Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

Aula 13 - Prof. Rodrigo Rennó
Administração p/ ICMS/RJ - 2016 (Com Videoaulas)
Professores: Marco Tulio Bicalho Gomes, Rodrigo Rennó, Sérgio Mendes, Vinícius
Nascimento
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 103 
Aula 13: Estrutura e Funcionamento da 
Administração Pública. 
 
Olá pessoal, tudo bem? 
Na aula de hoje iremos cobrir os seguintes itens do edital: 
 Estrutura e funcionamento da administração pública; Aspectos 
sociais, econômicos e políticos que condicionam a 
administração pública; Papel dos gestores públicos no 
tratamento dos recursos financeiros, humanos e físicos. 
Espero que gostem da aula! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 103 
Sumário 
Estrutura e funcionamento da administração pública; Aspectos sociais, econômicos e 
políticos que condicionam a administração pública. ............................................. 3 
Conceito de Administração Pública ............................................................ 4 
Intermediação de Interesses .................................................................... 6 
Modelos da Administração Pública .......................................................... 11 
Administração Patrimonialista. ............................................................ 12 
Administração Burocrática. ................................................................ 16 
A Nova Gestão Pública. ................................................................... 30 
Gerencialismo Puro - Managerialism ..................................................... 44 
Consumerism ............................................................................... 47 
Public Service Orientation - PSO ......................................................... 49 
Papel dos gestores públicos no tratamento dos recursos financeiros, humanos e físicos. .... 52 
Governança e Governabilidade............................................................... 52 
Capacidade Governativa ...................................................................... 57 
Accountability ................................................................................... 61 
Tipos de Accountability ...................................................................... 63 
Transparência ................................................................................. 68 
Governo Eletrônico e Transparência. ..................................................... 69 
Transparência no Contexto da LRF ....................................................... 77 
Lista de Questões Trabalhadas na Aula. ........................................................ 85 
Gabarito ........................................................................................ 101 
Bibliografia .................................................................................... 101 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 103 
Estrutura e funcionamento da administração pública; Aspectos 
sociais, econômicos e políticos que condicionam a 
administração pública. 
 
O relacionamento entre a política e a Administração é estudado em 
diversos modelos de Administração Pública, como os modelos burocráticos 
e gerenciais – ou pós-burocráticos. 
De certa forma, estes modelos fazem uma divisão clara de funções 
entre o papel dos políticos (relacionado com a definição da agenda de 
políticas públicas) e o papel da Administração (que deve implementar e 
executar estas políticas públicas).1 
Entretanto, várias diferenças existem entre os diferentes modelos 
de Administração Pública. Estes modelos tratam tanto o relacionamento 
da máquina estatal com os agentes políticos, quanto o relacionamento 
com a população em geral de modo diverso. 
Desta maneira, os modelos burocrático e gerencial ainda fazem uma 
distinção muito clara entre a política e a Administração Pública. A 
diferença que existe entre estes dois modelos é que, no gerencialismo, a 
responsabilidade sobre os resultados das políticas públicas recai sobre os 
ombros dos políticos2. 
 Entretanto, o modelo da Governança Pública, com sua preocupação 
em envolver a sociedade organizada e a burocracia no processo de 
elaboração e controle das políticas públicas, acaba por suavizar esta 
diferenciação entre a política e a Administração Pública. 
Com relação ao contexto da autonomia dos agentes públicos e da 
centralização de poder, a burocracia se caracteriza por uma 
“desconfiança” inata em relação aos agentes públicos. Para Hood3: 
“evitar a discricionariedade de gestores públicos 
sempre foi uma marca característica da 
administração pública burocrática”. 
Já os modelos pós-burocráticos, como o gerencialismo e o 
movimento da governança pública, têm uma visão mais positiva dos 
agentes públicos. Com isso, enfatizam uma mudança na “ótica” do 
controle. 
Estes modelos reforçam a necessidade de que o que deve ser 
controlado são os resultados, ao invés dos procedimentos. A preocupação 
 
1 (Secchi, 2009) 
2 (Secchi, 2009) 
3 (Hood, 1995) apud (Secchi, 2009) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 103 
apenas com a estrita legalidade deixa de ser o objetivo do agente público 
para alcançar também a eficiência e a efetividade das ações 
governamentais. 
 
Conceito de Administração Pública 
 
A Administração Pública pode ser definida de várias formas. De 
acordo com a ciência da Administração, refere-se ao ramo da 
Administração aplicado à gestão dos diversos entes públicos e da 
administração direta e indireta. 
De acordo com a ciência jurídica, trata-se do conjunto de funções e 
órgãos instituídos para a consecução dos objetivos do governo. De acordo 
com Meirelles, a Administração Pública: 
“em sentido formal é o conjunto de órgãos 
instituídos para consecução dos objetivos do 
Governo. Em sentido material, é o conjunto das 
funções necessárias para os serviços públicos em 
geral...pratica atos de execução, vinculada à lei ou 
à norma técnica, com maior ou menor autonomia 
funcional, de acordo com a competência do órgão 
ou agente.” 
Assim, no sentido amplo, abrange os órgãos do governo, que 
exercem a função política, mas também os órgãos e agentes que exercem 
funções administrativas4. 
Desta forma, a Administração Pública é um conjunto de órgãos e 
agentes públicos que devem executar as políticas públicas e as funções 
estatais. Poderíamos definir as funções políticas como as principais 
diretrizes de um governo, suas principais políticas de atuação na 
sociedade. 
Já ao corpo técnico – a burocracia – cabe a função de executar 
estas políticas definidas pelos agentes políticos. Assim sendo, estes 
agentes têm a responsabilidade técnica – mas não política – de executar 
as funções estatais. 
Imagine que um governador decide ampliar o horário escolar em 
todas as instituições de ensino de seu estado. Assim, ele acredita que 
esta decisão ampliará os conhecimentos dos alunos e proporcionará um 
melhor futuro a estes jovens. 
Esta é, portanto, uma decisão política. Entretanto, para que se 
torne realidade, dependerá de uma série de atos administrativos e de um 
 
4 (Alexandrino & Paulo,2009) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 103 
trabalho de gestão para que esta decisão possa ser executada de acordo 
com os objetivos do governo. 
De acordo com Alexandrino e Paulo: 
“O “como fazer”, o estabelecimento das 
prioridades na execução, o detalhamento dos 
programas de ação, tudo isso é atividade 
administrativa em sentido amplo, vale dizer, 
atividade política, para o exercício da qual o 
Poder Público, embora subordinado à lei e ao 
direito, dispõe de ampla discricionariedade.” 
Vamos dar uma olhada em algumas questões que cobram isso? 
1 - (FGV – BADESC – ANALISTA ADM - 2010) Com relação ao 
funcionamento da administração pública, analise as afirmativas a 
seguir. 
I. A administração pública, em sentido formal, é o conjunto de 
órgãos instituídos para a consecução dos objetivos do governo. 
II. A administração pública executa, técnica e legalmente, os atos 
de governo. 
III. A administração pública executa, com responsabilidade 
constitucional e política, os projetos governamentais. 
Assinale: 
(A) se somente a afirmativa I estiver correta. 
(B) se somente a afirmativa II estiver correta. 
(C) se somente a afirmativa III estiver correta. 
(D) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. 
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas. 
 
A primeira frase está correta. Na segunda afirmativa, cabe uma 
diferenciação entre os atos de governo (políticos) com os atos de 
execução - executados pela Administração Pública. Desta forma, a 
segunda frase está errada, pois os atos de governo são executados pelos 
agentes políticos. 
A terceira frase também está incorreta, pois a Administração Pública 
executa seus atos sem a responsabilidade constitucional e política, 
somente técnica. Ou seja, não é responsável pela definição das leis e das 
políticas governamentais. O nosso gabarito é, portanto, a letra A. 
 
2 - (CESGRANRIO – CAPES – ANALISTA - 2008) Em sentido formal, 
a Administração Pública pode ser conceituada como o (a) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 103 
a) conjunto de funções necessárias aos serviços públicos em 
geral. 
b) conjunto de órgãos instituídos para a consecução dos objetivos 
do Governo. 
c) expressão política de comando e de fixação de objetivos do 
Estado. 
d) união dos Poderes de Estado com funções atribuídas com 
precipuidade. 
e) união de três elementos originários e indissociáveis: Povo, 
Território e Governo soberano. 
 
Vejam como a banca somente copiou a definição de Administração 
Pública do Meirelles. De acordo com o autor, a “Administração Pública é 
conjunto de órgãos instituídos para a consecução dos objetivos do 
Governo”. 
Assim sendo, o gabarito é a letra B. 
 
Intermediação de Interesses 
 
A intermediação de interesses se relaciona com o modo em que a 
sociedade interage com o Estado. De acordo com o trabalho de Nunes5, 
existem quatro tipos de relacionamento (ou “gramáticas”, nas palavras do 
autor) que regulam as relações entre a sociedade e o Estado no Brasil: 
 O clientelismo; 
 O corporativismo; 
 O Insulamento Burocrático; 
 O universalismo de procedimentos. 
Clientelismo 
O clientelismo está entranhado na cultura política brasileira desde 
a colonização portuguesa e está ligado ao patrimonialismo e ao 
fisiologismo. 
Historicamente, Portugal não adotou muitos dos princípios que 
levaram ao Iluminismo e à Revolução Industrial6. Desta maneira, o Estado 
português transplantou para sua colônia brasileira os seus traços 
 
5 (Nunes E. , 2003) 
6 (Magalhães, 2005) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 103 
principais, como: o sistema cartorial (com monopólio das atividades 
comerciais e o controle da atividade econômica) e a distribuição de 
prebendas (as funções públicas eram concedidas a uma nobreza “falida” 
e improdutiva, ocasionando um inchaço da máquina pública)7. 
Portanto, o clientelismo predominou no Brasil até o governo de 
Vargas, que buscou instaurar o modelo burocrático. Neste modelo, a 
classe dominante vai “tomando conta” dos cargos mais importantes do 
Estado e fornecendo os cargos subalternos aos seus “clientes”. 
Estes clientes são pessoas que não fazem parte da elite (que, no 
Brasil da época, era composta pelos grandes proprietários de terra – os 
coronéis). Estas pessoas dependiam de seus “patrões” para ter acesso 
aos poucos serviços públicos e cargos disponíveis. 
Por isso, o comum neste modelo é a “troca de favores” entre 
patrões e “clientes”. Entre as moedas de troca, poderíamos citar o 
trabalho, a fidelidade ou até o apoio eleitoral (quando um deputado 
“protege” seus cabos eleitorais, por exemplo, está agindo dentro deste 
padrão de relacionamento). 
Assim, é um relacionamento informal e, de certa forma, caótico. 
Não se baseia em nenhum acordo formal, apenas no consentimento e na 
tradição. Além disso, existem diversos níveis de “patrões” disputando os 
recursos públicos e cargos na máquina pública. 
Do mesmo modo, podem existir patrões intermediários, com suas 
clientelas específicas (Partidos da coalizão governista que desejam 
“comandar” um ministério para “alocar” sua base de apoio estão abaixo 
dos Partidos que comandam o governo, por exemplo). 
De acordo com Magalhães8, as características principais deste 
relacionamento são: 
 Não há número fixo ou organizado de unidades constitutivas; 
 As unidades constitutivas do clientelismo são agrupamentos, 
pirâmides ou redes baseados em relações pessoais que 
repousam em troca generalizada; 
 As unidades clientelistas disputam frequentemente o controle 
do fluxo de recursos dentro de um determinado território; 
 A participação em redes clientelistas não está codificada em 
nenhum tipo de regulamento formal; 
 Os arranjos hierárquicos no interior das redes estão baseados 
em consentimento individual e não gozam de respaldo 
jurídico. 
 
7 (Martins, 1997) apud (Magalhães, 2005) 
8 (Magalhães, 2005) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 103 
 
Corporativismo 
Com o início do governo de Getúlio Vargas, ocorre uma tentativa de 
acabar com o domínio desta oligarquia agrária que comandava a política 
brasileira. Além disso, percebe-se a necessidade de racionalizar e 
profissionalizar o Estado, de modo que este pudesse induzir o 
desenvolvimento nacional em outras bases. 
Getúlio buscou então aumentar o poder do governo central e 
implantar o modelo burocrático na administração pública brasileira. Este 
novo Estado passou a incentivar o processo de industrialização brasileiro, 
que se desenvolveu dentro do que se chamou “processo de substituição 
das importações”, pois a indústria nacional, protegida, passou a tomar o 
mercado dos produtores estrangeiros. 
Desta maneira, começou a ser introduzido o modelo de 
desenvolvimento econômico nacional-desenvolvimentista. Com a 
industrialização, Getúlio começou também a se preocupar com os 
conflitos capital-trabalho inerentes ao capitalismo. 
Para controlar estes conflitos e regular a participação da sociedade, 
Getúlio instaurou o corporativismo estatal, em que o próprio Estado 
incentiva a criação de associações e organizações de classe. 
Portanto, a representação eo relacionamento com o Estado deixam 
de ser individuais e passam a ser feitos através das corporações9. Estas 
corporações são reguladas e, muitas vezes, mantidas pelo Estado. 
Desta maneira, as associações são, de certo modo, controladas pelo 
Estado. De contrapartida, estas corporações recebem do Estado o 
monopólio de representação de suas respectivas categorias. 
De acordo com Carnoy10, os objetivos do corporativismo são a 
supressão ou neutralização dos conflitos: 
 no plano econômico (através do controle da concorrência), 
 no plano social (através do controle da luta de classes), 
 no plano político (reprimindo o conflito entre os partidos). 
O outro modelo de corporativismo é chamado de 
neocorporativismo ou corporativismo societal. Neste modelo, as 
associações são livres para se relacionar, ou não, com o Estado. 
Foi comum nas economias européias que estavam se recuperando 
da guerra, onde existiu um pacto nacional (em que os trabalhadores 
 
9 (Magalhães, 2005) 
10 (Carnoy, 1994) apud (Magalhães, 2005) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 103 
aceitaram sacrifícios em prol de um capitalismo monopolista avançado e 
um Estado de bem-estar)11. 
Este não foi o modelo histórico brasileiro. De acordo com Carnoy12, 
as principais características do neocorporativismo são: 
 As associações têm autonomia e penetram no Estado; 
 O modelo surgiu na vigência do Estado de Bem-estar Social e 
da social-democracia européia, a partir das políticas de Estado 
e de corte Keynesiano; 
 Resultaram da dinâmica da própria organização dos 
interesses, ainda que respaldadas pelas políticas 
governamentais. 
 
Insulamento Burocrático 
Este modelo foi muito comum no governo JK, em que o governo 
necessitava de uma máquina pública mais racional e capacitada para 
induzir o crescimento econômico e social na esteira do processo de 
substituição de importações. 
Sem ter uma “receita” para reformar a máquina pública, que era 
“poluída” por práticas clientelistas e patrimonialistas, com seus quadros 
pouco capacitados e desmotivados, JK buscou um “atalho” que o 
possibilitasse desenvolver os projetos de desenvolvimento “ao largo” 
desta estrutura atrasada. 
Desta forma, ele instituiu os Grupos Executivos, que eram 
compostos de profissionais capacitados e que não tinham, teoricamente, 
vinculação com as práticas clientelistas e patrimonialistas vigentes13. 
Estes seriam mais racionais e capazes de formular e de acompanhar 
as políticas públicas e os imensos projetos daquele governo (como a 
construção da nova capital – Brasília). 
Estes profissionais (núcleo técnico) seriam então “protegidos” das 
pressões clientelistas e teriam liberdade para executar os projetos sem se 
preocupar com a barganha política. De acordo com Nunes14: 
“o insulamento burocrático é o processo de 
proteção do núcleo técnico do Estado contra a 
 
11 (Magalhães, 2005) 
12 (Carnoy, 1994) apud (Magalhães, 2005) 
13 (Magalhães, 2005) 
14 (Nunes E. , 2003) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 103 
interferência oriunda do público ou de outras 
organizações intermediárias”. 
 
Universalismo de Procedimentos 
Na teoria, o universalismo de procedimentos está relacionado à 
igualdade de tratamento a todos os cidadãos. Ou seja, está ligado à ideia 
de cidadania plena15. 
Neste modelo, os serviços públicos do Estado não são 
“manipulados” e fornecidos apenas aos clientes, mas vistos como um 
dever do Estado a todos os seus cidadãos. 
De acordo com Nunes16, o universalismo de procedimento está 
ligado aos sistemas típicos das sociedades capitalistas mais avançadas: a 
economia de mercado e a democracia representativa. 
Desta maneira, é o modelo a ser buscado atualmente no Brasil, de 
modo que todos sejam tratados de forma igual perante a lei e que não 
existam favorecimentos ilegítimos. 
Vamos ver agora uma questão recente? 
3 - (FMP – TCE-RS – AUDITOR – 2011) O processo de proteção do 
núcleo técnico do Estado contra a interferência oriunda do público 
ou de outras organizações intermediárias corresponde ao conceito 
de um padrão institucionalizado que estrutura as relações entre 
sociedade e Estado no Brasil define o que se denomina de: 
A – clientelismo 
B – corporativismo 
C – neocorporativismo 
D – Insulamento burocrático 
E – universalismo de procedimentos 
 
Como vimos acima, o processo de intermediação de interesses em 
que um núcleo técnico é “protegido” das pressões da sociedade (e das 
práticas clientelistas) é o insulamento burocrático, que foi muito praticado 
por Juscelino Kubitschek em seu governo. O gabarito da questão é a letra 
D. 
 
 
15 (Magalhães, 2005) 
16 (Nunes E. , 2003) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 103 
Modelos da Administração Pública 
Tipos de Dominação. 
 
Para que possamos entender os modelos de administração pública, 
devemos conhecer os tipos de dominação. Segundo Weber17: “Dominação 
é a probabilidade de encontrar obediência a uma ordem de determinado 
conteúdo entre determinadas pessoas indicáveis”. 
Em todo Estado, deve existir alguma relação de dominação na qual 
os governantes (dominadores) exercem autoridade perante os indivíduos 
(dominados). 
Assim, a dominação não é simplesmente o exercício do “poder”, 
mas também a sua aceitação – que leva à obediência! Portanto, se diz 
que a dominação é o somatório do poder com a legitimidade. 
 
Figura 1 - Tipos de dominação 
Para Weber18 existem três tipos de dominação: 
 Dominação Tradicional – Baseia-se na tradição, nos costumes 
arraigados, nos relacionamentos construídos por gerações. O 
“senhor” governa não porque tenha algum mérito ou competência 
específica, mas porque seu pai governava antes dele, e antes dele 
seu avô, etc. 
 Dominação Carismática – Baseada no carisma de uma pessoa. 
Acredita-se que aquele indivíduo possui qualidades e características 
extraordinárias, fora do comum, que o credenciam a liderar seus 
 
17 (Weber, 2000) 
18 (Weber, 2000) 
Tipos de 
Dominação
Dominação 
Tradicional -
baseada nos 
costumes, na 
tradição
Dominação 
Carismática -
baseada no 
carisma do líder
Dominação 
Racional-Legal -
Baseada nas 
normas e 
regulamentos
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 103 
“súditos” ou “seguidores”. Estes lhe conferem um afeto e uma 
lealdade muitas vezes “cegos”. 
 Dominação Racional-legal – Baseada na lei! Nesse tipo de 
dominação, não seguimos um indivíduo, mas devemos obediência a 
uma série de normas e regulamentos. A Burocracia moderna 
baseia-se na dominação racional-legal. 
 
Administração Patrimonialista. 
 
O modelo patrimonialista foi introduzido no Brasil pela própria 
administração portuguesa quando ainda éramos uma colônia. Como 
Portugal era uma monarquia, todo o Estado era patrimônio da 
família real. 
Quando Dom João VI chegou aqui, em 1808, vindo fugido dos 
exércitos de Napoleão, trouxe grande parte da máquina administrativa 
portuguesa consigo. Desta forma, herdamos o modo de administrar 
português e adaptamos à nossa realidade durante o império.Neste sistema, existe uma confusão natural entre os bens públicos e 
particulares, pois o Rei (ou chefe político) não diferencia seu patrimônio 
particular do estatal. No patrimonialismo, segundo Weber19, o senhor tem 
um relacionamento de “troca” com seus súditos, pois depende da boa 
vontade deles para manter sua capacidade de prestar serviços e manter 
seu poder político. 
Em troca desta boa vontade, o senhor passa a “dever” também uma 
atenção especial a seus súditos, como proteção a perigos externos e 
auxílio em momentos difíceis. Naturalmente, este “dever” não está escrito 
em nenhuma ordem ou lei, mas deriva dos costumes, da tradição. 
Portanto, a base de sua dominação é a tradição! O governante 
trata dos assuntos do Estado como se fosse uma extensão de sua vida 
pessoal. Seus súditos seriam sua “família”. Desta forma, no 
patrimonialismo existe uma grande dificuldade deste senhor de 
diferenciar “esfera pública” da “esfera privada”. 
O personagem mais exemplar na história brasileira deste período é 
o “coronel”, oligarca do interior, que dominava (e em certos aspectos 
ainda domina) o cenário da política regional através da utilização do 
poder econômico e da “troca de favores” entre seus partidários. 
 
19 (Weber, 2000) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 103 
Dentro deste contexto, as eleições (quando existiam) eram 
fraudadas para que o grupo dominante continuasse no poder e recursos 
públicos são desviados de sua finalidade. 
Neste modelo, a posse em cargos públicos acontecia por livre 
escolha do soberano. Desta forma, estes cargos eram direcionados a 
amigos, parentes e apoiadores dos grupos dominantes. 
Assim, não existiam carreiras organizadas e profissionalizadas no 
estado. Portanto, uma característica forte deste modelo é o nepotismo e 
a corrupção. 
 
Os bens públicos são utilizados para fins pessoais e os 
cargos públicos são usados como “moeda de troca” de favores ao 
soberano (vemos isso atualmente quando agentes públicos utilizam 
carros oficiais para viajar a turismo, quando funcionários fazem a 
chamada “contratação cruzada” – João contrata o filho de José, e, em 
troca deste favor, José contrata o filho de João, por exemplo). 
Como o soberano está acima das regras, a racionalidade é 
subjetiva, ou seja, depende da opinião, da discricionariedade (e das 
arbitrariedades) do senhor no momento, inclusive nas decisões da Justiça. 
Se você é amigo do Rei pode “quebrar” algumas regrinhas! 
Já se não for conhecido de ninguém importante, terá que se 
comportar exemplarmente! Lembra do ditado: “Para os amigos tudo, 
para os inimigos a Lei”? Ele descreve bem uma prática do 
patrimonialismo, não é verdade? 
Assim sendo, no modelo patrimonialista, o patrimônio público é 
"capturado" por grupos de interesse da sociedade (que podem ser 
empresários, sindicatos, burocratas, etc.). 
Ou seja, este patrimônio deixa de servir à coletividade para passar 
a servir aos interesses do grupo dominante. Além disso, a justiça fiscal é 
um aspecto quase inexistente, pois a estrutura tributária (os impostos) é 
desenhada para afetar pouco os nobres ou senhores dominantes. Com 
isso, a população mais pobre é a que acaba proporcionalmente pagando 
mais impostos. 
Desta forma, esse modelo é conhecido por sua tendência à 
corrupção e ao nepotismo. Veja abaixo no gráfico as principais 
características do modelo patrimonialista: 
Lembre-se:
No modelo 
Patrimonialista, o 
governante não separa o 
patrimônio público do 
privado!
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 103 
 
Figura 2 - Características do modelo patrimonialista 
Raymundo Faoro20 chamava o grupo que comandava o poder no 
Estado patrimonialista brasileiro de Estamento Burocrático. Este 
modelo se caracterizava por um desrespeito aos princípios da 
impessoalidade e era composto por ocupantes de cargos públicos de 
alta cúpula, burocratas e políticos. 
Prestem atenção, pois o termo burocracia não foi 
estabelecido por Weber e sua Burocracia Profissional (baseada na 
dominação Racional-legal). O termo Burocracia vem do francês “Bureau”, 
que se refere aos órgãos do governo (seria algo como “governo de 
escritório”). 
Normalmente pensamos a dominação tradicional como uma disputa 
de classes, como uma divisão entre pobres e ricos (classes sociais). 
Entretanto, de acordo com Weber, um estamento não é exatamente uma 
classe. O autor afirma21: 
“A situação estamental pode se basear numa 
situação de classe de natureza unívoca ou 
ambígua. Mas não se determina somente por ela: 
a posse em dinheiro e a posição do empresário 
não são, por si só, qualificações estamentais – 
ainda que possam levar a estas; nem a falta de 
patrimônio constitui, por si, uma desqualificação 
estamental, ainda que também possa levar a 
esta.” 
 
20 (Faoro, 2001) 
21 (Weber, 2000) 
Esfera Pública se 
confunde com a 
Privada
Sistema fiscal injusto 
e irracional
Falta de 
profissionalização
Tendência à 
corrupção e ao 
nepotismo
Racionalidade 
subjetiva
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 103 
Ou seja, uma divisão em estamentos é uma divisão entre pessoas 
com um tipo de educação, ou etnia (descendência genética e cultural) e 
modos de vida diferentes. 
Um filho de um funcionário público pobre que conseguisse estudar 
em um bom colégio da capital (e construísse um bom círculo de 
amizades) poderia fazer parte do estamento dominante. Já o filho de um 
fazendeiro rico do interior que não estudasse na capital provavelmente 
não faria parte deste estamento, por exemplo. 
Portanto, o estamento burocrático se relacionava com os 
funcionários públicos e membros da sociedade que mandavam no Estado 
Patrimonialista22. 
De acordo com Weber, ao quadro administrativo da dominação 
tradicional, em seu tipo puro, faltam23: 
 A competência fixa segundo regras objetivas; 
 A hierarquia racional fixa; 
 A nomeação regulada por contrato livre e o ascenso 
(promoção) regulado; 
 A formação profissional (como norma); 
 (muitas vezes) o salário fixo e (ainda mais frequentemente) o 
salário pago em dinheiro. 
As monarquias absolutistas foram sendo substituídas aos poucos, 
no final do século XIX, por Estados modernos, passando a existir a 
necessidade da separação entre os bens públicos e privados, bem como a 
profissionalização da Administração Pública. 
O Estado moderno precisava ampliar suas ações de indução do 
crescimento da economia, com uma atuação mais direta na criação de 
empresas estatais e na regulação da atuação econômica. 
Além disso, a sociedade começou a demandar diversos serviços 
públicos e proteções sociais que não existiam. Antigamente, o Estado só 
fornecia o acesso a Justiça, a proteção policial e a defesa nacional. 
Depois, serviços públicos como a educação, a previdência social e a 
prestação de saúde passaram a ser oferecidos para grande parte da 
população. Portanto, o Estado necessitava de se capacitar e de se 
profissionalizar. O modelo patrimonialista passou a ser visto como um 
problema e um limitador ao desenvolvimento por diversos países. 
 
 
22 (Bresser Pereira L. C., 2001) 
23 (Weber, 2000) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennówww.estrategiaconcursos.com.br 16 de 103 
Administração Burocrática. 
 
O termo “burocracia” é derivado do termo francês “bureau” 
(significa escritório) e do termo grego “kratia”, que se relaciona a poder 
ou regra. Desta forma, a burocracia seria um modelo em que o 
“escritório” ou os servidores públicos de carreira seriam os detentores do 
poder. 
Com a industrialização e a introdução de regimes 
democráticos no fim do século XIX, as sociedades ficaram cada 
vez mais complexas. A introdução da máquina a vapor acarretou uma 
evolução tremenda dos meios de transporte. Se antes se levavam meses 
para uma viagem do Brasil para a Europa, por exemplo, agora uma 
viagem por meio de navios a vapor passou a ser feita em poucos dias. 
O trem a vapor fez a mesma revolução no transporte interno. Desta 
forma, as notícias passaram a “correr” muito mais rápido e os produtos 
de cada região puderam passar a ser comercializados em cada vez mais 
mercados consumidores. 
Estes fatores levaram a uma urbanização acelerada, pois as 
indústrias necessitavam de cada vez mais “braços” para poder produzir 
em larga escala e atender ao mercado regional e mundial de produtos. 
Diante deste aumento da demanda por trabalhadores no setor 
industrial, os salários na indústria ficaram melhores do que os do campo e 
as pessoas passaram a se mudar das fazendas para as grandes cidades 
em busca de trabalho. 
Desta forma, o êxodo rural (massa de trabalhadores saída do 
campo e dirigindo-se para as cidades em busca de melhores condições de 
trabalho) foi marcante neste período. 
Estas pessoas encontravam na cidade grande uma realidade 
totalmente diferente da qual estavam acostumadas. Se antes tinham uma 
“terrinha” para cultivar alguns alimentos, agora tinham de comprar estes 
produtos no mercado. 
Se anteriormente aprendiam a trabalhar na prática, agora tinham 
de frequentar escolas para poder lidar com as máquinas. Assim, 
passaram a demandar serviços que antes não existiam em grande escala, 
como escolas e hospitais públicos. 
Deste modo, tinham necessidades que o Estado (que tinha uma 
filosofia liberal) ainda não estava capacitado para atender. Era o início do 
que iríamos denominar de “sociedade de massa”. 
Portanto, o Estado, que antes só se preocupava em manter a ordem 
interna e externa, passa a ter de se organizar cada vez mais para induzir 
o crescimento econômico, aumentar a infraestrutura do país e prestar 
cada vez mais serviços à população. 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 103 
O Patrimonialismo não conseguia mais atender a este novo Estado, 
que concentrava cada vez mais atividades em sua máquina. 
O modelo Burocrático, inspirado por Max Weber, veio então suprir 
esta necessidade de impor uma administração adequada aos novos 
desafios do Estado moderno, com o objetivo de combater o nepotismo e a 
corrupção. Ou seja, uma administração mais racional e impessoal. 
 
Figura 3 - Contexto da burocracia 
Desta forma, o modelo burocrático surgiu como uma necessidade 
histórica baseada em uma sociedade cada vez mais complexa, em que as 
demandas sociais cresceram, e havia um ambiente com empresas cada 
vez maiores, com uma população que buscava uma maior participação 
nos destinos dos governos. 
Portanto, não se podia mais “depender” do arbítrio de um só 
indivíduo. As regras deveriam estar claras para todos e as decisões 
deveriam ser tomadas com base em uma lógica racional. 
Uma coisa que devemos ter em mente é que a Burocracia foi 
uma grande evolução do modelo patrimonialista. Weber concebeu a 
Burocracia como o modelo mais racional existente, o qual seria mais 
eficiente na busca dos seus objetivos. 
 
Atualmente, o termo Burocracia é visto como algo negativo em 
nossa sociedade, mas o modelo “puro” pensado por Weber foi um grande 
avanço em relação ao que existia antes e possibilitou a construção de um 
Estado mais atuante e capacitado do que existia. 
As características principais da Burocracia são: 
 Formalidade – a autoridade deriva de um conjunto de normas e 
leis, expressamente escritas e detalhadas. O poder do chefe é 
restrito aos objetivos propostos pela organização e somente é 
Sociedades 
ficam mais 
complexas
Patrimonialismo 
não consegue 
atender às 
demandas 
sociais
Modelo 
Burocrático é 
visto como 
solução mais 
racional e 
adequada
Lembre-se:
O modelo 
burocrático foi uma 
grande evolução do 
patrimonialismo!
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 103 
exercido no ambiente de trabalho - não na vida privada. As 
comunicações internas e externas também são todas padronizadas 
e formais. 
 Impessoalidade – Os direitos e deveres são estabelecidos em 
normas. As regras são aplicadas de forma igual a todos, conforme 
seu cargo em função na organização. Segundo Weber, a Burocracia 
deve evitar lidar com elementos humanos, como a raiva, o ódio, o 
amor, ou seja, as emoções e as irracionalidades. As pessoas devem 
ser promovidas por mérito, e não por ligações afetivas. O poder é 
ligado não às pessoas, mas aos cargos – só se tem o poder em 
decorrência de estar ocupando um cargo. 
 Profissionalização – As organizações são comandadas por 
especialistas, remunerados em dinheiro (e não em honrarias, títulos 
de nobreza, sinecuras, prebendas, etc.), contratados pelo seu 
mérito e seu conhecimento (e não por alguma relação afetiva ou 
emocional). 
O modelo burocrático, que se caracterizou pela meritocracia na 
forma de ingresso nas carreiras públicas, mediante concursos públicos, 
buscou eliminar o hábito arraigado do modelo patrimonialista de ocupar 
espaço no aparelho do Estado através de trocas de cargos públicos por 
favores pessoais ao soberano. 
Neste modelo, as pessoas seriam nomeadas por seus 
conhecimentos e habilidades, não por seus laços familiares ou de 
amizade. Prebendas e sinecuras, características do modelo 
patrimonialista, ou seja, aquelas situações em que pessoas ocupam 
funções no governo ganhando uma remuneração em troca de pouco ou 
nenhum trabalho, são substituídas pelo concurso público e pela noção de 
carreira. 
Desta forma, o que se busca é a profissionalização do servidor 
público, sua especialização. De acordo com Weber, o quadro 
administrativo em uma burocracia de modelo “puro” se compõe de 
funcionários individuais, os quais24: 
 São pessoalmente livres; obedecem somente às obrigações 
objetivas de seu cargo; 
 São nomeados (e não eleitos) numa hierarquia rigorosa dos 
cargos; 
 Têm competências funcionais fixas; 
 
24 (Weber, 2000) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 103 
 Em virtude de um contrato, portanto, (em princípio) sobre 
a base de livre seleção segundo; 
 A qualificação profissional – no caso mais racional: 
qualificação verificada mediante prova e certificada por 
diploma; 
 São remunerados com salários fixos em dinheiro; 
 Exercem seu cargo como profissão única ou principal; 
 Têm a perspectiva de uma carreira: “progressão” por 
tempo de serviço ou eficiência, ou ambas as coisas, 
dependendo do critério dos superiores; 
 Trabalham em “separação absoluta dos meios 
administrativos” e sem apropriação do cargo; 
 Estão submetidos a um sistema rigoroso e homogêneo de 
disciplina e controle do serviço. 
Veja abaixo, em resumo, as características da Burocracia: 
 
Figura 4 - Características da Burocracia 
Dentre as principaisvantagens que a Burocracia trouxe, podemos 
citar: 
 O predomínio de uma lógica científica sobre uma lógica da 
intuição, do “achismo”; 
 A redução dos favoritismos e das práticas clientelistas; 
 Uma mentalidade mais democrática, que possibilitou 
igualdade de oportunidades e tratamento baseado em leis e 
regras aplicáveis a todos. 
Hoje em dia, o termo Burocracia virou sinônimo de ineficiência e 
lentidão, pois conhecemos os defeitos do modelo (que chamamos de 
disfunções da Burocracia), mas ele foi um passo adiante na sua época! 
Formalidade
ͻ Autoridade é expressa 
em leis;
ͻ Comunicação é 
padronizada;
ͻ Controle de 
Procedimentos.
Impessoalidade
ͻ Isonomia no 
tratamento;
ͻ Meritocracia;
ͻ Racionalidade;
ͻ Sistema legal e 
econômico previsível.
Profissionalismo
ͻ Comando é dos 
especialistas;
ͻ Remuneração em 
dinheiro;
ͻ Administrador é 
especialista - noção de 
carreira;
ͻ Hierarquia.
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 103 
Na Burocracia, existe uma desconfiança extrema em relação às 
pessoas, portanto são desenvolvidos controles dos processos e dos 
procedimentos, de forma a evitar os desvios. 
Ou seja, os funcionários têm pouca discricionariedade, ou liberdade 
de escolha da melhor estratégia, para resolver um problema ou atender 
seus clientes! Deste modo, existe uma grande preocupação em criar 
critérios e processos que estabeleçam o método correto de se agir. 
Todos os processos e atividades são padronizados, são 
manualizados! Com isso, os servidores passam a se preocupar mais em 
seguir regulamentos e normas do que em atingir bons resultados. 
Outra característica da Burocracia é a hierarquia. As organizações 
são estruturadas em vários níveis hierárquicos, em que o nível de cima 
controla o de baixo. É o que chamamos de estrutura verticalizada, na qual 
as decisões são tomadas na cúpula (topo da hierarquia ou nível 
estratégico). 
Esta situação acaba gerando uma demora na tomada de decisões e 
no fluxo de informações dentro da organização! Outro problema é a 
dificuldade de trocar informações com outras áreas da empresa, pois este 
fluxo não é livre (você precisa enviar a informação ao seu chefe, que 
envie a solicitação ao chefe do outro setor etc.) 
Desta maneira, é importante não confundir a Teoria da Burocracia, 
ou seu modelo “puro”, com os problemas que a Burocracia causou – o 
que chamamos de disfunções da Burocracia. Normalmente a banca citará 
uma “disfunção” da burocracia e dirá que é uma característica da Teoria 
da Burocracia. 
Por exemplo, as nomeações para funções públicas sem base no 
mérito ainda ocorrem com frequência no Brasil. Sabemos que é um dos 
problemas da Administração Pública na prática. Entretanto, isto não faz 
parte da teoria da Burocracia, ou seja, do modelo idealizado por Weber! 
Além disso, vocês devem entender que nenhum modelo existiu 
isoladamente, mas que conviveram e convivem juntos. No nosso 
contexto atual, temos ainda aspectos presentes que são heranças do 
patrimonialismo (nomeações em cargos de confiança), aspectos da teoria 
da burocracia (concursos públicos e noção de carreira, entre outros) e 
aspectos do modelo gerencial, que veremos a seguir. 
 
Lembre-se:
Convivemos atualmente 
com características dos 
três modelos: 
patrimonial, burocrático 
e gerencial.
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 103 
O modelo de gestão pública buscado no momento é o gerencial, 
mas ainda é muito forte a presença do modelo burocrático e, 
infelizmente, do próprio modelo patrimonialista na administração pública 
brasileira. Ou seja, nunca aplicamos o modelo “puro” da burocracia 
weberiana. Preste atenção, pois as bancas costumam cobrar muito isso. 
Veja o texto abaixo do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do 
Estado, de 199525, documento muito importante e que recomendo a 
leitura a todos que queiram se aprofundar no tema das reformas 
administrativas no Brasil. O texto original é esse: 
“A administração pública brasileira, embora marcada 
pela cultura burocrática e regida pelo princípio do 
mérito profissional, não chegou a se consolidar, 
no conjunto, como uma burocracia profissional 
nos moldes weberianos. Formaram-se grupos de 
reconhecida competência, como é o caso das carreiras 
acima descritas, bem como em áreas da administração 
indireta, mas os concursos jamais foram rotinizados e 
o valor de sua remuneração real variou intensamente 
em função de políticas salariais instáveis. Os 
instrumentos de seleção, avaliação, promoção e 
treinamento que deram suporte a esse modelo estão 
superados.” 
O que fica claro é que o nosso modelo ainda guarda práticas e 
costumes patrimonialistas, e o próprio modelo burocrático hoje não é 
mais visto como adequado aos novos desafios da administração pública. 
Portanto, temos hoje um modelo ainda muito baseado na 
Burocracia, mas com resquícios de clientelismo e patrimonialismo, e 
alguns setores que já aplicam a administração gerencial. Não aplicamos 
o modelo “puro” de Weber. 
 
As principais disfunções da Burocracia são: 
 Dificuldade de resposta às mudanças no meio externo – visão 
voltada excessivamente para as questões internas (sistema 
fechado, ou seja, autoreferente, com a preocupação não nas 
 
25 (Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, 1995) 
Lembre-se:
Nunca aplicamos o 
modelo "puro" da 
burocracia de 
Weber.
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 103 
necessidades dos clientes, mas nas necessidades internas da 
própria burocracia). 
 Rigidez e apreço extremo às regras – o controle é sobre 
procedimentos e não sobre resultados, levando à falta de 
criatividade e ineficiências. 
 Perda da visão global da organização – a divisão de trabalho 
pode levar a que os funcionários não tenham mais a compreensão 
da importância de seu trabalho nem quais são as necessidades dos 
clientes ou dos outros órgãos da instituição. 
 Lentidão no processo decisório – hierarquia, formalidade, 
centralização e falta de confiança nos funcionários levam a uma 
demora na tomada de decisões importantes. 
 Excessiva formalização – em um ambiente de mudanças rápidas, 
não se consegue padronizar e formalizar todos os procedimentos e 
tarefas, gerando uma dificuldade da organização de se adaptar a 
novas demandas. A formalização também dificulta o fluxo de 
informações dentro da empresa. 
Podemos resumir as principais disfunções ou problemas do modelo 
burocrático no quadro abaixo: 
 
Figura 5 - disfunções da Burocracia 
Outro aspecto importante é a relação da burocracia com o poder 
político. Weber preocupava-se com o aumento do poder da burocracia no 
Disfunções 
da 
Burocracia
Perda da 
Noção Global
Lentidão na 
comunicação e 
processo 
decisório 
Formalização 
Excessiva
Preocupação 
com as regras e 
não com 
resultado
Rigidez e falta 
de inovação
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 103 
Estado moderno. Os políticos cederiam cada vez mais influência à 
burocracia, o que criaria um “absolutismo burocrático”, ou seja, um 
abuso de poder por parte da administração, em prejuízo dos 
representantes da população. 
Portanto, a criação das leis e seu controle devem ser privativos dos 
políticos,de forma a limitar o poder e o alcance desta burocracia. Outra 
disfunção que pode ocorrer é o “insulamento burocrático”, uma 
situação em que os técnicos dentro da máquina administrativa passam a 
ser “blindados” contra a interferência do público em geral e de outros 
órgãos do governo. 
Estes órgãos ou grupo de técnicos teriam então mais liberdade para 
buscar objetivos específicos, mas também poderiam passar a não “ouvir” 
mais a população, ou seja, buscar não os objetivos desejados pelos 
cidadãos, mas os seus próprios objetivos (ou dos grupos empresariais 
dominantes). 
Desta forma, não existiria um controle social sobre o trabalho 
destes servidores, pois estes estariam “blindados” aos desejos e 
interesses da sociedade civil. 
Um grande crítico da Burocracia foi Michel Crozier26. Este autor 
buscou apontar que este modelo reduzia a eficácia das organizações, ao 
contrário do que pensava Weber. As instituições não poderiam operar 
como máquinas. 
Assim, as organizações deveriam ser vistas como algo que: 
“não está apenas constituída pelos direitos e 
obrigações da bela máquina burocrática, e nem 
muito menos pela exploração e pela resistência da 
força de trabalho a ser explorada por um patrão 
ou por uma tecnoestrutura. Ela é um conjunto 
complexo de jogos entrecruzados e 
interdependentes, através dos quais os 
indivíduos, com oportunidades frequentemente 
muito diferentes de sucesso, procuram 
maximizar seus benefícios, respeitando as 
regras não escritas do jogo que o meio lhes 
impõe, tirando partido sistematicamente de todas 
as suas vantagens e tentando minimizar as dos 
outros.” 
Outro ponto ressaltado por Crozier seria o caráter de estabilidade 
do modelo burocrático. Para esse autor, uma organização burocrática 
não é propensa a mudanças. 
 
26 (Crozier, 1981) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 103 
Assim sendo, as burocracias costuma enfrentar longos 
períodos de estabilidade, com espaços curtos de crise aguda. 
Portanto, a crise seria o “estopim” ou a “janela de oportunidade” para as 
mudanças necessárias. 
Este seria um problema inerente ao modelo burocrático, pois estas 
organizações seriam quase sempre reativas aos problemas. E como 
sabemos, quando as crises aparecem as soluções se tornam mais difíceis 
e custosas. O ideal seria que a mudança na instituição ocorresse antes da 
“bomba” estourar, não é verdade? 
Vamos ver algumas questões recentes? 
4 – (ESAF – MF – ANALISTA TÉCNICO – 2013) A respeito do 
sistema de organização burocrático, analise as afirmativas abaixo, 
classificando- as como verdadeiras (V) ou falsas (F). Ao final, 
assinale a opção que contenha a sequência correta. 
( ) A crise é, efetivamente, um dos elementos distintivos de 
qualquer sistema de organização burocrática. Ela constitui o meio 
para chegar a operar os reajustes necessários. 
( ) O ritmo essencial que caracteriza uma organização burocrática 
é, particularmente, a alternância de longos períodos de 
estabilidade e curtos espaços de crise e mudança. 
( ) O poder de decisão, no interior de um sistema de organização 
burocrática, tende a situar- se, naturalmente, entre aqueles que 
dêem prioridade aos objetivos funcionais da organização 
independentemente da estabilidade do sistema político. 
a) V, F, V 
b) V, V, F 
c) F, F, V 
d) F, V, V 
e) V, F, F 
 
A primeira frase está correta, pois de acordo com Crozier as crises 
são os grandes impulsionadores de mudanças dentro das organizações 
burocráticas27. 
A segunda frase está também certa. Como as burocracias têm 
dificuldades de inovar e se adaptar aos novos desafios, acabam passando 
por longos períodos de estabilidade. Isso só muda quando ocorre uma 
crise, que precipita as mudanças. 
 
27 (Crozier, 1981) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 103 
Finalmente, a terceira frase está errada. O poder decisório nas 
organizações burocráticas é centralizado na alta direção, e não distribuído 
“entre aqueles que deem prioridade aos objetivos funcionais da 
organização”. Deste modo, o gabarito é mesmo a letra B. 
 
5 – (ESAF – RFB – AUDITOR – 2012) Sobre o modelo de 
Administração Pública Burocrática, é correto afirmar que: 
a) pensa na sociedade como um campo de conflito, cooperação e 
incerteza, na qual os cidadãos defendem seus interesses e 
afirmam suas posições ideológicas. 
b) assume que o modo mais seguro de evitar o nepotismo e a 
corrupção é pelo controle rígido dos processos, com o controle de 
procedimentos. 
c) prega a descentralização, com delegação de poderes, 
atribuições e responsabilidades para os escalões inferiores. 
d) preza os princípios de confiança e descentralização da decisão, 
exige formas flexíveis de gestão, horizontalização de estruturas e 
descentralização de funções. 
e) o administrador público prega o formalismo, o rigor técnico e 
preocupa-se em oferecer serviços, e não em gerir programas. 
 
A primeira alternativa está incorreta, pois se refere ao modelo 
gerencial e não ao modelo burocrático. Esta frase foi retirada de um texto 
de Bresser28, que dizia: 
“Mais amplamente, a administração pública 
gerencial está baseada em uma concepção de 
Estado e de sociedade democrática e plural, 
enquanto que a administração pública burocrática 
tem um vezo centralizador e autoritário. Afinal o 
liberalismo do século XIX, no qual se moldou a 
forma burocrática de administração pública, era 
um regime político de transição do autoritarismo 
para a democracia. Enquanto a administração 
pública burocrática acredita em uma racionalidade 
absoluta, que a burocracia está encarregada de 
garantir, a administração pública gerencial pensa 
na sociedade como um campo de conflito, 
cooperação e incerteza, na qual cidadãos 
defendem seus interesses e afirmam suas 
 
28 (Bresser Pereira L. , 1998) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 103 
posições ideológicas, que afinal se 
expressam na administração pública.” 
Já a letra B está perfeita e é o nosso gabarito. A administração 
burocrática busca, através do controle dos procedimentos, eliminar a 
corrupção e o nepotismo. 
A letra C também está equivocada, pois quem prega a 
descentralização é o modelo gerencial. Pelo mesmo motivo, a letra D 
também está incorreta. 
Finalmente, a letra E também está errada. O modelo burocrático é 
autorreferenciado, voltado para dentro. Assim, ele é voltado para a 
gestão dos programas, não para o cliente e os serviços que ele precisa. 
Desta forma, o gabarito é mesmo a letra B. 
 
6 - (FMP – TCE-RS – AUDITOR – 2011) A respeito da 
Administração Pública Burocrática, assinale a Incorreta: 
A) Estrutura complexa, altamente hierarquizada. 
B) Autoridade centrada na hierarquia de competências. 
C) Clara divisão do trabalho. 
D) Especialização das funções 
E) Processos de trabalho e mecanismos de controle definidos 
formalmente por normas e regras rígidas. 
 
Esta questão busca saber se o candidato conhece as principais 
características da Burocracia. A única alternativa é a letra B, pois a 
autoridade, na teoria burocrática, é baseada nas leis e normas e não nas 
competências. 
É o modelo racional-legal. Assim, o nosso gabarito é a letra B. 
 
7 - (FCC – ALESP/SP – GESTÃO PROJETOS – 2010) Com relação à 
administração pública burocrática considere. 
I. Surge na segundametade do século XIX, na época do Estado 
liberal, com o objetivo de combater a corrupção e o nepotismo 
patrimonialista. 
II. Esse modelo de gestão possui como princípios orientadores a 
profissionalização, ou seja, a idéia de carreira e hierarquia 
funcional, a impessoalidade e o formalismo. 
III. Os pressupostos da administração burocrática são a confiança 
prévia nos administradores públicos e nos cidadãos que a eles, 
administradores públicos, dirigem demandas. 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 103 
IV. O controle pode transformar-se na própria razão de ser do 
funcionário; voltando-se para si mesmo, perdendo a noção de sua 
missão básica, que é servir à sociedade. 
V. A administração burocrática tem como principal qualidade a 
efetividade no alcance dos resultados; seu foco central é a 
eficiência do Estado. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
(A) I e II. 
(B) I, II, III e V. 
(C) II, III e IV. 
(D) II e V. 
(E) III, IV e V. 
 
A primeira frase está correta, pois descreve o contexto em que a 
teoria da burocracia foi criada por Max Weber. A criação deste modelo 
burocrático ocorreu no final do século XIX e buscava um meio mais 
racional e eficiente para gerir as organizações do que o patrimonialismo 
(que tinha como defeito a tendência à corrupção e ao nepotismo – 
nomeação de parentes para cargos públicos). 
A segunda frase está igualmente correta, descrevendo os princípios 
da burocracia, que já vimos anteriormente. Entretanto, a terceira frase 
está incorreta, pois não existe essa confiança prévia nos servidores 
públicos. Muito pelo contrário! 
Na hora em que se imagina que seja necessário manualizar todos os 
processos, de forma a reduzir ao máximo a liberdade que o administrador 
terá para fazer seu trabalho, já existe uma idéia de desconfiança em seu 
trabalho, não é mesmo? 
A quarta frase está incorreta por um único detalhe. A banca se 
baseou em um texto de Chiavenato, que em sua obra Administração 
Geral e Pública menciona: “Na administração pública burocrática, o 
controle pode transformar-se na própria razão de ser do ESTADO, 
voltando-se para si mesmo, perdendo a noção de sua missão básica, que 
é servir à sociedade.” 
Assim, a banca trocou Estado por funcionário e considerou a frase 
incorreta. Acho esta uma questão bastante maldosa. Além disso, o 
controle deve sempre existir. O que ocorre na burocracia é que existe um 
controle prévio, de procedimentos ou “a priori”, e não um controle de 
resultados, ou “a posteriori”. 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 103 
Finalmente, a quinta frase também está incorreta. A burocracia não 
se distingue por sua efetividade, ou seja, a capacidade de atingir os 
efeitos e impactos desejados na sociedade. 
Normalmente, a burocracia, por sua cultura legalista, acaba sendo 
mais voltada às necessidades de sua máquina do que às necessidades de 
seus clientes. É o que chamamos de organização autorreferida, ou seja, 
que se preocupa mais com os problemas internos do que com sua missão 
e com seus objetivos. 
Desta forma, as únicas frases corretas são a I e a II. Assim, o 
gabarito é letra A. 
 
8 - (ESAF – MPOG – APO – 2010) Uma das maiores obras de 
análise da estruturação e formação do Estado no Brasil foi 'Os 
Donos do Poder', de Raymundo Faoro. Assinale a opção que não 
corresponde ao pensamento de Faoro. 
a) A comunidade política conduz, comanda, supervisiona os 
negócios, como negócios privados seus, na origem, como negócios 
públicos depois, em linhas que se demarcam, gradualmente. 
b) O súdito e a sociedade se compreendem no âmbito de um 
aparelhamento a explorar, a manipular, a tosquiar nos casos 
extremos. Dessa realidade se projeta, em florescimento natural, a 
forma de poder, institucionalizada num tipo de domínio: o 
patrimonialismo, cuja legitimidade assenta no tradicionalismo - 
assim é porque sempre foi. 
c) O patrimonialismo estatal, no Brasil, incentivou o setor 
especulativo da economia e predominantemente voltado ao lucro 
como jogo e aventura, ou, na outra face, interessado no 
desenvolvimento econômico sob o comando político; para 
satisfazer imperativos ditados pelo quadro administrativo, com 
seu componente civil e militar. 
d) O brasileiro que se distingue há de ter prestado sua 
colaboração ao aparelhamento estatal, não na empresa particular, 
no êxito dos negócios, nas contribuições à cultura, mas numa 
ética confuciana do bom servidor, com carreira administrativa e 
curriculum vitae aprovado de cima para baixo. 
e) Na peculiaridade histórica brasileira, a camada dirigente atua 
em nome do interesse público, servida dos instrumentos políticos 
derivados de sua posse do aparelhamento estatal. Ao receber o 
impacto de novas forças sociais, a categoria estamental as 
amacia, domestica, embotando-lhes a agressividade 
transformadora, para incorporá-las a valores próprios, muitas 
vezes mediante a adoção de uma ideologia diversa, se compatível 
com o esquema de domínio. 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 103 
 
Esta questão é bastante complexa para os não-iniciados no estudo 
de Administração Pública, mas pode ser “decifrada” com uma leitura 
cuidadosa do seu texto. A alternativa E logo “pula” como a incorreta, pois 
no patrimonialismo a camada dirigente não atua em nome do interesse 
público, mas em próprio interesse. 
O texto correto da obra de Faoro diz o seguinte: 
“Na peculiaridade histórica brasileira, todavia, 
a camada dirigente atua em nome 
próprio, servida dos instrumentos políticos 
derivados de sua posse do aparelhamento 
estatal. Ao receber o impacto de novas forças 
sociais, a categoria estamental as amacia, 
domestica, embotando-lhe a agressividade 
transformadora, para incorporá-las a valores 
próprios, muitas vezes mediante a adoção de 
uma ideologia diversa, se compatível com o 
esquema de domínio.” 
Deste modo, o nosso gabarito é a letra E. 
 
9 - (FCC – ISS-SP – AFTM – 2007) O modelo de Administração 
Burocrática, que tem entre seus principais expoentes Max Weber, 
caracteriza-se 
(A) pela criação de uma estrutura própria e estável, imune à 
alternância dos governantes, submetida a rígidos controles de 
resultado e de qualidade, sendo comumente criticada pelo excesso 
de formalismo e falta de flexibilidade. 
(B) pela consolidação do patrimonialismo, fazendo com que o 
Aparelho do Estado atue como extensão do poder dos 
governantes, sendo comumente criticada pelo clientelismo, 
nepotismo e ausência de controles efetivos. 
(C) pelo fortalecimento do Aparelho do Estado, que passa a atuar 
de forma paralela e imune ao poder dos governantes, sendo 
comumente criticada pelo inchaço dos quadros de servidores 
públicos e ausência de eficiência na correspondente atuação. 
(D) pela ênfase na idéia de carreira, hierarquia funcional, 
impessoalidade e formalismo, sendo comumente criticada pela 
rigidez do controle dos processos, de forma auto-referenciada e 
sem compromisso com os resultados para o cidadão. 
(E) como reação à Administração Pública patrimonialista, 
buscando instituir mecanismos de controle da atuação dos 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 103 
governantes, com ênfase nos resultados, sendo comumente 
criticada pela ausência de controles eficazes dosprocessos. 
 
A alternativa A está errada, pois a burocracia não deve ser “imune” 
à alternância de governantes, já que deverá pôr em prática os objetivos 
estratégicos definidos na esfera política. Outro erro se relaciona com o 
controle de resultados, que é característica do modelo gerencial, e não do 
burocrático. 
A alternativa B está incorreta, pois busca eliminar o 
patrimonialismo, e não consolidá-lo. A alternativa C também está 
incorreta, pois a burocracia não deve atuar “imune” aos políticos, e sim 
deve cumprir as leis e controles estipulados pelos detentores do poder 
legislativo. 
A letra D está toda correta e descreve as características principais 
da burocracia. 
A letra E também está incorreta, pois identifica a burocracia com o 
controle de resultados – característica do modelo gerencial. Outro fato 
que não faz sentido é a afirmação de que a burocracia deve buscar criar 
mecanismos de controle dos governantes, ok? O gabarito é mesmo a letra 
D. 
 
A Nova Gestão Pública. 
 
Durante as décadas de 70 e 80 do século passado, os governos 
passaram por momentos difíceis, com uma economia em recessão e 
choques externos (como os do petróleo em 73 e 79), que levaram a uma 
crescente dificuldade destes governos em manter tanto o “Estado 
de bem-estar” (série de bens e serviços fornecidos pelo Estado a 
qualquer cidadão – educação e assistência médica gratuitas, renda 
mínima, auxílio desemprego etc.) quanto o investimento estatal, que 
foi a alavanca do crescimento econômico de várias economias até aquele 
momento29. 
No caso do Brasil, o modelo de desenvolvimento era baseado em 
pesados investimentos estatais e na criação de diversas empresas 
públicas para induzir o crescimento da economia nacional. 
Principalmente nos anos 60 e 70, o governo brasileiro utilizou o 
Estado para buscar o aumento do crescimento econômico. O investimento 
direto em diversas áreas (como a petroquímica e a siderurgia) foi a base 
 
29 (Abrucio, 1997) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 103 
deste processo. Com a crise internacional, o Estado brasileiro viu-se 
impossibilitado de continuar a impulsionar a economia desta forma. 
A crise fiscal foi também um importante fator, pois ficou cada vez 
mais difícil para o país “rolar” as dívidas antigas e financiar os déficits, 
portanto era primordial reduzir os gastos governamentais. 
Naquele momento, o aumento de impostos não era visto pelo 
governo como uma alternativa “palatável” ou aceitável, pois os cidadãos 
tinham uma percepção extremamente negativa da capacidade da 
máquina estatal de utilizar os recursos públicos. 
A dívida externa brasileira cresceu enormemente nesta época, e o 
Brasil acabou declarando moratória (dando o famoso “calote”) desta 
dívida – junto com diversos países latinoamericanos. 
Desta forma, o início da década de 80 foi marcado por um baixo 
crescimento econômico por parte da maioria destes países. Este período 
econômico da história brasileira – e sul-americana – ficou conhecido como 
a “década perdida”. 
A crise do Estado levou a uma crescente crítica ao modelo 
burocrático, visto como causador de lentidão, ineficiências e gastos 
excessivos. O governo era visto como um gastador perdulário, que não 
tinha eficiência e prestava um péssimo serviço aos cidadãos. 
Muitos teóricos iniciaram então uma busca por melhores práticas e 
foram ao encontro de várias iniciativas já em curso na administração 
empresarial. O setor privado era visto como mais eficiente e 
detentor de um modelo mais avançado de gestão. O setor estatal 
passou a adotar então o discurso de descentralização, da inovação, do 
foco nas necessidades do cliente, da estrutura mais flexível e enxuta que 
já existia no setor privado. 
O gráfico abaixo resume o contexto em que o modelo gerencial foi 
introduzido. Este processo ocorreu inicialmente na Inglaterra e Estados 
Unidos, e depois nos demais países desenvolvidos. 
 
Crise Econômica
Crise do Estado
Crítica ao Modelo 
Burocrático
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 103 
Figura 1 - contexto da introdução do gerencialismo 
Essa nova concepção do Estado, em que se começa a implantar 
uma administração gerencial, é chamada também de Nova Gestão Pública 
(“New Public Management” ou NPM em inglês). 
Todavia, não podemos ver a administração gerencial como 
uma negação da Burocracia já que ela mantém diversas 
características, como a meritocracia, a avaliação de desempenho, a noção 
de carreira, entre outras. Ou seja, a administração gerencial deve ser 
vista como uma evolução do modelo burocrático, pois “aproveita” 
diversos de seus aspectos. 
Uma das principais diferenças entre o modelo burocrático e o 
modelo gerencial está na função controle, que deve deixar de ser 
efetuado com base em processos e procedimentos (“a priori” ou “ex-
ante”) para ser efetuado com base em resultados (“a posteriori” ou 
“ex-post”). 
 
Veja abaixo um texto do PDRAE30 que aborda este tópico: 
“A administração pública gerencial constitui um 
avanço e até um certo ponto um rompimento com 
a administração pública burocrática. Isto não 
significa, entretanto, que negue todos os 
seus princípios. Pelo contrário, a administração 
pública gerencial está apoiada na anterior, da qual 
conserva, embora flexibilizando, alguns dos seus 
princípios fundamentais, como a admissão 
segundo rígidos critérios de mérito, a existência de 
um sistema estruturado e universal de 
remuneração, as carreiras, a avaliação constante 
de desempenho, o treinamento sistemático. A 
 
30 (Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, 1995) 
Nova Gestão Pública - controle 
finalístico ou "a posteriori"
Burocracia - controle dos 
processos ou "a priori"
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 103 
diferença fundamental está na forma de 
controle, que deixa de basear-se nos 
processos para concentrar-se nos resultados, 
e não na rigorosa profissionalização da 
administração pública, que continua um princípio 
fundamental.” 
Um dos autores mais importantes quando estudamos este tema é 
Bresser Pereira. De acordo com Bresser31, o modelo burocrático é baseado 
em uma mentalidade de desconfiança total em relação aos servidores 
públicos. 
Esta desconfiança é a premissa básica de todos estes controles de 
procedimentos. Se não confiamos na honestidade e capacidade de decisão 
dos servidores, controlamos todos os seus atos nos mínimos detalhes, 
não é mesmo? 
O problema é que isto acarreta uma rigidez muito grande e uma 
dificuldade em lidar com problemas específicos e localizados, já que as 
leis não conseguem abranger todas as especificidades de um problema. 
Desta forma, o modelo gerencial prega que o Estado deveria ter um grau 
de confiança limitado em relação aos seus servidores. Veja o texto 
original de Bresser: 
“Algumas características básicas definem a 
administração pública gerencial. É orientada para 
o cidadão e para a obtenção de resultados; 
pressupõe que os políticos e os funcionários 
públicos são merecedores de um grau real ainda 
que limitado de confiança.” 
Ou seja, deve-se dar autonomia ao servidor e cobrar resultados. O 
objetivo não pode ser que ele cumpra 497 regulamentos diversos e sim 
que os objetivos e metas dos órgãos sejam alcançados. A ideia é valorizar 
a capacidade de tomada de decisão e o empreendedorismo do servidor.Outra ideia é a de competição. Para muitos teóricos do 
gerencialismo (como Gaebler e Osborne32), o problema da falta de 
eficiência e eficácia de muitos órgãos públicos pode ser “debitado” ao 
“monopólio” destes órgãos na prestação de serviços públicos. 
Desta maneira, a Polícia Federal teria pouca preocupação em 
acelerar a emissão de passaportes, por exemplo, pois o cidadão não teria 
outra opção para conseguir este serviço. Para estes autores, este 
monopólio deveria ser “quebrado” sempre que possível. 
 
31 (Bresser Pereira, 2001) 
32 (Osborne & Gaebler, 1992) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 103 
Veja abaixo no gráfico os objetivos do modelo gerencial, de acordo 
com o PDRAE: 
 
Figura 2 - Objetivos do gerencialismo 
Vamos ver algumas questões relacionadas a estes temas? 
10 - (ESAF – STN – ANALISTA - 2013) A respeito da chamada 
administração pública gerencial, analise as assertivas abaixo, 
classificando-as como verdadeiras(V) ou falsas(F). Ao final, 
assinale a opção que contenha a sequência correta. 
( ) A administração gerencial era considerada, quando da sua 
implementação, uma forma de trazer as mais recentes conquistas 
da administração de empresas para a administração pública. 
( ) O paradigma gerencial contemporâneo, que se dizia 
fundamentado nos princípios da confiança e da descentralização 
da decisão, exigia formas flexíveis de gestão, conforme se 
depreende do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado. 
( ) A administração gerencial visava transferir atividades de setor 
de serviços competitivos ou não exclusivos mediante o processo 
de publicização, ou seja, adoção pela sociedade, de formas de 
produção não lucrativas de bens e serviços públicos. 
( ) As agências executivas também surgem como uma proposta 
inovadora da reforma administrativa gerencial no setor de 
atividades não exclusivas do Estado. 
a) F, F, V, F 
b) V, V, V, F 
c) F, F, V, V 
d) V, V, F, F 
Definição precisa dos objetivos que o 
administrador público deverá atingir em sua 
unidade
Garantia de autonomia do administrador 
na gestão dos recursos humanos, materiais 
e financeiros ,para que possa atingir os 
objetivos contratados
Controle ou cobrança a posteriori dos 
resultados
Competição administrada no interior do 
próprio Estado
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 103 
e) V, F, V, F 
 
A primeira assertiva está correta. O modelo gerencial realmente 
partiu de uma tentativa de implementar no setor público diversas práticas 
e ferramentas já utilizadas na iniciativa privada, nas empresas. 
A segunda frase também está certa. O modelo burocrático tem uma 
característica de desconfiança no servidor. O modelo gerencial busca 
alterar isto. Bresser comenta que o Estado deve pregar uma “confiança 
limitada” nos servidores e no cidadão. Deste modo, um modelo mais 
flexível de gestão é buscado. 
A terceira afirmação está igualmente correta. O Plano Diretor de 
1995 incentivou a criação das organizações privadas sem fins lucrativos, 
que deveriam oferecer serviços e bens públicos. Seria o que o PDRAE 
chama de “serviços não exclusivos”. 
Finalmente, a última frase está errada. As agências executivas não 
seriam criadas para atuar no setor de atividades não exclusivas, mas sim 
no setor de “atividades exclusivas”. O gabarito é mesmo a letra B. 
 
11 – (ESAF – DNIT – ANALISTA – 2013) A administração pública 
no Brasil evolui-se por meio de três modelos básicos: a 
administração pública patrimonialista, a burocrática e a gerencial. 
Assim, pode-se afirmar que a reforma do aparelho do Estado que 
adotou o modelo de administração gerencial foi orientada 
predominantemente: 
I. pelos valores da eficiência e qualidade na prestação dos 
serviços públicos. 
II. pelo desenvolvimento de uma cultura gerencial nas 
organizações. 
III. pelo rompimento com todos os princípios da administração 
pública burocrática. 
Marque a opção correta. 
a) As afirmativas I e III estão corretas. 
b) As afirmativas II e III estão corretas. 
c) As afirmativas I e II estão corretas. 
d) Somente a afirmativa I está correta. 
e) Somente a afirmativa III está correta. 
 
A primeira frase está certa. Os valores relacionados com a eficiência 
e com a qualidade na prestação dos serviços são ressaltados neste 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 103 
modelo. A gestão por resultados busca exatamente melhorar os 
indicadores nestes aspectos. 
A segunda frase também está certa. Com um modelo mais flexível 
de gestão, buscamos dar maior autonomia aos gestores públicos, maior 
poder de decisão sobre os recursos disponíveis. Assim, isto deve gerar 
uma cultura gerencial nas organizações e nos servidores públicos, o que 
muitos autores chamam de empreendedorismo governamental. 
Finalmente, a terceira frase está errada. O modelo gerencial não 
rompe com todos os valores e princípios do modelo burocrático. Ele busca 
manter diversos aspectos, como a meritocracia, por exemplo. O gabarito 
é a letra C. 
 
12 – (ESAF – DNIT – ANALISTA – 2013) A reforma do aparelho do 
Estado no Brasil, que substituiu o modelo de administração 
burocrático e adotou o modelo de administração gerencial, foi 
marcada por uma diferença que é considerada fundamental. Essa 
diferença fundamental está 
a) na forma de controle, que deixa de basear-se nos resultados 
para focar nos processos. 
b) na forma de controle, que deixa de basear-se nos processos 
para focar nos resultados. 
c) na rigorosa profissionalização da administração pública que 
deixa de ser um princípio fundamental. 
d) na forma de controle, que passa a basear-se unicamente nos 
processos. 
e) na forma de controle, que deixa de basear- se nos processos e 
na profissionalização da administração pública para focar nos 
resultados. 
 
Questão bem tranquila da ESAF. A principal diferença entre os 
modelos burocráticos e gerenciais é o foco no controle. O modelo 
burocrático enfatiza os procedimentos, os processos de trabalho. Já o 
modelo gerencial enfatiza os resultados. Desta forma, o gabarito é a letra 
B. 
 
13 - (ESAF – STN – ANALISTA - 2013) A respeito das 
características da administração burocrática e da administração 
gerencial, atribua B à assertiva que descreva aspectos da 
administração burocrática e G à assertiva que descreva aspectos 
da administração gerencial. Ao final, assinale a opção que 
contenha a sequência correta. 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 103 
( ) O modo mais seguro de evitar o nepotismo e a corrupção é pelo 
controle rígido dos processos, com o controle dos procedimentos. 
( ) Pensa na sociedade como campo de conflito, cooperação e 
incerteza no qual os cidadãos defendem seus interesses e afirmam 
suas posições ideológicas. 
( ) Preocupa-se em oferecer serviços e não em gerir programas, 
visa atender aos cidadãos. 
( ) É autorreferente e se concentra no processo, em suas próprias 
necessidades e perspectivas. 
a) G, G, B, G 
b) B, G, B, B 
c) B, B, G, G 
d) B, G, G, B 
e) G, B, B, G 
 
A primeira frase está associada com a Burocracia. Este modelo 
busca controlar através de rígidos procedimentos e processos de trabalho. 
Ao contrário, o modelo gerencial busca dar maior flexibilidadeaos 
gestores e controlar os resultados. 
A segunda frase está relacionada com o modelo gerencial, pois é 
este que pressupõe uma sociedade em que cada pessoa busca maximizar 
seus interesses, com cenários incertos envolvendo conflitos e cooperação 
entre os indivíduos. O modelo burocrático tem uma visão mais 
determinista, que se baseia em um modelo de racionalidade absoluta. 
A terceira frase também está associada ao gerencialismo, pois este 
é mais focado no cliente/usuário dos serviços. Assim, o foco deve estar 
nos bens e serviços que são entregues e não na “máquina estatal”. Já a 
burocracia é autorreferenciada, voltada para dentro. Por este mesmo 
motivo, a quarta frase está associada ao modelo burocrático. Portanto, o 
gabarito é a letra D. 
 
14 - (ESAF – ANA – ANALISTA – 2009) Com a chegada da família 
real portuguesa, em 1808, o Brasil foi, em muito, beneficiado por 
D. João VI. Sobre a forma de administração pública vigente 
naquele período, pode-se afirmar corretamente que a coroa 
portuguesa exerceu uma administração pública: 
a) burocrática, pois, a despeito das inovações trazidas por D. João 
VI, ainda assim o aparelho do Estado funcionava como mera 
extensão do poder do soberano, não havendo diferenciação entre 
a res publica e a res principis. 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 103 
b) gerencial, com foco na racionalização e na qualidade dos 
serviços públicos prestados e tendo por objetivo primordial o 
desenvolvimento econômico e social de sua então colônia. 
c) patrimonialista, pois, a despeito das inovações trazidas por D. 
João VI, ainda assim o aparelho do Estado funcionava como mera 
extensão do poder do soberano, não havendo diferenciação entre 
a res publica e a res principis. 
d) burocrática, com foco na racionalização e na qualidade dos 
serviços públicos prestados e tendo por objetivo primordial o 
desenvolvimento econômico e social de sua então colônia. 
e) patrimonialista, uma vez que, a fim de combater a corrupção, 
centrou suas ações na profissionalização e na hierarquia funcional 
dos quadros do aparelho do Estado, dotando-o de inúmeros 
controles administrativos. 
 
Pessoal, a fase do império é um exemplo clássico de administração 
patrimonialista no Brasil. Deste modo, a primeira alternativa está 
incorreta, pois o modelo de gestão não era o burocrático naquele 
momento. A letra A descreve corretamente o que ocorreu na época, mas 
trocou o patrimonialismo pelo modelo burocrático. 
A letra B também está errada, pois Dom João não tinha nenhum 
destes objetivos e tampouco existia o modelo gerencial naqueles tempos. 
Já a letra C está correta e é o nosso gabarito. 
Entretanto, na letra D a banca mais uma vez trouxe o modelo 
burocrático, que não foi adotado por Dom João. Na letra E, o problema é 
que o modelo patrimonial de Dom João não centrou esforços no combate 
da corrupção e nem profissionalizou sua máquina. Assim sendo, o 
gabarito é mesmo a letra C. 
 
15 - (ESAF – CGU – AFC – 2004) Ao longo de sua história, a 
administração pública assume formatos diferentes, sendo os mais 
característicos o patrimonialista, o burocrático e o gerencial. 
Assinale a opção que indica corretamente a descrição das 
características da administração pública feita no texto a seguir. 
O governo caracteriza-se pela interpermeabilidade dos 
patrimônios público e privado, o nepotismo e o clientelismo. A 
partir dos processos de democratização, institui-se uma 
administração que usa, como instrumentos, os princípios de um 
serviço público profissional e de um sistema administrativo 
impessoal, formal e racional. 
a) Patrimonialista e gerencial 
b) Patrimonialista e burocrático 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 103 
c) Burocrático e gerencial 
d) Patrimonialista, burocrático e gerencial 
e) Burocrático 
 
A primeira situação (nepotismo, clientelismo e interpermeabilidade 
dos patrimônios públicos e privados) é característica do modelo 
patrimonialista. 
Já o modelo que se baseia no tripé: impessoalidade, 
profissionalismo e racionalidade é a burocracia. Portanto, o gabarito é a 
letra B. 
 
16 - (CESPE – TRE-BA /ANAL JUD - ADMINISTRATIVA – 2010) A 
administração pública burocrática se alicerça em princípios como 
profissionalização, treinamento sistemático, impessoalidade e 
formalismo, que são abandonados à medida que a administração 
pública gerencial, calcada na eficiência e na eficácia, se sobrepõe 
ao modelo burocrático. 
 
O erro da questão é que nem todos estes princípios do modelo 
burocrático citados são abandonados pelo modelo gerencial, mas 
sim incorporados ao modelo gerencial. 
Portanto, o modelo gerencial é uma ruptura somente com alguns 
aspectos da burocracia (o formalismo, por exemplo), mas podemos dizer 
que “se apóia” em vários de seus princípios (profissionalização, 
meritocracia, etc.). Assim, o gabarito é questão errada. 
Continuando nossa aula, outro ponto trabalhado por Bresser é a 
noção de que se deve coibir uma forma de privatização do Estado, que ele 
chama de “Rent-seeking” (ou a busca pela renda/recurso, em tradução 
livre). 
O termo privatização não está sendo aqui usado com o significado 
de venda de empresas estatais, como é geralmente conhecido! A ideia é a 
de que o recurso público está se destinando a um interesse privado 
(interesses de grupos de pressão, de partidos etc.). Veja outro texto de 
Bresser abaixo: 
“A administração pública gerencial, por sua vez, 
assume que se deve combater o nepotismo e a 
corrupção, mas que, para isto, não são 
necessários procedimentos rígidos. Podem ter sido 
necessários quando dominavam os valores 
patrimonialistas; mas não o são hoje, quando já existe 
uma rejeição universal a que se confundam os 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 103 
patrimônios público e privado. Por outro lado, 
emergiram novas modalidades de apropriação da res 
publica pelo setor privado, que não podem ser evitadas 
pelo recurso aos métodos burocráticos. Rent-seeking 
é quase sempre um modo mais sutil e sofisticado 
de privatizar o Estado e exige que se usem novas 
contra-estratégias. A administração gerencial — a 
descentralização, a delegação de autoridade e de 
responsabilidade ao gestor público, o rígido controle 
sobre o desempenho, aferido mediante indicadores 
acordados e definidos por contrato — além de ser uma 
forma muito mais eficiente para gerir o Estado, envolve 
estratégias muito mais efetivas na luta contra as novas 
modalidades de privatização do Estado.” 
 
Assim, o termo privatização é utilizado na frase não como 
venda regular de um patrimônio público à iniciativa privada, mas 
como o “parasitismo” do Estado, como o próprio Bresser define: 
“Rent-seeking é definido como a atividade de indivíduos e grupos de 
buscar “rendas” extra-mercado para si próprio através do controle 
do Estado.” 
A palavra tem origem na teoria econômica neoclássica, onde um 
dos sentidos da palavra “rent” é exatamente o ganho que não tem origem 
nem no trabalho, nem no capital. 
Este é o caso de grupos poderosos que se aproveitam de seu poder 
de influenciar o governo para receber recursos que não deveriam estar 
recebendo. Temos atualmente inúmeros casos de sindicatos, por 
exemplo, que recebem recursos públicos sem ter prestado nenhum 
serviço à sociedade, apenas por seu poder de ajudar ou atrapalhar o 
governante de ocasião! 
Desta forma, veja no quadro abaixo um resumo das principais 
característicasda Administração Gerencial: 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 103 
 
Figura 6 - Características do modelo gerencial 
Outras características marcantes do novo modelo gerencial são: a 
demanda por maior autonomia aos gestores públicos (financeira, material 
e de recursos humanos), a definição clara de quais serão os objetivos que 
os gestores devem buscar, a descentralização administrativa, o incentivo 
à inovação, a maior flexibilidade, a preocupação com as necessidades dos 
“clientes”, o foco na qualidade dos serviços públicos e uma estrutura 
hierárquica mais achatada e flexível. 
O modelo de administração gerencial não surgiu “pronto”. Este teve 
uma evolução que podemos classificar em três momentos: inicia-se com o 
que chamamos de gerencialismo puro (ou managerialism), depois se volta 
para o “consumerism” e o PSO - “Public Service Orientation”. 
 Como já vimos, as reformas administrativas implantadas nos 
países anglo-saxões a partir dos anos 70 do século passado, e depois 
disseminadas para os outros países, ficaram conhecidas pelo nome de 
Nova Gestão Pública (ou New Public Management – NPM). 
De acordo com Paula33: 
“a partir da década de 1970, a tentativa de 
adaptar e transferir os conhecimentos gerenciais 
desenvolvidos no setor privado para o setor 
público começou a se tornar preponderante, 
principalmente no Reino Unido e nos Estados 
Unidos. Esta visão alcançou o seu auge nos anos 
1980 com a emergência da new public 
management ou nova administração pública.” 
 
33 (Paula, 2005) 
Cobrança de Resultados "a 
posteriori"
Maior Autonomia e 
Flexibilidade
Incentivo à Inovação e foco na 
qualidade
Descentralização e 
preocupação com os 
"clientes"
Administração 
Gerencial
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 103 
Estas reformas foram causadas pelas crises fiscais destes países e 
geraram uma revisão do papel do Estado na economia e uma noção de 
que o atendimento aos cidadãos devia ser prestado com mais qualidade. 
Além disso, a definição e o controle de resultados, atrelados a 
mecanismos como os contratos de gestão, buscaram associar, à 
administração pública, um novo paradigma de gestão que viesse 
substituir o modelo burocrático. 
Assim, existiram três principais fases destas reformas: O 
Gerencialismo Puro, o Consumerism e o Public Service Orientation. 
Veja outras questões abaixo: 
17 - (ESAF – RFB – AFRF – 2009) Considerando os modelos 
teóricos de Administração Pública, é incorreto afirmar que, em 
nosso país: 
a) o maior trunfo do gerencialismo foi fazer com que o modelo 
burocrático incorporasse valores de eficiência, eficácia e 
competitividade. 
b) o patrimonialismo pré-burocrático ainda sobrevive, por meio 
das evidências de nepotismo, gerontocracia e designações para 
cargos públicos baseadas na lealdade política. 
c) a abordagem gerencial foi claramente inspirada na teoria 
administrativa moderna, trazendo, para os administradores 
públicos, a linguagem e as ferramentas da administração privada. 
d) no Núcleo Estratégico do Estado, a prevalência do modelo 
burocrático se justifica pela segurança que ele proporciona. 
e) tal como acontece com o modelo burocrático, o modelo 
gerencial adotado também se preocupa com a função controle. 
 
O erro da primeira questão está relacionado com a “ordem dos 
fatores”. O que ocorreu foi que o modelo gerencial incorporou 
características do modelo burocrático (como a noção de profissionalismo) 
e não que o modelo burocrático incorporou valores do modelo gerencial. 
As alternativas restantes estão corretas. Assim, o gabarito é mesmo 
a letra A. 
 
18 - (FCC – MP/SE – ADMINISTRADOR – 2009) modelo de 
Administração Pública Gerencial tem como principais 
características 
(A) descentralização dos processos decisórios, redução dos níveis 
hierárquicos, competição administrativa no interior das estruturas 
organizacionais e ênfase no cidadão-cliente. 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 103 
(B) concentração dos processos decisórios, aumento dos controles 
formais de processos e ênfase no cidadão-cliente. 
(C) inversão do conceito clássico de hierarquia, com redução dos 
níveis superiores e aumento dos inferiores, que passam a ser 
dotados de total autonomia decisória. 
(D) acentuação da verticalização das estruturas organizacionais, 
com aumento dos níveis hierárquicos superiores, onde se 
concentra todo o poder decisório. 
(E) descentralização dos processos decisórios, horizontalização 
das estruturas organizacionais e supressão dos mecanismos de 
controle de processos. 
 
A alternativa A descreve os pontos principais da Administração 
Gerencial e é o nosso gabarito. A alternativa B está errada, pois o modelo 
gerencial prega a descentralização do processo decisório, de forma a 
flexibilizar e a agilizar a tomada de decisões. 
Já a letra C vai longe demais, pois não se pretende dar total 
autonomia decisória aos níveis inferiores, nem inverter o conceito de 
hierarquia (o subordinado mandaria no chefe!). 
A alternativa D também está errada, pois a verticalização é 
característica da burocracia, e o modelo gerencial busca exatamente o 
contrário, ou seja, o achatamento das estruturas. Com isso teríamos 
menos níveis hierárquicos e menor custo administrativo. 
Por fim, a alternativa E está errada porque não se busca suprimir os 
mecanismos de controle, mas apenas trocar o foco nos procedimentos 
para o foco em resultados. 
 
19 - (FCC – TRT/PR – ANALISTA ADM – 2010) Sobre as 
características da administração pública gerencial considere: 
I. No plano da estrutura organizacional tornam-se essenciais a 
descentralização e a redução dos níveis hierárquicos. 
II. Tem como princípios orientadores do seu desenvolvimento o 
poder racional-legal. 
III. O cidadão é visto como contribuinte de impostos e como 
cliente dos seus serviços. 
IV. Sua estratégia volta-se para a definição precisa dos objetivos 
que o administrador público deverá atingir em sua unidade. 
V. Os cargos são considerados prebendas. 
É correto o que consta APENAS em 
(A) I e V. 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 103 
(B) I e II. 
(C) II, III e IV. 
(D) I, III e IV. 
(E) II, III e V. 
 
A primeira frase está correta, pois a estrutura da organização deve 
ser achatada (reduzindo seus níveis hierárquicos) de modo a agilizar o 
fluxo de informações e a aumentar a velocidade de adaptação desta 
organização aos desafios externos e demandas dos “clientes” internos e 
externos. 
A descentralização, que também é importante, ocorre quando as 
decisões passam a ser tomadas, em sua maioria, na base da organização, 
ou seja, pelas pessoas envolvidas diretamente no problema (pessoal na 
“linha de frente”). 
Entretanto, a segunda frase está errada, pois o modelo que se 
baseia na dominação racional-legal é a burocracia, e não o modelo 
gerencial. 
A terceira frase também aborda um aspecto correto do modelo 
gerencial, que é a visão do cidadão como um contribuinte e cliente dos 
serviços públicos. Portanto, a máquina pública teria de focar nas 
necessidades e demandas destes cidadãos, e não em seus problemas e 
demandas internos. 
A quarta frase aborda um dos aspectos mais importantesdo modelo 
gerencial – a preocupação com os resultados. Neste sistema, os gestores 
devem se comprometer com o alcance de resultados, em troca de maior 
autonomia para gerir seus recursos e de maior flexibilidade. A frase está 
certa. 
Já a quinta frase aborda uma característica do patrimonialismo 
(prebendas e sinecuras), e não do modelo gerencial. As prebendas e 
sinecuras eram posições ou cargos em que as pessoas eram escolhidas 
por seus contatos no poder (e não por mérito) e trabalhavam muito 
pouco. 
A escolha dos cargos públicos funcionava como uma troca de 
favores entre os envolvidos. O gabarito da questão é letra D. 
 
 
Gerencialismo Puro - Managerialism 
 
O primeiro impulso da Nova Gestão Pública (NPM) veio com o 
gerencialismo puro (ou managerialism – em inglês). De acordo com 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 103 
Abrucio34, a Inglaterra, no governo Thatcher em 1979, foi um dos 
primeiros países a adotar os conceitos do NPM. 
O contexto era de exaustão das finanças do Estado e de 
incapacidade do mesmo em atender a todas as demandas sociais que a 
sociedade cobrava. Neste primeiro momento, as primeiras ações 
buscaram reduzir custos e pessoal. 
O objetivo era devolver ao Estado a condição de investir 
através da redução de custos e do aumento da eficiência. Dentro 
deste prisma, estava toda uma estratégia de reposicionar o papel do 
Estado na sociedade, reduzindo o número de atividades que eram 
exercidas. O primeiro impulso deste modelo, portanto, foi na direção de 
melhorar as finanças e a produtividade dos órgãos públicos. 
A burocracia era vista como excessivamente rígida e centralizadora 
na época, tornando o Estado lento e pouco responsivo às demandas do 
meio externo. Além disso, acabou gerando uma mentalidade no setor 
público de busca do cumprimento de regras e regulamentos, e não dos 
resultados. 
Dentre as iniciativas de Thatcher estavam: a privatização, a 
desregulamentação, a redução de cargos públicos, a definição 
clara dos objetivos de cada setor e outras com o intuito de reduzir os 
gastos. O movimento ficou conhecido como “rolling back the state”, algo 
como “retração da máquina estatal”. 
De acordo com Jenkins35: 
“Thatcher se comprometeu a mudar este modo de 
funcionamento do serviço público (centralização 
administrativa), aumentando a eficiência 
administrativa do Estado. Suas primeiras medidas 
foram reduzir o tamanho da máquina e o seu 
custo: a administração central passou de 700 mil 
para aproximadamente 600 mil funcionários. Em 
seguida, aprimorou o gerenciamento por meio das 
ações da Efficient Unit, que tinha como objetivo 
acompanhar as melhorias na administração do 
serviço público e executar avaliações do 
desempenho dos servidores.” 
Nesta visão, o cidadão é encarado pelo Estado como contribuinte 
(financiador do Estado), que deve ter seus recursos gastos de maneira 
mais consciente. 
 
34 (Abrucio, 1997) 
35 (Jenkins, 1998) apud (Abrucio, 1997) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 46 de 103 
 
Assim, foi implantada aos poucos uma administração voltada 
para os resultados, com uma maior flexibilidade e descentralização dos 
gestores públicos, em vista a um ganho esperado de eficiência, que ao 
final acabou ocorrendo – pelo menos na ótica do gasto público. 
Como falamos acima, o gerencialismo buscou aumentar a eficiência 
do setor público. Mas, após os primeiros resultados, viu-se que o setor 
público não deveria apenas se preocupar com a eficiência, mas 
principalmente com a efetividade. Vamos relembrar rapidamente estes 
conceitos? 
 
Figura 7 - Eficiência, eficácia e efetividade 
Portanto, o gerencialismo puro buscava mais a eficiência, 
relacionada à gestão dos recursos, do que a efetividade – o efeito ou 
impacto na realidade social decorrentes das ações do governo. 
De acordo com Paula36, as características principais deste modelo 
foram: 
 
36 (Paula, 2005) 
ͻ Aumento da eficiência e 
redução de custos
Alvo do 
Gerencialismo 
Puro 
ͻ Fazer bem alguma tarefa
ͻ Utilizar da melhor forma os recursos
ͻ Relacionado ao modo, ao meio de se fazerEficiência
ͻ Fazer a coisa certa
ͻ Atingir os resultados e metas
ͻ Relacionado aos finsEficácia
ͻ Impacto das ações
ͻ Mudar a realidade
Efetividade
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 47 de 103 
 Descentralização do aparelho de Estado, que separou as 
atividades de planejamento e execução do governo e 
transformou as políticas públicas em monopólio dos 
ministérios; 
 Privatização das estatais; 
 Terceirização dos serviços públicos; 
 Regulação estatal das atividades públicas conduzidas pelo 
setor privado; 
 Uso de ideias e ferramentas gerenciais advindas do setor 
privado. 
 
 
Consumerism 
 
Desta forma, o gerencialismo puro recebeu muitas críticas, pois a 
redução de custos e o aumento da eficiência não podiam ser o único 
objetivo das reformas. Mas o retorno à burocracia não era mais visto 
como uma solução aceitável. 
O que faltava no modelo era a visão de que os serviços deveriam 
ser prestados com qualidade e com foco nas necessidades dos 
“clientes” e não com base nas necessidades da máquina pública. 
Esta nova visão não renegou os princípios do gerencialismo puro, 
mas acrescentou outras variáveis e prioridades. Foi o início do que 
chamamos de “paradigma do cliente” na administração pública. A 
preocupação deixou somente de ser com os custos e a produtividade para 
ser voltada a “fazer melhor” – entregar serviços de qualidade para 
a sociedade. 
Uma das medidas tomadas neste modelo foi a descentralização do 
processo decisório. A ideia é delegar poderes para quem está 
efetivamente envolvido na prestação do serviço ao “cliente”. 
Ao dar liberdade e autonomia para o servidor público que está 
lidando com o problema diretamente, sem necessitar “passar” esta 
informação a um superior e esperar sua resposta, aumentam-se as 
chances da organização responder ao problema de forma mais acertada. 
Além disso, as decisões são mais rápidas e o próprio “cliente” 
poderá acompanhar o processo decisório e cobrar do agente público que 
gerencia o processo. Pense bem, sempre será mais fácil cobrar algo de 
um prefeito do que de um ministro ou Presidente da República, não é 
mesmo? 
Portanto, a fiscalização sempre será mais fácil quando o agente 
público que toma a decisão estiver mais próximo do cidadão. 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 48 de 103 
Outra medida foi a tentativa de quebrar o “monopólio” na prestação 
de serviços dentro da máquina pública, tentando assim criar uma 
competitividade dentro do setor público e gerando alternativas de 
atendimento ao “cliente”. 
Ou seja, devia-se buscar, sempre que possível, criar alternativas 
para o “cliente” na prestação de serviços públicos (como no caso de 
escolas próximas, por exemplo) e fomentar esta “disputa” entre estes 
prestadores de serviços públicos. 
De acordo com Martins37, 
“O consumerism consistiu numa segunda resposta, 
uma reorientação do gerencialismo puro mais 
voltada à racionalização tendo como ponto 
central a questão da satisfação das 
necessidades dos cidadãos/consumidores de 
serviços públicos. A ênfasedeste modelo é uma 
estratégia de qualidade, a ser controlada pelo 
programa Citizen’s Charter, cujos resultados 
apoiavam-se em medidas tais como 
descentralização, estímulo à competitividade, 
modelos contratuais flexíveis e direcionados para a 
qualidade.” 
Por fim foram criados novos modelos contratuais, que serviriam 
como uma gestão de resultados no setor público. 
 
As principais críticas direcionadas ao Consumerism vieram 
exatamente do problema de se considerar o cidadão um simples 
cliente, pois apesar de ser uma evolução do que existia antigamente, 
não se adapta perfeitamente ao real relacionamento que deve existir 
entre o Estado e seus cidadãos. 
O termo cliente traz a noção de tratamento diferenciado aos que 
realmente utilizam os serviços públicos, enquanto o Estado deve ser 
isonômico! 
 
37 (Martins, Burocracia e a revolução gerencial - a persistência da dicotomia entre política 
e administração, 1997) 
Alvo do 
Consumerism 
Satisfação do 
͞ĐůŝĞŶƚĞ͟
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 49 de 103 
Assim sendo, o bordão comum no setor privado (“o cliente sempre 
tem razão”) não se aplica no setor público, e no relacionamento entre o 
Estado e o cidadão devem existir direitos e deveres. 
O conceito de cliente VIP também seria obviamente inconstitucional, 
pois o Estado não poderia tratar como especial um cidadão por ser um 
maior contribuinte, não é mesmo? 
Imagine se os maiores empresários do Brasil tivessem uma fila de 
atendimento prioritário em um órgão público. Não seria bem aceito isso 
pela população, não é verdade? Desta forma, se fez necessária uma nova 
visão, que iremos ver no Public Service Orientation. 
 
 
Public Service Orientation - PSO 
 
Com o PSO, que é a versão atual ou mais moderna da Nova Gestão 
Pública (ou NPM), entra a noção de tratamento não somente como 
“cliente”, mas como cidadão – uma noção mais ampla do que a de 
cliente, com direitos e deveres. Ou seja, neste caso, o cidadão não só 
pode como deve supervisionar a gestão dos recursos públicos e o 
funcionamento do Estado como um todo. 
Os princípios do PSO são temas como a equidade, a justiça, a 
transparência, a accountability, bem como a participação popular. 
A descentralização no PSO não é vista somente como uma 
maneira de melhorar os serviços prestados, mas como um meio de 
possibilitar a participação popular, criando-se uma arena que 
aumente a participação política dos cidadãos. 
Desta forma, busca-se trazer o cidadão para dentro da esfera do 
funcionamento do Estado, de modo que ele possa direcionar a maioria das 
ações do Estado. 
Veja como Marini38 descreve o PSO abaixo: 
“O terceiro, o Public Service Oriented (PSO), 
está baseado na noção de eqüidade, de resgate do 
conceito de esfera pública e de ampliação do dever 
social de prestação de contas (accountability). 
Essa nova visão, ainda que não completamente 
delimitada do ponto de vista conceitual, introduz 
duas importantes inovações: uma no campo 
da descentralização, valorizando-a como 
meio de implementação de políticas públicas; 
 
38 (Marini, 2003) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 50 de 103 
outra a partir da mudança do conceito de 
cidadão, que evolui de uma referência 
individual de mero consumidor de serviços, 
no segundo modelo, para uma conotação 
mais coletiva, incluindo seus deveres e 
direitos. Desse modo, mais do que “fazer mais 
com menos” e “fazer melhor”, o fundamental é 
“fazer o que deve ser feito”. Isto implica um 
processo de concertação nacional que aproxima e 
compromete todos os segmentos (Estado, 
sociedade, setor privado, etc.) na construção do 
projeto nacional.” 
Portanto, a visão atual é a de que o Estado deve não só prestar 
serviços de qualidade e tratar bem seus cidadãos, mas que deve 
proporcionar meios que possibilitem a cobrança de resultados e a 
participação destes cidadãos nas políticas públicas, de modo que o 
cidadão deixe de ser passivo diante do Estado para uma postura mais 
ativa. 
De acordo com Martins39, o PSO: 
“propõe uma revalorização da política na definição 
das finalidades estatais, aumento da 
accountability, participação, transparência, 
eqüidade e justiça. Este movimento baseia-se 
numa visão coletiva do cidadão, enfoca a esfera 
pública como um locus de aprendizado social e 
prega o aprimoramento da cultura cívica do 
cidadão, burocrata e político.” 
Vamos ver mais questões agora? 
20 – (ESAF – RFB – AUDITOR – 2014) Considerando-se os 
modelos teóricos de administração pública: patrimonialista, 
burocrático e gerencial, é correto afirmar que: 
a) a Administração Pública burocrática acredita em uma 
racionalidade absoluta, pregando o formalismo, rigidez e o rigor 
técnico. 
b) a Administração Pública burocrática pensa na sociedade como 
um campo de conflito, cooperação e incerteza, na qual os cidadãos 
defendem seus interesses e afirmam suas posições ideológicas. 
c) a Administração Pública burocrática prega a descentralização, 
com delegação de poderes, atribuições e responsabilidades para 
os escalões inferiores. 
 
39 (Martins, Burocracia e a revolução gerencial - a persistência da dicotomia entre política 
e administração, 1997) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 51 de 103 
d) a Administração Pública Gerencial é autorreferente e se 
concentra no processo, em suas próprias necessidades e 
perspectivas, sem considerar a alta ineficiência envolvida. 
e) a Administração Pública Gerencial assume que o modo mais 
seguro de evitar o nepotismo e a corrupção é pelo controle rígido 
dos processos com o controle de procedimentos. 
 
A Administração Burocrática é baseada na dominação racional-legal 
e prega o formalismo e o rigor técnico. Assim, a letra A está certa e é o 
gabarito. Já a letra B está errada, pois é o modelo gerencial que pensa a 
sociedade como um campo de conflito. 
O mesmo erro ocorre na letra C, pois é o modelo gerencial que 
prega a descentralização, não o modelo burocrático. Na letra D, é o 
modelo burocrático que é autorreferente, voltado para dentro. 
 Finalmente, a letra E está errada porque é o modelo burocrático 
que tem um foco nos procedimentos. Deste modo, o gabarito é mesmo a 
letra A. 
 
21 - (ESAF – MTE / AFT – 2010) As seguintes afirmações 
espelham entendimentos corretos sobre a Nova Gestão Pública 
(NGP), exceto: 
a) a NGP é um movimento cuja origem remonta às mudanças 
havidas nas administrações públicas de alguns países a partir da 
década de 1970, principalmente nos Estados Unidos e na 
Inglaterra. 
b) o consumerismo consiste em uma reorientação do 
gerencialismo puro, mais voltada à racionalização e tendo como 
ponto central a satisfação das necessidades dos cidadãos, 
consumidores de serviços públicos. 
c) a NGP nasceu gerencialista nos anos 1980, tendo sido 
fortemente inspirada nas reformas minimalistas e na proposta de 
aplicação da tecnologia de gestão empresarial ao Estado. 
d) nos anos 1990, o Public Service Oriented resgatou os conceitos 
de transparência, dever social de prestação de contas, 
participação política, equidade e justiça, introduzindo novas ideias 
ao modelo gerencial puro. 
e) desde o início, a experiência brasileira em NGP aponta para 
uma forte retomada do estado do bem-estar social e do 
desenvolvimentismo burocrático, ideal reforçado pela recentecrise do mercado financeiro internacional. 
 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 52 de 103 
A questão pede que o candidato marque a opção errada. Assim 
sendo, a letra E está claramente equivocada e é o nosso gabarito. O início 
da experiência brasileira com a Nova Gestão Pública, ou modelo gerencial, 
buscou a melhoria da gestão fiscal (através de cortes de despesas, 
privatizações, terceirizações etc.). 
Não existiu esta forte retomada do estado do bem-estar social nesta 
época, pelo contrário. A crise financeira só ocorreu em 2008, bem depois 
do PDRAE (1995). Portanto, o gabarito é mesmo a letra E. 
 
Papel dos gestores públicos no tratamento dos recursos 
financeiros, humanos e físicos. 
 
Governança e Governabilidade 
 
Os termos governança e governabilidade passaram a ser mais 
debatidos após as crises econômicas dos países em desenvolvimento nos 
anos 70 e 80 do século passado e do crescente processo de 
globalização40. 
Um exemplo de instituição que disseminou estes conceitos foi o do 
Banco Mundial. Esta instituição estava preocupada, naquela época, com 
uma baixa capacidade dos governos em desenvolvimento de 
implementarem seus programas com eficiência e eficácia. 
Portanto, o conhecimento destes conceitos nos possibilita entender 
melhor os desafios que os Estados modernos enfrentam nestes tempos 
complexos. Entretanto, são termos muito confundidos, pois são conceitos 
entrelaçados e conexos. 
O conceito de governabilidade é mais relacionado à capacidade 
política de governar41, ou seja, às condições de um governo de se 
legitimar perante a sociedade como um todo. É um termo ligado ao 
próprio exercício do poder e às condições materiais que devem existir 
para que um governo consiga exercer suas funções. 
Se um governo conta com apoio da sociedade como um todo para 
governar, ele tem governabilidade. A governabilidade insere-se então nos 
 
40 (Araújo V. d., 2002) 
41 (Matias-Pereira, Curso de Administração Pública: foco nas instituições e ações 
governamentais, 2009) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 53 de 103 
aspectos políticos do Estado: as relações entre os poderes, os sistemas 
partidários, a forma de governo, etc.42 
Eli Diniz apresenta três dimensões do conceito de governabilidade43: 
 Capacidade do governo para identificar problemas críticos e 
formular politicas adequadas ao seu enfrentamento; 
 Capacidade governamental de mobilizar os meios e recursos 
necessários à execução dessas politicas, bem como sua 
implementação; 
 Capacidade de liderança do Estado sem a qual as decisões tornam-
se inócuas. 
Já a governança está relacionada com a gestão dos recursos 
e com a capacidade deste governo de implementar as políticas 
públicas, ou seja, sua capacidade gerencial, técnica e financeira. 
De acordo com o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado44 
- PDRAE, o governo brasileiro não carece de governabilidade, mas de 
governança. Veja o texto original abaixo: 
“...pretende-se reforçar a governança - a 
capacidade de governo do Estado - através da 
transição programada de um tipo de 
administração pública burocrática, rígida e 
ineficiente, voltada para si própria e para o 
controle interno, para uma administração 
pública gerencial, flexível e eficiente, voltada 
para o atendimento do cidadão. O governo 
brasileiro não carece de 
“governabilidade”, ou seja, de poder 
para governar, dada sua legitimidade 
democrática e o apoio com que conta na 
sociedade civil. Enfrenta, entretanto, um 
problema de governança, na medida em 
que sua capacidade de implementar as 
políticas públicas é limitada pela rigidez e 
ineficiência da máquina administrativa.” 
Assim, de acordo com a análise de Bresser, o Brasil naquela época 
(anos 90) tinha apenas um problema de governança. Após a 
redemocratização, o governo era percebido pela população como legítimo, 
portanto tinha apoio – e governabilidade. O que faltava era capacidade 
 
42 (Matias-Pereira, Curso de Administração Pública: foco nas instituições e ações 
governamentais, 2009) 
43 (Diniz, 1995) apud (Gonçalves, 2005) 
44 (Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, 1995) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 54 de 103 
gerencial e financeira de atender às demandas da sociedade por serviços 
públicos. De acordo com Bresser: 
“Um governo pode ter governabilidade, na medida 
em que seus dirigentes contem com os 
necessários apoios políticos para governar, e no 
entanto pode governar mal por lhe faltar a 
capacidade da governança.”45 
Vamos analisar uma questão que analisa este tópico? 
22 - (CESPE - TCE-AC / ANALISTA - 2006) Aumentar a governança 
do Estado significa aumentar sua capacidade administrativa de 
gerenciar com efetividade e eficiência, voltando-se a ação dos 
serviços do Estado para o atendimento ao cidadão. 
 
Esta questão está perfeita e seu texto foi retirado do PDRAE. De 
acordo com o Plano Diretor46 em seu tópico 6.1, um de seus objetivos é: 
“Aumentar a governança do Estado, ou seja, sua 
capacidade administrativa de governar com 
efetividade e eficiência, voltando a ação dos 
serviços do Estado para o atendimento dos 
cidadãos.” 
Portanto, a questão está correta. 
Mas professor, eu não entendi porque estes conceitos são 
entrelaçados! 
Pessoal, imaginem que vocês estejam morando agora no Egito (que 
enfrentou diversas revoltas para derrubar o ditador Mubarak). Este país 
enfrentou uma crise de governabilidade, ou seja, não foi visto pela sua 
própria população como legítimo para governar o país. 
Com estas revoltas que aconteceram, certamente diversos serviços 
públicos foram suspensos (como escolas e hospitais) e vários programas 
governamentais não foram executados de forma correta. 
Desta forma, a dificuldade do próprio governo de exercer o 
poder (governabilidade) acaba afetando a capacidade deste 
mesmo governo de viabilizar as políticas públicas (governança), 
não é mesmo? 
Entretanto, a falta de governança também pode diminuir a 
governabilidade. Mas como vimos no texto acima do PDRAE, a falta de 
governança não reduziu a governabilidade no caso brasileiro. 
 
45 (Bresser Pereira, A reforma do estado dos anos 90: lógica e mecanismos de controle, 
1998) 
46 (Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, 1995) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 55 de 103 
Ou seja, é possível um Estado ter uma baixa governança e manter a 
sua governabilidade. Abaixo podemos ver um resumo dos conceitos: 
 
Figura 8 - Governança e governabilidade 
Outra vertente teórica considera a governança (ou “governance”) 
como uma mudança no papel do Estado. Este passaria a ser mais 
pluralista, ou seja, aceitaria uma participação maior da sociedade na 
formulação das políticas públicas. Seria o movimento da governança 
pública. 
Desta forma, a governança pública seria uma maneira de aumentar 
a participação da sociedade na gestão do Estado e de tornar as decisões 
menos técnicas e mais políticas. 
De acordo com Kooiman47, a governança poderia ser definida como 
“um modelo horizontal de relação entre atores públicos e privados no 
processo de elaboração de políticaspúblicas.” Assim, o Estado abre 
espaço para um maior envolvimento de outros atores não-estatais na 
formulação, implementação, execução e avaliação das políticas públicas. 
Assim sendo, a governança teria um aspecto interno e outro 
aspecto externo. A gestão dos diversos recursos públicos (como as 
pessoas, os recursos financeiros e os recursos materiais) estaria 
relacionada com a governança interna. 
Já a coordenação com diversas entidades governamentais e não 
governamentais na implementação das políticas públicas estaria ligada a 
governança externa. 
De acordo com Gonçalves: 
“enquanto a governabilidade tem uma dimensão 
essencialmente estatal, vinculada ao sistema 
politico-institucional, a governança opera num 
plano mais amplo, englobando a sociedade 
como um todo”. 
 
47 (Kooiman, 1993) apud (Secchi, 2009) 
ͻCapacidade técnica, financeira e gerencial;
ͻAspectos operacionais - gerir recursos.
Governança
ͻLegitimidade;
ͻPoder para governar;
ͻCapacidade política.Governabilidade
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 56 de 103 
Vejam que o conceito de governança não significa o mesmo 
para todos os autores! Alguns teóricos (como Gonçalves) acreditam 
que o conceito de governança é mais amplo do que o de governabilidade 
e engloba a relação com a sociedade. 
De acordo com Secchi48, a governança pública seria ligada ao 
movimento do Neoliberalismo. De acordo com o autor: 
“A etiqueta “governance” denota pluralismo, no 
sentido que diferentes atores têm, ou deveriam 
ter, o direito de influenciar a construção das 
políticas públicas. Essa definição implicitamente 
traduz-se numa mudança do papel do Estado 
(menos hierárquico e menos monopolista) na 
solução de problemas públicos.” 
Assim, na visão destes autores, o movimento da governança pública 
seria uma resposta dos Estados a um ambiente de maior 
complexidade e maiores demandas sociais; à ascensão dos valores 
neoliberais (que derivam de uma desconfiança na capacidade do Estado 
sozinho resolver os problemas da sociedade e prescrevem uma associação 
com entidades da sociedade civil para que estas ajudem ao Estado) e à 
própria elevação do modelo gerencial (e sua preocupação com o 
desempenho da máquina estatal). 
De acordo com estes autores, o resgate das redes ou comunidades 
como estruturas de construção de políticas públicas49 é um dos pontos 
mais importantes do movimento da governança pública. 
Além disso, dentro desta lógica, o Estado passa a ter de lidar com 
uma gama de redes interorganizacionais, integradas por diversos 
diferentes atores, sejam pertencentes ao Estado ou não, que estarão 
envolvidos neste processo. 
Portanto, neste modelo, o Estado deixa de “fazer tudo sozinho” e 
passa a contar com diversos atores (ONG´s, Organizações Sociais, etc.) 
no processo de execução das políticas. Assim, deixa de ocupar um 
papel de execução para assumir uma posição de coordenação e 
controle das políticas públicas50. 
De acordo com Matias-Pereira51, a Governança Pública está apoiada 
em quatro princípios: 
 
48 (Secchi, 2009) 
49 (Brugué e Valles, 2005) apud (Secchi, 2009) 
50 (Richards e Smith, 2002) apud (Secchi, 2009) 
51 (Matias-Pereira, Os efeitos da crise política e ética sobre as instituições e a economia 
no Brasil, 2006) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 57 de 103 
 Relações Éticas; 
 Conformidade, em todas as suas dimensões; 
 Transparência; 
 Prestação responsável de contas. 
Outra diferença entre a governança e a governabilidade relaciona-se 
com a fonte de cada uma. No caso da governabilidade, sua fonte direta 
são os cidadãos e da cidadania organizada52. 
Ou seja, sem o apoio destes, nenhum governo consegue 
desenvolver as condições políticas para suas políticas públicas. 
Já no caso da governança, de acordo com Araújo53, sua fonte não 
seriam os cidadãos, mais os agentes e servidores públicos (pois são os 
que efetivamente formulam e executam as políticas públicas). 
 
Capacidade Governativa 
 
Com a evolução das discussões sobre as distintas capacidades do 
Estado de atuar no plano político institucional (identificado com o conceito 
de governabilidade) e no plano gerencial (identificado com o conceito de 
governança), alguns autores já falam da falta de sentido de existir uma 
diferenciação dos conceitos. 
De acordo com Santos54, o conceito de governança não englobaria 
apenas os aspectos operacionais e da gestão de recursos do Estado e de 
gestão da máquina. Pela autora, 
“a discussão mais recente do conceito de 
governance ultrapassa o marco operacional para 
incorporar questões relativas a padrões de 
articulação e cooperação entre atores sociais e 
políticos e arranjos institucionais que coordenam e 
regulam transações dentro e através das 
fronteiras do sistema econômico. Incluem-se aí, 
não apenas os mecanismos tradicionais de 
agregação e articulação de interesses, tais como 
partidos políticos e grupos de pressão, como 
também redes sociais informais (de fornecedores, 
famílias, gerentes), hierarquias e associações de 
diversos tipos.” 
 
52 (Araújo V. d., 2003) 
53 (Araújo V. d., 2003) 
54 (Santos, 1996) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 58 de 103 
Assim, os conceitos de governança e de governabilidade deveriam 
ser substituídos pelo conceito de capacidade governativa, que 
englobaria tanto os aspectos políticos quanto os aspectos de gestão do 
Estado. A capacidade governativa, de acordo com ela55, seria 
“a capacidade de um sistema político de produzir 
políticas públicas que resolvam os problemas da 
sociedade, ou, dizendo de outra forma, de 
converter o potencial político de um dado conjunto 
de instituições e práticas políticas em capacidade 
de definir, implementar e sustentar políticas” 
Portanto, o conceito de capacidade governativa seria mais 
adequado, pois facilitaria a compreensão de que os fatores políticos 
afetam a capacidade de gestão e que uma incapacidade nesta gestão 
também causa uma erosão na capacidade política de governar. 
Vamos ver algumas questões agora? 
23 - (FCC – ISS-SP – AUDITOR – 2012) Governança, no setor 
público, 
I. é um fenômeno mais amplo que governo; abrange as 
instituições governamentais, mas implica também em 
mecanismos informais, de caráter não governamental. 
II. implica principalmente mecanismos formais, de caráter 
governamental, que fazem com que as pessoas e as organizações 
dentro da sua área de atuação tenham uma conduta determinada, 
satisfaçam suas necessidades e respondam às suas demandas. 
III. refere-se a padrões de articulação e cooperação entre atores 
sociais e políticos e arranjos institucionais que coordenam e 
regulam transações dentro e através das fronteiras do sistema 
econômico. 
IV. diz respeito às condições sistêmicas e institucionais sob as 
quais se dá o exercício do poder, tais como as características do 
sistema político, a forma de governo, as relações entre os Poderes 
e o sistema de intermediação de interesses. 
V. é a capacidade do governo para identificar problemas críticos e 
formular políticas adequadas ao seu enfrentamento. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
(A) II, IV e V. 
(B) III e V. 
(C) I e III. 
 
55 (Santos, 1996) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs.Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 59 de 103 
(D) II, III e IV. 
(E) I, IV e V. 
 
Esta questão foi baseada em um artigo de Alcindo Gonçalves: “O 
conceito de governança”56. De acordo o texto, Rosenau descreve o 
conceito de governança como mais amplo do que o de governo: 
“governança é um fenômeno mais amplo que 
governo; abrange as instituições governamentais, 
mas implica também mecanismos informais, de 
caráter não governamental, que fazem com que as 
pessoas e as organizações dentro da sua área de 
atuação tenham uma conduta determinada, 
satisfaçam suas necessidades e respondam as 
suas demandas”. 
Vejam que a definição retirada do texto foi “copiada” pela banca na 
frase I. Com isso, esta está certa. Já a segunda frase está incorreta, pois 
para este autor o conceito de governança não implica principalmente os 
mecanismos formais, mas também os informais. 
Em outro trecho do artigo, Gonçalves traz outra definição utilizada 
pela banca: 
“a governança refere-se a “padrões de 
articulação e cooperação entre atores sociais 
e políticos e arranjos institucionais que 
coordenam e regulam transações dentro e 
através das fronteiras do sistema 
econômico”, incluindo-se ai “não apenas os 
mecanismos tradicionais de agregação e 
articulação de interesses, tais como os partidos 
políticos e grupos de pressão, como também redes 
sociais informais (de fornecedores, famílias, 
gerentes), hierarquias e associações de diversos 
tipos” (Santos, 1997, p. 342). Ou seja, enquanto 
a governabilidade tem uma dimensão 
essencialmente estatal, vinculada ao sistema 
politico-institucional, a governança opera 
num plano mais amplo, englobando a 
sociedade como um todo”. 
Vejam que a terceira frase está também “copiada” do texto do 
Alcindo. Entretanto, saibam que a definição no final da citação não é 
 
56 (Gonçalves, 2005) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 60 de 103 
consenso entre os teóricos da área. Para o Gonçalves, o conceito de 
governança é mais amplo do que o de governabilidade. 
Já a quarta frase está incorreta porque se refere ao conceito de 
governabilidade e não de governança. De acordo com o texto do autor: 
“A governabilidade refere-se mais a dimensão 
estatal do exercício do poder. Diz respeito às 
“condições sistêmicas e institucionais sob as quais 
se da o exercício do poder, tais como as 
características do sistema politico, a forma de 
governo, as relações entre os Poderes, o sistema 
de intermediação de interesses” (Santos, 1997, p. 
342).” 
Finalmente, a quinta frase está relacionada à uma das dimensões 
do conceito de governabilidade do Eli Diniz. Com isso, a frase está 
incorreta. O gabarito é mesmo a letra C. 
 
24 - (FCC – TRE/MS – ANAL ADM – 2007) Considere as afirmativas 
abaixo. 
I. É o conjunto de condições necessárias ao exercício do poder. 
II. É a capacidade do governo de implementar as decisões 
tomadas. 
III. Compreende a forma de governo, relações entre os poderes, 
sistema partidário e equilíbrio entre as forças políticas de 
oposição e situação. 
IV. Diz respeito à capacidade de decidir. 
V. Envolve arranjos institucionais pelos quais a autoridade é 
exercida de modo a viabilizar as condições financeiras e 
administrativas indispensáveis à execução das decisões que o 
governo toma. 
Correspondem ao conceito de governança APENAS: 
(A) I e II. 
(B) III e IV. 
(C) II e III. 
(D) II e V. 
(E) IV e V. 
 
A questão refere-se ao conceito de governança. Assim, a primeira 
frase está incorreta, pois as condições necessárias ao exercício do poder 
relacionam-se com a governabilidade, não com a governança. Já a 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 61 de 103 
segunda frase está correta, pois a governança refere-se exatamente à 
capacidade do Estado de implementar suas políticas públicas. 
A terceira frase também está incorreta, pois as relações entre os 
poderes, a forma de governo são aspectos políticos ligados à 
governabilidade. A quarta frase também está ligada à governabilidade, ou 
seja, a capacidade de tomar decisões relaciona-se com o exercício do 
poder. 
A quinta frase está certa, pois dizemos que existe governança 
quando o Estado consegue implementar (viabilizar) as políticas públicas. 
Desta forma, tem capacidade gerencial, técnica e financeira de tornar 
realidade as decisões políticas tomadas pelos governantes. O gabarito é 
mesmo a letra D. 
 
Accountability 
 
O termo accountability deriva da noção, antiga no mundo anglo-
saxão, de que os representantes do Estado devem prestar contas à 
sociedade de seus atos. Portanto, podemos ligar este conceito à 
capacidade dos governantes e agentes públicos de prestar contas de seus 
atos na gestão da coisa pública aos governados. 
De acordo com Campos57, nas sociedades democráticas mais 
modernas, se aceita como natural e se espera que os governos – e o 
serviço público – sejam responsáveis perante os cidadãos. Além disso, 
acredita-se nestes países que a própria accountability força uma evolução 
das práticas administrativas, pois com mais informação e participação, a 
população passa a exigir melhores resultados. 
Para a supracitada autora, o próprio conceito de accountability não 
era conhecido no Brasil até pouco tempo, pois não havia esta noção de 
que o agente público teria a obrigação de prestar contas e de que os 
recursos públicos tinham, sim, dono - a coletividade. 
Desta forma, os mecanismos burocráticos de controle não supriam 
esta necessidade e não existia na cultura do setor público esta noção de 
prestação de contas à população. Entretanto, como os recursos públicos 
são da sociedade, torna-se fundamental a obrigação dos agentes que 
cuidam destes recursos de responder por eles58. 
Portanto, o agente que recebeu o poder de administrar a “coisa” 
pública deve prestar contas à sociedade, que delegou este poder. De 
 
57 (Campos, 1990) 
58 (Paludo, 2010) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 62 de 103 
acordo com Paludo, nas experiências de accountability, quase sempre 
“estão presentes três dimensões: informação, justificação e punição”. 
Para Mosher59, a accountability é sinônima de responsabilidade 
objetiva ou obrigação em responder por algo. Desta forma, o autor 
diferencia a responsabilidade objetiva (que vem de fora, sendo imposta), 
da responsabilidade subjetiva (que vem de dentro do sujeito). 
Assim, se o agente público não se sente na obrigação de prestar 
contas, deveria existir algum mecanismo que o obrigue! Deve existir a 
noção de que a prestação de contas não é um favor, mas um dever 
do agente público. 
Este fator é ainda mais importante no caso da burocracia. Estes 
agentes públicos, ao contrário dos políticos (que devem ser eleitos a cada 
eleição), não são submetidos a uma avaliação da sociedade. Desta forma, 
devem existir mecanismos que busquem evitar que estes servidores 
públicos abusem de sua autoridade ou façam uma má gestão dos 
recursos públicos. 
Além disso, a accountability é um elemento fundamental para o 
grau de governança democrática60. Afinal, se não temos nenhum controle 
sobre as ações e decisões do Estado, como podemos exercer a nossa 
cidadania em sua plenitude? 
Se não estamos informados dos fatos que ocorrem no governo, das 
decisões e motivos dosgovernantes, não teremos como exigir melhoras 
práticas e governantes, não é mesmo? 
De acordo com de Araújo: 
“o grau de governança democrática de um Estado 
depende, diretamente, do quantum de 
accountability existente na sociedade, assim como 
da natureza e abrangência do controle público 
sobre a ação governamental, visto que o princípio 
da soberania popular, alma da democracia, 
pressupõe não apenas o governo do povo e para o 
povo, mas também pelo povo” 
 
 
 
 
 
59 (Mosher) apud (Campos, 1990) 
60 (de Araújo, 2010) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 63 de 103 
Tipos de Accountability 
 
O conceito de accountability pode ser dividido em três tipos: 
horizontal, vertical e societal61. 
A accountability horizontal é relacionada com o controle e 
prestação de contas que ocorre quando um poder ou órgão fiscaliza o 
outro. Ou seja, o accountability horizontal ocorre quando existe uma ação 
entre entidades no mesmo plano. 
Pense neste termo horizontal – passa uma ideia de que as 
pessoas ou entidades são do mesmo nível, não é mesmo? 
Portanto, este tipo de controle funciona dentro do equilíbrio que 
deve existir entre os Poderes da República e o próprio controle interno de 
cada órgão. 
Dentre os exemplos, podemos citar as auditorias realizadas pela 
Controladoria-Geral da União nos órgãos federais (controle interno), as 
auditorias realizadas pelo Tribunal de Contas da União (controle externo), 
dentre outras. 
Já a accountability vertical se refere ao controle que a população 
exerce sobre os políticos e os governos. De acordo com O´Donnell62, que 
criou os conceitos de accountability horizontal e vertical, a accountability 
vertical é relacionada com a capacidade da população de votar e se 
manifestar de forma livre: 
“Por definição, nesses países a dimensão eleitoral 
de accountability vertical existe. Por meio de 
eleições razoavelmente livres e justas, os 
cidadãos podem punir ou premiar um mandatário 
votando a seu favor ou contra ele ou os candidatos 
que apoie na eleição seguinte. Também por 
definição, as liberdades de opinião e de 
associação, assim como o acesso a variadas fontes 
de informação, permitem articular reivindicações e 
mesmo denúncias de atos de autoridades públicas. 
Isso é possível graças à existência de uma mídia 
razoavelmente livre, também exigida pela 
definição de poliarquia. Eleições, reivindicações 
sociais que possam ser normalmente 
proferidas, sem que se corra o risco de coerção, 
e cobertura regular pela mídia ao menos das 
mais visíveis dessa reivindicações e de atos 
 
61 (Campos, 1990) 
62 (O´Donnell, 1998) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 64 de 103 
supostamente ilícitos de autoridades públicas são 
dimensões do que chamo de "accountability 
vertical".” 
Os principais mecanismos da accountability vertical seriam: o voto 
e a ação popular. Entretanto, O´Donnell critica a eficácia deste tipo de 
controle, pois as eleições ocorrem somente de quatro em quatro anos. 
Desta forma, pouco a população pode fazer neste intervalo de tempo. 
Ao contrário da accountability horizontal, no caso do vertical, este 
controle não é exercido por entidades do mesmo plano, do mesmo nível, 
com poderes semelhantes. 
A accountability societal refere-se ao controle exercido pela 
sociedade civil, muitas vezes representada por ONGs, sindicatos e 
associações. Estas instituições, em busca de denunciar abusos e 
desmandos dos agentes públicos, exercem uma pressão legítima sobre a 
Administração Pública. 
Além disso, estas instituições buscam, com este tipo de pressão e 
de denúncia, alertar os “canais normais” de controle, como o Ministério 
Público e o Tribunal de Contas da União, por exemplo. 
De acordo com Smulovitz e Peruzzotti63: 
“um mecanismo de controle não-eleitoral, que 
emprega ferramentas institucionais e não 
institucionais (ações legais, participação em 
instâncias de monitoramento, denúncias na mídia, 
etc.) e que se baseia na ação de múltiplas 
associações de cidadãos, movimentos, ou mídia, 
objetivando expor erros e falhas do governo, 
trazer novas questões para a agenda pública ou 
influenciar decisões políticas a serem 
implementadas pelos órgãos públicos.” 
De acordo com Carneiro64, os Conselhos de Políticas Públicas, em 
que o Estado e a sociedade participam de forma paritária, são exemplos 
de accountability societal, pois possibilitam a participação popular na 
condução das políticas públicas e, portanto, no funcionamento do Estado. 
De acordo com a autora: 
“os conselhos apontam para uma nova forma de 
atuação de instrumentos de accountability 
societal, pela capacidade de colocar tópicos na 
agenda pública, de controlar seu desenvolvimento 
e de monitorar processos de implementação de 
 
63 (Smulovitz e Peruzzotti, 2000) apud (Carneiro, 2006) 
64 (Carneiro, 2006) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 65 de 103 
políticas e direitos, através de uma 
institucionalidade híbrida, composta de 
representantes do governo e da sociedade civil.” 
Desta forma, podemos ver no gráfico abaixo as três modalidades de 
Accountability. 
 
Figura 9 - Tipos de Accountability 
Vamos ver agora algumas questões? 
25 - (FCC – BAHIAGAS – ADMINISTRADOR – 2010) Accountability 
é 
(A) a relação de legitimidade e autoridade do Estado e do seu 
governo com a sociedade. 
(B) o reconhecimento que tem uma ordem política, dependente 
das crenças e das opiniões subjetivas, e seus princípios são 
justificações do direito de mandar. 
(C) o conjunto de mecanismos e procedimentos que levam os 
decisores governamentais a prestarem contas dos resultados de 
suas ações, garantindo-se maior transparência e a exposição das 
políticas públicas. 
(D) a capacidade do governo de representar os interesses de suas 
próprias instituições. 
(E) a aquisição e centralização de poder do setor público na 
administração das agências, por meio dos princípios de 
governança corporativa do setor privado. 
 
Após o que já vimos acima, não fica difícil acertar esta questão, não 
é mesmo? O conceito de accountability relaciona-se com a alternativa C. 
A alternativa A relaciona-se mais com a governabilidade, portanto está 
incorreta. A segunda opção também não se relaciona com a 
accountability. 
Accountability
Societal
Horizontal
Vertical
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 66 de 103 
Já na letra D, o governo deve representar a sociedade, e não suas 
próprias instituições. Da mesma maneira, a letra E contradiz o conceito de 
accountability, pois o a centralização do poder na administração das 
agências não é coerente com a prestação de contas e a responsividade 
aos desejos da população. Assim sendo, o gabarito é mesmo a letra C. 
 
26 - (FCC – TCE-PR – ANALISTA – 2011) Considere as afirmativas: 
I. A Accountability horizontal requer a institucionalização de 
poderes para aplicação de sanções legais em atos verificados 
como nocivos à gestão pública. 
II. A Accountability relaciona-se ao princípio da publicidade. 
III. A Governança tem um sentido amplo, denotando articulação 
entre Estado e sociedade. 
IV. A Governabilidade denota um conjuntoessencial de atributos 
de um governo a fim de executar sua gestão. 
V. Há relação direta e proporcional entre a percepção dos cidadãos 
na avaliação positiva de governantes agirem em função do 
interesse coletivo e a maior accountability do governo. 
No âmbito da esfera pública, está correto o que se afirma em 
a) I, II, III e V, apenas. 
b) II, III, IV e V, apenas. 
c) II, III e IV, apenas. 
d) I, II, III, IV e V. 
e) I, III, IV e V, apenas. 
 
A primeira frase está correta, pois para que ocorram os “checks and 
balances”, ou “pesos e contrapesos” é necessário que os papéis de cada 
poder estejam definidos e balanceados entre si. Um poder não pode 
“dominar” o outro. 
A segunda frase também está perfeita. A Accountability está ligada 
mesmo ao princípio da publicidade, pois indica que os órgãos devem ser 
transparentes aos seus cidadãos. 
A terceira frase apresenta a definição de Gonçalves de governança, 
que abrange as relações entre o Estado e a sociedade. Com isso, está 
correta. 
A quarta frase também está certa. A governabilidade indica a 
capacidade de um governo de angariar apoio político e poder tomar suas 
decisões políticas. Sem esta capacidade, o governo não consegue articular 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 67 de 103 
os diversos interesses na sociedade e canalizar os meios necessários para 
resolver os problemas. 
Finalmente, a quinta frase está certa também, apesar de sua 
redação não ser das melhores. A percepção da população tem uma 
relação direta com a capacidade de accountability. Quanto mais 
transparentes e quanto mais agirem de acordo com os desejos da 
comunidade, melhor será a percepção dos cidadãos. O gabarito é, assim, 
a letra D. 
 
27 - (FCC – TRT-PE – ANALISTA – 2012) O desenvolvimento da 
capacidade de governança aplicada às organizações públicas foca, 
principalmente, 
a) o desenvolvimento de estratégias de fortalecimento da 
burocracia profissional, por meio da universalização dos 
concursos públicos, redução dos cargos comissionados e 
eliminação da terceirização na administração pública. 
b) as questões ligadas ao formato político-institucional dos 
processos decisórios, a definição do mix apropriado do 
público/privado nas políticas, a participação e a descentralização, 
assim como o escopo global dos programas. 
c) a reforma do regime político, reduzindo a necessidade de 
coalizões amplas de sustentação do governo e aperfeiçoamento de 
técnicas de planejamento estratégico na gestão dos programas 
ministeriais. 
d) a redução da máquina burocrática, especialmente nos níveis 
gerenciais, introduzindo métodos de contratação de gestores 
semelhantes aos da iniciativa privada. 
e) a introdução da gestão por resultados, a redução dos níveis 
hierárquicos e maior autonomia gerencial para os níveis 
operacionais, responsáveis pela implementação dos programas 
governamentais. 
 
Esta questão baseou-se no artigo de Maria Helena de Castro 
Santos: “Governabilidade, Governança e Democracia: Criação de 
Capacidade Governativa e Relações Executivo-Legislativo no Brasil Pós-
Constituinte” e no conceito “ampliado” de governança. 
De acordo com o artigo65, 
“Governance, conforme Melo, refere-se ao modus 
operandi das políticas governamentais que inclui, 
 
65 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 68 de 103 
dentre outras, questões ligadas ao formato 
político-institucional dos processos 
decisórios, à definição do mix apropriado do 
público/privado nas políticas, à participação 
e descentralização, aos mecanismos de 
financiamento das políticas e ao alcance 
global dos programas (cf. Melo, 1995:30-31). O 
conceito não se restringe, contudo, aos aspectos 
gerenciais e administrativos do Estado, tampouco 
ao funcionamento eficaz do aparelho de Estado.” 
Desta maneira, a letra B está correta e é o nosso gabarito. 
A letra A está errada porque apesar do conceito de governança 
estar relacionado com o fortalecimento da máquina estatal, isto não quer 
dizer necessariamente que estes aspectos sejam seguidos, como a 
eliminação da terceirização no setor público. 
A letra C também está incorreta, pois a reforma do regime político 
estaria mais ligada ao conceito de governabilidade do que do conceito de 
governança. 
A letra D tem o mesmo erro da letra A. O fortalecimento da 
máquina estaria ligado ao conceito de governança, mas não é seu ponto 
central a definição de como isto seria feito. Além disso, já vimos que a 
banca baseou-se no conceito ampliado de governança. 
A letra E está também apresentando diversos aspectos relacionados 
com o fortalecimento da máquina estatal. Entretanto, já vimos que a 
banca não utilizou o conceito tradicional de governança, de gestão dos 
recursos estatais e da capacidade técnica e financeira de executar as 
políticas públicas. Desta maneira, o gabarito é mesmo a letra B. 
 
 
Transparência 
 
Cada vez mais, a transparência nas ações governamentais é vista 
como elemento necessário para que o país possa reduzir as suas 
desigualdades, aumentar sua eficiência e atingir o seu pleno 
desenvolvimento. 
De acordo com Matias-Pereira66, 
“a transparência do Estado se efetiva por meio do 
acesso do cidadão à informação governamental, o 
 
66 (Matias-Pereira, Os efeitos da crise política e ética sobre as instituições e a economia 
no Brasil, 2006) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 69 de 103 
que torna mais democrática as relações entre o 
Estado e sociedade civil.” 
Ou seja, ser transparente é dar acesso para a sociedade de todos os 
atos e decisões públicas. É informar à sociedade e deixar disponíveis 
dados e informações que possibilitem uma análise e eventual crítica da 
atuação do Estado. 
Mais informado, o cidadão poderá avaliar melhor as políticas 
públicas, os diversos governantes e fazer melhores escolhas quando for 
votar. 
 
Governo Eletrônico e Transparência. 
 
Para que este movimento de ampliação da transparência possa 
acontecer, a Tecnologia da Informação e o que se conceituou de governo 
eletrônico são aspectos fundamentais. 
A evolução das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), 
como a internet, as redes de computadores, as comunicações via satélite 
e celular, criaram um ambiente propício para o desenvolvimento da 
Sociedade do Conhecimento67. 
Neste contexto, o governo eletrônico é a forma pela qual os 
governos, de acordo com a ONU68, podem usar a internet e a Web 
para disponibilizar informação e serviços aos cidadãos. Já para a 
OCDE69, o governo eletrônico é definido como o uso das TIC, em particular 
a internet, como ferramenta para levar a um melhor governo. 
Já para Diniz70, a ideia de governo eletrônico está ligada a 
duas dimensões: uma relacionada à modernização da administração 
pública por meio da utilização destas tecnologias de informação e 
comunicação (TIC) e na melhoria dos processos administrativos; a outra 
dimensão seria ligada ao uso da internet para a prestação de 
serviços públicos eletrônicos. 
Assim, o governo eletrônico, ou governança eletrônica, é uma 
ferramenta essencial para que o Estado possa aumentar a transparência 
de seus atos e programas para a sociedade ao mesmo tempo em que 
aumenta sua eficiência e eficácia. 
 
67 (Braga, Alves, Figueiredo, & Santos, 2008) 
68 (ONU, 2002) apud (Braga, Alves, Figueiredo,& Santos, 2008) 
69 (OCDE, 2003) apud (Braga, Alves, Figueiredo, & Santos, 2008) 
70 (Diniz, Barbosa, Junqueira, & Prado, 2009) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 70 de 103 
Portanto, podemos pensar tanto no governo eletrônico como uma 
forma de modernizar a própria gestão da máquina pública, quanto em 
uma forma mais moderna e eficiente de prestar serviços públicos aos 
seus cidadãos. 
O governo eletrônico insere-se, portanto, dentro deste panorama da 
utilização da internet e das tecnologias de comunicação por todos os 
agentes da sociedade para trocar informação, vender, comprar, prestar 
serviços, etc. 
Dentre os tipos de relacionamento de negócios privados que são 
encontrados na internet, Nunes e Vendrametto citam71: 
 B2C (Business to Consumer ou Negócios-Consumidores) – é o 
meio mais conhecido, em que empresas atendem diretamente 
ao consumidor final. Neste caso, estão incluídas todas as lojas 
virtuais e portais institucionais de empresas. Quando 
compramos algum produto em um site (como a 
“americanas.com.br”, por exemplo) estamos nos utilizando 
deste tipo; 
 B2B (Business to Business ou Negócio a Negócio) – neste 
caso, o que ocorre é a troca de informação ou compra e 
venda de produtos entre empresas. Portanto, é o uso da 
internet por empresas, para que estas tenham maior 
facilidade para negociar entre si. Assim, só participam pessoas 
jurídicas; 
Com a disseminação da utilização da internet para o atendimento 
das demandas de empresas e clientes, o governo se viu cada vez mais 
cobrado pela população para que passasse a utilizar estas ferramentas. 
Estas iniciativas, também chamadas de e-gov, podem ser 
desdobradas nestes relacionamentos72: 
G2C (Government to Citizen/Consumer ou Governo para Cidadão/Cliente) 
Abrange a utilização da internet e das TIC para o governo atender 
diretamente aos cidadãos e melhorar a qualidade de seus serviços 
públicos. 
Dentre as iniciativas mais conhecidas, podemos citar a utilização 
das urnas eletrônicas nas eleições (que reduziu enormemente as filas e o 
tempo de apuração dos resultados) e o recebimento das declarações de 
imposto de renda pela internet (que possibilita o preenchimento e a 
entrega dos dados pelo contribuinte no conforto de seu lar). 
 
71 (Nunes & Vendrametto, 2009) 
72 (Nunes & Vendrametto, 2009) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 71 de 103 
 
G2B (Government to Business ou Governo para Empresas) 
É o relacionamento do governo com as empresas, através da 
utilização da internet e das TIC. O governo busca com estas iniciativas 
tanto uma melhoria no tempo e nos custos de suas aquisições, bem como 
o incentivo a determinados negócios e um melhor acesso de pequenos 
negócios a estas oportunidades de negócios que as compras do governo 
possibilitam. 
De acordo com Zimath73: 
“As iniciativas voltadas para o setor empresarial, o 
G2B, surgem para atender uma demanda das 
organizações atualmente munidas de 
computadores, sistemas de informações 
gerenciais, aplicações em comércio eletrônico, 
intranet, extranet. O e-gov permite o “diálogo” 
digital entre empresas e governo, reduzindo 
custos, promovendo o desenvolvimento de 
determinados segmentos e regiões e 
viabilizando negócios.” 
Dentre as experiências de sucesso nesta área, podemos citar o 
portal Comprasnet, que proporciona uma visão global de todas as 
compras efetuadas pelo governo federal74. Os fornecedores têm acesso 
aos editais e podem participar dos pregões eletrônicos. Já os gestores 
têm acesso aos preços e catálogos de materiais de modo mais fácil e 
rápido. 
 
G2G (Government to Government ou Governo para Governo) 
O governo federal também se relaciona com outros entes federados 
através das TIC. Quando os estados utilizam o portal do CAUC, Cadastro 
Único de Convênios, para checar se existem pendências com a União, 
estão fazendo uso deste tipo de relacionamento. 
Desta forma, a internet e as TIC serão cada vez mais utilizadas para 
que os governos possam trocar informação e se relacionar. 
 
73 (Zimath, 2003) apud (Nunes & Vendrametto, 2009) 
74 (Nunes & Vendrametto, 2009) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 72 de 103 
 
Figura 10 - Relacionamentos do e-gov 
Vamos ver algumas questões? 
28 – (FCC – TCE/CE – ACE – 2008) O Portal do Tribunal de Contas 
do Ceará na Internet é um exemplo de governo eletrônico (E-
Gov), por provocar transformações profundas nos 
relacionamentos. Os relacionamentos mantidos pelo Tribunal com 
os cidadãos e com os demais órgãos governamentais denominam-
se, respectivamente, 
(A) G2G e G2B. 
(B) G2B e C2G. 
(C) G2C e G2G. 
(D) B2G e C2G. 
(E) C2G e G2B. 
 
A questão cita duas situações e pede que relacionemos com as 
opções descritas nas alternativas. A primeira trata-se do relacionamento 
do Tribunal de Contas com os cidadãos. Desta forma, é o governo lidando 
com o cidadão (G2C), não é mesmo? 
Só esta informação já seria suficiente para “matarmos” a questão, 
pois não existe alternativa além da C que tenha o G2C como o primeiro 
relacionamento. Já a outra situação descreve o relacionamento do TCE 
com outros órgãos governamentais. Portanto, trata-se de uma relação de 
governo com governo (G2G). Assim, o gabarito é mesmo a letra C. 
 
29 - (FCC – PGE/RJ – AUDITOR – 2009) Dentre as práticas 
orientadas para a modernização da Administração Pública, a mais 
adequada ao aumento da transparência e eficiência dos serviços 
públicos para o cidadão é 
E-gov
G2C - Governo 
para Cidadãos
G2B - Governo 
para Empresas
G2G -Governo 
para Governos
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 73 de 103 
(A) a descentralização dos serviços para as burocracias 
municipais. 
(B) a privatização das políticas sociais para organizações com fins 
lucrativos. 
(C) a redução de custos e racionalização dos serviços por meio de 
técnicas de downsizing. 
(D) o oferecimento de serviços públicos por meio de políticas de 
governança eletrônica. 
(E) a implementação de políticas de valorização das carreiras 
estratégicas em todas as áreas da Administração Pública. 
 
A alternativa A não está correta, pois esta descentralização não 
aumenta necessariamente a transparência das ações para os cidadãos, 
pois os municípios podem continuar não fornecendo as informações a 
estes cidadãos. 
A letra B é absurda. Já a letra C não se relaciona com uma ação de 
modernização da Administração Pública, pois o downsizing (redução 
drástica de pessoal e de níveis hierárquicos) não está inserido nas 
reformas administrativas. 
A letra D está correta, pois o governo eletrônico (ou governança 
eletrônica) realmente aumenta a transparência das ações e dos 
programas governamentais e leva a uma maior eficiência. 
Entretanto, a letra E não se relaciona com ações que levem a uma 
maior transparência. A valorização de carreiras estratégicas pode 
aumentar a eficiência (mesmo que indiretamente), mas não 
necessariamente aumentará a transparência. O gabarito é mesmo a letra 
D. 
 
CEGE 
O governo brasileiro vem praticando uma política de incentivo à 
utilização da internet como maneira de melhor atender aos cidadãos em 
empresas, além de melhorar a governançapública, ou seja, a gestão dos 
recursos públicos para poder atender aos desejos e às necessidades da 
sociedade. 
A coordenação destas ações no governo brasileiro é função do 
Comitê Executivo de Governo Eletrônico – CEGE. Este comitê elegeu 
como princípios de sua atuação75: 
 
75 (CEGE, 2004) apud (Nunes & Vendrametto, 2009) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 74 de 103 
 a promoção da cidadania como prioridade; 
 a indissociabilidade entre inclusão digital e o governo eletrônico; 
 a utilização do software livre como recurso estratégico; 
 a gestão do conhecimento como instrumento estratégico de 
articulação e gestão das políticas públicas; 
 a racionalização dos recursos; a adoção de políticas, normas e 
padrões comuns; 
 a integração com outros níveis de governo e demais poderes. 
De acordo com Pinto e Fernandes76, a implementação do programa 
do governo eletrônico abrange um conjunto de projetos e ações: 
“Em primeiro lugar, os projetos voltados para a 
oferta de serviços e informações ao cidadão 
em meio eletrônico, particularmente por meio 
de sítios na Internet. A criação e desenvolvimento 
de portais integradores de serviços e informações 
tem sido a principal iniciativa. Em segundo lugar, 
a expansão e melhoria da infra-estrutura de 
redes de comunicação, destacando-se a 
constituição da denominada Infovia Brasil, que 
será uma rede de alto desempenho para uso 
exclusivo da administração pública federal9. Em 
terceiro lugar, a convergência e integração 
entre os sistemas e bases de dados. Avanço 
relevante nesse sentido foi a definição inicial dos 
padrões de interoperabilidade para sistemas e 
equipamentos de informática que deverão orientar 
a estratégia de integração10. Finalmente, a 
construção do marco legal e normativo para 
as transações eletrônicas tem sido prioridade 
que afeta não somente o desenvolvimento dos 
serviços do Governo ao cidadão, como também 
toda a vasta gama de atividades no âmbito do 
comércio eletrônico.” 
Assim, estes projetos englobam diversas iniciativas que buscam 
fortalecer o governo eletrônico. Estas iniciativas transversais são 
fundamentais para criar uma infraestrutura para que o governo eletrônico 
seja eficaz e eficiente77: 
 
 
76 (Pinto & Fernandes, 2005) 
77 (Pinto & Fernandes, 2005) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 75 de 103 
Inclusão Digital 
Abrange iniciativas de cunho social, de forma a possibilitar que 
pessoas mais necessitadas não fiquem alijadas dos conhecimentos e 
instrumentos necessários para que participem da internet e do governo 
eletrônico. 
Uma das ações inseridas neste contexto é a ampliação dos 
telecentros, bem como o fornecimento de acesso em locais remotos e a 
um preço mais acessível para a população mais carente. 
 
Universalização dos Serviços de Telecomunicações 
Fundamental para que a iniciativa anterior funcione, esta 
universalização deve proporcionar acesso aos serviços de 
telecomunicações em todo o território nacional e engloba a telefonia e as 
redes de dados digitais. 
Dentre as ações que são inseridas neste contexto, temos: a 
informatização das bibliotecas, de redes de ensino, de instituições de 
saúde e a ampliação da oferta de conectividade à internet78. 
 
Certificação Digital 
A certificação digital busca, através da disseminação das chaves 
públicas de segurança, garantir o sigilo e a segurança nas informações, 
pagamentos e transações online. 
Estas chaves públicas de segurança são fundamentais para que o 
governo eletrônico possa funcionar, pois garante a integridade das 
informações e para que somente as pessoas e empresas autorizadas 
tenham acesso aos seus próprios dados fiscais e cadastrais. 
 
Compras Eletrônicas Governamentais 
Envolve a disponibilização de informações sobre as compras 
governamentais e a modalidade de compra conhecida como pregão 
eletrônico. Esta modalidade aumenta a transparência sobre as 
aquisições do governo, bem como busca aumentar a competição entre os 
licitantes e reduzir o custo total para o Estado. 
O portal utilizado no momento pelo governo federal é o 
www.comprasnet.gov.br. 
 
78 (Pinto & Fernandes, 2005) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 76 de 103 
 
Cartão Magnético 
O pagamento de auxílios como o Bolsa-família, entre outros, 
através de cartões magnéticos possibilita uma redução de custos e o 
aumento do controle sobre estes programas79. Por meio da utilização 
destes cartões, o governo pode ter um controle mais eficaz do 
funcionamento do programa e dos dados destes beneficiários. 
 
Comércio Eletrônico 
Existem diversas iniciativas que estão inseridas neste contexto. A 
definição dos marcos legais que regulam o comércio eletrônico é uma 
delas. Outra ação é a inclusão digital de micro e pequenas empresas. 
De certa forma, busca-se criar o arcabouço jurídico que dê 
segurança a todas as partes que operam no comércio eletrônico, além de 
criar condições que possibilitem às pequenas empresas participar deste 
processo. 
Vamos ver mais algumas questões? 
30 - (FCC – TCM/CE – AUDITOR – 2010) A garantia do sigilo e da 
segurança nas informações e nas transações que envolvam 
pagamentos online, fundamental para a consolidação do Governo 
Eletrônico como instrumento de gestão pública, depende da 
implantação de 
(A) um sistema de banda larga universal e estável. 
(B) um sistema público de busca de informações. 
(C) uma infraestrutura de chaves públicas. 
(D) um backbone multicast em toda a extensão da rede pública. 
(E) uma comissão de gestão da internet pública. 
 
O instrumento que garante o sigilo e a segurança nas transações 
online e é fundamental para a consolidação do governo eletrônico é a 
certificação digital. Esta certificação se consiste em chaves públicas de 
segurança. Desta forma, nosso gabarito é a letra C. 
A letra A descreve um requisito para que as informações sejam 
transferidas de modo rápido e confiável, mas não garante o sigilo. A letra 
B descreve o que seria um “Google” público, portanto não se relaciona 
com o sigilo. Já o backbone multicast (a banca “pegou pesado” nesta!) é 
 
79 (Pinto & Fernandes, 2005) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 77 de 103 
um instrumento que facilita videoconferências, entre outras aplicações. 
Assim, não se relaciona com o que a questão pede. 
Finalmente, a última alternativa também não se refere ao sigilo e à 
confiabilidade das transações eletrônicas. Deste modo, o gabarito é 
mesmo a letra C. 
 
31 - (FCC – TCM/CE – AUDITOR – 2010) A inovação nos sistemas 
eletrônicos de compras governamentais de maior relevância e 
contribuição para a redução dos preços é 
(A) a emissão eletrônica de ordem de pagamento. 
(B) a publicação online de catálogos eletrônicos de materiais e 
serviços padronizados. 
(C) o cadastramento online dos fornecedores permanentes. 
(D) o registro e a publicação online dos preços praticados pelos 
fornecedores. 
(E) a divulgação eletrônica dos editais de contratação. 
 
Esta questão dá para ser respondida somente com a lógica. A banca 
está pedindo algumacaracterística dos sistemas de compras 
governamentais que possa gerar redução de preços para o governo. 
A letra A com certeza não se enquadra, pois a simples emissão de 
uma nota fiscal não gera economia na compra dos materiais. A publicação 
de catálogos também não seria um fator deste. O principal benefício desta 
publicação é a disseminação dos melhores preços (que já existem) aos 
outros gestores públicos. 
A letra C também está errada, pois o simples cadastramento de 
fornecedores não gera, por si só, a redução de preços. A letra D seria a 
que melhor se enquadra na questão, pois a publicação das informações 
de preços dos concorrentes pode gerar um processo de maior 
concorrência entre estes. 
Entretanto, a letra E também está equivocada. A divulgação dos 
editais possibilita, em teoria, a participação de mais concorrentes, mas 
não necessariamente uma maior concorrência. Assim, o nosso gabarito é 
mesmo a letra D. 
 
Transparência no Contexto da LRF 
 
Com a entrada em vigor da Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF, a 
transparência no Brasil ganhou um grande impulso. Esta lei veio exigir 
dos governos diversos instrumentos de transparência atualmente 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 78 de 103 
consagrados, como o Relatório de Gestão Fiscal - RGF e o Relatório 
Resumido de Execução Orçamentária - RREO. 
De acordo com Paludo80, a LRF foi um divisor de águas na história 
das finanças em termos de transparência das contas públicas no Brasil. 
Desde então, os diversos governos têm aprimorado seus 
instrumentos de transparência, de forma a cumprir com a LRF. Estes 
instrumentos têm possibilitado uma tomada de consciência que antes não 
se via do estado das contas governamentais e das prioridades e 
qualidades da diferentes gestões públicas. 
Assim, a democracia participativa passa a se tornar realidade, pois, 
somente com instrumentos que facilitem a participação dos cidadãos, o 
controle da sociedade sobre o Estado pode ocorrer. 
Abaixo, podemos ver os artigos 48, 48-A e 49 da LRF, que detalham 
os instrumentos de transparência da lei: 
 
Da Transparência da Gestão Fiscal 
“Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais 
será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso 
público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as 
prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido 
da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões 
simplificadas desses documentos. 
Parágrafo único. A transparência será assegurada também mediante: 
I – incentivo à participação popular e realização de audiências 
públicas, durante os processos de elaboração e discussão dos planos, 
lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos; 
II – liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, 
em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução 
orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso 
público; 
III – adoção de sistema integrado de administração financeira e controle, 
que atenda a padrão mínimo de qualidade estabelecido pelo Poder 
Executivo da União e ao disposto no art. 48-A. 
Art. 48-A. Para os fins a que se refere o inciso II do parágrafo único do 
art. 48, os entes da Federação disponibilizarão a qualquer pessoa física 
ou jurídica o acesso a informações referentes a: 
I – quanto à despesa: todos os atos praticados pelas unidades gestoras 
no decorrer da execução da despesa, no momento de sua realização, com 
 
80 (Paludo, 2010) 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 79 de 103 
a disponibilização mínima dos dados referentes ao número do 
correspondente processo, ao bem fornecido ou ao serviço prestado, à 
pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento e, quando for o caso, 
ao procedimento licitatório realizado; 
II – quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda a receita das 
unidades gestoras, inclusive referente a recursos extraordinários. 
Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo 
ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo Poder 
Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para 
consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade. 
Parágrafo único. A prestação de contas da União conterá demonstrativos 
do Tesouro Nacional e das agências financeiras oficiais de fomento, 
incluído o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, 
especificando os empréstimos e financiamentos concedidos com recursos 
oriundos dos orçamentos fiscal e da seguridade social e, no caso das 
agências financeiras, avaliação circunstanciada do impacto fiscal de suas 
atividades no exercício.”81 
 
Vamos ver mais questões sobre estes temas? 
32 - (FGV – SEFAZ-RJ – AUDITOR – 2008) No que se refere ao 
papel dos gestores públicos no tratamento dos recursos 
financeiros, humanos e físicos, é correto afirmar que: 
a) as atividades de gestão de pessoal são obrigações exclusivas 
dos órgãos de Recursos Humanos da Administração Pública 
Federal. 
b) o gestor público que trata de transferências governamentais 
tem por regra a aplicação de recursos públicos de um ente 
federado para pagamento de despesas de pessoal de outro ente 
federado. 
c) para preservar o patrimônio público, a regra estabelece que as 
receitas de capital devem ser maiores que as despesas de capital. 
d) só o administrador público tem o dever de prestar contas dos 
recursos públicos que ele possui sob sua guarda. 
e) a relação de accountability estabelece que o administrado pode 
e deve exigir transparência dos administradores, que começa na 
publicidade, mas não se extingue nela. 
 
 
81 Lei Complementar n° 101/2000 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 80 de 103 
A letra A está incorreta, pois não existe esta exclusividade. A letra B 
é absurda e não merece maiores comentários. 
Na letra C, o que não é permitido, de acordo com a LRF, é a 
utilização de receitas de capital (vendas de imóveis etc.) para despesas 
correntes (com a exceção dos regimes de previdência dos servidores). 
A letra D está equivocada, pois todos que manejam recursos 
públicos devem prestar contas. Entretanto, a letra E está correta e é o 
nosso gabarito. 
 
33 - (FMP – TCE-RS – AUDITOR – 2011) Com relação à governança 
na Administração Pública, assinale a alternativa Incorreta. 
A) Governabilidade diz respeito ao exercício do poder e de 
legitimidade do Estado e do seu governo. 
B) Governabilidade é a capacidade que determinado governo tem 
para formular e implementar as suas políticas. 
C) O grau de governança democrática de um Estado independe do 
quantum de accountability existente na sociedade. 
D) A fonte direta da governança não são os cidadãos ou a 
cidadania organizada em si mesma, mas um prolongamento desta, 
ou seja, são os próprios agentes públicos ou servidores do Estado 
que possibilitam a formulação e a implementação adequada das 
políticas públicas e representam a face deste diante da sociedade 
civil e do mercado, no setor de prestação de serviços diretos ao 
público. 
E) Uma boa governança pública está apoiada em 4 princípios: 
relações éticas; conformidade, em todas as suas dimensões, 
transparências; e prestação responsável de contas. 
 
A FMP nesta questão pediu para que o candidato apontasse a opção 
incorreta. As duas primeirasopções estão corretas e não apresentam 
maiores dificuldades. A governabilidade está realmente relacionada com o 
exercício do poder e da legitimidade deste perante a sociedade. 
A terceira frase está errada e é o nosso gabarito. A banca inverteu o 
conceito, pois a governança democrática está ligada à Accountability. 
Desta maneira, esta é sim necessária para que a governança democrática 
exista. 
Na letra D, a banca trouxe o conceito da origem da governabilidade 
e da governança. Ao contrário da governabilidade (que depende do apoio 
da sociedade e dos grupos organizados), a governança deriva dos 
servidores e agentes públicos, pois são eles que formulam e executam as 
políticas públicas. 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 81 de 103 
A letra E reproduz o conceito de Matias-Pereira, que cita estes 
quatro elementos como princípios de uma boa governança pública. Assim, 
o nosso gabarito é mesmo a letra C. 
 
34 - (FMP – TCE-RS – AUDITOR – 2011) A transparência da gestão 
fiscal será garantida pela participação da sociedade e pela 
divulgação que deve ser dada a todas as ações relacionadas à 
arrecadação de receitas e à realização de despesas. Com esse 
propósito, a LRF criou alguns mecanismos. Assinale a Incorreta. 
A) A participação popular na discussão e na elaboração dos planos 
e dos orçamentos. 
B) A disponibilidade das contas dos administradores, durante todo 
o exercício, para consulta e apreciação pelos cidadãos e 
instituições da sociedade. 
C) A emissão de relatórios periódicos de gestão fiscal, de acesso 
público e ampla divulgação. 
D) A emissão de relatórios periódicos de execução orçamentária, 
de acesso público e ampla divulgação. 
E) O acompanhamento e a avaliação, de forma permanente, da 
política e da operacionalidade da gestão fiscal serão realizados 
por Conselho de Orçamento Participativo, constituído por 
representantes de todos os poderes e esferas de governo, do MP e 
de entidades técnicas representativas da sociedade. 
 
Esta questão da FMP cobrou o conhecimento dos instrumentos de 
transparência trazidos pela LRF. A letra A está correta e está contida no 
primeiro inciso do artigo n°48 da lei. 
As outras alternativas também estão todas contidas no texto legal. 
A única alternativa incorreta é a letra E. A banca pautou-se em uma 
“pegadinha” maldosa. Este Conselho de Gestão Fiscal está previsto no 
Artigo n° 67 da LRF, mas ainda não foi criado. Veja abaixo o texto legal82: 
“Art. 67. O acompanhamento e a avaliação, de 
forma permanente, da política e da 
operacionalidade da gestão fiscal serão realizados 
por conselho de gestão fiscal, constituído por 
representantes de todos os Poderes e esferas de 
Governo, do Ministério Público e de entidades 
técnicas representativas da sociedade, visando a: 
 
82 Lei Complementar n° 101/2000 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 82 de 103 
I - harmonização e coordenação entre os entes da 
Federação; 
II - disseminação de práticas que resultem em 
maior eficiência na alocação e execução do gasto 
público, na arrecadação de receitas, no controle do 
endividamento e na transparência da gestão fiscal; 
III - adoção de normas de consolidação das contas 
públicas, padronização das prestações de contas e 
dos relatórios e demonstrativos de gestão fiscal de 
que trata esta Lei Complementar, normas e 
padrões mais simples para os pequenos 
Municípios, bem como outros, necessários ao 
controle social; 
IV - divulgação de análises, estudos e 
diagnósticos.” 
Como a banca solicitou os instrumentos já criados pela LFR, esta 
alternativa torna-se incorreta (apesar de estar prevista no texto legal). 
Portanto, o nosso gabarito é mesmo a letra E. 
 
35 - (CESPE – TCU / PLANEJAMENTO – 2008) A governabilidade 
diz respeito às condições sistêmicas e institucionais sob as quais 
se dá o exercício do poder, tais como as características do sistema 
político, a forma de governo, as relações entre os poderes e o 
sistema de intermediação de interesses. 
Esta definição de governabilidade está perfeita. Como já vimos, a 
governabilidade está associada às condições políticas do exercício do 
poder. O gabarito é, portanto, questão correta. 
 
36 - (CESPE – MDS / TÉCNICO – 2006) O termo governabilidade 
está associado às condições políticas de gestão do Estado, 
enquanto governança refere-se às condições administrativas de 
gestão do aparelho estatal. 
Beleza. Mais uma vez vemos o Cespe cobrar os conceitos de 
governança e governabilidade. Questão bem tranqüila. O gabarito é 
questão correta. 
 
37 - (CESGRANRIO – FUNASA - ADMINISTRADOR – 2009) 
Accountability, Governabilidade e Governança são categorias 
muito utilizadas pelos cientistas políticos e por profissionais 
especializados na área de administração pública, cujos conceitos 
são importantes para a compreensão da formulação e da 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 83 de 103 
implementação das políticas públicas. Nesse contexto, como se 
caracteriza o conceito de Governabilidade? 
(A) Conjunto dos mecanismos e procedimentos para lidar com a 
dimensão participativa e plural da sociedade, o que implica 
expandir e aperfeiçoar os meios de interlocução e de 
administração do jogo de interesses. 
(B) Capacidade governativa em sentido amplo, envolvendo a 
capacidade de ação estatal na formulação e implementação das 
políticas, tendo em vista a consecução de metas coletivas. 
(C) Condições sistêmicas mais gerais sob as quais se dá o 
exercício do poder numa dada sociedade, refletindo características 
do sistema político, como a forma do governo, as relações entre os 
poderes, o sistema partidário e de intermediação de interesses. 
(D) Efetividade das políticas públicas elaboradas por governos, 
caracterizadas pelo rigor dos mecanismos que induzem os 
decisores a prestar contas dos resultados de suas ações, 
garantindo a transparência. 
(E) Prestação de contas pelo governo à Sociedade como fator de 
exposição pública das políticas. 
 
Como já vimos, a governabilidade está relacionada com a 
legitimidade do governo e com sua capacidade política de exercitar o 
poder. Desta forma, a população vê o governo como o representante 
legítimo de sua vontade e concede o apoio necessário para que este 
consiga governar. Portanto, nosso gabarito é a letra C. 
 
38 - (CESGRANRIO – BANCO CENTRAL – ANALISTA ÁREA 4 – 
2010) Boa governança e accountability são conceitos 
interdependentes. Quando o Banco Central do Brasil divulga, em 
seu site, diversas informações sobre sua atuação, dentre elas, a 
remuneração de membros da diretoria em eventos externos, 
exemplifica a importância da accountability vertical das 
organizações públicas. Entretanto, o fortalecimento da 
accountability vertical não depende apenas das próprias 
organizações públicas, sendo também fatores de seu 
desenvolvimento: 
I - ocorrência de competição real entre elites pelo poder; 
II - instâncias institucionais de supervisão, controle e avaliação 
recíproca; 
III - existência de liberdade de expressão e mídia independente 
do Estado; 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 84 de 103 
IV - população com bom nível educacional, renda e bem-estar; 
V - divisão de poderes segundo a estrutura republicana.Estão corretos APENAS os fatores 
(A) II e V. 
(B) I, II e IV. 
(C) I, III e IV. 
(D) II, III e V. 
(E) III, IV e V. 
 
Esta questão é bem inteligente e busca saber se o candidato 
conhece os conceitos de accountability vertical e horizontal. Como já 
vimos, o accountability vertical refere-se à prestação de contas entre a 
Administração Pública e seus eleitores, a sociedade. 
Já o accountability horizontal refere-se aos “pesos e contrapesos”, 
ou seja, ao controle que um órgão exerce sobre o outro (dentro da 
máquina estatal) e ao controle interno dentro do próprio ente. 
Assim sendo, as afirmativas II e V estão ligadas ao accountability 
horizontal, tornando-as incorretas. O gabarito é a letra C. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 85 de 103 
Lista de Questões Trabalhadas na Aula. 
 
1 - (FGV – BADESC – ANALISTA ADM - 2010) Com relação ao 
funcionamento da administração pública, analise as afirmativas a seguir. 
I. A administração pública, em sentido formal, é o conjunto de órgãos 
instituídos para a consecução dos objetivos do governo. 
II. A administração pública executa, técnica e legalmente, os atos de 
governo. 
III. A administração pública executa, com responsabilidade constitucional 
e política, os projetos governamentais. 
Assinale: 
(A) se somente a afirmativa I estiver correta. 
(B) se somente a afirmativa II estiver correta. 
(C) se somente a afirmativa III estiver correta. 
(D) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. 
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas. 
 
2 - (CESGRANRIO – CAPES – ANALISTA - 2008) Em sentido formal, a 
Administração Pública pode ser conceituada como o (a) 
a) conjunto de funções necessárias aos serviços públicos em geral. 
b) conjunto de órgãos instituídos para a consecução dos objetivos do 
Governo. 
c) expressão política de comando e de fixação de objetivos do Estado. 
d) união dos Poderes de Estado com funções atribuídas com precipuidade. 
e) união de três elementos originários e indissociáveis: Povo, Território e 
Governo soberano. 
 
3 - (FMP – TCE-RS – AUDITOR – 2011) O processo de proteção do núcleo 
técnico do Estado contra a interferência oriunda do público ou de outras 
organizações intermediárias corresponde ao conceito de um padrão 
institucionalizado que estrutura as relações entre sociedade e Estado no 
Brasil define o que se denomina de: 
A – clientelismo 
B – corporativismo 
C – neocorporativismo 
D – Insulamento burocrático 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 86 de 103 
E – universalismo de procedimentos 
 
4 – (ESAF – MF – ANALISTA TÉCNICO – 2013) A respeito do sistema de 
organização burocrático, analise as afirmativas abaixo, classificando- as 
como verdadeiras (V) ou falsas (F). Ao final, assinale a opção que 
contenha a sequência correta. 
( ) A crise é, efetivamente, um dos elementos distintivos de qualquer 
sistema de organização burocrática. Ela constitui o meio para chegar a 
operar os reajustes necessários. 
( ) O ritmo essencial que caracteriza uma organização burocrática é, 
particularmente, a alternância de longos períodos de estabilidade e curtos 
espaços de crise e mudança. 
( ) O poder de decisão, no interior de um sistema de organização 
burocrática, tende a situar- se, naturalmente, entre aqueles que dêem 
prioridade aos objetivos funcionais da organização independentemente da 
estabilidade do sistema político. 
a) V, F, V 
b) V, V, F 
c) F, F, V 
d) F, V, V 
e) V, F, F 
 
5 – (ESAF – RFB – AUDITOR – 2012) Sobre o modelo de Administração 
Pública Burocrática, é correto afirmar que: 
a) pensa na sociedade como um campo de conflito, cooperação e 
incerteza, na qual os cidadãos defendem seus interesses e afirmam suas 
posições ideológicas. 
b) assume que o modo mais seguro de evitar o nepotismo e a corrupção é 
pelo controle rígido dos processos, com o controle de procedimentos. 
c) prega a descentralização, com delegação de poderes, atribuições e 
responsabilidades para os escalões inferiores. 
d) preza os princípios de confiança e descentralização da decisão, exige 
formas flexíveis de gestão, horizontalização de estruturas e 
descentralização de funções. 
e) o administrador público prega o formalismo, o rigor técnico e 
preocupa-se em oferecer serviços, e não em gerir programas. 
 
6 - (FMP – TCE-RS – AUDITOR – 2011) A respeito da Administração 
Pública Burocrática, assinale a Incorreta: 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 87 de 103 
A) Estrutura complexa, altamente hierarquizada. 
B) Autoridade centrada na hierarquia de competências. 
C) Clara divisão do trabalho. 
D) Especialização das funções 
E) Processos de trabalho e mecanismos de controle definidos formalmente 
por normas e regras rígidas. 
 
7 - (FCC – ALESP/SP – GESTÃO PROJETOS – 2010) Com relação à 
administração pública burocrática considere. 
I. Surge na segunda metade do século XIX, na época do Estado liberal, 
com o objetivo de combater a corrupção e o nepotismo patrimonialista. 
II. Esse modelo de gestão possui como princípios orientadores a 
profissionalização, ou seja, a idéia de carreira e hierarquia funcional, a 
impessoalidade e o formalismo. 
III. Os pressupostos da administração burocrática são a confiança prévia 
nos administradores públicos e nos cidadãos que a eles, administradores 
públicos, dirigem demandas. 
IV. O controle pode transformar-se na própria razão de ser do 
funcionário; voltando-se para si mesmo, perdendo a noção de sua missão 
básica, que é servir à sociedade. 
V. A administração burocrática tem como principal qualidade a efetividade 
no alcance dos resultados; seu foco central é a eficiência do Estado. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
(A) I e II. 
(B) I, II, III e V. 
(C) II, III e IV. 
(D) II e V. 
(E) III, IV e V. 
 
8 - (ESAF – MPOG – APO – 2010) Uma das maiores obras de análise da 
estruturação e formação do Estado no Brasil foi 'Os Donos do Poder', de 
Raymundo Faoro. Assinale a opção que não corresponde ao pensamento 
de Faoro. 
a) A comunidade política conduz, comanda, supervisiona os negócios, 
como negócios privados seus, na origem, como negócios públicos depois, 
em linhas que se demarcam, gradualmente. 
b) O súdito e a sociedade se compreendem no âmbito de um 
aparelhamento a explorar, a manipular, a tosquiar nos casos extremos. 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 88 de 103 
Dessa realidade se projeta, em florescimento natural, a forma de poder, 
institucionalizada num tipo de domínio: o patrimonialismo, cuja 
legitimidade assenta no tradicionalismo - assim é porque sempre foi. 
c) O patrimonialismo estatal, no Brasil, incentivou o setor especulativo da 
economia e predominantemente voltado ao lucro como jogo e aventura, 
ou, na outra face, interessado no desenvolvimento econômico sob o 
comando político; para satisfazer imperativos ditados pelo quadro 
administrativo, com seu componente civil e militar. 
d) O brasileiro que se distingue há de ter prestado sua colaboração ao 
aparelhamento estatal, não na empresa particular, no êxito dos negócios, 
nas contribuições à cultura, mas numa ética confuciana do bom servidor, 
com carreira administrativa e curriculum vitae aprovado de cima para 
baixo.e) Na peculiaridade histórica brasileira, a camada dirigente atua em nome 
do interesse público, servida dos instrumentos políticos derivados de sua 
posse do aparelhamento estatal. Ao receber o impacto de novas forças 
sociais, a categoria estamental as amacia, domestica, embotando-lhes a 
agressividade transformadora, para incorporá-las a valores próprios, 
muitas vezes mediante a adoção de uma ideologia diversa, se compatível 
com o esquema de domínio. 
 
9 - (FCC – ISS-SP – AFTM – 2007) O modelo de Administração 
Burocrática, que tem entre seus principais expoentes Max Weber, 
caracteriza-se 
(A) pela criação de uma estrutura própria e estável, imune à alternância 
dos governantes, submetida a rígidos controles de resultado e de 
qualidade, sendo comumente criticada pelo excesso de formalismo e falta 
de flexibilidade. 
(B) pela consolidação do patrimonialismo, fazendo com que o Aparelho do 
Estado atue como extensão do poder dos governantes, sendo comumente 
criticada pelo clientelismo, nepotismo e ausência de controles efetivos. 
(C) pelo fortalecimento do Aparelho do Estado, que passa a atuar de 
forma paralela e imune ao poder dos governantes, sendo comumente 
criticada pelo inchaço dos quadros de servidores públicos e ausência de 
eficiência na correspondente atuação. 
(D) pela ênfase na idéia de carreira, hierarquia funcional, impessoalidade 
e formalismo, sendo comumente criticada pela rigidez do controle dos 
processos, de forma auto-referenciada e sem compromisso com os 
resultados para o cidadão. 
(E) como reação à Administração Pública patrimonialista, buscando 
instituir mecanismos de controle da atuação dos governantes, com ênfase 
nos resultados, sendo comumente criticada pela ausência de controles 
eficazes dos processos. 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 89 de 103 
 
10 - (ESAF – STN – ANALISTA - 2013) A respeito da chamada 
administração pública gerencial, analise as assertivas abaixo, 
classificando-as como verdadeiras(V) ou falsas(F). Ao final, assinale a 
opção que contenha a sequência correta. 
( ) A administração gerencial era considerada, quando da sua 
implementação, uma forma de trazer as mais recentes conquistas da 
administração de empresas para a administração pública. 
( ) O paradigma gerencial contemporâneo, que se dizia fundamentado nos 
princípios da confiança e da descentralização da decisão, exigia formas 
flexíveis de gestão, conforme se depreende do Plano Diretor da Reforma 
do Aparelho do Estado. 
( ) A administração gerencial visava transferir atividades de setor de 
serviços competitivos ou não exclusivos mediante o processo de 
publicização, ou seja, adoção pela sociedade, de formas de produção não 
lucrativas de bens e serviços públicos. 
( ) As agências executivas também surgem como uma proposta inovadora 
da reforma administrativa gerencial no setor de atividades não exclusivas 
do Estado. 
a) F, F, V, F 
b) V, V, V, F 
c) F, F, V, V 
d) V, V, F, F 
e) V, F, V, F 
 
11 – (ESAF – DNIT – ANALISTA – 2013) A administração pública no Brasil 
evolui-se por meio de três modelos básicos: a administração pública 
patrimonialista, a burocrática e a gerencial. Assim, pode-se afirmar que a 
reforma do aparelho do Estado que adotou o modelo de administração 
gerencial foi orientada predominantemente: 
I. pelos valores da eficiência e qualidade na prestação dos serviços 
públicos. 
II. pelo desenvolvimento de uma cultura gerencial nas organizações. 
III. pelo rompimento com todos os princípios da administração pública 
burocrática. 
Marque a opção correta. 
a) As afirmativas I e III estão corretas. 
b) As afirmativas II e III estão corretas. 
c) As afirmativas I e II estão corretas. 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 90 de 103 
d) Somente a afirmativa I está correta. 
e) Somente a afirmativa III está correta. 
 
12 – (ESAF – DNIT – ANALISTA – 2013) A reforma do aparelho do Estado 
no Brasil, que substituiu o modelo de administração burocrático e adotou 
o modelo de administração gerencial, foi marcada por uma diferença que 
é considerada fundamental. Essa diferença fundamental está 
a) na forma de controle, que deixa de basear-se nos resultados para focar 
nos processos. 
b) na forma de controle, que deixa de basear-se nos processos para focar 
nos resultados. 
c) na rigorosa profissionalização da administração pública que deixa de 
ser um princípio fundamental. 
d) na forma de controle, que passa a basear-se unicamente nos 
processos. 
e) na forma de controle, que deixa de basear- se nos processos e na 
profissionalização da administração pública para focar nos resultados. 
 
13 - (ESAF – STN – ANALISTA - 2013) A respeito das características da 
administração burocrática e da administração gerencial, atribua B à 
assertiva que descreva aspectos da administração burocrática e G à 
assertiva que descreva aspectos da administração gerencial. Ao final, 
assinale a opção que contenha a sequência correta. 
( ) O modo mais seguro de evitar o nepotismo e a corrupção é pelo 
controle rígido dos processos, com o controle dos procedimentos. 
( ) Pensa na sociedade como campo de conflito, cooperação e incerteza 
no qual os cidadãos defendem seus interesses e afirmam suas posições 
ideológicas. 
( ) Preocupa-se em oferecer serviços e não em gerir programas, visa 
atender aos cidadãos. 
( ) É autorreferente e se concentra no processo, em suas próprias 
necessidades e perspectivas. 
a) G, G, B, G 
b) B, G, B, B 
c) B, B, G, G 
d) B, G, G, B 
e) G, B, B, G 
 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 91 de 103 
14 - (ESAF – ANA – ANALISTA – 2009) Com a chegada da família real 
portuguesa, em 1808, o Brasil foi, em muito, beneficiado por D. João VI. 
Sobre a forma de administração pública vigente naquele período, pode-se 
afirmar corretamente que a coroa portuguesa exerceu uma administração 
pública: 
a) burocrática, pois, a despeito das inovações trazidas por D. João VI, 
ainda assim o aparelho do Estado funcionava como mera extensão do 
poder do soberano, não havendo diferenciação entre a res publica e a res 
principis. 
b) gerencial, com foco na racionalização e na qualidade dos serviços 
públicos prestados e tendo por objetivo primordial o desenvolvimento 
econômico e social de sua então colônia. 
c) patrimonialista, pois, a despeito das inovações trazidas por D. João VI, 
ainda assim o aparelho do Estado funcionava como mera extensão do 
poder do soberano, não havendo diferenciação entre a res publica e a res 
principis. 
d) burocrática, com foco na racionalização e na qualidade dos serviços 
públicos prestados e tendo por objetivo primordial o desenvolvimento 
econômico e social de sua então colônia. 
e) patrimonialista, uma vez que, a fim de combater a corrupção, centrou 
suas ações na profissionalização e na hierarquia funcional dos quadros do 
aparelho do Estado, dotando-o de inúmeros controles administrativos. 
 
15 - (ESAF – CGU – AFC – 2004) Ao longo de sua história, a 
administração pública assume formatos diferentes, sendo os mais 
característicos o patrimonialista, o burocrático e o gerencial. Assinale a 
opção que indica corretamente a descrição das características da 
administração pública feita no texto a seguir. 
O governo caracteriza-se pela interpermeabilidade dos patrimônios 
público e privado, o nepotismo e o clientelismo. A partir dos processos de 
democratização, institui-se uma administração que usa, como 
instrumentos,os princípios de um serviço público profissional e de um 
sistema administrativo impessoal, formal e racional. 
a) Patrimonialista e gerencial 
b) Patrimonialista e burocrático 
c) Burocrático e gerencial 
d) Patrimonialista, burocrático e gerencial 
e) Burocrático 
 
16 - (CESPE – TRE-BA /ANAL JUD - ADMINISTRATIVA – 2010) A 
administração pública burocrática se alicerça em princípios como 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 92 de 103 
profissionalização, treinamento sistemático, impessoalidade e formalismo, 
que são abandonados à medida que a administração pública gerencial, 
calcada na eficiência e na eficácia, se sobrepõe ao modelo burocrático. 
 
17 - (ESAF – RFB – AFRF – 2009) Considerando os modelos teóricos de 
Administração Pública, é incorreto afirmar que, em nosso país: 
a) o maior trunfo do gerencialismo foi fazer com que o modelo burocrático 
incorporasse valores de eficiência, eficácia e competitividade. 
b) o patrimonialismo pré-burocrático ainda sobrevive, por meio das 
evidências de nepotismo, gerontocracia e designações para cargos 
públicos baseadas na lealdade política. 
c) a abordagem gerencial foi claramente inspirada na teoria 
administrativa moderna, trazendo, para os administradores públicos, a 
linguagem e as ferramentas da administração privada. 
d) no Núcleo Estratégico do Estado, a prevalência do modelo burocrático 
se justifica pela segurança que ele proporciona. 
e) tal como acontece com o modelo burocrático, o modelo gerencial 
adotado também se preocupa com a função controle. 
 
18 - (FCC – MP/SE – ADMINISTRADOR – 2009) modelo de Administração 
Pública Gerencial tem como principais características 
(A) descentralização dos processos decisórios, redução dos níveis 
hierárquicos, competição administrativa no interior das estruturas 
organizacionais e ênfase no cidadão-cliente. 
(B) concentração dos processos decisórios, aumento dos controles 
formais de processos e ênfase no cidadão-cliente. 
(C) inversão do conceito clássico de hierarquia, com redução dos níveis 
superiores e aumento dos inferiores, que passam a ser dotados de total 
autonomia decisória. 
(D) acentuação da verticalização das estruturas organizacionais, com 
aumento dos níveis hierárquicos superiores, onde se concentra todo o 
poder decisório. 
(E) descentralização dos processos decisórios, horizontalização das 
estruturas organizacionais e supressão dos mecanismos de controle de 
processos. 
 
19 - (FCC – TRT/PR – ANALISTA ADM – 2010) Sobre as características da 
administração pública gerencial considere: 
I. No plano da estrutura organizacional tornam-se essenciais a 
descentralização e a redução dos níveis hierárquicos. 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 93 de 103 
II. Tem como princípios orientadores do seu desenvolvimento o poder 
racional-legal. 
III. O cidadão é visto como contribuinte de impostos e como cliente dos 
seus serviços. 
IV. Sua estratégia volta-se para a definição precisa dos objetivos que o 
administrador público deverá atingir em sua unidade. 
V. Os cargos são considerados prebendas. 
É correto o que consta APENAS em 
(A) I e V. 
(B) I e II. 
(C) II, III e IV. 
(D) I, III e IV. 
(E) II, III e V. 
 
20 – (ESAF – RFB – AUDITOR – 2014) Considerando-se os modelos 
teóricos de administração pública: patrimonialista, burocrático e 
gerencial, é correto afirmar que: 
a) a Administração Pública burocrática acredita em uma racionalidade 
absoluta, pregando o formalismo, rigidez e o rigor técnico. 
b) a Administração Pública burocrática pensa na sociedade como um 
campo de conflito, cooperação e incerteza, na qual os cidadãos defendem 
seus interesses e afirmam suas posições ideológicas. 
c) a Administração Pública burocrática prega a descentralização, com 
delegação de poderes, atribuições e responsabilidades para os escalões 
inferiores. 
d) a Administração Pública Gerencial é autorreferente e se concentra no 
processo, em suas próprias necessidades e perspectivas, sem considerar 
a alta ineficiência envolvida. 
e) a Administração Pública Gerencial assume que o modo mais seguro de 
evitar o nepotismo e a corrupção é pelo controle rígido dos processos com 
o controle de procedimentos. 
 
21 - (ESAF – MTE / AFT – 2010) As seguintes afirmações espelham 
entendimentos corretos sobre a Nova Gestão Pública (NGP), exceto: 
a) a NGP é um movimento cuja origem remonta às mudanças havidas nas 
administrações públicas de alguns países a partir da década de 1970, 
principalmente nos Estados Unidos e na Inglaterra. 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 94 de 103 
b) o consumerismo consiste em uma reorientação do gerencialismo puro, 
mais voltada à racionalização e tendo como ponto central a satisfação das 
necessidades dos cidadãos, consumidores de serviços públicos. 
c) a NGP nasceu gerencialista nos anos 1980, tendo sido fortemente 
inspirada nas reformas minimalistas e na proposta de aplicação da 
tecnologia de gestão empresarial ao Estado. 
d) nos anos 1990, o Public Service Oriented resgatou os conceitos de 
transparência, dever social de prestação de contas, participação política, 
equidade e justiça, introduzindo novas ideias ao modelo gerencial puro. 
e) desde o início, a experiência brasileira em NGP aponta para uma forte 
retomada do estado do bem-estar social e do desenvolvimentismo 
burocrático, ideal reforçado pela recente crise do mercado financeiro 
internacional. 
 
22 - (CESPE - TCE-AC / ANALISTA - 2006) Aumentar a governança do 
Estado significa aumentar sua capacidade administrativa de gerenciar 
com efetividade e eficiência, voltando-se a ação dos serviços do Estado 
para o atendimento ao cidadão. 
 
23 - (FCC – ISS-SP – AUDITOR – 2012) Governança, no setor público, 
I. é um fenômeno mais amplo que governo; abrange as instituições 
governamentais, mas implica também em mecanismos informais, de 
caráter não governamental. 
II. implica principalmente mecanismos formais, de caráter 
governamental, que fazem com que as pessoas e as organizações dentro 
da sua área de atuação tenham uma conduta determinada, satisfaçam 
suas necessidades e respondam às suas demandas. 
III. refere-se a padrões de articulação e cooperação entre atores sociais e 
políticos e arranjos institucionais que coordenam e regulam transações 
dentro e através das fronteiras do sistema econômico. 
IV. diz respeito às condições sistêmicas e institucionais sob as quais se dá 
o exercício do poder, tais como as características do sistema político, a 
forma de governo, as relações entre os Poderes e o sistema de 
intermediação de interesses. 
V. é a capacidade do governo para identificar problemas críticos e 
formular políticas adequadas ao seu enfrentamento. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
(A) II, IV e V. 
(B) III e V. 
(C) I e III. 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 95 de 103 
(D) II, III e IV. 
(E) I, IV e V. 
 
24 - (FCC – TRE/MS – ANAL ADM – 2007) Considere as afirmativas 
abaixo. 
I. É o conjunto de condições necessárias ao exercício do poder. 
II. É a capacidade do governo de implementar as decisões tomadas. 
III. Compreende a forma de governo, relações entre os poderes, sistema 
partidário e equilíbrio entre as forças políticas de oposição e situação.IV. Diz respeito à capacidade de decidir. 
V. Envolve arranjos institucionais pelos quais a autoridade é exercida de 
modo a viabilizar as condições financeiras e administrativas 
indispensáveis à execução das decisões que o governo toma. 
Correspondem ao conceito de governança APENAS: 
(A) I e II. 
(B) III e IV. 
(C) II e III. 
(D) II e V. 
(E) IV e V. 
 
25 - (FCC – BAHIAGAS – ADMINISTRADOR – 2010) Accountability é 
(A) a relação de legitimidade e autoridade do Estado e do seu governo 
com a sociedade. 
(B) o reconhecimento que tem uma ordem política, dependente das 
crenças e das opiniões subjetivas, e seus princípios são justificações do 
direito de mandar. 
(C) o conjunto de mecanismos e procedimentos que levam os decisores 
governamentais a prestarem contas dos resultados de suas ações, 
garantindo-se maior transparência e a exposição das políticas públicas. 
(D) a capacidade do governo de representar os interesses de suas 
próprias instituições. 
(E) a aquisição e centralização de poder do setor público na administração 
das agências, por meio dos princípios de governança corporativa do setor 
privado. 
 
26 - (FCC – TCE-PR – ANALISTA – 2011) Considere as afirmativas: 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 96 de 103 
I. A Accountability horizontal requer a institucionalização de poderes para 
aplicação de sanções legais em atos verificados como nocivos à gestão 
pública. 
II. A Accountability relaciona-se ao princípio da publicidade. 
III. A Governança tem um sentido amplo, denotando articulação entre 
Estado e sociedade. 
IV. A Governabilidade denota um conjunto essencial de atributos de um 
governo a fim de executar sua gestão. 
V. Há relação direta e proporcional entre a percepção dos cidadãos na 
avaliação positiva de governantes agirem em função do interesse coletivo 
e a maior accountability do governo. 
No âmbito da esfera pública, está correto o que se afirma em 
a) I, II, III e V, apenas. 
b) II, III, IV e V, apenas. 
c) II, III e IV, apenas. 
d) I, II, III, IV e V. 
e) I, III, IV e V, apenas. 
 
27 - (FCC – TRT-PE – ANALISTA – 2012) O desenvolvimento da 
capacidade de governança aplicada às organizações públicas foca, 
principalmente, 
a) o desenvolvimento de estratégias de fortalecimento da burocracia 
profissional, por meio da universalização dos concursos públicos, redução 
dos cargos comissionados e eliminação da terceirização na administração 
pública. 
b) as questões ligadas ao formato político-institucional dos processos 
decisórios, a definição do mix apropriado do público/privado nas políticas, 
a participação e a descentralização, assim como o escopo global dos 
programas. 
c) a reforma do regime político, reduzindo a necessidade de coalizões 
amplas de sustentação do governo e aperfeiçoamento de técnicas de 
planejamento estratégico na gestão dos programas ministeriais. 
d) a redução da máquina burocrática, especialmente nos níveis 
gerenciais, introduzindo métodos de contratação de gestores semelhantes 
aos da iniciativa privada. 
e) a introdução da gestão por resultados, a redução dos níveis 
hierárquicos e maior autonomia gerencial para os níveis operacionais, 
responsáveis pela implementação dos programas governamentais. 
 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 97 de 103 
28 – (FCC – TCE/CE – ACE – 2008) O Portal do Tribunal de Contas do 
Ceará na Internet é um exemplo de governo eletrônico (E-Gov), por 
provocar transformações profundas nos relacionamentos. Os 
relacionamentos mantidos pelo Tribunal com os cidadãos e com os demais 
órgãos governamentais denominam-se, respectivamente, 
(A) G2G e G2B. 
(B) G2B e C2G. 
(C) G2C e G2G. 
(D) B2G e C2G. 
(E) C2G e G2B. 
 
29 - (FCC – PGE/RJ – AUDITOR – 2009) Dentre as práticas orientadas 
para a modernização da Administração Pública, a mais adequada ao 
aumento da transparência e eficiência dos serviços públicos para o 
cidadão é 
(A) a descentralização dos serviços para as burocracias municipais. 
(B) a privatização das políticas sociais para organizações com fins 
lucrativos. 
(C) a redução de custos e racionalização dos serviços por meio de 
técnicas de downsizing. 
(D) o oferecimento de serviços públicos por meio de políticas de 
governança eletrônica. 
(E) a implementação de políticas de valorização das carreiras estratégicas 
em todas as áreas da Administração Pública. 
 
30 - (FCC – TCM/CE – AUDITOR – 2010) A garantia do sigilo e da 
segurança nas informações e nas transações que envolvam pagamentos 
online, fundamental para a consolidação do Governo Eletrônico como 
instrumento de gestão pública, depende da implantação de 
(A) um sistema de banda larga universal e estável. 
(B) um sistema público de busca de informações. 
(C) uma infraestrutura de chaves públicas. 
(D) um backbone multicast em toda a extensão da rede pública. 
(E) uma comissão de gestão da internet pública. 
 
31 - (FCC – TCM/CE – AUDITOR – 2010) A inovação nos sistemas 
eletrônicos de compras governamentais de maior relevância e 
contribuição para a redução dos preços é 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 98 de 103 
(A) a emissão eletrônica de ordem de pagamento. 
(B) a publicação online de catálogos eletrônicos de materiais e serviços 
padronizados. 
(C) o cadastramento online dos fornecedores permanentes. 
(D) o registro e a publicação online dos preços praticados pelos 
fornecedores. 
(E) a divulgação eletrônica dos editais de contratação. 
 
32 - (FGV – SEFAZ-RJ – AUDITOR – 2008) No que se refere ao papel dos 
gestores públicos no tratamento dos recursos financeiros, humanos e 
físicos, é correto afirmar que: 
a) as atividades de gestão de pessoal são obrigações exclusivas dos 
órgãos de Recursos Humanos da Administração Pública Federal. 
b) o gestor público que trata de transferências governamentais tem por 
regra a aplicação de recursos públicos de um ente federado para 
pagamento de despesas de pessoal de outro ente federado. 
c) para preservar o patrimônio público, a regra estabelece que as receitas 
de capital devem ser maiores que as despesas de capital. 
d) só o administrador público tem o dever de prestar contas dos recursos 
públicos que ele possui sob sua guarda. 
e) a relação de accountability estabelece que o administrado pode e deve 
exigir transparência dos administradores, que começa na publicidade, 
mas não se extingue nela. 
 
33 - (FMP – TCE-RS – AUDITOR – 2011) Com relação à governança na 
Administração Pública, assinale a alternativa Incorreta. 
A) Governabilidade diz respeito ao exercício do poder e de legitimidade do 
Estado e do seu governo. 
B) Governabilidade é a capacidade que determinado governo tem para 
formular e implementar as suas políticas. 
C) O grau de governança democrática de um Estado independe do 
quantum de accountability existente na sociedade. 
D) A fonte direta da governança não são os cidadãos ou a cidadania 
organizada em si mesma, mas um prolongamento desta, ou seja, são os 
próprios agentes públicos ou servidores do Estado que possibilitam a 
formulação e a implementação adequada das políticas públicas e 
representam a face deste diante da sociedade civil e do mercado, no setor 
de prestação de serviços diretos ao público. 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br99 de 103 
E) Uma boa governança pública está apoiada em 4 princípios: relações 
éticas; conformidade, em todas as suas dimensões, transparências; e 
prestação responsável de contas. 
 
34 - (FMP – TCE-RS – AUDITOR – 2011) A transparência da gestão fiscal 
será garantida pela participação da sociedade e pela divulgação que deve 
ser dada a todas as ações relacionadas à arrecadação de receitas e à 
realização de despesas. Com esse propósito, a LRF criou alguns 
mecanismos. Assinale a Incorreta. 
A) A participação popular na discussão e na elaboração dos planos e dos 
orçamentos. 
B) A disponibilidade das contas dos administradores, durante todo o 
exercício, para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da 
sociedade. 
C) A emissão de relatórios periódicos de gestão fiscal, de acesso público e 
ampla divulgação. 
D) A emissão de relatórios periódicos de execução orçamentária, de 
acesso público e ampla divulgação. 
E) O acompanhamento e a avaliação, de forma permanente, da política e 
da operacionalidade da gestão fiscal serão realizados por Conselho de 
Orçamento Participativo, constituído por representantes de todos os 
poderes e esferas de governo, do MP e de entidades técnicas 
representativas da sociedade. 
 
35 - (CESPE – TCU / PLANEJAMENTO – 2008) A governabilidade diz 
respeito às condições sistêmicas e institucionais sob as quais se dá o 
exercício do poder, tais como as características do sistema político, a 
forma de governo, as relações entre os poderes e o sistema de 
intermediação de interesses. 
 
36 - (CESPE – MDS / TÉCNICO – 2006) O termo governabilidade está 
associado às condições políticas de gestão do Estado, enquanto 
governança refere-se às condições administrativas de gestão do aparelho 
estatal. 
 
37 - (CESGRANRIO – FUNASA - ADMINISTRADOR – 2009) Accountability, 
Governabilidade e Governança são categorias muito utilizadas pelos 
cientistas políticos e por profissionais especializados na área de 
administração pública, cujos conceitos são importantes para a 
compreensão da formulação e da implementação das políticas públicas. 
Nesse contexto, como se caracteriza o conceito de Governabilidade? 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 100 de 103 
(A) Conjunto dos mecanismos e procedimentos para lidar com a dimensão 
participativa e plural da sociedade, o que implica expandir e aperfeiçoar 
os meios de interlocução e de administração do jogo de interesses. 
(B) Capacidade governativa em sentido amplo, envolvendo a capacidade 
de ação estatal na formulação e implementação das políticas, tendo em 
vista a consecução de metas coletivas. 
(C) Condições sistêmicas mais gerais sob as quais se dá o exercício do 
poder numa dada sociedade, refletindo características do sistema político, 
como a forma do governo, as relações entre os poderes, o sistema 
partidário e de intermediação de interesses. 
(D) Efetividade das políticas públicas elaboradas por governos, 
caracterizadas pelo rigor dos mecanismos que induzem os decisores a 
prestar contas dos resultados de suas ações, garantindo a transparência. 
(E) Prestação de contas pelo governo à Sociedade como fator de 
exposição pública das políticas. 
 
38 - (CESGRANRIO – BANCO CENTRAL – ANALISTA ÁREA 4 – 2010) Boa 
governança e accountability são conceitos interdependentes. Quando o 
Banco Central do Brasil divulga, em seu site, diversas informações sobre 
sua atuação, dentre elas, a remuneração de membros da diretoria em 
eventos externos, exemplifica a importância da accountability vertical das 
organizações públicas. Entretanto, o fortalecimento da accountability 
vertical não depende apenas das próprias organizações públicas, sendo 
também fatores de seu desenvolvimento: 
I - ocorrência de competição real entre elites pelo poder; 
II - instâncias institucionais de supervisão, controle e avaliação recíproca; 
III - existência de liberdade de expressão e mídia independente do 
Estado; 
IV - população com bom nível educacional, renda e bem-estar; 
V - divisão de poderes segundo a estrutura republicana. 
Estão corretos APENAS os fatores 
(A) II e V. 
(B) I, II e IV. 
(C) I, III e IV. 
(D) II, III e V. 
(E) III, IV e V. 
 
 
 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 101 de 103 
Gabarito 
 
1. A 
2. B 
3. D 
4. B 
5. B 
6. B 
7. A 
8. E 
9. D 
10. B 
11. C 
12. B 
13. D 
14. C 
15. B 
16. E 
17. A 
18. A 
19. D 
20. A 
21. E 
22. C 
23. C 
24. D 
25. C 
26. D 
27. B 
28. C 
29. D 
30. C 
31. D 
32. E 
33. C 
34. E 
35. C 
36. C 
37. C 
38. C 
 
 
 
 
 
Bibliografia 
Abrucio, F. L. (1997). O impacto do modelo gerencial na Administração 
Pública: Um breve estudo sobre a experiência internacional recente. 
Caderno ENAP n°10 , 52. 
Alexandrino, M., & Paulo, V. (2009). Direito administrativo 
descomplicado. São Paulo: Forense. 
Araújo, V. d. (2002). A conceituação de governabilidade e governança, da 
sua relação entre si e com o conjunto da reforma do Estado e do seu 
aparelho. Brasília: ENAP. 
Araújo, V. d. (2003). O túnel no fim da luz: uma análise da privatização 
do setor elétrico em Mato Grosso no marco da governabilidade 
democrática. XVII Concurso del CLAD sobre Reforma del Estado y 
Modernización de la Administración Pública. Caracas. 
Braga, L. V., Alves, W. S., Figueiredo, R. M., & Santos, R. R. (2008). O 
papel do Governo Eletrônico no fortalecimento da governança do setor 
público. Revista do Serviço Público , V. 59 (1), 05-21. 
Bresser Pereira, L. C. (1998). A reforma do estado dos anos 90: lógica e 
mecanismos de controle. Lua Nova: Revista de Cultura e Política , 22. 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 102 de 103 
Bresser Pereira, L. C. (2001). Do Estado Patrimonial ao Gerencial. In: W. 
e. Pinheiro, Brasil: um século de transformações (pp. 222-259). São 
Paulo: Cia das Letras. 
Campos, A. M. (1990). Accountability: quando poderemos traduzi-la para 
o português? Revista da Administração Pública , 24 (2), 30-50. 
Carneiro, C. B. (2006). Conselhos de Políticas Públicas: desafios para sua 
institucionalização. In: E. Saraiva, & E. Ferrarezi, Políticas Públicas; 
coletãnea (pp. 149-167). Brasília: ENAP. 
de Araújo, A. N. (2010). Articulação entre o conceito de governança e as 
funções de planejamento e controle na gestão de políticas públicas. III 
Congresso Consad de Gestão Pública. Brasília. 
Diniz, E. H., Barbosa, A. F., Junqueira, A. R., & Prado, O. (2009). O 
governo eletrônico no Brasil: perspectiva histórica a partir de um modelo 
estruturado de análise. Revista de Administração Pública , V. 43 (1), 23-
48. 
Faoro, R. (2001). Os donos do poder: formação do patronato brasileiro 
(3° Ed. ed.). Rio de Janeiro: Globo Ed. 
Gonçalves, A. F. (2005). O conceito de governança. Conpedi. Manaus. 
Magalhães, J. F. (2005). Ciência Política. Brasília: Vestcon. 
Marini, C. (2003). Gestão Pública: o debate contemporâneo. Cadernos da 
Fundação Luís Eduardo Magalhães nº 7 , 104. 
Martins, H. F. (1997). Burocracia e a revolução gerencial - a persistência 
da dicotomia entre política e administração. Revista do Serviço Público , 
V. 48 (1). 
Matias-Pereira, J. (2009). Curso de Administração Pública: foco nas 
instituições e ações governamentais (2° ed.). São Paulo: Atlas. 
Matias-Pereira, J. (2006). Os efeitos da crise política e ética sobre as 
instituições e a economia no Brasil. Observatório de la Economia 
Latinoamericana , n.67. 
Nunes, E. (2003). A gramáticapolítica do Brasil: clientelismo e 
insulamento burocrático (3° Ed ed.). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora. 
Nunes, R. M., & Vendrametto, O. (2009). Os negócios eletrônicos como 
instrumento de aperfeiçoamento entre redes de organizações: um estudo 
sobre o portal de compras do governo federal brasileiro. SIMPOI. FGV. 
O´Donnell, G. (1998). Accountability Horizontal e novas poliarquias. Lua 
Nova (44). 
Paludo, A. V. (2010). Administração pública: teoria e questões (1° ed.). 
Rio de Janeiro: Elsevier. 
Paula, A. P. (2005). Por uma nova gestão pública: limites e 
potencialidades da experiência contemporânea. Rio de Janeiro: FGV. 
37903993372
Administração p/ ICMS-RJ - 2016 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 13 
 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 103 de 103 
Pinto, S. L., & Fernandes, C. C. (2005). Institucionalização do governo 
eletrônico: o caso do Brasil. X Congreso Internacional del Clad sobre la 
Reforma del Estado y de la Administracion Pública. Santiago. 
Presidência da República. (1995). Plano Diretor da Reforma do Aparelho 
do Estado. Brasília: Presidência da República. 
Secchi, L. (Mar/Abr de 2009). Modelos organizacionais e reformas da 
Administração Pública. Revista de Administração Pública , 347-69. 
Weber, M. (2000). Economia e Sociedade: fundamentos da sociologia 
compreensiva (4° ed.). Brasilia: UNB. 
 
 
 
 
 
 
 
Por hoje é só pessoal! Estarei disponível no e-mail abaixo para qualquer 
dúvida. 
Bons estudos e sucesso! 
 
Rodrigo Rennó 
rodrigorenno@estrategiaconcursos.com.br 
http://www.facebook.com/rodrigorenno99 
http://twitter.com/rrenno99 
 
Conheça meus outros cursos atualmente no site! 
Acesse http://estrategiaconcursos.com.br/cursos-professor/2800/rodrigo-renno 
 
 
 
37903993372

Mais conteúdos dessa disciplina