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Bens Públicos Prof. Dr. Jean Paolo Simei e Silva Sumário de aula 1. Bens públicos I. Conceito II. Evolução 2. Classificação dos bens públicos I. A classificação do Código Civil (2002) a. Bens de uso comum b. Bens de uso especial c. Bens dominicais 3. Polícia dos bens públicos 4. Uso dos bens públicos pelos particulares 1. Bens públicos I. Conceito de bens públicos Bens Públicos são bens de titularidade do Estado, necessários ao desempenho de funções públicas, submetidos a um regime jurídico de direito público. Titulares de bens públicos: União, Estado e Municípios (administração direta); Entidades da administração indireta: autarquias e fundações dotadas de personalidade jurídica pública. Posições doutrinárias divergentes em relação a empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações de personalidade jurídica privada, com tendência ao predomínio da posição de publicização do regime de bens públicos. Empresa concessionária de serviços públicos pode ser titular de bem público? Sim, mas apenas enquanto seus bens estiverem afetados à prestação do serviço público. Entidade da Administração Indireta pode ser titular de bem de uso comum do povo (ex: praças e vias públicas)? Não. Bens de uso comum do povo são inerentemente de titularidade de pessoas políticas. I. Conceito de bens públicos Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado. (Código Civil de 2002) Todos os bens públicos submetem-se ao mesmo regime jurídico de direito público? Não. O regime jurídico dependerá de diversos fatores, com destaque para a destinação dada ao bem e a atividade desempenhada pela pessoa jurídica estatal, seja ela de direito público, seja ela de direito privado etc. Há alguma característica comum a todos os bens públicos, independentemente do seu regime jurídico? Sim. Bens públicos não estão sujeitos a usucapião (são imprescritíveis). E também não estão sujeitos a uma relação de domínio própria do direito privado (o titular do bem não pode dar a ele o destino que bem entender). I. Conceito de bens públicos Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. Parágrafo 3° - Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. Parágrafo Unico - Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. (Constituição Federal) Bens públicos móveis estão sujeitos ao usucapião? Não. Embora o texto constitucional só se refira a bens imóveis, o art. 102 do CCB não faz distinção entre bens móveis e imóveis, estabelecendo que bens públicos não estão sujeitos ao usucapião. II. Evolução do conceito de bem público Antiguidade: Compartilhamento dos bens por todos os membros da sociedade Roma: Parcela de bens reservada à urbe Revolução Francesa: Bens de “domínio da nação” (bens de uso comum) Estado moderno: Incorporação dos bens de uso dominical (bens de propriedade do Estado) Domínio eminente FONTE: MARQUES NETO, Pp. 60,83 MEDAUAR, Pp. 236 Domínio Eminente O domínio eminente não tem caráter patrimonial, ou seja, não se refere à propriedade estatal relativa aos seus próprios bens, mas diz respeito ao poder geral do Estado acerca de tudo quanto esteja nos seus limites territoriais, por conta de sua soberania. O Estado não é proprietário de tudo, mas é detentor da disponibilidade potencial, exatamente em face de seu poder soberano. O domínio eminente abarca os bens públicos, os bens privados e os bens não sujeitos ao regime normal de propriedade, a exemplo do espaço aéreo e das águas, incluindo o mar territorial. Domínio eminente 2. Classificação dos bens públicos I. A classificação do Código Civil Art. 99. São bens públicos: I.- os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; II.- os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; III.- os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. (Código Civil de 2002) I. A classificação do Código Civil Bens públicos Uso Comum (Art. 99, I, CC) Utilização corrente de toda a comunidade (praças, ruas etc.). Não estão submetidos à fruição privada de ninguém. Uso especial (Art. 99, II, CC) Utilização para cumprimento das funções públicas (repartições estatais, serviços públicos) Dominicais (Art. 99, III, CC) Utilização pelo Estado para fins econômicos, tal como o faria um particular (imóveis desocupados etc.). Características dos bens de uso comum São de fruição ampla e isonômica: podem ser usados e fruídos, geralmente de forma gratuita, por toda a coletividade, de forma proporcional e em igualdade de condições; Ente político titular do bem do uso comum dispõe de competência para disciplinar sua destinação; O ente estatal titular do bem de uso comum é investido de um poder-dever de assegurar a compatibilização entre fruição individual e a preservação da sua integridade por meio da polícia administrativa – estabelecimento de restrições e condicionamentos à fruição individual do bem. Regime Jurídico dos bens de uso comum São indisponíveis (não podem ser usados e fruidos por seu titular); São inalienáveis, enquanto conservarem esta qualificação; São impenhoráveis (não podem ser utilizados para satisfação de dívidas constantes de precatórios judiciais), enquanto conservarem esta qualificação. São não onerosos (não podem ser oferecidos como garantia para a satisfação de um crédito), enquanto conservarem esta qualificação. I. a) Bens de uso comum Bens de Uso Comum de Titularidade da União (relação não exaustiva) Bens de Uso Comum de Titularidade dos Estados (relação não exaustiva) Bens de Uso Comum de Titularidade dos Municípios (relação não exaustiva) • lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos marginais e praias fluviais; • plataforma continental; • praias marítimas; • ilhas sob o domínio da União; • mar territorial; • cavidades naturais subterrâneas. pelos índios. • águas superficiais subterrâneas, emergentes e em ou fluentes, depósito (exceto as decorrentes de obras da União); • áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União , Municípios ou terceiros; as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União; • bens que atualmente pertencem à União e aos que a ela vierem ser atribuídos que sejam de uso • comum (exemplos: rodovias); • terras tradicionalmente ocupadas • bens que atualmente pertencem aos Estados ou ao DF ou que a eles vierem ser atribuídos que sejam de uso comum (exemplos: rodovias). • áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Estados ou terceiros; • bens que atualmente pertencem aos Municípios e ao DF ou que a eles vierem ser atribuídos que sejam de uso comum (exemplos: ruas e avenidas). I. a) Bens de uso comum I. a) Bens de uso comum Recursos ambientaisque não são de uso e fruição comum são bens públicos? Sim. Embora a Constituição expressamente se refira ao meio ambiente como bem de uso comum do povo (art. 225), alguns recursos ambientais não são, na prática, de uso e fruição do povo. A necessidade de proteger recursos ambientais ameaçados tem propiciado, em muitos casos, a restrição absoluta à sua fruição. Exemplo: reserva biológica, sítio arqueológico e pré-histórico. Obras de arte de domínio do Estado são bens de uso comum do povo? Sim. Bens móveis também podem ser bens de uso comum do povo. A atmosfera – ar que respiramos – é bem de uso comum do povo? No passado, a atmosfera era concebida como insuscetível de apropriação e, portanto, não figurava como bem público. No entanto, a necessidade de todos os seres humanos de respirar fez com que a atmosfera fosse reconhecida como um bem de uso comum do povo. I. a) Bens de uso comum A Administração pode exigir contraprestação (remuneração) pelo uso deste tipo de bem? Sim. Essa contraprestação normalmente é exigida para custear a polícia estatal sobre os bens de uso comum, consubstanciada em atividades de regulação, fiscalização e aplicação de medidas coercitivas visando a conservação da coisa pública e a proteção do usuário. Exemplo: cobrança de estacionamento rotativo – zona azul – em áreas públicas; cobrança de ingresso em parque público. Bens de uso comum do povo podem ser alienados? Sim, mas somente quando submeterem-se à desafetação (ato estatal unilateral, cuja formalização depende de autorização legislativa, por meio do qual o Estado altera o regime jurídico aplicável ao bem). Exceção: terras devolutas e arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, que serão sempre indisponíveis (art. 225, par. 5º da CF). I. a) Bens de uso comum Afetação de Bens Particulares mediante desapropriação A afetação de bens particulares (submissão destes bens ao regime jurídico de direito público) decorrente de desapropriação pode ser discutida judicialmente? Em outras palavras, particulares podem reivindicar restituição de posse de bem que tenha sido afetado, mediante desapropriação, para a constituição de bem de uso comum (exemplo: construção de via pública cortando propriedade privada)? Sim. A reivindicação da restituição de posse é admitida quando a Administração tiver promovido desapropriação de fato (desapropriação sem ato administrativo formal e sem observância dos procedimentos estabelecidos na Lei de Desapropriações – Decreto-Lei n. 3.365). A desapropriação de fato não encontra guarida na Constituição de 1.988. No entanto, cabe observar que o art. 35 do Decreto-lei n. 3.365 também tem sido interpretado pela doutrina e jurisprudência no sentido de admitir a afetação fática. AFETAÇÃO: Significa a atribuição fática ou jurídica de finalidade pública, geral ou especial, ao bem público. DESAFETAÇÃO: É a retirada, fática ou jurídica, da destinação anteriormente atribuída ao pública bem público. FONTE: OLIVEIRA, p. 672 I. b) Bens de uso especial Características dos bens de uso especial Aplicados ao desempenho das atividades estatais, configurem elas ou não serviço público; móveis necessários ao Abrangem bens imóveis (repartições estatais) e bens desempenho da atividade administrativa estatal; Podem ser de titularidade de pessoa pública ou privada. Regime Jurídico dos bens de uso especial São indisponíveis (não podem ser usados e fruidos por seu titular); São inalienáveis, enquanto conservarem esta qualificação; São impenhoráveis (não podem ser utilizados para satisfação de dívidas constantes de precatórios judiciais), enquanto conservarem esta qualificação. São não onerosos (não podem ser oferecidos como garantia para a satisfação de um crédito), enquanto conservarem esta qualificação. Bens de Uso Especial de Titularidade da União (relação não exaustiva) Bens de Uso Especial de Titularidade dos Estados (relação não exaustiva) Bens de Uso Especial de Titularidade dos Municípios (relação não exaustiva) • Faixa de fronteira, considerada fundamental para defesa do território nacional (art. 20, par. 2); • Terras devolutas necessárias a necessárias a defesa certos fins públicos (ex: de fronteiras - art. 20, II) ; • Terrenos de marinha (art. 20, VII); • Terrenos acrescidos; • Potenciais de energia hidráulica (art. 20, VIII;) • Terras devolutas necessárias à proteção de ecossistemas naturais. • Bens móveis domínio dos Estados e do DF afetados a funções públicas. e imóveis de • Bens móveis e imóveis de domínio dos Municípios e do DF afetados a funções públics I. b) Bens de uso especial Bens de uso especial podem ter seu enquadramento alterado? Sim, mas somente quando submeterem-se à desafetação (ato estatal unilateral, cuja formalização depende de autorização legislativa, por meio do qual o Estado altera o regime jurídico aplicável ao bem). Particulares podem reivindicar restituição de posse de bem que tenha sido afetado, mediante desapropriação, para a constituição de bem de uso especial (exemplo: construção de repartição pública em antiga propriedade privada)? Sim. A reivindicação da restituição de posse é admitida quando a Administração tiver promovido desapropriação de fato (desapropriação sem ato administrativo formal e sem observância dos procedimentos estabelecidos na Lei de Desapropriações – Decreto-Lei n. 3.365). A desapropriação de fato não encontra guarida na Constituição de 1988. Os bens das empresas estatais prestadoras de serviços públicos submetem-se ao regime jurídico próprio dos bens de uso especial? Sim. Este é o entendimento jurisprudencial do STF mais recente. Cf. RE n. 220.906, Pleno. Rel. Min. Maurício Corrêa. Julg. 16.11.2000. DJ, 14 nov. 2002. e Resp n. 447.867, Rel. Min. Eliana Calmon. Julg. 2.10.2003. DJ, 28 out. 2003. I. b) Bens de uso especial I. c) Bens dominicais Características dos bens dominicais Identificação excludente: bens de titularidade estatal que não se enquadram nas categorias de uso comum do povo e de uso especial; Tratam-se de bens móveis e imóveis que se encontram na titularidade estatal, mas que não se constituem em efetivo instrumento de satisfação de necessidades coletivas; Embora possam ser ociosos (ex: terras e imóveis sem destinação específica), também podem ser utilizados pelo Estado com o objetivo de obter renda, seja por meio de investimentos (ex: reservas em moeda estrangeira), seja por meio de exploração de atividade econômica (ex: exploração de minérios); Podem ser alienados, observados os requisitos legais; Uso privativo de bens dominicais pode ser celebrado mediante contratos de locação, arrendamento e comodato. I. c) Bens dominicais Requisitos para alienação dos bens dominicais (art. 17 a 19 da Lei Federal nº 8.666/1993) Demonstração de interesse público; Avaliação patrimonial prévia; Licitação prévia, exceto nos casos de dação em pagamento, doação, permuta, investidura e venda a outro órgão ou entidade da administração pública, bem como alienação no âmbito de programas habitacionais e de regularização fundiária; Podem ser alienados, observados os requisitos legais; depende de autorização legislativa prévia (somente para bens imóveis pertencentes a órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais). Bens Dominicais Ociosos Pessoa Jurídica de Direito Público Pessoa Jurídica de Direito Privado Utilizados para exploração econômica Pessoa Jurídica de Direito Privado (empresa estatal) Obs.: Somente pessoas jurídicas de direito privado (empresas estatais) podem utilizar bens dominais para exploração econômica. I. c) Bens dominicais Bens Dominicais de Titularidade da União (relação não exclusiva) Bens Dominicais de Titularidade dos Estados (relação não exclusiva) Bens Dominicais de Titularidade dos Municípios (relação não exclusiva) da • terrenos de Marinha; • recursos naturais plataforma continental e da zona econômica exclusiva;• recursos minerais; • jazidas e demais recursos minerais; • ilhas não afetadas. não são povo e • bens que comum do especial pertencentes ao de uso • bens de uso que não são comum de uso do povo e de uso especial pertencentes ao domínio dos Municípios e do DF; domínio dos Estados e do DF; • terras devolutas de titularidade dos Estados e do DF em cujo • território se localizem. terras devolutas de titularidade dos Municípios e do DF em cujo território se localizem. I. c) Bens dominicais Existem bens dominicais indisponíveis? Sim. Ex: terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção de ecossistemas naturais (art. 225, par. 5º da CF). Bens dominicais podem ter seu enquadramento alterado? Sim. Um imóvel baldio de propriedade estatal pode ser transformado em praça ou nele haver a edificação de uma repartição pública. Este fenômeno é denominado de afetação do bem. O reenquadramento de um bem dominical depende de ato administrativo formal? Entendimento majoritário: admite-se a possibilidade da “afetação de fato” (afetação consolidada por circunstâncias fáticas, sem ato formal precedente, para bens afetados anteriormente à vigência da Constituição de 1988). I. c) Bens dominicais Há incidência de impostos sobre bens dominicais? Apenas quando o bem for destinado à exploração de atividade econômica. Bens dominicais são penhoráveis? Entendimento não é pacífico. Há incerteza jurisprudencial e doutrinária acerta do tema. Há quem entenda que a Constituição Federal não permite a execução direta contra a Fazenda Pública, mesmo no caso de bens dominicais. Há, no entanto, um número cada vez mais frequente de atores que sustenta o contrário. I. c) Bens dominicais 3. Polícia dos bens públicos Polícia dos bens públicos Pode a Administração adotar, por si própria, medidas de força para reintegrar a posse de bens públicos tomados por terceiros? O ato de reintegração de posse, é autoexecutório (apto a “obter a satisfação de um direito ou dirimir um litígio sem a intervenção do poder judiciário, produzindo os atos materiais necessários a obter o bem da vida buscado” (JUSTEN FILHO, 2014, p. 413))? “O regime jurídico dos bens públicos e a necessidade de preservá-los para que o interesse público não seja prejudicado acarretam para a Adminsitração prerrogativas e ônus nessa matéria. Na doutrina, o conjunto de tais prerrogativas e ônus vem recebedo a denominação de polícia dos bens públicos ou polícia do domínio público. (...) Para preservação os bens contra apropriação e terceiros, a Adminsitração poderá adotar medias fortes, por si própria, utilizando mesmo a força, para retirá-los de quem os detenha ilegalmente; para alguns autories, tal conduta da Administração seria um desdobramento do princípio da autoexecutoriedade. (...) (MEDAUAR, P. 286). Polícia dos bens públicos Polícia dos bens públicos Parecer Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo: BENS PÚBLICOS. PODER DE POLÍCIA. Autotutela administrativa. Autoexecutoriedade de atos administrativos necessários à manutenção ou retomada da posse, a qualquer tempo, de bens públicos de uso comum ou especial. Bens Públicos jungidos aos ditames do Direito Público. Inaplicabilidade da restrição temporal estabelecida no §1º, do artigo 1210 do Código Civil. Utilização de força policial. Precedentes: Parecer PA nº 29/2008 e GPG/Cons nº 37/2014. (...) vê-se, pois, que o exercício da autotutela, pela Administração Pública, na defesa da posse de bens públicos, não é algo novidadeiro. Ao contrário, está sedimentada no Direito Administrativo brasileiro, encontrando esteio, ainda, no direito comparado. (...) Dirigindo-me à conclusão deste parecer posso afirmar, sem dúvidas, e com esteio na melhor doutrina, jurisprudência e precedentes pareceres da Procuradoria-Geral do Estado, que à Administração Pública é facultado manter ou retomar a posse de seus bens em caso, respectivamente, de turbação ou esbulho, independentemente de ordem judicial. Se até mesmo ao particular é excepcionalmente garantida, em caso de turbação ou esbulho, o exercício da autotutela, certamente a Administração Pública também poderá exercê-la. (Parecer AJG nº 193/2016, aprovado pelo PGE em 10.05.2016) JURISPRUDÊNCIA: CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. REINTEGRAÇÃO DE POSSE. BEM PÚBLICO. IPHAN. INVASÃO DE TERRA POR DIVERSAS PESSOAS. IMPOSSIBILIDADE DE CITAÇÃO DE CADA INDIVÍDUO. OCUPAÇÃO IRREGULAR DE IMÓVEL PÚBLICO. ART. 71 DO DECRETO-LEI Nº 9.760/46. IMPOSSIBILIDADE DE USUCAPIR BEM PÚBLICO. ART. 183, PARÁGRAFO 3º, DA CF. TENTATIVA DE REALOCAR AS FAMÍLIAS EM ALBERGUES, RECUSADA PELOS MORADORES. 1. Apelação do particular em face da sentença que julgou procedente a reintegração de posse em favor do IPHAN, em razão de imóvel público que havia sido irregularmente ocupado por moradores de rua. 2. Preliminar de nulidade por ausência de citação de todos os moradores afastada, já que, quando se verifica modificação do quadro fático em razão da transitoriedade dos ocupantes, não há necessidade de indicação, no polo passivo de ação possessória, de todos os envolvidos. Precedente do STJ (RESP 200100744038, 4T, Rel. Min. Jorge Scartezzini, DJ 17/12/2004). 3. "O ocupante de imóvel da União sem assentimento desta, poderá ser sumariamente despejado e perderá, sem direito a qualquer indenização, tudo quanto haja incorporado ao solo, ficando ainda sujeito ao disposto nos arts. 513, 515 e 517, do Código Civil." (art. 71 do Decreto-Lei nº 9.760/46) 4. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião (art. 183, parágrafo 3º, da CF). 5. A desocupação foi acompanhada do auxílio de assistentes sociais, que ofereceram albergues às famílias que estavam no imóvel reintegrado. Todavia, tal oferta foi recusada, consoante certidão de reintegração de posse constante nos autos (fl. 181). 6. Não há que se falar em ilegalidade na reintegração liminar na posse, por ser a posse de mais de um ano e dia, uma vez que o apelado comprovou a presença dos requisitos elencados no art. 273, do CPC, preenchendo as condições já admitidas pela jurisprudência. Tal ponto, inclusive, já foi tratado e decidido no agravo de instrumento interposto contra a decisão que deferiu a liminar. 7. Apelação a que se nega provimento. (AC 00000196620124058000, Desembargador Federal Élio Wanderley de Siqueira Filho, TRF5 - Terceira Turma, DJE - Data::05/11/2014 - Página::53.) Invasão e usucapião dos bens públicos Invasão e usucapião dos bens públicos “Apesar do entendimento dominante na doutrina e na jurisprudência, que afirmam a imprescritibilidade de todos os bens públicos, entendemos que a prescrição aquisitiva (usucapião) poderia abranger os bens públicos dominicais ou formalmente públicos, tendo em vista que: a) Esses bens não atendem à função social da propriedade pública, qual seja, o atendimento das necessidades coletivas (interesses públicos primários), satisfazendo apenas o denominado interesse público secundário (patrimonial do Estado); b) Em razão da relativização do princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado por meio do processo de ponderação de interesses, pautado pela proporcionalidade, a solução do conflito resultaria na preponderância concreta dos direitos fundamentais do particular (dignidade da pessoa humana e direito à moradia) em detrimento do interesse público secundário do Estado (o bem dominical, por estar desafetado, não atende às necessidades coletivas, mas possui potencial econômico em caso de eventual alienação).” (OLIVEIRA, P. 650). 4. Uso de bens públicos por particulares Uso de bens públicos por particulares: institutos genéricos Uso de Bens Públicos por Particulares Autorização de uso Prazos curtos. Ato unilateral e precário, revogável a qualquer tempo, sem necessidade de indenização. Independe de autorização legislativa e licitação. Ex: uso de área municipal para instalação de circo. Permissão de uso Prazo determinadoou indeterminado (normalmente continuado). Ato unilateral e discricionário. Independe de autorização legislativa e licitação. Ex: concessão de banca de jornal em via pública. Concessão de uso Contrato administrativo com prazo determinado. Gera direito à indenização. Depende de autorização legislativa e licitação. Ex: boxes em mercados municipais. Admite concessão de uso especial para fins de moradia. Concessão de Direito real de uso Tempo certo ou indeterminado. Remunerada ou gratuita. Depende de autorização legislativa e exige licitação, salvo exceções. Ex: regularização da situação fundiária de interesse social. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 28ª Ed. São Paulo: Atlas, 2015. OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende. Curso de direito administrativo. 5ª.Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017. MARQUES NETO, Floriano. Bens públicos. 1ª Reimpr. Belo Horizonte: Fórum, 2014 MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno. 18ª Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014. Referências Licitação Prof. Dr. Jean Paolo Simei e Silva Questões para debate Acerca dos bens públicos, assinale a opção correta. (a) Segundo a CF, as terras devolutas ou arrecadadas pelos estados por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais, são bens indisponíveis. (b) Os bens públicos dominiais estão fora do comércio jurídico do direito privado. (c) Segundo a orientação da doutrina, os bens públicos podem sofrer desafetação tácita pelo não-uso. (d) Os potenciais de energia hidráulica são bens públicos pertencentes aos estados onde se encontrem No que diz respeito aos bens públicos, é INCORRETO afirmar que (a) a inalienabilidade consiste na regra geral de que os bens públicos não podem ser alienados. (b) a proibição de alienar bens públicos de uso comum do povo não admite ressalvas. (c) observadas as exigências legais, os bens públicos dominicais podem ser alienados. (d) os bens públicos, quando comparados com os bens privados, têm um tratamento peculiar no ordenamento jurídico. 1. Licitação I. Conceito de licitação Licitação é um procedimento administrativo destinado à seleçao da melhor proposta dentre as apresentadas por aqueles que desejam contratar com a Administraçao Publica. Esse instrumento estriba-se na ideia de competição a ser travada, isonomicamente, entre os que preenchem os atributos e as aptidoes, necessarios ao bom cumprimento das obrigaçoes que se propoem assumir. Análise crítica: Procedimento: a natureza jurídica da licitação é uma sequência formal ordenada de atos administrativos; Administrativo: instituto pertencente ao Direito Administrativo; Obrigatório para entidades governamentais: é um dever do Estado, não extensivo às empresas e pessoas privadas; Mediante convocação de interessados: a licitação é aberta a todos aqueles que queiram concorrer à celebração de um contrato com o Estado, desde que preencham as condições de participação definidas no instrumento convocatório. A participação no procedimento licitatório é sempre facultativa para o particular; I. Análise crítica (continuação) Análise crítica: Por meio de competição: a licitação é uma disputa entre interessados em contratar com o Estado; Fornecer bens ou serviços, construir obras, assim como locar ou adquirir bens públicos: a realização de prévio procedimento licitatório é obrigatória para celebração de contratos administrativos, salvo as exceções legais. Visa a celebrar contrato administrativo: o objetivo final do procedimento licitatório é a celebração de um contrato administrativo entre o vencedor do certame e a Administração Pública; Com quem oferecer a melhor proposta: nem sempre o preço mais baixo é determinante para a decretação do vencedor no certame licitatório. Cabe ao instrumento convocatório da licitação preestabelecer o critério para definição da melhor proposta, denominado tipo de licitação, podendo ser menor preço, melhor técnica, técnica e preço, maior lance ou menor oferta. I. Fundamentação Art. 37, XXI CRFB/88 – dever de licitar Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) I. Fundamentação (continuação) Normas Gerais de Licitação Pública: Lei Federal nº 8.666/1993 Lei Federal nº 10.520/2002 (modalidade pregão) Legislação Especial: • Lei nº 8.987/1995 (Concessões e Permissões) • Lei nº 114.079/2004 (PPP) • Lei nº 12.462/2011 (RDC - Regime Diferenciado de Contratações Públicas) • Lei nº 12.232/2010 (Publicidade por ME e EPP) • Lei nº 13.303/2016 (Estatais) • Lei nº 13.334/2016 (PPI - Programa de Parcerias de Investimentos) I. Finalidade Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (Lei nº 8.666/1993) As três finalidades do processo licitatório: o A observância da isonomia como causa e como finalidade da licitação pública; o A seleção da proposta mais vantajosa; o A promoção do desenvolvimento nacional sustentável. I. Dever de licitar a) órgãos da administração direta; b) fundos especiais (maior erro da lei pq. não são pessoas jurídicas); c) autarquias; d) fundações públicas; e) empresas públicas; f) sociedades de economia mista; g) demais entidades controladas direta ou indiretamente pelas entidades federativas. I. Não precisam licitar 1) concessionários e permissionários de serviço público; 2) empresas privadas. Casos especiais: Conselhos de classe (OAB, CRM, CREA): são “autarquias corporativas” (ligadas à Adm. Pública Indireta) mas não devem licitar. Organizações sociais: quando são contratadas há dispensa. Oscips (3º setor): só licitam para aplicação de recursos e bens repassados diretamente pela União. Sistema “S”: entendimento do TCU de que não se sujeitam à lei 8666/93. Licitação Aula 3 Prof. Dr. Jean Paolo Simei e Silva 1. Princípios I. Princípios gerais qLegalidade (art. 37, CF; arts. 3º. e 4º., da Lei 8.666/1993 e art. 31, da Lei 13.303/2016) qImpessoalidade (art. 37, CF; art. 3º. da Lei 8.666/1993 e art. 31, da Lei 13.303/2016) qMoralidade (art. 37, CF; art. 3º. da Lei 8.666/1993 art. 31, da Lei 13.303/2016) qPublicidade (art. 37, CF e arts. 3º., § 3º., 4º. e 43, § 1º., da Lei 8.666/1993) qEficiência (art. 37, CF – não consta da lei 8.666/1993, por ser anterior à EC 19/1998, art. 31, da Lei 13.303/2016) qEX:RE 422591 / RJ - RIO DE JANEIRO (Tribunal Pleno) EMENTA Recurso extraordinário – Ação direta de inconstitucionalidadede artigos de lei municipal – Normas que determinam prorrogação automática de permissões e autorizações em vigor, pelos períodos que especifica – Comandos que, por serem dotados de abstração e não de efeitos concretos, permitem o questionamento por meio de uma demanda como a presente – Prorrogações que efetivamente vulneram os princípios da legalidade e da moralidade, por dispensarem certames licitatórios previamente à outorga do direito de exploração de serviços públicos – Ação corretamente julgada procedente – Recurso não provido. II. Princípios específicos da licitação qIsonomia: tratamento igualitário, evitando favoritismo. qCompetitividade: não podem ser adotadas medidas que comprometam o caráter competitivo. qVinculação ao instrumento convocatório: o edital é a lei da licitação (art. 41); qIndistinção: são vedadas preferências quanto à naturalidade, sede ou domicílio do licitante. qInalterabilidade do edital: após a publicação, o edital não pode mais ser alterado. qVedação à oferta de vantagens: significa que não se admite a elaboração de propostas vinculadas às ofertas de outros licitantes. qJulgamento objetivo: critério objetivo de julgamento das propostas (art. 45). II. Princípios específicos da licitação (continuação) qSigilo das propostas: os envelopes contendo as propostas dos licitantes não podem ser abertos e seus conteúdos divulgados antes do momento processual adequado, que é a sessão pública instaurada com essa finalidade (art. 3º., § 3º.) qPrincípio da Obrigatoriedade: a realização da licitação é um dever do Estado; qFormalismo procedimental: a fase e os requisitos da licitação não podem ser desatendidos. (art. 4º., § único); qAdjudicação compulsória: obriga a Administração a atribuir o objeto da licitação ao vencedor do certame. 2. Fases da Licitação I. Fases do procedimento licitatório qFase interna: dentro do órgão. Abertura de processo administrativo, autorização, indicação sucinta do objeto e do recurso prórpio para a despesa. qFase externa: começa no momento em que se torna pública a licitação. qAbertura – edital ou carta-convite qHabilitação – verificação docs e requisitos pessoais qClassificação (Julgamento) qHomologação – controle de legalidade qAdjudicação – atribui ao vencedor o objeto da licitação I. Fases do procedimento licitatório (continuação) q(Lei 8.666-1993) Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente: qI - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso; qII - comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art. 21 desta Lei, ou da entrega do convite; qIII - ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrativo ou oficial, ou do responsável pelo convite; qIV - original das propostas e dos documentos que as instruírem; qV - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora; qVI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, dispensa ou inexigibilidade; qVII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação; I. Fases do procedimento licitatório (continuação) q(Lei 8.666-1993) Art. 38. (...) qVIII - recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e respectivas manifestações e decisões; qIX - despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o caso, fundamentado circunstanciadamente; qX - termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso; qXI - outros comprovantes de publicações; qXII - demais documentos relativos à licitação. I. Fases do procedimento licitatório (continuação) q(Lei 13.303-2016) Art. 51. As licitações de que trata esta Lei observarão a seguinte sequência de fases: qI - preparação; qII - divulgação; qIII - apresentação de lances ou propostas, conforme o modo de disputa adotado; qIV - julgamento; qV - verificação de efetividade dos lances ou propostas; qVI - negociação; qVII - habilitação; qVIII - interposição de recursos; qIX - adjudicação do objeto; qX - homologação do resultado ou revogação do procedimento. I. Fases do procedimento licitatório (continuação) qArt. 51. (...) § 1º A fase de que trata o inciso VII do caput poderá, excepcionalmente, anteceder as referidas nos incisos III a VI do caput , desde que expressamente previsto no instrumento convocatório. q§ 2º Os atos e procedimentos decorrentes das fases enumeradas no caput praticados por empresas públicas, por sociedades de economia mista e por licitantes serão efetivados preferencialmente por meio eletrônico, nos termos definidos pelo instrumento convocatório, devendo os avisos contendo os resumos dos editais das licitações e contratos abrangidos por esta Lei ser previamente publicados no Diário Oficial da União, do Estado ou do Município e na internet. II. Fases: Abertura qEdital: instrumento por meio do qual a adm torna pública a realização de uma licitação. qTodas as modalidades exceto a modalidade convite. qLei interna da licitação. qArt. 40, da Lei 8.666-1993 (rol de informações obrigatórias do edital): qArt. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, o nome da repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta, bem como para início da abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte: qI - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara; qII - prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos instrumentos, como previsto no art. 64 desta Lei, para execução do contrato e para entrega do objeto da licitação; qIII - sanções para o caso de inadimplemento; q II. Fases: Abertura (continuação) qArt. 40. (...) qIV - local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico; qV - se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital de licitação e o local onde possa ser examinado e adquirido; qVI - condições para participação na licitação, em conformidade com os arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de apresentação das propostas; qVII - critério para julgamento, com disposições claras e parâmetros objetivos; qVIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à distância em que serão fornecidos elementos, informações e esclarecimentos relativos à licitação e às condições para atendimento das obrigações necessárias ao cumprimento de seu objeto; qIX - condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e estrangeiras, no caso de licitações internacionais; III. Fases: Habilitação qDestina-se à verificação da documentação e de requisitos pessoais dos licitantes (arts. 27 a 33, da Lei 8.666-1993; art. 58, da Lei 13.303-2016) qOcorre previamente à análise das propostas.(Exceção pregão e art. 51, §1º. da Lei 13.303-2016) qFinalidade: assegurar que o licitante, na hipótese de ser o vencedor do certame, terá condições técnicas, financeiras e idoneidade para adequadamente cumprir o contrato objeto da licitação. qLei 8.666/93 – proíbe qualquer exigência supérflua ou desnecessária. qSomente poderá ser exigida dos interessados, documentação relativa a: Ø Habilitação jurídica; Ø Qualificação técnica; Ø Qualificação econômico-financeira Ø Regularidade fiscal e trabalhista Ø Cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7 da CRFB (restrições e proibições ao trabalho de menores. III. Fases: Habilitação (continuação) qArt. 28 – Documentação de identificação. qArt. 29 – Regularidade fiscal e trabalhista. qArt. 30 – Qualificação técnica. qArt. 31 – Qualificação econômico-financeira. qArts. 32 a 36 – Documentos e a participação de consórcios. qArt. 43. A licitação será processada e julgada com observância dos seguintes procedimentos: qI - abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilitação dos concorrentes,e sua apreciação; qII - devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados, contendo as respectivas propostas, desde que não tenha havido recurso ou após sua denegação; qIII - abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes habilitados, desde que transcorrido o prazo sem interposição de recurso, ou tenha havido desistência expressa, ou após o julgamento dos recursos interpostos; III. Fases: Habilitação (continuação) qArt. 43. (...) qIV - verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do edital e, conforme o caso, com os preços correntes no mercado ou fixados por órgão oficial competente, ou ainda com os constantes do sistema de registro de preços, os quais deverão ser devidamente registrados na ata de julgamento, promovendo-se a desclassificação das propostas desconformes ou incompatíveis; qV - julgamento e classificação das propostas de acordo com os critérios de avaliação constantes do edital; qVI - deliberação da autoridade competente quanto à homologação e adjudicação do objeto da licitação. q§ 1o A abertura dos envelopes contendo a documentação para habilitação e as propostas será realizada sempre em ato público previamente designado, do qual se lavrará ata circunstanciada, assinada pelos licitantes presentes e pela Comissão. q§ 2o Todos os documentos e propostas serão rubricados pelos licitantes presentes e pela Comissão. III. Fases: Habilitação (continuação) qArt. 43. (...) q§ 3o É facultada à Comissão ou autoridade superior, em qualquer fase da licitação, a promoção de diligência destinada a esclarecer ou a complementar a instrução do processo, vedada a inclusão posterior de documento ou informação que deveria constar originariamente da proposta. q§ 4º O disposto neste artigo aplica-se à concorrência e, no que couber, ao concurso, ao leilão, à tomada de preços e ao convite, facultada, quanto a este último, a publicação na imprensa oficial. q§ 4o O disposto neste artigo aplica-se à concorrência e, no que couber, ao concurso, ao leilão, à tomada de preços e ao convite. q§ 5o Ultrapassada a fase de habilitação dos concorrentes (incisos I e II) e abertas as propostas (inciso III), não cabe desclassificá-los por motivo relacionado com a habilitação, salvo em razão de fatos supervenientes ou só conhecidos após o julgamento. q§ 6o Após a fase de habilitação, não cabe desistência de proposta, salvo por motivo justo decorrente de fato superveniente e aceito pela Comissão. III. Fases: Habilitação (continuação) qAtenção: Ultrapassada a fase de habilitação dos concorrentes e abertas as propostas não cabe desclassificá-los por motivo relacionado com a habilitação, salvo em razão de fatos supervenientes ou só conhecidos após o julgamento. qApós a fase de habilitação, o licitante não poderá mais desistir da proposta apresentada, salvo por motivo justo decorrente de fato superveniente e aceito pela comissão. IV. Fases: Classificação qJulgamento das propostas: confronto das ofertas, classificaçào das propostas e determinação do vencedor. qCritério de julgamento estabelecido no edital (tipos de licitação) qDuas subfases: Ø A adm verifica a conformidade de cada propostas com os requisitos do edital, tais como as especificações técnicas e a compatibilidade com os preços correntes no mercado. Propostas incompatíveis – desclassificadas – eliminadas. Ø As propostas não desclassificadas serão classificadas, postas em ordem, confome os critérios de avaliação constante do edital. V. Fases: Homologação e Adjudicação qApós o julgamento a comissão remete o processo à autoridade competente para que ela homologue o procedimento e adjudique o objeto da licitação ao vencedor. qTrabalho da comissão termina no julgamento qHomologação: é exercido um controle de legalidade do procedimento licitatório. qSe houver irregularidade a autoridade não homologará devolvendo o processo à comissão para correção das falhas apontadas, se isso for possível. qVício insanável: procedimento deverá ser anulado, integralmente ou a partir do ato ilegal. qAdjudicação: ato pelo qual se atribui ao vencedor o objeto da licitação. qNão confundir com celebração do contrato. qAto final do procedimento de licitação. 3. Modalidades de Licitação I. Modalidades: Espécies qO art. 22 da Lei 8.666/93 menciona 5, mas a doutrina reconhece 7 atualmente: qa) Concorrência (art. 22, I, e § 1º., da L. 8666-1993) qb) Tomada de preços (art. 22, II, e § 2º. da L. 8666-1993) qc) Convite (art. 22, III, e § 3º.da L. 8666-1993) qd) Concurso (art. 22, IV, e § 4º. da L. 8666-1993) qe) Leilão (art. 22, V, e § 5º.da L. 8666-1993) qf) Pregão (Lei 10.520/02) qg) Consulta (prevista na lei da ANATEL – arts. 54 a 59, da Lei 9472-1997) II. Concorrência q Mais complexa q Participam quaisquer interessados. q Contratação de obras, serviços e compras de qualquer valor. q Utilizada para objetos de grande vulto: q obras e serviços de engenharia acima de R$ 1.500.000,00 (art. 23, I, c) ATENÇÃO – Atualizado para valores acima de R$ 3.300.000,00 (ART. 1º., I, c, Dec. 9412-2018) FUNDAMENTAÇÃO – art. 120, Lei 8666- 1993. q compras e serviços acima de R$650.000,00 (art. 23, II, c) ATENÇÃO – Atualizado para valores acima de R$ 1.430.000,00 (Art. 1º., II, c, Dec. 9412-2018) q Tem garantia de ampla publicidade. q Intervalo mínimo entre a publicação do edital e a entrega de envelopes: q 45 dias corridos: melhor técnica e técnica e preço q 30 dias corridos: menor preço II. Concorrência (continuação) q É SEMPRE obrigatória nos seguintes casos: q1) compras e alienações de imóveis; q2) concessão de direito real de uso; q3) licitações internacionais; q4) contratos de empreitada integral; q5) concessões de serviço público; q CUIDADO!!! O objeto a ser licitado não pode ser fracionado. qPossui uma fase de habilitação preliminar, após a abertura do procedimento q❖ Celebração de contratos de PPP (Lei 11.079-2004) e concessão de serviços públicos é admitida a inversão da ordem das fases de habilitação e julgamento. II. Concorrência (continuação) q Atualização dos valores por decreto: qArt. 120. Os valores fixados por esta Lei poderão ser anualmente revistos pelo Poder Executivo Federal, que os fará publicar no Diário Oficial da União, observando como limite superior a variação geral dos preços do mercado, no período. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) qATUALIZAÇÃO DEMOROU 20 ANOS PARA SER IMPLEMENTADA http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9648cons.htm III. Tomada de preço qInteressados devidamente cadastrados ou os não cadastrados que preencherem os requisitos para cadastramento até o 3º dia anterior à abertura dos envelopes. qSe o pedido de cadastramento for indeferido cabe recurso no prazo de 5 dias. qUtilizada para objetos de vulto intermediário: q obras e serviços de engenharia entre R$ 150.000 e R$ 1.500.000 (art. 23, I, b) ATENÇÃO – Atualizado para valores entre R$ 330.000,00 e R$ 3.300.000,00 (Art. 1º., I, b, Dec. 9412-2018) q compras e serviços entre R$80.000 e R$650.000,00 (art. 23, II, b) ATENÇÃO – Atualizado para valores entre R$ 176.000,00 e R$ 1.430.000,00 (Art. 1º., II, b, Dec. 9412-2018) q Intervalo mínimo entre a publicação do edital e a entrega de envelopes: q 30 dias corridos: melhor técnica e técnica e preço q 15 dias corridos: menor preço IV. Convite qÉ a licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto q Participam da licitação na modalidade convite: qa) os convidados cadastrados ou não; qb) os não convidados, desde que cadastrados, que demonstrarem interesse com 24h de antecedência. qInstrumento convocatório: carta-convite (não edital) qUtilizada para objetos de pequeno valor: qi) obras e serviços de engenharia até de R$ 150.000 (art. 23, I, a) ATENÇÃO – Atualizado para valores até R$ 330.000,00 (Art. 1º., I, a, Dec. 9412- 2018) qii) compras e serviços abaixo de R$80.000 (art. 23, II, a) ATENÇÃO – Atualizado para valores abaixo de R$ 176.000,00 (Art. 1º., II, a, Dec. 9412-2018) q Intervalo mínimo entrea entrega da carta-convite e o envio de envelopes: 5 dias úteis. V. Concurso qModalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital. qExemplos: concurso de projetos arquitetônicos de revitalização do centro da cidade; qconcurso de redações entre alunos da rede pública de ensino sobre determinada temática. q A comissão especial não precisa ser composta por agentes públicos. q O intervalo mínimo entre o instrumento convocatório e o envio dos envelopes é de 45 dias corridos. qO prêmio pode ser em dinheiro ou em alguma outra modalidade. Ex. viagem. VI. Leilão qModalidade para alienação de bens: q1) móveis inservíveis (sem utilidade); q2) móveis de valor módico; q3) imóveis oriundos de procedimentos judiciais ou dação (pode optar entre leilão e concorrência). qPossui o mesmo funcionamento de um leilão privado. O critério é o melhor ou maior lance. qO intervalo mínimo entre o instrumento convocatório e o envio dos envelopes é de 15 dias corridos. VII. Consulta qModalidade prevista no art. 55 da Lei 9.472/97 – ANATEL. q Vale apenas para as agências reguladoras. q Finalidade: contrato econômico, satisfatório e seguro. q Eventual empate é resolvido por sorteio. q A habilitação será verificada somente quanto ao licitante vencedor. q A agência mantém registro cadastral. q A agência também pode usar a modalidade pregão. q Será realizada mediante procedimentos próprios determinados por atos normativos expedidos pela agência, vedada sua utilização para contratação de obras e serviços de engenharia. VIII. Pregão q Objetivo geral: redução de custos. q Primeiro ocorre a classificação e só depois a habilitação. q Usado para contratar BENS E SERVIÇOS COMUNS, não importando o valor deles. q Consideram-se comuns os bens e serviços que possam ser objetivamente definidos no edital, segundo as especificações do mercado. q No âmbito federal existe uma lista de bens e serviços considerados comuns – Anexo II, Decreto 3.555/00. q ETAPAS: q Instrumento convocatório; q Julgamento (classificação); q Habilitação; q Adjudicação; q Homologação. Licitação Aula 4 Prof. Dr. Jean Paolo Simei e Silva 1. Tipos de Licitação I. Tipos qSe refere aos critérios de julgamento das propostas no procedimento licitatório qArt. 45, §1 qa) Menor preço (Administração tem em vista apenas a vantagem econômica) qb) Melhor técnica (a obra, o serviço, o equipamento ou o material mais eficiente, mais durável, mais aperfeiçoado, mais rápido, mais rentável, mais adequado, enfim, aos objetivos de determinado empreendimento ou programa administrativo) qc) Técnica e preço (média ponderada dos itens acima) qd) Maior lance ou oferta (tipo utilizado nos casos de alienação de bens (leilão) ou concessão de direito real de uso (concorrência) qNão são aplicáveis a modalidade concurso. q(b) e (c) devem ser utilizadas exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual. 2. Obrigatoriedade da Licitação I. Obrigatoriedade qObrigatoriedade (art. 37, XXI, CF). q(Lei 8666-1993) Art. 7o As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços obedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte sequência: q§ 2o As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando: qI - houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para exame dos interessados em participar do processo licitatório; qII - existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de todos os seus custos unitários; qIII - houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o pagamento das obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem executadas no exercício financeiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma; qIV - o produto dela esperado estiver contemplado nas metas estabelecidas no Plano Plurianual de que trata o art. 165 da Constituição Federal, quando for o caso. II. Limites qObrigatoriedade (art. 37, XXI, CF). q(LC 101-2001) Art. 37. Equiparam-se a operações de crédito e estão vedados: qIV - assunção de obrigação, sem autorização orçamentária, com fornecedores para pagamento a posteriori de bens e serviços. qArt. 15. Serão consideradas não autorizadas, irregulares e lesivas ao patrimônio público a geração de despesa ou assunção de obrigação que não atendam o disposto nos arts. 16 e 17. qArt. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento da despesa será acompanhado de: (Vide ADI 6357) qI - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes; qII - declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias. qART. 17 - Da Despesa Obrigatória de Caráter Continuado q 3. Contratação Direta I. ConceitoFases do procedimento licitatório qContratação Direta: decisão discricionária, a autoridade contratante poderá,́ dentre as várias pessoas disponíveis, escolher aquela que lhe pareça mais adequada, segundo critérios de oportunidade e conveniência, obedecidos apenas os requisitos legais, cuja presença deve ser objeto de motivação. (Di Pietro) qEspécies: qA) licitação dispensada (art. 17, I e II Lei 8666-93 e art. 28, Lei 13.303- 2016); qB) licitação dispensável (art. 24, I a XXXV Lei 8666-93 e art. 29, I a XVIII Lei 13.303-2016); qC) licitação inexigível (art. 25, I a III Lei 8666-93 e art. 30, I e II Lei 13.303- 2016). qATENÇÃO: A dispensa é produto da vontade do legislador, enquanto a inexigibilidade deriva da natureza das coisas. 4. Licitação Dispensada I. Hipóteses de licitação dispensada (imóveis) Venda permitida apenas de bens dominicais, (o que pode demandar prévia desafetação), antecedida de licitação, que fica dispensada nos seguintes casos: q Dação em pagamento (art. 17, I, “a”, da L. 8666/93); q Doação (para outro órgão ou entidade) (art. 17, I, “b”, da L. 8666/93); q Permuta (arts. 17, I, “c” e 24, X, ambos da L. 8666/93); q Investidura (art. 17, I, “d” e § 3º., da L. 8666/93); q Venda (outro órgão ou entidade)(art. 17, I, “e” da L. 8666/93); q alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; (art. 17, I, “f”, da L. 8666/93); q Legitimação da posse (art. 17, I, “g”, da L. 8666/93); q Alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; (art. 17, I, “h”, da L. 8666/93); q alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais da União e do Incra, onde incidam ocupações até o limite de que trata o § 1o do art. 6o da Lei no 11.952, de 25 de junho de 2009, para fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais (art. 17, I, “i”, da L. 8666/93). II. Hipóteses de licitação dispensada (móveis) Venda permitida apenas de bens dominicais, (o que pode demandar prévia desafetação), antecedida de licitação, que fica dispensada nos seguintes casos: q Doação (para outro órgão ou entidade) (art. 17, II, “a”, da L. 8666/93); q Permuta (permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública)(arts. 17, II, “b”, da L. 8666/93); q Venda de ações (negociadas em bolsa)(art. 17, II, “c” da L. 8666/93); q Venda de títulos (art. 17, II, “d”, da L.8666/93); q Venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da Administração Pública, em virtude de suas finalidades (art. 17, II, “e”, da L. 8666/93); q venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe (art. 17, II, “f”, da L. 8666/93); q ATENÇÃO: a doação com encargos será́ licitada (art. 17, § 4º., da L. 8666/93) III. Lei 13.303-2016 qArt. 28. Os contratos com terceiros destinados à prestação de serviços às empresas públicas e às sociedades de economia mista, inclusive de engenharia e de publicidade, à aquisição e à locação de bens, à alienação de bens e ativos integrantes do respectivo patrimônio ou à execução de obras a serem integradas a esse patrimônio, bem como à implementação de ônus real sobre tais bens, serão precedidos de licitação nos termos desta Lei, ressalvadas as hipóteses previstas nos arts. 29 e 30. q(...) q§ 3º São as empresas públicas e as sociedades de economia mista dispensadas da observância dos dispositivos deste Capítulo nas seguintes situações: qI - comercialização, prestação ou execução, de forma direta, pelas empresas mencionadas no caput , de produtos, serviços ou obras especificamente relacionados com seus respectivos objetos sociais; qII - nos casos em que a escolha do parceiro esteja associada a suas características particulares, vinculada a oportunidades de negócio definidas e específicas, justificada a inviabilidade de procedimento competitivo. 5. Licitação Dispensável III. Lei 13.303-2016 qLicitação dispensável = trata-se de uma possibilidade e não um dever de dispensar. qObras e serviços de engenharia - até R$ 33.000,00 (art. 24, I, L. 8666/93); qCompras e outros serviços - até R$ 17.600,00 (art. 24, II, L. 8666/93); qGuerra ou perturbação da ordem (art. 24, III, L. 8666/93); qEmergência ou calamidade pública – deve concluir em 180 dias (art. 24, IV, L. 8666/93); ART. 4º., LEI 13.979-2020. COVID qLicitação deserta que não puder ser refeita (art. 24, V, L. 8666/93); q Intervenção no domínio econômico (art. 24, VI, L. 8666/93); q Licitação fracassada (art. 24, VII, L. 8666/93); qCompra de bens produzidos por empresa que integre a administração pública, a preço de mercado (art. 24, VIII, L. 8666/93); qQuando houver comprometimento da segurança nacional (art. 24, IX, L. 8666/93); III. Lei 13.303-2016 qPara as Agencias executivas enquadradas na Lei 8.666/1993 , Artigo 24, Paragrafo Único: qR$ 66.000,00 para obras e serviços de engenharia; qR$ 35.200,00 para outros serviços, compras e alienações. qQuando a contratação for efetuada por sociedades de economia mista e empresas públicas, além de autarquias e fundações qualificadas como agências executivas, os valores são os seguintes: qLei 13.303/2016 - Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista qR$ 100.000,00 para obras e serviços de engenharia (art. 29, I, Lei 13.303- 2016); qR$ 50.000,00 para outros serviços, compras e alienações (art. 29, II, Lei 13.303-2016). 6. Licitação Inexigível I. Conceito qLicitação inexigível = Não é possível realizar licitação quando resta manifesta inviabilidade de competição. q“na dispensa, a licitação é materialmente possível, mas em regra inconveniente; na inexigibilidade, é inviável a própria competição.” (CARVALHO FILHO) qArt. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial: qI - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes; qII - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação; I. Conceito (continuação) q(...) qIII - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública. qLei 13.303-2016 qArt. 30. A contratação direta será feita quando houver inviabilidade de competição, em especial na hipótese de: (Vide Lei nº 1.4002, de 2020) qI - aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo; qII - contratação dos seguintes serviços técnicos especializados, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação: qa) estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos; qb) pareceres, perícias e avaliações em geral; I. Conceito (continuação) q(...) qc) assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias; qd) fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços; qe) patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; qf) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; qg) restauração de obras de arte e bens de valor histórico. I. Conceito (continuação) qArt. 3º O exercício da atividade de advocacia no território brasileiro e a denominação de advogado são privativos dos inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), q§ 1º Exercem atividade de advocacia, sujeitando-se ao regime desta lei, além do regime próprio a que se subordinem, os integrantes da Advocacia-Geral da União, da Procuradoria da Fazenda Nacional, da Defensoria Pública e das Procuradorias e Consultorias Jurídicas dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das respectivas entidades de administração indireta e fundacional. qArt. 3º-A. Os serviços profissionais de advogado são, por sua natureza, técnicos e singulares, quando comprovada sua notória especialização, nos termos da lei. (Incluído pela Lei nº 14.039, de 2020) qParágrafo único. Considera-se notória especialização o profissional ou a sociedade de advogados cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato. (Incluído pela Lei nº 14.039, de 2020) q II. Sanções qArt. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial: q(...) q§ 2o Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa, se comprovado superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis. qÉ preciso demonstrar (Art. 26, lei 8666-93) qI - caracterização da situação emergencial, calamitosa ou de grave e iminente risco à segurança pública que justifique a dispensa, quando for o caso; (Redação dada pela Lei nº 13.500, de 2017) qII - razão da escolha do fornecedor ou executante; qIII - justificativa do preço. qIV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão alocados. II. Sanções (continuação) qArt. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, ou deixar de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade: qPena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa. qParágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, tendo comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalidade, beneficiou- se da dispensa ou inexigibilidade ilegal, para celebrar contrato com o Poder Público. 7. Anulação e revogação da Licitação I. Hipóteses qAnulação: mesmas regras aplicáveia aos atos administrativos em geral qRevogação - duas hipóteses: qArt. 49. Aautoridade competente para a aprovação do procedimento somente poderá revogar a licitação por razões de interesse público decorrente de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado. qArt. 64, § 2o É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e condições estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade com o ato convocatório, ou revogar a licitação independentemente da cominação prevista no art. 81 desta Lei. qATENÇÃO: Em qualquer caso, o despacho de revogação deverá ser fundamentado circuntanciadamente. Contrato Administrativo Aula 5 Prof. Dr. Jean Paolo Simei e Silva 1. Contratos Administrativos I. Conceito q“O contrato é uma forma de composição pacífica de interesses e que faz lei entre as partes”. (BANDEIRA DE MELLO) qAjuste estabelecido entre a Administrac ̧ão Pública, agindo nessa qualidade, e terceiros, ou somente entre entidades administrativas, submetido ao regime jurídico-administrativo para a consecuc ̧ão de objetivos de interesse público. qFundamento de validade: Arts. 54 a 80, da Lei 8.666/93 + Arts. 68 a 81, da Lei 13.303/2016. I. Conceito I. Conceito I. Conceito II. Características q1) Presença da Administração Pública como poder público (art. 58) qA Administração aparece com uma série de prerrogativas que asseguram a sua posição de supremacia sobre o particular. q2) Formalismo: Formais – Escritos qLei 8.666/93 – contrato verbal é nulo e de nenhum valor q Salvo em compras de pequeno valor e pronto pagamento q Pequeno valor: 5% do valor do convite (R$ 16.500,00) Art. 60, § único, da Lei 8.666/93 II. Características (continuação) q3) Obediência à forma prescrita em lei: qa) deve observar limites fixados (art. 60, § único); qb) deve ser lavrado nas repartições interessadas, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis (art. 60); qc) deve ser publicado, em resumo, no Diário Oficial (art. 61, § único), pois antes de ser publicado não tem eficácia, ou seja, não pode ser executado; qd) formaliza-se por meio do “termo de contrato”, carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço (art. 62, caput, e § 2o, c/c o § 4o); qe) deve-se observar as condições constantes do instrumento convocatório da licitação (art. 55, XI); qf) devem constar as chamadas cláusulas necessárias (art. 55), que podem ser: Ø - regulamentares: referentes ao objeto, forma de execução, rescisão, responsabilidade das partes; Ø - e financeiras: que estabelecem o equilíbrio econômico do contrato II. Características (continuação) qg) devem observar as prescrições relativas aos prazos (art. 55, IV, 57, II e IV, §§ 1o e 3o). É de lembrar que o art. 57 não se aplica aos contratos regidos pelo Direito Privado nem àqueles em que a Administração é usuária de um serviço público (art. 62, § 3o, I e II). q4) Procedimento legal (art. 54) qA lei estabelece certos procedimentos obrigatórios para a celebração de contratos que podem variar de uma para outra modalidade. q5) Natureza de contrato de adesão (art. 62, § 1o, c/c 40, § 2o, III) q”É a Administração que estabelece, previamente, as cláusulas contratuais, vinculada que está às leis, regulamentos e ao principio da indisponibilidade do interesse público”. (DI PIETRO) II. Características (continuação) q6) Natureza “intuitu personae” (art. 66, 72 e 78, VI) qos contratos para os quais a lei exige licitação são firmados em razão de condições pessoais do contratado; qsomente será possível subcontratar o objeto do contrato se prevista a possibilidade no ato convocatório e no contrato, com a anuência do contratante. q7) Natureza comutativa (art. 66) qSão estabelecidas compensações reciprocas e equivalentes para as partes envolvidas. 2. Cláusulas Exorbitantes I. Conceito qSão regras que conferem poderes contratuais especiais, projetando a Administração Pública para uma posição de superioridade diante do particular contratado. São prerrogativas decorrentes da supremacia do interesse público sobre o privado e, por isso, são aplicáveis ainda que não escritas no instrumento contratual. qATENÇÃO: Tais cláusulas não seriam comuns ou não seriam lícitas em contratos celebrados entre particulares, pois tornariam as partes desiguais na execução do ajuste. II. Cláusulas qI) Alteração unilateral (art. 58, I, c/c 65, I, “a” e “b”) - preceito de ordem pública. “É que aqui a formação bilateral da vontade criadora cede lugar à força da vontade unilateral alteradora” (CARVALHO FILHO). Também poode ser bilateral (art. 65, II) qi) Qualitativa – melhor adequação técnica do projeto ou das suas especificações (não há alteração do valor) q ii) Quantitativa – Compras/Obras/Serviços (Até 25% Acréscimo ou Supressão) ATENÇÃO: Reformas (até 50 % Acréscimo) qLei 13.303-2016 qArt. 81. Os contratos celebrados nos regimes previstos nos incisos I a V do art. 43 contarão com cláusula que estabeleça a possibilidade de alteração, por acordo entre as partes, nos seguintes casos: II. Cláusulas (continuação) qII) Rescisão Unilateral (art. 58, II, c/c 78 e 79, I) da Administração q– inadimplemento (art. 78, I a VIII); q- situações que ensejam desaparecimento do contratado, sua insolvência ou comprometimento da execução do contrato (art. 78, IX a XI); q- razões de interesse público (art. 78, XII); q- caso fortuito ou de força maior (art. 78, XVII); q- descumprimento da regra protetiva do menor trabalhador, constante do art. 7o, XXXIII, da CF (art. 78, XVIII). qATENÇÃO: exige-se justa causa e segue-se o princípio do contraditório e da ampla defesa (art. 78, p. único) qArt.78, I a XI, o contratado poderá ́ ressarcir os prejuízos, se houver, e sofrer sanções administrativas. qArt. 78, XII a XVII cabe à Administração indenizar o contratado, se for o caso(art. 79, § 2º.) qContratado – rescisão: amigável ou judicial II. Cláusulas (continuação) qArt. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato: qI - o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou prazos;CI qII - o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, projetos e prazos; CI qIII - a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a comprovar a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento, nos prazos estipulados; CI qIV - o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento; CI qV - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa e prévia comunicação à Administração; CI qVI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato; CI qVII - o desatendimento das determinações regulares da autoridade designada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as de seus superiores; CI II. Cláusulas (continuação) qVIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na forma do § 1o do art. 67 desta Lei; CI qIX - a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil; CI qX - a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado; CI qXI - a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa, que prejudique a execução do contrato; CI qXII - razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, justificadas e determinadas pela máxima autoridade da esfera administrativa a que está subordinado o contratante e exaradas no processo administrativo a que se refere o contrato; ADMI qXIII - a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou compras,acarretando modificação do valor inicial do contrato além do limite permitido no § 1o do art. 65 desta Lei; ADMI qXIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por repetidas suspensões que totalizem o mesmo prazo, II. Cláusulas (continuação) qXIV - (continuação) independentemente do pagamento obrigatório de indenizações pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e mobilizações e outras previstas, assegurado ao contratado, nesses casos, o direito de optar pela suspensão do cumprimento das obrigações assumidas até que seja normalizada a situação; ADMI qXV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação; ADMI qXVI - a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto para execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem como das fontes de materiais naturais especificadas no projeto; ADMI qXVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente comprovada, impeditiva da execução do contrato. qXVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, sem prejuízo das sanções penais cabíveis. (TRABALHO DE MENOR DE IDADE) ADMI II. Cláusulas (continuação) qIII) Fiscalização (art. 58, III e 67): é uma prerrogativa do poder público, que tanto pode designar um servidor para acompanhar a execução do contrato, quanto pode contratar terceiros para fazê-lo. qArt. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato: qVII - o desatendimento das determinações regulares da autoridade designada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as de seus superiores; qIV) Aplicação de penalidades contratuais (art. 58, IV): a inexecução total ou parcial do contrato confere à Administração o direito de aplicar sanções de natureza administrativa, dentre as mencionadas no art. 87(I - advertência; II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato; III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos; IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública qOBS: E nos casos de atrasos injustificados, aplica-se o art. 86. II. Cláusulas (continuação) qV) Anulação do contrato: obedecendo ao princípio da legalidade, a Administração tem que exercer continuado controle sobre seus próprios atos, cabendo-lhe o poder-dever de anular aqueles que contrariam a lei, mas conferindo ao contratado a oportunidade de defesa; é o que se chama de autotutela. qSúmula STF 473 qA administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. q Lei 8666-1993. Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria produzir, além de desconstituir os já produzidos. qParágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa. II. Cláusulas (continuação) qVI) Ocupação temporária (80, II) q Serviços essenciais q Intenção de manter a continuidade do serviço Ex: Transporte público qVII) Exigência de garantias (art. 56) qpoder discricionário da Administração; se o instrumento convocatório for omisso, não se pode exigir; se o instrumento convocatório exigir, não se pode dispensar; tal exigência é feita para assegurar a execução do contrato qAté 5% do valor do contrato q Grande vulto - Elevadas até 10% ❖ Edital q Lei 8.666 – não pode pregão qFormas: (escolha a critério do contratado) qi) caução (em dinheiro ou títulos da divida pública) - depósito qii) seguro-garantia - seguradora obriga-se a completar à sua custa o objeto do contrato qiii) fiança bancária - fornecida por um banco II. Cláusulas (continuação) qVIII) Não alegação da “Exceção de contrato não cumprido” qO que é cláusula de “exceção de contrato não cumprido"? qCÓDIGO CIVIL - Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro. q Administração pública descumpre o contrato - somente pode suspender a prestação após 90 dias; qPrincípios da continuidade do serviço público e da supremacia do interesse público sobre o particular. qLei 8666-1993 - Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser: qI - determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior; qSalvo no caso de guerra, calamidade pública ou situações emergenciais (perturbação da ordem interna) qSuspender não rescindir (art. 78, XV) II. Cláusulas (continuação) qIX) Equilíbrio econômico-financeiro (arts. 55, III, 57, § 1o, 58, I, § § 1º. e 2º., e 65, II, “d”, e § 6º.) qArt. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam: qIII - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento; qArt. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos: q§ 1o Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos, devidamente autuados em processo: q(...) qII - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições de execução do contrato; II. Cláusulas (continuação) qArt. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de: qI - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contratado; q§ 1o As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado. q§ 2o Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual. qcontrato as que estabeleçam: qIII - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento; II. Cláusulas (continuação) qArt. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes casos: qII - por acordo das partes: qd) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de conseqüências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando
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