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· Pergunta 1 1 em 1 pontos O modo de produção capitalista, nas últimas décadas, transformou-se sob a égide da acumulação flexível, rompendo com o padrão fordista e gerando um modo de trabalho e uma sociabilidade pautados pela flexibilização das relações de trabalho e na precarização do trabalho. Essas mudanças foram impostas pelo processo de financeirização e mundialização da economia promovido pelo capital financeiro que passou a dirigir todos os demais empreendimentos do capital, subordinando a esfera produtiva e contaminando todas as suas práticas e os modos de gestão do trabalho. O Estado, por sua vez, “passou a desempenhar cada vez mais um papel de ‘gestor dos negócios da burguesia financeira’, cujos governos, em sua imensa maioria, pautam-se pela desregulamentação dos mercados, principalmente o financeiro e o de trabalho” (ANTUNES, 2018, p. 153). ANTUNES, R. O privilégio da servidão: o novo proletariado de serviços na era digital. São Paulo: Boitempo, 2018. p. 153. Sobre as consequências da acumulação flexível, avalie as afirmativas a seguir: I. Hegemonia da lógica financeira atingindo todos os âmbitos da vida econômica e social, alterando os modos de trabalho e de vida. II. Lógica do curto prazo e da obsolescência, a partir do incentivo permanente para a inovação, seja no campo da tecnologia, dos novos produtos financeiros e até mesmo da força de trabalho. III. Desemprego estrutural, empregos temporários, precarização do trabalho, terceirização, informalidade. IV. Redução do trabalho informal e terceirizado, ampliando sobremaneira os direitos trabalhistas e a preocupação com a qualidade de vida da classe que vive do trabalho. Estão corretas o que se afirma em: Resposta Selecionada: I, II e III. Resposta Correta: I, II e III. Comentário da resposta: Perfeito. No que se refere ao capitalismo no plano mundial, nas últimas quatro décadas, transformou-se sob a égide da acumulação flexível com impactos na hegemonia da lógica financeira, na vida social, nas relações de trabalho, produzindo consequências nefastas para a classe trabalhadora. Pergunta 2 1 em 1 pontos A precarização social e do trabalho, no contexto de transformações societárias instauradas a partir dos anos 1970, “se apresenta como um processo multidimensional de institucionalização da instabilidade caracterizado pelo crescimento de diferentes formas de precariedade e de exclusão” (MACHADO, GIONGO, MENDES, 2016, p. 227), se apoiando na diminuição dos custos de produção a partir da flexibilização do trabalho. MACHADO, F.; GIONGO, C.; MENDES, J. Terceirização e precarização do trabalho: uma questão de sofrimento social. Rev. psicol. polít., São Paulo, v. 16, n. 36, p. 227-240, mai./ago. 2016. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rpp/v16n36/v16n36a07.pdf. Acesso em: 2 fev. 2020. Diante do exposto, analise as afirmativas que refletem os impactos da precarização do trabalho para a classe trabalhadora. I. Desregulamentação dos direitos sociais. II. Precarização e terceirização da força humana empregada. III Aumento da fragmentação e heterogeneização no interior da classe trabalhadora, diante das várias formas de contratação e condições de trabalho. IV. Enfraquecimento do sindicalismo de classe e incentivo para a conversão em um sindicalismo mais negocial e de parceria. V. Ampliação sobremaneira dos direitos da classe trabalhadora, sem impactos negativos. Está correto o que se afirma em: Resposta Selecionada: I, II, III, IV. Resposta Correta: I, II, III, IV. Comentário da resposta: Perfeito. A precarização do trabalho e a flexibilização das relações de trabalho como tendência estrutural do capitalismo na contemporaneidade apresenta inúmeros impactos para a classe trabalhadora, especialmente relacionados aos direitos, lutas, contratos e organização do trabalho, sendo a ampliação da terceirização e dos contratos temporários uma estratégia extremamente utilizada. Pergunta 3 1 em 1 pontos Para entender como o Serviço Social discute a questão social, podemos utilizar a sistematização de Iamamoto (2005, p. 27), em que “a questão social é apreendida como o conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura, que tem uma raiz comum: a produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos mantém-se privada, monopolizada por uma parte da sociedade.” Ou seja, tem-se o que é denominado contradição fundamental entre capital e trabalho, desenvolvendo-se o processo de construção de desigualdades. IAMAMOTO, M. V. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 8 ed. São Paulo: Cortez Editora, 2005. p. 27. Sobre a questão social, analise as afirmativas. I. A questão social expressa-se na relação entre capital e trabalho na sociedade capitalista. II. O assistente social desenvolve sua prática com objetivo principal de superar a questão social. III. A superação do modo de produção capitalista é necessária para resolver a questão social. IV. O assistente social trabalha nas expressões da questão social, sendo o objeto de seu trabalho. Está correto o que se afirma em: Resposta Selecionada: I, III e IV. Resposta Correta: I, III e IV. Comentário da resposta: Perfeito. O Serviço Social não é a única profissão que discute e estuda a questão social, havendo diversos posicionamentos e compreensões acerca dessa categoria de análise da realidade. Mas, de forma geral, dado o caráter interventivo da profissão, os assistentes sociais estão sempre sendo chamados a pensar e refletir sobre essa questão. Entre as discussões da atualidade acerca da questão social, uma das principais é se essa questão mudou, ou se o que mudaram foram as suas configurações e ela, de maneira geral permanece a mesma. Pergunta 4 1 em 1 pontos Antunes (2018) afirma que a classe trabalhadora brasileira perdeu muito com a reforma trabalhista de 2017, especialmente quando se autoriza o empregado a negociar com o patrão, estabelecendo a flexibilidade de várias dimensões do trabalho, como a jornada e o salário. Em relação ao trabalho intermitente, percebemos uma ‘uberização’ do trabalho, em que o trabalhador fica à disposição das necessidades e interesses da empresa. Quando tem trabalho é chamado e recebe. Quando não tem, fica em casa e não tem remuneração. ANTUNES, R. O privilégio da servidão: o novo proletariado de serviços na era digital. São Paulo: Boitempo, 2018. O contexto apresentado por Antunes alerta sobre a possibilidade de mascarar os níveis de desemprego. Diante dessa afirmação, analise as afirmativas sobre a conjuntura do mundo do trabalho no Brasil. I. O sujeito é considerado empregado, em relação ao trabalho intermitente, mas se espera ser chamado para trabalhar e não trabalha, é um intermitente e, de fato, desempregado. II. A defesa da lógica do empreendedorismo em todos os âmbitos, o trabalhador como empreendedor de si mesmo, mas continua contando com os direitos trabalhistas. III. O desemprego justificado pela falta de esforço do trabalhador, sendo culpabilizado pela sua situação: não procurou direito; não estudou; está querendo ganhar muito etc. IV. O enfraquecimento das instituições responsáveis pela fiscalização do trabalho, a justiça do trabalho sendo atacada, com a justificativa de que o mais importante é não estar desempregado. Está correto o que se afirma em: Resposta Selecionada: I, III e IV. Resposta Correta: I, III e IV. Comentário da resposta: Perfeito. A classe trabalhadora brasileira perdeu muito com a reforma trabalhista de 2017 especialmente quando se autoriza o empregado a negociar com o patrão, estabelecendo a flexibilidade de várias dimensões do trabalho, como a jornada e o salário. Ampliando o trabalho intermitente, a informalidade a defesa do empreendedorismo em detrimento dos direitos trabalhistas. Pergunta 5 1 em 1 pontosNo modo de produção capitalista, ao contrário dos ciclos de expansão que o conformaram ao longo de sua história, alternando períodos de expansão e crise, Mészaros (2009) argumenta que, desde a década de 1970, o capitalismo encontra-se mergulhado em uma crise estrutural, sendo no interior dos países capitalistas centrais, os mecanismos de administração das crises cada vez mais recorrentes e insuficientes, visto que “a disjunção radical entre a produção para as necessidades sociais e autorreprodução do capital se tornava a tônica do capitalismo contemporâneo gerando consequências devastadoras para a humanidade” (MÉSZAROS, 2009, p. 12). MÉSZAROS, I. A crise do capital. São Paulo: Boitempo, 2009. p. 12. Sendo as crises próprias do capitalismo, marque a alternativa correta sobre os rebatimentos dessa crise. Resposta Selecionada: A crise do capitalismo tem conduzido o mundo do trabalho para flexibilização, informalidade e precarização da classe trabalhadora. Resposta Correta: A crise do capitalismo tem conduzido o mundo do trabalho para flexibilização, informalidade e precarização da classe trabalhadora. Comentário da resposta: Perfeito. O capitalismo por meio de suas crises tem criado severas alterações no mundo do trabalho, o que causa grandes impactos nas relações de trabalho, na demanda pelo trabalho, como a precarização que a classe trabalhadora acaba se submetendo para manutenção das suas condições materiais. Pergunta 6 0 em 1 pontos O neoliberalismo e a reestruturação produtiva da era da acumulação flexível, dotadas de forte caráter destrutivo que têm acarretado, entre tantos aspectos nefastos, uma gigantesca taxa de desemprego, uma enorme precarização do trabalho e uma degradação crescente, na relação metabólica entre homem e natureza, conduzida pela lógica societal voltada prioritariamente para a produção de mercadorias, que destrói o meio ambiente em escala globalizada (ANTUNES, 2015). ANTUNES, R. Adeus ao trabalho? Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. 16. ed. São Paulo: Cortez Editora, 2015. O mundo do trabalho vem sofrendo importantes transformações que impactam tanto as condições de vida material como a subjetividade. Avalie as afirmativas que refletem essas transformações. I. Impactos no plano da subjetividade dos trabalhadores, das quais se destacam, transformação em um “sujeito-objeto”, que funciona para autoafirmação e reprodução de uma força estranhada. II. Adoecimento mental de trabalhadores que não quererem se adequar às novas requisições e não buscam a formação necessária exigida pelo mercado e pela sociedade moderna. III. Condição de isolamento, falta de vínculos ou de inserção, no caso dos terceirizados, em que a perspectiva de identidade coletiva se enfraquece. IV. Autoalienação em que se vende, por exemplo, a força de trabalho sob condições impostas, sacrifica-se ao “consumo de prestígio”, imposto pela lei de mercado. Está correto o que se afirma em: Resposta Selecionada: II, III e IV. Resposta Correta: I, III e IV. Comentário da resposta: Vamos pensar juntos. Essa alternativa não corresponde a importantes transformações que impactam tanto as condições de vida material, como a subjetividade da classe trabalhadora, conforme estudamos. Para responder corretamente à questão, observe mesmo que os trabalhadores busquem atender às exigências do mercado o custo dessa adaptação é objetivo e subjetivo, impactando inclusive na saúde física e mental. Pergunta 7 1 em 1 pontos Marx (2013, p. 257), afirmou que “[...] a atividade de um número maior de trabalhadores, ao mesmo tempo, no mesmo lugar (ou, se se quiser, no mesmo campo de trabalho), para produzir a mesma espécie de mercadoria, sob o comando do mesmo capitalista, constitui histórica e conceitualmente o ponto de partida da produção capitalista”. MARX, K. O Capital. São Paulo: Boitempo, 2013. l. I, v. 1. p. 257. Com base na citação acima, o capitalismo tem como objetivo a acumulação de capital, apresentando como características, dentre outras, a propriedade privada dos meios de produção e o uso de mão de obra assalariada. Outra característica peculiar do modo de produção capitalista se exprime: Resposta Selecionada: Na transformação da força de trabalho em mercadoria, em que o trabalhador vende sua força de trabalho em troca de um salário. Resposta Correta: Na transformação da força de trabalho em mercadoria, em que o trabalhador vende sua força de trabalho em troca de um salário. Comentário da resposta: Perfeito. Ao possuir o objetivo principal de acumular capital, o capitalismo tem como características principais a propriedade privada dos meios de produção, o assalariamento dos trabalhadores e, consequentemente, o estabelecimento de uma relação de compra e venda da força de trabalho. Pergunta 8 1 em 1 pontos Na perspectiva de Marx e Engels ao tratar da precarização do trabalho já demonstraram que se alternam incessantemente as formas de exploração do trabalho, fenômenos que se acentuam com a expansão da “superpopulação relativa”, que faz com que os capitais se utilizem da força excedente de trabalho para intensificar ainda mais a ampliação dos níveis de exploração e a consequente precarização da classe trabalhadora” (ANTUNES, 2018, p. 60). ANTUNES, R. O privilégio da servidão: o novo proletariado de serviços na era digital. São Paulo: Boitempo, 2018. p. 60. Como consequência o que se vê é uma crescente precarização do trabalho. Sobre esse tema avalie as afirmativas. I. A precarização do trabalho consiste na ausência de vínculo trabalhista e, consequentemente, de direitos e benefícios já conquistados, como férias, descanso remunerado, horas extras, dentre outros. II. A precarização do trabalho se reflete na definição de metas inalcançáveis, ritmo de trabalho intenso, pressão de tempo no processo produtivo, gestão do medo, intensificação das formas de controle, de produção e de outras esferas de sua vida do trabalhador. III. Como consequência da precarização do trabalho, observa-se A fragilização física, mental e subjetiva dos trabalhadores é uma consequência da precarização do trabalho, o que leva ao sofrimento e adoecimento. IV. A precarização do trabalho não se reflete na realidade brasileira atual, visto que os direitos trabalhistas estão garantidos e as políticas sociais são implementadas de forma a atender às demandas da classe trabalhadora. Está correto o que se afirma em: Resposta Selecionada: I, II e III. Resposta Correta: I, II e III. Comentário da resposta: Perfeito. A crescente precarização do trabalho vigente no capitalismo contemporâneo se manifesta pela fragilização das relações trabalhistas, flexibilização dos direitos trabalhistas outrora conquistados, intensificação do ritmo, das metas e da atividade produtiva associadas a novas estratégias de controle sobre os trabalhadores, gerando adoecimento dos trabalhadores, fragilização das lutas e isolamento. Pergunta 9 0 em 1 pontos A gênese da questão social encontra-se no caráter coletivo da produção e da apropriação privada do trabalho, de seus frutos e das condições necessárias à sua realização. É, portanto, indissociável da emergência do trabalhador livre, que depende da venda de sua força de trabalho para a satisfação de suas necessidades vitais. Trabalho e acumulação são duas dimensões do mesmo processo, fruto do trabalho pago e não pago da mesma população trabalhadora, como já alertou Marx (2013). MARX, K. O capital. São Paulo: Boitempo, 2013. l. I, v. 1. Sobre as expressões da questão social, analise as afirmações que seguem. I. A velha questão social se encontra inscrita na própria natureza das relações sociais capitalistas. II. A questão social se reflete na internacionalização da produção, sob comando do capital financeiro e se reproduz sob novas mediações históricas. III. A questão social tem assumindo as mesmas e imutáveis expressõesque se expandem em todas as dimensões da vida em sociedade. IV. A análise sobre a questão social não pode ser desvinculada da relação entre capital e trabalho, pois corre o risco de pulverizar e fragmentar em questões sociais. Está correto o que se afirma em: Resposta Selecionada: I, II e III. Resposta Correta: I, II e IV. Comentário da resposta: Vamos pensar juntos. Observe que para responder à questão, você precisa considerar o conceito de questão social, sua amplitude e as especificidades das suas expressões. Pergunta 10 0 em 1 pontos De acordo com o CFESS (2018, p. 2), o trabalho de assistentes sociais “tende a assumir, em seu conteúdo teórico e político-ideológico, o tensionamento próprio dos projetos societários em disputa na sociedade brasileira: de um lado, o reforço ao norte social estratégico desta profissão, o qual reivindica, no fazer profissional, o fortalecimento do viés emancipatório das lutas sociais”. CFESS. O trabalho de assistentes sociais junto aos movimentos sociais. CFESS Manifesta. Brasília, 2018. Disponível em: http://www.cfess.org.br/arquivos/2018-CfessManifesta-16Enpess-GTPAbepss-site.pdf. Acesso em: 4 fev. 2020. Diante de tais exigências, avalie as afirmativas que podem ser consideradas estratégias que os assistentes sociais devem assumir para fortalecimento da luta da classe trabalhadora, pela qual também é integrante. I. Defesa do sindicalismo classista e movimentos sociais em prol dos direitos sociais e trabalhistas. II. Defesa de todas as formas de exploração, preconceito, opressão e discriminação. III. Defesa dos direitos sociais e trabalhistas, incluindo os direitos da própria categoria. IV. Defesa do projeto ético-político do Serviço Social, fortalecendo a articulação entre o trabalho com a defesa dos direitos e interesses da classe trabalhadora. Resposta Selecionada: III e IV. Resposta Correta: I, III e IV. Comentário da resposta: Vamos pensar juntos. Essa estratégia não corresponde a estratégia que os assistentes sociais devem assumir para fortalecimento da luta da classe trabalhadora. Para responder corretamente à questão, observe a relação da atuação de assistentes sociais com estratégias que não fortaleçam a classe trabalhadora.
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