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1 - PLANO DE ENSINO 2 - PRINCIPIOS DA TOXICOLOGIA AULA 1 CURSO: Farmácia e Biomedicina SÉRIE: 6º Semestre DISCIPLINA:Análises Toxicológicas CARGA HORÁRIA SEMANAL: 03 horas/aula PLANO DE ENSINO I – EMENTA A disciplina aborda as principais informações necessárias à identificação e quantificação de substâncias químicas presentes em um meio ou matrizes biológicas, por meio de técnicas analíticas específicas e correlação destes resultados com as síndromes tóxicas, prevenção da intoxicação e tratamento. II - OBJETIVOS GERAIS • Compreender os mecanismos pelos quais as substâncias químicas de maior importância toxicológica para o cotidiano de uma pessoa, podem causar danos no organismo humano; • Aprender a identificar e quantificar agentes tóxicos, analiticamente; • Conhecer mecanismos específicos ou gerias de tratamento e prevenção da intoxicação; • Compreender o resultado de laudos toxicológicos. III - OBJETIVOS ESPECÍFICOS -Compreender a caracterizaçãodo risco químico; -Aprender a identificar xenobióticos presentes em um meio ou matriz biológica, quali ou quantitativamente; -Compreender os mecanismos de escolha de uma técnica analítica utilizada nas análises toxicológicas; -Correlacionaraspectos clínicos de intoxicação comdados laboratoriais; -Conhecer os principais antídotos. IV - COMPETÊNCIAS Compreender os princípios da toxicologia, a avaliação e mecanismos da toxicidade dos agentes tóxicos, a interação desses com os organismos vivos e mecanismos de atenuação da toxicidade, bem como as principais análises toxicológicas das drogas e as alterações laboratoriais diante de uma intoxicação, reconhecendo a saúde como direito e como condiçãodigna de vida e de forma a garantir a integralidadeda assistência. V - CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1. PRINCÍPIOS DA TOXICOLOGIA 1.1. Identificação das principais substâncias químicas que podem causar danos ao organismo humano 1.2. Caracterizaçãoe manejo do risco; 1.3. Bioacumulação ebiomagnificação. 2. QUALIDADE EM ANÁLISES TOXICOLÓGICAS 2.1. Validaçãode ummétodo analítico em análises toxicológicas; 2.2. Boas práticasde laboratório em análises toxicológicas; 2.3. Legislação específica. 2.4. Interpretaçãode laudos toxicológicos 3. INTERESSEDAS ANÁLISES TOXICOLÓGICAS 3.1. Toxicologia ambiental; 3.2. Toxicologia ocupacional; 3.3. Toxicologia de emergência; 3.4. Toxicologia forense; 3.5. Toxicologia social; 3.6. Toxicologia clínica; 3.7. Doping; 3.8. Síndromes tóxicas. 3.9. Plantas tóxicas de interesse humano e animal 3.10. Peçonhentos 3.11. Domissanitários 3.12. Toxicologia dosmetais 3.13. Toxicologia dos praguicidas 4. TECNOLOGIA ANALÍTICA 4.1. Validaçãoanalítica aplicada à toxicologia; 4.2. Amostra,método, toxicanteversus matriz biológica; 4.3. Espectrometria de absorção atômica na toxicologia; 4.4. Métodos de triagem para drogas de abuso – Cromatografia em Camada Delgada (CCD); 4.5. Cromatografia gasosa (CG/GC) aplicada à toxicologia; 4.6. Aplicaçãoda Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE/HPLC) na toxicologia; 5. APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TOXICOLÓGICAS 5.1. Elaboração e interpretaçãode laudos toxicológicos; 5.2. Identificação e quantificação de xenobióticos em diferentes matrizes biológicas, por diferentes técnicas analíticas; 5.3. Avaliação dos riscos toxicológicos e conhecimentos dos mecanismos de tratamento e prevençãoda intoxicação; 5.4. Toxicologia Aplicada à Toxicologia Forense. VI - ESTRATÉGIA DE TRABALHO As aulas são predominantemente em metodologia ativa de ensino, apoiadas nas diretrizes do plano de ensino. O desenvolvimento dos conceitos e conteúdos ocorre com apoio de bibliografia, propostas de leituras, exercícios, textos complementares e sugestão de literatura e filmes, quando possível. Em conjunto com a atividade do professor da disciplina, ocorre discussões relevantes a cada disciplina. Com o objetivo de aprofundar o conteúdo programático e o incentivo à pesquisa, o docente pode utilizar recursos como: artigos científicos, trabalhos individuais ou em grupo e palestras, que permitam aos alunos compreenderem na prática a teoria apresentada. VII– AVALIAÇÃO A avaliação dos alunos será feita através de provas bimestrais, bem como pelas demais atividades realizadas pelos alunos, de acordo com os Critérios de Avaliação da Universidade. BIBLIOGRAFIA Bibliografia básica: OGA, S. Fundamentos de Toxicologia. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2003. MOREAU, R.L.M.; SIQUEIRA, M.E.P.B. Toxicologia Analítica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. KLAASSEN, C.D.; AMDUR, M. O.; DOULL, J. (eds). Cassarett & Doull’s Toxicology: the basic science of poisons. 5 ed. New York: MacGraw-Hill, 1996. Bibliografia Complementar: MIDIO, A.F. e MARTINS, D.I.; Toxicologia de Alimentos. São Paulo: Livraria Varela, 2000. LARINI, L. Toxicologia. São Paulo: Editora Manole, 1987. MORAES, E.C.F.; Snelwar R.B.; Fernícola, N.A.A. Manual de Toxicologia Analítica, São Paulo: Roca, 1991. CHASIN, A. A. M; NASCIMENTO, E. S.; RIBIRO-NETO, L. M.; SIQUEIRA, M. E. P. B.; ANDRAUS, M. H.; SALVADORI, M. C. FERRNÍCOLA, N.aG.; GORNI, R.; SALCEDO, S. Validação de métodos em análises toxicológicas: uma abordagem geral. Rev. Bras. Toxicol., 11 (1): 1-6, 1998. LARINI, L. Toxicologia dos praguicidas. São Paulo: Manole, 1999. TOXICOLOGIA – Uma Ciência atual OBJETO DE ESTUDO: agente tóxico e intoxicação. FINALIDADE: definir limites seguros de exposição. MÉTODOS DE ABORDAGEM: • Análises toxicológicas • Tratamento específico AGENTE TÓXICO / XENOBIÓTICO ➢ Substância quimicamente definida ➢ Provoca efeito lesivo (a intoxicação) AGENTE TÓXICO Classificação 1. Quanto às Características Químicas: solubilidade, volatilização, estabilidade, etc. 2. Quanto à Ação Tóxica: ação local (irritantes) ou ação sistêmica (asfixiantes, depressores, hepatotóxicos, carcinogênicos) 3. Quanto às características físicas: líquidos, gases, vapores, sólidos 4. Quanto ao método de análise: voláteis (gases e vapores), inorgânicos (metais), orgânicos (têm átomo de carbono mas não são gases ou líquidos voláteis) INTERAÇÃO ENTRE AGENTES ❖ Efeito aditivo ❖ Sinergismo ❖ Potenciação ❖ Antagonismo/Antidotismo TIPOS DE INTERAÇÃO Efeito Aditivo Ocorre quando o efeito produzido por dois ou mais agentes tóxicos é igual à soma dos efeitos produzidos individualmente. Por ex., a ação asfixiante da anilina e dos nitritos (CORANTES) sobre a oxi- hemoglobina formando a metemoglobina - forma oxidada da hemoglobina, que não se ligar ao oxigênio. TIPOS DE INTERAÇÃO Sinergismo Quando o efeito a dois ou mais agentes tóxicos ocorre de forma combinada. É maior que o efeito aditivo. Ex.: a ação combinada de dois inibidores da colinesterase – inseticida com medicamentos para Doença de Alzheimer (potentes neurotoxinas, causando excessiva salivação e olhos lacrimejantes em baixas doses, seguido por espasmos musculares e finalmente a morte). http://pt.wikipedia.org/wiki/Neurotoxina http://pt.wikipedia.org/wiki/Espasmo TIPOS DE INTERAÇÃO Potenciação O agente tóxico tem seu efeito aumentado por agir simultaneamente com um agente não tóxico ou com outro tipo de toxicidade. Ex.: o amianto (revestimentos de embreagens de automóveis, telhas) e os anticoncepcionais tem seu processo carcinogênico acelerado quando o indivíduo é tabagista. http://pt.wikipedia.org/wiki/Embreagem http://pt.wikipedia.org/wiki/Telha TIPOS DE INTERAÇÃO Antagonismo/Antidotismo O efeito produzido por dois agentes tóxicos se neutraliza ou se reduz. Tylenol – hepatotóxico por 7 dias consecutivos Fluimucil como antagonista INTOXICAÇÃO Conceito É o desequilíbrio orgânico, a quebra da homeostasia, ocasionados pela interação de um agente tóxico e o sistema biológico. INTOXICAÇÃO Classificação QUANTO À OCORRÊNCIA: a) intencionais: suicídio, homicídio, farmacodependência a drogas de abuso, dopping. b) acidentais: doméstico, ocupacional, farmacodependência a medicamentos. INTOXICAÇÃOClassificação QUANTO À DURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO: a) Curto prazo ou aguda: exposição até 24 horas ou poucos dias; manifestação rápida; em geral altas concentrações do agente tóxico. b) Médio prazo ou sub-aguda ou sub-crônica: repetição da exposição após dias, semanas. c) Longo prazo ou crônica: exposição por meses ou anos. INTOXICAÇÃO Classificação QUANTO À INTENSIDADE DOS EFEITOS: a) Leve: geralmente é reversível com o término da exposição. b) Moderada: as lesões podem ser reversíveis e irreversíveis, sem morte ou lesão grave permanente. c) Grave: há lesão irreversível, podendo levar à morte. INTOXICAÇÃO Classificação QUANTO À FORMA DE ATUAÇÃO: a) Local: o efeito ocorre no local do primeiro contato do agente tóxico com o organismo (ingestão de ácidos, inalação de vapores irritantes). b) Sistêmica: o efeito tóxico ocorre distante do local de penetração do agente após absorção pela corrente sangüínea (efeito nefrotóxico do cádmio - fabricação de baterias). http://pt.wikipedia.org/wiki/Bateria_(qu%C3%ADmica) TOXICIDADE CONCEITO: Medida relativa ou comparativa do dano causado por uma substância química sob condições específicas de exposição. CLASSIFICAÇÃO: ➢ Extremamente tóxica: DL50 < ou = 1 mg/kg ➢ Altamente tóxica: DL50 > 1 a 50 mg/kg ➢ Moderadamente tóxica: DL50 > 50 a 500 mg/kg ➢ Levemente tóxica: DL50 > 0,5 a 5 g/kg ➢ Relativamente não tóxica: DL50 acima de 5 g/kg Dose Letal 50 (DL50) Dose, obtida estatisticamente, em mg/kg, de uma determinada substância, necessária para matar 50% de uma população de animais AGENTE DL50 (mg/kg) Etanol 10.0002 Cloreto de sódio 4.000 Sulfato ferroso 1.500 Morfina 900 Estricnina 2 Nicotina 1 Dioxina (TCDD) 0,001 Toxina botulínica 0,00001 ESPECTRO DOS EFEITOS TÓXICOS ❖ Efeito local ❖ Efeito sistêmico ❖ Efeito reversível ❖ Efeito irreversível ❖ Efeito imediato ❖ Efeito tardio ❖ Alterações genéticas: ▪ mutagênicos ▪ carcinogênicos ▪ teratogênicos TOXICOLOGIA AMBIENTAL Estudo das ações e efeitos nocivos de substâncias químicas, geralmente de origem antropogênica, no ambiente. FORMAS DE CONTAMINAÇÃO POR POLUENTES: a) Incidentalmente, pela atmosfera b) Durante atividades ocupacionais ou recreativas c) Pela ingestão de alimentos naturais ou com resíduos PRINCIPAIS FONTES DE CONTAMINAÇÃO • Naturais: fontes de minérios radiativos, vulcões, degradação biológica de florestas, algas tóxicas em águas marinhas, etc. • Industrial/Automotiva: dióxido de enxofre, óxidos de nitrogênio, monóxido e dióxido de carbono, hidrocarbonetos, material particulado, poluentes específicos (metais, silicatos minerais, detergentes, plásticos, etc.) • Agrícolas: agrotóxicos organossintéticos (inseticidas, fungicidas, herbicidas) TOXICOLOGIA AMBIENTAL TOXICOLOGIA DE ALIMENTOS A Toxicologia aplicada a alimentos estuda os agentes tóxicos presentes no alimento, abrangendo substâncias potencialmente tóxicas de origem natural, ou por adição ou contaminação em qualquer fase da produção. PADRÃO DE SEGURANÇA: Ingestão Diária Aceitável – IDA: está relacionada à margem de segurança do composto no alimento. Vale tanto para os aditivos diretos quanto indiretos. TOXICOLOGIA DE ALIMENTOS TOXICOLOGIA DE MEDICAMENTOS Estuda as reações adversas de doses terapêuticas dos medicamentos, bem como as intoxicações resultantes de doses excessivas por uso inadequado ou acidental. ❖Principal causa de notificações aos Centros de Informação e Assistência Toxicológica. ❖Principal causa de intoxicação nos grandes centros urbanos. TOXICOLOGIA DE MEDICAMENTOS ➢ Tolerância: diminuição dos efeitos dos medicamentos. ➢ Dependência: o medicamento passa a fazer parte do sistema biológico. ➢ Interações: resulta da utilização simultânea de mais de um medicamento. TOXICOLOGIA DE MEDICAMENTOS Tipos de efeitos Estuda o efeito nocivo de substâncias químicas utilizadas sem finalidade terapêutica, com repercussões individuais, sanitárias e sociais. TOXICOLOGIA SOCIAL SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS Depressoras Perturbadoras Álcool Opiáceos Barbitúricos Calmantes Ansiolíticos Solventes Anfetamínicos Cocaína Cafeína Nicotina (?) Preparações de Cannabis sativa LSD Aminas alucinógenas Estimulantes TOXICOLOGIA SOCIAL DROGAS DE ADICÇÃO: CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A OMS a) Tipo álcool-barbitúrico: etanol, barbitúricos, outros sedativos. b) Tipo anfetamina: anfetamínicos em geral. c) Tipo cocaína: cocaína, folhas de coca, crack. d) Tipo Cannabis: preparações de Cannabis sativa L. e) Tipo alucinógenos: LSD, mescalina, psilocibina. f) Tipo opiáceo: morfina, heroína, codeína. g) Tipo solvente volátil: tolueno, acetona, clorofórmio, éter. TOXICOLOGIA SOCIAL Área da Toxicologia que estuda as substâncias químicas presentes no local de trabalho que possam oferecer risco à saúde do trabalhador. TOXICOLOGIA OCUPACIONAL OBJETIVOS: ➢ Verificar a concentração do agente no ambiente de trabalho e comparar com os limites de exposição estabelecido; ➢ Agir sobre o trabalhador pela observação de sinais e sintomas ou realizar exames em material biológico (urina, sangue). TOXICOLOGIA OCUPACIONAL ATIVIDADES: ❖ Identificação do agente tóxico ❖ Análise do agente e das alterações biológicas ❖ Mecanismo de ação dos agentes ❖ Prevenção da intoxicação ❖ Tratamento da intoxicação TOXICOLOGIA OCUPACIONAL BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 1. Casarett & Doull’s – Toxicology. Ed. Pergamon 2. Ednilza Dias et al. - Informação Toxicológica. Ed. UFPB 3. Lourival Larini – Toxicologia. Ed. Manole 4. Seizi Oga - Fundamentos de Toxicologia. Ed. Atheneu SITES DE INTERESSE: www.anvisa.gov.br/toxicologia www.sbtox.org.br http://www.anvisa.gov.br/toxicologia http://www.sbtox.org.br/
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