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Lesão Celular • Ocorre quando as células são estressadas tão excessivamente que não são mais capazes de se adaptar ou quando são expostas a agentes lesivos ou são prejudicadas por anomalias intrínsecas - (p. ex., no DNA ou nas proteínas) • Diferentes estímulos lesivos afetam muitas vias metabólicas e organelas celulares. A lesão pode progredir de um estágio reversível e culminar em morte celular. Lesão Celular Reversível • Nos estágios iniciais ou nas formas leves de lesão, as alterações morfológicas e funcionais são reversíveis se o estímulo nocivo for removido. • Nesse estágio, embora existam anomalias estruturais e funcionais significativas, a lesão ainda não progrediu para um dano severo à membrana e dissolução nuclear. Morte celular Persistência do dano, a lesão torna-se irreversível e, com o tempo, a célula não pode se recuperar e morre. 4· Período Flávia Demartine Aula 5 – 22/02/21 • Existem dois tipos de morte celular: necrose e apoptose — que diferem em suas morfologias, mecanismos e papéis na fisiologia e na doença. • Quando o dano às membranas é acentuado, as enzimas extravasam dos lisossomos, entram no citoplasma e digerem a célula, resultando em necrose. Conteúdos celulares também extravasam através da membrana plasmática lesada e iniciam uma reação (inflamatória) no hospedeiro. • Necrose é a principal via de morte celular em muitas lesões comumente encontradas, como as que resultam de isquemia, de exposição a toxinas, várias infecções e trauma. • Quando a célula é privada de fatores de crescimento ou quando o DNA celular ou as proteínas são danificadas sem reparo, a célula se suicida por outro tipo de morte, chamado apoptose, que é caracterizada pela dissolução nuclear sem a perda da integridade da membrana. • Enquanto a necrose constitui sempre um processo patológico, a apoptose auxilia muitas funções normais e não está necessariamente associada à lesão celular patológica. Além disso, a apoptose, em certos papéis fisiológicos, não desencadeia uma resposta inflamatória. Causas de lesão celular 1. Exógenas (agressões do meio ambiente): a) Agentes físicos b) Agentes químicos c) Agentes biológicos d) Distúrbios nutricionais 2. Endógenas (do próprio organismo): a) Anormalidades genéticas b) Fatores emocionais c) Reações imunológicas Lesão celular reversível As células continuam vivas e podem voltar ao estado de normalidade se o estímulo agressor for removido. Depende do tipo da agressão, da intensidade, duração e do estado funcional prévio da célula. Degenerações São lesões reversíveis caracterizadas por acúmulos de substâncias no interior das células. Ocorrem devido a alterações bioquímicas da célula. As principais degenerações são: DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA DEGENERAÇÃO GORDUROSA Características morfológicas da célula em lesão reversível 1. Degeneração hidrópica (tumefação celular): Acúmulo de água e eletrólitos no interior das células. Reflete a incapacidade celular de manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico. Mecanismo: Lesão – ↓ de ATP ou perda da integridade da membrana plasmática – falência das bombas iônicas da membrana – retenção de Na – redução de K – ↑ da pressão osmótica intracelular – influxo de água para o citoplasma da célula e para as organelas. 2. Degeneração gordurosa: Acúmulo de gorduras neutras no citoplasma das células. Comum em células envolvidas com o metabolismo das gorduras. Ocorre quando o agente agressor interfere no metabolismo das gorduras, aumentando a síntese ou dificultando a utilização, transporte e excreção. 3. Alterações da membrana plasmática: Formação de bolhas, esmaecimento, perda ou irregularidade das microvilosidades, afrouxamento das pontes intercelulares. 4. Alterações das mitocôndrias: Tumefação e liberação do cálcio para o citoplasma. 5. Alterações do retículo endoplasmático granular: Tumefação e desprendimento dos ribossomos. 6. Alterações do retículo endoplasmático liso: Tumefação e liberação do cálcio para o citoplasma. 7. Alterações nucleares: Condensação da cromatina. 8. Alterações citoesqueléticas: Desarranjo do citoesqueleto causado pela ativação de proteases devido a saída de cálcio de seus depósitos. O citoesqueleto pode se desprender da membrana plasmática, tornando a célula susceptível ao estiramento e ruptura. 9. Outras alterações citoplasmáticas: Formação de figuras de mielina. Aula 6 – 23/02/21 Morte celular Existem pelo menos dois tipos de morte celular: Necrose: Morte celular iniciada por estímulos não fisiológicos. Ocorre quando há: • Interrupção na produção de ATP; • Falência de sínteses celulares; • Danos acentuados às membranas celulares. Alterações morfológicas na necrose: • Aumento de volume após o evento agressor; • Agregação da cromatina; • “Lise” (ruptura) das membranas; • Extravasamento dos constituintes do intra para o extracelular; • Reação inflamatória; • Digestão enzimática por autólise e heterólise; • Desnaturação proteica. Na necrose há ruptura de todas as membranas: Necrose: Alterações nucleares na necrose: Alterações morfológicas na necrose: Após a digestão enzimática as células mortas podem ser substituídas por figuras de mielina. Restos necróticos e/ou figuras de mielina: • Fagocitose tardia; • Calcificação; • Reparo por regeneração ou cicatrização. Padrões de necrose – NECROSE COAGULATIVA Frequência: + comum Causa: isquemia (exceto no SNC) Características: predomínio da desnaturação proteica sobre a digestão enzimática. A autólise é preservada, mas a isquemia dificulta a heterólise. A arquitetura dos tecidos mortos é preservada por alguns dias. Micro: as células persistem por vários dias apresentando-se com alterações nucleares, especialmente cariólise, posteriormente são removidas por fagocitose leucocitária e por digestão enzimática. Exemplo: infarto do miocárdio Padrões de necrose – NECROSE LIQUEFATIVA Causas: isquemia no SNC, inflamações purulentas ou em locais que tendem a atrair leucócitos. Características: predomínio da digestão enzimática (autólise e heterólise), resultando na transformação do tecido em uma massa viscosa líquida. Micro: leucócitos e tecido necrótico liquefeito Exemplo: abcessos Padrões de necrose – NECROSE CASEOSA Causa: agentes pouco digeríveis e de alta resistência que despertam o sistema imune para neutralizar o agressor. Características: área necrótica esbranquiçada e amolecida Micro: centro necrótico contendo células rompidas e restos granulares amorfos delimitados por uma borda inflamatória. Exemplo: tuberculose Padrões de necrose – NECROSE GORDUROSA Causa: extravasamento e ativação de enzimas pancreáticas, ruptura dos adipócitos. Características: os adipócitos normais são destruídos pela liberação de enzimas digestivas pancreáticas na pancreatite aguda. As enzimas liquefazem os adipócitos. Por ação das lipases sobre os triglicerídeos, os ácidos graxos liberados sofrem o processo de saponificação da gordura devido a presença de sais alcalinos. Micro: focos de necrose com contornos indistintos de adipócitos necróticos, com depósito de cálcio, circundados por reação inflamatória. Exemplo: pancreatite aguda Padrões de necrose – NECROSE GANGRENOSA Causas: isquemia. Geralmente ocorre em membros inferiores Características: devido a perca do suprimento sanguíneo o membro envolvido sobre necrose coagulativa envolvendo diversos planos teciduais (gangrena seca). Quando uma infecção bacteriana se superpõe, ocorre ainda necrose liquefativa devido a ação das enzimas bacterianas e leucocitárias (gangrena úmida). Apoptose: • Suicídio celular desencadeado após lesões irreparáveis de DNA ou de proteínas celulares;• Envolve fragmentação da célula sem perda da integridade da membrana celular; • Auxilia as funções normais não estando necessariamente ligada à lesão celular. Causas fisiológicas: • Destruição programada de células durante a embriogênese; • Involução de tecidos; • Eliminação de linfócitos autorreativos; • Substituição de células envelhecidas ou de células que já tenham cumprido seu papel; Causas patológicas: • Lesão de DNA; • Acúmulo de proteínas anormalmente dobradas; • Mutação genética ou invasão por vírus; • Atrofia patológica de órgãos. Alterações morfológicas na apoptose: Retração celular ↓ As organelas mantêm sua morfologia, com exceção, em alguns casos, das mitocôndrias, que podem apresentar ruptura da sua membrana externa. ↓ Condensação da cromatina ↓ Formação de corpos apoptóticos ↓ Fagocitose dos corpos apoptóticos por macrófagos
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