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Prática Jurídica – Penal
Univiçosa - 9º Período
Assunto: fase processual – ação penal
CASO PRÁTICO
Em 17/1/2010, Rodolfo T., brasileiro, divorciado, com 57 anos de idade, administrador de empresas,
importante dirigente do clube esportivo LX F.C., contratou profissional da advocacia para que adotasse as
providências judiciais em face de conhecido jornalista e comentarista esportivo, Clóvis V., brasileiro,
solteiro, com 38 anos de idade, que, a pretexto de criticar o fraco desempenho do time de futebol do LX
F.C. no campeonato nacional em matéria esportiva divulgada por meio impresso e apresentada em
programa televisivo, bem como no próprio blog pessoal do jornalista na Internet, passou, em diversas
ocasiões, juntamente com Teodoro S., brasileiro, de 60 anos de idade, casado, jornalista, desafeto
de Rodolfo T., a praticar reiteradas condutas com o firme propósito de ofender a honra do dirigente do
clube.
Foram ambos interpelados judicialmente e se recusaram a dar explicações acerca das ofensas,
mantendo-se inertes. Por três vezes afirmou, em meios de comunicação distintos, o comentarista
Clóvis V., sabendo não serem verdadeiras as afirmações, que o dirigente "havia 'roubado' o clube LX F.C.
e os torcedores, pois tinha se apropriado, indevidamente, de R$ 5 milhões pertencentes ao LX F.C., na
condição de seu diretor-geral, quando da venda do jogador Y, ocorrida em 20/12/2008"
e que "já teria gasto parte da fortuna 'roubada', com festas, bebidas, drogas e prostitutas". Tal afirmação
foi proferida durante o programa de televisão Futebol da Hora, em 7/1/2010, às 21 h 30m
, no canal de televisão VX e publicado no blog do comentarista esportivo, na Internet, em 8/1/2010, no
endereço eletrônico www.clovisv.futebol.xx.
Tais declarações foram igualmente publicadas no jornal impresso Notícias do Futebol, de circulação
nacional, na edição de 8/1/2010
. Destaque-se que o canal de televisão VX e o jornal Notícias do Futebol pertencem ao mesmo grupo
econômico e têm como diretor-geral e redator-chefe Teodoro S., desafeto do dirigente Rodolfo T. Sabe-se
que todas as notícias foram veiculadas por ordem direta e expressa de Teodoro S. Prosseguindo a
empreitada ofensiva, o jornalista Clóvis V. disse, em 13/1/2010, em seu blog pessoal na Internet, que o
dirigente não teria condições de gerir o clube porque seria "um burro, de capacidade intelectual inferior à
de uma barata" e, por isso, "tinha levado o clube à falência", porém estava "com os bolsos cheios de
dinheiro do clube e dos torcedores"
. Como se não bastasse, na última edição do blog, em 15/1/2010, afirmou que "o dirigente do clube está
tão decadente que passou a sair com homens", por isso "a mulher o deixou". Entre os documentos
coletados pelo cliente e pelo escritório encontram-se a gravação, em DVD, do programa de televisão, com
o dia e horário em que foi veiculado, bem como a edição do jornal impresso em que foi difundida a
matéria sobre o assunto, além de cópias de páginas e registros extraídos da Internet, com as ofensas
perpetradas pelo jornalista Clóvis V. Rodolfo T. tomou conhecimento da autoria e dos fatos no dia
15/1/2010, tendo todos eles ocorrido na cidade de São Paulo – SP, sede da emissora e da editora, além de
domicílio de todos os envolvidos.
Em face dessa situação hipotética, na condição de advogado(a) contratado(a) por Rodolfo T.,
redija a peça processual que atenda aos interesses de seu cliente, considerando recebida a pasta
de atendimento do cliente devidamente instruída, com todos os documentos pertinentes,
suficientes e necessários, procuração com poderes especiais e testemunhas.
Prática Jurídica – Penal
Univiçosa - 9º Período
Assunto: fase processual – ação penal
QUEIXA-CRIME
EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA....... VARA CRIMINAL DA COMARCA
DE...............................................
I.P. nº xxxxxxxxx(se houve inquérito)
Rodolfo T., brasileiro, divorciado, administrador de empresas, residente e domiciliado na Rua ___,
por seu advogado signatário (mandato anexo) vem respeitosamente perante V. Exa., com fundamento no art.
41 do Código de Processo Penal, oferecer a presente
QUEIXA-CRIME
contra Clóvis V., brasileiro, solteiro solteiro, jornalista, residente e domiciliado na Rua ___, e Teodoro
S., brasileiro, casado, jornalista, residente e domiciliado na Rua ___, com fulcro no artigo 30 do Código de
Processo Penal, pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas.
1. DOS FATOS
Consta que no dia 07, 08, 13 e 15 de janeiro de 2010 às 21h30min, o querelado caluniou o querelante, o
querelado Clóvis V. imputou à vítima Rodolfo T. falsamente fato definido como crime bem como fato
ofensivo à sua reputação além de ofender-lhe a dignidade ou o decoro.
Outrossim, na data de 08/01/10, o querelado Teodoro S., sabendo ser falsas as imputações feitas por
Clóvis a Rodolfo, divulgou-as via mídia.
Clóvis V., sabendo serem inverídicas, acusou a vítima, dirigente do clube esportivo LX FC, de ter
“roubado” o mencionado clube e os torcedores, por apropriação indevida de R$ 5.000.000,00 (cinco
milhões de reais) pertencentes à pessoa jurídica, na condição de seu diretor-geral, referente a venda do
jogador Y, ocorrida em 20/12/08. Na mesma ocasião, completou as acusações afirmando que o querelante “já
teria gasto parte da fortuna roubada, com festas, bebidas, drogas e prostitutas”.
Tais afirmações foram proferidas durante o programa de televisão Futebol da Hora, em 07/01/10, às
21h 30m, no canal de televisão VX (gravação do programa de TV – doc. 1)e publicado no blog do
comentarista esportivo, na Internet, em 08/01/10, no endereço eletrônico www.clovis.futebol.xx (f. 2).
Publicadas no jornal impresso Notícias do Futebol, de circulação nacional, na edição de 08/01/10.
Destaca-se que o canal de televisão XV e o jornal Notícias do Futebol pertencem ao mesmo grupo
econômico e têm como diretor-geral e redator-chefe Teodoro S. Sabe-se que todas as notícias foram
veiculadas por ordem direta e expressa do segundo querelado.
Prática Jurídica – Penal
Univiçosa - 9º Período
Assunto: fase processual – ação penal
Prosseguindo a empreitada criminosa, o querelado Clóvis V. disse, em 13/01/10, em seu blog pessoal na
internet, que o querelante não teria condições de gerir o clube porque seria “burro, de capacidade intelectual
inferior a de uma barata” e, por isso, “tinha levado o clube à falência”, porém “estava com bolsos cheios de
dinheiro do clube e dos torcedores”.
Por fim, Clóvis, na edição de seu blog do dia 15/01/10, afirmou que “o dirigente do clube está tão
decadente que passou a sair com homens”, e, por isso, "a mulher o deixou”.
A materialidade delitiva resta patente, consoante gravação, em DVD, do programa de televisão, com dia
e hora em que foi veiculado (doc. 1); edição do jornal impresso em que foi difundida a matéria sobre o
assunto (doc. 3) e cópias de páginas e registros extraídos da internet (doc. 2).
A autoria igualmente resta comprovada,diante da notória autoria de Clóvis das ofensas perpetradas
contra a vítima e, também, de Teodoro, que ordenou a veiculação das ofensas nos meios de comunicação.
2. DA TIPIFICAÇÃO
O primeiro querelado, ao ter acusado a vítima de roubo, imputou-lhe, falsamente, fato definido como
crime,apropriação indébita. Assim, acusou-a injustamente de ter se apropriado de coisa alheia móvel, de que
tinha posse, ou seja, de capital advindo da venda de jogador do clube. A conduta de Clóvis se enquadra no
crime de calúnia, previsto no artigo 138 da Lei 2848/1940.
O mesmo querelado, ao afirmar que a vítima “já teria gasto parte da fortuna roubada, com festas,
bebidas, drogas e prostitutas”, ofendeu-lhe a honra objetiva, sua reputação perante a sociedade. Tal
conduta, está prevista no art. 139 do CP (difamação), diante da imputação de fato ofensivo à reputação do
ofendido.
No que tange ao primeiro querelado, Clóvis V., cometeu ato ofensivo à honra subjetiva da vítima,
atingindo sua autoestima, ao afirmar que ela seria “burra”, de capacidade intelectual inferior à de uma barata,
fato esse tipificadono art. 140 do Código Penal, crime de injúria.
E, mais uma vez, Clóvis difamou o querelado ao afirmar que o dirigente estaria decadente e, por tal
motivo, passou a sair com homens. Reitera-se a tipificação do delito de difamação.
Por fim, vale ressaltar que Teodoro incorreu no artigo 138, § 1º, do Código Penal, por ter divulgado, de
forma consciente e voluntária, a imputação falsa de fato criminoso à vítima.
Destarte, restou amplamente demonstrada a conduta típica dos querelados, devendo Clóvis condenado,
em concurso material de crimes, nas penas dos artigos 138, 139 e 140 c/c art. 141, III, todos do Código Penal
e Teodoro condenado, em concurso material, nas penas do art. 138, § 1º c/c art. 141, III, também do Código
Penal.
3. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer seja recebida e autuada a presente queixa-crime, determinando-se a citação
dos querelados para serem processados e ao final condenados, sendo o primeiro nas penas dos arts. 138, 139
e 140 c/c os arts. 69 e 141, III, todos do Código Penal e o segundo nas penas do art. 138, § 1º c/c arts. 69 e
141, III, todos do Código Penal.
Termos em que pede deferimento.
Prática Jurídica – Penal
Univiçosa - 9º Período
Assunto: fase processual – ação penal
Local e data.
Rol de testemunhas:
1. Fulano (fls. x do IP)
2. Cicrano (fls. y do IP)
3. Beltrano (fls. z do IP)

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