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Colin Marques (colinmarques@hotmail.com) 1
Universidade Fernando Pessoa
Pós-graduação em Ciências da Informação e 
da Documentação
Tecnologias de Informação Documental
Colin Michael Mateus Marques
A catalogação informatizada e a ISBD (ER) como produto 
da evolução histórica da catalogação
Porto, Junho de 2006
Universidade Fernando Pessoa
Praça 9 de Abril, 349
P-4249-004 Porto
Tel. +351-22550.82.70
Fax. +351-22550.82.69
geral@ufp.pt
mailto:(colinmarques@hotmail.com)
mailto:geral@ufp.pt
Colin Marques (colinmarques@hotmail.com) 2
Resumo
Este trabalho faz uma minuciosa revisão bibliográfica de toda a evolução histórica da 
catalogação desde a antiguidade, passando pela idade média, pelo renascimento e pela 
revolução francesa até chegar à catalogação moderna, cujo início se situa a meados do 
séc. XIX. Acompanhando, com zelo, os progressos verificados no séc. XX, 
principalmente na sua segunda metade correspondente ao período do pós-guerra, uma 
vez que é neste período que desponta a necessidade de regulação da catalogação de 
modo a criar uma normalização internacional do tratamento catalográfico aceite 
universalmente. Neste sentido a evolução da ISBD, nas suas várias vertentes consoante 
o suporte de informação que incidem, e do formato UNIMARC que lhe confere uma 
legibilidade internacional devido à sua linguagem assente num sistema de códigos que 
permitem a legibilidade de dados bibliográficos registados em suporte electrónico, são 
também objecto de análise. 
Aqui faz-se um resumo histórico de todo o progresso ocorrido nesta fundamental 
técnica de tratamento documental que é a catalogação, até chegarmos à técnica 
propriamente dita e ao seu produto final: o catálogo. Assim é definido o conceito de 
catalogação e analisadas as quatro principais operações desta técnica, designadamente: a 
definição da entrada principal; a descrição da obra, a classificação da obra e a escolha 
dos temas (descritores). 
Além da evolução histórica, os temas das ISBD, do formato UNIMARC, da catalogação 
informatizada e da ISBD (ER) também merecem tratamento exclusivo e aprofundado. 
Tudo isto é efectuado sob uma estrutura de quatro capítulos, onde o primeiro é dedicado 
à introdução, o segundo à problemática do tema, o terceiro à revisão bibliográfica e o 
quarto à conclusão.
mailto:(colinmarques@hotmail.com)
Colin Marques (colinmarques@hotmail.com) 3
Índice
1. Introdução……………………………………………………………………………4
2. Abordagem à problemática do tema……………………………………………….5
3. Revisão Bibliográfica……………………………………………………………….6
3.1. A Catalogação, as ISBD’s e o formato UNIMARC (evolução histórica) …………6
3.2 A Catalogação (definição) …..…………………………………………………….14
3.2.1 Definir a entrada principal……………………………………………………….16
3.2.2 Descrever a obra ………………………………………………………………...17
3.2.3 Classificar a obra………………………………………………………………...18
3.2.4 Escolher os temas (descritores) ………………………………………………….21
3.3 As ISBD e formato UNIMARC…………………………………………………...23
3.4 A catalogação informatizada e a ISBD (ER)………………………………………27
4. Conclusão…………………………………………………………………………..30
5. Bibliografia………………………………………………………………………....31
mailto:(colinmarques@hotmail.com)
Colin Marques (colinmarques@hotmail.com) 4
1. Introdução
Este trabalho tem como objectivo demonstrar que a evolução histórica da catalogação 
teve como últimos produtos a catalogação informatizada e a ISBD (ER). Assim através 
de um percurso que começa na antiguidade e termina em 2004 – ano da última revisão 
da ISBD (ER) – analisaremos todo o percurso percorrido pela catalogação até ao 
momento que esta surge como informatizada. Da mesma forma procuraremos 
evidenciar a absoluta importância da normalização para o desenvolvimento da 
catalogação e para a implementação de normas com aplicação universal. Objectivo que 
foi alcançado pelas ISBD nas suas varias vertentes, conforme o suporte de informação 
em que actuem, que combinadas com o formato UNIMARC alcançam um âmbito 
universal. 
Por uma questão de clareza de exposição decidimos incluir num mesmo sub-capítulo 
toda a evolução histórica da catalogação, junto com a evolução histórica das ISBD e do 
formato UNIMARC, porque estamos convictos que a sua separação apenas suscitaria 
dúvidas ou incorrectas interpretações. Na história existem fenómenos que só podem ser 
explicados conjuntamente. E este é um deles. 
Terminada a apresentação da sua evolução histórica, o próximo objectivo é demonstrar 
a importância da catalogação como técnica de tratamento bibliográfico imprescindível a 
qualquer centro de documentação, pelas possibilidades que oferece no que toca à 
descrição e identificação bibliográfica. Assim após definir-mos o seu conceito e 
analisado o resultado da sua operação, o catálogo, procuramos dividir em quatro as suas 
principais operações técnicas: a definição da entrada principal; a descrição da obra, a 
classificação da obra e a escolha dos temas (descritores), para proceder a uma análise 
mais especifica de cada operação em si. Neste caso, acreditamos que a esta apresentação 
em separado das operações da catalogação reúna maior clareza de exposição, pois cada 
uma engloba uma singular especificidade.
A parte do trabalho dedicada à revisão bibliográfica termina com a abordagem aos 
temas das ISBD e do formato UNIMARC, tratadas conjuntamente, uma vez que não faz 
qualquer sentido tratá-las isoladamente. Com a catalogação informatizada e a ISBD 
(ER) seguimos o mesmo tratamento. Contudo, o trabalho apenas se encontra 
definitivamente concluído com a conclusão extraída sobre o mesmo.
mailto:(colinmarques@hotmail.com)
Colin Marques (colinmarques@hotmail.com) 5
2. Abordagem à problemática do tema
Duma evolução histórica existe sempre uma ideia que permanece: tudo se transforma. O 
que não significa que aquilo que surge, surja em oposição ao que já existe, mas sim 
como a evolução natural do que existe para o que seria desejável existir.
Assim procuremos expor toda a história da catalogação como uma história feita através 
de encadeamentos e caracterizando-se pela ausência de rupturas bruscas. O que produz 
resultados muito significativos, pelo facto das rupturas implicarem sempre a perca de 
conhecimentos e de ensinamentos. Algo de que a história da catalogação nunca foi 
vítima. 
Para todos os quantos que julguem que o aparecimento das novas tecnologias marca 
uma ruptura com todo o período pré-existente, ao estilo «Revolução Francesa», nós 
propomos uma explicação de continuidade, ou seja de evolução na continuidade para 
explicarmos todo o processo que culminou, por agora, com o surgimento da catalogação 
informatizada e com aparecimento da norma ISBD (ER). Ambos tributários não apenas 
do desenvolvimento da computação, mas sobretudo da evolução histórica da 
catalogação. 
mailto:(colinmarques@hotmail.com)
Colin Marques (colinmarques@hotmail.com) 6
3. Revisão Bibliográfica
3.1. A Catalogação, as ISBD’s e o formato UNIMARC (evolução histórica)
Apesar de não podermos falar em catalogação na antiguidade, pelo menos no sentido 
em que o termo é aplicado actualmente, podemos afirmar, com segurança, que a 
catalogação e a sua metodologia são tão antigos como as bibliotecas. 
Tendo em conta que a catalogação era e continua a ser um passo prévio a qualquer 
organização posterior dentro de uma biblioteca, podemos afirmar que a evolução 
histórica das bibliotecas tenha coincidido com a evolução histórica da catalogação. 
Deste modo podemos considerar a antiguidade como a primeira fase da evolução 
histórica da catalogação. Nesta fase as bibliotecas eram essencialmente depósitos de 
preciosidades bibliográficas e os profissionais que aí trabalhavam eram bibliotecários 
eruditos, cujas principais funções eram o estudo e a conservação desses depósitos. 
Datam deste período a célebre biblioteca de Assurbanipal (VII a. C.), assim como a 
igualmente famosa biblioteca de Alexandria e as bibliotecas romanas do Palatino.
Na maioria destas bibliotecasjá existiam catálogos, e do seu estudo podemos concluir 
que: não é evidente a diferença entre biblioteca e arquivo (as bibliotecas tinham 
exclusivamente um carácter de depósito e conservação de fundos); não é clara a 
diferença entre catálogo e inventário (o principal objectivo dos catálogos era o mero 
controle das colecções); não existindo códigos, nem instruções para a realização dos 
catálogos, esse trabalho ficava ao critério pessoal de cada catalogador; a catalogação e a 
classificação apareciam misturadas, uma vez que aspectos formais que hoje 
chamaríamos “conteúdo intelectual” do documento aparecem na parte descritiva desses 
documentos. 
Na idade média, as bibliotecas monásticas eram verdadeiros depósitos de cultura da 
época. Os seus catálogos eram listas descritivas e ordenadas que inventariam as 
colecções. Sabemos, no entanto, que a questão da localização dos livros não se definiu 
antes do séc. XIV, e a ordem alfabética para os encontrar não se utilizou antes do séc.
XVI. 
Contudo, foi na idade média que se desenvolveu a biblioteconomia, entendida somente 
como a arte de conservar os tesouros das bibliotecas e os catálogos como meio 
imprescindível para o controle dos seus fundos. Naturalmente que a ideia da biblioteca 
como meio difusor de cultura estava completamente arredada, até porque apenas uma 
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Colin Marques (colinmarques@hotmail.com) 7
pequena minoria sabia ler. Foi já no séc. XV, com a invenção da imprensa de 
Gutenberg, que apareceriam os primeiros catálogos impressos, que pouco se 
diferenciavam dos catálogos manuscritos da antiguidade. 
Foi no Renascimento – movimento tributário da corrente filosófica do humanismo que 
o deu forma – que começou a perfilar-se a função profissional dos bibliotecários, 
associada a um notável desenvolvimento das letras e ao aparecimento de grandes 
bibliotecas como as de Milão, Florença e Veneza. 
Do ponto de vista catalográfico, perdura o conceito de catálogo-inventário em que cada 
obra só tem uma referência. Continuando a persistir um vazio no que respeita a normas 
catalográficas. Apenas em meados do séc. XVI se vislumbram as primeiras tentativas de 
implantação de rudimentares regras de catalogação. 
No séc. XVII desenvolveram-se as bibliotecas da Companhia de Jesus, as bibliotecas de 
importantes mosteiros na Europa e as grandes bibliotecas reais que, posteriormente, 
deram origem às grandes bibliotecas nacionais, onde se começam a sentir mudanças 
provocadas pela procura de leitores, nomeadamente: a necessidade de utilizar 
bibliotecários profissionais que superentendam ao funcionamento das bibliotecas e 
atendam o público cada vez mais numeroso; os leitores procuram agora os livros mais 
por temas do que por autores; e passa a haver preferências pelo catálogo de matérias, em 
desfavor do catálogo de autores.
À medida que o número de livros vai aumentando, dois séculos depois da invenção da 
imprensa, deixa de ser possível aos bibliotecários reter de memória os títulos e os 
autores de todos os documentos depositados nas bibliotecas. É assim que nos finais do 
séc. XVII surge o primeiro catálogo dicionário rudimentar, entendido este como uma 
lista ordenada alfabeticamente por autores, títulos e assuntos, permitindo aceder à obra a 
partir de diferentes pontos de vista. 
Outra importante etapa para a evolução histórica das bibliotecas e por inerência da 
catalogação foi a Revolução Francesa. De um só golpe milhões de volumes passaram a 
ser propriedade do estado através de surpreendentes confiscações de colecções reunidas 
durante séculos. Isto originou: a criação de um grande número de bibliotecas 
especializadas; a transformação da Biblioteca Real em Biblioteca Nacional; e a criação 
de muitas bibliotecas públicas que acabaram por converter-se em bibliotecas 
municipais.
É nestas circunstâncias que surge o primeiro código catalográfico de 1791, que
estabelece como norma obrigatória o encabeçamento por autor e inclui regras concretas 
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Colin Marques (colinmarques@hotmail.com) 8
para o acesso ao documento e à sua localização. Prescreve, também, que o catálogo 
deverá ter a forma de fichas.
A importância histórica deste código reside no facto de, pela primeira vez, se 
estabelecerem normas para a catalogação descritiva, aplicadas à escala nacional. Não é 
tanto pelos elementos descritivos prescritos para identificar os livros, mas sobretudo 
pelo carácter de código oficial com vista à elaboração de catálogos que constituíssem 
uma Biblioteca Geral, que este código foi considerado um marco histórico. 
A catalogação moderna tem o seu início em meados do séc. XIX e coincide com o 
aparecimento das bibliotecas públicas nos países anglo-saxónicos; facto que resulta das 
alterações sociais que emergiram com as ideias revolucionárias aquando da queda do 
Antigo Regime e que favoreceram a socialização da cultura. 
A década de 1870 ficou conhecida, nos Estados Unidos, como o “boom” bibliotecário. 
A maioria das capitais estaduais ou já tinham ou estavam a criar a sua biblioteca 
pública. Datam deste período profissionais como Panizzi, Cutter e Dewey entre outros, 
que lutam pela unificação do pensamento bibliotecário. 
Panizzi é, inclusive, considerado como o “pai” do catálogo moderno. O qual foi 
pensado na organização do Museu Britânico, onde era bibliotecário, sendo redigidas 91 
Regras de Catalogação concebidas para elaborar o catálogo de livros impressos, mapas 
e música do museu. A importância das suas regras não reside apenas no facto de serem 
concebidas para a aplicação numa grande biblioteca nacional, mas também por se tratar 
do primeiro código sistemático. 
Cutter é outro dos grandes nomes a reter deste período. Este norte-americano pretendia 
o ordenamento científico dos livros de forma a facilitar o trabalho dos investigadores e 
dos estudiosos. O objectivo de Cutter era constituir um catálogo dicionário, que 
contemplasse a união de 4 catálogos distintos (autores, títulos, matérias e formas) e foi 
neste sentido que redigiu as suas regras. Nestas propunha 3 formas de catalogar 
diferentes, ou seja três níveis de catalogação: uma pouco detalhada, outra imediata e 
outra extensa. O grande contributo do Cutter foi a criação, pela primeira vez na história 
da catalogação, de regras específicas para criar o catálogo de matérias. Foi ainda 
fundador da ALA (American Library Association) e co-fundador, junto com Dewey, do 
famoso Library Journal.
A ALA foi fundada com a missão de servir como estrutura organizativa e de controle do
mundo bibliográfico americano, e ao mesmo tempo promover avanços científicos neste 
sector e tinha como principal ferramenta de difusão e comunicação o seu Library 
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Colin Marques (colinmarques@hotmail.com) 9
Journal. À semelhança dos EUA surge em Inglaterra a sua congénere europeia a LA 
(Library Association). 
Em 1908 foi publicado, sob os auspícios da LA e da ALA o Código Anglo-Americano, 
que reflecte uma nítida influência de Cutter, das instruções prussianas e das regras de 
Panizzi. Este código conjunto é formado por 174 regras, bem estruturadas, divididas em 
secções relacionadas com cabeçalhos, títulos e catalogação descritiva das obras para 
criar catálogos de autor e título.
Com o decorrer dos anos estas regras foram-se revelando insuficientes, sofrendo, 
inclusive, fortes criticas dos profissionais da biblioteconomia. O que serviu de 
motivação para que em 1949 a Biblioteca do Congresso e a ALA publicassem as Regras 
ALA e as Regras da Biblioteca do Congresso para Catalogação Descritiva. Com uma 
maior amplitude e minuciosidade do que as regras de 1908, são, no entanto, muito 
criticadas pelo seu carácter de excessivamente detalhado. Os protestos aliados aos 
desentendimentos crescentes entre europeus e americanos chegaram a por em causa a 
cooperação entre a LA e a ALA; até que em 1967 numesforço conjunto de ambas as 
associações foi publicada a primeira edição das AACR (Anglo-American Catologuing 
Rules). Regras que foram significativamente influenciadas por Ranganathan – um dos 
principais teóricos do séc. XX e autor da Classificação Colon.
As AACR de 1967 rapidamente se desactualizaram, o que se pode confirmar pelo facto 
de já em 1971 – ano em que em virtude das importantes iniciativas no campo da 
normalização internacional foram acusando uma cada vez maior necessidade de 
actualização, o que se deveu a um diminuto interesse pela automatização – a IFLA 
(International Federation of Library Associations and Institutions) começar a publicar as 
ISBD (International Standard Bibliographic Description). 
As AACR viram a sua utilidade claudicar em onze anos. Assim, em 1978, é publicada 
uma 2º Edição: as AACR 2, que incluem já para descrição diversos tipos de materiais, 
as diversas ISBD conhecidas até ao momento. Estas regras foram adoptadas pelos 
países de cultura anglo-saxónica e gozaram de uma ampla aceitação internacional, 
embora não tivessem atingido o estatuto de regra única, como almejavam. 
Todavia, as AACR 2, não descuraram de princípios fundamentais da biblioteconomia, 
nomeadamente: ser fieis aos princípios estabelecidos no Conferência Internacional 
sobre Princípios de Catalogação em Paris (1961); tomar em especial conta as vantagens 
que representa a aplicação dos computadores à informação bibliográfica; fazer o 
mailto:(colinmarques@hotmail.com)
Colin Marques (colinmarques@hotmail.com) 10
possível para produzir um código que fosse aceite internacionalmente; e determinar o 
tratamento dos “non book materials”.
Uma das principais novidades das AACR 2 está na sua estrutura. Foi abandonada por 
completo a estrutura de redacção dos antigos códigos, que privilegiaram a atribuição e a 
forma do cabeçalho, estas novas regras dedicam toda a primeira parte à descrição de 
qualquer documento (independentemente do suporte) para só depois eleger os pontos de 
acesso dos mesmos, ou seja as entradas possíveis pelas quais um documento deve 
figurar no catálogo. 
A partir deste momento do séc. XX uma realidade impõe-se: a absoluta necessidade de 
uma normalização. Por normalização entende-se a actividade que permite estabelecer 
normas em todos os âmbitos da vida humana que precisem de ser regulados. Molina 
(1994)
1
, mais especificamente, define normalizar como: “codificar um procedimento 
para resolver um problema que se repete com frequência, ordenando os seus dados com 
um critério unificado e lógico, garantindo a sua solução”. No que se aplica directamente 
à catalogação, uma norma consiste num dado referencial, resultado de um trabalho 
colectivo, com o fim de servir de base de entendimento à resolução de problemas 
repetitivos. Portanto, o principal benefício da normalização é que simplifica, racionaliza 
e codifica os dados a fim de resolver as dificuldades que possam surgir. 
É pela sua acção eficaz, pelas características de fiabilidade e internacionalidade e 
também pelo seu alcance simplificador e racionalizador, que a normalização se 
evidencia como um recurso absolutamente necessário em qualquer actividade científico-
técnica como a documentação onde a sua aplicação permite facilitar o tratamento e a 
transferência de informação.
As primeiras reuniões preparatórias no campo da Normalização Internacional recuam a 
1919. Contudo, a criação da Federação Internacional das Associações Nacionais de 
Normalização (ISA) apenas ocorreu em 1926. A qual agrupou 22 comités nacionais de 
normalização. Depois da II Grande Guerra, esta associação foi substituída pela ISO 
(International Standards Organization) que tinha, entre outros objectivos, facilitar a 
coordenação das normas nacionais estabelecidas pelos comités membros e emitir 
normas internacionais próprias. 
Aplicada à Documentação, a função da normalização consiste em estabelecer regras que 
assegurem a inter-conexão de sistemas que permitam uma maior facilidade no 
1
 Molina, M. P. (1994). La catalogación de documentos: teoría e práctica. Madrid, Editorial Sínteses. 
mailto:(colinmarques@hotmail.com)
Colin Marques (colinmarques@hotmail.com) 11
tratamento documental e na transferência de informação. O facto de apenas ter sido na 
segunda metade do séc. XX que se constatou a imperiosa necessidade de normas 
internacionais para regular a área da documentação está directamente relacionado com a 
“explosão documental” ou “explosão da informação” que se verificou no período do 
pós-guerra. De facto, a nível científico, a maioria dos investigadores viam-se 
incapacitados de não apenas dominar como também de estar informados de tudo o que 
se publicava e que poderia ser útil ao seu trabalho, uma vez que o enorme 
desenvolvimento da ciência e da tecnologia, sobretudo após a II Grande Guerra, 
multiplicou a literatura especializada – para não nos referirmos à literatura ligeira
destinada ao grande consumo. Perante este cenário de crescimento avassalador da 
informação e dos documentos, vários organismos nacionais e internacionais 
responderam emitindo normas para conseguir o controlo dessa “explosão documental”. 
A normalização incide primordialmente sobre operações afectas à catalogação 
descritiva, onde encontrou um amplo espaço de aplicação, tendo em conta, sobretudo, as 
trocas e a concepção e utilização de sistemas de informação – apenas operações como a 
indexação, por exigir um tratamento intelectual específico, escapam a uma regulação 
normalizada quer nacional quer internacional. 
Deste modo organizações internacionais como a UNESCO e a ISO, e também 
nacionais, redigiram normas para controlar esta área, entre as quais podemos destacar: 
as diversas ISBD, como normas de descrição bibliográfica de todo o tipo de materiais; o 
formato de troca internacional de dados bibliográficos legíveis por computador, 
conhecido por MARC (Machine Readable Cataloguing), consignado pela norma ISO 
2709; os vários códigos de identificação de documentos, tais como o ISBN, o ISSN, 
ect.; as relativas a suportes físicos (formato das fichas); e o conjunto de normas ISO 
aplicadas ao vocabulário e terminologia, ect.
Entre todos os organismos que pretenderam instituir normas catalográficas para 
controlar o ininterrupto crescimento da informação nos mais variados suportes, foram a 
IFLA e a UNESCO os maiores impulsionadores dessa regulação catalográfica. Na
Conferência Internacional de Princípios de Catalogação, em Paris (1961), realizou-se a 
primeira real tentativa para se chegar a um acordo internacional em matéria de 
princípios catalográficos, a qual originou uma revisão das regras de catalogação 
europeias, americanas e até japonesas.
Foi na Conferência de Paris que se criou o programa-base da IFLA, programa de longo 
prazo, denominado CBU – Controle Bibliográfico Universal, com sede na British 
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Library. Com o qual se pretendia que cada serviço nacional de catalogação, assumisse a 
responsabilidade de adquirir as novas publicações editadas no seu território, as 
catalogasse e distribuísse a outros países. É a criação de um sistema mundial para 
controle e troca de informação, em que cada país assume a responsabilidade de registar 
as suas próprias publicações, de forma a assegurar um contributo nacional ao sistema 
internacional. 
Outro encontro importante entre os especialistas da área ocorreu em Copenhaga (1969),
a Reunião Internacional de Especialistas de Catalogação, onde foi trazida à discussão 
pela primeira vez a possibilidade de estabelecer uma normalização internacional no 
terreno da descrição bibliográfica, o que exigiria a curto prazo a revisão das regras 
nacionais de catalogação. Esta reunião marca uma viragem no que toca às questões 
prioritárias a debater na catalogação. Assim, temas como as enormes perspectivas que 
se abriam à catalogaçãocom a utilização das novas tecnologias informáticas passaram a 
dominar as atenções dos profissionais da área em detrimento de temas como o estudo 
das questões relacionadas com a eleição pontos de acesso (entradas) e cabeçalhos, que 
até então tinham constituído os temas clássicos de discussão da história da catalogação. 
Foi no seguimento da Reunião de Copenhaga que a IFLA, sempre apoiada pela 
UNESCO, estudou as bibliografias nacionais e concluíram que havia necessidade de 
criar programas muito restritos para regular a ordenação de todos os elementos que 
intervêm na descrição bibliográfica de maneira a que ocupem um lugar adequado, 
sempre o mesmo, e que estejam separados uns dos outros por sinais de pontuação muito 
precisos, uma linguagem simbólica que visa facilitar a comunicação internacional da 
informação bibliográfica. Assim nascem as ISBD. 
Quase em simultâneo, nos EUA entre 1966 e 1968, a Biblioteca do Congresso faz 
experimentar o formato MARC em 16 bibliotecas, cuja selecção se baseou no tipo de 
biblioteca, na localização geográfica e, principalmente, na possibilidade de pessoal para 
colaborar em pleno no projecto. Durante esse período, a partir da Biblioteca do 
Congresso fazia-se a catalogação e o envio semanal às bibliotecas cooperantes das 
fichas em formato MARC sobre bandas magnéticas. As bibliotecas tratavam-nas nos 
seus computadores locais e alimentavam os seus ficheiros de modo a obterem listas 
bibliográficas ou catálogos impressos.
Parte deste projecto experimental foi dedicada a desenhar um formato para introduzir 
informação por máquina. Assim surgiu o formato MARC 1, que foi aprovado pelas 
bibliotecas que o experimentaram. Da necessidade de utilização do formato para além 
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dos EUA, especialmente no Reino Unido, tornou-se indispensável criar um formato 
internacional normalizado, nascendo assim o MARC 2, concebido para a troca de dados 
e capaz de armazenar informação bibliográfica sobre todo o tipo de materiais. 
Desde então, a Biblioteca do Congresso e as bibliotecas cooperantes iniciaram o 
trabalho de reconversão retrospectiva dos seus catálogos. A estrutura do formato foi 
aceite pela Organização Internacional de Normalização convertendo-se na norma ISO 
2709, que permite realizar a descrição bibliográfica de todo o tipo de documentos por 
via informática, especificando os elementos que devem constar em todo o registo 
informático. 
Nesta fase todo este processo era efectuado por métodos off-line, nos quais não é 
possível o diálogo Homem-Computador. Contudo, a partir da década de 70, nos EUA, 
aparecem os sistemas on-line, também conhecidos por sistemas interactivos por serem 
dotados de um ecrã e dum teclado que possibilitam o diálogo. Ainda nesta década 
surgem os primeiros catálogos públicos em linha, que ficaram conhecidos por OPACs 
(Online Public Acces Catalog), enquanto a IFLA continuava a publicar novas ISBD e a 
rever as já publicadas.
Pouco depois da criação do formato MARC, outro grupo de trabalho de descrição 
bibliográfica, liderado pela UNISIST, desenvolveram o Manual de Referência para as 
Descrições Bibliográficas Legíveis por Computador, vulgarmente conhecido por 
Manual de Referência UNISIST, cujo principal objectivo era servir como formato 
normalizado de comunicação para troca de informação bibliográfica legível por 
computador entre bases de dados bibliográficas. Formato que adopta uma norma 
equivalente à ISO 2709.
Todavia, nem o MARC nem o Manual UNISIST resolveram totalmente os problemas 
que se colocavam com a troca de registos. Para colmatar essas insuficiências, uma 
secção da IFLA, trabalhou sobre a descrição bibliográfica normalizada e criou o 
UNIMARC, publicado em 1977 para monografias e publicações em série. 
Desde a década de 80 até aos nossos dias, foi formato UNIMARC tem sido 
permanentemente melhorado no sentido de uma cada vez maior sofisticação, 
acompanhando a evolução das regras catalográficas, até que em 1994, é publicada a 2º 
Edição do Manual UNIMARC. 
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3.2 A Catalogação (definição)
A catalogação é a uma operação de tratamento técnico documental imprescindível para 
a descrição do conteúdo informativo duma publicação tendo em conta a sua posterior 
recuperação. Desta forma, por catalogação designa-se o processo de descrever os 
elementos informativos que permitem identificar um documento, independentemente do 
seu suporte físico, e de estabelecer os pontos de acesso ou entradas (de autoria, títulos 
ou temáticos) que facultem uma completa recuperação desse mesmo documento. 
Nesse sentido catalogar consiste na elaboração de um catálogo, ou seja uma operação 
que visa descrever minuciosamente os documentos possuidores de informação 
associados a um determinado suporte com a finalidade de os integrar num núcleo que 
desembarace o procedimento da recuperação da sua informação. Assim sendo, o 
catálogo é o produto final da catalogação. É um instrumento bibliográfico por 
excelência, e o seu principal objectivo é facilitar a identificação e a localização de um 
documento do qual previamente conhecemos o autor, o título ou a matéria que aborda. 
Pode-mos defini-lo como um conjunto de registos do documento duma colecção, 
ordenados de acordo com determinadas normas. Deve, no entanto, cumprir os seguintes 
requisitos: que obras existem de um autor ou responsável determinado; se existe uma 
obra da qual se conhece o seu responsável ou o seu título; que obras existem sobre 
determinada matéria; que edições existem de uma obra e se há uma edição determinada. 
O catálogo acarreta a dupla função de: registar ordenadamente todos os documentos de 
uma colecção previamente descrita (descrição bibliográfica) contendo os seus 
necessários pontos de acesso; e de assinalar a sua colocação topográfica. Para facilitar 
esses objectivos foram criados vários tipos de catálogos, consoante a sua finalidade. 
Assim pela sua extensão temos: catálogos colectivos (quando reúnem registos 
bibliográficos de vários centros de documentação); catálogos gerais (que possuem 
registos de todo o tipo de materiais existentes no centro de documentação); e catálogos 
especiais (com registos de uma só classe de documentos ou de fundos que já estão 
contidos noutro catálogo geral de incunábulos, impressores, ect.).
Pelo seu sistema de ordenação existem: catálogos topográficos (para uso interno); 
catálogos de base alfabética (por autores e obras anónimas, títulos, assuntos ou pela 
conjugação dos três: catálogo dicionário); catálogos de base numérica (pelo ISBN, ect.); 
catálogos de base mista (pelo número, ect., ou se tivermos em conta o assunto temos os 
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catálogos sistemáticos). Pela sua forma temos: fichas; listas; on-line; CD-ROM. 
Enquanto que pela sua utilização temos os catálogos internos e catálogos públicos.
Todavia, para que uma biblioteca tenha capacidade para dar resposta aos utilizadores 
dos seus serviços tem de estar munida dos seguintes catálogos: 
⇒ Catálogo Alfabético de Autores e Obras Anónimas (que reúne as entradas 
principais de autores, tanto pessoas como entidades e de obras anónimas ou 
como tal consideradas. É o mais importante e o mais difícil catálogo-técnico. 
Este catálogo inclui, dentro da mesma ordem alfabética, as fichas principais de 
autor e as obras cuja entrada principal é o título, assim como as secundárias de 
co-autores, tradutores, colaboradores, ect.)
⇒ Catálogo Alfabético de Título (no qual são reunidas e ordenadas 
alfabeticamente as entradas secundárias de títulos)
⇒ Catalogo de Assuntos (que reúne os registo em função do seu conteúdo, e que 
tanto pode ser alfabético como sistemático)
⇒ Catálogo Alfabético de Assuntos (que segue uma ordem alfabética normal)
⇒ Catálogo Sistemáticode Assuntos (que se ordena hierarquicamente de acordo 
com um código de classificação, sendo as mais utilizadas a CDU e a CDD)
⇒ Catálogo Dicionário (onde são reunidos, numa só ordem alfabética, os 
catálogos de autores, assuntos e títulos. Não inclui o Catálogo Sistemático de 
Assuntos)
⇒ Catálogo Topográfico (que se ordena de acordo com a cota. É de utilização 
interna e muito importante, uma vez que é utilizado para fazer o controle de 
existências)
A catalogação é, portanto, o principal instrumento de recuperação de informação, a 
ponte entre o fundo documental e o utilizador. As suas origens remontam à época 
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Suméria, no entanto só a partir do séc. XVIII é que se pode falar de catálogos, na 
verdadeira acepção da palavra. 
De um modo geral a catalogação tem como objectivos: informar sobre toda a existência 
de informação existente num centro de documentação, de modo a que quem procura 
informação lhe possa aceder depois de saber a sua localização; registar toda a 
informação existente sobre determinado assunto, autor, tema ou mesmo obra; e
disponibilizar todo o acervo documental através de protocolos on-line. 
Para a consumação destes objectivos o procedimento técnico da catalogação deve 
contemplar 4 importantes operações: definir a entrada principal; descrever a obra; 
classificar a obra; e escolher os temas. 
3.2.1 Definir a entrada principal
Nas entradas principais encontram-se o conjunto de informações que mais rapidamente 
permitem aceder à informação. No caso, por exemplo, de um CD áudio, o título do 
álbum ou o seu autor afiguram-se como os principais candidatos a entrada principal 
desse documento electrónico. Neste caso com privilégio do autor sobre o título do 
álbum. Segundo as Regras Portuguesas de Catalogação (RPC)
2
: “dizem-se entradas as 
unidades de informação constituídas por elementos, que identificam e por vezes 
descrevem os documentos e que são estabelecidos de acordo com os objectivos a 
alcançar e princípios a seguir. Quando agrupadas e ordenadas, as entradas formam 
catálogos”.
Funcionando como pontos de acesso à informação, a sua atribuição é uma operação que 
consiste em dar ao documento as entradas necessárias que permitam ordená-lo dentro de 
um catálogo possibilitando a sua recuperação dentro da colecção. Não é uma operação 
formal, uma vez que obriga o profissional de documentação a realizar uma operação 
intelectual.
Existem dois tipos de entradas: por autores pessoais, corporativos ou por títulos 
(característicos da Catalogação Descritiva); por assuntos (típico da Catalogação por 
Assuntos). Todavia, como a ficha bibliográfica ou o registo bibliográfico tem de conter 
todas as entradas para os vários catálogos de uma biblioteca, o registo assinalará: a 
2
Gusmão, A., Campos, F., e Sottomayor, J. (2000). Regras Portuguesas de Catalogação I. Lisboa, 
Biblioteca Nacional.
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entrada principal (que reflecte a autoria da obra do ponto de vista intelectual ou 
artístico); e a entrada secundária (das autorias secundárias da obra).
A uniformidade nos critérios de escolha das entradas é imprescindível para a troca de 
informações entre bibliotecas, por isso impõe-se a existência de critérios uniformes, 
pelo menos ao nível nacional.
3.2.2 Descrever a obra 
Descrever a obra significa fazer a sua descrição bibliográfica, embora consideremos o 
termo ultrapassado em virtude do desenvolvimento de novos suportes (CD-ROM, DVD, 
ect.) de informação. Mas a IFLA insiste em mantê-lo. 
A descrição bibliográfica consiste no conjunto de dados bibliográficos com que se 
regista ou se identifica um documento de forma regulada. As principais etapas do 
processo de descrição são: um exame prévio do documento; a definição do tipo de 
documento e escolha das normas adequadas à sua descrição; a decisão sobre o nível de 
descrição; a identificação dos elementos necessários para cada nível de descrição; a 
passagem dos dados para o suporte utilizado, conforme se trate de catalogação manual
ou informatizada; e comprovar a exactidão dos dados extraídos. 
A natureza da descrição bibliográfica é, de certo modo, contrária à atribuição de 
entradas. Por intermédio destas pretende-se agrupar e unificar as possíveis entradas que 
apresenta o documento e que nos permitem a sua posterior recuperação. Todavia, com a 
descrição bibliográfica trata-se de distinguir, de individualizar, de identificar de forma 
inequívoca as particularidades externas do documento, que o distinguem de outros 
semelhantes. O que justifica a obrigatoriedade da inclusão dos ISBN (International 
Standard Book Number) e ISSN (International Standard Serial Number), se os tiverem.
O ISBN é composto por 10 dígitos antecedidos pela sigla ISBN, divididos em quatro 
partes de longitude variável e com as seguintes identificações:
⇒ Indicador do grupo, país ou idioma
⇒ Indicador de editorial
⇒ Indicador de título (serve para identificar um documento em particular ou a 
determinada edição por uma editora concreta)
⇒ Digito de comprovação
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A descrição bibliográfica está estruturada em oito zonas. As quais compreendem um ou 
vários elementos descritivos relacionados entre si por uma pontuação prescrita.
Zonas de Descrição Bibliográfica
Zona 1 Zona de título e da menção de responsabilidade
Zona 2 Zona de edição
Zona 3 Zona de numeração
Zona 4 Zona de pé de imprensa
Zona 5 Zona de colação
Zona 6 Zona de colecção
Zona 7 Zona de notas
Zona 8 Zona do ISBN/ISSN e das modalidade de aquisição
Em termos de catalogação, a descrição bibliográfica é um processo técnico de 
catalogação descritiva. Este consiste no conjunto de operações que se realizam sobre um 
documento com a finalidade de o descrever e de estabelecer entradas que determinam os 
nomes (autoria) dos responsáveis pelo conteúdo intelectual ou artístico das obras. A 
catalogação descritiva parte do pressuposto de que o utilizador conhece de antemão 
algum dado sobre a obra que procura. Contam-se por duas as principais operações da 
catalogação descritiva: 1) Descrição bibliográfica dos documentos; 2) Estabelecimento 
de entradas à descrição por autor pessoal, corporativo ou por título, tanto principal como 
secundário. 
3.2.3 Classificar a obra 
Por classificar entende-se reunir objectos semelhantes e separar os diferentes, o que 
pressupõe a existência de um plano determinado para fixar esse agrupamento. Esse 
plano pode ser projectado tendo em conta determinadas características e seguindo uma 
ordem lógica. Deste modo, a existência de um critério pré-estabelecido é fundamental 
como garantia de que as diferentes classes do sistema não se sobrepõem umas às outras. 
Por outro lado, a exposição desse plano pode seguir determinados critérios e recorrer a 
linguagens convencionais. Assim como todos os objectos são susceptíveis de ser 
classificados, também no domínio dos conceitos podemos criar esquemas de 
classificação, onde estes são representados por símbolos ou índices – e não em 
linguagem natural – que revelem as relações estabelecidas no interior da estrutura.
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Na classificação documental, para expressar ideias usamos conceitos. Os conceitos 
podem ser expressos por uma ou mais palavras e serem representados em linguagem 
natural, portanto por palavras, por algoritmos ou por notações alfanuméricas. Enquanto 
que os sistemas de classificação consistem na organização dos conceitos em classes que, 
por sua vez, se dividem em subdivisões para expor as relações semânticas existentes 
entre eles. 
Sendo a classificação uma operação intelectual pela qual o documentalista atribui a uma 
obra um índice correspondente a uma classe de matérias, utilizando uma linguagemde 
classificação; a função que a classificação desempenha na organização do conhecimento 
é uma das mais importantes, mesmo imprescindível num centro de documentação, pois 
concorre para que os sistemas de recuperação de informação alcancem o seu objectivo 
principal: facultar o acesso à informação e ao documento a quem o procura. A 
classificação permite ainda a arrumação sistemática dos próprios documentos. 
Exemplo da Classificação Decimal Universal utilizada na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, 
com a utilização de cores para facilitar a arrumação dos documentos em estantes.
Classificar documentos num centro de documentação é uma operação intelectual, 
através da qual o documentalista atribui à obra índices correspondentes a classes de 
matérias utilizando uma linguagem de classificação, que pode ser alfabética, numérica 
ou alfanumérica, com o objectivo de recuperar esses documentos pelos assuntos nele 
tratados. O objectivo da classificação num centro de documentação é, portanto, 
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organizar todo o conhecimento existente em todos os documentos independentemente 
do seu suporte.
Mas classificar é também decidir sobre a posição relativa do assunto ou dos assuntos 
contidos num documento, no conjunto das classes que constituem o sistema de 
classificação, o que pode ser efectuado consultando a tabela ou quadro de classificação, 
onde se encontra o esquema classificatório utilizado. 
É através da tabela e usando a respectiva linguagem de classificação que o conteúdo do 
documento pode ser representado de forma sintética. Esta operação pode também 
determinar a arrumação do próprio documento, uma vez que permite reunir os 
documentos em estantes por afinidades do seu conteúdo, isto é, a cada documento pode 
ser atribuída uma forma de só forma de representação, a correspondente ao assunto 
eleito como principal. 
Os dois principais esquemas de classificação são a CDU – Classificação Decimal 
Universal e a CDD – Classificação Decimal Dewey. Ambos são divididos em classes, 
que se podem definir como um conjunto cujos elementos têm qualquer coisa em 
comum. A CDU tem nove classes (de 0 a 9, estando vaga a classe 4) e cada uma pode 
ser dividida – decimalmente, do geral para o particular – para formar dez classes mais 
específicas, enquanto que CDD possui dez classes que podem ser divididas 
decimalmente, onde todos os números se lêem como decimais. 
Tanto a CDU como a CDD são sistemas hierarquizados e numerativos que permitem 
ordenar sistematicamente conjuntos de informação de acordo com categorias lógicas e 
através de sistemas de notas, independentes das línguas. Estes sistemas possuem 
limitações porque rapidamente se tornam em mapas de conhecimento desactualizado ou 
controverso, sendo também difíceis de gerir quando há necessidade de acomodar novas 
áreas do conhecimento e novos conceitos sem que possam evitar alterar a sua estrutura-
base. Uma característica negativa destes sistemas é a sua unidimensionalidade, o que 
leva a que para representar significações muito específicas tenham de recorrer a 
complicados léxicos (vocabulários). 
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O quadro seguinte demonstra as classes principais da CDU e da CDD.
Classes Principais da CDU Classes Principais da CDD
0 Generalidades 0 Generalidades
1 Filosofia 1 Filosofia
2. Religião. Teologia. 2 Religião
3 Ciências Sociais 3 Ciências sociais
4 4 Linguística
5 Matemática. Ciências Naturais. 5 Ciências puras
6 Ciências Aplicadas 6 Tecnologia (Ciências aplicadas)
7 Arte. Desporto. 7 Belas-Artes
8 Língua. Linguística. Literatura. 8 Literatura
9 Geografia. Biografia. História. 9 Geografia Geral, etc.
3.2.4 Escolher os temas (descritores)
A classificação permite a classificar várias obras sob vários temas, embora a obra tenha 
de ficar integrada numa única classe. Para admitir essas múltiplas classificações foi 
necessário a criação e utilização de catálogos temáticos, os tesaurus, que podem 
assumir características de dicionários caso contenham definições. 
Podemos definir o tesaurus como uma linguagem documental controlada baseada nas 
estruturas hierárquicas de uma ou diversas áreas de conhecimento, em que os dados são 
representados por termos de uma ou mais línguas naturais e as relações entre eles por 
sinais convencionais; ou seja uma lista alfabética de descritores que evidenciam as 
diferentes relações existentes entre si, fornecendo descritores normalizados para 
domínios específicos, de maneira a assegurar a coerência da escolha dos termos por 
parte dos indexadores e, simultaneamente, fornecendo uma estrutura de reenvios de tal 
forma eficaz que seja óbvia, tanto para quem indexa, como para quem procura a 
informação, a relação existente entre descritores. O tesaurus pode ser, entre outros: 
especializado, monolingue, multilingue, por facetas, temático, de termos não 
preferenciais, de termos preferenciais, thesaurus-alvo ou thesaurus-fonte. Todos 
partilham a necessidade de armazenar logicamente o saber numa perspectiva de 
recuperação posterior.
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O número de descritores contido num tesaurus depende do grau de especificidade para o 
qual foi vocacionado aquando da sua elaboração. Estima-se que esse número possa 
variar entre 500 a 20000, a média situando-se nos 3000. Contudo, um tesaurus 
demasiado extenso pode inviabilizar a escolha dos descritores mais pertinentes, para 
além de tornar difícil e pesado o seu manuseamento.
Os termos contidos num thesaurus são normalmente substantivos ou locuções nominais, 
na língua nacional, no masculino, embora com excepções, quase sempre no singular. 
Sempre que se considere necessário recorre-se à pré-coordenação de conceitos e termos, 
tendo sempre presente se não existirão alternativas nominais, logo mais simples. A 
elaboração de um tesaurus deve ser sempre fruto de um trabalho de grupo. Deverá 
também ser regularmente revisto e actualizado de modo a reflectir a evolução da 
linguagem, sobretudo a relativa ao saber da área que aborda.
É graças à existência de tesaurus especializados em várias áreas, caso da educação, 
ciências naturais ou humanas, psicologia e outras, que a linguagem comum tão variada e 
dependente de factores externos, se pode traduzir numa linguagem neutra e 
independente de variáveis socioculturais, a chamada "linguagem documental", expressa 
pelos descritores de cada tesaurus.
A escolha de um tesaurus por um centro de documentação não é fácil. Por isso algumas 
instituições elaboram tesaurus personalizados tendo em conta as exigências e o perfil 
dos seus utilizadores. O que pode ser efectuado por intermédio da selecção de conceitos 
de vários outros tesaurus que se coadunam com as necessidades predefinidas da 
instituição e dos seus utilizadores. Acontece, por vezes, que no tesaurus utilizado não 
existe o descritor necessário para caracterizar determinada obra, seja pela raridade do 
assunto seja pelo facto do tesaurus não o contemplar. Nesse caso utilizar-se-á o descritor 
que mais se aproxime do ideal.
É através da facilidade de recuperação da informação, isto é, da rapidez de acesso aos 
documentos, dos quais o utilizador não conhece muitas vezes nem o título nem o autor, 
mas tão só o assunto a investigar, que se pode aferir da pertinência das escolhas dos 
descritores no acto da indexação. O conjunto dos descritores do tesaurus possibilita 
traduzir o conteúdo essencial de um documento para uma linguagem desprovida de 
ambiguidade. Sendo listagens organizadas e estruturadas de conceitos ordenados por 
ordem alfabética, apresentam entre si relações hierarquizadas semanticamente: relação 
de hierarquia, relação de equivalência, ou relação de associação.
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A relaçãohierárquica permite situar o descritor no seu campo semântico. Recuperam-se 
os termos no seu sentido mais geral e os de sentido mais especifico, partindo dos 
primeiros para os últimos, seguindo a lógica aristotélica do geral para o particular. 
Também podem ser utilizadas abreviaturas antes dos termos, uma vez que cada 
abreviatura indica a relação ou a função do termo ou da nota que se segue.
Abreviaturas utilizadas num tesaurus (NP 4036)
NE Nota Explicativa: nota que acompanha um termo para indicar o seu sentido 
numa linguagem de indexação.
USE Use: o termo que segue este símbolo é o descritor, quando existe opcção entre 
descritor e não-descritor.
UP Usado por: o termo que segue este símbolo é um não descritor (sinónimo ou 
quase sinónimo).
TT Termo de topo: o termo que se segue é o nome da classe mais genérica à qual o 
termo específico pertence, é muitas vezes utilizado na parte alfabética dum 
tesauru.
TG Termo genérico: o termo que o segue representa uma noção contendo um amplo 
sentido.
TE Termo especifico: o termo que o segue representa uma noção que tem um 
sentido mais restrito.
TR Termo relacionado: o termo que o segue é um termo associado, mas não é um 
sinónimo, nem um termo genérico específico.
3.3 As ISBD e formato UNIMARC
Surgida devido à absoluta necessidade da existência de uma normalização catalográfica 
com aceitação universal, a ISBD contempla um conceito de unidade bibliográfica: todo 
o documento, conjunto de documentos, ou parte de um documento é susceptível de 
receber uma descrição bibliográfica própria. Deste modo, a ISBD assenta sobre uma 
estrutura normalizada que individualiza cada elemento através da sua colocação em 
zonas que funcionam no sentido de descrever e identificar qualquer tipo de documento, 
seguindo uma ordem estabelecida por intermédio de um sistema de pontuação 
convencionada. 
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Cada ISBD esta projectada como um instrumento para a comunicação internacional da 
informação bibliográfica. No entanto, a ISBD não é uma norma de aplicação universal 
em todos os países. Cada país, por seu turno, deve a partir dela redigir o seu próprio 
código ou as suas regras de catalogação de aplicação nacional. As ISBD apresentam um 
objectivo tripartido de: trocar informação proveniente de fontes distintas; facilitar a sua 
interpretação apesar das barreiras linguísticas da informação; e facilitar a conversão 
desta informação de forma a poder ser legível por máquina. 
Assim tempos as seguintes ISBD, segundo os materiais que funcionam como suportes 
de informação: 
⇒ ISBD (G) – International Standard Bibliographic Description of Generalites
(para todo o tipo de materiais, teve notável influência no desenvolvimento das 
várias ISBD)
⇒ ISBD (M) – International Standard Bibliographic Description of Monographs
(para monografias)
⇒ ISBD (S) – International Standard Bibliographic Description of Series (para 
publicações em série)
⇒ ISBD (NBM) – International Standard Bibliographic Description of Non Book 
Material (para material não livro)
⇒ ISBD (PM) – International Standard Bibliographic Description of Printed 
Musics (para partituras musicais)
⇒ ISBD (CM) – International Standard Bibliographic Description of 
Cartographic Materials (para material cartográfico) 
⇒ ISBD (A) – International Standard Bibliographic Description of pré-1801 
monographs (para publicações antigas)
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⇒ ISBD (CP) – International Standard Bibliographic Description of Component 
Parts (para partes de uma publicação)
⇒ ISBD (CF) – International Standard Bibliographic Description Component 
Files (para ficheiros de computador)
⇒ ISBD (ER) – International Standard Bibliographic Description of Electronic 
Resourses (para documentos electrónicos)
Apesar da sua diversidade mediante os diferentes suportes de informação, todas as 
ISBD têm três princípios-base subjacentes:
Uniformidade – estabelece que os elementos de identificação e de descrição dos 
documentos são definidos, determinados a apresentados de igual modo, sempre que em 
idênticas circunstâncias. 
Simplificação – fixa que os elementos são apresentados e determinados de forma 
concisa, tendo em atenção os interesses dos utilizadores e dos serviços que executam 
essas tarefas.
Analogia – determina o recurso ao tratamento de situações análogas ou similares, 
quando estas regras se verificam insuficientes ou omissas. 
Sistema de pontuação convencionada das ISBD, exemplo:
_ Indica a separação entre áreas distintas
= Indica a repetição da mesma informação, embora de forma diferente
[ ] Indica interpolação ou que a informação foi retirada da fonte principal
… Indica a suspensão de partes de elementos
/ Indica a menção de responsabilidade em relação ao elemento precedente
: Indica um elemento complementar do anterior
; Indica a repetição da mesma classe do elemento
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A criação dum sistema normalizado internacional exige a criação de formatos que 
representem a ISBD a uma escala planetária. Assim surge o formato ou linguagem 
UNIMARC, que significa: Universal Machine Readable Catalogue. E que consiste num 
sistema de códigos internacionais que permitem a legibilidade de dados bibliográficos 
registados em suporte electrónico (ou seja, legíveis por computador), em conformidade 
com a norma ISO 2709. Este formato tem vindo a ser actualizado para acompanhar as 
especificidades dos vários tipos de suportes, assim como admitir registos de outros 
formatos MARC. Daqui surgem as várias designações que o formato ostenta, 
nomeadamente: UNIMARC bibliográfico e UNIMARC autoridades. A que se podem 
juntar as designações de: UNIMARC classificação e UNIMARC existências, que ainda 
se encontram em fase preparação.
Exemplos de representações ISBD e linguagem UNIMARC
Documentos Electrónicos (exemplo 1)
Representação ISBD
BUENA VISTA SOCIAL CLUB 
Buena vista social club [Documento electrónico] / um filme de Win Wenders. - Multimédia interactivo. -
[Lisboa] : Atalanta Filmes, cop. 2001. - 1 DVD (100 min.) : son., color. - (Atalanta Filmes). - Requisitos 
do sistema: DVD 9 - Pal Zona 2; écran 16/9 compatível com 4/3. - Legendado em português. - Video 
musical. - Elenco: Ry Cooder, Ibrahim Ferrer, Rúben Gonzalez, Eliades Ochoa, Omara Portuondo, 
Compay Segundo. - Contém: capítulos, cenas adicionais, trailer, filmografia de Win Wenders, biografias 
dos músicos. - Para maiores de 6 anos
Representação em Linguagem UNIMARC
MFN: 77 
Estado: n Tipo:l Nível bibl.: m 
Nível hierárquico: 0 Nível de cod.: Forma de desc.:
001:0000077 
005:20050618120651.0 
100: ^a d m y0pory0103 ba 
101:0 ^apor 
102: ^aPT 
135: ^azz
200:1 ^aBuena vista social club^bDocumento electrónico^f<um >filme de Win Wenders 
210: ^a[Lisboa]^cAtalanta Filmes^dcop. 2001 
215: ^a1 DVD (100 min.)^cson., color 
225:2 ^aAtalanta Filmes 
230: ^aMultimédia interactivo 
300: ^aLegendado em português 
300: ^aVideo musical 
323: ^aElenco: Ry Cooder, Ibrahim Ferrer, Rúben Gonzalez, Eliades Ochoa, Omara Portuondo, Compay 
Segundo 
327:1 ^aContém: capítulos, cenas adicionais, trailer, filmografia de Win Wenders, biografias dos músicos 
333: ^aPara maiores de 6 anos 
mailto:(colinmarques@hotmail.com)
Colin Marques (colinmarques@hotmail.com) 27
337: ^aRequisitos do sistema: DVD 9 - Pal Zona 2; écran 16/9 compatível com 4/3 
702: 1^aWenders^bWin^4630 
702: 1^aCooder^bRy^4005 
702: 1^aFerrer^bIbrahim^4005 
702: 1^aGonzalez^bRúben^4005 
702: 1^aOchoa^bEliades^4005 
702: 1^aPortuondo^bOmara^4005 
702: 1^aSegundo^bCompay^4005 
856:4 ^ghttp://www.bn.pt
Documentos Electrónicos (exemplo 2)
Representação ISBD
NATUREZA FANTASTICA 
Natureza fantástica [Documento electrónico]. - Multimédia Interactivo. - [Lisboa] : Verbo Multimédia. -
Requisitos dosistema: PC 486; 8m de memória RAM (aconselhada: 16 M); Windows 95; placa gráfica 
com 640x480 e 256 cores (aconselhada: 16 M); leitor de CD-Rom; placa de som (opcional)
Representação em Linguagem UNIMARC
MFN: 78 
Estado: n Tipo:l Nível bibl.: m 
Nível hierárquico: 0 Nível de cod.: Forma de desc.:
001:0000078 
005:20050618122016.0 
100: ^a d m y0pory0103 ba 
101:0 ^apor 
102: ^aPT 
200:1 ^aNatureza fantástica^bDocumento electrónico 
210: ^a[Lisboa]^cVerbo Multimédia 
230: ^aMultimédia Interactivo 
337: ^aRequisitos do sistema: PC 486; 8m de memória RAM (aconselhada: 16 M); Windows 95; placa 
gráfica com 640x480 e 256 cores (aconselhada: 16 M); leitor de CD-Rom; placa de som (opcional)
3.4 A catalogação informatizada e a ISBD (ER)
Não podemos nos referirmos à catalogação informatizada e à ISBD (ER) é conveniente 
fazermos referência aos documentos electrónicos, uma vez que são estes os materiais 
objecto da catalogação electrónica regulada pela ISBD (ER).
Por documento electrónico entendemos os materiais possuidores de informação 
controlados por computador. Estes podem ser de dois tipos: dados (informação em 
forma de números, letras, gráficos, imagens e sons possibilitando combinações) ou 
programas (guias para processamento de tarefas, como o processamento de dados).
É possível categorizar a publicação electrónica em: publicações electrónicas sem 
conexão à rede (CD-ROM, DVD-ROM); publicações electrónicas híbridas (publicações 
sem conexão à rede, mas que possuam ligações a elementos em linha); e publicações 
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http://^ghttp://www.bn.pt
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electrónicas em linha (documentos editados na internet). Entre estas publicações 
electrónicas, devemos prestar especial atenção às publicações em linha pelo facto de 
estas poderem ser caracterizadas através da fixação do seu texto em: documentos 
estáticos (cuja forma e conteúdos fixados permanecem inalteráveis); documentos 
cumulativos (cuja forma e conteúdo fixado permanece fixa, mas que permite adicionar 
novos elementos de informação); e documentos dinâmicos (os quais não apresentam 
uma forma ou conteúdo fixada permitindo a sua constante alteração). 
O aparecimento, em grande escala, de novos suportes de informação de natureza 
electrónica ou digital, assim como o acesso remoto a documentos na internet ditou que 
cada centro de documentação utilizasse a catalogação informatizada como o meio de 
catalogação mais eficaz. Entre as vantagens da catalogação informatizada destacam-se 
as seguintes: evita a redundância do trabalho, pois cada documento só se cataloga uma 
vez; reduzem-se os custos económicos em relação à catalogação manual; é mais fácil a 
correcção dos erros e a actualização dos dados; assegura-se a qualidade e a rapidez da 
difusão através de poderosos catálogos.
Em relação às acções que se podem automatizar no trabalho de catalogação dispomos 
da: entrada de novos documentos no sistema; modificação, adição ou eliminação de 
informação nos documentos já armazenados; criação de outros documentos a partir dos 
já existentes; introdução de termos de indexação no ficheiro de autoridades ou num 
tesaurus; a consulta de catálogos; a impressão de fichas, listas bibliográficas e etiquetas.
Os documentos electrónicos para efeitos de catalogação e pesquisa são tratados de duas 
maneiras segundo o acesso seja local (exigindo um suporte físico como CD ou DVD) 
ou remoto (existente num disco rígido ou noutro tipo dispositivo de armazenamento 
num computador ou na rede). A criação de registos para recuperar informação através 
de catálogos em linha é o método mais eficaz para aceder a estes documentos. 
A operação da catalogação implica forçosamente a necessidade de normalização. Isto 
levou à criação, em 1977, pela IFLA, da ISBD (ER) – International Standard 
Bibliographic Description for Electronic Resources. A qual se aplica a todos os 
documentos electrónicos, especificando os requisitos para a sua descrição e 
identificação, qualquer que seja o seu suporte e que apresenta a estrutura clássica de 
uma normal ISBD. Os avanços tecnológicos e o aumento assinalável do número de 
documentos electrónicos serviram de mote para que a IFLA nesse ano redefinisse a 
ISBD (ER), e apresenta-se novos campos do UNIMARC aplicados a estes documentos. 
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Assim relativamente à ISBD (ER), além das zonas comuns aos outros tipos de 
documentos, foram reconsideradas as seguintes zonas:
⇒ Zona 3 – relativa ao Tipo e extensão do documento onde são descritas as características básicas 
do documento electrónico e inclui duas partes: 1. Designação do documento, que é obrigatória, 
identifica e particulariza o tipo de documento, nomeadamente como o recurso é constituído por 
dados e programas, bases de dados em linha, jornal electrónico, ect. A parte 2. Extensão do 
documento consiste no número de ficheiros que compõem o documento, é opcional e regista-se 
na iminência de informação disponível;
⇒ Zona 4 – relativa à Publicação, produção e distribuição do documento. No contexto ISBD (ER) 
determinou-se que todos os documentos elctrónicos de acesso local ou remoto fossem 
considerados “publicados”;
⇒ Zona 5 – relativa à Descrição física, só deve ser preenchida por documentos de acesso local, ou 
seja que possuam suporte físico, sendo específica para recursos que existam em diferentes tipos 
de suporte ou tamanho;
⇒ Zona 7 – relativa às Notas, temos Nota sobre a fonte do título que é obrigatória; Nota sobre a 
história bibliográfica do item, que inclui informação sobre frequência de alteração de conteúdos 
de um documento de acesso remoto dinâmico; Notas sobre requisitos do sistema informático, 
para documentos de acesso local e Nota sobre o modo de acesso, para documentos de acesso 
remoto, ambas obrigatórias.
Em relação ao formato UNIMARC, os novos campos a implementar que correspondem 
às zonas ISBD (ER) mencionadas, descrevemos cinco:
⇒ 135 – Campos de dados codificados: Documentos electrónicos;
⇒ 230 – Zona especifica de alguns tipos de materiais: documentos electrónicos, campo equivalente 
à zona 3 da ISBD (ER);
⇒ 336 – Nota relativa ao tipo de documento electrónico, relacionada com o tipo e extensão do 
documento;
⇒ 337 – Nota relativa aos requisitos do sistema
⇒ 856 – Acesso electrónico, permite localizar um item electrónico. 
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Evolução Histórica da ISBD (ER) – Cronologia
1973 Criação de uma estrutura descritiva para material não livro – ficheiros de 
dados legíveis por computador
1977 1ª Edição da ISBD (NBM)
1981 Revisão conjunta das ISBD’s (NBM), (CM), (M) e (S)
1988 Publicação da versão de trabalho da ISBD (CF)
1988 Harmonização do texto da ISBD (CF) com os textos revistos das quatro 
ISBD’s mencionadas e publicadas entre 1981-1988
1990 1ª Edição da ISBD (CF)
1997 1ª Edição da ISBD (ER) International Standard Bibliographic Description 
for Electronic Resources. Revisão da ISBD(CF) e recomendada pelo grupo 
de trabalho de ISBD(CF)
1999 2ª Edição electrónica da ISBD (ER)
2004 3ª Edição electrónica da versão de trabalho da ISBD (ER)
4. Conclusão
Foi nosso objectivo demonstrar neste trabalho a capital importância da história da 
catalogação na confecção dos produtos que ela nos disponibiliza actualmente. 
Procuramos demonstrar que os processos catalográficos são resultado duma evolução 
que já vem sendo seguida desde a antiguidade e que actualmente encontra nas novas 
tecnologias da computação o instrumento de trabalho por excelência, uma vez que 
possibilita resultados e eficácia de operações nunca antes visto. 
Assim, julgamos demonstrar que a catalogação informatizada nunca poderia ter 
ocorrido apenas pelos avanços tecnológicos possibilitados pelas novas tecnologias da 
informação e da comunicação (TIC), mas sobretudo comoresultado do percurso 
histórico da catalogação. Do mesmo modo que a ISBD (ER) também não teria a sua 
existência assegurada apenas pelo aparecimento do novo tipo de suporte de informação, 
que são os documentos electrónicos, mas sim porque antes dela a precedem todas as 
restantes ISBD conhecidas até ao momento. 
Foi finalmente nosso objectivo desmistificar a importância das TIC nos avanços 
ocorridos na catalogação e sua normalização. O “casamento” entre as TIC e a 
catalogação aconteceu porque antes dele todo um percurso foi percorrido no sentido de 
o tornar possível, por parte da catalogação, sem o qual catalogação e TIC seriam 
objectos completamente estranhos. 
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5. Bibliografia
⇒ Furtado, J. (1999). As bibliotecas públicas, as suas missões e os seus novos 
recursos de informação. Liberpolis: revista das bibliotecas públicas, nº 2 [Em 
linha]. Disponível em http://www.liberpolis.pt/revista_2htm
⇒ http://rcbp.iplb.pt/docs/politica.pdf [Consultado em 20/6/2006]
⇒ Gusmão, A., Campos, F., e Sottomayor, J. (2000). Regras Portuguesas de 
Catalogação I. Lisboa, Biblioteca Nacional. 
⇒ Molina, M. P. (1994). La catalogación de documentos: teoría e práctica. 
Madrid, Editorial Sínteses. 
⇒ Leal, F. (1998). O Fio de Ariane: a organização do conhecimento nas bibliotecas 
públicas. Leituras. (2), pp. 127-140. 
⇒ Lopes, M. I. (1998). As bibliotecas e a organização do conhecimento: evolução e 
perspectivas. Leituras. (2), pp. 141-157.
⇒ McMurtrie, D. (1997). O Livro. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian. 
⇒ Rafael, G. G. (2001). Documentos electrónicos: da biblioteca de papel à 
biblioteca digital. Páginas Arquivos & Bibliotecas, nº 6, pp. 7-20.
⇒ Rafael, G. G. (2000). Catalogação de documentos em suporte electrónico. 
Lisboa, BN.
⇒ Pestana, O. (2001). Elementos para uma avaliação de fontes de informação na 
internet. Páginas Arquivos & Bibliotecas, nº 6, pp. 41-50
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Fundación Germán Sanchez Ruipérez.
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⇒ Biblioteca Nacional. (2000). Novos campos UNIMARC: acção de formação. 
Lisboa, BN. 
⇒ Cabral, M. L. (1996). Bibliotecas acesso sempre. Lisboa, Ed. Colibri. 
⇒ IFLA. (2001). Directiva para uso do UNIMARC no tratamento de documentos 
electrónicos. Lisboa, BN. 
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