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Química Geral Prof.: Esdras Passos Conteúdo: Aula 01 Química Geral Ementa Programada: Princípios elementares em química; Estrutura atômica e a tabela periódica; Ligação química; Natureza dos compostos; Gases e soluções; Reações químicas em solução aquosa; Estequiometria; Cálculos químicos. Bibliografia: 1. FINE, L. W.; BEALL, H. Chemistry for Engineers and Scientists. Saunders College Publishing. 1990. 1005p. 2. ATKINS, Peter; JONES, Loretta. Chemistry Molecules, Matter, and Change. 3rd Edition. New York. W. H. Freeman and Company. 1997. 886p. ISBN: 0-7167-2832-X. 3. BRADY, James e HUMISTON, E., “Química Geral”, 2 ed., Livros Técnicos e Científicos Editora, Vols. 1 e 2, Rio de Janeiro, 1986. 4. RUSSEL, J.B. Química Geral. Vol. 1,2, 2ª edição, Makron Books, Rio de Janeiro, 1998. 5.BRADY, J. E.; RUSSEL, J. W.; HOLUM, J. R. Química: a matéria e suas transformações. 3ª Edição, Vol. 02. 2003. LTC Editora S.A. ISBN 85-216-1326-1. 6. LENZI, E.; FAVER, L. O. B.; TANAKA, A. S.; SILVA, M. B.; FILHO, E. A. V.; GIMENES, M. J. G. Química geral experimental. 2004. Livraria Freitas Bastos Editora S. A. ISBN 85-353-0217-4. Química Geral Introdução: OBJETIVO GERAL Abordar os conceitos e princípios fundamentais da Química focalizando as estruturas atômica e molecular e suas correlações com as propriedades físicas e químicas das substâncias. OBJETIVOS ESPECÍFICOS i. Motivar o aluno a compreender o conhecimento químico por intermédio do desenvolvimento do senso crítico e reflexivo, ou seja, do pensar; ii. Proporcionar ao aluno o alicerce (conceitos e fundamentos) para a compreensão das estruturas atômica e molecular da matéria; iii. Correlacionar as propriedades atômicas e moleculares com as macroscópicas físicas e químicas das substâncias; iv. Instigar os alunos a darem os primeiros passos em busca de uma visão holística do conhecimento químico. Química Geral ; Princípios elementares em química: A Química é uma ciência que está diretamente ligada à nossa vida cotidiana. A produção do pão, a digestão dos alimentos, os medicamentos, os combustíveis, as tintas, o cimento, a borracha de seu tênis, os tecidos de seu vestuário, a atmosfera de Marte, a natureza animada e inanimada e até a vida e a morte são processos que estão ligados direta ou indiretamente ao grande universo químico. Química Geral ; Princípios elementares em química: O átomo Definição e modelos atômicos Partículas elementares: prótons, nêutrons e elétrons Isótopos Química Geral ; O ÁTOMO: Toda matéria é composta por átomos, e sua estrutura pode ser compreendida quando levamos em consideração as propriedades das partículas e ondas que existem nesse sistema, simultaneamente. Assim, pode-se afirmar que as variações das propriedades dos átomos explicam diversos fenômenos químicos e, para compreendermos as bases da mecânica quântica aplicada a essas estruturas, teremos duas seções principais de estudo: a primeira lançará mão de conceitos teóricos, ao passo que a segunda irá introduzir conceitos experimentais. Química Geral ; A origem dos átomos Posto isso, etimologicamente a palavra átomo tem origem na palavra grega átomos, que significa que algo não pode ser cortado e é, portanto, indivisível. Devido à complexidade da estrutura interna dos átomos, e por não corresponder aos princípios da física clássica, a área de Mecânica Quântica foi criada. Esta área envolve o estudo das propriedades químicas dos elementos e busca compreender a estrutura eletrônica desse mesmo átomo, além do arranjo dos elétrons do núcleo e os movimentos mais prováveis dos modelos de configuração eletrônica, buscando entender amplamente a natureza da matéria e da radiação. Química Geral ; DEFINIÇÃO E MODELOS ATÔMICOS Os modelos atômicos evoluíram e continuam sendo aprimorados desde a Grécia Antiga. Posto isso, é importante ressaltar que as investigações se intensificaram na década de 1850 e se estenderam até o século XX, evidenciando que os átomos possuem estrutura interna, ou seja: são constituídos por partículas ainda menores, denominadas partículas subatômicas. Observe a Figura 1, que apresenta alguns desses modelos. Química Geral ESTRUTURA ATÔMICA Sabe-se – segundo teorias e modelos desenvolvidos com base em evidências experimentais – que a estrutura atômica compreende as “estruturas eletrônica e nuclear”. As propriedades químicas e físicas dos elementos dependem da natureza dos seus átomos, ou seja: ♦ da carga do núcleo (Z / e /); ♦ da distribuição dos Z elétrons ao redor do núcleo (estrutura ou configuração eletrônica); ♦ da massa atômica (A). Sendo que a “estrutura eletrônica e a carga nuclear” dos átomos fornecem a base para compreensão das propriedades químicas, a saber: Química Geral ♦ as propriedades atômicas, especialmente a energia de ionização e a afinidade eletrônica; ♦ as ligações químicas que, por sua vez, determinam a estequiometria (de compostos e reações), etc. Conseqüentemente, as propriedades químicas das “substâncias” resultam essencialmente da: ♦ estrutura eletrônica dos seus átomos; ♦ natureza de suas ligações. Os núcleos mantêm suas identidades em processos físicos e químicos e exercem uma influência indireta nas propriedades físicas devido à sua massa – um exemplo, a alta densidade da água deuterada se deve à presença do hidrogênio pesado (21H). Química Geral Por outro lado, a natureza e intensidade das forças intermoleculares são os principais responsáveis pelas propriedades físicas dos materiais, embora a massa dos átomos (≈ massa do núcleo) também exerça alguma influência. Diante do exposto, é interessante notar que o conhecimento da estrutura atômica é fundamental para a compreensão das propriedades químicas e físicas da matéria. No tratamento da estrutura atômica, procura-se usualmente focalizar a abordagem na “estrutura eletrônica”, embora alguma alusão seja feita em relação à existência e propriedades do núcleo. Química Geral Estrutura dos Átomos: Teorias e Modelos Pode-se considerar que desenvolvimento da teoria da estrutura atômica, especificamente a estrutura interna, ocorreu essencialmente em três grandes etapas: (1) a descoberta da natureza da matéria e da natureza do elétron (por volta de 1900); (2) a constatação de que o átomo consiste de um núcleo pequeno rodeado de elétrons (1911); (3) desenvolvimento das equações mecânico- quânticas que explicam o comportamento dos elétrons nos átomos (1925). Química Geral O Modelo de John Dalton (1803) Dalton retomou o conceito grego da existência de átomos indivisíveis para propor uma teoria que permitisse explicar, entre outras generalizações químicas, as leis da conservação da massa e da composição definida. Química Geral O Modelo de Thomson (1898) Em experimentos realizados com tubos de crookes, Thomson constatou que os átomos não são indivisíveis e que são constituídos de elétrons (partículas negativamente carregadas, pois podem sofrer desvios em campos elétricos em direção à placa positiva). Diante do exposto, Thomson propôs que o átomo poderia ser uma esfera maciça carregada positivamente, na qual alguns elétrons estariam inseridos de modo a se obter um sistema eletrostaticamente mais estável (carga total nula), Química Geral O Modelo de Rutherford (1911) Baseando-se nas observações sobre o espalhamento das “partículas α (He2+)” por finas folhas de metal, Rutherford propôs um modelo segundo o qual o átomo seria constituído de um núcleo pequeno, contendo toda carga positiva (os prótons) e praticamente toda massa do átomo, rodeado por um grande volume no qual os elétrons estariam distribuídos. A concepção atual usada para descrever a estrutura física do átomo se baseia no modelo de Rutherford, ou seja, em um modelo nuclear Química Geral Experimento de Rutherford. Química Geral Entretanto, Rutherford observou que somente cerca da metade da massa nuclearpoderia ser justificada pelos prótons. Daí, ele sugeriu que o núcleo atômico deveria conter partículas de carga zero e massa aproximadamente igual à dos prótons. Em 1932, o cientista inglês Chadwick observou, ao bombardear berílio com partículas α, que eram emitidas partículas não carregadas eletricamente e de massa ligeiramente maior que à dos prótons. Ele as denominou de nêutrons. Química Geral O Modelo Atômico de Bohr Em 1913, Bohr se baseou no modelo nuclear para estrutura atômica, na teoria corpuscular da luz e no espectro de emissão do hidrogênio para propor um modelo detalhado do comportamento do elétron no átomo de hidrogênio. Bohr desenvolveu um modelo atômico que permitiu explicar o porquê das freqüências (ou comprimentos de onda) das radiações emitidas pelo átomo de hidrogênio (espectro de emissão) obedeciam a uma lei tão simples. Para isso, baseou-se nos seguintes postulados: Química Geral i. Para o elétron em um átomo, somente é permitido que ele se encontre em certos estados estacionários, sendo que cada um deles possui uma energia fixa e definida; ii. Estando o átomo em um dos estados, ele não pode emitir luz. Contudo, quando ele passar do estado de maior energia para um de menor, emitirá um quantum de radiação, cuja energia “hν” é igual à diferença de energia entre os dois estados; iii. Estando em qualquer dos estados estacionários, o elétron estará se movimentando segundo uma órbita circular em torno do núcleo; iv. Admite-se que os estados eletrônicos permitidos são aqueles em que o “momento angular do elétron” é quantizado em múltiplos de “h / 2π”. Química Geral Equações baseadas nos postulados de Bohr Equação para as órbitas De acordo com os postulados (i) e (iii), o elétron movia-se em um átomo ao redor do núcleo em órbitas circulares de tamanho e energia fixos, Química Geral Bohr deduziu uma equação para as órbitas do elétron, partindo do princípio de que para o elétron se manter estável em sua órbita é necessário que: Força coulômbica = força centrífuga, ou seja, Química Geral Rearranjando a expressão anterior e considerando o 4o postulado de Bohr: onde n = número quântico de Bohr e h = constante de Planck. ( 6,6207.10-34 m².kg/s.) Química Geral Equação para as energias Sabe-se que a energia total do elétron (E) é a soma de energia cinética (Ec) e de sua energia potencial coulômbica (U), ou seja: Substituindo as equações anterior, obtemos Química Geral O Modelo Mecânico-Quântico A teoria atualmente aceita para explicar a estrutura atômica é conhecida como “mecânica ondulatória ou mecânica quântica”, originada a partir de uma hipótese formulada por Louis de Broglie em 1924. Dualidade Onda-Partícula: a hipótese de L. de Broglie Segundo Broglie, se a luz pode se comportar em certas situações com se fosse constituída de partículas, é possível que as partículas, algumas vezes, apresentem propriedades que comumente associamos às ondas. Vejamos como L. de Broglie encontrou a equação que fundamenta a natureza dual onda-partícula da matéria: Química Geral Vejamos como L. de Broglie encontrou a equação que fundamenta a natureza dual onda-partícula da matéria: De acordo com Einstein, uma partícula de massa “m” tem a ela associada uma energia (E) dada por: E = m . c2 (c = velocidade da luz) usando a Equação, isto é: E = h c/λ Química Geral Combinando as Equações e resolvendo para “λ”, obtém-se: Como esta equação se aplica também às partículas tais como o “elétron”, ela pode ser reescrita como: em que substituiu-se a velocidade da luz (c) pela velocidade da partícula (v) e o produto “m v” pelo correspondente “momento linear (p)”. Química Geral Formulação da Mecânica Quântica Por volta de 1926, dois cientistas (Heisenberg e Schrödinger) utilizaram a matemática para descrever as ondas eletrônicas no átomo de hidrogênio, o que possibilitou o desenvolvimento da mecânica quântica. Essas equações eram, na realidade, soluções da mesma equação básica apresentada a seguir. A equação fundamental da mecânica quântica: H ψi = Eiψi onde: - Ei (E 1, E2, E3, etc) = energias permitidas; - ψi (letra Grega chamada “psi”)= funções de onda dos elétrons nos átomos (orbitais atômicos). Química Geral Ao resolver a equação acima foi possível encontrar um conjunto de funções de onda (funções matemáticas) que fornece: (i) números quânticos; (ii) as formas e as energias dos orbitais. Química Geral Átomo de Hidrogênio: Tratamento Mecânico- Quântico Os números Quânticos A resolução da equação de Schrödinger resultou no aparecimento dos números quânticos necessários para descrever o átomo de hidrogênio: três números quânticos orbitais e um relacionado com o spin do elétron. A seguir são descritos os quatro números quânticos: 1. O número quântico principal, n. Este só pode ter valor inteiro positivo diferente de zero, ou seja, n = 1, 2, 3, ...., ∞. Tal como o próprio nome indica, este ele é o número quântico mais importante visto que define a energia (E) do átomo de hidrogênio (ou qualquer outro sistema monoeletrônico de carga nuclear igual a Z) através da equação: Química Geral 2. O número quântico do momento angular orbital, L. Define o momento angular quantizado do elétron devido ao seu movimento angular em torno do núcleo. Associado ao movimento do elétron existe uma energia cinética que é limitada pela energia total definida por n, logo é natural que l também dependa de n. De acordo com evidências teóricas e experimentais, l pode assumir qualquer valor inteiro na faixa de 0 a n – 1, isto é, 0, 1, ..., n-2, n – 1. Química Geral 3. O número quântico magnético orbital, mL. O movimento do elétron em torno do núcleo também gera um momento magnético quantizado (campo magnético) cujos valores permitidos são definidos por ml que, por sua vez, depende de l. Existem evidências de que ml pode assumir qualquer valor inteiro no intervalo de – l a + l, ou seja, ml = – l, – l +1, ..., 0, ..., l – 1, l, perfazendo 2l +1 valores possíveis. Química Geral 4. O número quântico magnético do spin do elétron, mS. O elétron também gera um momento magnético de spin (ms), devido ao seu próprio movimento de rotação. O ms especifica o spin do elétron e pode ter somente dois valores: + ½ ou – ½. Isto porque o elétron só pode girar em dois sentidos em torno do eixo que passa pelo seu centro. A primeira evidência experimental que sustenta essa propriedade dos elétrons foi obtida em experimentos realizados pelos físicos Otto e Gerlach em 1921. Química Geral Linha do tempo da Teoria Atômica Química Geral
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