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1. MATERIAIS SEMICONDUTORES ELEMENTOS DE ELETRÔNICA Prof. José Rodrigo 1. INTRODUÇÃO • Os diferentes materiais podem ser caracterizados, de forma ampla, como condutores, semicondutores e isolantes, de acordo com a sua maior ou menor resistência à passagem da corrente elétrica. • Valores de resistividade: • Condutores: 10-5 a 10-8 Ωm; • Isolantes: 1010 a 1016 Ωm; • Semicondutores: 10-6 a 105 Ωm, dependendo do tipo de material e da temperatura. ELEMENTOS DE ELETRÔNICA Prof. José Rodrigo 2. CONDUTORES • Átomos: prótons (carga positiva), nêutrons e elétrons (carga negativa); • Cobre - estrutura atômica: 29 prótons, 29 elétrons e 34 nêutrons. ELEMENTOS DE ELETRÔNICA 2. CONDUTORES • Na eletrônica, tudo o que importa é a órbita mais externa, também chamada de órbita de valência; • Ela controla as propriedades do átomo. ELEMENTOS DE ELETRÔNICA 2. CONDUTORES • Elétron livre: como a atração entre o núcleo e o elétron de valência é muito fraca, uma força externa pode deslocar facilmente este elétron do átomo de cobre. ELEMENTOS DE ELETRÔNICA 2. CONDUTORES • O menor valor de tensão pode fazer com que os elétrons livres se desloquem de um átomo para o outro mais próximo; • Melhores condutores são: a prata, o cobre e o ouro; ELEMENTOS DE ELETRÔNICA Prof. José Rodrigo 3. SEMICONDUTORES • Melhores condutores (ouro, prata e cobre): 1 elétron de valência; • Isolantes : 8 elétrons de valência; • Apresentam características de isolantes e condutores, dependendo da forma como se apresenta a sua estrutura química; • São constituídos de átomos tetravalentes, ou seja, possuem 4 elétrons na última camada. • Silício e germânio são exemplos de materiais semicondutores; • Os átomos tetravalentes tendem a se agruparem segundo uma forma cristalina; • Um material com essa formação atômica é altamente estável e por isso isolante. ELEMENTOS DE ELETRÔNICA Prof. José Rodrigo 3.1 GERMÂNIO (Ge) • Tem quatro elétrons na órbita de valência; • Por muitos anos era o único material disponível para a fabricação de dispositivos semicondutores; • Possui uma falha fatal: corrente reversa excessiva; • Outro semicondutor chamado de silício tornou-se mais utilizado e fez o germânio tornar-se obsoleto. ELEMENTOS DE ELETRÔNICA Prof. José Rodrigo 3.2 SILÍCIO (Si) • É um elemento abundante na natureza; • É a melhor escolha para a fabricação de semicondutores; • Sem ele, a eletrônica moderna, as comunicações e os computadores seriam impossíveis. ELEMENTOS DE ELETRÔNICA 3.3 CRISTAIS DE SILÍCIO • A combinação dos átomos de silício para formar um sólido num padrão ordenado chamado de cristal; • Cada átomo de silício compartilha seus elétrons com quatro vizinhos de tal modo que passam a existir 8 elétrons na órbita de valência; • Ligações covalentes. ELEMENTOS DE ELETRÔNICA Prof. José Rodrigo 3.3 CRISTAIS DE SILÍCIO • Saturação de valência: 8 elétrons na sua órbita de valência; • Produz estabilidade química que resulta num corpo sólido de material de silício; • Os 8 elétrons de valência são chamados de elétrons de ligação porque são fortemente atraídos pelos átomos; • O cristal de silício é um isolante quase perfeito na temperatura ambiente, 25 ºC, aproximadamente. ELEMENTOS DE ELETRÔNICA Prof. José Rodrigo 3.3 CRISTAIS DE SILÍCIO • Lacunas; • Através da agitação no cristal de silício, em razão da temperatura ambiente, há vibrações no cristal de silício, onde podem deslocar um elétron da órbita de valência; • Quando isso acontece o elétron liberado ganha energia suficiente para mudar para outra órbita mais externa; • Nessa órbita o elétron torna-se um elétron livre. ELEMENTOS DE ELETRÔNICA 3.3 CRISTAIS DE SILÍCIO • A saída do elétron cria um vazio, chamado de lacuna; • A lacuna comporta-se como uma carga positiva (íon positivo); • A lacuna vai atrair e capturar outro elétron imediatamente mais próximo; • A existência de lacunas é a diferença entre condutores e semicondutores; • Em temperatura ambiente, a energia térmica produz apenas alguns elétrons livres. ELEMENTOS DE ELETRÔNICA 3.3 CRISTAIS DE SILÍCIO • Para aumentar o nº de elétrons livres e lacunas, é preciso fazer um processo de dopagem do cristal; • A energia térmica (calor) cria um nº igual de elétrons livres e lacunas; • Os elétrons livres possuem movimento aleatório dentro do cristal; • Ocasionalmente, um elétron livre se aproxima de uma lacuna e “cai”. • A recombinação é o desaparecimento de um elétron livre e uma lacuna; • O tempo entre a criação e o desaparecimento de um elétron livre é chamado de tempo de vida; • Varia de alguns nanossegundos até vários microssegundos. ELEMENTOS DE ELETRÔNICA 4. SEMICONDUTORES INTRÍNSECOS • É um semicondutor puro; • O cristal de silício é um semicondutor intrínseco se cada átomo do cristal for um átomo de silício; • Age como isolante, pois tem apenas alguns elétrons livres e lacunas produzidas pela energia térmica; • Fluxo de elétrons livres e lacunas. Fluxos opostos. ELEMENTOS DE ELETRÔNICA Prof. José Rodrigo 5. DOPAGEM DE UM SEMICONDUTOR • É um processo químico, realizado em laboratório, que tem a finalidade de colocar no interior da estrutura cristalina uma quantidade de impurezas para que os cristais semicondutores possam ter uma certa condutibilidade elétrica; • O semicondutor dopado é chamado de semicondutor extrínseco. • Aumentando os elétrons livres: através da adição de átomos pentavalentes (ex: arsênico, antimônio e o fosforo) ao silício fundido. ELEMENTOS DE ELETRÔNICA 5. DOPAGEM DE UM SEMICONDUTOR • Aumentando o número de lacunas: através da adição de átomos trivalentes (ex: alumínio, boro e o gálio) ao silício fundido. ELEMENTOS DE ELETRÔNICA Prof. José Rodrigo 6. DOIS TIPOS DE SEMICONDUTORES EXTRÍNSECOS • Semicondutor tipo N (negativo): ✓ Quando o processo de dopagem introduz na estrutura cristalina átomos pentavalentes (5 elétrons), uma nova estrutura é formada, chamada de material semicondutor tipo N; ✓ Dos cinco elétrons da última camada, apenas quatro encontrarão um par para a formação de ligações covalentes. O quinto elétron pode-se liberar facilmente, tornando-se um portador livre de cargas elétricas; ✓ A quantidade de prótons e elétrons permanece a mesma, assim o material é eletricamente neutro; ✓ No material semicondutor tipo N os portadores de cargas elétricas são elétrons livres; ✓ O cristal tipo N conduz corrente elétrica independente da polaridade da bateria. ELEMENTOS DE ELETRÔNICA Prof. José Rodrigo 6. DOIS TIPOS DE SEMICONDUTORES EXTRÍNSECOS • Semicondutor tipo P (positivo): ✓ Quando o processo de dopagem se faz com átomos trivalentes (3 elétrons), uma nova estrutura é formada, chamada de material semicondutor tipo P; ✓ Neste tipo de átomo verifica-se a falta de um elétron para que os átomos tetravalentes se combinem. Essa falta de elétrons chama-se lacuna. ✓ A quantidade de prótons e elétrons permanecem a mesma, assim o material é eletricamente neutro; ✓ A condução da corrente elétrica nos semicondutores tipo P se dá pela movimentação das lacunas; ✓ No material semicondutor tipo P os portadores de cargas elétricas são as lacunas; ✓ O cristal tipo P conduz corrente elétrica independente da polaridade da bateria; ✓ Os materiais semicondutores tipo N e P constituem a matéria prima para a fabricação de componentes eletrônicos, tais como diodos, transistores e circuitos integrados. ELEMENTOS DE ELETRÔNICA Prof. José Rodrigo 7. JUNÇÃO PN ELEMENTOS DE ELETRÔNICA Prof. José Rodrigo • É a junção de um material semicondutor tipo N com um material tipo P; • É a estrutura básica de muitos componentes semicondutores como o diodo; • Após a junção dos materiais, ocorre um processo de recombinação na região da junção. Os elétrons da região N tendem a se difundirem para a região P; • Forma-se então, na junção, uma região onde não existem portadores de carga, chamada de região de depleção; 7. JUNÇÃO PN ELEMENTOS DE ELETRÔNICAProf. José Rodrigo 7. JUNÇÃO PN ELEMENTOS DE ELETRÔNICA Prof. José Rodrigo • Devido ao desequilíbrio de cargas elétricas, na região de depleção, surge então uma ddp (diferença de potencial) nesta região, chamada de barreira de potencial; • No silício a tensão é de 0,7 V e no germânio é de 0,3 V; • Acrescendo terminais de ligação aos cristais N e P, forma-se então um diodo retificador; • Anodo (cristal P) e cátodo (cristal N); 8. POLARIZAÇÃO DIRETA ELEMENTOS DE ELETRÔNICA Prof. José Rodrigo • Quando um potencial positivo é aplicado no ânodo, em relação ao cátodo; • O polo negativo da bateria faz com que os elétrons livres do cristal N sejam repelidos em direção à região da junção; • A tensão aplicada nos terminais do diodo deverá ser superior ao valor da barreira de potencial, para que os elétrons livres adquirem velocidade suficiente para atravessar a região de depleção; • A partir daí, os elétrons se recombinam nas lacunas do material P, por sua vez são atraídos pelo polo positivo da fonte; • O diodo em condução funciona como se fosse uma chave fechada; 9. POLARIZAÇÃO REVERSA ELEMENTOS DE ELETRÔNICA Prof. José Rodrigo • Quando um potencial positivo é aplicado no catodo, em relação ao ânodo; • Os portadores livres de cada material semicondutor são atraídos pelos polos da fonte; • A região de depleção aumenta, impedindo o fluxo da corrente elétrica; • O diodo fica em bloqueio; • Circula apenas uma pequena corrente, que chamamos de corrente de fuga. 9. POLARIZAÇÃO REVERSA ELEMENTOS DE ELETRÔNICA Prof. José Rodrigo • Corrente de Portadores Minoritários: é chamada de corrente de saturação (Is), é a corrente reversa causada termicamente pelos portadores minoritários; • Corrente de Fuga de Superfície: é causada pelas impurezas da superfície e imperfeições na estrutura do cristal. 10. RUPTURA ELEMENTOS DE ELETRÔNICA Prof. José Rodrigo • Os diodos têm um valor de tensão máxima nominal; • Existe um limite de tensão que podemos aplicar num diodo reversamente polarizado sem que ele se danifique; • Se continuarmos a aumentar a tensão reversa atingiremos a tensão de ruptura do diodo; • A tensão de ruptura é de até 50 Volts; • Atingida a tensão de ruptura, uma grande quantidade de portadores minoritários aparece de repente na camada de depleção e o diodo conduz intensamente; • A tensão de ruptura depende do nível de dopagem do diodo; • Nos diodos retificadores a tensão de ruptura é maior que 50 Volts. 11. LIMITAÇÕES TÉRMICAS ELEMENTOS DE ELETRÔNICA Prof. José Rodrigo • Na polarização direta: a temperatura de junção é a temperatura do diodo na junção pn; • Quando o diodo está conduzindo a temperatura de junção é mais alta que a temperatura ambiente por causa do calor gerado pela recombinação; • A barreira de potencial depende da temperatura de junção; • Um aumento na temperatura de junção gera mais elétrons livres e lacunas nas regiões dopadas; • Essas cargas se confundem na camada de depleção, elas ficam mais estreitas. Assim, existe uma menor barreira de potencial com a temperatura de junção mais alta; • Regra: “A barreira de potencial de um diodo de silício diminui 2 mV para cada grau Celsius de aumento”. CmV T V /º2−= TCmVV −= )/º2( ELEMENTOS DE ELETRÔNICA Prof. José Rodrigo • Exemplo 1) Supondo a barreira de potencial de 0,7 V com uma temperatura ambiente de 25 ºC, qual é a barreira de potencial de um diodo de silício quando a temperatura for de A) 100 ºC B) 0 ºC C) 50 ºC TCmVV −= )/º2( 11. LIMITAÇÕES TÉRMICAS ELEMENTOS DE ELETRÔNICA Prof. José Rodrigo • Corrente de saturação reversa: quanto maior a temperatura, maior a corrente de saturação; • O valor de IS dobra para cada aumento de 10ºC de temperatura; %100= SI por ºC • Ou se a variação for menos que 10ºC, podemos usar a seguinte regra. %7= SI Para cada aumento de 10ºC 11. LIMITAÇÕES TÉRMICAS
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