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Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 1 D I G I T A L ANO II, Nº 11, MARÇO 2021, MULHERES NA SAÚDE Plataforma de Conteúdos FEMINIMAGEM: PIONEIRISMO CEARENSE NO DIAGNÓSTICO POR IMAGEM COM FOCO NA SAÚDE DA MULHER Seja VIP Grátis FEMINIMAGEM: PIONEIRISMO CEARENSE NO DIAGNÓSTICO POR IMAGEM COM FOCO NA SAÚDE DA MULHER CONFIRA AINDA: • Direito Médico • Evento • Carreira de Mulheres na Saúde e muito mais! Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 3 A feminização em diversos setores da sociedade, em especial na saúde e medicina é uma realidade sem volta. Há mais de uma década, o senso demográfico do Conselho Federal de Medicina vem registrando a crescente feminização da carreira médica chegando aos atuais números de 46,6% em 2020. Neste mês de março, não poderíamos deixar de passar em branco na nossa RD, a nossa mensagem de respeito e admiração as mulheres pelo seu protagonismo na saúde, onde reunimos importantes especialistas que relatam sobre sua carreira na saúde, desafios e oportunidades, a exemplo da FEMINI IMAGEM com o seu Pioneirismo cearense no diagnóstico por imagem com foco na saúde da mulher. São esta e outras histórias incríveis que irão impactar o seu olhar com relação a maior participação e protagonismo da mulher na saúde. Na editoria de eventos, trazemos uma entrevista exclusiva com a Dra. Norma Suely Oliveira, presidente do 16º Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva Pediátrica, CBMIP, que traz importantes esclarecimentos sobre a programação de alto nível que irá reunir grandes especialistas do Brasil e do exterior que irão impactar significativamente na carreira dos especialistas. Com relação ao Direito Médico, temos conteúdos enriquecedores que vale a leitura para proteger juridicamente ainda mais a sua carreira com os artigos do Médico e Advogado Prof. Dr. Renato Evando, sobre Saúde da Mulher: Bioética e Direito Médico, e da advogada especializada em defesa médica, Dra. Lívia Siebra, sobre Assédio na carreira das médicas. Como de praxe, mantemos a nossa pluraridade de conteúdos com muitos outros temas envolvendo grandes especialistas sobre saúde.. Caro(a) usuário(a), tenha uma ótima experiência com os nossos conteúdos, próximo número estaremos falando sobre Neurocirurgia, Infectolgia e muito mais com grandes especialistas! Até lá! Cuide-se e #usemáscara MENSAGEM AO LEITOR Josemar ARGOLLO CEO Jornal do Médico Profissional de Marketing MBA em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais Membro Honorário da SOBRAMES/CE atendimento@jornaldomedico.com.br Skype: argollomarketing Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde4 FUNDADORES: Jornalista Juvenal Menezes (DRT-CE 1947) In Memoriam 1935-2017 Sra. Nahimi Argollo de Menezes CEO: Josemar ARGOLLO Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde [Publicação Mensal] Marca registrada junto ao INPI, Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Josemar Argollo Ferreira de Menezes-ME CNPJ: 24.780.958/0001-00. PRODUTORA DE CONTEÚDO: Érika Grecy SOCIAL MEDIA: Edson Silva ASSESSORIA EDITORIAL: Jor. Anatalice Rodrigues (DRT-CE 3548) REVISÃO E COPY-DESK: Profa. Márcia Linhares Rodrigues CONSULTORIA EM ARTE/DIAGRAMAÇÃO: Vailton Cruz CONTRIBUIÇÃO FOTOGRÁFICA/IMAGENS Banco de Imagens Jornal do Médico, Pexels e FREEPIK QUEREMOS SUAS SUGESTÕES Sua opinião pode ser o nosso próximo conteúdo. atendimento@jornaldomedico.com.br BAIXE NOSSO APP JORNAL DO MÉDICO®️ disponível na Apple Store e Google Play e tenha mais conteúdos qualificados e números anteriores. PUBLICAÇÃO RECONHECIDA: Câmara Municipal de Fortaleza (Requerimento Nº 2240/2014 Vereador Dr. Iraguassú Teixeira) Assembleia Legislativa do Ceará (Requerimento Nº 860/2019 Deputado Dr. Guilherme Landim) Academia Cearense de Medicina CONFIRA NESTA EDIÇÃO 20 Michelly Wada: A carreira médica e o esporte 06 Feminimagem: pioneirismo cearense no diagnóstico por imagem com foco na saúde da mulher 10 Cardiologia precisa de mais mulheres para cuidar do coração feminino 14 Nutrologia: uma visão multidisciplinar 16 Jocileide Sales Campos: Medicina e conhecimento para salvar vidas 24 Dione Mota Rôla: Carreira de destaque na pediatria 26 Mulheres Raras: Dra. Denise Carvalho de Andrade e Dra. Ellaine Carvalho: A Genética Médica e Sua Contribuição Para a Sociedade Cearense Fundado em 18 de outubro de 2004 CONTATOS: Whats App: +55 85 996673827 atendimento@jornaldomedico.com.br Skype: argollomarketing O teor dos conteúdos publicados é de responsabilidade dos autores, não exprimindo, necessariamente, a opinião da publicação. Cópia integral ou parcial, somente com autorização expressa da direção executiva. Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 5 47 Varizes 49 16º Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva Pediátrica 52 Rita Lobato: A primeira médica formada no Brasil 55 A XIX Bienal da Academia Cearense de Medicina em Organização 58 Sopro de Luz: a 37ª Antologia da Sobrames/CE 30 Doutora Nilza - Um anjo de Deus 33 Sandra Falcão: Carreira de sucesso na medicina e no magistério 35 as médicas Dra. Lia e Dra. Lívia e o protagonismo da mulher na área da saúde 40 Saúde da mulher: Bioética e direito médico 44 Os desafios e avanços da mulher brasileira na medicina 37 Direito Médico e o assédio na carreira das médicas Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde6 FEMINIMAGEM: PIONEIRISMO CEARENSE NO DIAGNÓSTICO POR IMAGEM COM FOCO NA SAÚDE DA MULHER AUTORIA: CLÍNICA FEMINIMAGEM Esq/Dir: Dr. Herlanio Costa, Cristiane Holanda e Dra. Sammya Bezerra, sócios diretores da Feminimagem Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 7 A Feminimagem foi a primeira clínica voltada exclusivamente para o atendimento das mulheres em Fortaleza, pensando no conforto, atendimento personalizado e bem-estar das pacientes. Inaugurada em 2008, a clínica vinha sendo idealizada três anos antes. Desde o momento inicial, a Feminimagem buscou reunir um grupo de profissionais especialistas em diferentes áreas da saúde da mulher, com um olhar mais voltado à ginecologia, obstetrícia, mastologia e medicina fetal. A proposta de atender exclusivamente mulheres surgiu a partir da nossa experiência, observando algumas dificuldades de atendimento em clínicas da cidade. Um dos problemas, era o desconforto de mulheres ao se perceberem semi-vestidas para exame médico próximas a acompanhantes de sexo masculino de outras mulheres, tanto na sala de espera, como nos corredores. Com isso, além desse desconforto, aumentava o tempo de espera na realização dos exames, uma vez que para essas mulheres não permanecerem nas salas de espera entre um exame e outro vestindo apenas a bata, trocavam de roupa a cada nova sala de exame que adentravam. Por isso, a ideia original, que, felizmente, se mantém até hoje (sendo, inclusive, modelo para outras clínicas da cidade) foi justamente trazer um ambiente exclusivo de mulheres, em que elas pudessem estar de roupa trocada apenas uma vez a fim de realizar todos os exames de imagem ginecológica e/ou obstétrica. Além disso, a Feminimagem nasceu com a proposta de que o atendimento e a realização de exames fossem feitos por médicos especialistas. Hoje, a clínica tem os melhores ginecologistas e obstetras, titulados pelas sociedades médicas, que fazem ultrassom, procedimentos invasivos em medicina fetal, mamografia e densitometria óssea, para proporcionar a melhor experiência no atendimento de uma determinada especialidade. Aliado a isso, também era necessário ter salas bem equipadas, com aparelhos de ponta. Atualmente a clínica conta com seis equipamentos de ultrassonografia, uma de mamografia e uma de densitometria óssea por seremos exames solicitados em geral para a rotina ginecológica das pacientes: adolescentes até a pós-menopausa (ultrassonografia), mulheres acima de 40 anos (mamografia) e mulheres a partir dos 50 (densitometria óssea), bem como procedimentos de biópsia de mama e tireóide guiados por ultrassom. Atenção especial às gestantes A Feminimagem sempre prezou por oferecer o melhor atendimento às mulheres de qualquer faixa etária. Com as gestantes, a preocupação não seria diferente, principalmente por se tratar de Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde8 um momento tão único e especial. Para isso, além dos serviços já mencionados, temos à disposição os melhores especialistas em medicina fetal para acompanhá- las em exames pré-natais, com exames como ultrassonografia obstétrica, ultrassonografia morfológica de primeiro e segundo trimestre, dopple e procedimentos invasivos como amniocentese e biópsia de vilo corial para estudo genético fetal . As gestantes também podem ser submetidas ao exame de cardiotocografia (CTG), que pode ser feito isoladamente ou incorporado ao perfil biofísico fetal, juntamente com as ultrassonografias. Para elas, existe tambem um espaço exclusivo, no qual podem estar acompanhadas inclusive de pessoas do sexo masculino, sem dividir o mesmo ambiente das demais pacientes não grávidas. Com todos esses serviços oferecidos ao longo dos 13 anos de existência, a Feminimagem se consolidou como referência no atendimento ginecológico, obstétrico e fetal, com os melhores profissionais e a melhor estrutura, sempre prezando pela saúde das pacientes e pelo seu bem-estar dentro da clínica, entre um exame e outro ou entre consultas. Sobre a Feminimagem: A Clínica Feminimagem realiza um acompanhamento especializado em um centro de referência, concentrando, no mesmo local e de maneira integrada, exames de diagnóstico e acompanhamento médico da mulher, seja na sua gestação ou em todas as fases da sua vida. Para isso, conta com médicos especializados em ginecologia, obstetrícia, medicina fetal e mastologia. “ ” Hoje, a clínica tem os melhores ginecologistas e obstetras, titulados pelas sociedades médicas, que fazem ultrassom, procedimentos invasivos em medicina fetal, mamografia e densitometria óssea, para proporcionar a melhor experiência no atendimento de uma determinada especialidade. Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 9 Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde10 CARDIOLOGIA PRECISA DE MAIS MULHERES PARA CUIDAR DO CORAÇÃO FEMININO AUTORA: GLÁUCIA MARIA MORAES DE OLIVEIRA médica cardiologista, coordenadora de Acompanhamento da Gestão e Controle da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e professora associada de Cardiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) CRM 52-43636-5 www.portal.cardiol.br @sbc.cardiol Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 11 que trabalham 20 e 40 horas semanais, apenas 2,7% das mulheres recebem US $ 10.762 mensais, contra 13% dos homens. A probabilidade de os homens receberem o maior nível salarial, acima de US $ 10.762, é de 17% e, das mulheres, de apenas 4%. A desigualdade salarial entre os sexos persistiu em relação à carga horária, comparecimento no escritório e plantão. Uma pesquisa realizada na Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) sobre os cardiologistas mostrou que o local de trabalho mais frequente foi o hospital público (46,5%), seguido por hospital privado (28,5%) e consultório privado (21,1%). O consultório é a principal atividade de 23,9% dos homens e 14% das mulheres, predominantemente entre aqueles com mais de 50 anos (31,7% versus 10,1%, respectivamente). A maioria (64,2%) trabalha mais de 40 horas semanais (69% dos homens e 51,9% das mulheres). A renda mensal de 88% é superior a R$ 11 mil (US$ 3,473.43), e 66,5% dos homens recebem mais que R$ 20 mil (US$ 6,315.32) mensais, contra 31,2% das mulheres (p < 0,001). Nível elevado de estresse foi relatado por 11,3% entre os cardiologistas. A SBC teve duas presidentes, a Sociedade de Cirurgia Cardiovascular, a Cardiologia Intervencionista e a Federação das Sociedades de Cardiologia da Língua Portuguesa tiveram uma presidente, respectivamente. Precisamos adicionar a todos esses números algumas considerações sobre A presença feminina nas faculdades de medicina no Brasil ficou restrita até a década de 1960. Nos anos seguintes, houve um aumento gradativo do número de mulheres na área médica, observado principalmente na primeira década do século XXI. Na análise demográfica dos médicos no país realizada em 2020 pelo Conselho Federal de Medicina (Scheffer M. et al., Demografia Médica no Brasil 2020), os homens ainda eram a maioria, representando 53,4%. Porém, com tendência à feminização entre os mais jovens, na faixa etária abaixo dos 30 anos, as mulheres são maioria com 58,4%. O percentual de médicas é inversamente proporcional ao aumento da faixa etária, que no maiores de 70 anos corresponde a apenas 21% das mulheres. O Brasil conta atualmente com 477.982mil médicos, 17.802 cardiologistas, dos quais 31,1% (n-5124) são mulheres, a maioria localizada na região Sudeste do país (53,8%). Os cirurgiões cardiovasculares são 2.423 dos médicos, dos quais apenas 9,9% são mulheres. A cardiologia intervencionista conta com 970 médicos, dos quais 7,5% são do sexo feminino. Em 2019, os residentes de cardiologia somavam 1.757, representando 3,3% do total. A maioria dos homens está no setor privado (23,9% dos homens vs. 14% das mulheres) e as mulheres nos setores público e acadêmico (53% das mulheres vs. 44% dos homens). Entre os profissionais Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde12 infarto do miocárdio, nas mulheres, mesmo nas mais jovens. As mulheres parecem menos conscientes do que os homens do seu próprio perfil de risco cardiovascular, mas uma em cada duas mulheres pode eventualmente morrer de doença cardíaca ou acidente vascular cerebral (em comparação com 1 em 25 que podem potencialmente morrer de câncer de mama, por exemplo). Em muitos países do mundo, as mulheres são mais propensas do que os homens a morrer todos os anos de DCV. Nos Estados Unidos, desde 1984, o número de mortes por DCV nas mulheres excedeu o dos homens, bem como na Europa, 55% dos casos em mulheres e 43% dos casos em homens, segundo a as doenças cardiovasculares (DCV) no Brasil e no mundo, especialmente sobre as DCV nas mulheres. Até 2060, a população com mais de 60 anos mais que dobrará no Brasil atingindo cerca de 32% do total de habitantes. Se projetarmos as mortes por doenças cardiovasculares, que já são maiores nas faixas etárias mais avançadas, poderemos prever uma “epidemia” de mortes por DCV, se não reforçarmos as medidas para o diagnóstico e tratamento precoces. Outro aspecto importante, é que a taxa de decréscimo das mortes por DCV que foram observadas nos últimos anos vem diminuído, e inclusive aumentando as mortes por doenças isquêmicas, como o Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 13 Organização Mundial da Saúde (OMS), desde 2004. O impacto da DCV feminina na saúde pública está definitivamente relacionado também à morbidade, uma vez que os avanços da ciência e da medicina permitem que muitas mulheres sobrevivam a DCV e sejam afetadas por DCV crônicas. Hoje em dia, uma em cada três mulheres adultas tem alguma forma de DCV.Como a expectativa de vida no gênero feminino é maior do que no masculino, a perda de anos de vida ajustados por incapacidade em mulheres está crescendo significativamente. Em 2016, estimou-se que 34% (> 38 milhões)de mulheres nos Estados Unidos viviam com DCV. Atualmente, representa um problema de saúde global: na maioria dos países, incluindo a China, a proporção de mulheres de 35 a 74 anos de idade afetadas por dislipidemia e hipertensão atingiu 53% e 25%, respectivamente. Sendo assim, a oportunidade para o exercício da cardiologia aumenta exponencialmente. Devemos ampliar o número de mulheres dedicadas a essa especialidade e implementar medidas para melhorar o conhecimento da população sobre as doenças que causam o maior número de óbitos. Necessitamos também de mais mulheres pesquisadoras e professoras, para que os ensaios clínicos com medicamentos tenham maior representatividade de mulheres, com o objetivo de entender as particularidades dos medicamentos no sexo feminino. Além disso, precisamos conhecer os mecanismos responsáveis pelas diferenças de ocorrência das doenças cardiovasculares entre os sexos, para melhorar as políticas públicas de combate às doenças cardiovasculares nas mulheres. Essa é uma tarefa que requer ampliação do número das mulheres cardiologistas no Brasil. As mulheres precisam buscar o espaço em qualquer área da profissão, não somente na cardiologia. Esse espaço é alcançado por dedicação, por qualificação profissional e pela capacidade de aceitar os desafios que a vida médica impõe diariamente, obrigando a superar limitações. Para além disso, as mulheres cardiologistas precisam buscar melhor a remuneração e valorização do papel que exercem na sociedade, obtendo mais cargos de liderança e participando ativamente do enfrentamento das DCV no Brasil. “ ” Sendo assim, a oportunidade para o exercício da cardiologia aumenta exponencialmente. Devemos ampliar o número de mulheres dedicadas a essa especialidade e implementar medidas para melhorar o conhecimento da população sobre as doenças que causam o maior número de óbitos. Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde14 NUTROLOGIA: UMA VISÃO MULTIDISCIPLINAR AUTORA: DRA. MÁRCIA BERETTA Márcia Beretta é Médica Nutróloga pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 15 A Nutrologia é a área médica que trata das patologias relacionadas a alimentação e nutrição. O nutrólogo diagnostica, trata e ajuda a prevenir doenças ligadas ao metabolismo e à deficiência de macro e micronutrientes. Atualmente com poucas vagas disponíveis no Brasil, a residência médica em Nutrologia pede pré-requisito em Clínica Médica ou Cirurgia Geral, permitindo assim, uma visão mais abrangente do paciente. Meu papel, enquanto nutróloga, vai desde recomendar novos hábitos alimentares, até manejar distúrbios de maior complexidade, como a síndrome do intestino curto ou a caquexia oncológica. Porém, ainda é comum observarmos piora do desfecho clínico de paciente em diversas áreas médicas devido carências nutricionais. No caso dos pós-operatórios por exemplo, elas podem levar a piora cicatricial, prologamento de internação e aumento do risco de reinternação por complicações cirúrgicas. Já dentro da Geriatria, é possível citar a sarcopenia (muito presente nessa faixa etária) como uma das causas mais comuns de piora de status performance e qualidade de vida. Pode-se ir além. Na Endocrinologia, como sabemos, é grande a quantidade de medicamentos para manejar o diabetes, mas há ainda dificuldade em conseguir atuar em mudança de estilo de vida. O mesmo vale para o acompanhamento dos pacientes de alto risco cardiovascular nos consultórios de cardiologia. Na gastroenterologia, as patologias relacionadas a doenças inflamatórias intestinais exigem atenção nutricional individualizada e contínua. E por ai vai. Nesse sentido, o mais recomendado é que nutrólogos trabalhem em conjunto com essas e outras especialidades médicas, até para não sobrecarregar a atuação desses colegas. Oferecendo suporte nutricional e constância no acompanhamento, seria ideal que a Nutrologia fosse um ponto de encontro auxiliar ao tratamento desses pacientes, na tentativa de impactar positivamente o prognóstico de tantas pessoas. Dessa forma, seria possível proporcionar um atendimento mais integralizado e assertivo. “ ” ...seria ideal que a Nutrologia fosse um ponto de encontro auxiliar ao tratamento desses pacientes, na tentativa de impactar positivamente o prognóstico de tantas pessoas. Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde16 JOCILEIDE SALES CAMPOS MEDICINA E CONHECIMENTO PARA SALVAR VIDAS AUTOR: MAURICIO MAYCON Produtor de Conteúdo Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 17 Paulo (2010). Atualmente, Dra. Jocileide faz parte do corpo docente do Curso de Medicina do Centro Universitário Christus; e do Mestrado Profissional em Saúde da Família para o Nordeste (RENASFFIOCRUZ). Ela atuou, ainda, como Servidora Pública da Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza, e da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará, onde ocupou vários cargos, desde coordenadora de Imunizações, sua paixão, até Secretária-Executiva da saúde junto ao secretário Jurandir Frutuoso. É, ainda, colaboradora do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Pediatria, Diretora da Sociedade Cearense de Pediatria; e Representante da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM), tendo criado a Regional Ceará, em 2020. No decorrer de sua carreira médica, participou, também, de inúmeros eventos, congressos, seminários, cursos, programas jornalísticos, pesquisas , como a PESMIC – Pesquisa de Saúde Materno-Infantil do Ceará, com publicações em revistas nacionais e internacionais.de elevado conceito e livros na especialidade Em relação à SBIM-CE, cabe ressaltar O desenvolvimento da medicina nas últimas décadas está atrelado a três fatores: tecnologia, informação e profissionais de excelência. Nessa conjuntura, podemos destacar o trabalho da renomada médica Dra. Jocileide Sales Campos que, desde o final da década de 1980 tem atuado de maneira excelente em diversos âmbitos da medicina nacional, ocupando um posto de destaque e de admiração na categoria. Graduada pela Universidade Federal do Ceará (UFC), em 1964, Dra. Jocileide conseguiu aprovação imediata num importante Programa de Residência, também na UFC, na especialidade de Clínica Médica, concluindo o curso em 1966. No decorrer dos anos seguintes, consolidou seu nome como uma profissional séria, dedicada e sempre atenta ao bem-estar dos pacientes. Em 1986, ela completou mais uma relevante etapa: Especialização em Pediatria pelo Hospital Albert Sabin, Fortaleza, tendo já sua Residência em Pediatria desde 1974, na Clínica Infantil do Ipiranga, São Paulo, serviço dirigido pelo Professor Dr. Jayme Murahovschi. Prosseguiu com demais conquistas, com destaque para a Especialização em Epidemiologia pela Universidade Federal do Ceará (1993), o Mestrado em Primary Health Care Management pelo Istituto Superiore Di Sanitá (1994), e Doutorado em Saúde Pública - Epidemiologia pela Universidade de São Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde18 que essa entidade tem realizado diversos eventos científicos, com o intuito de ampliar e atualizar as informações acerca da evolução e da funcionalidade das vacinas no controle e eliminação das doenças infecciosas. Nesse sentido, a Dra. Jocileide tem participado de vários eventos (geralmente “lives” nas redes sociais) visando esclarecer a população e os profissionais de saúde quanto à importância da vacinação. Ela ressalta, ainda, todo o apoio que recebeu da sociedade civil, por meio do comércio e de diversas entidades, quanto à divulgação danecessidade de fortalecer a política pública de vacinação, tendo mudado as coberturas de vacinação no Ceará de 35% , 1987, para mais de 90% no início dos anos 90, controlando doenças imunopreveníveis, e erradicando a poliomielite no Estado Assim, tendo construído uma carreira de incontáveis sucessos e contribuições, a Dra. Jocileide Sales Campos vem agregando cada vez mais benefícios à sociedade com seu trabalho em torno da formação de médicos, da valorização da vida e do cuidado máximo com cada paciente. Uma personalidade que se firma na história da medicina cearense. Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 19 Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde20 MICHELLY WADA AMOR NA CARREIRA MÉDICA E NO ESPORTE AUTORA: ÉRIKA GRECY Produtora de Conteúdo Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 21 consideradas masculinas e quando as pessoas veem uma mulher fazendo aquela especialidade gera um pouco de receio, tanto nos pacientes quanto nos próprios colegas.”, explica. Após se formar, Dra. Michelly foi fazer residência médica em anestesiologia, sua grande paixão, no Hospital Naval Marcilio Dias (RJ), da Marinha do Brasil, onde foi militar temporária por 8 anos e foi justamente na mesma época que desenvolveu a paixão pelo surf, seu esporte favorito desde então. Visando uma carreira de sucesso na medicina, Dra. Michelly fazia muitos plantões em sua área de formação, mas após o nascimento do seu segundo filho, a médica decidiu diminuir a intensidade da vida profissional e buscou equilíbrio com uma vida mais saudável, e que também pudesse ajudar nesse ponto Construir e ter uma carreira de sucesso na medicina não é uma tarefa fácil, principalmente para as mulheres que enfrentam vários desafios além do preconceito, que ocorre não só no meio profissional, mas também em diversas áreas da vida. Diante de tantos desafios, a médica anestesiologista e esportista Michelly Wada, do Rio de Janeiro, é um fiel exemplo de que é possível uma mulher ter sucesso na carreira em ser médica, mãe e ainda ter uma vida saudável com o esporte. Apaixonada por esportes desde criança, Michelly Wada sempre soube que atividade física faria parte da sua vida. “Eu sempre fui uma criança muito agitada, queria fazer tudo! E meus pais, mesmo sedentários, nunca me impediram de fazer atividades”. Dessa forma, a médica viu a possibilidade de fazer vários esportes durante a infância, como natação, jazz e capoeira. Porém, com as obrigações da fase adulta, Michelly precisou diminuir a pratica de exercícios e entrou na faculdade de medicina, na UERJ, onde começou a se dedicar aos estudos, mas não abandonou as atividades físicas. Em meio aos desafios da profissão que escolheu para sua vida, uma área que requer muita dedicação e compromisso, o medo e o preconceito por ser mulher fizeram com que a Dra. Michelly Wada buscasse por uma área qual conseguisse lidar com essas dificuldades e julgamentos. “Na Medicina, existem especialidades Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde22 na carreira de outros colegas médicos incentivando a prática de esportes, pois sempre acreditou no lema, médico saudável, paciente saudável. Foi então aí que veio a ideia de criar um movimento de Médicos Atletas, para que transformasse a carreira desses profissionais com mais qualidade de vida e bem estar. O Movimento Médicos Atletas nasceu de uma conta no Instagram sem muitas expectativas em abril de 2019. “Eu criei um perfil no Instagram pra divulgar histórias de colegas médicos que conseguia conciliar a vida profissional, corrida e cansativa, com a vida mais saudável praticando esportes. Até que o perfil foi tomando força e vi que varias pessoas pensavam como eu, então comecei a expandir e logo outras pessoas e empresas começaram a procurar pelo perfil. Hoje o movimento tem mais de 15mil seguidores, inúmeros parceiros, vários informativos atuais, e a gente tenta não só motivar os nossos colegas médicos, mas também os estudantes de Medicina, tentando assim mudar o estilo de vida desde faculdade e gerando assim uma futura classe médica trilhando com uma carreira mais saudável.”, conta a idealizadora do movimento. Com uma carreira brilhante na medicina aliada a uma vida mais saudável, Michelly Wada é um dos grandes exemplos do protagonismo das Mulheres na Saúde, que deixa a seguinte mensagem: “A mulher que é médica precisa fazer várias jornadas. Ela tem que ser médica, praticar o esporte, cuidar da saúde, cuidar da beleza e tem a questão da mulher que segue o padrão de construir uma família; cuidar dos filhos, da casa... Administrar isso tudo e se cuidar.” ““Eu sempre fui uma criança muito agitada, queria fazer tudo! E meus pais, mesmo sedentários, nunca me impediram de fazer atividades” ” Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 23 Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde24 DIONE MOTA RÔLA: CARREIRA DE DESTAQUE NA PEDIATRIA Apandemia causada pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2) impactou os diversos âmbitos das sociedades, gerando crises profundas na saúde, na economia, na política, no comércio e nos demais espaços sociais do cotidiano. Diante de um vírus novo, para o qual ainda não há tratamento efetivo, coube aos governos instituir o isolamento social, a utilização de máscaras e, em alguns casos, a realização de “lockdowns”. AUTOR: MAURICIO MAYCON Produtor de Conteúdo Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 25 longos meses, com escolas fechadas e a menor possibilidade de locomoção, muitas crianças se distanciaram do convívio com outras pessoas, inclusive de sua faixa etária. Tal isolamento, que afetou perceptivelmente os adultos, gerou também diversos problemas ao público infantil. Nessa perspectiva, a Dra. Dione observou a questão e, com sua atenção e cuidado, possibilitou um maior conforto às famílias que atendeu. Além disso, ela atuou no sentido de alertar a sociedade quanto a esse problema, propondo atividades e a observação das crianças diante do isolamento social. A partir desse trabalho, foi possível observar uma maior atenção de pais e responsáveis com a saúde mental de crianças e adolescentes, o que contribuiu para uma melhoria das relações e um maior bem- estar ao público infantil. Assim, foi possível perceber uma carreira focada, ágil, eficiente e sempre atento ao bem-estar da coletividade, como o realizado pela Dra. Dione, uma das grandes marcas das Mulheres na Saúde, contribuindo para o desenvolvimento da sociedade, agregando ganhos e melhorias em todas as conjunturas sociais. Nesse cenário, caracterizado por incerteza, medo e alto número de mortes, pudemos observar um recrudescimento de questões como ansiedade e depressão no seio familiar e seus desdobramentos nas relações entre adultos e crianças, pais e filhos. Atenta a essas questões, a ilustre médica Dra. Dione Mota Rola, carreira de destaque no atendimento infantil no norte/nordeste do país, ajudou inúmeras famílias com seu trabalho eficiente, ético e focado no bem- estar dos pacientes. Profissional renomada, a Dra. Dione graduou-se em medicina pela Universidade Federal do Ceará. Ela concluiu, em seguida, Residência Médica em Pediatria no Hospital Albert Sabin, equipamento de excelência na cidade de Fortaleza. Sempre disposta ao aprofundamento dos estudos, cursou Pós-Graduação em Gerontologia e em Auditoria Médica. Atualmente, ela cursa Pós-Graduação em Nutrologia Pediátrica (Unifor) e em Psicanálise (IAPB). No campo profissional, se destacou como médica pediatra nas cidades de Eusébio (desde 1998)e Itaitinga (desde 2004), sendo ainda cooperada da Unimed e tendo atuado como médica na Aeronáutica e na SOCEP. Atualmente, mantém atividades com atendimento em consultório, auditoria hospitalar e pediatria pelo SUS. Profissional conhecida por uma atuação proativa e eficaz, ela percebeu a importância de lidar com a questão da saúde mental de crianças e adultos no cenário da pandemia de Covid-19. Durante Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde26 MULHERES RARAS: DRA. DENISE CARVALHO DE ANDRADE E DRA. ELLAINE CARVALHO: A GENÉTICA MÉDICA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A SOCIEDADE CEARENSE AUTOR: MAURICIO MAYCON Produtor de Conteúdo Dra Denise Dra Ellaine Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 27 As últimas décadas foram marcadas por diversas modificações nos padrões socioculturais, com destaque para a maior participação e influência das mulheres no mercado de trabalho. Pode-se perceber, na atualidade, que a presença do público feminino contribuiu de maneira decisiva para o fortalecimento e o desenvolvimento de diversas áreas, com destaque especial para a ciência e para a medicina. Nesse sentido, podemos destacar o trabalho e a interessante carreira de duas médicas que, além de serem irmãs, compartilham o interesse e a atuação em uma das mais promissoras áreas da medicina na atualidade: a genética. Estamos nos referindo às reconhecidas profissionais Dra. Denise Carvalho de Andrade e Dra. Ellaine Carvalho que, nos últimos anos, têm contribuído de maneira decisiva para a evolução da genética e seus desdobramentos no estado do Ceará. A história de ambas está entrelaçada desde o berço, no compartilhamento dos genes e de diversas experiências no decorrer da infância e no prosseguimento da vida. A Dra. Denise foi a primeira a chegar ao mundo, tornando-se, anos depois, a primogênita entre quatro irmãs. A Dra. Ellaine, no esplendor do aconchego familiar, veio como a caçula. Assim, sem planejamento em conjunto, com o passar do tempo e a experimentação de possibilidades, as duas irmãs viriam a se tornar, algumas décadas depois, profissionais com carreiras consideradas como referência no setor em que atuam, reconhecidas tanto pelos seus pares como pela sociedade em geral. Elas consideram que o estopim para a atuação em conjunto, na área da genética médica, ocorreu em 2009. Foi um ano emblemático e decisivo para as duas profissionais. Nessa época, a Dra. Denise residia em São Paulo, cidade na qual cursava seu Doutorado em Genética em um dos principais centros acadêmicos do mundo, a Universidade de São Paulo (USP). A Dra. Ellaine, por outro lado, estava no último ano do curso de medicina, no período do internato, na Universidade Federal do Ceará (UFC). Então, a Dra. Denise recebeu a Dra. Ellaine em São Paulo, pelo período de um mês, em meados de 2009. Foi nesse momento que a Dra. Ellaine se encantou pela Genética Médica. Apenas um ano depois desse encontro, a Dra. Ellaine chegava à USP para cursar sua Residência Médica em Genética, enquanto a Dra. Denise concluía seu Doutorado e retornava à Fortaleza. Foi nesse momento que firmaram o acordo de, juntas, voltarem ao Ceará para contribuir com o desenvolvimento da genética médica e o tratamento e pesquisas de doenças raras (doenças que acometem até 65 pessoas em cada 100 mil indivíduos). Para alcançarem o alto grau de reconhecimento de que dispõem, as duas profissionais investiram tempo e esforço no aprofundamento de suas formações. Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde28 Assim, a Dra. Denise Carvalho de Andrade graduou-se em Medicina pela Universidade Federal do Ceará, concluindo o curso em 2001; em seguida, cursou Especialização em Genética Médica pela Associação Médica Brasileira. Pouco tempo depois, realizou um Mestrado em Ciências Fisiológicas e; pela USP; e, em 2009, completou seu Doutorado em Genética. Atualmente, ela atua como Coordenadora do Curso de Medicina da Universidade Estadual do Ceará (UECE); Presidente da Regional Norte e Nordeste da Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica (SBGM); Médica concursada do Complexo Hospitalar Walter Cantídio e Maternidade Escola Assis Chateaubriand, da Universidade Federal do Ceará (UFC) . Exerce, ainda, a função de Professora Adjunta concursada de Genética Médica na UECE e na Unichristus. Atua também como membro titular da Sociedade Americana e Europeia de Genética Médica e como médica voluntária na APAE-Fortaleza. Já a Dra. Ellaine graduou-se em Medicina pela Universidade de Juazeiro do e, na sequência, realizou sua Residência em Genética Médica pela Universidade de São Paulo (USP-SP). Obteve, ainda, Título de especialista em Genética Médica pela Sociedade Brasileira de Genética Médica e realizou Estágio em Displasias Esqueléticas no Hospital Necker-Enfants Malades - Paris-França. Em seguida, concluiu Doutorado em Biotecnologia com ênfase em Genética Médica (Renorbio- Universidade Estadual do Ceará). Atualmente, exerce o cargo de Coordenadora da disciplina de Genética e Embriologia do Centro Universitário Christus (Unichristus); é Membro da Sociedade Americana e Europeia de Genética Médica; Médica Geneticista do Centro Oncológico Leonardo da Vinci e do Centro de Reabilitação e Estudo Odontomédico. Possui vasta experiência na área de Medicina, com ênfase em Genética Médica, atuando principalmente nos seguintes temas: dismorfologia, displasias esqueléticas, câncer hereditário, aconselhamento genético, erros inatos do metabolismo e pré- natal. Assim, a partir dessa confluência de interesses, as duas profissionais construíram carreiras de sucesso, sempre pautadas no estudo, na pesquisa, na ética, no cuidado absoluto com os pacientes e na busca quanto à divulgação da importância da Genética Médica e a sua utilização no tratamento de inúmeras enfermidades, com destaque para as supracitadas doenças raras. Desse modo, elas vêm contribuindo para alçar o Ceará ao primeiro escalão no que concerne às pesquisas e ao trabalho relacionados à Genética Médica. Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 29 Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde30 DOUTORA NILZA UM ANJO DE DEUS Ao embarcar para a terra Lá de outra dimensão Disse Deus querida Nilza Dar-te-ei esta missão Cuidar bem de meus pequenos Com amor no coração AUTOR: DR. LEVI MADEIRA médico e cordelista que compôs este poema CRM: 4834-CE Lá no seu interior Tinha forte aptidão Os gatos lhe adoravam Por cães tinha devoção Já sabia antes de vir Qual seria a vocação Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 31 Finalmente o grande dia o vestibular chegou Ao fazer sua inscrição A voz de Deus lhe soou Marcou pra veterinária Seu destino ali selou Foi uma aluna brilhante Na turma se destacava E pelos seus pacientes Tudo de si sempre dava Conquistando a confiança Com carinho lhes curava Transcorridos os cinco anos Chegou sua formatura Radiante ela estava Transpirava formosura Médica veterinária Inteligência e postura Ao montar sua clínica Popular logo ficou Pois sem uma esperança Ninguém de lá retornou Parecendo até milagre Doenças que ela tratou Alergia alimentar E também a depressão A famosa erlichiose O carrapato no cão Obesidade e otite Dermatite e infecção Hérnia de disco com dor Doenças do coração A falência lá lá dos rins Provocando retenção Até mesmo catarata Que prejudica a visão A doutora Nilza tem Competência e atenção Resolve ali na consulta Está sempre de plantão Se o caso precisar Parte para operação A Hanna é nossa PUG Atendeu de prontidãoEstava mal sem comer E com desidratação Logo a Hanna ficou bem Mudou dieta e ração A cadelinha Cereja A minha filha adotou Muito esperta e carinhosa A todos já conquistou Escorregou na piscina Por um triz não se afogou Ao ser dali retirada Muita dor ela passou Dificuldade ao andar Ingridi muito chorou Somente a doutora Nilza A sua cura acertou Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde32 Foi com o Doutor Saraiva Que nossa Nilza casou Também um veterinário Que depois dela formou O casal teve três filhos Muito bem lhes educou Francisco Saraiva Júnior É um reumatologista A Sandra Nivea Saraiva Uma cardiologista Dois médicos renomados E tem mais um nesta lista É Júlio César Saraiva Dos pais herdou vocação Pois é um veterinário Também é sua missão Levará este legado Desta nobre profissão Ao entrar em sua clínica Algo nos chama atenção Tantos quadros nas paredes Mensagens de gratidão Um anjo aqui entre a gente Imerso na profissão Deus lá de cima acompanha Com amor e vibração Se preciso envia alguém Grande é sua legião Ajudar nossa doutora A cumprir sua missão. Obrigada querida Dra. Nilza e sua Equipe por cuidarem sempre com tanto carinho e tão bem de mim! Hanna Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 33 AUTOR: MAURICIO MAYCON Produtor de Conteúdo SANDRA FALCÃO: CARREIRA DE SUCESSO NA MEDICINA E NO MAGISTÉRIO Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde34 Médica renomada e reconhecida como uma das principais especialistas da área cardiológica no Nordeste, a carreira da Dra. Sandra Nívea dos Reis Saraiva Falcão é referência em dois importantes setores: no atendimento médico-hospitalar, destacando-se pela conduta ética, precisão nos diagnósticos e cuidado com os pacientes; e no magistério, como professora que inspira futuros médicos(as) com base no conhecimento aprofundado e na defesa de uma atuação profissional irrepreensível. Graduada em medicina pela Universidade Federal do Ceará, em 1998, Dra. Sandra priorizou, desde cedo, o estudo e a busca por conhecimentos. Desse modo, ela conseguiu vaga em dois dos mais concorridos programas de Residência Médica do país, no Hospital do Servidor Público do Estado de São Paulo (Clínica Médica - 2000 a 2002) e na Faculdade de Medicina da USP (Cardiologia - 2002 a 2004). Sempre focada e buscando a excelência em sua atuação profissional, ela se tornou instrutora, ainda em 2004, do Curso de Suporte Avançado de Vida em Cardiologia e no BLS (Basic Life Support). Além disso, em 2006 a Dra. Sandra concluiu especialização em Ecocardiografia, no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP. No percurso de cuidado e atenção a inúmeros pacientes, a Dra. Sandra permaneceu no caminho do conhecimento. Nesse sentido, completou pós-graduação em Pesquisa Clínica pelo Hospital Alemão Oswaldo Cruz, entre outras diversas especialidades e cursos. E, em 2010, concluiu seu Doutorado em Cardiologia pela Faculdade de Medicina da USP, com pesquisa acerca do tema Ecocardiografia e sendo aprovada com louvor. Tornou-se, assim, professora dos cursos de Medicina da Universidade de Fortaleza e da Universidade Federal do Ceará, por meio dos quais ela transmite, além dos temas de estudos, toda a experiência de quem lida de maneira eficiente e ética com o atendimento médico. Nessa conjuntura, atua como Médica da Unidade de Ecocardiografia e coordenadora da Unidade de Pesquisa Clínica do Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes. A Dra. Sandra é considerada por seus pares como um exemplo de efetividade, cuidado e precisão e vem sendo cada vez mais reconhecida como uma professora essencial nas turmas em que leciona. Além dos destaques de grande mulher na saúde e no ensino da medicina, ela tem paixão pela literatura, na qual incursiona escrevendo crônicas. Em tal cenário, foi vice-presidente da Sobrames- Ceará (Sociedade Brasileira de Médicos Escritores) no biênio 2016-2018. Diante de tantas contribuições legadas à sociedade cearense, a Dra Sandra Nívea dos Reis Saraiva Falcão firma-se como referência na área da cardiologia e inspira, a cada dia, novos profissionais rumo à profissão de Hipócrates. Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 35 AUTOR: MAURICIO MAYCON Produtor de Conteúdo AS MÉDICAS DRA. LIA E DRA. LÍVIA E O PROTAGONISMO DA MULHER NA ÁREA DA SAÚDE Dra Lia Dra Lívia Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde36 A maior participação das mulheres no mercado de trabalho tem contribuído de modo decisivo para o desenvolvimento e o fortalecimento de diversas áreas, com destaque especial para a ciência e para a medicina. Nesse sentido, devemos destacar o trabalho e a brilhante carreira de duas médicas que, além de irmãs, compartilham o interesse e a atuação na área da Pediatria. Estamos falando das reconhecidas profissionais Dra. Lia Cordeiro Bastos Aguiar e Dra. Lívia Cordeiro Bastos de Araújo que, nos últimos anos, realizam um trabalho de alto nível, proporcionando atendimento diferenciado aos pacientes e seus familiares. Filhas do renomado médico, professor, intelectual e ex-Secretário de Saúde do Estado do Ceará, Dr. Arruda Bastos e da competente empresária Dra. Marcilia Bastos, ambas trilharam o caminho desse ícone da medicina cearense e a sensibilidade da mãe. A primeira a entrar na medicina foi a Dra. Lia. Ela concluiu o curso na UFC - Campus Sobral, em 2007, realizando em seguida sua Residência em Pediatria no Hospital Infantil Albert Sabin. Sempre focada e buscando aprofundamento nos conhecimentos, cursou Residência em Nefrologia Pediátrica na Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina. A Dra. Lia possui, ainda, os títulos de Pediatria, pela Sociedade Brasileira de Pediatria; e de Nefrologia Pediátrica, pela Sociedade Brasileira de Nefrologia. Ela atua como pediatra no Hospital da Criança de Fortaleza; como Nefropediatra no Hospital Infantil Albert Sabin; e como professora de medicina na Unichristus. A Dra. Lia é mãe da Letícia, do Levi e está grávida do Lucas. Também apaixonada pela medicina, Dra. Lívia concluiu o curso na Estácio-FMJ, em 2010. Na sequência, cursou Residência em Pediatria no Hospital Infantil Albert Sabin. Profissional destacada e eficiente, concluiu em seguida outra Residência, também no Hospital Albert Sabin, em Neonatologia. Ela possui Título de Pediatria e Título de Especialista em Pediatria com área de atuação em Neonatologia, ambos pela Sociedade Brasileira de Pediatria. A Dra. Lívia trabalha como Médica Pediatra no IJF - Instituto Dr. José Frota; e como Médica Neonatologista na Maternidade Escola Assis Chateaubriand. Ela vem atuando na linha de frente contra a COVID-19, como plantonista na pediatria do IJF. A Dra. Lívia é mãe do Lucca e da Lina. Profissionais altamente preparadas, eficientes, éticas e tenazes no cotidiano do trabalho, as duas médicas vêm atuando no sentido de possibilitar uma melhoria cada vez maior no atendimento pediátrico na cidade de Fortaleza. Mulheres fortes e cientes do papel atual do público feminino no desenvolvimento das sociedades, elas são exemplos para as novas médicas que entram na profissão. Além disso, elas congregam, com tantas outras profissionais de sucesso, a bandeira do fortalecimento e da inclusão na área da saúde, buscando a melhoria geral da população. Desse modo, a coletividade só tem a ganhar com a presença da Dra. Lia e da Dra. Lívia no sistema de saúde cearense. Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 37 DIREITO MÉDICO E O ASSÉDIO NA CARREIRA DAS MÉDICAS AUTORA: LÍVIA SIEBRAFELÍCIO CALLOU Advogada Esp. em Defesa Médica, OAB-CE 28.897 Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde38 De acordo com o estudo de Demografia Médica realizado em cooperação técnica pela Universidade de São Paulo (USP) e Conselho Federal de Medicina (CFM), publicado em dezembro de 2020, as mulheres estão ocupando participação cada vez mais expressiva na medicina e atualmente ultrapassam a quantidade de homens na profissão. Apesar da conquista desse respeitado espaço, ainda é frequente a existência de casos de assédio moral sofrido por médicas, principalmente quando estas trabalham ou fazem residência médica em unidades ou hospitais da esfera pública. São situações reiteradas e recorrentes de humilhação, competitividade, cobranças excessivas e isolamento, além de submissão à tarefas exaustivas e ameaças, perpetradas na maior parte dos casos por superiores hierárquicos, como gestores públicos ou supervisores, sem contar ainda na grande incidência de agressões por parte das famílias de pacientes. Não obstante práticas de assédio moral acontecem diariamente em serviços de saúde de todo o país, submetendo muitas profissionais a um verdadeiro terror psicológico, no serviço público é ainda mais frequente, haja vista que é comum neste meio a busca desenfreada por poder e pela ocupação de cargos de chefia o que acabam por tornar o ambiente de trabalho um lugar de oposições e atritos. “Mas como conseguir dar a essas médicas o equilíbrio mental necessário para lidar com tantas responsabilidades e ao mesmo tempo com a hostilidade de seus superiores? ” Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 39 Mas como conseguir dar a essas médicas o equilíbrio mental necessário para lidar com tantas responsabilidades e ao mesmo tempo com a hostilidade de seus superiores? Infelizmente ainda existe na sociedade a ideia de que médicos(as) devem trabalhar independente do meio insalubre, das adversidade do ambiente, da agressividade dos seus chefes, da falta de remuneração justa etc. Em uma simples reivindicação de direitos, não demora para se ouvir alguém dizer “e cadê o juramento que fizeram?”, pressionando e desconsiderando a noção de que médica também tem dignidade e garantias fundamentais. A falta de regulamentação específica no âmbito do serviço público acaba por determinar a impunidade de quem assedia e a falta de proteção das profissionais assediadas, gerando efeitos deveras danosos, não só à saúde mental da médica, como ao relacionamento com a equipe de saúde, que pode inclusive refletir na atenção aos pacientes, ainda que de forma direta ou indireta. Desta feita, urge a necessidade de que essas vítimas não aceitem a posição de passividade e tenham forte consciência de que o assédio moral é um atentado ao exercício digno da Medicina e, principalmente, aos direitos da personalidade, à saúde e à integridade física e mental, não se eximindo de denunciar atos abusivos e que contrariem os postulados éticos da profissão, utilizando- se dos vários mecanismos legais e jurídicos disponíveis com o intuito de produzir novos desfechos para penalizar os responsáveis e minimizar a ocorrência desse tipo de prática. Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde40 SAÚDE DA MULHER: BIOÉTICA E DIREITO MÉDICO AUTOR: DR. RENATO EVANDO MOREIRA FILHO Médico e Advogado, Especialista em Direito Médico e Professor Doutor da Universidade Federal do Ceará CREMEC 6921 OAB-CE 22667 renatoevandom@secrel.com.br Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 41 A Saúde da Mulher se relaciona com temas bastante sensíveis; a exemplo do bem-estar feminino, o nascimento de um novo ser - perpassando pela capacidade de reprodução - alcançando o climatério e a senilidade. Dilemas éticos e amparo jurídico incidirão na medida que tais particularidades impactam a vida da própria mulher, sua prole (biológica ou não) e toda a família. Neste cenário de tão impulsor espectro, a filósofa e escritora francesa Simone de Beauvoir vaticinou: “Não se nasce mulher, torna-se”. Na abordagem Bioética, sobrepujam alguns temas: (I) Cuidado com o pudor feminino Em homenagem aos princípios da beneficência e da não-maleficência; a adequada explanação - durante a coleta do histórico da enfermidade ou orientações para promoção da saúde feminina – deverá afastar-se de aspectos que possam constrangê-la. O exame físico será realizado na presença de auxiliar acompanhando o procedimento, com cuidado de evitar a exposição desnecessária do corpo desnudo, é dizer, despe-se somente o necessário para realizar o exame e, logo em seguida, torna a cobri-lo. Nos procedimentos diagnósticos e cirúrgicos, mesmo quando sob efeito anestésico, também se deve manter o corpo coberto, tanto quanto possível. (II) Planejamento Familiar Conceituado, pela lei 9.263/96, como um “conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal”; é tema que assume destaque no Código de Ética Médica (Resolução CFM 2.217/2018), onde se observa ser vedado ao médico: Art. 42 – Desrespeitar o direito do paciente de decidir livremente sobre método contraceptivo, devendo sempre esclarecê-lo sobre indicação, segurança, reversibilidade e risco de cada método. (grifamos) Pelo exposto, percebe-se que a mulher dispõe de livre-arbítrio para escolher sua forma de contracepção (com orientação médica e não-interferência), uma vez que esteja adequadamente esclarecida e possa selecionar a melhor opção, de forma consciente e responsável. (III) Assistência ao Parto Hodiernamente, modificou-se a forma de assistir a este singular momento, em face do movimento denominado “humanização do parto”. Fortaleceu-se o respeito à princípios bioéticos - a exemplo da Autonomia - que inclui a possibilidade de escolha da via de parto, pela gestante. É o que se apreende de manifestações do Conselho Federal de Medicina (CFM) e do Conselho Regional de Medicina do Estado Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde42 do Ceará (CREMEC), respectivamente por meio da Resolução 2.144/2016 e do Parecer 09/2018 que entende ser “ético o médico atender à vontade da gestante de realizar parto cesariano, garantida a autonomia do médico, da paciente e a segurança do binômio materno-fetal”. Agindo assim, alicerça-se a aliança assistencial entre o profissional da saúde e a mulher. Ao analisarmos o tema sob o prisma do Direito Médico; é possível verificar, com clareza solar, numerosa normatização favorecendo a Saúde da Mulher. Entre estas, distinguimos: (a) Promoção do cuidado A lei 10.516/2002 instituiu a “Carteira Nacional de Saúde da Mulher”, determinando especial relevância à Prevenção e Controle do Câncer Ginecológico e de Mama. Ainda é destacado que os cuidados com a confidencialidade de determinados procedimentos serão mantidos entre profissional de saúde e usuária dos serviços, dentre outras orientações. (b) Violência Sexual A violência contra a mulher pode ser entendida como “uma relação de forças que convertem em desigualdade, as diferenças entre os sexos”. No Brasil, o estupro (tipificado no art. 213 do Código Penal) se localiza como crime frequente e exige atenção do profissional de Medicina para as condutas de assistência - profilaxia de gestação e Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), além do encaminhamento ao serviço de Medicina Legal para a produção da prova pericial com o escopo de responsabilizar o(s) agressor(es), tão próximo quanto possível do momento que o fato ocorreu. (c) Assistência a gestante Destacamos: - Lei11.804/2008 (lei dos “alimentos gravídicos”): determina que, assim que seja confirmada a gravidez, a gestante terá parte Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 43 dos custos decorrentes da gestação - da concepção ao parto - custeadas pelo futuro pai, na proporção dos recursos de ambos; - Lei 10.048/2000: determina que as gestantes possuem prioridade no atendimento do serviço público, além de assento preferencial no transporte coletivo e outros cuidados; - Lei 6.202/1975: na hipótese da gestante- estudante; determina que, a partir do oitavo mês de gestação e durante três meses, ficará assistida pelo regime de exercícios domiciliares; com execução de trabalhos e exames finais. Também poderá ser aumentado o período de repouso (antes e depois do pato). Estes intervalos temporais sempre serão solicitados com exibição do competente Atestado Médico. - Decreto-Lei 5.452/1943 - Consolidação das Leis do Trabalho (CLT): diversas seguranças trabalhistas, exclusivas da mulher, constam neste diploma legal. São exemplos o disposto no art. 391 (a gestação não constitui justa causa para rescisão do contrato de trabalho), art. 392 (direito à licença-maternidade de cento e vinte dias, sem prejuízo do emprego e do salário), art. 392-A (na guarda judicial, para fins de adoção de criança ou adolescente, também há concessão de licença-maternidade), art. 394-A (sem prejuízo de sua remuneração, deverá ser afastada de atividades consideradas insalubres, enquanto durar a gestação), art. 396 (para amamentar seu filho, até que este complete seis meses de idade, a mulher terá direito, durante a jornada de trabalho, a dois descansos especiais de meia hora), entre outros; - Ministério da Saúde (Portaria 1.067/2005 e Portaria 2.418/2005): asseguram o direito à assistência ao parto e ao puerpério realizados de forma humanizada e segura e o de escolher, junto à equipe médica, qual a melhor forma de parto. Também regulamenta a presença de acompanhante para mulheres em trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, nos hospitais públicos e conveniados com o Sistema Único de Saúde (SUS). Oportuno destacar, além da campanha “Março Amarelo” (que conscientiza sobre a Endometriose), algumas efemérides associadas a mulher: Dia Internacional da Mulher (08 de março), Dia Nacional da Mulher (30 de abril), Dia Mundial da Amamentação (01 de agosto) e Dia Internacional de Eliminação da Violência contra a Mulher (25 de novembro). In fine, é fundamental que profissionais da saúde estejam cientes e que mulheres estejam aptas a cobrar o fiel cumprimento do que foi exposto. Ao longo de séculos, estas e tantas outras garantias foram e continuam a ser lapidadas. Nas palavras da escritora e professora fluminense, Cecília Meireles: “faze-te, sem limites no tempo”. Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde44 OS DESAFIOS E AVANÇOS DA MULHER BRASILEIRA NA MEDICINA AUTORA: LUCIANA RODRIGUES SILVA Presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e 1ª vice- presidente da Associação Médica Brasileira (AMB) Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 45 A Medicina está cada vez mais feminina. Uma longa trajetória marca a presença das mulheres na profissão, que lutam para ocupar esse espaço e exercer a atividade com dedicação e excelência desde 1882, ano de validação do diploma da primeira médica no Brasil, dra. Maria Augusta Generoso Estrela. Desde então, milhares de outras doutoras contribuíram para a quebra de amarras históricas que impossibilitaram o exercício pleno, justo e igualitário da ocupação. Atualmente, as mulheres já são cerca de 46,6% dos profissionais da Medicina brasileira, segundo levantamento da Demografia Médica 2020 do Conselho Federal de Medicina (CFM). Esse índice vem aumentando progressivamente ano após ano, desde 2009, e é um reflexo do constante processo de qualificação feminina na graduação e no mercado de trabalho. A presença das mulheres na Medicina amplia a atuação do gênero frente aos debates, tomadas de decisões e no compromisso com o próximo. Entre os médicos com menos de 34 anos de idade, as mulheres já são maioria. Em 55 especialidades médicas, já respondem pela maioria em 19. Na Pediatria, por exemplo, as mulheres correspondem a 74,4% dos profissionais da área. Outros percentuais relevantes sobre a participação feminina podem ser observados na Dermatologia (77,9%); Endocrinologia e Metabologia (70,6%); Alergia e Imunologia (67,4%); e Genética Médica (66%). Estudiosos do tema chamam esse processo crescente das mulheres na Medicina de “feminização” da profissão. Os avanços recentes são motivos de orgulho para a sociedade e contribuem para um País mais solidário, vigoroso e empático com seus cidadãos. Na contramão dessas conquistas, no entanto, o Brasil ainda enfrenta questões problemáticas relacionadas ao gênero que precisam ser destacadas e refletidas. Em 2020, durante a pandemia de Covid-19, o País registrou mais de 105 mil denúncias de violência contra a mulher, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. A disparidade de gênero no mercado de trabalho ainda é uma realidade. Nos cargos de liderança, as mulheres representam apenas 34,7%, segundo estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Diante desse cenário tão hostil para as mulheres no País, a presença e contribuição das médicas para a defesa da Medicina, dos pacientes e da população como um todo, marca a paixão, responsabilidade e compromisso dessas profissionais para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Pela confiança e a proximidade com as famílias, os pediatras têm um papel fundamental: podem influenciar atitudes, esclarecer dúvidas, estimular gestos e alertar contra os abusos. No contato Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde46 com os pacientes, podem ajudar na formação de uma nova consciência: livre de preconceitos e de visões deturpadas, estimulando que os jovens e adultos de amanhã se comportem da forma adequada, com relação às mulheres e ao convívio em sociedade. Enfim, podem ser exemplos para as meninas e as adolescentes. Dessa forma é possível seguir um caminho para a construção de uma realidade diferente: sem violência, sem desigualdade, com diálogo, com solidariedade. Como já disse, enquanto cidadãos e pediatras, podemos ajudar nessa caminhada, porque sabemos que juntos fazemos não apenas uma Pediatra melhor, mas, principalmente, um mundo melhor. Esse protagonismo feminino na Medicina foi tema do novo projeto da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o PedTalks. O primeiro episódio da iniciativa apresentou os aspectos da carreira médica para a mulher e a importância dos papéis de liderança serem assumidos independentemente de raça, religião ou gênero. A transmissão está aberta para acesso do público no Youtube e Facebook da SBP e marca o esforço da instituição em apresentar diferentes histórias de evolução, luta, amor e coragem na Medicina. “Dessa forma é possível seguir um caminho para a construção de uma realidade diferente: sem violência, sem desigualdade, com diálogo, com solidariedade. Como já disse, enquanto cidadãos e pediatras, podemos ajudar nessa caminhada, porque sabemos que juntos fazemos não apenas uma Pediatra melhor, mas, principalmente, um mundo melhor. ” Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 47 VARIZES AUTOR: JULIO PECLAT - Vice Presidente da SBACV Nacional, Doutor pela UFRJ, Mestre pela Unirio CRM: 609748-RJ - RQE Nº: 32131 Embora as varizes sejam um tópico estudado e debatido dentro da comunidade científicahá décadas, não precisamos de muito além de uma noção de como funciona o sistema venoso para compreender como surgem e se desenvolvem. Enquanto o coração é uma grande bomba que empurra o sangue do centro do nosso corpo para as extremidades, as veias são os vasos encarregados de trazerem esse sangue Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde48 de volta. Contudo, para fazermos com que esse líquido retorne das pernas até o tórax, são necessárias algumas adaptações do nosso corpo para que consigamos vencer a gravidade. Entram, as válvulas venosas: pequenos feitos de engenharia dentro das nossas veias, que permitem com que o sangue suba rumo ao coração quando há um estímulo muscular, mas não deixam com que este drene novamente em direção aos pés. As varizes tem caráter hereditário muito marcante. A falha no retorno venoso acaba sendo causa e consequência muitas vezes. Nesses casos o sangue se acumula nos vasos das pernas (seguindo a lei da gravidade) e ocorre a dilatação dos mesmos. Varizes são veias dilatadas e tortuosas. As varizes são mais comuns em mulheres, e costumam aparecer já a partir dos 20 anos. De acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – SBACV, até 70% dos idosos possuem varizes em algum grau! Entre outros fatores de risco, destacam-se o sedentarismo e longos períodos em pé ou com as pernas paradas. Sua apresentação é variada, desde as “aranhas vasculares” (telangiectasias), até vasos de grosso calibre, dilatados, junto a inchaço, dor em queimação e sensação de peso nas pernas ao fim do dia. Em qualquer uma destas formas, é importante uma avaliação com um angiologista ou cirurgião vascular, uma vez que suas possíveis complicações incluem a Trombose Venosa Profunda (TVP) e a Úlcera Venosa. Atualmente, o médico já dispõe de um arsenal amplo de tratamento para essa doença, desde procedimentos realizados na própria clínica, utilizando tecnologia de ponta, até a cirurgia tradicional. De qualquer forma, o tratamento precoce é essencial para que haja melhor controle do quadro e evitemos possíveis complicações! E deixo uma dica para todos: Usem meias elásticas! Por mais que possam ser incômodas, sua função de compressão na panturrilha, ajuda muito no retorno venoso. “As varizes são mais comuns em mulheres, e costumam aparecer já a partir dos 20 anos. De acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – SBACV, até 70% dos idosos possuem varizes em algum grau! Entre outros fatores de risco, destacam-se o sedentarismo e longos períodos em pé ou com as pernas paradas ” Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 49 AUTORA: ERIKA GRECY Produtora de Conteúdo EVENTO VISA TRAZER ATUALIZAÇÕES TÉCNICAS COM GRANDES NOMES DA ÁREA Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde50 No dia 7 de agosto de 2021 será realizado o 16º Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva Pediátrica, CBMIP, evento 100% online que tem como principal objetivo promover um encontro entre especialistas experientes, acolhedores, cientes do papel fundamental de educadores e que desenvolvem uma sólida história da medicina intensiva pediátrica. De acordo com a Dra. Norma Suely Oliveira, presidente do evento e vice- presidente do Departamento Científico de Terapia Intensiva da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o congresso tem como tema trazer atualizações técnicas sobre sepse e o choque séptico. “Além disso, teremos outros temas que merecem atualização sobre as ferramentas diagnósticas disponíveis “Dra. Norma Suely Oliveira (CRM 3022-ES) Presidente do 16º Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva Pediátrica e vice-presidente do Departamento Científico de Terapia Intensiva da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Mestre em Doenças Infecciosas pela Universidade Federal do Espírito Santo (1998) e doutora em Pediatria e Ciências Aplicadas à Pediatria pela Universidade Federal de São Paulo (2004). Atualmente é professora adjunta na Universidade Federal do Espírito Santo (Departamento de Pediatria), Chefe da Unidade de Terapia Intensiva e Semi-intensiva Neonatal e Pediátrica do Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes da Universidade Federal do Espírito Santo (HUCAM/UFES). ” Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 51 e atuais condutas terapêuticas, como a Covid-19, o trauma de crânio, a ventilação não invasiva e a ventilação invasiva.” Ressalta a presidente do evento. A decisão pela programação online está em respeito ao isolamento e distanciamento social, onde a organização do CBMIP 2021 irá desenvolver diversas atividades científicas de alto nível, trazendo um programa atualizado com palestrantes renomados a nível Brasil e exterior.“Os convidados, tanto nacionais como internacionais, são especialistas extremamente comprometidos com a assistência qualificada, o ensino e a pesquisa do neonato, da criança e do adolescente em estado grave, atuando em todos os cenários, sejam eles em instituições públicas ou privadas.”, explica. “Os especialistas presentes no nosso encontro serão tanto da área médica dos cuidados intensivos neonatal e pediátrico, como também das áreas interligadas nesse tipo de cuidado (equipe multiprofissional).” Dra. Norma Suely explica também que todas atividades do Congresso são de suma importância na carreira dos especialistas que atuam tanto no serviço público ou privado, onde com a constante evolução na medicina, o CBMIP se propõe em levar o que há de melhor e mais atual aos congressistas. “Teremos muitas novidades ao longo do dia 7 de agosto, que será pleno e repleto de informações que deverão engatilhar outros modos de condução de diagnóstico e tratamento do paciente pediátrico em cuidados intensivos.”. enfatiza. Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde52 AUTORA: CONSELHEIRA DRA. ANA MARGARIDA ARRUDA ROSEMBERG Médica, Historiadora e Membro da Academia Cearense de Medicina CREMEC 1782 anamargarida50@uol.com.br @anamargaridaarrudarosemberg /anamargarida.arrudarosemberg RITA LOBATO A PRIMEIRA MÉDICA FORMADA NO BRASIL Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 53 Rita Lobato Velho Lopes, conhecida como Rita Lobato, filha de Rita Carolina Velho Lopes e Francisco Lobato Lopes, rico proprietário rural, nasceu prematura (7 meses), em 09/06/1866, no município de Rio Grande, RS, e faleceu em 06/01/1954, em Rio Pardo, RS, com 87 anos. Ainda criança, Rita manifestou o desejo de ser médica. Sua mãe faleceu com a idade de 41 anos, em consequência do parto de sua 14ª gestação, quando Rita tinha 17 anos. Essa tragédia familiar fez com que a busca do sonho de ser médica, acalentado por Rita, superasse todas as barreiras impostas às mulheres e ela abraçasse a obstetrícia. No século XIX, as mulheres encontravam grandes dificuldades para estudar medicina no Brasil, na Europa e no Estados Unidos. Somente em 1881, a carioca Maria Augusta Generoso Estella tornou-se a primeira mulher médica, no Brasil e na América do Sul, ao concluir o curso de medicina no New York Medical College and Hospital for Women. Em 1879, quando foi aprovada a “Reforma de Leôncio de Carvalho” e assinado o “Decreto Imperial nº 7247”, de 19 de abril de 1879, pelo Imperador D. Pedro II, passou a ser proibida a discriminação contra as mulheres no ensino superior do Brasil. Através desse decreto, em vigência a partir de 1881, as mulheres passaram a ter acesso às Faculdades de Medicina. No mesmo ano de 1881, Ambrosina Magalhães e Augusta Castelões Fernandes matricularam-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Em 1982, foi a vez de Josefa A. F. Mercedes de Oliveira;em 1883, Elisa Borges Ribeiro; em 1884, Rita Lobato Velho Lopes, Antonieta César Dias, Ermelinda Lopes de Vasconcelos e Maria Amélia Cavalcante de Albuquerque. Após cursar dois anos do curso médico, no Rio de Janeiro, Rita Lobato mudou-se com a família para Salvador, matriculando- se na Faculdade de Medicina da Bahia, onde concluiu o curso, em dezembro de 1887, com a tese “Paralelo entre os Métodos Preconizados na Operação Cesariana”. Lutando contra todas as restrições, Rita conseguiu obter o diploma de médica em quatro anos, tempo recorde, antes de suas colegas gaúchas que estudavam medicina na faculdade do Rio de Janeiro. Essas estudantes pioneiras desmistificaram as teorias positivistas, deterministas, evolucionistas e higienistas que associavam a mulher a fragilidade moral e intelectual. Rita tornou-se a primeira mulher a se formar em medicina numa escola brasileira, a segunda da América Latina e a primeira vereadora do Rio Grande do Sul. Sua mãe, que faleceu quatro anos antes de sua formatura, deixou um conselho que Rita carregou consigo e aplicou ao exercer a profissão: “Minha filha, se fores médica Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde54 algum dia, praticas sempre a caridade”. Em 1889, Rita Lobato casou-se com o advogado Antônio Maria Amaro de Freitas, um primo com quem namorava desde a adolescência. Com ele, Rita teve uma filha, Ísis. Antônio Maria faleceu, em1926, e Rita Lobato, em 1954, com quase 90 anos de idade e uma vida dedicada à medicina. Em 1967, em reconhecimento ao seu pioneirismo, foi emitido um selo em sua homenagempelo “Correio do Brasil”. Em 5 de outubro de 2010, o prédio da FMB/UFBA, no campus do Canela, passou a ser chamado de “Pavilhão de Aulas da Faculdade de Medicina da BahiaDoutora Rita Lobato Velho Lopes”, em uma justa homenagem à primeira médica formada na “Faculdade do Terreiro” e no Brasil. REFERÊNCIAS https://prodoctor.net/blog/presenca- das-mulheres-na-medicina-historia-de- conquistas/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Rita_ Lobato https://www.revistas.usp.br/revhistoria/ article/view/130701 “Ainda criança, Rita manifestou o desejo de ser médica. Sua mãe faleceu com a idade de 41 anos, em consequência do parto de sua 14ª gestação, quando Rita tinha 17 anos. Essa tragédia familiar fez com que a busca do sonho de ser médica, acalentado por Rita, superasse todas as barreiras impostas às mulheres e ela abraçasse a obstetrícia. ” https://revistas.pucsp.br/index.php/ hcensino/article/view/6435 file:///C:/Users/anama/AppData/ Local/Temp/130701-Texto%20do%20 artigo-248575-1-10-20170406.pdf https://www.scielo.br/pdf/jbpml/v39n1/ v39n1a00.pdf Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 55 A XIX BIENAL DA ACADEMIA CEARENSE DE MEDICINA EM ORGANIZAÇÃO AUTOR: CONSELHEIRO ACAD. PROF. DR. MARCELO GURGEL CARLOS DA SILVA Médico e membro das Academias Cearenses de Medicina e de Saúde Pública CREMEC Nº 2412, RQE Nº 589 marcelo.gurgel@uece.br Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde56 os membros da Comissão Organizadora, e acordou-se a utilização da Sala Virtual, via Plataforma Zoom, gentilmente oferecida pela acadêmica Ana Margarida Arruda Rosemberg, para as reuniões regulares ou extraordinárias preparatórias da XIX Bienal da ACM. Foi uníssona a acolhida da Covid-19 como tema central da próxima Bienal, cuja programação científica gravita ou focaliza os variados aspectos dessa pandemia. Os títulos e as modalidades das exposições resultaram das múltiplas Tão logo expirou o mandato da gestão 2018-20 da Academia Cearense de Medicina (ACM), a Diretoria subsequente, eleita para o Biênio2020-22, tomou inciativas no intuito de preparar a sua Bienal, sempre realizada no mês de maio dos anos ímpares. Cumprindo o regramento da ACM, o atual Presidente Pedro Henrique Saraiva Leão delegou ao vice- presidenteJanedsonBaima Bezerraa responsabilidade de organizar e presidir a XIX Bienal da ACM, que ocorrerá em Fortaleza de 10 a 12 maio de 2021. Para tanto, o acad. JanedsonBaima Bezerrainstituiu a Comissão Organizadora composta por membros da Diretoria Científica e por confrades convidados,mais afeitos ao tema central do evento. De antemão, ciente das medidas restritivas de deslocamento das pessoas, vigentes na ocorrência da pandemia do novo coronavírus no País, que dificultavam a feitura de reuniões presenciais, a Comissão Organizadora estabeleceu que as suas reuniões fossem conduzidas sempre de forma virtual, revogando-se tal dispositivo, se possível, quando as condições sanitárias fossem condizentes aos encontros presenciais, o que ainda não aconteceu e não se vislumbra alterar nos meses vindouros. De forma operacional, foi montado um grupo de WhatsApp específico para tratar da bienal, o que facilita a comunicação entre “De forma operacional, foi montado um grupo de WhatsApp específico para tratar da bienal, o que facilita a comunicação entre os membros da Comissão Organizadora, e acordou- se a utilização da Sala Virtual, via Plataforma Zoom, gentilmente oferecida pela acadêmica Ana Margarida Arruda Rosemberg, para as reuniões regulares ou extraordinárias preparatórias da XIX Bienal da ACM. ” Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 57 sugestões propostas pelos acadêmicos, de tal maneira que o programa se configurou uma construção coletiva e plenamente enriquecedora. De princípio, como estava sendo articulada com bastante antecedência, ainda se cogitara a possibilidade de se produzir um evento presencial, ou algo híbrido, quando a pandemia dava sinais de arrefecimento. No entanto, a incerteza do percurso da doença, validada pelos informes epidemiológicos, apesar da tendência de declínio das cifras após o mês de maio passado, deliberou-se pela opção exclusivamente virtual. Essa decisão foi inteiramente acertada diante do recrudescimento das taxas de incidência e de mortalidade pelo novo coronavírus, experimentadas depois das recentes eleições municipais e acentuadas na sequência dos festejos de final do ano de 2020. Dadas a envergadura e a riqueza da programação traçada, contando com expositores de escol, e a franquia de acesso aos muitos participantes previstos, a ACM contratou uma empresa detentora de boa infraestrutura e expertise na transmissão de congressos e encontros científicos, sociais e culturais, o que avaliza uma expectativa de sucesso dessa empreitada da ACM. Que todos os interessados possam ter proveitosos momentos de aprendizados e de trocas de experiência na Bienal que tratará detemática da maior importância atual. Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde58 SOPRO DE LUZ: A 37ª ANTOLOGIA DA SOBRAMES/CE AUTOR: CONSELHEIRO ACAD. PROF. DR. MARCELO GURGEL CARLOS DA SILVA Médico e membro das Academias Cearenses de Medicina e de Saúde Pública CREMEC Nº 2412, RQE Nº 589 marcelo.gurgel@uece.br Revista Digital Jornal do Médico, Ano II, Nº 11/2021 [Março] Mulheres na Saúde 59 sentido, houve colegas sobramistas que bem aproveitaram o isolamento a que foram sujeitos para escrever e atualizar obras, sendo oportuno citar o caso do nosso presidente Arruda Bastos que, de forma contínua, redigiu o seu diário da quarentena, divulgando as crônicas produzidas no Blog da Sobrames/CE e nas mídias sociais. Adespeito de tudo isso narrado acima, a sequência de Antologias da Sobrames/CE alcançou em 2020 a sua 37ª edição, exibindorobustez e consistência O cenário perturbador de um ano atípico, fruto da pandemia ora em curso, de efeitos catastróficos globais, e diante das incertezas, do para “quando setembro vier”, levou a Comissão Organizadora local, de comum acordo com a direção da Regional
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