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Engenharia, Sociedade e Sustentabilidade O Povo Brasileiro e a Questão Dos Negros e Dos Índios MÓDULO 1 VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. A ideia de uma cultura nacional começava a se tornar uma preocupação, principalmente com a Independência, em 1822, e a partir do momento da Proclamação da República, em 1889, uma vez que se fazia necessária a criação de um Estado Nacional legítimo, reconhecido interna e externamente. Isso porque: A ideia de uma cultura nacional nessa época não era debatida como hoje, ou seja, não se buscava dentro da própria nação o conteúdo de uma cultura nacional para delinear suas características, para definir seus aspectos que a fizessem única. 2. O Brasil se constituiu sobre o mito da democracia racial. Difundiu-se, a partir daí, o ideal de miscigenação como mecanismo de absorção do mestiço. Entretanto, este dispositivo não fora criado para a ascensão social do negro. Pelo contrário. A proposta sempre foi manter a hegemonia da classe dominante. Sobre esta questão, é correto afirmar que: A miscigenação, apesar de ser vista como fundamental para se constituir a identidade brasileira, tinha de lidar com os problemas impostos pelas teorias raciais que dominavam o mundo no século XIX e que colocavam o negro em posição inferior. MÓDULO 2 VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. “São esses canibais que conhecerão com Montaigne uma consagração duradoura. Tornam-se a má-consciência da civilização, seus juízes morais, a prova de que existe uma sociedade igualitária, fraterna, em que o Meu não se distingue do Teu, ignorante do lucro e do entesouramento, em suma, a da Idade de Ouro. Suas guerras incessantes, não movidas pelo lucro ou pela conquista territorial, são nobres e generosas.”. (CUNHA, Manuela Carneiro da. Imagens de índios do Brasil: o século XVI. Estud. av., São Paulo, v. 4, n. 10, dez. 1990, p. 100.) O trecho acima mostra o impacto provocado por certos índios canibais brasileiros sobre os europeus no século XVI e, em especial, sobre o pensador francês Michel de Montaigne. Os índios canibais de que Montaigne teve notícia à época eram: Os índios da tribo tupinambá. 2. (MAKENZIE) Enquanto os portugueses escutavam a missa com muito “prazer e devoção”, a praia encheu-se de nativos. Eles sentavam-se lá surpresos com a complexidade do ritual que observavam de longe. Quando D. Henrique acabou a pregação, os indígenas se ergueram e começaram a soprar conchas e buzinas, saltando e dançando (...)"(Eduardo Bueno) Este contato amistoso entre brancos e índios foi preservado: Até o Início da colonização, quando o índio, vitimado por doenças, escravidão e extermínio, passou a ser descrito como sendo selvagem, indolente e canibal. MÓDULO 3 VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. Em uma entrevista, o diretor, escritor, político e militante do movimento negro, Abdias do Nascimento, disse ao Instituto Portal Afro: “Os cultos afro-brasileiros eram uma questão de polícia. Dava cadeia. Até hoje, nos museus da polícia do Rio de Janeiro ou da Bahia, podemos encontrar artefatos cultuais retidos. São peças que provavam a suposta delinquência ou anormalidade mental da comunidade negra. Na Bahia, o Instituto Nina Rodrigues mostra exatamente isso: que o negro era um camarada doente da cabeça por ter sua própria crença, seus próprios valores, sua liturgia e seu culto. Eles não podiam aceitar isso.” (Portal Afro. Adaptado). A partir do trecho acima citado, é possível afirmar que: c) Mesmo com todo o tipo de repressão a que estavam sujeitos, os africanos escravizados ainda buscaram manter vivas suas tradições culturais religiosas. 2. (FUVEST) Os indígenas foram também utilizados em determinados momentos, e sobretudo na fase inicial [da colonização do Brasil]; nem se podia colocar problema nenhum de maior ou melhor “aptidão” ao trabalho escravo (...). O que talvez tenha importado é a rarefação demográfica dos aborígines, e as dificuldades de seu apresamento, transporte etc. Mas na “preferência” pelo africano revela-se, mais uma vez, a engrenagem do sistema mercantilista de colonização; esta se processa num sistema de relações tendentes a promover a acumulação primitiva de capitais na metrópole; ora, o tráfico negreiro, isto é, o abastecimento das colônias com escravos, abria um novo e importante setor do comércio colonial, enquanto o apresamento dos indígenas era um negócio interno da colônia. Assim, os ganhos comerciais resultantes da preação dos aborígines mantinham-se na colônia, com os colonos empenhados nesse “gênero de vida”; a acumulação gerada no comércio de africanos, entretanto, fluía para a metrópole; realizavam-na os mercadores metropolitanos, engajados no abastecimento dessa “mercadoria”. Esse talvez seja o segredo da melhor “adaptação” do negro à lavoura... escravista. Paradoxalmente, é a partir do tráfico negreiro que se pode entender a escravidão africana colonial, e não o contrário. (Fernando Novais. Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial. São Paulo: Hucitec, 1979. p; 105. Adaptado). Nesse trecho, o autor afirma que, na América portuguesa: O principal motivo da adoção da mão de obra de origem africana era o fato de que esta precisava ser transportada de outro continente, o que implicava a abertura de um rentável comércio para a metrópole, que se articulava perfeitamente às estruturas do sistema de colonização. MÓDULO 4 VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. A demanda da comunidade afro-brasileira por reconhecimento, valorização e afirmação de direitos, no que diz respeito à educação, passou a ser particularmente apoiada com a promulgação da Lei 10.639/2003, que alterou a Lei 9.394/1996, estabelecendo a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-brasileiras e Africanas. (Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana. Brasília: Ministério da Educação, 2005.) A alteração legal no Brasil contemporâneo descrita no texto é resultado do processo de: Mobilização do movimento negro. 2. (CEPERJ ‒ 2008) Prefeitura de Angra dos Reis – Adaptado. As Diretrizes Curriculares Nacionais para o ensino fundamental destacam que é preciso reverter o quadro de discriminação e exclusão existente no interior das escolas, originado pelo racismo, sexismo e preconceitos originados por situações socioeconômicas, regionais, culturais e étnicas. Sendo assim, ao definir suas propostas pedagógicas, as escolas deverão explicitar, dentre outros aspectos: O reconhecimento da identidade pessoal de alunos e professores conforme estabelecido pela Lei 10.639/2003.
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