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Resenha Neste texto são abordados três textos os quais os autores são Jéssica Paula Gillung, Adriano Figueiró e Adler Guilherme Viadana. Jéssica Gillung, autora do artigo “Biogeografia: a história da vida na Terra” publicado na revista da Biologia, é mestre em zoologia pela Universidade de São Paulo (USP) e bióloga graduada em Licenciatura e Bacharelado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), atualmente é estudante de doutorado na University of California, Davis. Atua profissionalmente na área de Entomologia, com ênfase em sistemática, dedicando-se principalmente à sistemática e taxonomia de Acroceridae (Diptera). Adriano Figueiró, autor do livro “Biogeografia: dinâmicas e transformações da natureza”, possui graduação em Geografia pela Universidade Federal de Santa Maria, mestrado em Geografia (Utilização e Conservação de Recursos Naturais) pela Universidade Federal de Santa Catarina, doutorado em Geografia (Planejamento Ambiental) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e pós-doutorado em geoconservação pela Universidade do Minho-Portugal. Atualmente é professor associado da Universidade Federal de Santa Maria. Tem experiência na área de Geografia Física, com ênfase em Geoecologia, Geoconservação e Educação ambiental. Pesquisador do Grupo de Pesquisa em Patrimônio Natural, Geoconservação e Gestão de Águas (PANGEA) e coordenador do Laboratório de Geoecologia e Educação Ambiental (LAGED) do Departamento de Geociências da UFSM. Enquanto, Adler Viadana, autor do texto “Biogeografia: Natureza, propósitos e tendências”, é licenciado em pedagogia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Osvaldo Cruz, bacharel em Geografia pela Universidade de São Paulo, licenciado em Geografia pela Universidade de São Paulo,mestrado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho e doutorado em Geografia Física pela Universidade de São Paulo. Atualmente é membro do COMDEMA da Prefeitura Municipal de Corumbataí e professor adjunto da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em Biogeografia, atuando principalmente nos seguintes temas: Biogeografia, Fitogeografia, Zoogeografia, Fisiologia da Paisagem e Qualidade Hídrica. A mesma temática foi abordada de diferentes maneiras e perspectiva pelos diferentes autores, entretanto, há similaridade nas suas definições do conceito de biogeografia. Todos apresentaram, a Biogeografia, como a ciência que estuda a “distribuição geográfica dos seres vivos no espaço através do tempo” com o objetivo de entender os padrões de organização espacial dos seres vivos e os processos que resultaram em tais padrões. Gillung abordou o tema utilizando principais fatos históricos e conceitos relacionados à trajetória histórica e periódica da Biogeografia. Ela traz para o leitor a construção da biogeografia a partir de teorias que quando relacionadas, reafirmadas ou refutadas tentam compreender os padrões gerais de distribuição das espécies, a relação da biota com suas áreas de distribuição e a própria relação entre as áreas. A autora conduz o texto explicando diferentes conceitos, partindo dos três componentes para entender a distribuição da biota (espaço, tempo e forma), seguindo pela explicação dos conceitos de dispersão e vicariância e terminando na apresentação, de forma periódica, de autores e teorias que serviram como base para biogeografia como Lineu, Comte de Buffon, Darwin, Wegener,Croizat e Hennig. Já Viadana aborda a biogeografia nos seus desmembramentos e subdivisão. Enquanto Gillung traz um foco na perspectiva histórica, Viadana traz o foco na perspectiva evolucionista. Ele apresenta a biogeografia como tentativa de explicar fatos distributivos da vida e que essa se processa de forma evolutiva através da seleção natural, num complexo jogo de leis inesgotáveis, onde o homem participa dela como integrante. Viadana conduz o texto começando pela explicação, generalista, do que é biogeografia, sua subdivisão (zoogeografia e fitogeografia) e seus desdobramentos (faunística, sociológica, histórica e etc) estabelecendo, assim, uma relação da biogeografia e componentes paisagísticos (estrutura geológica,clima,relevo, solo, vegetação e hidrografia). Em um segundo momento Adler, diferente de Gillung que deu ênfase a essa perspectiva, vai trazer a síntese de ideias de autores como Darwin e Hartshome e conceitos como vicariância para entender sobre a origem, distribuição das formas de vida e conexões com o mundo físico e biológico. Este autor, em um momento final, utilizou-se de um exemplo que era um trabalho científico realizado em São Paulo, onde abordou as características bióticas e abióticas dos ambientes, a influência antrópica e o impacto de mudanças nos ambientes para explicar a biogeografia evolucionista. Neste contexto de exemplificação e uma abordagem mais evolucionista, temos Figueiró. Mesmo o texto deste autor estando mais próximo do de Viadana, assim como da Gillung, ele traz a ideia de distribuição dos seres vivos em variação espacial e temporal, ele se difere quando dá ênfase no estudo da diferenciação de paisagens utilizando vários exemplos. Além disso, algo que é pouco abordado nos textos dos outros autores e que ele traz forte questionamentos é a seleção natural, endemismo, interferência antrópica e patrimônio cultural. Para ele biogeografia é a forma de estabelecer formas de construção de um futuro ecológico e social. Figueiró trabalha seu texto começando pela abordagem do conceito, objeto, métodos ( taxômetro, fisionômico e ecológico) e abordagens da biogeografia (cronológica, biocenológica, ecológica, geológica) - esses tipos de abordagens e métodos não estavam presente nos outros dois textos-, e explica a subdivisão (zoogeografia e fitogeografia) e seus desdobramentos (faunística, sociológica, histórica e etc) - presentes,também, no texto de Viadana. Ele segue o texto dissertando sobre as teorias, ou melhor, sobre o desenvolvimento histórico da biogeografia - assim como o artigo de Gillung- passando pelas fases pré-científica ( discurso criacionista, Lineus, Curvier etc), início do período científico (Humboldt, Darwin,Lyell etc ) e o moderno (Köppen, Martonne, Dansereau e etc) até chegar na parte em que discorre sobre a paisagem, que é uma especificidade de seu texto. Ele faz alusão a paisagem ou geossistema e suas principais características de organização (caráter multivariável, global de totalidade, estruturação por níveis e dinâmica própria) que não se encontra nos textos dos outros autores. Como dito no início, os três autores dissertam e explicaram sobre o que é a biogeografia com diferentes abordagem. A da Gillung por uma perspectiva histórica, o Viadana por uma perspectiva evolucionista e Figueiró com a junção dessas duas perspectivas e incremento do conceito da paisagem. Todos eles foram essenciais para pensar e compreender a dinamicidade e abrangência da biogeografia. Os exemplos tragos por Figueiró e Viadanna contrastam e complementam a abordagem teórica de Gillung. Figueiró trouxe uma discussão mais ampla e esmiuçada, uma linguagem acessível porém cansativa pela grande quantidade de informações. Este autor, traz todos os conceitos e teorias e utiliza-se de exemplos e fluxogramas para contextualizar sua fala. Gillung, por ser um artigo, nos traz uma leitura mais dinâmica e de fácil compreensão da evolução das teorias que dão base para biogeografia mesmo não valendo-se de muitos exemplos. Já Viadanna chama atenção ao dispor de exemplos e conjunturas nacionais, mostrando aplicação dos conceitos da biogeografia na nossa realidade ou pelo menos o mais próximo dela. Podemos observar que seu texto é uma mediação entre os outros dois autores, descritos anteriormente, pois aborda as teorias e sem esmiuçar elas (como Gillung) e traz exemplicação geral, sem utilizar um exemplo para quase todos os conceitos e teorias (como Figueiró).
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