Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Contração uterina Profª. Mônica Bimbatti N. CesarProfª. Mônica Bimbatti N. CesarProfª. Mônica Bimbatti N. CesarProfª. Mônica Bimbatti N. Cesar Útero • órgão único e central, constituído quase exclusivamente de fibras musculares tem como principal função gerar contrações. 2 3 órgão fibromuscular, ímpar, oco, em forma de pera invertida, localizado na cavidade pélvica Útero 4 HISTOLOGIA O útero é constituído por 3 camadas ou túnicas: perimétrio (externa), miométrio (intermediária) endométrio (interna). Útero 5 - camada mais espessa - feixes de fibras musculares lisas - separadas por tecido conjuntivo - três camadas de feixes musculares: • interna (longitudinal) • média (circular grande quantidade vasos sanguíneos) • externa (longitudinal) Miométrio 6 Vários modelos para a disposição dessas camadas. Mais aceito: mola de relógio cada uma começaria na região do colo do útero e se dirigiria para cada tuba uterina, ou para o fundo do útero. Miométrio 2 7 Nesse modelo segmento inferior estratos musculares paralelos e no corpo e no fundo formam uma rede tridimensional. Miométrio Crescimento acelerado: • Hipertrofia ( ⇑ volume da célula) • Hiperplasia ( ⇑ número células) • ⇑ calibre vascular (artérias e veias) 8 Termo “segmento inferior” delgado feixes musculares disposição paralela local histerotomia (cesárea). Após dequitação musculatura fundo e corpo permite miotamponamento vasos (ligaduras vivas de Pinard). Útero gestação Útero • Durante gravidez crescimento uterino ocorre aceleradamente. • Crescimento ocorre: – Hipertrofia (aumento própria célula) – Hiperplasia (aumento número céls) 9 Considerações • Apesar importantes avanços relacionados íntimos processos que regulam contratilidade uterina, eventos que culminam com início parto espontâneo, ainda são desconhecidos. • Desafios prevenir partos prematuros elevada morbimortalidade perinatal e usar melhores drogas ocitócicas (indução segura). 10 11 • Principal fator início contratilidade uterina é aumento relação estrógeno/ progesterona • Não é clara causa que inicia parto, fatores responsáveis são múltiplos, complexos e inter-relacionados • Teorias explicam determinismo do parto : � Teoria ocitocina. � Teoria da "gangorra". � Teoria prostaglandina. � Teoria fetal. � Teoria do receptor de ocitocina Determinismo do parto 12 •Características ação ocitocina e amplo emprego terapêutico (papel importante parto) •Níveis somente se elevam no parto avançado Teoria ocitocínica 3 13 • parto ocorre desenvolvimento fetal e estiramento crescente miométrio. • estímulo contínuo não atua devido altos níveis progesterona ⇒ limiar elevado excitabilidade útero ⇒ taxas fisiológicas prostaglandina (PG) endógena não podem ativar útero. • Progesterona baixa: útero de refratário a reator ⇓ limiar excitabilidade, há contrações e progresso clínico parto. Teoria da "gangorra" 14 • concentrações prostaglandinas LA ↑ início TP. • Prostaglandina ⇒ age miométrio (contração) e dilatação colo liberação ocitocina (hipófise) Papel relevante manutenção contrações Teoria prostaglandínica 15 • Hipófise fetal secreta grande quantidade de ocitocina; • Glândulas adrenais feto secretam grande quantidade de cortisol; • As membranas fetais liberam concentrações elevadas de prostaglandinas. Teoria fetal 16 • concentração receptores ocitocina se eleva miométrio e decídua - níveis máximos parto • fatores responsáveis: aumento estrogênios e rápido crescimento fetal termo (distensão útero) • elevada concentração receptores ocitocina reduz limiar de excitabilidade cél miometrial e ↑ síntese prostaglandinas. Teoria receptor de ocitocina Definição contração • Capacidade fibra uterina possuí de se contrair em determinadas circunstâncias ou estímulos. 17 Contração músculo uterino • Caracterizadas por serem lentas e de longa duração. • Devido disposição estrutural unidades contráteis 18 4 Unidades contráteis fibra muscular lisa • Mais potência: forças realizadas em paralelo são aditivas, portanto, podem realizar tensão até 4X maior que as do músculo esquelético. • Menor distância: com menor distância do encurtamento, as unidades contráteis conseguem maior força. • Menor velocidade: processo de contração fibra lisa se realiza em intervalo tempo maior. 19 Músculo liso uterino tem maior força em distância mais curta e menor velocidade 20 Ação dos eletrólitos • Cálcio: cálcio livre participa contração fibra. A entrada e saída é regulada pela atividade elétrica, presença receptores e canais cálcio presentes membranas celulares podem estar abertas ou fechadas para passagem. • Ex: bloqueador canais cálcio (Adalat) usado inibir contrações. 21 Ação dos eletrólitos • Cátions Na, K e Mg: as concentrações diferem qualitativa e quantitativamente no útero grávido e não grávido. • Útero grávido tem mais eletrólitos o que explica processo repouso mecânico órgão gestação explicado através aumento potencial de membrana (K ↑intracelular) 22 Contração menacme • Período vida reprodutiva contrações têm objetivos diferentes. • 1º per ciclo menstrual (fase estrogênica) útero contrai e 2º per (fase progesterônica) relaxa. • Contrações menstruação expelem conteúdo interior (endométrio). 23 Contração gestação • Primeiros meses pouco frequentes, porém se + devido à grande espessura parede uterina são de grande intensidade e são capazes de provocar abortos espontâneos. 24 5 Contração gestação • Evolução gestação útero aumenta tamanho para desenvolvimento feto, placenta, anexos e líquido. • Contrações presentes em pequena quantidade e pouca intensidade. 25 Contração parto • Provoca aumento pressão interior útero, finalidade distender segmento inferior, dilatar colo, expulsar feto de seu interior e diminuir sangramento puerpério imediato. 26 27 Músculo uterino • Deve apresentar comportamento diferente em cada ocasião. • Causas íntimas que intervêm em cada uma destas modificações não são conhecidas sendo motivo de pesquisas e discussões. 28 Músculo uterino • comportamento diferente músculo em cada ocasião está vinculado a múltiplos fatores atuando de forma isolada, ora de forma combinada. – Fatores hormonais (estrógenos, progesterona, adrenalina,etc) – Fatores mecânicos (distensão) – Fatores orgânicos (estrutura fibra muscular uterina, eletrólitos,etc). 29 Contração gestação 30 1. Contrações grandes – Braxton-Hicks: A partir 28-32 sem até 2 contrações/hora e tono uterino 3-8 mmHg. • 2. Contrações pequenas – localizadas 6 Contração gestação • Final gestação durante parto a contratilidade provoca aumento pressão interior útero. • Finalidade distender segmento inferior, dilatar colo útero, expulsar feto e diminuir sangramento puerpério imediato. 31 Contração uterina 32 •É o fenômeno mais importante do TP, indispensável dilatar colo e expulsar concepto. •Constitui força ou potência (trabalho – atividade útero e músculos parede ventral) Contração Uterina • Tocometria: é o registro em gráfico da atividade uterina. • Importante no diagnóstico e tratamento de desvios dinâmicos. 33 34 35 Contração Uterina Propriedades músculo uterino �Sensibilidade �Excitabilidade �Elasticidade �Contratilidade �Tonicidade Contração Uterina sensibilidade 36 Permite sentir movimentação bebê. •Movimentos ativos feto: - 4ºmês e 1/2 em IG - antes em multigestas 7 Contração uterina excitabilidade 37 Aumenta à medida gestação se aproxima do termo. Responde a estímulos físicos, químicos, psíquico e táteis. aborto (emoções, estímulo mamário ou uterino (corpo ou colo). Contração uterina elasticidade • É a capacidade da fibra mudar de forma e retornar á forma primitiva após cessado o estímulo. • Propriedade de aumentar o comprimento e diminuir a espessura ou diminuir o comprimento e aumentar espessura domiométrio. 38 39 40 Contração Uterina •Elasticidade (extensibilidade e retratilidade) �Extensibilidade ou distensibilidade permite ao órgão acompanhar o crescimento do ovo, de maneira gradual. Prenhez múltipla ou repentina (hidrâmnio agudo) �Retratilidade adaptação órgão modificações volume. As fibras espessam-se e há verdadeira adaptação plásticas às novas condições retração constrição dos vasos Pequena – rompimento de bolsa Grande – após expulsão fetal 41 42 Contração uterina •contratilidade Requisitos básicos para haver a contratilidade: �Complexo protéico actomiosina (AM) �Fonte de energia mitocôndrias (ATP) �Íons Na, K, Ca e Mg mantém potencial eletroquímico através membrana. 8 Contração uterina contratilidade • Célula miometral é um sistema contrátil cercado por membrana excitável. • Capacidade trabalho é função proteína complexa actomiosina disposta em filamentos nas miofibrilas e ATP responsável energia necessária contração. 43 44 Contração uterina tonicidade 45 Tono- estado tensão músculo uterino intervalo contrações. 1. Normal – permite reconhecer o conteúdo uterino pelo palpar, durante as pausas das contrações. 2. Hipertonia – na tetanização por efeito do ocitócito em demasia ou descolamento prematuro onde não se pode palpar. 3. Hipotonia – primária ou secundária a esgotamento funcional 46 Contração uterina funções Manutenção gravidez Dilatação istmo e colo uterino Descida e expulsão feto Descolamento placenta Hemóstase puerperal Contração uterina manutenção gravidez 47 •Não está inativo – atividade bastante reduzida, irregular, localizada, sem significado funcional expulsivo •Gravidez se mantém pelo bloqueio progesterônico (diminui sensibilidade cél miometrial ao estímulo contrátil bloqueia condução atividade elétrica de uma célula muscular e outra). •Grande parte progesterona placentária alcança miométrio, antes de ser carreada circulação sistêmica impede descolamento placenta. Contração uterina dilatação istmo e colo 48 Pré parto contração encurta corpo uterino e exerce tração longitudinal segmento inferior, que se expande, e cérvice progressivamente se apaga e dilata. 9 49 50 Contração uterina mecanismo dilatação colo Parto alterações se intensificam, o corpo fica mais curto e mais espesso e colo uterino mais dilatado. 51 Início: • contrações intensidade 30 mmHg, frequência 2-3/10 min. Final: • Intensidade 40 mmHg frequência 4/10 min. Expulsivo: • 5/10 min e 50 mmHg • DLE 90% casos aumenta intensidade e diminui frequência. • Maior eficiência trabalho parto. 52 Contração uterina mecanismo dilatação colo 53 Contração uterina descida e expulsão feto Estando a parte inferior útero presa à pelve, principalmente ligamentos uterossacros, as contrações ao encurtarem corpo uterino, empurram feto através pelve e o impulsionam para fora. Prensa abdominal (Puxos) 54 •São próprios desta fase contrações da musculatura abdominal com glote fechada, esforços respiratórios verdadeiros (Puxos). •Reflexo incondicionado desencadeado pressão fetal sobre assoalho pélvico (semelhante evacuação). •Acréscimo pressão abdominal metrossístoles atingem até 100 mmHg. 10 55 56 Contração uterina Descolamento da placenta Com expulsão feto, o corpo útero, adaptando-se à grande redução volumétrica se retrai. Acentuado encurtamento responsável pela desinserção placentária, bastando 2-3 contrações para deslocá-la do corpo para canal parto. 57 •Atividade útero indispensável para cobrir hemorragia sítio placentário. •Hemóstase depende tono uterino, contrações e retração fibras musculares (lóquios/coágulos cavidade •Globo Segurança de Pinard: oclusão artérias espiraladas após parto e puerpério imediato (palpa entre púbis e cicatriz umbilical). •RN suga mama (contrações) Contração uterina hemóstase puerperal 58 Contração uterina involuntária Dor Período preparatório ferroada ( picada abelha) Período expulsivo puxos (evacuação) Passagem cabeça quebradiças (distensão tec) Puerpério torto 59 Componentes do parto • Motor: contração uterina • Trajeto: bacia- trajeto duro e canal parto – trajeto mole • Objeto: feto 60 11 61 Contração uterina no parto Concepto móvel é empurrado segmento inferior e provoca distensão e abertura. Características: Tríplice gradiente descendente • Sentido descendente propagação (fundo p/ corpo e colo) • Maior duração contração próximo eixo de origem (fundo) • Intensidade decrescente contrações a medida que se aproxima do colo (esvaece e dilata). Fatores modificam contratilidade parto • Decúbito dorsal: peso útero gravídico comprime veia cava inferior materna contra coluna vertebral, obstruindo retorno sangue venoso da metade inferior corpo até coração – Queda débito cardíaco – Hipotensão arterial materna 62 Síndrome supino hipotensiva Síndrome hipotensão supina 63 Fatores modificam contratilidade parto • Período expulsivo com coxas hiperflexionadas contra abdomen: agrava-se compressão do útero sobre veia cava inferior. Redução débito cardíaco diminui fluxo sangue placentário, provoca alterações homeostasia feto e metabolismo contração, causando distócias contração e sofrimento fetal. 64 65 Decúbito lateral • Principalmente esquerdo evitam-se efeitos negativos há melhora condições homeostáticas feto, por meio melhor intercâmbio sanguíneo fetoplacentário. 66 12 Obrigada! 67monica.bimbatti@uol.com.br Referências • LOWDERMILK, Deitra Leonard; Perry, Shannon E.; Bobak, Irene M. O cuidado em enfermagem materna. 10ª ed.Elsevier, 2013. 993p. • NEME, Bussamara. Obstetrícia básica. 3ª ed. São Paulo: SAVIER, 2006. 1410p. • MONTENEGRO, Carlos Antônio Barbosa; FILHO, Jorge de Rezende. Rezende obstetrícia fundamental. 13ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. • Zugaib, Marcelo; Francisco, Rossana Pulcineli Vieira. Obstetrícia – Zugaib. 3ª ed. São Paulo: Manole, 2016. 1348p. • Cunninghan, f. Gary et al. Obstetrícia de Willians. 23.ed – Porto Alegre: Mc Graw Hill. 2012. 68
Compartilhar