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JORNAL DO MEDICO Março 2021 Mulheres na Saúde

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Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 1
D I G I T A L ANO II, Nº 11, MARÇO 2021, MULHERES NA SAÚDE
Plataforma de Conteúdos 
FEMINIMAGEM: PIONEIRISMO 
CEARENSE NO DIAGNÓSTICO 
POR IMAGEM COM FOCO NA 
SAÚDE DA MULHER
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FEMINIMAGEM: PIONEIRISMO 
CEARENSE NO DIAGNÓSTICO 
POR IMAGEM COM FOCO NA 
SAÚDE DA MULHER
CONFIRA AINDA:
• Direito Médico • Evento
• Carreira de Mulheres na Saúde
e muito mais!
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 3
A feminização em diversos setores 
da sociedade, em especial na saúde e 
medicina é uma realidade sem volta. 
Há mais de uma década, o senso 
demográfico do Conselho Federal de 
Medicina vem registrando a crescente 
feminização da carreira médica 
chegando aos atuais números de 46,6% 
em 2020.
Neste mês de março, não 
poderíamos deixar de passar em branco 
na nossa RD, a nossa mensagem de 
respeito e admiração as mulheres pelo 
seu protagonismo na saúde, onde 
reunimos importantes especialistas que 
relatam sobre sua carreira na saúde, 
desafios e oportunidades, a exemplo da 
FEMINI IMAGEM com o seu Pioneirismo 
cearense no diagnóstico por imagem 
com foco na saúde da mulher. São esta 
e outras histórias incríveis que irão 
impactar o seu olhar com relação a 
maior participação e protagonismo da 
mulher na saúde.
Na editoria de eventos, trazemos 
uma entrevista exclusiva com a Dra. 
Norma Suely Oliveira, presidente do 
16º Congresso Brasileiro de Medicina 
Intensiva Pediátrica, CBMIP, que traz 
importantes esclarecimentos sobre 
a programação de alto nível que 
irá reunir grandes especialistas do 
Brasil e do exterior que irão impactar 
significativamente na carreira dos 
especialistas.
 
Com relação ao Direito Médico, 
temos conteúdos enriquecedores 
que vale a leitura para proteger 
juridicamente ainda mais a sua carreira 
com os artigos do Médico e Advogado 
Prof. Dr. Renato Evando, sobre Saúde 
da Mulher: Bioética e Direito Médico, e 
da advogada especializada em defesa 
médica, Dra. Lívia Siebra, sobre Assédio 
na carreira das médicas. 
Como de praxe, mantemos a nossa 
pluraridade de conteúdos com muitos 
outros temas envolvendo grandes 
especialistas sobre saúde..
Caro(a) usuário(a), tenha uma ótima 
experiência com os nossos conteúdos, 
próximo número estaremos falando 
sobre Neurocirurgia, Infectolgia e muito 
mais com grandes especialistas!
Até lá! Cuide-se e #usemáscara
MENSAGEM AO LEITOR
Josemar ARGOLLO
CEO Jornal do Médico 
Profissional de Marketing 
MBA em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais
Membro Honorário da SOBRAMES/CE
atendimento@jornaldomedico.com.br
Skype: argollomarketing
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde4
FUNDADORES:
Jornalista Juvenal Menezes (DRT-CE 1947)
In Memoriam 1935-2017
Sra. Nahimi Argollo de Menezes
CEO:
Josemar ARGOLLO
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, 
Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 
[Publicação Mensal]
Marca registrada junto ao INPI,
Instituto Nacional da Propriedade Industrial.
Josemar Argollo Ferreira de Menezes-ME
CNPJ: 24.780.958/0001-00. 
PRODUTORA DE CONTEÚDO: Érika Grecy
SOCIAL MEDIA: Edson Silva
ASSESSORIA EDITORIAL:
Jor. Anatalice Rodrigues (DRT-CE 3548)
REVISÃO E COPY-DESK:
Profa. Márcia Linhares Rodrigues
CONSULTORIA EM ARTE/DIAGRAMAÇÃO:
Vailton Cruz
CONTRIBUIÇÃO FOTOGRÁFICA/IMAGENS
Banco de Imagens Jornal do Médico, Pexels e 
FREEPIK
QUEREMOS SUAS SUGESTÕES
Sua opinião pode ser o nosso próximo 
conteúdo.
atendimento@jornaldomedico.com.br
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tenha mais conteúdos qualificados 
e números anteriores.
PUBLICAÇÃO RECONHECIDA:
Câmara Municipal de Fortaleza
(Requerimento Nº 2240/2014 
Vereador Dr. Iraguassú Teixeira)
Assembleia Legislativa do Ceará
(Requerimento Nº 860/2019
Deputado Dr. Guilherme Landim)
Academia Cearense de Medicina
CONFIRA NESTA EDIÇÃO
20
 Michelly Wada: A 
carreira médica e 
o esporte
06 Feminimagem: pioneirismo cearense no 
diagnóstico por imagem com foco 
na saúde da mulher
10 Cardiologia precisa de mais mulheres para 
cuidar do coração feminino
14 Nutrologia: uma visão multidisciplinar
16 Jocileide Sales Campos: Medicina e conhecimento 
para salvar vidas
24 Dione Mota Rôla: Carreira de destaque na pediatria
26 Mulheres Raras: Dra. Denise Carvalho de 
Andrade e Dra. Ellaine Carvalho: 
A Genética Médica e Sua 
Contribuição Para a Sociedade 
Cearense
Fundado em 18 de outubro de 2004
CONTATOS: 
Whats App: +55 85 996673827 
atendimento@jornaldomedico.com.br 
Skype: argollomarketing
O teor dos conteúdos publicados é de 
responsabilidade dos autores, não exprimindo, 
necessariamente, a opinião da publicação.
Cópia integral ou parcial, somente com 
autorização expressa da direção executiva.
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 5
47 Varizes
49 16º Congresso Brasileiro de 
Medicina Intensiva 
Pediátrica
52 Rita Lobato: A primeira médica 
formada no Brasil
55 A XIX Bienal da Academia 
Cearense de Medicina 
em Organização
58 Sopro de Luz: a 37ª Antologia 
da Sobrames/CE
30 Doutora Nilza - Um anjo de Deus
33 Sandra Falcão: Carreira de 
sucesso na medicina e no 
magistério
35 as médicas Dra. Lia e Dra. Lívia e o 
protagonismo da mulher na 
área da saúde
40 Saúde da mulher: Bioética e direito 
médico
44 Os desafios e avanços da mulher 
brasileira na medicina
37 
Direito Médico 
e o assédio na 
carreira das 
médicas
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde6
FEMINIMAGEM: 
PIONEIRISMO CEARENSE NO 
DIAGNÓSTICO POR IMAGEM COM 
FOCO NA SAÚDE DA MULHER
AUTORIA: CLÍNICA FEMINIMAGEM
Esq/Dir: Dr. Herlanio Costa, Cristiane Holanda e Dra. Sammya Bezerra, 
sócios diretores da Feminimagem
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 7
A Feminimagem foi a primeira clínica voltada exclusivamente para o atendimento das mulheres em Fortaleza, 
pensando no conforto, atendimento 
personalizado e bem-estar das pacientes. 
Inaugurada em 2008, a clínica vinha 
sendo idealizada três anos antes. Desde 
o momento inicial, a Feminimagem 
buscou reunir um grupo de profissionais 
especialistas em diferentes áreas da saúde 
da mulher, com um olhar mais voltado 
à ginecologia, obstetrícia, mastologia e 
medicina fetal.
A proposta de atender exclusivamente 
mulheres surgiu a partir da nossa 
experiência, observando algumas 
dificuldades de atendimento em clínicas 
da cidade. Um dos problemas, era o 
desconforto de mulheres ao se perceberem 
semi-vestidas para exame médico próximas 
a acompanhantes de sexo masculino de 
outras mulheres, tanto na sala de espera, 
como nos corredores.
Com isso, além desse desconforto, 
aumentava o tempo de espera na realização 
dos exames, uma vez que para essas 
mulheres não permanecerem nas salas de 
espera entre um exame e outro vestindo 
apenas a bata, trocavam de roupa a cada 
nova sala de exame que adentravam.
Por isso, a ideia original, que, felizmente, 
se mantém até hoje (sendo, inclusive, 
modelo para outras clínicas da cidade) foi 
justamente trazer um ambiente exclusivo 
de mulheres, em que elas pudessem estar 
de roupa trocada apenas uma vez a fim 
de realizar todos os exames de imagem 
ginecológica e/ou obstétrica.
Além disso, a Feminimagem nasceu 
com a proposta de que o atendimento e 
a realização de exames fossem feitos por 
médicos especialistas. Hoje, a clínica tem 
os melhores ginecologistas e obstetras, 
titulados pelas sociedades médicas, 
que fazem ultrassom, procedimentos 
invasivos em medicina fetal, mamografia 
e densitometria óssea, para proporcionar a 
melhor experiência no atendimento de uma 
determinada especialidade. 
Aliado a isso, também era necessário 
ter salas bem equipadas, com aparelhos de 
ponta. Atualmente a clínica conta com seis 
equipamentos de ultrassonografia, uma de 
mamografia e uma de densitometria óssea 
por seremos exames solicitados em geral 
para a rotina ginecológica das pacientes: 
adolescentes até a pós-menopausa 
(ultrassonografia), mulheres acima de 40 
anos (mamografia) e mulheres a partir 
dos 50 (densitometria óssea), bem como 
procedimentos de biópsia de mama e 
tireóide guiados por ultrassom.
Atenção especial às gestantes
A Feminimagem sempre prezou 
por oferecer o melhor atendimento às 
mulheres de qualquer faixa etária. Com 
as gestantes, a preocupação não seria 
diferente, principalmente por se tratar de 
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde8
um momento tão único e especial. Para 
isso, além dos serviços já mencionados, 
temos à disposição os melhores especialistas 
em medicina fetal para acompanhá-
las em exames pré-natais, com exames 
como ultrassonografia obstétrica, 
ultrassonografia morfológica de primeiro e 
segundo trimestre, dopple e procedimentos 
invasivos como amniocentese e biópsia de 
vilo corial para estudo genético fetal .
As gestantes também podem ser 
submetidas ao exame de cardiotocografia 
(CTG), que pode ser feito isoladamente 
ou incorporado ao perfil biofísico fetal, 
juntamente com as ultrassonografias.
Para elas, existe tambem um 
espaço exclusivo, no qual podem estar 
acompanhadas inclusive de pessoas do sexo 
masculino, sem dividir o mesmo ambiente 
das demais pacientes não grávidas.
Com todos esses serviços oferecidos 
ao longo dos 13 anos de existência, a 
Feminimagem se consolidou como 
referência no atendimento ginecológico, 
obstétrico e fetal, com os melhores 
profissionais e a melhor estrutura, sempre 
prezando pela saúde das pacientes e pelo 
seu bem-estar dentro da clínica, entre um 
exame e outro ou entre consultas.
Sobre a Feminimagem:
A Clínica Feminimagem realiza um 
acompanhamento especializado em um 
centro de referência, concentrando, no 
mesmo local e de maneira integrada, 
exames de diagnóstico e acompanhamento 
médico da mulher, seja na sua gestação ou 
em todas as fases da sua vida. Para isso, 
conta com médicos especializados em 
ginecologia, obstetrícia, medicina fetal e 
mastologia.
“
”
Hoje, a clínica tem os melhores 
ginecologistas e obstetras, titulados 
pelas sociedades médicas, que 
fazem ultrassom, procedimentos 
invasivos em medicina fetal, 
mamografia e densitometria 
óssea, para proporcionar a melhor 
experiência no atendimento de uma 
determinada especialidade. 
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 9
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde10
CARDIOLOGIA PRECISA 
DE MAIS MULHERES PARA CUIDAR 
DO CORAÇÃO FEMININO
AUTORA: GLÁUCIA MARIA MORAES DE OLIVEIRA
médica cardiologista, coordenadora de Acompanhamento da Gestão e Controle da 
Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e professora associada de Cardiologia da 
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
CRM 52-43636-5
www.portal.cardiol.br
@sbc.cardiol
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 11
que trabalham 20 e 40 horas semanais, 
apenas 2,7% das mulheres recebem US $ 
10.762 mensais, contra 13% dos homens. A 
probabilidade de os homens receberem o 
maior nível salarial, acima de US $ 10.762, 
é de 17% e, das mulheres, de apenas 4%. 
A desigualdade salarial entre os sexos 
persistiu em relação à carga horária, 
comparecimento no escritório e plantão.
Uma pesquisa realizada na Sociedade 
Brasileira de Cardiologia (SBC) sobre os 
cardiologistas mostrou que o local de 
trabalho mais frequente foi o hospital 
público (46,5%), seguido por hospital 
privado (28,5%) e consultório privado 
(21,1%). O consultório é a principal atividade 
de 23,9% dos homens e 14% das mulheres, 
predominantemente entre aqueles com 
mais de 50 anos (31,7% versus 10,1%, 
respectivamente). A maioria (64,2%) 
trabalha mais de 40 horas semanais (69% 
dos homens e 51,9% das mulheres). A 
renda mensal de 88% é superior a R$ 11 
mil (US$ 3,473.43), e 66,5% dos homens 
recebem mais que R$ 20 mil (US$ 6,315.32) 
mensais, contra 31,2% das mulheres (p 
< 0,001). Nível elevado de estresse foi 
relatado por 11,3% entre os cardiologistas. 
A SBC teve duas presidentes, a Sociedade 
de Cirurgia Cardiovascular, a Cardiologia 
Intervencionista e a Federação das 
Sociedades de Cardiologia da Língua 
Portuguesa tiveram uma presidente, 
respectivamente.
Precisamos adicionar a todos esses 
números algumas considerações sobre 
A presença feminina nas faculdades de medicina no Brasil ficou restrita até a década de 1960. Nos anos seguintes, 
houve um aumento gradativo do número 
de mulheres na área médica, observado 
principalmente na primeira década do 
século XXI. Na análise demográfica dos 
médicos no país realizada em 2020 pelo 
Conselho Federal de Medicina (Scheffer 
M. et al., Demografia Médica no Brasil 
2020), os homens ainda eram a maioria, 
representando 53,4%. Porém, com 
tendência à feminização entre os mais 
jovens, na faixa etária abaixo dos 30 anos, 
as mulheres são maioria com 58,4%. O 
percentual de médicas é inversamente 
proporcional ao aumento da faixa etária, 
que no maiores de 70 anos corresponde a 
apenas 21% das mulheres.
O Brasil conta atualmente com 
477.982mil médicos, 17.802 cardiologistas, 
dos quais 31,1% (n-5124) são mulheres, a 
maioria localizada na região Sudeste do 
país (53,8%). Os cirurgiões cardiovasculares 
são 2.423 dos médicos, dos quais apenas 
9,9% são mulheres. A cardiologia 
intervencionista conta com 970 médicos, 
dos quais 7,5% são do sexo feminino. Em 
2019, os residentes de cardiologia somavam 
1.757, representando 3,3% do total. 
A maioria dos homens está no setor 
privado (23,9% dos homens vs. 14% das 
mulheres) e as mulheres nos setores 
público e acadêmico (53% das mulheres vs. 
44% dos homens). Entre os profissionais 
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde12
infarto do miocárdio, nas mulheres, mesmo 
nas mais jovens. 
As mulheres parecem menos conscientes 
do que os homens do seu próprio perfil de 
risco cardiovascular, mas uma em cada 
duas mulheres pode eventualmente morrer 
de doença cardíaca ou acidente vascular 
cerebral (em comparação com 1 em 25 que 
podem potencialmente morrer de câncer 
de mama, por exemplo). Em muitos países 
do mundo, as mulheres são mais propensas 
do que os homens a morrer todos os anos 
de DCV. Nos Estados Unidos, desde 1984, o 
número de mortes por DCV nas mulheres 
excedeu o dos homens, bem como na 
Europa, 55% dos casos em mulheres e 
43% dos casos em homens, segundo a 
as doenças cardiovasculares (DCV) no 
Brasil e no mundo, especialmente sobre as 
DCV nas mulheres. Até 2060, a população 
com mais de 60 anos mais que dobrará 
no Brasil atingindo cerca de 32% do total 
de habitantes. Se projetarmos as mortes 
por doenças cardiovasculares, que já são 
maiores nas faixas etárias mais avançadas, 
poderemos prever uma “epidemia” de 
mortes por DCV, se não reforçarmos as 
medidas para o diagnóstico e tratamento 
precoces. 
Outro aspecto importante, é que a taxa 
de decréscimo das mortes por DCV que 
foram observadas nos últimos anos vem 
diminuído, e inclusive aumentando as 
mortes por doenças isquêmicas, como o 
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 13
Organização Mundial da Saúde (OMS), 
desde 2004.
O impacto da DCV feminina na saúde 
pública está definitivamente relacionado 
também à morbidade, uma vez que os 
avanços da ciência e da medicina permitem 
que muitas mulheres sobrevivam a DCV e 
sejam afetadas por DCV crônicas. Hoje em 
dia, uma em cada três mulheres adultas tem 
alguma forma de DCV.Como a expectativa 
de vida no gênero feminino é maior do 
que no masculino, a perda de anos de vida 
ajustados por incapacidade em mulheres 
está crescendo significativamente. Em 
2016, estimou-se que 34% (> 38 milhões)de mulheres nos Estados Unidos viviam 
com DCV. Atualmente, representa um 
problema de saúde global: na maioria dos 
países, incluindo a China, a proporção de 
mulheres de 35 a 74 anos de idade afetadas 
por dislipidemia e hipertensão atingiu 53% 
e 25%, respectivamente. 
Sendo assim, a oportunidade para 
o exercício da cardiologia aumenta 
exponencialmente. Devemos ampliar 
o número de mulheres dedicadas a essa 
especialidade e implementar medidas 
para melhorar o conhecimento da 
população sobre as doenças que causam 
o maior número de óbitos. Necessitamos 
também de mais mulheres pesquisadoras 
e professoras, para que os ensaios clínicos 
com medicamentos tenham maior 
representatividade de mulheres, com o 
objetivo de entender as particularidades 
dos medicamentos no sexo feminino. Além 
disso, precisamos conhecer os mecanismos 
responsáveis pelas diferenças de ocorrência 
das doenças cardiovasculares entre os 
sexos, para melhorar as políticas públicas 
de combate às doenças cardiovasculares 
nas mulheres. Essa é uma tarefa que 
requer ampliação do número das mulheres 
cardiologistas no Brasil.
As mulheres precisam buscar o espaço 
em qualquer área da profissão, não somente 
na cardiologia. Esse espaço é alcançado por 
dedicação, por qualificação profissional e 
pela capacidade de aceitar os desafios que a 
vida médica impõe diariamente, obrigando 
a superar limitações. Para além disso, as 
mulheres cardiologistas precisam buscar 
melhor a remuneração e valorização do 
papel que exercem na sociedade, obtendo 
mais cargos de liderança e participando 
ativamente do enfrentamento das DCV no 
Brasil.
“
”
Sendo assim, a oportunidade para 
o exercício da cardiologia aumenta 
exponencialmente. Devemos 
ampliar o número de mulheres 
dedicadas a essa especialidade e 
implementar medidas para melhorar 
o conhecimento da população sobre 
as doenças que causam o maior 
número de óbitos. 
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde14
NUTROLOGIA: 
UMA VISÃO MULTIDISCIPLINAR
AUTORA: DRA. MÁRCIA BERETTA
Márcia Beretta é Médica Nutróloga pelo Hospital das Clínicas da 
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP).
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 15
A Nutrologia é a área médica que trata das patologias relacionadas a alimentação e nutrição. O nutrólogo diagnostica, trata 
e ajuda a prevenir doenças ligadas ao 
metabolismo e à deficiência de macro e 
micronutrientes. Atualmente com poucas 
vagas disponíveis no Brasil, a residência 
médica em Nutrologia pede pré-requisito 
em Clínica Médica ou Cirurgia Geral, 
permitindo assim, uma visão mais 
abrangente do paciente. 
Meu papel, enquanto nutróloga, 
vai desde recomendar novos hábitos 
alimentares, até manejar distúrbios de 
maior complexidade, como a síndrome do 
intestino curto ou a caquexia oncológica. 
Porém, ainda é comum observarmos 
piora do desfecho clínico de paciente em 
diversas áreas médicas devido carências 
nutricionais. No caso dos pós-operatórios 
por exemplo, elas podem levar a piora 
cicatricial, prologamento de internação 
e aumento do risco de reinternação por 
complicações cirúrgicas. Já dentro da 
Geriatria, é possível citar a sarcopenia 
(muito presente nessa faixa etária) como 
uma das causas mais comuns de piora de 
status performance e qualidade de vida. 
Pode-se ir além. Na Endocrinologia, 
como sabemos, é grande a quantidade de 
medicamentos para manejar o diabetes, mas 
há ainda dificuldade em conseguir atuar em 
mudança de estilo de vida. O mesmo vale 
para o acompanhamento dos pacientes de 
alto risco cardiovascular nos consultórios 
de cardiologia. Na gastroenterologia, 
as patologias relacionadas a doenças 
inflamatórias intestinais exigem atenção 
nutricional individualizada e contínua. E 
por ai vai.
Nesse sentido, o mais recomendado é 
que nutrólogos trabalhem em conjunto com 
essas e outras especialidades médicas, até 
para não sobrecarregar a atuação desses 
colegas. Oferecendo suporte nutricional 
e constância no acompanhamento, seria 
ideal que a Nutrologia fosse um ponto de 
encontro auxiliar ao tratamento desses 
pacientes, na tentativa de impactar 
positivamente o prognóstico de tantas 
pessoas. Dessa forma, seria possível 
proporcionar um atendimento mais 
integralizado e assertivo.
“
”
...seria ideal que a Nutrologia fosse 
um ponto de encontro auxiliar ao 
tratamento desses pacientes, na 
tentativa de impactar positivamente 
o prognóstico de tantas pessoas. 
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde16
JOCILEIDE
SALES CAMPOS 
MEDICINA E CONHECIMENTO
PARA SALVAR VIDAS
AUTOR: MAURICIO MAYCON 
Produtor de Conteúdo
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 17
Paulo (2010).
Atualmente, Dra. Jocileide faz parte 
do corpo docente do Curso de Medicina 
do Centro Universitário Christus; e do 
Mestrado Profissional em Saúde da Família 
para o Nordeste (RENASFFIOCRUZ). Ela 
atuou, ainda, como Servidora Pública da 
Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza, 
e da Secretaria de Saúde do Estado do 
Ceará, onde ocupou vários cargos, desde 
coordenadora de Imunizações, sua paixão, 
até Secretária-Executiva da saúde junto 
ao secretário Jurandir Frutuoso. É, ainda, 
colaboradora do Ministério da Saúde e da 
Sociedade Brasileira de Pediatria, Diretora 
da Sociedade Cearense de Pediatria; e 
Representante da Sociedade Brasileira 
de Imunizações (SBIM), tendo criado a 
Regional Ceará, em 2020. No decorrer de 
sua carreira médica, participou, também, de 
inúmeros eventos, congressos, seminários, 
cursos, programas jornalísticos, pesquisas 
, como a PESMIC – Pesquisa de Saúde 
Materno-Infantil do Ceará, com publicações 
em revistas nacionais e internacionais.de 
elevado conceito e livros na especialidade
Em relação à SBIM-CE, cabe ressaltar 
O desenvolvimento da medicina nas últimas décadas está atrelado a três fatores: tecnologia, informação e profissionais 
de excelência. Nessa conjuntura, podemos 
destacar o trabalho da renomada médica 
Dra. Jocileide Sales Campos que, desde 
o final da década de 1980 tem atuado de 
maneira excelente em diversos âmbitos da 
medicina nacional, ocupando um posto de 
destaque e de admiração na categoria.
Graduada pela Universidade Federal 
do Ceará (UFC), em 1964, Dra. Jocileide 
conseguiu aprovação imediata num 
importante Programa de Residência, 
também na UFC, na especialidade de 
Clínica Médica, concluindo o curso em 1966. 
No decorrer dos anos seguintes, consolidou 
seu nome como uma profissional séria, 
dedicada e sempre atenta ao bem-estar dos 
pacientes. 
Em 1986, ela completou mais uma 
relevante etapa: Especialização em Pediatria 
pelo Hospital Albert Sabin, Fortaleza, 
tendo já sua Residência em Pediatria desde 
1974, na Clínica Infantil do Ipiranga, São 
Paulo, serviço dirigido pelo Professor Dr. 
Jayme Murahovschi. Prosseguiu com 
demais conquistas, com destaque para 
a Especialização em Epidemiologia pela 
Universidade Federal do Ceará (1993), 
o Mestrado em Primary Health Care 
Management pelo Istituto Superiore Di 
Sanitá (1994), e Doutorado em Saúde Pública 
- Epidemiologia pela Universidade de São 
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde18
que essa entidade tem realizado diversos 
eventos científicos, com o intuito de 
ampliar e atualizar as informações 
acerca da evolução e da funcionalidade 
das vacinas no controle e eliminação das 
doenças infecciosas. Nesse sentido, a 
Dra. Jocileide tem participado de vários 
eventos (geralmente “lives” nas redes 
sociais) visando esclarecer a população e os 
profissionais de saúde quanto à importância 
da vacinação. Ela ressalta, ainda, todo o 
apoio que recebeu da sociedade civil, por 
meio do comércio e de diversas entidades, 
quanto à divulgação danecessidade de 
fortalecer a política pública de vacinação, 
tendo mudado as coberturas de vacinação 
no Ceará de 35% , 1987, para mais de 
90% no início dos anos 90, controlando 
doenças imunopreveníveis, e erradicando a 
poliomielite no Estado
Assim, tendo construído uma carreira de 
incontáveis sucessos e contribuições, a Dra. 
Jocileide Sales Campos vem agregando cada 
vez mais benefícios à sociedade com seu 
trabalho em torno da formação de médicos, 
da valorização da vida e do cuidado máximo 
com cada paciente. Uma personalidade que 
se firma na história da medicina cearense.
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 19
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde20
MICHELLY WADA 
AMOR NA CARREIRA MÉDICA
E NO ESPORTE
AUTORA: ÉRIKA GRECY 
Produtora de Conteúdo
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 21
consideradas masculinas e quando as 
pessoas veem uma mulher fazendo aquela 
especialidade gera um pouco de receio, 
tanto nos pacientes quanto nos próprios 
colegas.”, explica.
Após se formar, Dra. Michelly foi fazer 
residência médica em anestesiologia, 
sua grande paixão, no Hospital Naval 
Marcilio Dias (RJ), da Marinha do Brasil, 
onde foi militar temporária por 8 anos 
e foi justamente na mesma época que 
desenvolveu a paixão pelo surf, seu esporte 
favorito desde então. Visando uma carreira 
de sucesso na medicina, Dra. Michelly 
fazia muitos plantões em sua área de 
formação, mas após o nascimento do seu 
segundo filho, a médica decidiu diminuir a 
intensidade da vida profissional e buscou 
equilíbrio com uma vida mais saudável, e 
que também pudesse ajudar nesse ponto 
Construir e ter uma carreira de sucesso na medicina não é uma tarefa fácil, principalmente para as mulheres que enfrentam 
vários desafios além do preconceito, que 
ocorre não só no meio profissional, mas 
também em diversas áreas da vida. Diante 
de tantos desafios, a médica anestesiologista 
e esportista Michelly Wada, do Rio de 
Janeiro, é um fiel exemplo de que é possível 
uma mulher ter sucesso na carreira em ser 
médica, mãe e ainda ter uma vida saudável 
com o esporte.
Apaixonada por esportes desde criança, 
Michelly Wada sempre soube que atividade 
física faria parte da sua vida. “Eu sempre 
fui uma criança muito agitada, queria fazer 
tudo! E meus pais, mesmo sedentários, 
nunca me impediram de fazer atividades”. 
Dessa forma, a médica viu a possibilidade 
de fazer vários esportes durante a infância, 
como natação, jazz e capoeira. Porém, com 
as obrigações da fase adulta, Michelly 
precisou diminuir a pratica de exercícios e 
entrou na faculdade de medicina, na UERJ, 
onde começou a se dedicar aos estudos, mas 
não abandonou as atividades físicas.
Em meio aos desafios da profissão que 
escolheu para sua vida, uma área que 
requer muita dedicação e compromisso, 
o medo e o preconceito por ser mulher 
fizeram com que a Dra. Michelly Wada 
buscasse por uma área qual conseguisse 
lidar com essas dificuldades e julgamentos. 
“Na Medicina, existem especialidades 
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde22
na carreira de outros colegas médicos 
incentivando a prática de esportes, pois 
sempre acreditou no lema, médico saudável, 
paciente saudável. Foi então aí que veio a 
ideia de criar um movimento de Médicos 
Atletas, para que transformasse a carreira 
desses profissionais com mais qualidade de 
vida e bem estar.
 
O Movimento Médicos Atletas nasceu 
de uma conta no Instagram sem muitas 
expectativas em abril de 2019. “Eu criei um 
perfil no Instagram pra divulgar histórias 
de colegas médicos que conseguia conciliar 
a vida profissional, corrida e cansativa, com 
a vida mais saudável praticando esportes. 
Até que o perfil foi tomando força e vi 
que varias pessoas pensavam como eu, 
então comecei a expandir e logo outras 
pessoas e empresas começaram a procurar 
pelo perfil. Hoje o movimento tem mais 
de 15mil seguidores, inúmeros parceiros, 
vários informativos atuais, e a gente tenta 
não só motivar os nossos colegas médicos, 
mas também os estudantes de Medicina, 
tentando assim mudar o estilo de vida desde 
faculdade e gerando assim uma futura 
classe médica trilhando com uma carreira 
mais saudável.”, conta a idealizadora do 
movimento.
Com uma carreira brilhante na medicina 
aliada a uma vida mais saudável, Michelly 
Wada é um dos grandes exemplos do 
protagonismo das Mulheres na Saúde, que 
deixa a seguinte mensagem: “A mulher 
que é médica precisa fazer várias jornadas. 
Ela tem que ser médica, praticar o esporte, 
cuidar da saúde, cuidar da beleza e tem a 
questão da mulher que segue o padrão de 
construir uma família; cuidar dos filhos, da 
casa... Administrar isso tudo e se cuidar.”
““Eu sempre fui uma criança muito agitada, queria 
fazer tudo! E meus pais, 
mesmo sedentários, nunca 
me impediram de fazer 
atividades”
”
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 23
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde24
DIONE MOTA RÔLA: 
CARREIRA DE DESTAQUE
 NA PEDIATRIA
Apandemia causada pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2) impactou os diversos âmbitos das sociedades, gerando crises profundas na saúde, na economia, na política, no comércio e nos demais espaços sociais do cotidiano. Diante de um vírus novo, para o qual ainda não há tratamento efetivo, coube aos governos 
instituir o isolamento social, a utilização de máscaras e, em alguns casos, a realização de 
“lockdowns”. 
AUTOR: MAURICIO MAYCON 
Produtor de Conteúdo
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 25
longos meses, com escolas fechadas e a 
menor possibilidade de locomoção, muitas 
crianças se distanciaram do convívio 
com outras pessoas, inclusive de sua 
faixa etária. Tal isolamento, que afetou 
perceptivelmente os adultos, gerou também 
diversos problemas ao público infantil. 
Nessa perspectiva, a Dra. Dione observou 
a questão e, com sua atenção e cuidado, 
possibilitou um maior conforto às famílias 
que atendeu. 
Além disso, ela atuou no sentido de 
alertar a sociedade quanto a esse problema, 
propondo atividades e a observação das 
crianças diante do isolamento social. A 
partir desse trabalho, foi possível observar 
uma maior atenção de pais e responsáveis 
com a saúde mental de crianças e 
adolescentes, o que contribuiu para uma 
melhoria das relações e um maior bem-
estar ao público infantil.
Assim, foi possível perceber uma carreira 
focada, ágil, eficiente e sempre atento ao 
bem-estar da coletividade, como o realizado 
pela Dra. Dione, uma das grandes marcas 
das Mulheres na Saúde, contribuindo 
para o desenvolvimento da sociedade, 
agregando ganhos e melhorias em todas as 
conjunturas sociais.
Nesse cenário, caracterizado por incerteza, 
medo e alto número de mortes, pudemos 
observar um recrudescimento de questões 
como ansiedade e depressão no seio familiar 
e seus desdobramentos nas relações entre 
adultos e crianças, pais e filhos. Atenta 
a essas questões, a ilustre médica Dra. 
Dione Mota Rola, carreira de destaque no 
atendimento infantil no norte/nordeste 
do país, ajudou inúmeras famílias com seu 
trabalho eficiente, ético e focado no bem-
estar dos pacientes.
Profissional renomada, a Dra. Dione 
graduou-se em medicina pela Universidade 
Federal do Ceará. Ela concluiu, em seguida, 
Residência Médica em Pediatria no Hospital 
Albert Sabin, equipamento de excelência 
na cidade de Fortaleza. Sempre disposta 
ao aprofundamento dos estudos, cursou 
Pós-Graduação em Gerontologia e em 
Auditoria Médica. Atualmente, ela cursa 
Pós-Graduação em Nutrologia Pediátrica 
(Unifor) e em Psicanálise (IAPB). No campo 
profissional, se destacou como médica 
pediatra nas cidades de Eusébio (desde 
1998)e Itaitinga (desde 2004), sendo ainda 
cooperada da Unimed e tendo atuado 
como médica na Aeronáutica e na SOCEP. 
Atualmente, mantém atividades com 
atendimento em consultório, auditoria 
hospitalar e pediatria pelo SUS.
Profissional conhecida por uma 
atuação proativa e eficaz, ela percebeu 
a importância de lidar com a questão da 
saúde mental de crianças e adultos no 
cenário da pandemia de Covid-19. Durante 
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde26
MULHERES RARAS: 
DRA. DENISE CARVALHO DE 
ANDRADE E DRA. ELLAINE 
CARVALHO: A GENÉTICA MÉDICA 
E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A 
SOCIEDADE CEARENSE
AUTOR: MAURICIO MAYCON 
Produtor de Conteúdo
Dra Denise Dra Ellaine
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 27
As últimas décadas foram marcadas por diversas modificações nos padrões socioculturais, com destaque 
para a maior participação e influência 
das mulheres no mercado de trabalho. 
Pode-se perceber, na atualidade, que a 
presença do público feminino contribuiu 
de maneira decisiva para o fortalecimento 
e o desenvolvimento de diversas áreas, 
com destaque especial para a ciência e 
para a medicina. Nesse sentido, podemos 
destacar o trabalho e a interessante 
carreira de duas médicas que, além de 
serem irmãs, compartilham o interesse e 
a atuação em uma das mais promissoras 
áreas da medicina na atualidade: a genética. 
Estamos nos referindo às reconhecidas 
profissionais Dra. Denise Carvalho de 
Andrade e Dra. Ellaine Carvalho que, nos 
últimos anos, têm contribuído de maneira 
decisiva para a evolução da genética e seus 
desdobramentos no estado do Ceará.
A história de ambas está entrelaçada 
desde o berço, no compartilhamento 
dos genes e de diversas experiências no 
decorrer da infância e no prosseguimento 
da vida. A Dra. Denise foi a primeira 
a chegar ao mundo, tornando-se, anos 
depois, a primogênita entre quatro irmãs. 
A Dra. Ellaine, no esplendor do aconchego 
familiar, veio como a caçula. Assim, 
sem planejamento em conjunto, com 
o passar do tempo e a experimentação 
de possibilidades, as duas irmãs viriam 
a se tornar, algumas décadas depois, 
profissionais com carreiras consideradas 
como referência no setor em que atuam, 
reconhecidas tanto pelos seus pares como 
pela sociedade em geral.
Elas consideram que o estopim para a 
atuação em conjunto, na área da genética 
médica, ocorreu em 2009. Foi um ano 
emblemático e decisivo para as duas 
profissionais. Nessa época, a Dra. Denise 
residia em São Paulo, cidade na qual cursava 
seu Doutorado em Genética em um dos 
principais centros acadêmicos do mundo, 
a Universidade de São Paulo (USP). A Dra. 
Ellaine, por outro lado, estava no último 
ano do curso de medicina, no período do 
internato, na Universidade Federal do 
Ceará (UFC). 
Então, a Dra. Denise recebeu a Dra. Ellaine 
em São Paulo, pelo período de um mês, em 
meados de 2009. Foi nesse momento que 
a Dra. Ellaine se encantou pela Genética 
Médica. Apenas um ano depois desse 
encontro, a Dra. Ellaine chegava à USP 
para cursar sua Residência Médica em 
Genética, enquanto a Dra. Denise concluía 
seu Doutorado e retornava à Fortaleza. Foi 
nesse momento que firmaram o acordo de, 
juntas, voltarem ao Ceará para contribuir 
com o desenvolvimento da genética médica 
e o tratamento e pesquisas de doenças raras 
(doenças que acometem até 65 pessoas em 
cada 100 mil indivíduos). 
Para alcançarem o alto grau de 
reconhecimento de que dispõem, as duas 
profissionais investiram tempo e esforço 
no aprofundamento de suas formações. 
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde28
Assim, a Dra. Denise Carvalho de Andrade 
graduou-se em Medicina pela Universidade 
Federal do Ceará, concluindo o curso em 
2001; em seguida, cursou Especialização em 
Genética Médica pela Associação Médica 
Brasileira. Pouco tempo depois, realizou um 
Mestrado em Ciências Fisiológicas e; pela 
USP; e, em 2009, completou seu Doutorado 
em Genética. Atualmente, ela atua como 
Coordenadora do Curso de Medicina da 
Universidade Estadual do Ceará (UECE); 
Presidente da Regional Norte e Nordeste da 
Sociedade Brasileira de Genética Médica e 
Genômica (SBGM); Médica concursada do 
Complexo Hospitalar Walter Cantídio e 
Maternidade Escola Assis Chateaubriand, 
da Universidade Federal do Ceará (UFC) 
. Exerce, ainda, a função de Professora 
Adjunta concursada de Genética Médica na 
UECE e na Unichristus. Atua também como 
membro titular da Sociedade Americana 
e Europeia de Genética Médica e como 
médica voluntária na APAE-Fortaleza. 
Já a Dra. Ellaine graduou-se em Medicina 
pela Universidade de Juazeiro do e, na 
sequência, realizou sua Residência em 
Genética Médica pela Universidade de 
São Paulo (USP-SP). Obteve, ainda, Título 
de especialista em Genética Médica pela 
Sociedade Brasileira de Genética Médica e 
realizou Estágio em Displasias Esqueléticas 
no Hospital Necker-Enfants Malades 
- Paris-França. Em seguida, concluiu 
Doutorado em Biotecnologia com ênfase em 
Genética Médica (Renorbio- Universidade 
Estadual do Ceará). Atualmente, exerce 
o cargo de Coordenadora da disciplina 
de Genética e Embriologia do Centro 
Universitário Christus (Unichristus); 
é Membro da Sociedade Americana e 
Europeia de Genética Médica; Médica 
Geneticista do Centro Oncológico Leonardo 
da Vinci e do Centro de Reabilitação 
e Estudo Odontomédico. Possui vasta 
experiência na área de Medicina, com 
ênfase em Genética Médica, atuando 
principalmente nos seguintes temas: 
dismorfologia, displasias esqueléticas, 
câncer hereditário, aconselhamento 
genético, erros inatos do metabolismo e pré-
natal.
Assim, a partir dessa confluência 
de interesses, as duas profissionais 
construíram carreiras de sucesso, sempre 
pautadas no estudo, na pesquisa, na ética, 
no cuidado absoluto com os pacientes e na 
busca quanto à divulgação da importância 
da Genética Médica e a sua utilização no 
tratamento de inúmeras enfermidades, 
com destaque para as supracitadas doenças 
raras. Desse modo, elas vêm contribuindo 
para alçar o Ceará ao primeiro escalão no 
que concerne às pesquisas e ao trabalho 
relacionados à Genética Médica. 
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 29
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde30
DOUTORA NILZA 
UM ANJO DE DEUS
Ao embarcar para a terra 
Lá de outra dimensão 
Disse Deus querida Nilza 
Dar-te-ei esta missão 
Cuidar bem de meus pequenos 
Com amor no coração 
AUTOR: DR. LEVI MADEIRA
médico e cordelista que compôs este poema 
CRM: 4834-CE
Lá no seu interior 
Tinha forte aptidão 
Os gatos lhe adoravam 
Por cães tinha devoção 
Já sabia antes de vir 
Qual seria a vocação 
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 31
Finalmente o grande dia 
o vestibular chegou 
Ao fazer sua inscrição 
A voz de Deus lhe soou 
Marcou pra veterinária 
Seu destino ali selou 
Foi uma aluna brilhante 
Na turma se destacava 
E pelos seus pacientes 
Tudo de si sempre dava 
Conquistando a confiança 
Com carinho lhes curava 
Transcorridos os cinco anos 
Chegou sua formatura 
Radiante ela estava 
Transpirava formosura 
Médica veterinária 
Inteligência e postura 
Ao montar sua clínica 
Popular logo ficou 
Pois sem uma esperança 
Ninguém de lá retornou 
Parecendo até milagre 
Doenças que ela tratou
Alergia alimentar 
E também a depressão
A famosa erlichiose
O carrapato no cão 
Obesidade e otite 
Dermatite e infecção 
Hérnia de disco com dor
Doenças do coração
A falência lá lá dos rins
Provocando retenção
Até mesmo catarata
Que prejudica a visão 
A doutora Nilza tem
Competência e atenção
Resolve ali na consulta
Está sempre de plantão
Se o caso precisar 
Parte para operação
A Hanna é nossa PUG
Atendeu de prontidãoEstava mal sem comer
E com desidratação
Logo a Hanna ficou bem
Mudou dieta e ração
A cadelinha Cereja 
A minha filha adotou
Muito esperta e carinhosa
A todos já conquistou
Escorregou na piscina
Por um triz não se afogou
Ao ser dali retirada 
Muita dor ela passou
Dificuldade ao andar
Ingridi muito chorou 
Somente a doutora Nilza
A sua cura acertou
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde32
Foi com o Doutor Saraiva 
Que nossa Nilza casou 
Também um veterinário 
Que depois dela formou 
O casal teve três filhos 
Muito bem lhes educou
Francisco Saraiva Júnior 
É um reumatologista 
A Sandra Nivea Saraiva 
Uma cardiologista 
Dois médicos renomados 
E tem mais um nesta lista 
É Júlio César Saraiva 
Dos pais herdou vocação 
Pois é um veterinário 
Também é sua missão 
Levará este legado 
Desta nobre profissão 
Ao entrar em sua clínica 
Algo nos chama atenção 
Tantos quadros nas paredes 
Mensagens de gratidão 
Um anjo aqui entre a gente 
Imerso na profissão 
Deus lá de cima acompanha 
Com amor e vibração 
Se preciso envia alguém 
Grande é sua legião 
Ajudar nossa doutora 
A cumprir sua missão. 
Obrigada querida Dra. Nilza e sua Equipe 
por cuidarem sempre com tanto carinho e 
tão bem de mim! 
Hanna
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 33
AUTOR: MAURICIO MAYCON 
Produtor de Conteúdo
SANDRA FALCÃO: 
CARREIRA DE SUCESSO NA 
MEDICINA E NO MAGISTÉRIO
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde34
Médica renomada e reconhecida como uma das principais especialistas da área cardiológica no 
Nordeste, a carreira da Dra. Sandra Nívea 
dos Reis Saraiva Falcão é referência em 
dois importantes setores: no atendimento 
médico-hospitalar, destacando-se pela 
conduta ética, precisão nos diagnósticos e 
cuidado com os pacientes; e no magistério, 
como professora que inspira futuros 
médicos(as) com base no conhecimento 
aprofundado e na defesa de uma atuação 
profissional irrepreensível.
Graduada em medicina pela 
Universidade Federal do Ceará, em 1998, 
Dra. Sandra priorizou, desde cedo, o estudo 
e a busca por conhecimentos. Desse modo, 
ela conseguiu vaga em dois dos mais 
concorridos programas de Residência 
Médica do país, no Hospital do Servidor 
Público do Estado de São Paulo (Clínica 
Médica - 2000 a 2002) e na Faculdade 
de Medicina da USP (Cardiologia - 2002 
a 2004). Sempre focada e buscando a 
excelência em sua atuação profissional, ela 
se tornou instrutora, ainda em 2004, do 
Curso de Suporte Avançado de Vida em 
Cardiologia e no BLS (Basic Life Support). 
Além disso, em 2006 a Dra. Sandra concluiu 
especialização em Ecocardiografia, no 
Instituto do Coração do Hospital das 
Clínicas da FMUSP.
No percurso de cuidado e atenção 
a inúmeros pacientes, a Dra. Sandra 
permaneceu no caminho do conhecimento. 
Nesse sentido, completou pós-graduação 
em Pesquisa Clínica pelo Hospital Alemão 
Oswaldo Cruz, entre outras diversas 
especialidades e cursos. E, em 2010, 
concluiu seu Doutorado em Cardiologia 
pela Faculdade de Medicina da USP, com 
pesquisa acerca do tema Ecocardiografia e 
sendo aprovada com louvor.
Tornou-se, assim, professora dos cursos 
de Medicina da Universidade de Fortaleza e 
da Universidade Federal do Ceará, por meio 
dos quais ela transmite, além dos temas de 
estudos, toda a experiência de quem lida de 
maneira eficiente e ética com o atendimento 
médico. Nessa conjuntura, atua como 
Médica da Unidade de Ecocardiografia 
e coordenadora da Unidade de Pesquisa 
Clínica do Hospital de Messejana Dr. Carlos 
Alberto Studart Gomes. A Dra. Sandra 
é considerada por seus pares como um 
exemplo de efetividade, cuidado e precisão 
e vem sendo cada vez mais reconhecida 
como uma professora essencial nas turmas 
em que leciona.
Além dos destaques de grande mulher 
na saúde e no ensino da medicina, ela 
tem paixão pela literatura, na qual 
incursiona escrevendo crônicas. Em tal 
cenário, foi vice-presidente da Sobrames-
Ceará (Sociedade Brasileira de Médicos 
Escritores) no biênio 2016-2018. Diante de 
tantas contribuições legadas à sociedade 
cearense, a Dra Sandra Nívea dos Reis 
Saraiva Falcão firma-se como referência 
na área da cardiologia e inspira, a cada dia, 
novos profissionais rumo à profissão de 
Hipócrates.
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 35
AUTOR: MAURICIO MAYCON 
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AS MÉDICAS
DRA. LIA E DRA. LÍVIA
E O PROTAGONISMO DA MULHER 
NA ÁREA DA SAÚDE
Dra Lia Dra Lívia
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde36
A maior participação das mulheres no mercado de trabalho tem contribuído de modo decisivo para o desenvolvimento e o 
fortalecimento de diversas áreas, com 
destaque especial para a ciência e para 
a medicina. Nesse sentido, devemos 
destacar o trabalho e a brilhante carreira 
de duas médicas que, além de irmãs, 
compartilham o interesse e a atuação na 
área da Pediatria. Estamos falando das 
reconhecidas profissionais Dra. Lia Cordeiro 
Bastos Aguiar e Dra. Lívia Cordeiro Bastos 
de Araújo que, nos últimos anos, realizam 
um trabalho de alto nível, proporcionando 
atendimento diferenciado aos pacientes e 
seus familiares. 
Filhas do renomado médico, professor, 
intelectual e ex-Secretário de Saúde do 
Estado do Ceará, Dr. Arruda Bastos e da 
competente empresária Dra. Marcilia 
Bastos, ambas trilharam o caminho 
desse ícone da medicina cearense e a 
sensibilidade da mãe. A primeira a entrar 
na medicina foi a Dra. Lia. Ela concluiu o 
curso na UFC - Campus Sobral, em 2007, 
realizando em seguida sua Residência em 
Pediatria no Hospital Infantil Albert Sabin. 
Sempre focada e buscando aprofundamento 
nos conhecimentos, cursou Residência 
em Nefrologia Pediátrica na Universidade 
Federal de São Paulo - Escola Paulista de 
Medicina. A Dra. Lia possui, ainda, os títulos 
de Pediatria, pela Sociedade Brasileira de 
Pediatria; e de Nefrologia Pediátrica, pela 
Sociedade Brasileira de Nefrologia. Ela atua 
como pediatra no Hospital da Criança de 
Fortaleza; como Nefropediatra no Hospital 
Infantil Albert Sabin; e como professora de 
medicina na Unichristus. A Dra. Lia é mãe 
da Letícia, do Levi e está grávida do Lucas.
 Também apaixonada pela medicina, Dra. 
Lívia concluiu o curso na Estácio-FMJ, em 
2010. Na sequência, cursou Residência em 
Pediatria no Hospital Infantil Albert Sabin. 
Profissional destacada e eficiente, concluiu 
em seguida outra Residência, também no 
Hospital Albert Sabin, em Neonatologia. 
Ela possui Título de Pediatria e Título de 
Especialista em Pediatria com área de 
atuação em Neonatologia, ambos pela 
Sociedade Brasileira de Pediatria. A Dra. 
Lívia trabalha como Médica Pediatra no 
IJF - Instituto Dr. José Frota; e como Médica 
Neonatologista na Maternidade Escola 
Assis Chateaubriand. Ela vem atuando na 
linha de frente contra a COVID-19, como 
plantonista na pediatria do IJF. A Dra. Lívia 
é mãe do Lucca e da Lina.
 Profissionais altamente preparadas, 
eficientes, éticas e tenazes no cotidiano do 
trabalho, as duas médicas vêm atuando 
no sentido de possibilitar uma melhoria 
cada vez maior no atendimento pediátrico 
na cidade de Fortaleza. Mulheres fortes e 
cientes do papel atual do público feminino 
no desenvolvimento das sociedades, elas 
são exemplos para as novas médicas que 
entram na profissão. Além disso, elas 
congregam, com tantas outras profissionais 
de sucesso, a bandeira do fortalecimento 
e da inclusão na área da saúde, buscando 
a melhoria geral da população. Desse 
modo, a coletividade só tem a ganhar com 
a presença da Dra. Lia e da Dra. Lívia no 
sistema de saúde cearense. 
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 37
DIREITO MÉDICO
E O ASSÉDIO NA CARREIRA
DAS MÉDICAS
AUTORA: LÍVIA SIEBRAFELÍCIO CALLOU
Advogada Esp. em Defesa Médica, OAB-CE 28.897
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde38
De acordo com o estudo de Demografia Médica realizado em cooperação técnica pela Universidade de São Paulo 
(USP) e Conselho Federal de Medicina 
(CFM), publicado em dezembro de 2020, 
as mulheres estão ocupando participação 
cada vez mais expressiva na medicina e 
atualmente ultrapassam a quantidade de 
homens na profissão.
Apesar da conquista desse respeitado 
espaço, ainda é frequente a existência de 
casos de assédio moral sofrido por médicas, 
principalmente quando estas trabalham ou 
fazem residência médica em unidades ou 
hospitais da esfera pública. 
São situações reiteradas e recorrentes de 
humilhação, competitividade, cobranças 
excessivas e isolamento, além de submissão 
à tarefas exaustivas e ameaças, perpetradas 
na maior parte dos casos por superiores 
hierárquicos, como gestores públicos ou 
supervisores, sem contar ainda na grande 
incidência de agressões por parte das 
famílias de pacientes. 
Não obstante práticas de assédio moral 
acontecem diariamente em serviços de 
saúde de todo o país, submetendo muitas 
profissionais a um verdadeiro terror 
psicológico, no serviço público é ainda mais 
frequente, haja vista que é comum neste 
meio a busca desenfreada por poder e pela 
ocupação de cargos de chefia o que acabam 
por tornar o ambiente de trabalho um lugar 
de oposições e atritos. 
“Mas como conseguir dar a essas médicas o equilíbrio mental 
necessário para lidar com tantas 
responsabilidades e ao mesmo 
tempo com a hostilidade de seus 
superiores? 
”
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 39
Mas como conseguir dar a essas médicas 
o equilíbrio mental necessário para lidar 
com tantas responsabilidades e ao mesmo 
tempo com a hostilidade de seus superiores? 
Infelizmente ainda existe na sociedade 
a ideia de que médicos(as) devem trabalhar 
independente do meio insalubre, das 
adversidade do ambiente, da agressividade 
dos seus chefes, da falta de remuneração 
justa etc. Em uma simples reivindicação de 
direitos, não demora para se ouvir alguém 
dizer “e cadê o juramento que fizeram?”, 
pressionando e desconsiderando a noção 
de que médica também tem dignidade e 
garantias fundamentais.
A falta de regulamentação específica 
no âmbito do serviço público acaba por 
determinar a impunidade de quem assedia 
e a falta de proteção das profissionais 
assediadas, gerando efeitos deveras 
danosos, não só à saúde mental da médica, 
como ao relacionamento com a equipe 
de saúde, que pode inclusive refletir na 
atenção aos pacientes, ainda que de forma 
direta ou indireta.
Desta feita, urge a necessidade 
de que essas vítimas não aceitem a 
posição de passividade e tenham forte 
consciência de que o assédio moral 
é um atentado ao exercício digno da 
Medicina e, principalmente, aos direitos 
da personalidade, à saúde e à integridade 
física e mental, não se eximindo de 
denunciar atos abusivos e que contrariem 
os postulados éticos da profissão, utilizando-
se dos vários mecanismos legais e jurídicos 
disponíveis com o intuito de produzir novos 
desfechos para penalizar os responsáveis 
e minimizar a ocorrência desse tipo de 
prática.
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde40
SAÚDE DA MULHER: 
BIOÉTICA E DIREITO MÉDICO
AUTOR: DR. RENATO EVANDO MOREIRA FILHO
Médico e Advogado, Especialista em Direito Médico
e Professor Doutor da Universidade Federal do Ceará
CREMEC 6921 OAB-CE 22667
renatoevandom@secrel.com.br
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 41
A Saúde da Mulher se relaciona com temas bastante sensíveis; a exemplo do bem-estar feminino, o nascimento de um novo ser - 
perpassando pela capacidade de reprodução 
- alcançando o climatério e a senilidade. 
Dilemas éticos e amparo jurídico incidirão 
na medida que tais particularidades 
impactam a vida da própria mulher, sua 
prole (biológica ou não) e toda a família. 
Neste cenário de tão impulsor espectro, 
a filósofa e escritora francesa Simone de 
Beauvoir vaticinou: “Não se nasce mulher, 
torna-se”.
Na abordagem Bioética, sobrepujam 
alguns temas: 
(I) Cuidado com o pudor feminino
Em homenagem aos princípios da 
beneficência e da não-maleficência; a 
adequada explanação - durante a coleta do 
histórico da enfermidade ou orientações 
para promoção da saúde feminina – 
deverá afastar-se de aspectos que possam 
constrangê-la. O exame físico será realizado 
na presença de auxiliar acompanhando 
o procedimento, com cuidado de evitar a 
exposição desnecessária do corpo desnudo, 
é dizer, despe-se somente o necessário para 
realizar o exame e, logo em seguida, torna 
a cobri-lo. Nos procedimentos diagnósticos 
e cirúrgicos, mesmo quando sob efeito 
anestésico, também se deve manter o corpo 
coberto, tanto quanto possível.
(II) Planejamento Familiar
Conceituado, pela lei 9.263/96, como 
um “conjunto de ações de regulação da 
fecundidade que garanta direitos iguais de 
constituição, limitação ou aumento da prole 
pela mulher, pelo homem ou pelo casal”; é 
tema que assume destaque no Código de 
Ética Médica (Resolução CFM 2.217/2018), 
onde se observa ser vedado ao médico:
Art. 42 – Desrespeitar o direito do 
paciente de decidir livremente sobre 
método contraceptivo, devendo sempre 
esclarecê-lo sobre indicação, segurança, 
reversibilidade e risco de cada método. 
(grifamos)
Pelo exposto, percebe-se que a mulher 
dispõe de livre-arbítrio para escolher sua 
forma de contracepção (com orientação 
médica e não-interferência), uma vez 
que esteja adequadamente esclarecida e 
possa selecionar a melhor opção, de forma 
consciente e responsável.
(III) Assistência ao Parto
Hodiernamente, modificou-se a forma 
de assistir a este singular momento, 
em face do movimento denominado 
“humanização do parto”. Fortaleceu-se o 
respeito à princípios bioéticos - a exemplo 
da Autonomia - que inclui a possibilidade 
de escolha da via de parto, pela gestante. 
É o que se apreende de manifestações do 
Conselho Federal de Medicina (CFM) e do 
Conselho Regional de Medicina do Estado 
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde42
do Ceará (CREMEC), respectivamente por 
meio da Resolução 2.144/2016 e do Parecer 
09/2018 que entende ser “ético o médico 
atender à vontade da gestante de realizar 
parto cesariano, garantida a autonomia 
do médico, da paciente e a segurança do 
binômio materno-fetal”. Agindo assim, 
alicerça-se a aliança assistencial entre o 
profissional da saúde e a mulher. 
Ao analisarmos o tema sob o prisma do 
Direito Médico; é possível verificar, com 
clareza solar, numerosa normatização 
favorecendo a Saúde da Mulher. Entre 
estas, distinguimos:
(a) Promoção do cuidado
A lei 10.516/2002 instituiu a 
“Carteira Nacional de Saúde da Mulher”, 
determinando especial relevância 
à Prevenção e Controle do Câncer 
Ginecológico e de Mama. Ainda é destacado 
que os cuidados com a confidencialidade 
de determinados procedimentos serão 
mantidos entre profissional de saúde 
e usuária dos serviços, dentre outras 
orientações. 
(b) Violência Sexual
A violência contra a mulher pode ser 
entendida como “uma relação de forças 
que convertem em desigualdade, as 
diferenças entre os sexos”. No Brasil, o 
estupro (tipificado no art. 213 do Código 
Penal) se localiza como crime frequente 
e exige atenção do profissional de 
Medicina para as condutas de assistência 
- profilaxia de gestação e Infecções 
Sexualmente Transmissíveis (IST), além do 
encaminhamento ao serviço de Medicina 
Legal para a produção da prova pericial com 
o escopo de responsabilizar o(s) agressor(es), 
tão próximo quanto possível do momento 
que o fato ocorreu.
(c) Assistência a gestante
Destacamos:
- Lei11.804/2008 (lei dos “alimentos 
gravídicos”): determina que, assim que seja 
confirmada a gravidez, a gestante terá parte 
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 43
dos custos decorrentes da gestação - da 
concepção ao parto - custeadas pelo futuro 
pai, na proporção dos recursos de ambos;
- Lei 10.048/2000: determina que 
as gestantes possuem prioridade no 
atendimento do serviço público, além de 
assento preferencial no transporte coletivo 
e outros cuidados;
- Lei 6.202/1975: na hipótese da gestante-
estudante; determina que, a partir do oitavo 
mês de gestação e durante três meses, 
ficará assistida pelo regime de exercícios 
domiciliares; com execução de trabalhos 
e exames finais. Também poderá ser 
aumentado o período de repouso (antes e 
depois do pato). Estes intervalos temporais 
sempre serão solicitados com exibição do 
competente Atestado Médico.
- Decreto-Lei 5.452/1943 - Consolidação 
das Leis do Trabalho (CLT): diversas 
seguranças trabalhistas, exclusivas da 
mulher, constam neste diploma legal. São 
exemplos o disposto no art. 391 (a gestação 
não constitui justa causa para rescisão 
do contrato de trabalho), art. 392 (direito 
à licença-maternidade de cento e vinte 
dias, sem prejuízo do emprego e do salário), 
art. 392-A (na guarda judicial, para fins de 
adoção de criança ou adolescente, também 
há concessão de licença-maternidade), art. 
394-A (sem prejuízo de sua remuneração, 
deverá ser afastada de atividades 
consideradas insalubres, enquanto durar 
a gestação), art. 396 (para amamentar seu 
filho, até que este complete seis meses 
de idade, a mulher terá direito, durante 
a jornada de trabalho, a dois descansos 
especiais de meia hora), entre outros; 
- Ministério da Saúde (Portaria 
1.067/2005 e Portaria 2.418/2005): 
asseguram o direito à assistência ao 
parto e ao puerpério realizados de forma 
humanizada e segura e o de escolher, junto 
à equipe médica, qual a melhor forma de 
parto. Também regulamenta a presença de 
acompanhante para mulheres em trabalho 
de parto, parto e pós-parto imediato, nos 
hospitais públicos e conveniados com o 
Sistema Único de Saúde (SUS). 
Oportuno destacar, além da campanha 
“Março Amarelo” (que conscientiza sobre 
a Endometriose), algumas efemérides 
associadas a mulher: Dia Internacional 
da Mulher (08 de março), Dia Nacional 
da Mulher (30 de abril), Dia Mundial 
da Amamentação (01 de agosto) e Dia 
Internacional de Eliminação da Violência 
contra a Mulher (25 de novembro). 
In fine, é fundamental que profissionais 
da saúde estejam cientes e que mulheres 
estejam aptas a cobrar o fiel cumprimento 
do que foi exposto. Ao longo de séculos, 
estas e tantas outras garantias foram e 
continuam a ser lapidadas. Nas palavras da 
escritora e professora fluminense, Cecília 
Meireles: “faze-te, sem limites no tempo”. 
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde44
OS DESAFIOS 
E AVANÇOS DA MULHER
BRASILEIRA NA MEDICINA
AUTORA: LUCIANA RODRIGUES SILVA
Presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e 1ª vice-
presidente da Associação Médica Brasileira (AMB)
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 45
A Medicina está cada vez mais feminina. Uma longa trajetória marca a presença das mulheres na profissão, que lutam para 
ocupar esse espaço e exercer a atividade 
com dedicação e excelência desde 1882, ano 
de validação do diploma da primeira médica 
no Brasil, dra. Maria Augusta Generoso 
Estrela. Desde então, milhares de outras 
doutoras contribuíram para a quebra de 
amarras históricas que impossibilitaram 
o exercício pleno, justo e igualitário da 
ocupação.
Atualmente, as mulheres já são cerca 
de 46,6% dos profissionais da Medicina 
brasileira, segundo levantamento da 
Demografia Médica 2020 do Conselho 
Federal de Medicina (CFM). Esse índice 
vem aumentando progressivamente ano 
após ano, desde 2009, e é um reflexo do 
constante processo de qualificação feminina 
na graduação e no mercado de trabalho. A 
presença das mulheres na Medicina amplia 
a atuação do gênero frente aos debates, 
tomadas de decisões e no compromisso com 
o próximo.
Entre os médicos com menos de 34 anos 
de idade, as mulheres já são maioria. Em 55 
especialidades médicas, já respondem pela 
maioria em 19. Na Pediatria, por exemplo, 
as mulheres correspondem a 74,4% dos 
profissionais da área. Outros percentuais 
relevantes sobre a participação feminina 
podem ser observados na Dermatologia 
(77,9%); Endocrinologia e Metabologia 
(70,6%); Alergia e Imunologia (67,4%); e 
Genética Médica (66%). Estudiosos do 
tema chamam esse processo crescente das 
mulheres na Medicina de “feminização” da 
profissão.
Os avanços recentes são motivos de 
orgulho para a sociedade e contribuem 
para um País mais solidário, vigoroso e 
empático com seus cidadãos. Na contramão 
dessas conquistas, no entanto, o Brasil 
ainda enfrenta questões problemáticas 
relacionadas ao gênero que precisam ser 
destacadas e refletidas. Em 2020, durante a 
pandemia de Covid-19, o País registrou mais 
de 105 mil denúncias de violência contra 
a mulher, de acordo com dados divulgados 
pelo Ministério da Mulher, da Família e dos 
Direitos Humanos.
A disparidade de gênero no mercado de 
trabalho ainda é uma realidade. Nos cargos 
de liderança, as mulheres representam 
apenas 34,7%, segundo estudo do Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 
Diante desse cenário tão hostil para as 
mulheres no País, a presença e contribuição 
das médicas para a defesa da Medicina, 
dos pacientes e da população como um 
todo, marca a paixão, responsabilidade e 
compromisso dessas profissionais para a 
construção de uma sociedade mais justa e 
igualitária.
Pela confiança e a proximidade com 
as famílias, os pediatras têm um papel 
fundamental: podem influenciar atitudes, 
esclarecer dúvidas, estimular gestos e 
alertar contra os abusos. No contato 
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde46
com os pacientes, podem ajudar na 
formação de uma nova consciência: livre 
de preconceitos e de visões deturpadas, 
estimulando que os jovens e adultos de 
amanhã se comportem da forma adequada, 
com relação às mulheres e ao convívio em 
sociedade. Enfim, podem ser exemplos para 
as meninas e as adolescentes.
Dessa forma é possível seguir um 
caminho para a construção de uma 
realidade diferente: sem violência, 
sem desigualdade, com diálogo, com 
solidariedade. Como já disse, enquanto 
cidadãos e pediatras, podemos ajudar nessa 
caminhada, porque sabemos que juntos 
fazemos não apenas uma Pediatra melhor, 
mas, principalmente, um mundo melhor.
Esse protagonismo feminino na 
Medicina foi tema do novo projeto da 
Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o 
PedTalks. O primeiro episódio da iniciativa 
apresentou os aspectos da carreira 
médica para a mulher e a importância 
dos papéis de liderança serem assumidos 
independentemente de raça, religião ou 
gênero. A transmissão está aberta para 
acesso do público no Youtube e Facebook 
da SBP e marca o esforço da instituição em 
apresentar diferentes histórias de evolução, 
luta, amor e coragem na Medicina. 
“Dessa forma é possível seguir um caminho para a construção de uma 
realidade diferente: sem violência, 
sem desigualdade, com diálogo, 
com solidariedade. Como já disse, 
enquanto cidadãos e pediatras, 
podemos ajudar nessa caminhada, 
porque sabemos que juntos fazemos 
não apenas uma Pediatra melhor, 
mas, principalmente, um mundo 
melhor.
”
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 47
VARIZES
AUTOR: JULIO PECLAT
 - Vice Presidente da SBACV Nacional, Doutor pela UFRJ, Mestre pela Unirio
CRM: 609748-RJ - RQE Nº: 32131
Embora as varizes sejam um tópico estudado e debatido dentro da comunidade científicahá décadas, não precisamos de muito além de uma noção de como funciona o sistema venoso para compreender como surgem e se desenvolvem. 
Enquanto o coração é uma grande bomba que empurra o sangue do centro do nosso 
corpo para as extremidades, as veias são os vasos encarregados de trazerem esse sangue 
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde48
de volta. Contudo, para fazermos com que 
esse líquido retorne das pernas até o tórax, 
são necessárias algumas adaptações do 
nosso corpo para que consigamos vencer 
a gravidade. Entram, as válvulas venosas: 
pequenos feitos de engenharia dentro das 
nossas veias, que permitem com que o 
sangue suba rumo ao coração quando há 
um estímulo muscular, mas não deixam 
com que este drene novamente em direção 
aos pés.
As varizes tem caráter hereditário muito 
marcante. A falha no retorno venoso acaba 
sendo causa e consequência muitas vezes. 
Nesses casos o sangue se acumula nos vasos 
das pernas (seguindo a lei da gravidade) e 
ocorre a dilatação dos mesmos. Varizes são 
veias dilatadas e tortuosas.
As varizes são mais comuns em 
mulheres, e costumam aparecer já a partir 
dos 20 anos. De acordo com a Sociedade 
Brasileira de Angiologia e de Cirurgia 
Vascular – SBACV, até 70% dos idosos 
possuem varizes em algum grau! Entre 
outros fatores de risco, destacam-se o 
sedentarismo e longos períodos em pé ou 
com as pernas paradas.
Sua apresentação é variada, desde as 
“aranhas vasculares” (telangiectasias), até 
vasos de grosso calibre, dilatados, junto a 
inchaço, dor em queimação e sensação de 
peso nas pernas ao fim do dia. Em qualquer 
uma destas formas, é importante uma 
avaliação com um angiologista ou cirurgião 
vascular, uma vez que suas possíveis 
complicações incluem a Trombose Venosa 
Profunda (TVP) e a Úlcera Venosa.
Atualmente, o médico já dispõe de um 
arsenal amplo de tratamento para essa 
doença, desde procedimentos realizados 
na própria clínica, utilizando tecnologia 
de ponta, até a cirurgia tradicional. De 
qualquer forma, o tratamento precoce é 
essencial para que haja melhor controle do 
quadro e evitemos possíveis complicações!
E deixo uma dica para todos: Usem 
meias elásticas! Por mais que possam ser 
incômodas, sua função de compressão na 
panturrilha, ajuda muito no retorno venoso.
“As varizes são mais comuns em mulheres, e costumam aparecer já a 
partir dos 20 anos. De acordo com 
a Sociedade Brasileira de Angiologia 
e de Cirurgia Vascular – SBACV, até 
70% dos idosos possuem varizes em 
algum grau! Entre outros fatores de 
risco, destacam-se o sedentarismo 
e longos períodos em pé ou com as 
pernas paradas
”
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 49
AUTORA: ERIKA GRECY 
Produtora de Conteúdo
EVENTO VISA TRAZER 
ATUALIZAÇÕES TÉCNICAS 
COM GRANDES NOMES 
DA ÁREA
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde50
No dia 7 de agosto de 2021 será realizado o 16º Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva Pediátrica, CBMIP, evento 100% 
online que tem como principal objetivo 
promover um encontro entre especialistas 
experientes, acolhedores, cientes do 
papel fundamental de educadores e que 
desenvolvem uma sólida história da 
medicina intensiva pediátrica. 
De acordo com a Dra. Norma Suely 
Oliveira, presidente do evento e vice-
presidente do Departamento Científico de 
Terapia Intensiva da Sociedade Brasileira de 
Pediatria (SBP), o congresso tem como tema 
trazer atualizações técnicas sobre sepse e o 
choque séptico. “Além disso, teremos outros 
temas que merecem atualização sobre 
as ferramentas diagnósticas disponíveis 
“Dra. Norma Suely Oliveira (CRM 3022-ES) Presidente do 16º 
Congresso Brasileiro de Medicina 
Intensiva Pediátrica e vice-presidente 
do Departamento Científico de 
Terapia Intensiva da Sociedade 
Brasileira de Pediatria (SBP). Mestre 
em Doenças Infecciosas pela 
Universidade Federal do Espírito 
Santo (1998) e doutora em Pediatria 
e Ciências Aplicadas à Pediatria pela 
Universidade Federal de São Paulo 
(2004). Atualmente é professora 
adjunta na Universidade Federal 
do Espírito Santo (Departamento 
de Pediatria), Chefe da Unidade de 
Terapia Intensiva e Semi-intensiva 
Neonatal e Pediátrica do Hospital 
Universitário Cassiano Antonio 
Moraes da Universidade Federal do 
Espírito Santo (HUCAM/UFES). 
”
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 51
e atuais condutas terapêuticas, como a 
Covid-19, o trauma de crânio, a ventilação 
não invasiva e a ventilação invasiva.” 
Ressalta a presidente do evento.
A decisão pela programação online 
está em respeito ao isolamento e 
distanciamento social, onde a organização 
do CBMIP 2021 irá desenvolver diversas 
atividades científicas de alto nível, 
trazendo um programa atualizado com 
palestrantes renomados a nível Brasil e 
exterior.“Os convidados, tanto nacionais 
como internacionais, são especialistas 
extremamente comprometidos com a 
assistência qualificada, o ensino e a pesquisa 
do neonato, da criança e do adolescente em 
estado grave, atuando em todos os cenários, 
sejam eles em instituições públicas ou 
privadas.”, explica. “Os especialistas 
presentes no nosso encontro serão tanto 
da área médica dos cuidados intensivos 
neonatal e pediátrico, como também das 
áreas interligadas nesse tipo de cuidado 
(equipe multiprofissional).”
Dra. Norma Suely explica também que 
todas atividades do Congresso são de suma 
importância na carreira dos especialistas 
que atuam tanto no serviço público ou 
privado, onde com a constante evolução 
na medicina, o CBMIP se propõe em 
levar o que há de melhor e mais atual aos 
congressistas. “Teremos muitas novidades 
ao longo do dia 7 de agosto, que será pleno 
e repleto de informações que deverão 
engatilhar outros modos de condução 
de diagnóstico e tratamento do paciente 
pediátrico em cuidados intensivos.”. 
enfatiza.
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde52
AUTORA: CONSELHEIRA DRA. ANA MARGARIDA ARRUDA ROSEMBERG
Médica, Historiadora e Membro da Academia Cearense de Medicina
CREMEC 1782
anamargarida50@uol.com.br
@anamargaridaarrudarosemberg
/anamargarida.arrudarosemberg
RITA LOBATO 
A PRIMEIRA MÉDICA
FORMADA NO BRASIL
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 53
Rita Lobato Velho Lopes, conhecida como Rita Lobato, filha de Rita Carolina Velho Lopes e Francisco Lobato Lopes, rico proprietário 
rural, nasceu prematura (7 meses), em 
09/06/1866, no município de Rio Grande, 
RS, e faleceu em 06/01/1954, em Rio Pardo, 
RS, com 87 anos.
Ainda criança, Rita manifestou o desejo 
de ser médica. Sua mãe faleceu com a idade 
de 41 anos, em consequência do parto de 
sua 14ª gestação, quando Rita tinha 17 anos. 
Essa tragédia familiar fez com que a busca 
do sonho de ser médica, acalentado por 
Rita, superasse todas as barreiras impostas 
às mulheres e ela abraçasse a obstetrícia.
No século XIX, as mulheres encontravam 
grandes dificuldades para estudar medicina 
no Brasil, na Europa e no Estados Unidos. 
Somente em 1881, a carioca Maria Augusta 
Generoso Estella tornou-se a primeira 
mulher médica, no Brasil e na América do 
Sul, ao concluir o curso de medicina no 
New York Medical College and Hospital for 
Women. 
Em 1879, quando foi aprovada a 
“Reforma de Leôncio de Carvalho” e 
assinado o “Decreto Imperial nº 7247”, de 19 
de abril de 1879, pelo Imperador D. Pedro 
II, passou a ser proibida a discriminação 
contra as mulheres no ensino superior do 
Brasil. 
Através desse decreto, em vigência 
a partir de 1881, as mulheres passaram 
a ter acesso às Faculdades de Medicina. 
No mesmo ano de 1881, Ambrosina 
Magalhães e Augusta Castelões Fernandes 
matricularam-se na Faculdade de Medicina 
do Rio de Janeiro. Em 1982, foi a vez de 
Josefa A. F. Mercedes de Oliveira;em 
1883, Elisa Borges Ribeiro; em 1884, Rita 
Lobato Velho Lopes, Antonieta César Dias, 
Ermelinda Lopes de Vasconcelos e Maria 
Amélia Cavalcante de Albuquerque. 
Após cursar dois anos do curso médico, 
no Rio de Janeiro, Rita Lobato mudou-se 
com a família para Salvador, matriculando-
se na Faculdade de Medicina da Bahia, 
onde concluiu o curso, em dezembro de 
1887, com a tese “Paralelo entre os Métodos 
Preconizados na Operação Cesariana”. 
Lutando contra todas as restrições, 
Rita conseguiu obter o diploma de médica 
em quatro anos, tempo recorde, antes 
de suas colegas gaúchas que estudavam 
medicina na faculdade do Rio de Janeiro. 
Essas estudantes pioneiras desmistificaram 
as teorias positivistas, deterministas, 
evolucionistas e higienistas que associavam 
a mulher a fragilidade moral e intelectual. 
Rita tornou-se a primeira mulher a se 
formar em medicina numa escola brasileira, 
a segunda da América Latina e a primeira 
vereadora do Rio Grande do Sul. 
Sua mãe, que faleceu quatro anos antes 
de sua formatura, deixou um conselho que 
Rita carregou consigo e aplicou ao exercer 
a profissão: “Minha filha, se fores médica 
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde54
algum dia, praticas sempre a caridade”. 
Em 1889, Rita Lobato casou-se com o 
advogado Antônio Maria Amaro de Freitas, 
um primo com quem namorava desde a 
adolescência. Com ele, Rita teve uma filha, 
Ísis. Antônio Maria faleceu, em1926, e Rita 
Lobato, em 1954, com quase 90 anos de 
idade e uma vida dedicada à medicina.
Em 1967, em reconhecimento ao seu 
pioneirismo, foi emitido um selo em sua 
homenagempelo “Correio do Brasil”. Em 5 de 
outubro de 2010, o prédio da FMB/UFBA, 
no campus do Canela, passou a ser chamado 
de “Pavilhão de Aulas da Faculdade de 
Medicina da BahiaDoutora Rita Lobato 
Velho Lopes”, em uma justa homenagem à 
primeira médica formada na “Faculdade do 
Terreiro” e no Brasil.
REFERÊNCIAS
https://prodoctor.net/blog/presenca-
das-mulheres-na-medicina-historia-de-
conquistas/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rita_
Lobato
https://www.revistas.usp.br/revhistoria/
article/view/130701
“Ainda criança, Rita manifestou o desejo de ser médica. Sua mãe 
faleceu com a idade de 41 anos, 
em consequência do parto de sua 
14ª gestação, quando Rita tinha 17 
anos. Essa tragédia familiar fez com 
que a busca do sonho de ser médica, 
acalentado por Rita, superasse todas 
as barreiras impostas às mulheres e 
ela abraçasse a obstetrícia.
”
https://revistas.pucsp.br/index.php/
hcensino/article/view/6435
file:///C:/Users/anama/AppData/
Local/Temp/130701-Texto%20do%20
artigo-248575-1-10-20170406.pdf
https://www.scielo.br/pdf/jbpml/v39n1/
v39n1a00.pdf
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 55
A XIX BIENAL 
DA ACADEMIA CEARENSE DE 
MEDICINA EM ORGANIZAÇÃO
AUTOR: CONSELHEIRO ACAD. PROF. DR. MARCELO GURGEL CARLOS DA SILVA
Médico e membro das Academias Cearenses de Medicina e de Saúde Pública
CREMEC Nº 2412, RQE Nº 589
marcelo.gurgel@uece.br 
Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde56
os membros da Comissão Organizadora, e 
acordou-se a utilização da Sala Virtual, via 
Plataforma Zoom, gentilmente oferecida 
pela acadêmica Ana Margarida Arruda 
Rosemberg, para as reuniões regulares ou 
extraordinárias preparatórias da XIX Bienal 
da ACM.
Foi uníssona a acolhida da Covid-19 
como tema central da próxima Bienal, 
cuja programação científica gravita 
ou focaliza os variados aspectos dessa 
pandemia. Os títulos e as modalidades 
das exposições resultaram das múltiplas 
Tão logo expirou o mandato da gestão 2018-20 da Academia Cearense de Medicina (ACM), a Diretoria subsequente, eleita para o 
Biênio2020-22, tomou inciativas no intuito 
de preparar a sua Bienal, sempre realizada 
no mês de maio dos anos ímpares.
Cumprindo o regramento da ACM, 
o atual Presidente Pedro Henrique 
Saraiva Leão delegou ao vice-
presidenteJanedsonBaima Bezerraa 
responsabilidade de organizar e presidir 
a XIX Bienal da ACM, que ocorrerá 
em Fortaleza de 10 a 12 maio de 2021. 
Para tanto, o acad. JanedsonBaima 
Bezerrainstituiu a Comissão Organizadora 
composta por membros da Diretoria 
Científica e por confrades convidados,mais 
afeitos ao tema central do evento.
De antemão, ciente das medidas 
restritivas de deslocamento das pessoas, 
vigentes na ocorrência da pandemia do 
novo coronavírus no País, que dificultavam 
a feitura de reuniões presenciais, a 
Comissão Organizadora estabeleceu 
que as suas reuniões fossem conduzidas 
sempre de forma virtual, revogando-se 
tal dispositivo, se possível, quando as 
condições sanitárias fossem condizentes 
aos encontros presenciais, o que ainda não 
aconteceu e não se vislumbra alterar nos 
meses vindouros.
De forma operacional, foi montado um 
grupo de WhatsApp específico para tratar 
da bienal, o que facilita a comunicação entre 
“De forma operacional, foi montado um grupo de WhatsApp específico 
para tratar da bienal, o que facilita a 
comunicação entre os membros da 
Comissão Organizadora, e acordou-
se a utilização da Sala Virtual, via 
Plataforma Zoom, gentilmente 
oferecida pela acadêmica Ana 
Margarida Arruda Rosemberg, 
para as reuniões regulares ou 
extraordinárias preparatórias da XIX 
Bienal da ACM.
”
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sugestões propostas pelos acadêmicos, de 
tal maneira que o programa se configurou 
uma construção coletiva e plenamente 
enriquecedora.
De princípio, como estava sendo 
articulada com bastante antecedência, 
ainda se cogitara a possibilidade de se 
produzir um evento presencial, ou algo 
híbrido, quando a pandemia dava sinais 
de arrefecimento. No entanto, a incerteza 
do percurso da doença, validada pelos 
informes epidemiológicos, apesar da 
tendência de declínio das cifras após o 
mês de maio passado, deliberou-se pela 
opção exclusivamente virtual. Essa decisão 
foi inteiramente acertada diante do 
recrudescimento das taxas de incidência 
e de mortalidade pelo novo coronavírus, 
experimentadas depois das recentes 
eleições municipais e acentuadas na 
sequência dos festejos de final do ano de 
2020.
Dadas a envergadura e a riqueza da 
programação traçada, contando com 
expositores de escol, e a franquia de acesso 
aos muitos participantes previstos, a ACM 
contratou uma empresa detentora de boa 
infraestrutura e expertise na transmissão 
de congressos e encontros científicos, 
sociais e culturais, o que avaliza uma 
expectativa de sucesso dessa empreitada da 
ACM.
Que todos os interessados possam ter 
proveitosos momentos de aprendizados e de 
trocas de experiência na Bienal que tratará 
detemática da maior importância atual.
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SOPRO DE LUZ: 
A 37ª ANTOLOGIA DA SOBRAMES/CE
AUTOR: CONSELHEIRO ACAD. PROF. DR. MARCELO GURGEL CARLOS DA SILVA
Médico e membro das Academias Cearenses de Medicina e de Saúde Pública
CREMEC Nº 2412, RQE Nº 589
marcelo.gurgel@uece.br 
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sentido, houve colegas sobramistas que 
bem aproveitaram o isolamento a que 
foram sujeitos para escrever e atualizar 
obras, sendo oportuno citar o caso do 
nosso presidente Arruda Bastos que, 
de forma contínua, redigiu o seu diário 
da quarentena, divulgando as crônicas 
produzidas no Blog da Sobrames/CE e nas 
mídias sociais.
Adespeito de tudo isso narrado 
acima, a sequência de Antologias da 
Sobrames/CE alcançou em 2020 a sua 37ª 
edição, exibindorobustez e consistência 
O cenário perturbador de um ano atípico, fruto da pandemia ora em curso, de efeitos catastróficos globais, e diante 
das incertezas, do para “quando setembro 
vier”, levou a Comissão Organizadora 
local, de comum acordo com a direção da 
Regional

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