a revolução verde. Em meio a isso, apenas a produção de alimentos mais perecíveis que outros conseguia se sobressair. O campesinato pobre entrou em crise, os países em desenvolvimento sofreram hipertrofia urbana, o emprego informal e o desemprego se espalharam, a crise de endividamento sí aumento. A saída anticrise, tomada por alguns desses países, foi a liberação de crédito, mas o aumento dos preços e a especulação sobre os produtos, deixa em dúvida se realmente essa saída pode barrar a crise instalada. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA MAZOYER, Marcel; ROUDART, Laurence. Histórias das agriculturas do mundo – do neolítico à crise contemporânea. Editora UNESP. São Paulo, 2010.
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