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Oo
Filosofia 10.º ano
José Ferreira Borges
Marta Paiva
Orlanda Tavares
Perspetivando a docência como uma tarefa exigente, complexa, estimulante e 
desafiadora, este livro pretende ser um apoio/auxílio ao Professor no sentido de 
lhe permitir uma gestão do tempo simples e eficiente, no âmbito dos múltiplos 
desafios e contextos de atuação para os quais a sua intervenção é solicitada. 
Nesse sentido, o Livro do Professor reúne não apenas uma seleção de documen-
tos oficiais, em função da sua pertinência para a prática letiva diária do Professor 
de filosofia, como também alguns documentos especificamente produzidos para 
serem usados como possíveis recursos de exploração dos temas propostos no 
manual Novos Contextos. Assim, o Livro do Professor oferece um conjunto de 
materiais de apoio à prática letiva:
• indicações programáticas relevantes para o 10.º ano de filosofia;
• orientações para a avaliação externa;
• planificação anual por temas;
• sugestões de resposta às atividades propostas no manual e às atividades pro-
postas no Caderno do Aluno;
• PowerPoint® com questões de exploração para cada tema.
Os autores
Apresentação
I S B N 9 7 8 - 9 7 2 - 0 - 8 7 7 4 2 - 0
Índice
1. Indicações do Programa de Filosofia 5
1.1. Apresentação do Programa 5
 Finalidades
 Objetivos gerais
1.2. Desenvolvimento do Programa 7
1.3. Orientações para a avaliação externa 12
2. Planificação anual por temas 15
3. Sugestões de resposta às atividades do manual 21
4. Sugestões de resposta às atividades do Caderno do Aluno 37
5. Sugestões de utilização dos Powerpoint® 40
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1.1. Apresentação do Programa
Finalidades
A disciplina de Filosofia,
– em corresponsabilidade com as demais disciplinas das áreas curriculares do Ensino Secundário,
– tendo presentes os Objetivos definidos na Lei de Bases do Sistema Educativo para o Ensino 
Secundário,
– tendo, também, em consideração as orientações fixadas nos documentos de revisão curricular, 
assume, como suas, a partir da sua especificidade, as seguintes finalidades:
 • Proporcionar instrumentos necessários para o exercício pessoal da razão, contribuindo para 
o desenvolvimento do raciocínio, da reflexão e da curiosidade científica, para a compreensão 
do carácter limitado e provisório dos nossos saberes e do valor da formação como um conti-
nuum da vida. 
 • Proporcionar situações orientadas para a formulação de um projeto de vida próprio, pessoal, 
cívico e profissional, contribuindo para o aperfeiçoamento da análise crítica das convicções 
pessoais e para a construção de um diálogo próprio com uma realidade social em profundo 
processo de transformação.
 • Proporcionar oportunidades favoráveis ao desenvolvimento de um pensamento ético-polí-
tico crítico, responsável e socialmente comprometido, contribuindo para a aquisição de com-
petências dialógicas que predisponham à participação democrática e ao reconhecimento da 
democracia como o referente último da vida comunitária, assumindo a igualdade, a justiça e a 
paz como os seus princípios legitimadores.
Indicações do 
Programa de Filosofia
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6 Indicações do Programa de Filosofia
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 • Proporcionar meios adequados ao desenvolvimento de uma sensibilidade cultural e esté-
tica, contribuindo para a compreensão da riqueza da diversidade cultural e da Arte como meio 
de realização pessoal, como expressão da identidade cultural dos povos e como reveladora do 
sentido da existência.
 • Proporcionar mediações conducentes a uma tomada de posição sobre o sentido da existên-
cia, contribuindo para a compreensão da articulação constitutiva entre o ser humano e o 
mundo e da sua dinâmica temporal, assumindo a responsabilidade ecológica como valor e 
como exigência incontornável.
Objetivos gerais
A – No domínio cognitivo
1. Apropriar-se progressivamente da especificidade da Filosofia.
1.1. Distinguir a racionalidade filosófica de outros tipos de racionalidade.
1.2. Reconhecer o trabalho filosófico como atividade interpretativa e argumentativa.
1.3. Reconhecer o carácter linguístico-retórico e lógico-argumentativo do discurso filosófico.
1.4. Reconhecer a Filosofia como um espaço de reflexão interdisciplinar.
1.5. Reconhecer a necessidade de situar os problemas filosóficos no seu contexto histórico-cultural.
1.6. Identificar as principais áreas e problemas da Filosofia.
2. Reconhecer o contributo específico da Filosofia para o desenvolvimento de um pensamento 
informado, metódico e crítico e para a formação de uma consciência atenta, sensível e eticamente 
responsável.
2.1. Adquirir instrumentos cognitivos, conceptuais e metodológicos fundamentais para o desenvolvi-
mento do trabalho filosófico e transferíveis para outras aquisições cognitivas.
2.2. Adquirir informações seguras e relevantes para a compreensão dos problemas e dos desafios que 
se colocam às sociedades contemporâneas nos domínios da ação, dos valores, da ciência e da 
técnica.
2.3. Desenvolver um pensamento autónomo e emancipado que, por integração progressiva e crite-
riosa dos saberes parcelares, permita a elaboração de sínteses reflexivas pessoais, construtivas e 
abertas.
2.4. Desenvolver uma consciência crítica e responsável que, mediante a análise fundamentada da 
experiência, atenta aos desafios e aos riscos do presente, tome a seu cargo o cuidado ético pelo 
futuro.
B – No domínio das atitudes e dos valores
1. Promover hábitos e atitudes fundamentais ao desenvolvimento cognitivo, pessoal e social.
1.1. Adquirir hábitos de estudo e de trabalho autónomo.
1.2. Desenvolver atitudes de discernimento crítico perante a informação e os saberes transmitidos.
1.3. Desenvolver atitudes de curiosidade, honestidade e rigor intelectuais.
1.4. Desenvolver o respeito pelas convicções e atitudes dos outros, descobrindo as razões dos que 
pensam de modo distinto.
1.5. Assumir as posições pessoais, com convicção e tolerância, rompendo com a indiferença.
1.6. Desenvolver atitudes de solidariedade social e participação na vida da comunidade.
2. Desenvolver um quadro coerente e fundamentado de valores.
2.1. Reconhecer distintos sistemas de valores e diferentes paradigmas de valoração.
2.2. Adquirir o gosto e o interesse pelas diversas manifestações culturais.
Indicações do Programa de Filosofia 77
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2.3. Desenvolver uma sensibilidade ética, estética, social e política.
2.4. Comprometer-se na compreensão crítica do outro, no respeito pelos seus sentimentos, ideias e 
comportamentos.
2.5. Assumir o exercício da cidadania, informando-se e participando no debate dos problemas de inte-
resse público, nacionais e internacionais.
2.6. Desenvolver a consciência do significado ético e da importância política dos direitos humanos.
2.7. Desenvolver a consciência crítica dos desafios culturais decorrentes da nossa integração numa 
sociedade cada vez mais marcada pela globalização
1.2. Desenvolvimento do Programa
I – Módulo Inicial – Iniciação à atividade filosófica
Temas / Conteúdos Todo o trabalho a realizar com a turma, neste módulo inicial, deve visar a iniciação à 
atividade filosófica e a mobilização das competências consideradas como pré-requisitos 
para a sua concretização.
Propõe-se um percurso a realizar em quatro momentos: 1. Momento de contexto; 
2. Momento de diagnóstico; 3. Momento de iniciação ao trabalho filosófico; 
4. Momento reflexivo.
1. Momento de Contexto – Dada a especificidade deste módulo, recomenda-se que, 
neste primeiro momento, se proceda a uma informação simples e simplificada do 
conceito de Filosofia e das suas questões próprias, no sentido de satisfazer a curiosidade 
inevitável por uma disciplina nova e de criar um campo de referência mínimo.
2. Momento de Diagnóstico – Deteção do "clima" da turma e das competências 
individuais relativas às capacidades de:
• ouvir e compreender globalmente uma informação;
• expor uma ideia ou resumir uma situação;• capacidade de ler e compreender globalmente uma mensagem escrita.
Propõe-se que este diagnóstico se faça, sobretudo, com base em situações de diálogo 
criadas na aula e não privilegiando o recurso a instrumentos formais de avaliação.
3. Momento de Iniciação ao trabalho filosófico
– Momento da oralidade – Realização de trabalhos guiados, em pequeno grupo, de 
iniciação à problematização. 
Esses trabalhos podem ser feitos com base num conjunto de enunciados comuns ou 
ditados populares, de programas televisivos ou de jogos de computadores, 
solicitando-se a identificação dos problemas subjacentes. No coletivo turma e com 
base nas conclusões de cada grupo, far-se-á a articulação dos problemas 
identificados com as correspondentes questões filosóficas.
– Momento da leitura – Realização de trabalhos sobre diferentes tipos de textos, 
relacionados com as questões anteriormente enunciadas, visando o 
desenvolvimento de competências de análise:
• Identificação das teses que os textos defendem e dos argumentos que apresentam;
• Discussão/apreciação da coerência dos argumentos.
– Momento da Escrita – Realização de pequenos trabalhos escritos:
• de iniciação à clarificação conceptual – construção, por meio da consulta de um 
dicionário de Filosofia, de definições de conceitos previamente selecionados;
• de iniciação à argumentação – esboço de construção de argumentos a favor e 
contra uma resposta a uma questão anteriormente apresentada.
4. Momento Reflexivo – Para finalizar, propõe-se a apreciação pela turma do trabalho 
realizado, tendo por objetivo fundamental que cada jovem faça a avaliação do seu 
percurso.
CONCEITOS ESPECÍFICOS NUCLEARES – interpretação, problema/questão, tese, argumento, 
conceito, juízo e raciocínio, subjetivo e objetivo, concreto e abstrato.
1. Abordagem introdutória à 
Filosofia e ao filosofar
1.1. O que é a Filosofia? – uma 
resposta inicial
1.2. Quais são as questões da 
Filosofia? – alguns exemplos
1.3. A dimensão discursiva do 
trabalho filosófico
8 Indicações do Programa de Filosofia
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II – A ação humana e os valores
Temas / Conteúdos A – Percurso de Aprendizagens B – Competências / Atividades
1. A ação humana – 
análise e compreensão 
do agir
1.1. A rede conceptual da 
ação
1.2. Determinismo e 
liberdade na ação humana
Propõe-se que esta rubrica seja abordada em 
três momentos.
1. Análise da especificidade humana do agir:
– distinguindo entre o que fazemos e o que 
(nos) acontece;
– reconhecendo a presença de razões e fins, 
intenções e projetos na base das ações.
2. Análise da complexidade do agir:
– reconhecendo o duplo carácter 
(voluntário e involuntário) dos motivos e 
dos desejos;
– dando conta da experiência (difícil) da 
deliberação e da decisão.
3. Reflexão sobre o problema mais 
abrangente do determinismo e liberdade na 
ação:
– reconhecendo as condicionantes físico- 
-biológicas e histórico-culturais;
– reconhecendo a ação como um campo de 
possibilidades – espaço para a liberdade 
do agente.
CONCEITOS ESPECÍFICOS NUCLEARES – os que 
se encontram destacados em itálico.
Competência(s) especialmente visadas
– conceptualização
– problematização
Atividades
Dado o elevado número de conceitos que a 
abordagem da rubrica implica, parece 
oportuno introduzir algumas atividades de 
conceptualização que permitam superar a 
ambiguidade semântica de alguns conceitos:
– Aproximação linguística aos conceitos de 
“ação” e de “agente” mediante a análise dos 
seus vários significados correntes e da 
determinação dos que e só dos que convém 
aqui;
– Aproximação predicativa ao conceito de 
“ato humano” através da explicitação dos 
atributos que fazem de uma ação um ato 
verdadeiramente humano.
Análise de textos com posições diversificadas 
sobre determinismo e liberdade na ação, 
visando a formulação de problemas.
2. Os valores – análise e 
compreensão da 
experiência valorativa
2.1. Valores e valoração – a 
questão dos critérios 
valorativos
2.2. Valores e cultura – a 
diversidade e o diálogo de 
culturas
Pretende-se com esta rubrica desenvolver 
uma reflexão que poderia ter o seguinte 
percurso.
1. Reconhecimento de que:
– a nossa relação ao mundo é antes de 
mais de natureza valorativa;
– todos os seres humanos agem em 
conformidade com as suas preferências e 
os seus valores;
– as preferências e valores variam em 
função da pessoa, do grupo social e, 
sobretudo, da cultura.
2. Análise da questão dos critérios valorativos.
3. Reflexão sobre a riqueza da diversidade dos 
valores, reconhecendo a necessidade de 
encontrar critérios transsubjetivos de 
valoração, bem como a importância do 
diálogo intercultural.
CONCEITOS ESPECÍFICOS NUCLEARES – valor, 
preferência valorativa, critério valorativo, 
cultura.
Competências especialmente visadas
A rubrica dos valores apresenta-se como uma 
das primeiras e mais importantes 
oportunidades para desenvolver as 
competências de leitura crítica e 
compreensiva, comunicação, problematização 
e debate e desenvolver a capacidade de 
argumentação (neste momento, sobretudo 
oral).
Atividades
Entre as múltiplas atividades possíveis podem 
incluir-se:
– Análise de casos e/ou de dilemas que 
mobilizem a sensibilidade e as preferências 
valorativas individuais.
– Procura de respostas para esses casos e/ou 
dilemas e formulação de boas razões ou 
argumentos para justificar as opiniões 
emitidas ou as soluções preconizadas.
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II – A ação humana e os valores
3 – Dimensões da ação humana e dos valores
Temas / Conteúdos A – Percurso de Aprendizagens B – Competências / Atividades
3.1. A dimensão 
ético-política – análise e 
compreensão da 
experiência convivencial
3.1.1. Intenção ética e 
norma moral
3.1.2. A dimensão pessoal 
e social da ética – o si 
mesmo, o outro e as 
instituições
3.1.3. A necessidade de 
fundamentação da moral – 
análise comparativa de 
duas perspetivas filosóficas
3.1.4. Ética, direito e 
política
– liberdade e justiça 
social
– igualdade e 
diferenças
– justiça e equidade
Um percurso possível para esta rubrica 
poderá ter os seguintes momentos:
1. Distinção conceptual entre moral e ética, 
intenção e norma.
2. Compreensão da indissociabilidade da 
relação consigo mesmo, com os outros e com 
as instituições no agir ético.
3. Questionamento da fundamentação da 
moral e dos critérios de apreciação da 
moralidade dos atos humanos.
Propõe-se a análise comparativa e o 
confronto de duas perspetivas clássicas, ou de 
duas contemporâneas, ou de uma perspetiva 
clássica e uma contemporânea.
4. Análise do direito e da política, enquanto 
dimensões configuradoras da experiência 
convivencial, à luz dos imperativos de:
– liberdade e justiça social;
– universalidade da justiça e direito à 
igualdade;
– universalidade da justiça e direito à 
diferença;
– salvaguarda dos direitos humanos e 
responsabilidade pelas gerações 
vindouras.
CONCEITOS ESPECÍFICOS NUCLEARES – moral, 
ética, normas, valores, liberdade moral, 
responsabilidade, consciência moral, 
consciência cívica, direito, política, estado, 
sociedade civil, liberdade política, justiça social, 
equidade.
Competências especialmente visadas
– leitura crítica e compreensiva
– pesquisa e seleção de informação
– negociação de interpretações
– competência argumentativa
Atividades
Pesquisa de conceitos, de teses e argumentos 
em textos veiculadores das perspetivas em 
confronto, sob orientação do docente;
Construção de quadros sinópticos de teses e 
argumentos alternativos sobre os problemas 
equacionados;
Debate orientado pelo docente a partir dos 
quadros elaborados.
3.2. A dimensão estética – 
análise e compreensão da 
experiência estética
3.2.1. A experiência e o 
juízo estéticos
3.2.2. A criação artística e 
a obra de arte
Momentos de um percurso possível para esta 
rubrica:
1. Reconhecimento da especificidade da 
experiência estética no triplo registo de 
experiência da natureza, dacriação artística e 
da contemplação da obra de arte.
Questionamento sobre a possibilidade de 
comunicação da experiência estética – a 
natureza do juízo estético.
2. Significado da arte e da criação artística – o 
ponto de vista do artista. 
Apresentação de alguns dos critérios ou 
parâmetros do conceito de arte ao longo dos 
tempos.
Competências especialmente visadas
Dada a atual importância das artes da 
imagem, é aqui um momento oportuno para 
uma iniciação a um trabalho sistemático de 
leitura crítica da linguagem icónica, dando 
relevo, nomeadamente, à industrialização da 
estética.
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3 – Dimensões da ação humana e dos valores (continuação)
Temas / Conteúdos A – Percurso de Aprendizagens B – Competências / Atividades
3.2.3. A Arte: produção e 
consumo,
3. Reflexão sobre a multidimensionalidade da 
obra de arte:
– objeto produzido – valor no mercado;
– a industrialização da estética na 
sociedade contemporânea;
– pluralidade de sentidos (polissemia);
– manifestação da identidade cultural dos 
povos;
– revelação de novos modos de conhecer o 
sujeito e o mundo.
CONCEITOS ESPECÍFICOS NUCLEARES – estética, 
experiência estética, teoria estética, gosto, juízo 
estético, útil, agradável, belo, horrível, sublime, 
arte, obra de arte, artista, espetáculo, criação 
artística.
Atividades
Visionamento e interpretação de slides, filmes…
Audição de obras musicais.
Visitas de estudo orientadas a museus, 
exposições...
Análise de testemunhos de artistas sobre a 
criação e o objeto artístico.
Elaboração de dossiers temáticos.
3.3. A dimensão religiosa – 
análise e compreensão da 
experiência religiosa
3.3.1. A religião e o 
sentido da existência – a 
experiência da finitude e a 
abertura à transcendência
3.3.2. As dimensões 
pessoal e social das 
religiões
3.3.3. Religião, razão e fé – 
tarefas e desafios da 
tolerância
Momentos de um percurso possível para esta 
rubrica:
1. A religião como resposta à questão sobre o 
sentido da existência humana.
2. A vivência religiosa como relação pessoal 
com o divino. 
A vivência religiosa como manifestação 
coletiva.
3. Relação entre razão e fé – aproximação e 
diferenciação: dimensão crítica versus 
exploração ideológica.
CONCEITOS ESPECÍFICOS NUCLEARES – religião, 
sentido da existência, transcendência, 
imanência, finitude, divino, deus, igreja, culto, 
doutrina, dogma, razão, fé, tolerância.
Competências especialmente visadas
Dado que esta rubrica pode mobilizar 
convicções pessoais, propõe-se que se dê 
especial atenção às competências 
fundamentais para intervir num debate: 
pesquisar e selecionar informação, saber ouvir, 
saber expor.
Atividades
Organização de um debate: 
pesquisa e seleção de informação 
adequada;
exposição de pontos de vista;
confronto de pontos de vista.
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4 – Temas / Problemas do mundo contemporâneo
Temas / Conteúdos Sugestões para a organização do trabalho
4. Temas / Problemas do 
mundo contemporâneo
Opção por um tema / problema.
• Os direitos humanos e a 
globalização
• Os direitos das mulheres como 
direitos humanos
• A responsabilidade ecológica
• A manipulação e os meios de 
comunicação de massas
• O racismo e a xenofobia
• O voluntariado e as novas 
dinâmicas da sociedade civil
• A obra de arte na era das 
indústrias culturais
• A dessacralização do mundo e a 
perda do sentido
• A paz mundial e o diálogo 
inter-religioso 
• Outros
Contexto das sugestões
A abordagem de um tema / problema do mundo contemporâneo poderá ser feita de 
múltiplos modos. As propostas que aqui se sugerem são apenas algumas das possíveis. 
Pareceu oportuno propor atividades especialmente dirigidas para o desenvolvimento 
das seguintes competências:
– adquirir hábitos de estudo e de trabalho autónomo;
– utilizar criteriosamente as fontes de informação, designadamente, obras de referência 
e novas tecnologias;
– promover a integração de saberes (perspetiva interdisciplinar);
– desenvolver a capacidade de problematização.
Metodologia
De acordo com as competências referidas, sugere-se a seguinte metodologia para um 
trabalho, preferencialmente, de grupo e interdisciplinar:
– comum acordo entre docentes e discentes;
– organização e reelaboração dos materiais, redação de curtos textos de enquadramento;
– enquadramento da problemática: sentido e pertinência; quadro conceptual de 
suporte;
– formulação de questões de dimensão filosófica no âmbito da temática escolhida;
– pesquisa documental, por parte dos alunos e alunas, em fontes diversificadas de 
informação textual e icónica (obras de referência impressas, enciclopédias impressas 
ou eletrónicas, sítios da Internet, filmes ou documentários, etc.);
– seleção e tratamento dos materiais recolhidos em função dos Objetivos traçados, de 
análise e de conclusões.
Resultados ou produtos finais
– Relatório de pesquisa.
– Dossiers temáticos elaborados por grupos.
– Exposição temática na sala de aula, ou melhor, num espaço comum da escola, 
organizada pela turma.
– Apresentação oral por grupos de trabalho, na turma ou perante outras turmas, dos 
resultados da investigação
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1.3. Orientações para a avaliação externa
No âmbito da avaliação sumativa interna, todos os temas do Programa são objeto de avaliação. 
Unidades programáticas avaliáveis externamente (designação e numeração que constam do Programa) 
II. A ação humana e os valores 
1. A ação humana – análise e compreensão do agir 
Em 1.1. A rede concetual da ação, deverão ser abordadas as seguintes questões: 
1) A distinção entre ação e acontecimento; 
2) A distinção entre voluntário e involuntário; 
3) A articulação entre deliberação e decisão racional. 
Em 1.2. Determinismo e liberdade na ação humana, deverá ser abordado o problema da relação entre 
determinismo e livre-arbítrio, discutindo as posições fundamentais de resposta a este problema. 
2. Os valores – análise e compreensão da experiência valorativa 
Em 2.1. Valores e valoração – a questão dos critérios valorativos, deverá ser abordada a distinção entre 
juízo de facto e juízo de valor. Deverá também discutir-se o problema do carácter subjetivo ou objetivo 
dos valores, concretizando-o na questão de saber se os juízos valorativos têm um carácter subjetivo, ou 
se são relativos às culturas, ou se são antes juízos objetivos. 
3. Dimensões da ação humana e dos valores 
3.1. A dimensão ético-política – análise e compreensão da experiência convivencial 
Em 3.1.3. A necessidade de fundamentação da moral – análise comparativa de duas perspetivas filosófi-
cas, deverá escolher-se a ética utilitarista e a ética deontológica. A ética utilitarista de referência é a de 
John Stuart Mill. A ética deontológica de referência é a de Immanuel Kant. 
Em 3.1.4. Ética, direito e política – liberdade e justiça social; igualdade e diferenças; justiça e equidade, a 
abordagem deverá ser centrada nas seguintes questões: 
1) A articulação entre ética e direito; 
2) O problema da relação entre liberdade política e justiça social, tomando como referência a teoria 
da justiça de John Rawls e as críticas a que está sujeita. 
3.2. A dimensão estética – análise e compreensão da experiência estética 
Em 3.2.1. A experiência e os juízos estéticos, deve ser abordada a natureza do juízo estético, no seu cará-
ter subjetivo ou objetivo. 
O ponto 3.2.2. A criação artística e a obra de arte suscita o problema da definição de arte: o que é a arte? 
Ao abordar “alguns critérios ou parâmetros do conceito de arte ao longo dos tempos”, deverão ser 
abordadas a teoria da imitação, a teoria expressivista e a teoria formalista. 
3.3. A dimensão religiosa – análise e compreensão da experiência religiosa 
Deverão ser abordadas as seguintes questões: 
1) Em 3.3.1. A religião e o sentido da existência – a experiência da finitude e a abertura à transcendên-cia, a relação entre finitude e transcendência: a resposta religiosa e outras perspetivas não reli-
giosas para o sentido da existência; 
2) Em 3.3.3. Religião, razão e fé – tarefas e desafios da tolerância, a questão da rutura ou da harmonia 
entre razão e fé. Neste âmbito, deve ser abordada uma das provas da existência de Deus, bem 
como uma das críticas à perspetiva religiosa. 
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III. Racionalidade argumentativa e filosofia 
1. Argumentação e lógica formal 
Em 1.1. Distinção validade – verdade, dever-se-ão abordar as seguintes noções: 
a) A lógica como disciplina que tem por objetivo a avaliação sistemática de argumentos quanto à 
sua validade dedutiva; 
b) A noção de argumento válido como aquele em que a conclusão é uma consequência lógica das 
premissas tomadas em conjunto. 
Em 1.2. Formas de inferência válida, para a Lógica Aristotélica, deverão ser tratadas: 
a) Caracterização da linguagem da lógica silogística com as suas quatro formas; 
b) Definição de silogismo (envolvendo as noções de termo maior, menor e médio e de premissa 
maior e menor); 
c) Classificação dos silogismos em figuras e modos; 
d) Distribuição de um termo geral numa proposição; 
e) Regras de validade silogística. 
Em 1.3. Principais falácias, para a Lógica Aristotélica, as falácias formais a tratar serão a falácia do termo 
não-distribuído, a ilícita maior e a ilícita menor. 
Em 1.2. Formas de inferência válida, para a Lógica Proposicional, deverão ser tratadas: 
a) Caracterização da linguagem da lógica proposicional com as cinco conetivas que simbolizam 
“não”, “e”, “ou”, “se…então” e “se e somente se”; 
b) Prática de formalização quer de frases isoladas quer de argumentos inteiros (e, em sentido 
inverso, prática de interpretação de fórmulas); 
c) As funções de verdade associadas às cinco conetivas e o uso de tabelas de verdade para testar a 
validade de argumentos; 
d) As seguintes formas de inferência válida: modus ponens, modus tollens, contraposição, silogismo 
disjuntivo, silogismo hipotético e leis de De Morgan. 
Em 1.3. Principais falácias, para a Lógica Proposicional, as falácias formais a tratar são a afirmação do 
consequente e a negação do antecedente. 
2. Argumentação e retórica 
Em 2.1. O domínio do discurso argumentativo – a procura da adesão do auditório, serão abordadas as 
seguintes questões: 
a) A distinção entre demonstração e argumentação; 
b) A relação necessária ao auditório no discurso argumentativo. 
Em 2.2. O discurso argumentativo – principais tipos de argumentos e falácias informais, deverão ser abor-
dados os critérios para avaliar argumentos indutivos, por analogia e de autoridade. Deverão ser abor-
dadas também as seguintes falácias informais: petição de princípio, falso dilema, apelo à ignorância, ad 
hominem, derrapagem (ou “bola de neve”) e boneco de palha. 
3. Argumentação e filosofia 
Em 3.1. Filosofia, retórica e democracia, dever-se-á fazer uma breve abordagem histórica ao confronto 
entre as perspetivas dos sofistas e de Platão acerca da retórica no contexto da democracia ateniense. 
Em 3.2. Persuasão e manipulação ou os dois usos da retórica, abordar-se-á a crítica filosófica aos usos da 
retórica, designadamente a distinção entre manipulação e persuasão orientada por um critério de 
razoabilidade. 
Em 3.3. Argumentação, verdade e ser, caracterizar-se-á a argumentação filosófica e o seu vínculo consti-
tutivo à procura da verdade. 
14 Indicações do Programa de Filosofia
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IV. O conhecimento e a racionalidade científica e tecnológica 
1. Descrição e interpretação da atividade cognoscitiva 
Em 1.1. Estrutura do ato de conhecer, caracterizar-se-á o conhecimento como uma relação entre um 
sujeito e um objeto, discutindo a sua definição tradicional como crença verdadeira justificada. 
Em 1.2. Análise comparativa de duas teorias explicativas do conhecimento, dever-se-ão abordar o racio-
nalismo de Descartes e o empirismo de David Hume. 
2. Estatuto do conhecimento científico 
Em 2.1. Conhecimento vulgar e conhecimento científico, deverá ser abordada a relação entre o senso 
comum e a ciência, discutindo o valor de um e da outra enquanto formas de conhecimento genuíno da 
realidade. 
Em 2.2. Ciência e construção – validade e verificabilidade das hipóteses, distinguir-se-á a conceção indu-
tivista do método científico e o falsificacionismo de Karl Popper. 
Em 2.3. A racionalidade científica e a questão da objetividade, estabelecer-se-á a diferença entre as pers-
petivas de Popper e de Thomas Kuhn acerca da evolução da ciência e da objetividade do conhecimento 
científico. 
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Conteúdos Objetivos Estratégias gerais
N.º de 
aulas
I – Iniciação à 
atividade filosófica
1. Abordagem 
introdutória à 
Filosofia e ao filosofar
1.1. O que é a Filosofia? — 
uma resposta inicial
1.1.1. A origem do 
filosofar
1.1.2. O objeto da 
filosofia
1.1.3. O método da 
filosofia
1.1.4. As teorias da 
filosofia
1.2. Quais são as questões 
da Filosofia? – alguns 
exemplos
1.2.1. As questões e os 
domínios da filosofia
1.2.2. A utilidade da 
filosofia
1.3. A dimensão 
discursiva do trabalho 
filosófico
1.3.1. A estrutura do 
argumento
1.3.1.1. Os conceitos/
termos
Identificar a origem histórica da filosofia.
Distinguir filosofia espontânea de filosofia sistemática.
Compreender a importância e o papel das crenças 
fundamentais.
Compreender as situações que podem estar na origem do 
filosofar.
Reconhecer as dificuldades inerentes à definição do 
conceito de filosofia.
Distinguir o objeto de estudo da filosofia dos objetos de 
estudo das várias ciências.
Diferenciar as duas dimensões da filosofia.
Compreender os conceitos de subjetivo, objetivo, concreto 
e abstrato.
Caracterizar o método da filosofia.
Compreender o sentido da expressão douta ignorância. 
Compreender os métodos socrático e cartesiano.
Perceber em que consistem as teorias da filosofia.
Contactar com alguns temas e/ou problemas da filosofia.
Identificar as diversas questões da filosofia.
Avaliar criticamente a utilidade da filosofia.
Reconhecer a importância da lógica.
Diferenciar conceito, juízo e raciocínio.
Compreender em que consistem os termos, as 
proposições e os argumentos.
Levantamento de 
competências ao 
nível do 
questionamento 
e da reflexão.
Avaliação 
diagnóstica.
Apresentação e 
análise de 
esquemas-síntese e 
mapas conceptuais.
Exploração e 
apresentação de 
PowerPoint®.
8 aulas 
de 90 
minutos.
Planificação anual 
por temas
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16 Planificação anual por temas
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Conteúdos Objetivos Estratégias gerais
N.º de 
aulas
1.3.1.2. As proposições
1.3.2. Como reconhecer 
um argumento
1.3.2.1. Indicadores de 
premissa e de conclusão
1.3.2.2. A verdade e a 
validade
1.3.3. O texto filosófico 
como texto 
argumentativo
1.3.3.1. A explicação dos 
textos
1.3.3.2. O comentário de 
textos
Compreender as características de uma boa definição.
Distinguir extensão de compreensão.
Reconhecer os elementos constituintes da proposição.
Compreender a estrutura do argumento.
Distinguir indicadores de premissa de indicadores de 
conclusão.
Distinguir validade de verdade.
Distinguir validade dedutiva de validade não dedutiva.
Adquirir competências mínimas para a interpretação/ 
explicação de um texto filosófico.
Identificar problemas, teses e argumentos.
Avaliar as características do comentário do texto filosófico.
Organização de 
debates.
Organização de 
trabalhos de grupo.
Apresentação oral 
dos trabalhos, 
individualmente ou 
em grupo, na turma 
ou perante outras 
turmas.
II – A ação humana e 
os valores
1. A ação humana – 
análise e compreensão 
do agir
1.1. A rede conceptual da 
ação
1.1.1. O conceito de ação 
humana
1.1.2. Acontecimentos e 
ações
1.1.3. Intenções e desejos 
1.1.4. Motivos 
(ou razões), fins e projetos
1.1.5. A deliberação e a 
decisão
1.1.6. O agente: liberdadee responsabilidade
1.2. Determinismo e 
liberdade na ação 
humana
1.2.1. Introdução 
1.2.2. As condicionantes 
da ação humana
1.2.3. A discussão acerca 
do livre-arbítrio 
1.2.3.1. O determinismo 
radical 
1.2.3.2. O compatibilismo 
1.2.3.3. O libertismo
Identificar o ramo da filosofia que reflete sobre a ação 
humana.
Reconhecer a complexidade inerente à ação.
Distinguir acontecimento de ação.
Diferenciar atos voluntários e conscientes daquilo que 
fazemos de modo inconsciente e involuntário, consciente 
e involuntário, e involuntário por efeito do hábito.
Reconhecer que as ações humanas são sempre 
conscientes, voluntárias e intencionais.
Explicar em que consistem as intenções e desejos.
Relacionar os conceitos de motivo, fim e projeto.
Distinguir deliberação de decisão.
Salientar as condições exigidas para se ser considerado 
agente.
Relacionar liberdade e responsabilidade.
Compreender em que consiste o livre-arbítrio.
Refletir sobre o enquadramento do livre-arbítrio no 
contexto das regularidades da natureza.
Reconhecer o carácter situado e condicionado da ação 
humana.
Identificar as condicionantes da ação humana.
Compreender em que consiste o problema do livre-
arbítrio.
Reconhecer as teses que afirmam e negam o livre-arbítrio.
Compreender a perspetiva do determinismo radical, tendo 
em conta as suas diversas modalidades.
Identificar objeções ao determinismo radical.
Compreender a perspetiva do compatibilismo.
Identificar a principal objeção ao compatibilismo.
Compreender a perspetiva do libertismo.
Referir objeções ao libertismo.
Adotar uma postura pessoal fundamentada sobre o 
problema do livre-arbítrio.
Discussão e 
apreciação crítica 
dos trabalhos.
Análise e 
interpretação de 
textos.
Composição de 
textos 
argumentativos 
individuais, com 
contra-argumentos.
Construção de 
quadros sinópticos 
de teses e 
argumentos
Elaboração de 
dossiês temáticos.
6 aulas 
de 90 
minutos.
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Conteúdos Objetivos Estratégias gerais
N.º de 
aulas
2. Os valores – análise e 
compreensão da 
experiência valorativa
2.1. Valores e valoração – 
a questão dos critérios 
valorativos
2.1.1. Experiência 
valorativa e características 
dos valores
2.1.2. Juízos de facto e 
juízos de valor
2.1.3. A natureza dos 
valores
2.1.4. Critérios valorativos
2.2. Valores e cultura – a 
diversidade e o diálogo de 
culturas
2.2.1. A dimensão social e 
cultural dos valores
2.2.2. As sociedades 
atuais e os valores
Reconhecer o carácter de não-indiferença associado aos 
valores
Caracterizar a experiência valorativa.
Compreender as principais características dos valores.
Distinguir juízos de facto de juízos de valor.
Compreender a diferença entre as teses subjetivistas e 
objetivistas acerca dos valores.
Esclarecer as diferenças entre psicologismo, emotivismo, 
naturalismo e ontologismo.
Discutir outras perspetivas sobre os valores: 
absolutividade / relatividade e perenidade / historicidade. 
Perceber em que consistem os critérios valorativos.
Refletir sobre os diferentes níveis de determinação dos 
critérios valorativos.
Identificar os critérios transubjetivos.
Reconhecer a relação entre a identidade cultural do 
indivíduo e os valores.
Identificar diferentes atitudes face à multiculturalidade 
atual.
Refletir sobre a atitude etnocêntrica.
Compreender o problema do relativismo cultural.
Discutir as consequências do relativismo.
Reconhecer a importância e o significado da 
interculturalidade. 
Pesquisa de 
conceitos, de teses e 
argumentos em 
textos veiculadores 
das perspetivas em 
confronto.
Elaboração de um 
pequeno glossário 
de termos filosóficos.
Exposição temática 
na sala de aula, ou 
num espaço comum 
da escola, organizada 
pela turma.
Pesquisa documental 
orientada em fontes 
diversificadas de 
informação textual e 
icónica (obras de 
referência impressas, 
enciclopédias 
impressas ou 
eletrónicas, sítios da 
Internet, filmes ou 
documentários, etc.).
Realização de 
atividades do 
Caderno do Aluno.
Realização de 
atividades do 
Manual.
Visionamento e 
interpretação de 
filmes/
documentários, 
diapositivos, etc.
Visitas de estudo 
orientadas. 
Realização de testes 
de avaliação 
(formativos e 
sumativos) no 
âmbito de cada 
temática.
6 aulas 
de 90 
minutos.
3. Dimensões da ação 
humana e dos valores 
3.1. A dimensão ético-
política – análise e 
compreensão da 
experiência convivencial
3.1.1. Intenção ética e 
norma moral
3.1.2. A dimensão pessoal 
e social da ética – o si 
mesmo, o outro e as 
instituições 
3.1.2.1. O si mesmo e o 
outro: a pessoa como 
sujeito moral 
3.1.2.2. A relação com os 
outros e as instituições na 
sociedade
3.1.3. A necessidade de 
fundamentação da moral 
– análise comparativa de 
duas perspetivas 
filosóficas
3.1.3.1. A filosofia moral 
kantiana
Distinguir intenção ética de norma moral.
Reconhecer a relação entre ética e moral.
Identificar diferentes áreas da reflexão ética.
Caracterizar as duas dimensões da ética.
Reconhecer a pessoa enquanto sujeito moral.
Descrever a consciência moral.
Refletir criticamente sobre o egoísmo psicológico.
Reconhecer a incompatibilidade da doutrina do egoísmo 
ético com a ação moral.
Articular a relação do eu com os outros e as instituições 
com o desenvolvimento de uma consciência cívica.
Perceber a distinção entre legalidade e moralidade.
Reconhecer o problema da fundamentação da moral.
Compreender os diversos aspetos da filosofia moral de 
Kant.
Compreender os diversos aspetos da filosofia moral 
utilitarista de Stuart Mill.
Comparar e avaliar criticamente as filosofias morais de Mill 
e Kant.
Adotar uma postura ética pessoal fundamentada.
Relacionar os conceitos de ética, direito, política, Estado e 
justiça.
Comparar as perspetivas de Aristóteles e Locke relativas 
ao problema da origem do Estado.
14 aulas 
de 90 
minutos.
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18 Planificação anual por temas
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Conteúdos Objetivos Estratégias gerais
N.º de 
aulas
3.1.3.2. A filosofia moral 
utilitarista de Stuart Mill
3.1.3.3. Análise 
comparativa e crítica das 
perspetivas morais de 
Kant e Stuart Mill 
3.1.4. Ética, direito e 
política
3.1.4.1. A relação entre 
ética, direito e política
3.1.4.2. A origem do 
Estado
A conceção da origem 
natural
A conceção da origem 
contratual
3.1.4.3. Liberdade 
política e obediência à lei 
3.1.4.4. Igualdade e 
justiça 
Distribuição igualitária da 
riqueza
A igualdade de 
oportunidades no 
emprego
3.1.4.5. A justiça como 
equidade – a teoria da 
justiça de John Rawls 
3.1.4.6. Justiça global e 
direitos humanos 
Compreender a razão que justifica a autoridade do Estado 
sobre o cidadão.
Argumentar a favor ou contra a desobediência civil.
Interpretar os diversos sentidos do conceito de igualdade.
Avaliar os diferentes aspetos associados ao problema da 
justiça distributiva.
Analisar as virtualidades e limitações da teoria da justiça 
de John Rawls.
Avaliar os problemas práticos decorrentes da aplicação da 
justiça.
Relacionar justiça global e direitos humanos.
Reconhecer a necessidade do cumprimento da Declaração 
Universal dos Direitos do Homem.
14 aulas 
de 90 
minutos.
(Alternativa entre 3.2. 
e 3.3.)
3.2. A dimensão estética 
– análise e compreensão 
da experiência estética
3.2.1. A experiência e o 
juízo estéticos
3.2.1.1. A experiência 
estética
3.2.1.2. O juízo estético
O objetivismo estético – 
Platão e M. Beardsley
O subjetivismo estético – 
de Hume a Kant
3.2.2. A criação artística e 
a obra de arte
3.2.2.1. A importância da 
arte
3.2.2.2. A compreensão 
da obra de arte
3.2.2.3. Teorias da arte
Teoria da arte como 
imitação
Teoria da arte como 
expressão
Caracterizar a experiência estética nas suas diversas 
modalidades.
Compreender a especificidade do juízo estético.
Diferenciar a categoria do belo de outras categorias 
estéticas.
Compreender as várias dimensões do objetivismo estético 
de Platão.
Caracterizar o objetivismo estético de M. Beardsley.
Caracterizaro subjetivismo estético de Hume.
Avaliar o alcance do subjetivismo estético de Kant.
Caracterizar a arte e a obra de arte.
Reconhecer criticamente classificações possíveis da arte.
Refletir acerca das razões que levam o artista à criação das 
suas obras.
Ponderar acerca de diferentes possibilidades de 
compreensão das obras de arte.
Reconhecer a necessidade da existência de critérios na 
reflexão sobre a arte.
Caracterizar as diversas teorias da arte: como imitação, 
como expressão, formalista e institucional.
Refletir acerca das objeções às várias teorias referidas.
8 aulas 
de 90 
minutos.
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Conteúdos Objetivos Estratégias gerais
N.º de 
aulas
Teoria formalista da arte 
Teoria institucional da 
arte
Conclusão
3.2.3. A Arte – produção 
e consumo, comunicação 
e conhecimento
3.2.3.1. Arte pela arte e 
arte militante
3.2.3.2. Arte e moral
3.2.3.3. Arte, mercado e 
indústria
3.2.3.4. Arte e 
comunicação 
3.2.3.5. Arte e 
conhecimento
Avaliar a possibilidade de definir ou não arte.
Distinguir criticamente a arte pela arte da arte militante.
Avaliar as consequências da relação entre arte e mercado.
Perceber o significado do design, no âmbito da relação 
arte/indústria.
Refletir acerca da dimensão comunicativa da obra de arte. 
Reconhecer na obra de arte a manifestação da identidade 
cultural dos povos. 
Caracterizar o cognitivismo estético.
Distinguir o tipo de conhecimento proporcionado pela 
arte do conhecimento científico.
Compreender as objeções ao cognitivismo estético.
3.3. A dimensão religiosa 
– análise e compreensão 
da experiência religiosa
3.3.1. A religião e o 
sentido da existência – a 
experiência da finitude e a 
abertura à transcendência
3.3.1.1. Introdução
3.3.1.2. O sagrado e o 
profano
3.3.1.3. A finitude e a 
transcendência
3.3.1.4. A religião como 
resposta ao sentido da 
existência
3.3.1.5. Críticas à 
perspetiva religiosa 
3.3.2. As dimensões 
pessoal e social das 
religiões
3.3.2.1. A experiência 
religiosa
3.3.2.2. A dimensão 
social da religião
3.3.3. Religião, razão e fé 
– tarefas e desafios da 
tolerância
3.3.3.1. Relações entre 
razão e fé
O fideísmo
Harmonia entre a fé e a 
razão
Posições relativas à 
existência de Deus
Provas da existência de 
Deus
Tarefas e desafios da 
tolerância
Compreender o âmbito da filosofia da religião.
Consciencializar-se acerca da importância de se 
interpretar a dimensão religiosa à luz de uma pluralidade 
de aspetos.
Diferenciar sagrado e profano.
Relacionar a experiência da finitude com a abertura à 
transcendência.
Articular a dimensão religiosa com a necessidade de 
sentido da existência humana.
Compreender a diferença entre ressurreição e 
reencarnação.
Refletir acerca da possibilidade da existência de vida após 
a morte e da existência de uma alma imortal.
Avaliar criticamente a perspetiva religiosa acerca do 
sentido da existência e as perspetivas que defendem a 
imortalidade.
Conhecer os principais elementos que caracterizam as 
experiências religiosas.
Distinguir experiências religiosas não místicas de 
experiências religiosas místicas.
Distinguir experiências místicas extrovertidas de 
experiências místicas introvertidas.
Relacionar as experiências religiosas com a existência de 
Deus.
Caracterizar a dimensão social da religião. 
Compreender os aspetos associados ao fideísmo, em 
articulação com a filosofia de Kierkegaard.
Avaliar a possibilidade da harmonia entre a fé e a razão, 
partindo da perspetiva de São Tomás.
Compreender as diversas posições relativas à existência de 
Deus: teísmo, deísmo, ateísmo, agnosticismo e panteísmo.
Refletir sobre a possibilidade de classificar as religiões de 
acordo com a conceção de Deus que nelas domina.
8 aulas 
de 90 
minutos.
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Conteúdos Objetivos Estratégias gerais
N.º de 
aulas
Conhecer e avaliar criticamente os argumentos 
cosmológico, do desígnio e ontológico.
Refletir sobre o significado e o alcance do argumento 
moral de Kant.
Relacionar o problema do mal com o problema da 
existência de Deus.
Relacionar os conflitos religiosos com a necessidade de 
tolerância e de respeito pelos direitos humanos. 
Refletir sobre o significado e a importância do diálogo 
inter-religioso.
4. Temas/problemas 
do mundo 
contemporâneo 
(Opção por um tema/
problema.)
4.1. O racismo 
4.1.1. Definição e breve 
contextualização 
histórico-cultural do 
racismo 
4.1.2. A argumentação 
racista e antirracista
4.1.3. Racismo, 
discriminação, 
desigualdades e 
tratamento preferencial
4.1.4. O debate político e 
a luta contra o racismo
Compreender o racismo a partir da sua história.
Analisar os principais argumentos racistas e antirracistas.
Refletir sobre o racismo e as suas diferentes manifestações 
no contexto das sociedades atuais. 
Discutir diferentes formas de luta contra o racismo.
8 aulas 
de 90 
minutos.
4.2. Desafios da 
comunicação virtual – as 
redes sociais
4.2.1. Um maravilhoso 
mundo novo
4.2.2. Alguns impactos e 
riscos do mundo online
4.2.2.1. A desigualdade
4.2.2.2. Ataques à 
privacidade
4.2.2.3. Comportamentos 
desajustados
4.2.2.4. O ciberbullying
4.2.3. Regular a “aldeia 
global”?
Compreender o fenómeno das redes sociais no contexto 
social e global atual.
Analisar os impactos e os riscos associados ao mundo 
virtual.
Refletir sobre a necessidade de regular o ciberespaço.
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Abordagem introdutória à Filosofia e ao filosofar
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1. A morte de um familiar, na medida em que pode levar o estudante a questio-
nar sobre o sentido da existência, constitui um dos exemplos possíveis. Qual-
quer que seja a situação apontada, poderá sugerir-se o confronto da mesma 
com as questões da filosofia, abordadas em 1.2. 
2. Alguns dos exemplos possíveis:
– A beleza está nos olhos de quem a vê. 
– Ninguém foge ao seu destino. 
– A experiência é a mãe da ciência e a mestra da vida. 
– Mais vale cautela do que arrependimento. 
– Cedo ou tarde tudo se paga neste mundo.
– Deus escreve direito por linhas tortas. 
– A culpa morreu solteira. 
– As aparências iludem. 
3. A filosofia espontânea, em princípio típica de todo o ser humano, traduz um 
pensamento comum, uma sabedoria popular, não exigindo um conhecimento 
da história da filosofia nem evidenciando grande complexidade conceptual e 
argumentativa. Por sua vez, a filosofia sistemática propõe respostas concep-
tualmente rigorosas, traduzindo um pensamento que se apresenta sob a forma 
de argumentação crítica, subjacente à qual se encontram determinados conhe-
cimentos da tradição filosófica.
4. Segundo Platão e Aristóteles, é o espanto, ou admiração, aquilo se encontra 
na origem do filosofar. Uma situação que exemplifica este impulso do espanto 
relativamente ao filosofar pode encontrar-se na contemplação da grandeza do 
Universo, a qual desencadeará questões filosóficas como: «Qual a origem das 
coisas?», «Que finalidade está subjacente ao mundo?». 
Mas o espanto não permite evitar a dúvida, pois nada nos garante que esteja-
mos seguros acerca da verdade dos conhecimentos adquiridos. A dúvida será 
colocada ao serviço da verdade, adquirindo um carácter metódico.
Também as situações-limite – a culpa, a insegurança, o sofrimento, a morte – 
revelam ao ser humano o seu carácter finito e frágil. Filosofar é tentar assumir 
autenticamente tais situações, procurando integrá-las na própria vida.
Todavia, nenhum ser humano pode viver isolado, nem se pode alcançar a ver-
dade fora da comunicação com os outros. Por isso, também a vontade de comu-
nicação autêntica pode estar na origem do filosofar.
Página 17
1. O objeto de estudo da filosofia é o real como um todo. À filosofia interessam 
os problemas fundamentais que subjazem a esse todo, ou seja, aqueles em que 
pomos em questão as nossas crenças fundamentais. A filosofia procura os fun-
damentos últimos do real.
2. As duas dimensões da filosofia, embora inseparáveis,podem distinguir-se 
tendo em conta propósitos específicos da reflexão filosófica. Na sua dimensão 
teórica, a filosofia procura conhecer a essência da realidade, tentando obter 
uma compreensão integradora do real, incluindo a reflexão sobre os vários 
saberes e os problemas por eles suscitados. Na sua dimensão prática, a filosofia 
ajuda-nos a orientarmo-nos no mundo, a saber viver, a agir de forma responsá-
vel, a intervir a nível social e político, visando a construção de uma vida mais 
feliz e de um mundo melhor.
Página 21
1. O método filosófico baseia-se no exercício reflexivo, na investigação concep-
tual e na argumentação racional.
2. O método socrático consiste no diálogo, encetado com um ou mais interlocu-
tores, que procura, numa primeira fase, levar o(s) ouvinte(s) à convicção do erro 
(ironia) e, numa segunda, conduzi-lo(s) à verdade (maiêutica), por intermédio 
da argumentação. É no final da primeira fase do método que os interlocutores 
se apercebem de que nada sabem. O reconhecimento da ignorância, o “só sei 
que nada sei”, constitui, pois, para Sócrates, a condição essencial para a procura 
do conhecimento verdadeiro. 
3. O método cartesiano consiste num procedimento que implica: não aceitar 
nada como verdadeiro que não se apresente à consciência como claro e distinto, 
sem qualquer margem para dúvidas; dividir cada uma das dificuldades em par-
tes; começar pelo mais simples e fácil de compreender e subir gradualmente 
para o mais complexo; fazer enumerações e revisões o mais completas possível. 
Assim, Descartes começou por duvidar de todo o saber advindo da experiência e 
de todos os raciocínios que até então lhe serviram de base para as suas 
Sugestões de resposta 
às atividades do 
manual
3
22 Sugestões de resposta às atividades do manual
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demonstrações, excluindo tudo o que antes aceitava como verdadeiro, inclusive 
os próprios pensamentos. Descartes apercebe-se de que este processo de 
dúvida só é possível porque pensa e para pensar tem de “ser alguma coisa”, ou 
seja, existir. É assim que Descartes aceita como verdadeiro, claro e distinto o 
princípio da filosofia “Penso, logo existo”.
4. Enquanto o método científico é baseado na verificação experimental, o 
método filosófico baseia-se na discussão crítica e na argumentação racional. 
Assim, enquanto a ciência, em geral, é empírica, a filosofia é conceptual e a 
priori, uma vez que trata de problemas que não são empíricos. Contudo, filoso-
fia e ciência mantêm relações muito estreitas: os factos da ciência podem levan-
tar novas questões filosóficas e as questões filosóficas podem fazer avançar a 
ciência.
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1. As teorias filosóficas são as respostas dadas aos problemas filosóficos a partir 
do método da argumentação racional. Assim, a cada problema filosófico está 
associada uma ou mais teorias, algumas das quais opostas, desenvolvendo-se 
como crítica às suas antecessoras.
2. O relativismo moral baseia-se no princípio segundo o qual não existem valo-
res morais objetivos, válidos e aceites por todas as culturas. No entanto, todas as 
culturas obedecem ao princípio da sobrevivência. Se todas as culturas aceitam o 
princípio, então ele é universal. Logo, nem tudo é relativo. 
3. A filosofia desenvolve-se ao longo da história. Cada filósofo é influenciado pela 
sua cultura, pelos modos de pensar, sentir e agir da sua época histórica. Tal não 
significa que ele se limitará a copiar os vários aspetos da circunstância em que 
vive. Ao integrar os problemas e as inquietações que decorrem de sua circunstân-
cia, o filósofo reflete dentro de um quadro de referências perante as quais assu-
mirá uma perspetiva crítica e integradora. Poderá, por isso, subscrever algumas 
ideias, depois de as ter analisado racionalmente, ou contestá-las, apontando 
novas soluções. Por isso, ninguém filosofa a partir do nada, e todo o pensamento 
evolui no interior de uma tradição e de um contexto sociocultural específicos.
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 1. As alíneas a) e d) apresentam questões filosóficas. A primeira é do âmbito da 
gnosiologia e a segunda do da ética. São questões que se prendem com as nos-
sas crenças fundamentais relativas à capacidade de conhecer – a) – e de enten-
der a moralidade – d) –; são questões que interessam a todo o ser humano; são 
questões que não resolvemos experimentalmente, mas que merecem ser discu-
tidas, tendo em vista uma melhor compreensão dessas realidades. As questões 
das alíneas b) e c) não são filosóficas; podem enquadrar-se nas disciplinas da 
genética e da biologia – b) – e da história – c). 
2. Esta afirmação traduz as preocupações fundamentais da filosofia porque a 
filosofia preocupa-se com todas as dimensões em que se move a existência 
humana. Perguntas como “O que posso saber?”, “O que devo fazer?” ou “O que me 
é permitido esperar?” dizem todas respeito àquele que as formula: o ser humano. 
Como tal, não existe nada que não seja, neste sentido, humano e, pela mesma 
ordem de ideias, não há nada de humano que seja estranho àquele que filosofa.
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1.1. De acordo com o autor do texto, o valor da filosofia reside no facto de ela 
lidar com as principais questões relativas ao sentido da existência humana. 
Algumas dessas questões são referidas no texto (primeiro parágrafo). Os princí-
pios em que se baseia a maior parte das crenças sobre a existência humana 
devem passar pelo exame crítico do questionar filosófico. Caso contrário, a vida 
será vivida com falsas certezas. 
1.2. O autor do texto recorre a uma comparação entre os travões de um carro 
que nunca foi à revisão e os princípios nos quais a nossa vida se baseia sem 
nunca ter sido examinada; podemos pensar que os travões são de confiança, 
mas o melhor será sempre fazer as devidas “revisões” para termos certeza de 
que podemos confiar neles e, analogamente, nas nossas crenças ou princípios. 
(Poderá adiantar-se que se trata de um argumento por analogia.) 
2. A afirmação de Russell constitui uma crítica aos seres humanos que apenas 
se preocupam com as questões materiais e que buscam resultados imediatos 
para as suas preocupações do quotidiano. Na verdade, as preocupações daquele 
que se diz prático não o distinguem do animal irracional. Ambos procuram 
satisfazer as necessidades materiais e físicas e apenas reconhecem esse tipo de 
necessidades. Aquilo que distingue o ser humano do animal é a capacidade 
pensante e racional do primeiro, pelo que, para se cumprir a verdadeira natu-
reza humana, o ser humano deve procurar alimentar o seu “espírito”. O alimento 
para o espírito corresponde à capacidade de colocar questões que vão para além 
do material, do imediato e do dogmático. 
3. Espera-se que o aluno reconheça que a filosofia:
– o ajudará a questionar-se e a examinar os seus preconceitos e crenças; 
– contribuirá para o exercício do seu pensamento, conferindo maior amplitude 
à sua visão do mundo;
– o ajudará a evitar o dogmatismo, convidando-o a pensar por si próprio, de um 
modo crítico, interrogativo e problematizador.
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1. Conceito: instrumento mental que consiste na representação intelectual de 
uma determinada realidade. Tal representação pode ter um carácter abstrato e 
geral, referindo-se então às propriedades comuns a um conjunto de coisas, 
seres, acontecimentos, ou um carácter singular, referindo-se a uma única reali-
dade.
Termo: é a expressão verbal do conceito, servindo para dizer várias realidades, 
materiais ou espirituais, concretas ou abstratas.
Extensão: é o conjunto de seres, coisas, membros que são abrangidos pelo 
conceito.
Compreensão: é o conjunto de qualidades, propriedades, características ou 
atributos que definem o conceito. 
2. Possível exemplo: Todo o ser humano é livre. 
Sujeito: ser a quem se atribui o predicado (ser humano).
Predicado: aquilo que se diz do sujeito (livre). 
Cópula: elemento que permite a união do sujeito e do predicado (é).
Proposição: aquilo que é proposto numa frase declarativa (o seu conteúdo) e 
que tem valor de verdade.No exemplo dado, trata-se de uma proposição uni-
versal afirmativa, na qual se relaciona o termo sujeito (ser humano) com o 
termo predicado (livre), sendo essa relação de conveniência (Todo o ser humano 
é livre).
3. a) Frase imperativa. Não expressa uma proposição porque não pode ser nem 
verdadeira nem falsa. 
b) Frase interrogativa. Não expressa uma proposição porque não pode ser nem 
verdadeira nem falsa. 
c) Frase declarativa. Expressa uma proposição, porque a proposição pode ser 
verdadeira ou falsa.
d) Frase declarativa. Expressa uma proposição, porque a proposição pode ser 
verdadeira ou falsa.
e) Frase imperativa. Não expressa uma proposição, porque não pode ser nem 
verdadeira nem falsa.
f) Frase declarativa. Expressa uma proposição, porque pode ser verdadeira ou 
falsa.
g) Frase que traduz uma promessa. Não expressa uma proposição, porque não 
pode ser nem verdadeira nem falsa.
h) Frase declarativa. Expressa uma proposição, porque pode ser verdadeira ou 
falsa.
4. a) Alguns comerciantes são desonestos.
b) Toda a virtude é dignificante.
c) Algumas coisas que existem não são belas.
d) Todos os eletricistas são profissionais.
e) Alguns advogados não são ricos.
f) Todos os matemáticos são (pessoas) que gostam de números.
g) Algumas ruas são sombrias.
Sugestões de resposta às atividades do manual 2323
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h) Todos os homens são cantores.
i) Nenhum cavalo é belo.
j) Todos os dias são chuvosos.
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1. a) A lógica é útil.
b) A pena de morte é imoral.
c) O altruísmo promove a felicidade.
d) A discussão é uma guerra.
2. Argumento: é um conjunto de proposições relacionadas entre si de tal 
modo que umas devem oferecer razões para aceitar uma outra. As proposições 
que servem de razões designam-se por premissas e a proposição que se pre-
tende defender a partir das premissas é a conclusão. 
Argumento dedutivo: é aquele cuja verdade das premissas garante a verdade 
da conclusão, sendo que tal argumento só é válido quando as suas premissas 
oferecem um apoio absoluto e completo à conclusão, de tal modo que é logica-
mente impossível que as premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa.
Argumento não dedutivo: é aquele cuja verdade das premissas apenas 
sugere a probabilidade ou a plausibilidade de a sua conclusão ser também ver-
dadeira. Neste tipo de argumentos, as premissas apenas dão um suporte parcial 
à conclusão, não a garantindo necessariamente, pelo que a conclusão é apenas 
recomendada.
3. a) Alguns médicos não são pediatras.
b) A afirmação da existência de Deus é uma crença que não é racionalmente 
justificada. 
4. Sim. Um argumento pode ser constituído por proposições falsas e ser válido. 
A validade diz respeito à forma como as proposições são encadeadas e não ao 
conteúdo das proposições.
5. Diz-se que um argumento é dedutivamente válido quando tem uma forma 
lógica tal que a verdade das premissas garante sempre a verdade da conclusão. 
6. Não. Os argumentos não dedutivos não garantem necessariamente a conclu-
são, apenas a sugerem como plausível ou razoável.
7. a) A primeira premissa é verdadeira. A segunda premissa é verdadeira. A con-
clusão é falsa. O argumento é inválido.
b) A primeira premissa e a conclusão são falsas. A segunda premissa é verda-
deira. O argumento é válido.
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1. a) Tese:
Não é por negligência ou acaso, mas por razão e necessidade, que a grande maio-
ria das palavras que compõem as diversas línguas do mundo são termos gerais.
b) Argumentos:
1.º É impossível que cada uma das coisas possa ter um nome peculiar e distinto: 
nunca os seres humanos se dedicaram à tarefa de dar nomes a cada coisa parti-
cular, nem o entendimento humano teria capacidade para abranger tais nomes.
2.º Mesmo se tal se pudesse fazer, seria um exercício inútil, porque acumular 
nomes de coisas particulares não serviria o principal objetivo da linguagem: a 
intercomunicação dos pensamentos. 
3.º Ainda que tal se pudesse fazer, isso seria de pouca utilidade para alargar o 
conhecimento, que se refere ao geral e não ao particular. 
2. Pretende-se que os alunos construam argumentos a favor das teses escolhi-
das (e eventualmente contra as teses opostas respetivas), no sentido de se posi-
cionarem criticamente e de modo válido face aos problemas que subjazem a 
essas teses, os quais serão abordados posteriormente. 
A ação humana – análise e compreensão do agir
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1. A filosofia da ação é uma área em que se procura analisar em que consiste 
uma ação e saber como é possível explicá-la, tendo em conta as razões do 
agente. 
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1. Um acontecimento é, em princípio, algo que ocorre num determinado tempo 
e lugar, suscetível de afetar o sujeito, mas que não depende da sua vontade. 
Ora, de acordo com a afirmação, «descrever os factos que acontecem não per-
mite, só por si, que se fale de racionalidade e de intenção», uma vez que estas 
duas categorias só podem ser aplicadas se tais factos forem concebidos como 
ações. Deste modo, deduzimos que alguns factos ou acontecimentos também 
podem ser designados por ações, desde que seja possível nomeá-los pela inten-
ção ou explicá-los pelos motivos de um qualquer agente.
2. No texto 4 distinguem-se quatro tipos de comportamentos/movimentos cor-
porais:
– os acontecimentos: «o que simplesmente me acontece» – por exemplo, 
escorregar nas escadas;
– os comportamentos inconscientes e involuntários: «o que faço sem me dar 
conta e sem querer» – por exemplo, o sonambolismo; 
– os comportamentos inconscientes por efeito do hábito: «o que faço sem me 
dar conta mas segundo uma rotina adquirida voluntariamente» – por exemplo, 
mexer sistematicamente no cabelo sem me aperceber;
– os comportamentos conscientes e voluntários: «o que faço apercebendo-me 
e querendo» – por exemplo, comer a sopa.
Só a estes últimos convém o conceito de ação.
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1. Considera-se ação apenas o que fazemos de um modo voluntário e cons-
ciente, ou seja, trata-se daquilo que queremos efetivamente fazer por exercício 
da vontade e de que realmente temos consciência. Tal significa também que a 
ação humana é intencional e que, como se diz na afirmação, «os movimentos 
corporais das nossas ações são causados pelas nossas intenções».
Com efeito, ter uma intenção significa encontrar-se num estado mental que se 
orienta, ou que tende, para a concretização (que até pode ser apenas a manu-
tenção ou o evitamento) de um determinado estado de coisas. 
As ações intencionais são movimentos finalizados, que têm origem em motivos, 
desejos, crenças, interesses, etc., ou seja, são ações realizadas por alguém que 
as quer realizar e que acredita que esse é o melhor meio para atingir um fim. 
2. Diz-se que uma ação intencional é uma ação básica quando é feita direta e 
intencionalmente, sem levar a cabo nenhuma outra ação intencional. Diz-se 
que uma ação intencional é uma ação não básica quando não é feita direta e 
intencionalmente, mas é levada a cabo fazendo-se outras coisas.
3. Classicamente, o desejo era considerado uma tendência acompanhada de 
consciência. Freud pôs em causa esta perspetiva, ao sublinhar que o desejo é, 
sobretudo, inconsciente.
O conceito de intenção revela alguma proximidade com o conceito de desejo. 
Enquanto estado subjetivo de tender para algo ou de aspiração por algo, a 
intenção pode ser identificada com o desejo. Mas ela é mais do que mero desejo 
ou aspiração, uma vez que é, em princípio, consciente, visando uma dada finali-
dade e inscrevendo-se num determinado projeto. 
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1. Com base nas afirmações do texto 7, podemos definir o conceito de motivo 
do seguinte modo: «o motivo significa em geral tudo o que é capaz de mover ou 
influir sobre as faculdades humanas (…), levando-as à ação». Constitui, por 
isso, «a razão consciente do agir», pelo que «temos de o distinguir do “móbil”», 
e estende-se, segundo a psicologia moderna, «a toda a necessidade ou desejo 
ligado a uma intenção de atingir um objetivo adequado».
2. O motivo, sendo a justificação do agir e aquilo queo torna inteligível, acaba 
por ser inseparável de todas as necessidades e desejos associados à intenção de 
atingir determinados objetivos.
O desejo pode ser consciente ou inconsciente. Da mesma forma, o motivo pode 
ser voluntário, enquanto se refere a razões ou crenças, ou involuntário, 
enquanto se aproxima do desejo, sobretudo do desejo inconsciente, assim como 
do móbil.
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Crenças e desejos constituem dois elementos que nos ajudam a perceber os 
motivos. Por exemplo, se vemos uma pessoa a subir uma montanha, partimos 
do princípio de que ela tem motivos para o fazer. Por um lado, tem a crença de 
que essa é a melhor forma de atingir o topo; por outro, tem o desejo de o atingir. 
3. A finalidade (fim ou meta) da ação diz respeito a tudo aquilo que ativa, 
orienta e dirige a ação, respondendo à pergunta “para quê?”. Muitas vezes inse-
parável do conceito de motivo, a noção de finalidade também se aproxima da – 
e em certa medida equivale à – noção de projeto. 
O conceito de projeto, designando aquilo que alguém se propõe fazer, pode con-
tudo aplicar-se ao ser humano na medida em que este, ao projetar e ao realizar 
algo, também se projeta e realiza a si mesmo, ou seja, o ser humano é um ser de 
projeto. Neste sentido, o conceito de projeto parece mais abrangente do que o 
de finalidade. 
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1. A deliberação é o processo de reflexão que antecede a decisão, embora isso 
nem sempre aconteça. Assim, a deliberação constitui a fase que se encontra na 
génese do ato voluntário, na qual a vontade, unida à inteligência, concebe as 
diferentes alternativas de ação, avaliando e analisando as razões a favor ou con-
tra, assim como os móbeis e os motivos associados àquela ação. 
A decisão consiste no momento de escolha e resolução, traduzindo-se no triunfo 
de um (ou mais do que um) dos motivos sobre os demais, com o estabelecimento 
de um juízo de valor ou de preferência, que indica um caminho a seguir e os movi-
mentos a executar para que a ação se concretize. Neste sentido, uma decisão deli-
berada é uma decisão voluntária, consciente, intencional, refletida e pensada. 
No entanto, nem todas as ações são deliberadas. Para além das intenções ante-
riores – para usarmos as palavras de John Searle – isto é, formadas antes da 
realização da ação, existem as intenções na ação, as intenções que temos 
enquanto realizamos uma determinada ação.
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1. Para o comentário a esta questão, espera-se do aluno que:
– defina sucintamente os três conceitos apresentados: 
– agente – o autor da ação, aquele que realiza as ações de forma consciente, 
voluntária e intencional; 
– liberdade – poder de escolher de entre alternativas possíveis aquela que se 
quer realizar, sem ser constrangido ou coagido;
– responsabilidade – capacidade de assumir as suas ações e de responder 
por elas; 
– explique a afirmação – sendo consciente e livre, o ser humano é a causa 
dos seus atos, pelo que é possível responsabilizá-lo, isto é, esperar que ele 
responda pelos seus atos e se comprometa com as consequências do agir;
– apresente o seu ponto de vista sobre o assunto, eventualmente contes-
tando a existência da liberdade plena ou a ideia de que o ser humano «é a 
única causa dos seus atos».
2. Para esta reflexão, pressupõe-se que o aluno aplique as noções apresentadas na 
rede conceptual da ação. Sugerimos a seguir uma síntese articulada de tais noções:
A ação humana é tudo o que fazemos de um modo voluntário, consciente e 
intencional.
A intenção, enquanto curso da ação que alguém pretende seguir ou ainda 
enquanto objetivo ou propósito que a guia, responde à pergunta “o quê?”.
As ações intencionais são originadas por motivos – traduzidos em desejos e 
crenças –, que tornam a ação intencional compreensível, ao responderem à 
pergunta “porquê?”. 
A finalidade responde à pergunta “para quê?”, sendo muitas vezes difícil separá-
-la dos conceitos de motivo e, em particular, do de projeto, que também res-
ponde à mesma questão.
Sendo autor da ação, o agente realiza as ações de forma livre, podendo assim ser 
responsabilizado, pois há uma relação direta entre liberdade e responsabilidade. 
Também é por ser livre que o agente delibera e decide, sendo a deliberação o 
processo de reflexão e de ponderação que, em princípio, antecede a decisão, a 
escolha de alternativas do agir.
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1. O livre-arbítrio é a possibilidade de escolha e de autodeterminação ou a 
dimensão subjacente ao ato voluntário, autónomo e independente de qualquer 
constrangimento e coação externa ou interna, correspondendo a uma vontade 
livre e responsável de um agente racional. 
Página 73
1. A última afirmação do texto 14 procura definir de modo positivo a liberdade 
– poder fazer algo quando se quer – e, ao mesmo tempo, exprimir o seu caráter 
limitado – quando não se pode fazer o que se quer. 
A afirmação pode suscitar vários problemas, como por exemplo: os problemas 
de saber se a liberdade humana tem ou não limites e condicionantes; no caso de 
os ter, que condicionantes e limites são esses; e se, por fim, existe ou não o livre-
-arbítrio. 
2. O objetivo da ciência, na sua dimensão teórica, consiste em detetar as regu-
laridades da natureza, a fim de conseguir prever os fenómenos. Tal significa que 
um dado acontecimento é causado por acontecimentos que o antecedem, cons-
tituindo a causa de outros acontecimentos que se lhe seguirão. Assim, tudo na 
natureza parece obedecer a relações de causas e efeitos, o que equivale a afir-
mar que tudo na natureza se encontra determinado. 
Se assim for, e se considerarmos que as ações humanas são também aconteci-
mentos naturais, determinados por forças externas e internas, então estaremos 
a afirmar a ausência de liberdade e de responsabilidade do agente. 
3. Designamos por condicionantes da ação humana todo o conjunto de cons-
trangimentos e obstáculos que impõem limites à nossa ação. Mas as condicio-
nantes, ao mesmo tempo que limitam a ação, abrem-lhe de igual modo um 
horizonte de possibilidades, assumindo-se também, de certo modo, como con-
dições do próprio agir.
4. Podemos considerar três tipos de condicionantes: 
– físico-biológicas – por exemplo, o facto de possuirmos um corpo que quere-
mos manter vivo faz com que não sejamos livres de viver sem nos alimentarmos;
– psicológicas – se estivermos nervosos, teremos aí uma dificuldade que nos 
impede de realizar um teste de forma tranquila; 
– histórico-culturais – se vivermos numa época de crise, podemos não ter 
dinheiro suficiente para comprar tudo aquilo a que estamos habituados.
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1. O problema do livre-arbítrio consiste precisamente em saber se a liberdade 
humana, em termos de possibilidade de optar, é ou não compatível com outras 
forças que a parecem anular: será que, ao optarmos, o fazemos de maneira autó-
noma, ou a escolha resulta de uma sequência necessária de causas e efeitos?
2.1. De acordo com o determinismo radical, o Universo é um vasto sistema que 
obedece a leis causais invariáveis, leis baseadas em relações necessárias de cau-
sas e efeitos. Tudo na natureza consiste em partículas e relações entre elas, e 
«tudo se pode explicar em termos dessas partículas e das suas relações». Qual-
quer acontecimento, incluindo a ação humana, resulta de causas que o antece-
deram, de acordo com as leis da natureza, que possuem um carácter imutável.
Considerar que tudo no mundo obedece a um conjunto de leis naturais e que 
nem a ação humana escapa ao determinismo tem como consequência a negação 
do livre-arbítrio, ou a afirmação de que este é ilusório, e a total desresponsabili-
zação do agente. O determinismo radical nega a liberdade à ação humana e 
defende assim o incompatibilismo entre a liberdade e o determinismo natural.
2.2. O determinismo ambiental, defendido no âmbito da psicologia clássica, 
pela corrente behaviorista, é a perspetiva segundo a qual são os fatores sociais e 
culturais que definem o que somos e a maneira como agimos,não havendo 
qualquer relevância por parte da componente genética.
O determinismo hereditário é a teoria que afirma o carácter decisivo da compo-
nente genética na estruturação da personalidade e do comportamento indivi-
dual, ignorando os fatores sociais e culturais.
Sugestões de resposta às atividades do manual 2525
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3. No texto 17, Espinosa critica aqueles que parecem conceber o ser humano na 
natureza «como um império num império», isto é, como um ser dotado de liber-
dade para perturbar a ordem natural, um ser que é a causa absoluta dos seus 
atos. Em contrapartida, Espinosa defende que as leis e as regras da natureza 
«são sempre e por toda a parte as mesmas».
Uma vez que todos e cada um dos fenómenos estão submetidos às leis naturais 
de carácter causal, então a própria ação humana também deve ser entendida à 
luz de causas necessárias. 
Espinosa apresenta um sistema monista, em que há uma substância única 
(Deus, que se identifica com a Natureza), sendo todas as coisas e todas as ações 
governadas por uma absoluta necessidade. Estamos perante um determinismo 
metafísico.
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1.1. O compatibilismo, também designado determinismo moderado, é uma 
perspetiva que aceita o determinismo no mundo natural, mas defende que 
existe espaço para a liberdade e para a responsabilidade humanas. Sendo 
assim, um ato pode ser, ao mesmo tempo, livre e determinado, o que nos 
devolve, como refere a afirmação, «uma imagem de nós próprios como agentes 
situados no interior da ordem causal da natureza».
1.2. As ações livres são aquelas que fazemos com vontade de as fazer e sem que 
ninguém nos obrigue. Elas são resultado dos nossos desejos, do nosso carácter e 
da nossa personalidade. 
As ações não livres, por sua vez, são aquelas em que somos forçados a escolher 
isto ou aquilo, a fim de conservarmos, por exemplo, a integridade física ou a 
posse de bens materiais ou outros.
Ser livre significa, assim, encontrar-se isento de coerção. 
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1. O libertismo defende, de modo radical, o livre-arbítrio e a responsabilidade 
do ser humano, considerando que o agente tem o poder de interferir no curso 
normal das coisas pela sua capacidade racional e deliberativa, iniciando 
sequências de acontecimentos, sem que esse desencadear seja causalmente 
determinado.
Assim, para os libertistas, o agente não é determinado: ele tem o poder de se 
autodeterminar, o que é muitas vezes defendido a par da ideia de que há uma 
dualidade entre o corpo e a mente, considerando-se que esta última está acima 
ou fora da causalidade do mundo natural. 
2. São sobretudo dois os argumentos em que os libertistas se apoiam para 
defender a existência do livre-arbítrio: o argumento da experiência e da respon-
sabilidade – sabemos que somos livres porque nos apercebemos imediata-
mente de que o somos de cada vez que escolhemos conscientemente, e temos 
também a noção da responsabilidade no nosso modo habitual de pensar e de 
avaliar as ações – e o argumento de que o Universo não constitui um sistema 
determinista – é impossível prever os fenómenos a partir de causas determi-
nantes (indeterminismo). 
3. O indeterminismo, ao defender a impossibilidade de prever os fenómenos a 
partir de causas determinantes, introduzindo as noções de acaso e de aleatorie-
dade, acaba por não resolver o problema do livre-arbítrio. Com efeito, se não 
podemos prever, em rigor, de que forma um indivíduo irá agir, se é o acaso que 
conduz as ações humanas imprevisíveis, então elas não são o resultado do que o 
ser humano quer. Logo, as ações também não são livres, nem o agente é res-
ponsável. 
4. No comentário a esta questão, espera-se do aluno que reflita sobre a duali-
dade corpo/mente, ou até cérebro/mente, manifestando a sua opinião acerca 
do assunto. Trata-se, em particular, de abordar o problema da relação entre a 
mente e o corpo, discutindo a dependência ou independência que se estabelece 
entre eles, a fim de se extrair, com base nisso, as consequências para a liberdade 
da ação.
Os Valores – análise e compreensão da Experiência 
Valorativa
Página 89
1.1. O texto descreve uma situação dilemática vivida por Sérgio, ou seja, uma 
situação que implica dois valores em conflito, ambos com consequências poten-
cialmente negativas: Sérgio terá de decidir se diz a verdade a Luís, podendo per-
der a amizade de Carlos, ou se é leal a Carlos, podendo perder a amizade de Luís. 
Para decidir como agir, Sérgio terá de o fazer em função da alternativa que consi-
dera mais valiosa, pelo que terá de decidir que valores são para si mais importan-
tes. Sendo os valores os orientadores e fundamentos da decisão que antecede a 
ação, Sérgio ora pode decidir em função do valor verdade, ora em função do valor 
lealdade. Qualquer que seja o valor mais importante, a consequência será sem-
pre negativa, implicando a perda potencial da amizade de um dos amigos.
Assim, os valores são os orientadores da ação, as razões de ser e os fundamentos 
que a explicam. Embora Sérgio possa hierarquizar os valores de determinado 
modo, atribuindo mais valor, por hipótese, à verdade do que à lealdade, dife-
rentes sujeitos podem hierarquizar de um modo distinto. Tal significa que a 
hierarquização dos valores é subjetiva. 
Embora haja uma diversidade de valores (éticos, estéticos, religiosos, lógicos, 
etc.), o exemplo do texto remete especificamente para os valores éticos. 
Finalmente, a cada um dos valores poderá corresponder um polo oposto: à ver-
dade corresponde o contravalor falsidade e à lealdade o contravalor deslealdade.
1.2. Espera-se que o/a estudante opte pela alternativa que considera mais 
valiosa.
1.3. Os valores em confronto são a verdade e a lealdade.
1.4. Em função da resposta dada em 1.2., o/a estudante deve indicar qual o 
valor que considerou mais importante.
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1.1. Os enunciados b), d), e), h) e j) correspondem a juízos de valor. Trata-se de 
enunciados que apreciam e avaliam os factos. Os enunciados dependem da 
valoração pessoal e não são consensuais, podendo cada um ser negado por 
outro sujeito.
1.2. Os enunciados a), c), f ), g) e i) correspondem a juízos de facto. Trata-se de 
enunciados que apenas descrevem a realidade, não dependendo da apreciação 
do sujeito. São enunciados, por conseguinte, objetivos e, no caso de serem ver-
dadeiros, são reconhecidos por todos.
2.1. A partir da afirmação de Guy Rocher podemos dizer que os juízos de valor 
são importantes na medida em que permitem ao sujeito não só manifestar os 
seus valores, como também aprender e adotar valores. Ao aplicar dado valor a 
um dado facto, o valor torna-se mais claro, o que permite, tanto em termos pes-
soais como em termos coletivos, a adesão a novos valores.
2.2. Por exemplo, a discussão de dilemas, bem como do conflito de valores sub-
jacente, permite evidenciar o modo como se entendem os valores, aplicando-os 
a situações concretas da vida. É através de juízos de valor que o sujeito expressa 
as suas valorações e tal traduz-se numa oportunidade de refletir sobre os valo-
res, clarificando-os na aplicação à situação particular. É porque aplicamos a 
uma situação (por exemplo, pena de morte) o valor injustiça que esse valor 
ganha conteúdo e se clarifica. Caso contrário, seria um valor vazio e abstrato. 
Página 95
1.1. De acordo com a tese subjetivista, os valores são totalmente dependentes 
do sujeito, das suas preferências e apreciações valorativas. Como tal, a beleza 
feminina resulta de uma apreciação ou avaliação que alguém faz de determi-
nada pessoa do sexo feminino. Por isso, algumas pessoas consideram, por 
exemplo, Angelina Jolie bela e outras não.
1.2. A beleza existe na mulher como característica objetiva, como qualidade 
real. Assim, a beleza não depende da valoração dos sujeitos, como defendem os 
subjetivistas. Se uns consideram Angelina Jolie bela e outros não, tal não signi-
fica que a sua beleza esteja dependente dos sujeitos que a apreciam. Significa 
26 Sugestões de resposta às atividades

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