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AD1 - Cultura Brasileira - resposta

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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
AVALIAÇÃO A DISTÂNCIA – AD1 
Período – 2019/1º
Disciplina: Cultura Brasileira
Coordenador: Maria Amália 
Aluno: Mônica Alves dos Santos_ Matrícula: 18115100155
Observações: Essa avaliação contém uma questão no valor de 10,0 (dez) pontos.
Questão Única: Faça a leitura atenta das orientações abaixo para a realização de uma resenha crítica. 
1- Formatação: a resenha deverá ser desenvolvida em no máximo três páginas e no mínimo uma. Deverá ser utilizado espaçamento 1,5 entrelinhas, a fonte é Times New Roman ou Arial e o tamanho é 12. O texto deverá estar no modo justificado.
2- Elaboração da resenha
Definição: as resenhas são um tipo de síntese de artigos ou livros, porém não são simplesmente resumos. Para a realização da sua resenha siga os passos abaixo: 
1. Leia o texto em sua totalidade tentando identificar qual é o tema central, quais são os temas secundários, a hipótese, o objetivo do autor e a argumentação utilizada para sustentar a tese proposta. 
2. Toda resenha deve ter uma primeira parte introdutória, onde se comenta o tema principal do texto. São algumas linhas gerais do que trata a resenha.
3. Logo a seguir se apresentam as principais ideias do autor do texto resenhado. Isto pode ser: argumentos, debates, resultados de pesquisas, teorias ou questões metodológicas. Essa é a parte do desenvolvimento, o corpo da sua resenha.
4. A conclusão deve apresentar um desfecho coerente para as ideias, a finalização da argumentação desenvolvida na sua resenha com base no texto da avaliação.
3-Texto da resenha:
ALENCAR, Maria Amélia Garcia de. Cultura e identidade nos sertões do Brasil: representações na música popular. In: III Congresso Latino Americano de la Asociación Internacional para el Estudio de la Música Popular, 2000, Bogotá, Colômbia Anais. Bogotá: 
Cultura e identidade nos sertões do Brasil – Maria Garcia de Alencar.
Por mais que possa parecer, o texto de Maria Alencar, não é apenas uma exaltação a música, aos cantores e compositores brasileiros, mas sim, uma forma comprovatória da capacidade de construção da cultura de um povo. Muito mais do que falar de música, a autora fala de uma identidade, de uma cultura que se mostra plural, mutante e ao mesmo tempo fiel ao que a fez nascer.
Conseguir comprovar que a falsa imagem, que por tantos anos foi pregada, de que os povos subdesenvolvidos não eram possuidores de cultura é algo de uma extrema bravura. Fazer entender que povos indígenas e africanos, no caso do nosso país, foram contribuidores para esse grande caldeirão cultural que vivenciamos, onde há espaço para ritmos como o samba e toda as suas origens ou a característica anasalada de cantar , tão marcante nos cânticos indígenas que alguns interpretes de nosso cancioneiro se apropriaram, ou até mesmo a cultura tão erudita dos europeus, dosando-os de forma a extrair algo tão significativo e emblemático, jamais pode ser associado ausência de cultura.
A iniciativa de resgatar nomes que se consagraram no cancioneiro brasileiro, através dos traços de suas regionalidades, fez com que o texto ganhasse uma veracidade, ou melhor dizendo uma verdade identificatória (me desculpe pela ousadia de criar palavras), onde destacar que a capacidade de incorporação de ritmos e estilos não se tornou um descaracterizador, mas sim, elemento integrador de novos estilos musicais.
Revelar que de situações tão adversas e sofridas, pode nascer uma riqueza cultural capaz de influenciar gerações em seus costumes, crenças, saberes e fazeres, permite entender que de todas as situações pelo qual o homem venha passar , sempre há algo de belo e verdadeiro que o torna parte de um plano maior, onde a palavra limite não faz o menor sentido, mas a insistência de deixar uma marca para as gerações futuras, torna o povo sertanista verdadeiros guerreiros, guerreiros da vida, da existência.
A característica de nosso povo de manter-se aberta a todas as influências musicais, a capacidade de lidar com a pluralidade de ritmos, nos torna intensos, verdadeiros quando vamos retratar os cotidianos, e, essa retratação mergulhada na influência sertanista, faz com que fique exposta de forma poética a alma de quem a interpreta. E essa interpretação passa a influenciar as novas gerações, fazendo com que a modernidade não seja um fator descaracterizador, mas permite que essas novas gerações se interessem mais e mais por essa forma tão rustica e simples de se expressar. Sentindo-se à vontade de inovar, de agregar novas tendências.
A grande beleza de todo o texto se dá ao entendermos que o repertório imagético que permeia os grandes compositores descende de um povo sofrido, de uma terra árida, onde até ser chamada de terra do tinhoso já lhe coube, é capaz de ser um ventre fértil, apinhado de nostalgia e sabedoria, onde como diz Guimaraes Rosa “É preciso sofrer depois de ter sofrido, e amar, e mais amar, depois de ter amado”, desvela um povo possuidor de um profundo amor pelas suas raízes, pela sua história, que jamais se rende as adversidades em nome do amor que sente por suas tradições. Mas que tem a gentileza de emprestar o que lhe é mais caro, a sua história, a todos que dela quiser se inspirar. 
 
Referências 
IASPM-AL, 2000. Disponível em:<http://www.hist.puc.cl/iaspm/pdf/Garciamaria.pdf> PUCCI, M. Influência da voz indígena na música brasileira. Música Popular em Revista, Campinas, ano 4, v. 2, p. 5- 30, jan.-jun. 2016.

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