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FBDG - AULA 09 - FILOSOFIA/ JORGE PÓVOAS

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AULA NÚMERO 09 – KANT E HEGEL 
Immanuel Kant 
 Kant é considerado um criticista, isto é, em seu pensamento a crítica assume um sentido preciso 
e se torna uma atitude sistemática; 
 Kant condena essa dicotomia entre empirismo e racionalismo, apontando para um criticismo, ou 
seja, para a coexistência entre matéria e forma na aquisição de conhecimento; 
 Kant busca superar alternativas consolidadas na sociedade (Ceticismo e Dogmatismo), 
invertendo a questão tradicional do conhecimento – é preciso, antes, examinar o próprio 
conhecimento; 
 Kant aponta para a classificação dos juízos: 
 Analíticos (a priori) – A é A e A não é não-A – independe da experiência – Ex: Ou está chovendo 
ou não 
 Sintéticos (a priori) - responde ao Racionalismo – Ex: 7+5 = 12 
 Sintéticos (a posteriori) – responde ao Empirismo – Ex: A flor é vermelha 
 
 Kant desenvolve essas questões na Crítica à razão pura questionando sobre as realidades da 
Metafísica, tais como a existência de Deus e a imortalidade da alma; 
 Na Crítica à razão prática, de 1788, aborda a fundamentação filosófica. Nesse sentido, o dever 
(“tu deves”) para Kant significa o momento quando o homem age por dever, sendo a sua ação 
detentora de um valor moral; 
 Kant aponta para o conceito de imperativos, ou seja, leis racionais que se sobrepõem à vontade 
humana, podendo ser hipotéticos ou categóricos: 
 Hipotéticos – constitui uma ação que é realizada visando ao alcance de uma finalidade (repleta 
de interesses) – Ex: Um aluno presenteia o professor em prol da obtenção de uma melhor nota; 
 Categóricos – constitui uma ação moral que é necessária em si mesma, podendo se tornar uma 
lei universal – Ex: Um passageiro cede o seu assento para uma idosa em um ônibus; 
 
 Por exemplo, para Immanuel Kant, não faz sentido agir bem com o objetivo de ser feliz ou evitar 
a dor, para alcançar o céu ou não merecer a punição divina. Destarte, percebe-se críticas 
evidentes à filosofia clássica (de Aristóteles, por exemplo) e à filosofia cristã (Patrística e 
Escolástica). Além disso, Kant critica Maquiavel ao apontar para a separação entre Ética e 
Política; 
 O agir moralmente se funde exclusivamente na razão – o que importa são os fins e nãos os 
meios. Dessa forma, determina-se, portanto, se o ato é, de fato, genuinamente moral ou possui 
segundas intenções; 
 
PENSADOR (ES) ANÁLISE DA AÇÃO MORAL “NÃO ROUBAR” 
Pertencentes à Patrística e à Escolástica Ela se funda no sétimo mandamento de Deus 
Jusnaturalistas (Hobbes e Rousseau) Ela se funda no direito natural 
Empiristas (John Locke) A norma deriva do interesse próprio pois 
aquele que desobedece será submetido ao 
desprazer, à censura pública ou à prisão 
Kant A norma se enraíza na própria natureza da 
ação, sintetizando a construção de uma lei 
universal – “se todos podem roubar, não há 
como manter a posse do que foi furtado” 
 
 A moralidade em Kant é independente do afeto, da piedade e da dedução que são juízos 
subjetivos. Aplicado de forma universal, o dever universal é igual para todos os homens; 
 Por último, é de suma importância relembrar o conceito de Esclarecimento para Kant, o qual o 
autor define como a transição do ser humano da condição de sujeito menor para a condição de 
sujeito maior. Nesse caso, não há um respeito à idade mas sim da capacidade do homem de agir 
de forma racional e reflexiva, isto é, autônoma e independente de regras ou interesses. A título 
exemplificativo, pode-se citar o dilema entre um indivíduo que dirige com uma velocidade em 
prol da sua proteção e do bem comum (autônomo – sujeito maior) daquele que dirige em alta 
velocidade e freia bruscamente em determinadas ocasiões para escapar de multas (heterônomo 
– sujeito menor) 
 
Frederich Hegel 
 Alemão que continuou vivendo a contradição (expectativa x realidade) de modo que a Alemanha 
ainda não havia se unificado, estando mergulhada na ordem feudal; 
 A dialética-idealista de Hegel é uma filosofia do devir, estabelecendo os princípios de uma nova 
lógica – a dialética; 
 Segundo a dialética hegeliana, todas as coisas e ideais morrem. O movimento da dialética se faz 
em três etapas – tese (ideia prévia), antítese (negação da tese) e síntese (consenso motivado 
pela luta entre os contrários). Por exemplo, durante muito tempo se consolidou a tese de que 
em “briga de marido e mulher não se mete a colher”. Todavia, acima de cônjuges, esses 
indivíduos são seres humanos e, por conseguinte, não merecem estar submetidos à violência 
(antítese). Daí, conclui-se que é imprescindível a realização de medidas voltadas para solucionar 
aquela ocasião e para evitar futuras repetições (síntese); 
 Hegel busca entender se é a percepção sensível ou a intelectualidade que é mais preponderante 
na modificação da realidade; 
 Na fenomenologia do espírito, encontra-se inserida a dialética do senhor e do escravo ilustrada 
por Hegel. Destarte, percebe-se que há uma relação mútua de dependência, uma vez que o 
senhor somente se mantém nessa condição enquanto o escravo o reconhece como tal. Portanto, 
o escravo que depende em princípio do senhor, torna-se senhor da consciência do seu próprio 
amo; 
 O trabalho, para Hegel, surge, então, como expressão da liberdade reconquistada. Dessa 
abordagem dialética resulta o novo conceito de história, sendo um resultado do verdadeiro 
engendramento, de um processo cujo motor interno é a contradição dialética. Em síntese, a 
história seria uma manifestação da razão universal; 
 No movimento dialético, a razão passa pelas formas mais complexas da vida social, entre essas, 
estaria a vontade coletiva dos homens, manifestado por meio da Moral, do Direito e da Política, 
que se realizam no mundo da cultura; 
 Inspirado em Kant, Hegel propõe a denominada Filosofia do Dever, ou seja, de ser como 
processo, como movimento, como vir-a-ser; 
 A verdade para Hegel deixa de ser um fato para ser um resultado do desenvolvimento do 
espírito; 
 O espírito seria submetido a três subclassificações: 
 Subjetivo – contempla as vontade subjetivas (emoção, desejo, imaginação...) 
 Objetivo – expressão da vontade coletiva; 
 Absoluto – terminado o seu trabalho, transforma-se em uma nova tese, materializando-se na 
cultura; 
 
 Conforme mencionado anteriormente, Hegel defende que a história é um processo cujo motor 
interno é a contradição; 
 Para Hegel é necessário haver na dimensão humana um elemento ordenador, que ponha 
permanentemente o projeto racional em exercício. Esse elemento é o Estado. O Estado seria 
uma das mais altas sínteses do espírito objetivo, sendo a sociedade um intermediário entre a 
família e o Estado; 
 O Estado sintetiza numa realidade coletiva a totalidade dos interesses contraditórios (entre 
indivíduos), sintetizando as divergências entre diversas famílias; 
 Bebendo do princípio de universalidade de Kant, Hegel defende a necessidade de reconhecer a 
soberania do Estado, sendo este, por conseguinte, a única organização capaz de controlar a 
sociedade, agindo em prol da garantia do bem coletivo; 
 De acordo com Hegel, o Estado, através do direito, seria o exercício da universalidade; 
 O Estado é o reino da eticidade, é o centro gerador da normatividade, ou seja, dele partem leis 
cujo objeto-objetivo é a perpetuação da liberdade como o mundo governado pela razão. 
Somente o Estado assegura ao sujeito a possibilidade da liberdade e da igualdade, já que as leis 
são necessariamente racionais e universais ; 
 Só há liberdade sob o império da lei, sendo esta um produto cultural pertencente ao espírito do 
momento. Assim, a Filosofia do Direito hegeliana busca interpretar e construir o presente.

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