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ESTUDO DO PERÍODO SIMPLES FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO Frase: Possui sentido completo; pode ou não conter um ou mais verbos. Ex. Socorro! Muito obrigada! Aonde vai com tanta pressa. Oração: Pode ou não ter sentido completo; Contém sempre um verbo ou uma locução verbal. “Quero a rosa mais linda/ que houver/ para enfeitar a noite do meu bem.” Período: Possui sentido completo; Contém sempre um (período simples) ou mais verbos (período composto). Ex. Chove. “Apesar de você amanhã há de ser outro dia” (período simples) Cantei, dancei e depois dormi. (período composto) “Quando você foi embora, fez-se noite em meu viver.” Termos essenciais da oração Os termos essenciais da oração são: Sujeito: Nas orações em que está presente, o sujeito é o termo que concorda com o verbo. Exemplo: Sujeito verbo “Minha primeira lágrima caiu dentro dos teus olhos” Cecília Meireles Sujeito verbo Minhas primeiras lágrimas caíram dentro dos teus olhos. Predicado: É o termo que, na maioria das vezes, contém uma declaração sobre o sujeito. A antiga casa amarela da esquina foi demolida. ↓ ↓ Sujeito Predicado Classificação do sujeito Sujeito determinado: pode ser de quatro tipos: 1- Simples: possui um único núcleo (substantivo, pronome substantivo, numeral substantivo ou termo substantivado). Ex. A existência é frágil. O amar faz bem. As três chegaram tarde. Nós nos respeitamos mutuamante. 2- Composto: possui dois ou mais núcleos (substantivos ou equivalentes). Ex Alimentos e roupas andam caríssimos. Ela e eu nos respeitamos mutuamente. O amar e o odiar são tidos como as duas faces da mesma moeda. 3- Sujeito de infinitivo (simples e composto): Ocorre em períodos compostos nos quais os verbos da oração principal é causativo (mandar, fazer, etc) ou sensitivo (ouvir, sentir, ver, etc), e a oração subordinada encontra-se no infinitivo. O sujeito simples tem um único núcleo, e o composto, dois. Ex. Os vizinhos ouviram-me gritar como um louco. O presidente mandou deputados e senadores esvaziarem o plenário. 4- Sujeito Oracional (simples e composto): Ocorre em períodos compostos em que uma oração desempenha a função de sujeito de outra oração. No sujeito oracional simples, apenas uma oração compõe o sujeito; no oracional composto, ocorrem duas orações. Ex. Comer demasiadamente não faz bem para o coração. Dedicar tempo à educação dos filhos e estar presente são posturas indispensáveis para uma boa criação. Sujeito indeterminado A indeterminação do sujeito surge quando não se quer ou não se pode identificar claramente a que o predicado da oração se refere. Observe que há uma referencia imprecisa ao sujeito; caso contrário, teríamos uma oração sem sujeito. A língua portuguesa apresenta três formas de indeterminar o sujeito: I com verbos na 3ª pessoa do plural sem agente expresso. Ex. Arrombaram o apartamento da vizinha do terceiro andar. Andaram espalhando boatos sobre a queda do Ministro. II com verbos transitivos e intransitivos na 3ª pessoa do singular seguidos pela partícula se (índice de indeterminação do sujeito). Ex. Tratou-se daquele assunto com a máxima descrição. Procedeu-se à execução do projeto, mesmo sem a permissão do chefe de engenharia. Importante! Com verbos transitivos diretos, não é possível indeterminar o sujeito utilizando o se. Nesse caso, tem-se uma construção de voz passiva sintética, o sujeito é determinado, e o se é um pronome apassivador. Ex. Comemorou-se o aumento do número de clientes. Sujeito simples paciente O aumento do número de clientes foi comemorado. III com verbos no infinitivo impessoal Ex. Não adianta protestar contra a ditadura. Qual a diferença entre o SE apassivador e o SE índice de indeterminação do sujeito? Se apassivador Se índice de indeterminação do sujeito *Ligado a verbos transitivos diretos. *Ligado a um sujeito paciente. *3ª pessoa do plural e 3ª pessoa do singular (concordando com o sujeito) Ex. Publicou-se apenas um livro no ano passado. Publicaram-se vários livros no ano passado. *Ligado a verbos transitivos indiretos ou intransitivos. *Ligado a um sujeito agente. * 3ª pessoa do singular. Ex. Precisa-se de bons livros Estuda-se em bons livros nesta escola Sujeito inexistente Também chamado de oração sem sujeito, são formadas apenas pelo predicado, articulando-se a partir de um verbo impessoal. Na língua portuguesa , os principais casos de oração ocorrem com: 1- Com verbo haver no sentido de existir: Ex. Há muita polêmica em torno deste tema. Houve várias tentativas de assalto ao banco Deve haver muitos interessados no seu trabalho. 2- Com verbos ser, estar, fazer, haver na indicação do tempo (cronológico ou meteorológico) Ex. Está fazendo 32°C, à sombra. Há muitos anos aguardamos mudanças significativas. Já são três horas, preciso ir. 3- Com verbos que indicam fenômenos da natureza. Ex. Amanheceu repentinamente. Trovejou a noite toda. 4- Com as expressões passar de (na indicação de tempo), chegar de e bastar de. Ex. Passava da meia meia-noite. Chega de choro, menina. Basta de preocupação com a dívida externa e com os juros altos. Predicado Predicado é o conjunto enunciativo que numa oração dada contém a informação nova para o ouvinte. (Mattoso Câmara). Nas orações em que o sujeito está presente, predicado é tudo o que se diz do sujeito. Sujeito Predicado Os homens pedem amor às mulheres Sujeito Predicado A existência é frágil Para o estudo do predicado, é necessário verificar se seu núcleo significativo está num nome ou num verbo. Além disso, devemos considerar se as palavras que formam o predicado referem-se apenas ao verbo ou também ao sujeito da oração. Sujeito Predicado Ex. Os homens sensíveis/ pedem amor sincero às mulheres de opinião. Predicado é formado por muitas palavras, mas só uma delas se refere ao sujeito: “pedem”(o núcleo do predicado) Sujeito Predicado A existência/ é frágil. VL Sujeito Predicado O dia/ amanheceu ensolarado Tomando por base o núcleo do que está sendo declarado, podemos reconhecer três tipos de predicado: verbal, nominal e verbo-nominal. Predicado verbal É aquele que tem como núcleo significativo um verbo, como nos seguintes exemplos: Chove muito nesta época do ano. O dia amanheceu. Senti seu toque suave Contaram a dura verdade ao iludido rapaz. Eu gosto de sorvete de creme. Podemos dizer que a frase tem predicação completa quando a ela basta a presença de um sujeito e de um verbo. Se, no entanto, o verbo exige um complemento para que a frase tenha sentido, diz-se que esta é de predicação incompleta. Desta forma os verbos se dividem entre aqueles que precisam de complemento e aqueles que recusam o complemento, e ainda, aqueles cujos complementos são de livre aceitação. Assim, na frase: Senti seu toque suave, Contaram a dura verdade ao iludido rapaz e Eu gosto de sorvete de creme. Temos verbos que são acompanhados de complementos: quem sente, sente algo; quem conta, conta algo a alguém; quem gosta, gosta de algo ou de alguém. São verbos transitivos. Agora observe a frase: Chove muito nesta época do ano e O dia amanheceu. Os verbos, chover e amanhecer não são acompanhados de complemento. Chover é verbo impessoal (não possui sujeito), amanhecer possui apenas seu sujeito (algo ou alguém simplesmente amanhece). São verbos cujo sentido não transita para algum complemento: são verbos intransitivos. Diante de tudo que foi dito podemos constatar que quanto à predicação, os verbos da língua portuguesa são divididos em três grupos: verbos intransitivos, verbos transitivose verbos de ligação. Verbos intransitivos Como já foi dito acima, este tipo de verbo não exige complemento. As orações com verbos intransitivos normalmente são compostos apenas por sujeito e verbo. Exemplos: Os acidentados morreram. Todos choraram. O dia amanheceu. Verbos transitivos Como já mencionamos os verbos transitivos precisam de complemento(s). podem ser: · Verbos transitivos diretos – VTD São aqueles que exigem complemento não preposicionado, ou seja, um objeto direto. VTD OD Comprei o livro VTD OD Não conheço Curitiba · Verbos transitivos indiretos – VTI São os que exigem complemento preposicionado, ou seja, um objeto indireto. VTI OI Gostei do bolo frutado VTI OI Lembro-me de Buenos Aires Verbos transitivos diretos e indiretos – VTDI. São os que se constroem com os dois complementos (direto e indireto) VTDI OD OI Pedi ajuda a meu professor VTDI OD OI Dei boas vindas a minha tia. Predicado nominal Seu núcleo é um nome (substantivo, adjetivo ou pronome – predicativo do sujeito), ligado ao sujeito por um verbo de ligação. Sujeito predicado nominal Todos ficaram felizes Núcleo predicativo do sujeito Verbos de ligação VL São aqueles que, na frase, promovem a união do sujeito com um predicativo (termo de que expressa um atributo ou um estado do sujeito), mas que não denotam nenhuma noção semântica explicita. Indicam: A cidade é calma estado permanente A cidade está calma estado transitório A cidade ficou calma mudança de estado A cidade continua calma continuidade de estado A cidade parece calma aparência de estado Predicado verbo-nominal Possui dois núcleos, um verbo significativo e um nome (substantivo, adjetivo ou pronome – predicativo do sujeito ou do objeto). Sujeito predicado verbo-nominal Meu marido voltou para casa feliz Núcleo Núcleo predicativo do sujeito Sujeito predicado verbo-nominal Todos acharam nosso sobrinho bonito. Núcleo Núcleo predicativo do sujeito TERMOS LIGADOS AO VERBO COMPLEMENTOS VERBAIS Os complementos verbais integram o sentido dos verbos transitivos, com eles formando unidades significativas. Objeto direto É o complemento que se liga diretamente a um verbo transitivo; não é iniciado por preposição obrigatória. O objeto direto é uma função substantiva da oração, isto é, são substantivos (ao lado dos pronomes substantivos e numerais) ou palavras substantivadas que exercem esse papel nas orações. VTD OD Esqueceu meu nome? VTD OD Assistimos o doente. Os pronomes o, os, a, as, me , te, se, nos, vos dependendo da transitividade verbal, podem ser objetos diretos. Exemplo: Os homens sensíveis pedem amor às mulheres de opinião. Substantivo Os homens sinceros pedem-no às mulheres de opinião. Pronome oblíquo Dou-lhes três. numeral Buscamos incessantemente o Belo Adjetivo substantivado Houve muita confusão na partida final do campeonato. Substantivo acompanhado de pronome indefinido Objeto direto preposicionado Tal como o objeto direto, é um termo de valor substantivo que completa o sentido de um verbo transitivo direto, mas vem regido de preposição não obrigatória. Ocorre nos seguintes casos. *Quando há possível ambiguidade. Matou o tigre ao leão *Quando se deseja enfatizar sentido partitivo. Comeu do pão *Antes de nomes próprios. Amou a Deus por toda a vida. *Antes de pronomes oblíquos tônicos. Ouviu a mim atentamente. *Antes de pronomes indefinidos Ouviu a todos atentamente. *Com os verbos sacar e puxar. Puxou da espada com rapidez Objeto indireto É um termo de natureza substantiva que completa o sentido de um verbo transitivo indireto, ou seja, a integração entre o verbo e o complemento é feita por intermédio de uma preposição exigida pelo próprio verbo. Os pronomes pessoais oblíquos lhe e lhes são exclusivamente objetos indiretos quando se referem a um verbo. Os pronomes me, te, se, nos e vos podem ser objeto indireto, de acordo com a transitividade verbal. Exemplos: Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres. Substantivo Os homens sensíveis pedem-lhes amor sincero. Pronome substantivo oblíquo Objetos pleonásticos Ocorrem quando o objeto direto ou o objeto indireto aparecem repetidos, por necessidade expressiva de reforço. A repetição recebe o nome de pleonasmo. As crianças, eu não as vi. OD sujeito Adj.adverbial obj. direto VTD pleonástico A eles, não lhes diremos nada. OI adj. Adverbial OI VTDI OD pleonástico ADJUNTOS ADVERBIAIS Causa: Só por feliz eu cantei. Duvida: Talvez o susto tenha passado. Fim: Confetes e serpentinas foram-me oferecidos para meus devaneios e brinquedos. Intensidade: Sonho muito, falo pouco. Modo: O mestre me tratava com benevolência excessiva. Negação: Não me contava nada de sua vida. Tempo: Havia nessa noite teatro lírico. Lugar: Morreu em sua cidade natal. Exclusão: A guerra que se faz sem legítima autoridade é contra a justiça. AGENTE DA PASSIVA Há uma diferença entre o sujeito de um verbo e o agente de uma ação verbal. O sujeito é o termo da oração que concorda com o verbo; o agente é o ser que pratica a ação expressa no verbo. Exemplo: “As linhas do destino nas mãos a mão apagou.” Nesta oração, a mão é o sujeito, pois é o termo que concorda com o verbo apagou. O termo mão também atua como agente da ação verbal, pois é o ser que age, que atua. Dizemos que se trata de uma oração na voz ativa, pois há coincidência entre o sujeito e o agente. Se transformarmos a oração acima em: As linhas do destino nas mãos foram apagadas pela mão. O sujeito desta oração é a expressão as linhas do destino, que não indica, de forma alguma, o agente do processo verbal. O agente verbal é expresso pelo termo pela mão. Dizemos agora que o verbo está na voz passiva (sujeito – as linhas do destino – é o paciente da ação verbal). Ao termo que, na voz passiva, indica o agente do processo verbal dá-se o nome de agente da passiva. O agente da passiva é outra função substantiva da oração. Ocorre, no português atual, quando o verbo se encontra na voz passiva analítica (verbo ser auxiliar + particípio do verbo principal). É um termo sempre preposicionado: A beleza será valorizada pelo homem. Sujeito locução verbal agente da passiva paciente passiva (ser + (substantivo) particípio) Drummond é estimado de todos Sujeito locução verbal agente da passiva paciente passiva (ser + (pronome substantivado indefinido) particípio) Vozes verbais Há dois conceitos básicos que você deve ter em mente quando investiga as vozes verbais: agente e sujeito. Observe esta oração: O ministro anunciou as novas medidas econômicas. A oração se encontra na voz ativa, pois o sujeito o ministro é também o agente do processo verbal indicado por anunciou. As novas medidas econômicas é o objeto direto do verbo, exprimindo também o paciente do processo verbal. Passando esta oração para a voz passiva analítica, teremos: As novas medidaseconômicas foram anunciadas pelo ministro. Agora o sujeito paciente é as novas medidas econômicas. O agente da passiva é pelo ministro. Observe que o predicado da oração é sempre verbal, pois seu núcleo nunca deixa de ser o verbo anunciar. Voz sujeito verbo objeto direto Ativa agente forma ativa paciente Voz sujeito verbo agente da Passiva paciente locução passiva passiva Com este esquema fica fácil perceber que os papeis de agente e de paciente não mudam quando dessa transformação. Mudam, isso sim, as funções sintáticas: o que é objeto direto passa a ser sujeito; o que é sujeito passa a agente da passiva. Na formação da locução verbal passiva, o verbo ser surge no tempo e modo em que se encontrava o verbo principal na voz ativa, indo este último para o particípio. Anunciou foram anunciadas Pretérito Pretérito particípio Perfeito do Perfeito do indicativo indicativo Na passagem da voz passiva analítica para a ativa, basta suprimir o verbo ser, restabelecendo a seguir a concordância verbo/sujeito: A proposta teria sido analisada pelos deputados. Os deputados teriam analisado a proposta. Retornemos agora ao exemplo inicial. Veja a forma que essa oração assumiria se você quisesse indeterminar o sujeito: Anunciaram as novas medidas econômicas. 3ª pessoa OD (paciente) do plural (sujeito indeterminado) Mesmo com o sujeito indeterminado, podemos afirmar que a oração se encontra na voz ativa. Observe bem: quem quer que seja (ou o que quer que seja...) o sujeito, será também o agente do processo verbal. Na voz passiva analítica, teríamos: As novas medidas econômicas foram anunciadas (por?) Sujeito paciente locução verbal agente da passiva passiva indetermindo As frases na voz ativa em que o sujeito está indeterminado também podem ser transformadas em orações na voz passiva sintética ou pronominal: Anunciaram as novas medidas econômicas. Anunciaram-se as novas medidas econômicas. Voz passiva sujeito (paciente) sintética pronome apassivador ou partícula apassivadora. Atente nas diferenças e semelhanças entre as frases acima: em ambas o agente está indeterminado; na primeira, também o sujeito é indeterminado; na segunda, o sujeito é simples e paciente. Observe que, no segundo caso, o verbo deve concordar com o sujeito paciente: OD Forma Anunciaram a nova medida econômica Ativa 3ª pessoa do plural Sujeito indeterminado Forma Anunciou-se a nova medida econômica Passiva passiva sintética sujeito (paciente) sintética Assim, de uma oração ativa com sujeito indeterminado podem-se obter duas orações passivas: Forma ativa Venderam a casa. Forma passiva sintética Vendeu-se a casa. Forma passiva analítica A casa foi vendida. Nas três formas, o agente está indeterminado. Na forma ativa, também o sujeito é indeterminado. Nas formas passivas, o sujeito paciente é a casa. Verbos que admitem a voz passiva Na passagem da voz ativa para a voz passiva, o OD transforma-se em sujeito paciente. Ora, não existe voz passiva sem sujeito expresso, o que equivale a dizer que a voz passiva é privilegio dos verbos que, na forma ativa, apresentam OD. Tais verbos são os transitivos diretos e os diretos e indiretos. Forma ativa Alugaram o apartamento OD Forma passiva analítica O apartamento foi alugado. Sujeito paciente Forma passiva sintética Alugou-se o apartamento Sujeito paciente Os verbos transitivos indiretos, intransitivos e de ligação não apresentam voz passiva; apresentam, no entanto, a forma ativa de terceira pessoa do singular acompanhada da partícula se, formando um caso de sujeito indeterminado Vivia-se bem naqueles dias Verbo intransitivo na 3ª pessoa do singular + índice de indeterminação do sujeito. Sempre se está sujeito a erros Verbo de ligação predicativo do sujeito na 3ª pessoa do singular + índice de indeterminação do sujeito Ao lado dos verbos que possuem OD na voz ativa, a partícula se forma a voz passiva sintética. Distribuíram – se prêmios aos escritores. Voz passiva sintética ↓ sujeito paciente Partícula apassivadora ou pronome apassivador Em outras palavras: para se distinguir um caso de indeterminação do sujeito de um caso de voz passiva sintética, basta considerar-se a predicação verbal: verbos transitivos diretos e transitivos diretos e indiretos formam a voz passiva sintética; verbos intransitivos, transitivos indiretos e de ligação apresentam sujeito indeterminado, em frases de sentido ativo. Período composto por coordenação Estudamos a constituição do período simples, assim já sabemos que esta espécie possui um único verbo ou locução verbal. Estudaremos agora o período composto, ou seja, a oração que possui dois ou mais verbos e/ou locuções verbais. Há dois processos diferentes na elaboração de um período composto: a coordenação e a subordinação. No processo de coordenação, não existe a dependência sintática entre as orações, já no processo de subordinação há dependência sintática entre as orações. Vamos agora aprofundar nosso conhecimento sobre as orações coordenadas. Orações coordenadas sindéticas e assindéticas A coordenação entre duas ou mais orações pode ser feita por simples justaposição, sem o emprego de uma conjunção (neste caso, há uma pausa indicada pela pontuação), analisemos um exemplo extraído de um teto de Graciliano Ramos: “Um pé de vento cobria de poeira a folhagem das imburana,/ sinhá Vitória catava piolhos no filho mais velho,/ Baleia descansava a cabeça na pedra de amolar.” Neste caso, temos orações coordenadas assindéticas, quer dizer, orações que não são ligadas por conjunção. A coordenação entre duas orações também pode ser feita por meio de uma conjunção, como ocorre neste exemplo, também extraído do texto de Graciliano Ramos: “Dormiu e sonhou”. Neste caso, temos oração coordenada sindética, ou seja, uma oração ligada a outra através de uma conjunção. Esse tipo de oração comporta cinco variedades: · Aditivas; · Adversativas; · Alternativas; · Conclusivas; · Explicativas. Oração coordenada sindética aditiva São aquelas que indicam adição de ideias, sucessão de fatos, de acontecimentos ou processos dispostos em uma sequencia linear. Principais articuladores: e, nem, ainda, também, não só...como também, não apenas...como também, tanto...como etc. Exemplos: Saí muito cedo de casa e cheguei muito tarde. Ela não varreu o quintal nem aguou o jardim. Ele me ajudou muito, bem como amou-me de verdade. Além de ter feito uma bela recepção, foi extremamente amável com os convidados. Presos cavam túnel e fogemda penitenciaria da Papuda. Oração coordenada sindética adversativa São orações que expressam ideias de contraste, oposição, ressalva ou compensação em relação à oração anterior. Exemplos: Principais articuladores: mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto, não obstante, nada obstante Ele é um ótimo profissional, /no entanto sua índole é questionável. Esteve aqui o dia todo, /entretanto não conversou com ninguém. O estado cumpre a meta de energia, /mas muitos consumidores vão ter de pagar caro pelo consumo extra. “O país é extremamente rico;/ o povo, porém, vive em profunda penúria.” “Este mundo é redondo/ mas está ficando muito chato” Oração coordenada sindética alternativa São orações que exprimem ideia de opção, de escolha, de alternância. Principais articuladores: ou...ou, ora...ora, quer...quer, seja...seja Exemplo. Ou os brasileiros aceitam o racionamento,/ ou os apagões tomam conta do país. Ora se esconde,/ ora ressurge,/ ora se inclina. Durma bastante, ou não fará boa prova amanhã. Oração coordenada sindética conclusiva São orações introduzidas pelas conjunções coordenativas conclusivas. Nesse caso, a segunda oração exprime conclusão ou conseguência lógica da primeira. Principais articuladores: logo, portanto, então, assim, por isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso, pois (apenas quando vem antes do verbo) Exemplo. A situação econômica é delicada; devemos, pois, agir cuidadosamente. Amarildo é um imprestável, portanto, não conte com ele. Oração coordenada sindética explicativa São orações que justificam o motivo da declaração feita na ideia anterior. Principais articuladores: porque, pois (antes do verbo), porquanto, que Não atormente o cão, pois ele pode morder você. Não fique triste, porque ela não merece suas lágrimas. Período composto por subordinação As orações subordinadas se diferenciam das orações coordenadas porque nestas não há dependência sintática. Por definição, orações subordinadas funcionam como termos de outra oração, chamada principal. O processo de subordinação é caracterizado pela ausência de autonomia gramatical das orações em um período, tal como definem alguns gramáticos. As orações subordinadas são divididas em três grupos, de acordo com a natureza da função sintática que desempenham. São classificadas como substantivas quando desempenham uma função própria de substantivo, como a de sujeito, a de complemento verbal e nominal, etc.; são adjetivas quando exercem, à maneira do adjetivo, a função de explicar, qualificar ou especificar um nome. E são adverbiais quando expressam circunstancias relacionadas à ideia apresentada na oração principal. Natureza Tipos Função sintática Introduzida por Substantiva Subjetivo Sujeito Conjunções integrantes QUE e SE Objetiva direta Objeto direto Objetiva indireta Objeto indireto Completiva nominal Complemento nominal Predicativa Predicativo Apositiva Aposto Agente da passiva Agente da passiva Oração Subordinada Substantiva Subjetiva Exercem função de sujeito do verbo da oração principal: Exemplo: “É preciso / que haja alguma coisa de flor em tudo isso.” Oração principal OSSS Parece/ que novos reajustes chegaram ainda este mês. Oração principal OSSS Cabe aos assessores/ providenciar os protocolos. Oração principal OSSS Foi anunciado que a gasolina sofrerá novo reajuste. Oração principal OSSS Fala-se que ele aceitaria o convite. Oração principal OSSS Seria imprescindível conhecer seus direitos. Oração principal OSSS Predicativa Exerce a função de predicativo do sujeito da oração principal, cujo verbo é de ligação (verbo ser). A solução seria que fosse refeito todo o trabalho. VL OSSP Nosso desejo era vencer a corrida. VL OSSP Meu desejo é descobrires a melhor forma de viver. VL OSSP Nossa constatação é que vida e morte são duas faces da mesma realidade. VL OSSP Objetiva direta Exerce a função de objeto direto. Liga-se, portanto, a uma principal que apresenta verbo transitivo direto ou transitivo direto ou indireto. Disse-lhes que a viagem me parecia sem propósito. Oração principal OSSOD Os torcedores perguntaram quando o técnico seria substituído. Oração principal OSSOD Ninguém sabia por que eram tão violentos. Oração principal OSSOD Informei-lhe que a viagem fora suspensa. Oração principal OSSOD Objetiva indireta Exerce a função de objeto indireto, sendo por isso, obrigatoriamente preposicionada. O verbo da oração principal é transitivo indireto. Lembre-se de que a felicidade é uma busca constante. Oração principal OSSOI A Receita Federal encarregou dois fiscais de rastrear os inadimplentes. Oração principal OSSOI Aspiramos a que a situação nacional melhore. Oração principal OSSOI Lembre-se de que devemos sempre participar ativamente dos movimentos sociais. Oração principal OSSOI Completiva nominal Exerce a função de complemento nominal, sendo, por isso, obrigatoriamente preposicionada. Determina um substantivo abstrato ou adjetivo da oração principal. Os arqueólogos tinham a certeza de haver naquele local vários fósseis. Termo da oração principal OSSCN Estávamos ansiosos para que chegassem as férias. Termo da oração principal OSSCN Tenho a sensação de que estamos alcançando uma situação mais alentadora. Termo da oração principal OSSCN Apositiva Exerce a função de aposto. O desejo de todos é este: pagar menos impostos. OSSApositiva A novidade corria de boca em boca – íamos fazer uma viagem a Lisboa. OSSApositiva Um fato permanecia insolúvel: terem eles partido misteriosamente. OSSApositiva Oração subordinada adjetiva Natureza Tipos Função sintática Introduzida por Adjetiva Restritiva Adjunto adnominal Pronomes relativos: que, o qual, a qual, as quais, os quais, onde, cujo, quanto e como Explicativa Aposto Observe os períodos abaixo: Enviei um livro ao meu irmão que mora em Recife. Enviei um livro ao meu irmão, que mora em Recife. A semelhança entre esses períodos é evidente. Há, no entanto, uma profunda diferença, capaz de modificar completamente o sentido do que estamos declarando. No primeiro período, temos uma oração subordinada adjetiva ligada diretamente ao termo irmão. Observe que não há pausa entre a palavra irmão e a oração que a ela se liga. Dessa maneira, percebemos que a oração que mora em Recife delimita o sentido da palavra irmão, restringindo-lhe a significação. O livro foi enviado ao irmão que mora em Recife, não a outro! A esse tipo de oração adjetiva chamamos restritiva, pois restringe, delimita, especializa o sentido do antecedente. No segundo período, também temos uma oração subordinada adjetiva que se refere a irmão. Dessa vez, porém, háuma pausa entre esse termo e a oração que mora em Recife. Essa pausa indica que a informação na oração é uma simples “informação adicional sobre um ser que se acha suficientemente definido”. Ou seja: nesse segundo período quero dizer que enviei um livro a meu irmão, o único irmão que tenho e de que já é sabido morar em Recife. O sentido da palavra irmão não é mais delimitado ou especializado pela oração adjetiva; isso é desnecessário, pois possuo apenas um irmão. A oração subordinada é agora uma simples explicação ou pormenor do antecedente; é chama oração subordinada adjetiva explicativa. Temos, pois, dois tipos de orações subordinadas adjetivas no que diz respeito ao sentido da relação que estabelecem com o antecedente. Restritiva Delimitam, definem, especializam, restringem o sentido do antecedente. Na fala, são proferidas sem pausa acentuada. Os homens que conhecem a si mesmos entendem melhor os outros homens. (Apenas aqueles que conhecem a si mesmos!) As nações cujas economias estão atravessando um período problemático deveriam solidarizar-se. (Apenas aquelas cujas economias estão apresentando problemas!) O mundo onde quero estar ao teu lado pertence a outra dimensão. (É um mundo específico, particular.) O modo como certas pessoas agem causa problemas de relacionamento. (É um modo particularmente problemático de agir) Os livros novos comprados pelos administradores da biblioteca ainda não chegaram. (reduzida de particípio) Não tenho nada a declarar. (reduzida de infinitivo) Eu vi a mulher preparando outra pessoa (reduzida de gerúndio) Explicativa Contêm uma simples explicação ou realçam um detalhe do termo antecedente, que já se encontra suficientemente definido. Na fala, são separadas da oração principal por pausa forte, adquirindo função de um aposto: Os homens, que buscam sempre conhecer a si mesmos, pouco sabem sobre o ser humano. (Todos os homens buscam conhecer a si mesmos e pouco sabem sobre o ser humano.) As nações do terceiro mundo, cujas economias estão constantemente enfrentando problemas, deveriam solidarizar-se. (É notório que todas as nações do terceiro mundo têm problemas econômicos...) O mundo, onde quero estar ao teu lado, impõe-nos rígidas condições. (O mundo é este mesmo, que nos rodeia a todos.) Um bêbado, cambaleando, atravessou lentamente a madrugada urbana. (reduzida de gerúndio) Resumindo, temos: Orações Subordinadas adjetivas Quanto à significação *restritivas *explicativas Quanto à forma *desenvolvidas *reduzidas -de infinitivo -de gerúndio -de particípio Oração subordinada adverbial Natureza Tipos Função sintática Introduzida por Adverbial Temporal Adjuntos adverbiais Conjunções subordinativas Causal Condicional Conformativa Final Concessiva Consecutiva Proporcional Comparativa Modal* As orações subordinadas adverbiais, por definição, funcionam como adjuntos adverbiais da oração principal, à qual se ligam, exceto em alguns casos, por uma conjunção subordinativa. De acordo com o contexto da frase e com o correto uso da conjunção, identifica-se a circunstância expressa pela oração. IMPORTANTE Caso as orações subordinadas adverbiais venham antepostas à principal, a vírgula é indispensável; caso uma oração adverbial se intercalar à principal, as vírgulas são obrigatórias. Tipos de orações subordinadas adverbiais Temporal As orações subordinadas adverbiais temporais exprimem as várias modalidades de tempo em que se pode situar o fato expresso na oração principal: simultaneidade, anterioridade, posterioridade. Articuladores temporais: quando, enquanto, nem bem, assim que, logo que, sempre que, desde que, antes que, depois que, até que. Um operário trabalhava numa obra quando o telhado desabou. OSA temporal Enquanto o oposto de tristeza é felicidade, o contrário de depressão é vitalidade. OSA temporal Assim que nos viu, correu a nosso encontro. OSA temporal Enquanto a alta do dólar assusta muita gente, uma cidade de Minas comemora. OSA temporal Causal As orações subordinadas adverbiais causais exprimem a causa, o motivo do que se declara na oração principal. Causa pode ser definida como “aquilo ou aquele que determina um acontecimento”. Articuladores causais: porque, pois, porquanto, visto que, já que, uma vez que, desde que, como Como os vasos sanguíneos ficam mais rígidos a partir dos 40 anos, a pressão arterial aumenta. Visto que o país desrespeitou as fronteiras, seu vizinho lançou mísseis. “Eu te amo porque não amo bastante a mim mesmo.” “Por ser exato, o amor não cabe em si.” (reduzida de infinitivo) Não sendo atendido, retirou-se decepcionado. Condicional As orações subordinadas adverbiais condicionais exprimem uma condição necessária para que se realize ou se deixe de realizar o fato contido na oração principal. Esse fato pode ser real ou hipotético. Articuladores condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que, a não ser que... “Tudo vale a pena se a alma não é pequena.” Avise-me caso eles venham. “Se todos na vida fossem iguais a você, que maravilha viver.” A persistirem os sintomas, procure seu médico.( = se os sintomas persistirem, procure seu médico.) Conformativa As orações subordinadas adverbiais conformativas exprimem um fato que está de acordo com o que se declara na oração principal. Articuladores conformativos: como, conforme, segundo, consoante, de acordo com Como digo no meu livro, as taxas crescentes de depressão são uma consequência da modernidade. Segundo disse a Polícia Florestal, os cento e dez pássaros foram comprados em Uberlândia e seriam revendidos em Belo Horizonte. Final As orações subordinadas adverbiais finais indicam a intenção, a finalidade do que se declara na oração principal. Articuladores finais: a fim de que, para que, porque, para Vamos nos unir a fim de que nossa força seja maior. Orai, para que não entreis em tentação. Moradores fecham o anel rodoviário para não ficar no escuro. Concessiva As orações subordinadas adverbiais concessivas exprimem um fato que – podendo interferir na realização daquilo que contém a oração principal – não interfere. Em outras palavras: expressam uma circunstância que se opõe à condição. Na frase: Só irei se ele for. Temos uma condição (ou seja, a oração grifada é subordinada adverbial condicional): o fato de eu ir só se realizará se essa condição for satisfeita. Compare agora com: Irei mesmo que ele não vá A distinção é fica nítida; temos agora uma concessão: irei de qualquer maneira, independentemente de sua ida. A oração destacada é, portanto, subordinada adverbial concessiva. Articuladores concessivos: embora, conquanto, ainda que, mesmo quem, posto que, por mais que, por muito que, por menos que, se bem que, sem que (=embora não) Mesmo correndo, não o alcançou. Sitiada por um inimigo implacável, a cidade não se rendeu. Mesmo afastado o problema, ainda nos preocupávamos. Consecutiva As orações subordinadas adverbiais consecutivas exprimem um fato que é consequência, que é efeito do que se declara na oração principal. Articuladores consecutivos: de sorte que, de modo que, de forma que, sem que, que (este conectivo aparece correlacionado com um termo intensivo da oração principal: tanto, tão, de tal modo. O ciclone foi tão violento, que muitas casas foram destruídas. Aquele filme o impressionou tanto, a ponto de tirar-lhe o sono. Proporcional As orações subordinadas adverbiais proporcionais exprimem fatos que aumentam ou diminuem em relação que se declara na oração principal. Articuladores proporcionais: à proporção que, à medida que, ...quanto menos...mais, Quanto mais...mais etc À medida que o tempo passa, tudo se torna mais claro. Quanto mais se vive, mais se aprende. Quanto menos te esforçares, mais te arrependerás. ComparativaAs orações subordinadas adverbiais comparativas indicam o ser ou fato com que se compara elemento presente na oração principal. Evidenciam, pois, a semelhança ou dessemelhança entre seres e fatos. Articuladores comparativos: como, tal, que, quanto, que nem; esses conectivos, exceto como e que nem; esses conetivos, exceto como e que nem aparecem correlacionados co termos intensivos da oração principal: tal...qual, tal...como, tão...como, mais...que, menos...que, tanto quanto. Estudos recentes mostram que puxar ferro é tão benéfico quanto caminhar. Ele dorme assim como dorme uma criança. Parou perplexa como se esperasse um guia. Modal Articuladores modais: de modo que, de maneiras que, de forma que, sem que Retirei-me discretamente, sem ser percebido. Aprende-se um ofício praticando-o. Pontuação Os sinais de pontuação têm a função de reproduzir, na escrita, alguns dos inúmeros recursos que temos na fala, tais como as pausas e a melodia da frase. São três as principais funções dos sinais de pontuação: · Assinalar as pausas e a entonação na leitura oral; · Separar orações, expressões e palavras que devem vir destacadas das outras na frase; · Ajudar na compreensão do sentido da frase, evitando o duplo sentido, a ambiguidade. O ponto, a vírgula e o ponto-e-vírgula servem basicamente para marcar pausas, enquanto os demais sinais (reticências, dois pontos, interrogação, exclamação, aspas, parênteses, travessão) são utilizados, sobretudo, para marcar a melodia ou entonação. O emprego dos sinais de pontuação não é somente marcado por regras, já que existem razões de ordem subjetiva, ou estatística, para seu emprego. Uso do ponto 1- Indica normalmente o término de um período simples ou composto: Estávamos todos em casa. Usuários reclamavam do transporte coletivo e apedrejaram o ônibus. 2- É usado nas abreviaturas: a.C; S.A; Ltda. Importante! Não se usa o ponto nas abreviaturas do sistema métrico decimal: cl. Cm, Kg, km. Kw. L, min, ml, mm. Não se usa o ponto nas siglas: BC, BNDES, IPTU, ONU. Uso do ponto-e-vírgula O ponto-e-vírgula é um sinal intermediário entre o ponto e a vírgula. Deve ser usado para: 1-separar partes de um período em que já existe vírgula: “Os olhos negros e inquietos pareciam garotos travessos em hora de recreio; os braços gesticulavam a cada palavra; o corpo torcia-se pelos bancos e pelas carteiras da sala com a agilidade de um peixinho de jardim por entre as plantas de um tanque.” (Viriato Corrêa) 2-separar orações que indicam restrição: Até agora, só hipóteses; mas as pesquisas avançam. 3-separar orações que indicam conclusão: Chegou atrasado à aula; por isso, perdeu a melhor parte da conversa. 4-separar os diferentes itens dos documentos, leis, enumerações, portarias, regulamentos, decretos: Consideram-se sujeitos à taxação: a)perfumes, cosméticos; b)bebidas fermentadas; c) artigos eletrônicos, d) jóias e casacos de pele. Uso da vírgula Usa-se vírgula para: 1- Isolar o aposto: O ex-deputado João Alves, o anão da CPI do orçamento, jura estar passando por uma maré de azar sem precedentes. O anão da CPI do orçamento, o ex-deputado João Alves, jura estar passando por uma maré de azar sem precedentes. 2- Separar o vocativo: Reage, Rio! Zefa, chegou o inverno! Vai nascer tudo, Zefa! Poeta, para onde te levaram os teus corcéis? 3- Separar os adjuntos adverbiais Na semana passada, até fevereiro passado, era mais ou menos limitado. O auxilio-moradia era mais ou menos limitado, até fevereiro passado. 4- Separar o predicativo: Acuada, a cidade passou de opressora a vítima dos morros. A cidade, acuada, passou de opressora a vítima dos morros. 5- Separar expressões explicativas ou retificativas: Queria todos os bens, ou seja, carro, casa, terras e dinheiro. Esse é, por assim dizer, o eleito dos céus. 6- Separar elementos de uma enumeração: Jader Barbalho é dono, hoje, de seis empresas: uma fazenda, um jornal, uma televisão e três rádios. 7- Separar orações coordenadas, iniciadas por mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto, não obstante, ou...ou, ora...ora, quer...quer, seja...seja, logo, pois, portanto, por conseguinte, assim, por isso, então, porque, porquanto: Ninguém pareceu perceber, mas o recrudescimento da luta contra o cigarro no mundo já tem o Brasil como um dos comandantes. Garantiu que faria o que pudesse, no entanto não cumpriu o prometido. Ou o Brasil acaba com a corrupção, ou a corrupção acaba com o Brasil. Observação: *use a vírgula antes e depois dessas conjunções, sempre que elas estiverem intercaladas no período: O ferido pediu socorro; nenhum motorista, no entanto, parou para ajudá-lo. *quando iniciarem oração (porém, contudo, no entanto e entretanto) poderão ou não ser seguidas de vírgula: Os planos de saúde custam muito caro; todavia, preciso optar por um deles. Os planos de saúde custam muito caro. Todavia preciso optar por um deles. 8- E, OU, NEM: apenas use a vírgula quando: a) O E liga orações de sujeitos diferentes: O jogador perdeu o gol, e a torcida vaiou. b) O E e o NEM estiverem repetidos na frase: Ninguém saiu com ele, nem o primo, nem o amigo. 9- Separar orações intercaladas: Não é fora de propósito conjeturar que, se o maior explicasse naquele momento, Duarte agradeceria a morte como um benefício da Providência. 10- Separar orações adjetivas explicativas: As três emissoras de rádio, que juntas estão avaliadas em 3,7 milhões de reais, não podem ser vendidas legalmente por causa das dividas com a Previdência. 11- Separar orações adverbiais antepostas: Quando terminou a reunião, os supervisores deixaram apressadamente a sala de reuniões. Para que a administração pública funcione melhor, é preciso mudar mentalidades. 12- Separar orações reduzidas de gerúndio, particípio e infinitivo: Encerrando o ano letivo, os professores se reuniram com a diretoria. Enrolado com papagaios na Previdência, o senador corre o risco de ter problemas com outro órgão do governo- a Receita Federal. 13- Separar os elementos paralelos de um provérbio: Longe dos olhos, longe do coração. O que os olhos não vêem, o coração não sente. 14- Separar o nome, a rua e o numero nos endereços: Maria Santos, Rua Timbiras, 123, AP. 601. Belo Horizonte, Minas Gerais. 15- Separar, nas datas, o nome do lugar: Belo Horizonte, 3 de janeiro de 2012. 16- Indicar a supressão de uma palavra (geralmente verbo) ou de um grupo de palavras: Por causa da seca, os visinhos venderam as fazendas, eu vendi os bois. Por causa da seca, os visinhos venderam as fazendas; eu, os bois. Solteiro, pavão; noivo, leão; casado, jumento. 17- Com as palavras SIM e NÂO: Sim, madame, é o que eu dizia sempre. Não, mestre, não sei. 18- Separar objetos pleonásticos: Amigos sinceros, já não os há. Omite-se a vírgula quando não se deseja dar ênfase ao objeto: A vida leva-a o tempo. Procede-se da mesma forma quando o objeto é representado por pronome oblíquo tônico. A ti te chamam de preguiçoso. 19- Separar termos deslocados de sua posição normal na oração: De mim, eles não gostam? 20- Separar palavras repetidas que têm função superlativa Os namorados passaram por mim juntinhos, juntinhos! 21- Separar palavras repetidas: Amigos, amigos, negócios à parte. NUNCA SEPARE POR VÍRGULA: a) O sujeito do verbo: Algumas agências do Banco do Brasil e da Caixa Economica Federal, tiveram o atendimento prejudicados por causa da greve nacional dos funcionários dos dois bancos. Quem não concordar com o valor da conta, pode reclamar numa das agencias da CEMIG. b) O verbo do complemento: A falta de saneamento básico expõe principalmente, as comunidades carentes a diversos tipos de doenças. Os produtores rurais do sul do estado estão recebendo de graça, o sêmem de touros estrangeiros. Dois-pontos Marca uma suspensão de voz em frase ainda não concluída. 1- Antes ou depois de uma enumeração: Nesta feira compram-se: frutas, verduras, legumes, biscoitos e ovos. Frutas, verduras, legumes, biscoitos e ovos: são esses os produtos vendidos nesta feira. 2- Antes das citações: Ao que ele retrucou: Quantas vezesvocê já foi uma lagarta? Uso do travessão Graficamente representado por um traço horizontal, mais longo que o hífen, o travessão ( - ) tem uso bastante expressivo como indicador de certas pausas na leitura de um texto. O travessão é usado para: 1- Indicar, nos diálogos a fala ou a mudança de interlocutor: Ela arrumava a mesa, nervosa e alegre; e a filha fria e indiferente. - Mas, minha filha – dizia ela -, até parece que não é você quem se vai casar! Que cara! Você parece aí uma mosca morta. - Mamãe, que quer que eu faça? - Não é bonito rir-se muito, andar aí como uma sirigaita, mas também assim como você está! Eu nunca vi noiva assim. 2- Intercalar uma expressão explicativa ou complementar no período, equivalendo, conforme o caso, a vírgula ou parênteses: Essas possibilidades – a de repetirmos certos experimentos tantas vezes quantas desejamos – é uma das grandes armas da ciência contra o charlatanismo. 3- Dar mais relevo a certas expressões ou chamar a atenção do leitor. Era azul, de veludo, botões dourados – última moda. Vinham alegres, - alegres e barulhentos. 4- Substituir os dois pontos: Eram assim seus dias – muito trabalho, pouco descanso. Importante! Se o segundo travessão coincidir com uma vírgula, usam-se os dois sinais: Depois de ter quitado 30 prestações, de um total de 40 – a última foi de R$ 788,20 – , o mutuário tentou transferir o saldo.
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