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1 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | 2 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | Widson Davi Vaz de Matos Daniele Ferreira Bezerra [Organizadores] Enfermagem em Evidência Práticas desafiadoras e atitudes inovadoras Editora Neurus 2020 3 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | CONSELHO EDITORIAL Maicon de Araujo Nogueira Enfermeiro. Mestre em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA), Universidade do Estado do Pará (UEPA). Doutorando, Programa de Doutorado Profissional em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Universidade do Estado do Pará (UEPA). Belém, Pará, Brasil. Sting Ray Gouveia Fisioterapeuta. Mestre em Gestão de Empresas, Faculdade Pitágoras em Marabá. Doutorando em Educação Física, Universidade Católica de Brasília (UCB), Marabá, Pará, Brasil. Adriana Letícia dos Santos Gorayeb Enfermeira. Mestre em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Doutoranda, Programa de Doutorado Profissional em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Universidade do Estado do Pará (UEPA). Reitora do Centro Universitário da Amazônia (UniFAMAZ), Pará, Brasil. Simone Aguiar da Silva Figueira Enfermeira. Mestre em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Doutoranda, Programa de Doutorado Profissional em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Docente na Universidade do Estado do Pará (UEPA), Campus Santarém, Pará, Brasil. Selma Kazumi da Trindade Noguchi Fisioterapeuta. Mestre em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Doutoranda, Programa de Doutorado Profissional em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Universidade do Estado do Pará (UEPA). Docente na Escola Superior da Amazônia (ESAMAZ). Belém, Pará, Brasil. Sarah Lais Rocha Enfermeira. Mestre em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Doutoranda, Programa de Doutorado Profissional em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Docente na Universidade do Estado do Pará (UEPA), Campus Marabá. Coordenadora do curso de Enfermagem da Faculdade Carajás, Pará, Brasil. Suanne Coelho Pinheiro Viana Enfermeira. Mestre em Políticas de Saúde, Universidade Federal do Pará (UFPA). Responsável Técnica pelo curso de Enfermagem, Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC/PA), Belém, Pará, Brasil. Anne Caroline Gonçalves Lima Enfermeira. Mestre em Ciências da Educação e da Saúde. Instituto de Capacitação Profissional (ICAPI). Especialista em Enfermagem Obstétrica. Docente da Universidade do Estado do Pará (UEPA). Belém, Pará, Brasil. Isis Ataíde da Silva Enfermeira. Mestre em Saúde da Amazônia. Universidade Federal do Pará (UFPA). Especialista em Oncologia na Modalidade Residência Uniprofissional em Saúde. Hospital Ophir Loyola/Universidade do Estado do Pará (UEPA). Belém, Pará, Brasil. Daniel Figueiredo Alves da Silva Fisioterapeuta. Mestre em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Doutorando, Programa de Doutorado Profissional em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Docente no Centro Universitário Metropolitano da Amazônia (UniFAMAZ), Belém, Pará, Brasil. 4 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | Elcilane Gomes Silva Médica, Doutoranda, Programa de Doutorado Profissional em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA), Universidade do Estado do Pará (UEPA). Belém, Pará, Brasil. Alfredo Cardoso Costa Biólogo, Doutorando, Programa de Doutorado Profissional em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA), Docente na Universidade do Estado do Pará (UEPA). Belém, Pará, Brasil. Renata Campos de Sousa Borges Enfermeira. Mestre em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Doutorando, Programa de Doutorado Profissional em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Docente na Universidade do Estado do Pará (UEPA). Tucuruí, Pará, Brasil. FICHA CATALOGRÁFICA Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) - Elaborada por Editora Perensin – Bibliotecária Iris Estevez Ferreira CRB-8/SP n. 6428 O conteúdo, os dados, as correções e a confiabilidade são de inteira responsabilidade dos autores A Editora Neurus e os respectivos autores desta obra autorizam a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e de pesquisa, desde que citada a fonte. Os artigos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores. As opiniões neles emitidas não exprimem, necessariamente, o ponto de vista da Editora Neurus Editora Neurus Belém/PA 2020 M381e Matos, Widson Davi Vaz de Enfermagem em Evidência: Práticas desafiadoras e atitudes inovadoras / Widson Davi Vaz de Matos; Daniele Ferreira Bezerra, Belém: Editora Neurus, 2020. 313 páginas ISBN: 978-65-990242-5-2 1.Enfermagem – Tipos 2. Enfermagem – Métodos 2. Enfermagem – Práticas desafiadoras 3. Enfermagem – Atitudes inovadoras I. Widson Davi Vaz de Matos II. Daniela Ferreira Bezerra I. Título CDD: 610.73 CDU: 616-051 610.73 5 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | APRESENTAÇÃO Respeitado(a) leitor(a), a coletânea em saúde [Enfermagem em Evidência: práticas desafiadoras e atitudes inovadoras] é constituída por vinte e sete artigos que tornaram possível esta magnifica obra, de pesquisadores brasileiros comprometidos com a ciência, a saúde, o ensino e a educação em nosso país. Nesta edição, você, querido(a) leitor(a), poderá observar textos que destacam o conhecimento, as práticas e as atitudes inovadoras e clássicas que configuram a realidade da Enfermagem em diversos cantos do Brasil, em especial, no que se refere ao contexto amazônico. Desde a saúde coletiva, perpassando pela realidade da atenção secundária e terciária, esta coletânea aborda, de forma ampla, práticas e atitudes acerca do enfermeiro empreendedor, das várias doenças infectocontagiosas que representam graves problemas de saúde pública no Brasil e no mundo, assim como as doenças neurodegenerativas, os perfis epidemiológicos que norteiam a tomada de decisão em saúde, além de questões de urgência e de emergências e questões relacionadas aos cuidados intensivos, assim como textos sobre a saúde da criança, da mulher, do adolescente, do homem e dos idosos. Ademais, esta obra tem como foco as ações educativas, a educação continuada e a educação permanente, a partir da prática do enfermeiro e de sua equipe de saúde. Diante desse contexto, destacamos que essa coletânea tem como principal objetivo contribuir para a educação e para a saúde em todos os níveis de atenção à saúde. Além disso, buscamos contribuir para formação de acadêmicos de Enfermagem e de outros estudantes da área da saúde, buscamos, ainda, melhorar as práticas e as atitudes de professores e de enfermeiros assistenciais que lidam, diariamente, com o fazer saúde no Brasil. Tassio Ricardo Martins da Costa Editor-chefe 6 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | SUMÁRIO CAPÍTULO I .........................................................................................................................08 A Enfermagem no campo empreendedor: a percepção do enfermeiro docente sob uma nova perspectiva na atuação do profissional docente sob uma nova perspectiva na atuação do profissional CAPÍTULO II ........................................................................................................................20 Cuidados de Enfermagem no puerpério imediato: revisão narrativa CAPÍTULO III .......................................................................................................................31 A frequência de testagem rápida para HIV e a via de parto escolhida em uma maternidade CAPÍTULO IV ......................................................................................................................39Criação de um checklist para os cuidados assistenciais do recém-nascido em um hospital do município de Icoaraci/PA CAPÍTULO V .......................................................................................................................56 Planejamento reprodutivo: a participação masculina sob o olhar da mulher CAPÍTULO VI ......................................................................................................................65 A percepção do homem acerca de sua participação no planejamento reprodutivo CAPÍTULO VII .....................................................................................................................77 Parto normal após cesariana: olhares maternos CAPÍTULO VIII ....................................................................................................................91 Atuação da Enfermagem em urgência e emergência CAPÍTULO IX ....................................................................................................................106 Desafios à vista? navegação em Enfermagem oncológica CAPÍTULO X .....................................................................................................................115 A Enfermagem frente ao processo de morte e morrer: revisão da literatura CAPÍTULO XI ....................................................................................................................128 Estresse ocupacional em profissionais de Enfermagem: uma revisão integrativa da literatura CAPÍTULO XII ...................................................................................................................150 Liderança em Enfermagem: análise do perfil de liderança de enfermeiros em unidades de pronto atendimento de urgência e emergência CAPÍTULO XIII ..................................................................................................................160 A utilização de métodos lúdicos na prática de acadêmicos de Enfermagem na conscientização sobre a diabetes mellitus: um relato de experiência 7 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | CAPÍTULO XIV ..................................................................................................................167 Assistência de Enfermagem nas puérperas de parto cesariano com depressão pós-parto: uma revisão bibliográfica CAPÍTULO XV ...................................................................................................................176 Prevenção das incapacidades físicas em hanseníase: revisão integrativa CAPÍTULO XVI ..................................................................................................................187 O trabalho da Enfermagem em um serviço de controle de infecção hospitalar: relato de experiência CAPÍTULO XVII .................................................................................................................194 Estudo de revisão bibliográfica acerca da insuficiência renal crônica CAPÍTULO XVIII ................................................................................................................199 A importância da prática da higienização das mãos mostrada através da educação continuada realizada em um hospital público: relato de experiência CAPÍTULO XIX ..................................................................................................................208 Atuação da Enfermagem na assistência domiciliar: evidências científicas CAPÍTULO XX ...................................................................................................................224 Reflexões da assistência de Enfermagem às mulheres vítimas de violência sexual CAPÍTULO XXI ..................................................................................................................235 Traumatismo cranioencefálico: a percepção dos profissionais de Enfermagem na avaliação inicial no atendimento intra-hospitalar CAPÍTULO XXII .................................................................................................................246 Análise das barreiras enfrentadas por mulheres na realização do exame de prevenção do câncer de colo uterino CAPÍTULO XXIII ................................................................................................................254 Os benefícios da monitoria de gerenciamento das redes de atenção à saúde nas práticas do graduando de Enfermagem: um relato de experiência CAPÍTULO XXIV ...............................................................................................................262 Diagnóstico de Enfermagem risco de lesão na córnea: contribuições para o enfermeiro CAPÍTULO XXV ................................................................................................................276 Atualizações em endemias para agentes comunitários de saúde (ACS): doença de chagas e dengue CAPÍTULO XXVI ...............................................................................................................284 A atuação do centro de atenção psicossocial no quadro de depressão: uma revisão narrativa 8 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | CAPÍTULO XXVII ..............................................................................................................293 Riscos ocupacionais e qualidade de vida de enfermeiros que atuam em centro cirúrgico METADADOS DOS AUTORES .........................................................................................303 ORGANIZADORES ...........................................................................................................310 ÍNDICE REMISSIVO ..........................................................................................................311 9 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | CAPÍTULO I A Enfermagem no campo empreendedor: a percepção do enfermeiro docente sob uma nova perspectiva na atuação do profissional Alexandre Felipe Rodrigues Maia INTRODUÇÃO O empreendedorismo busca inovações e oportunidades de negócio, atribuindo ações promissoras para a enfermagem, vislumbrando um mundo de múltiplas direções e espaços no mercado de trabalho com tudo, a enfermagem vem se desenvolvendo ao longo do tempo e alcança, no momento atual, um novo patamar representado pela possibilidade do empreendedorismo nesta linha de serviço, o que aponta para uma nova perspectiva na atuação profissional do enfermeiro (GUIMARÃES; AZAMBUJA, 2010). Isto se deve às muitas transformações alcançadas nas últimas décadas nos setores da economia, das inovações tecnológicas e da globalização (GUIMARÃES; AZAMBUJA, 2010). Mas é importante frisar que essas transformações acabam por causar impactos no mercado de trabalho, o que, resulta em aumento da taxa de desemprego, redução de salários e maior competitividade do mercado (COSTA, 2009). Diferente dos objetivos profissionais dos trabalhadores do mundo industrial, onde a busca era por estabilidade no mercado de trabalho, o novo modelo econômico emerge de profissionais com propósitos diferentes, destacando nesse cenário o empreendedorismo como forma de se chegar à satisfação no trabalho e alcançar a autonomia profissional (GUIMARÃES; AZAMBUJA, 2010). Hoje sabe-se que o empreendedorismo é uma ciência com mais de 80 anos que tem crescido rapidamente no mundo inteiro contudo, o movimento do empreendedorismo no Brasil só começou a se formar na década de 90, quando entidades como SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), foram criados. Antes disso, praticamente não se falava em empreendedorismo e em criação de pequenas empresas (DORNELAS, 2001). A atividade ganhou destaque no cenário nacional, devido a intervenção governamental da época,que acabou aumentando as políticas de estimulação a abertura de micro e pequenas empresas, e a população que vislumbrava a capitalização sobre seu próprio negócio (ZOUAIN, 2007). O empreendedorismo é também uma constatação na área profissional da enfermagem, sustentado pelas múltiplas possibilidades que estabelece com os diferentes serviços. E na área da saúde, pelo enfrentar das dificuldades cotidianas e pelas interações que produz com os clientes, familiares e equipe de saúde, como explicam ERDMANN et. al (2009), ao afirmarem que o empreendedorismo em enfermagem diferencia-se pela capacidade de compreender e de cuidar do Ser Humano como um ser integral e integrador, independente das condições sociais, políticas ou económicas. POLAKIEWICZ et al. (2013) falam que o empreendedorismo pode ser um instrumento capaz de proporcionar aos profissionais de enfermagem um novo modo 10 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | de recriar sua profissão e constituir novas possibilidades profissionais, e meio de gerar qualidade para os usuários de obter bons salários e satisfação com a produção do seu serviço. A clareza do conhecimento que os profissionais de Enfermagem têm várias razões e oportunidades para ter o seu próprio empreendimento, representa o desafio da pesquisa. A partir disso, elaboramos as seguintes questões norteadoras: quais aspectos indicam que o enfermeiro é um empreendedor? e quais as competências o enfermeiro necessita ampliar para apropriar-se diante das oportunidades no cenário empreendedor na enfermagem? Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi conhecer a percepção do enfermeiro docente, no cenário do empreendedorismo e sua visão de negócio, buscando formas inovadoras de trabalho. Justificativa A Enfermagem inserida no atual contexto procura por novas perspectivas, necessidades de melhores remunerações e a realização profissional de seus praticantes, questões que conduzem cada vez mais pessoas a pensar em uma transformação na sua trajetória, propondo caminhos nunca antes idealizados, o que contribui para o crescimento da profissão (ARRIBAS et al., 2011). Durante nossa formação acadêmica percebemos que não existe empreendedorismo como disciplina na grade curricular, provocando-nos inquietude diante este fato gerando-nos perguntas alvos: Por que a Enfermagem não é tão atuante no campo empreendedor? O empreendedorismo amplia o campo de atuação da enfermagem? Juntamente com a percepção das grandes mudanças impostas ao cenário econômico e estrutural do Brasil, requisitam-se novos métodos trabalhistas, exigindo alternativas para reverter ou sanar o processo de recessão no qual a sociedade nacional está inserida. Isto implica na mobilização de todos os setores da economia e da sociedade, e gera uma inquietação profissional. Contudo, observa-se que profissionais da área parecem não ter tomado a dimensão das possibilidades de suas atuações dentro do mercado de trabalho, cujo estado inspira preocupação quando serve de pano de fundo para as características da enfermagem brasileira, neste momento. Chamamos a atenção também para a tentativa de ampliação do campo de visão profissional de enfermeiros e a modificação de ideologias e paradigmas criados pelo próprio histórico da enfermagem, o que se revela nas práticas impressas até hoje no perfil desta ciência da saúde, sobretudo porque as atitudes dos profissionais de enfermagem frente ao seu ambiente de trabalho e a este cenário, ainda são simplórias, se consideradas as diversas possibilidades e oportunidades de inovar proporcionadas pelo empreendedorismo, que vem se delineando a algum tempo. Uma questão muito aparente diz respeito à necessidade de estudos que abordem esse tema, apontando à falta de informação que ainda perdura no ambiente de formação acadêmica do enfermeiro, posto que este profissional enquanto acadêmico necessita visionar o empreender associado à sua prática e a visão de negócio gerada pelo empreendedorismo dentro da enfermagem, onde além da prestação de serviço de qualidade a população também visa a geração de renda ao praticante. Considerando que a área de saúde possui como particularidade a contínua necessidade de mudanças e transformação, o que proporciona a criação de um ambiente de prestação de serviço em saúde no nível da enfermagem. 11 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | Com essa pesquisa obtivemos resultados que irão subsidiar-nos com informações relevantes, possibilidades de estimular o empreendedorismo no enfermeiro provocando mudanças efetivas na visão desse profissional, viabilizando assim, ampliação de novas oportunidades para a enfermagem condizentes com as demandas sociais, inclusive com as necessidades do mercado de trabalho. Empreendedorismo O conceito de empreendedorismo pressupõe a incorporação de conhecimento, cujo processo podem resultar inovações geradoras de novos serviços e/ou novos produtos, mudanças comportamentais, novos processos de atendimento às necessidades dos clientes, novas formas de organização, novos mercados, qualidade diferenciada de processos e produtos segundo as expectativas do cliente, exploração de novas estratégias para empreendimentos. Enfim, no desencadeamento de uma inovação, alavancam-se sucessivas mudanças num processo contínuo de busca de qualidade para o alcance de necessidades emergentes. O advento da revolução nas tecnologias de informação e comunicação (TIC) no século XX provocou mudanças de grande magnitude na ciência, pela velocidade que se imprimiu aos processos de comunicação científica, pela conquista de padrões de qualidade desses processos, pelo potencial de alcance de clientes/consumidores do conhecimento produzido. O empreendedorismo, atualmente, vem-se afirmando como um dos mais importantes elementos de contribuição para a inclusão social e para o desenvolvimento econômico segundo Mamede (2005). Nos nossos dias, o conceito sobre empreendedorismo mais aceito parece ser, na opinião de (ERDMANN et al., 2009), o do pensador Robert Hisrich. Para este autor, o empreendedorismo traduz a capacidade de criar algo diferente e com valor, por meio da dedicação, esforço pessoal e coletivo, da capacidade de assumir os riscos e receber as recompensas da satisfação econômica e pessoal. O empreendedor é uma pessoa criativa, marcada pela capacidade de estabelecer e atingir objetivos e que mantém alto nível de consciência do ambiente em que vive, usando-a para detectar oportunidades de negócios, deve possuir algumas habilidades técnicas, gerenciais e algumas características pessoais. No campo técnico, deve ser capaz de captar informações, ter oratória, liderança, trabalhar em equipe, entre outros fatores. As habilidades gerenciais fazem com que o empreendedor saiba lidar com marketing, finanças, logística, produção, tomada de decisão, e negociação. Deve possuir como características pessoais, disciplina, persistência, habilidade de correr riscos, inovar, e outras características inerentes a este indivíduo (DORNELAS, 2001). A Enfermagem e o Empreendedorismo Durante muitos anos, no Brasil, devido à carência de profissionais, o simples fato de ter um curso de ensino superior na área da saúde carregava consigo a garantia de emprego e de estabilidade financeira, sem que houvesse a concorrência e competitividade. Grande parte da população era menos exigente, seja por não possuir um nível de instrução essencial para levantar um questionamento ou por apenas ter acesso restrito àquele profissional, mesmo este não correspondendo às suas expectativas (PERSONA, 2010). 12 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | A relação existente do empreendedorismo e a enfermagem não se restringem apenas no saber teórico é preciso conhecer as necessidades especificas do mercado (RONCON; MUNHOZ, 2009.). Entretanto existe a dificuldadede encontrar profissionais empreendedores com conhecimento científico capazes de inovar. Na enfermagem é preciso mantêm-se atualizado quanto às mudanças e avanços de conhecimento para suprir as exigências de um mercado globalizado (CECAGNO et al., 2006). Na área da saúde, o empreendedorismo tem se destacado em função da necessidade de gerar novos postos de trabalho. O número crescente de cursos de enfermagem no Brasil, com destaque nas instituições privadas, gera por ano elevado contingente de ingressantes no mercado de trabalho, o que evidencia a necessidade de alternativas de atuação de forma autônoma (TEIXEIRA et al., 2006). Neste sentido, o enfermeiro empreendedor possui a capacidade de cuidar holisticamente, independentemente das condições sociais, políticas ou econômicas (RONCON; MUNHOZ, 2013). Segundo estes autores, o empreendedorismo em enfermagem diferencia-se pela capacidade de compreender e de cuidar do Ser Humano como um ser integral e integrador (FERREIRA, 2010). Alavancando novas possibilidades profissionais, ao transpor paradigmas através das inovações no trabalho por meio da compreensão do mercado e do reconhecimento de oportunidades. Enfim, “empreender significa identificar oportunidades e inovar permanentemente” (DOLABELA, 2008). Campos de atuação da enfermagem no empreendedorismo e o exercício da profissão de forma autônoma Sustentado pelas múltiplas possibilidades que estabelecem com os diferentes serviços da área da saúde, pelo enfrentar das dificuldades cotidianas e pelas interações que produzem com os pacientes, familiares e restantes equipe de saúde (ERDMANN et al,, 2009) a enfermagem possui competências múltiplas e um campo de atuação amplo e socialmente reconhecido, mas precisa ousar, no sentido de explorar as oportunidades e visualizar novos espaços, entendendo que ser empreendedor é ser capaz de explorar as oportunidades e protagonizar novos campos e práticas de atuação profissional. É ter a capacidade de imaginar, desenvolver e concretizar visões, nas quais conceitos de si, sinergia, liderança e sistema de relações/interações são elementos fundamentais (BORNSTEIN 2007; ARAÚJO et al., 2005). A enfermagem tem várias razões e oportunidades para ter o seu próprio empreendimento. Primeiro, por ser uma profissão que tem uma compreensão ampla da realidade, isto é, uma compreensão das necessidades do ser humano como um todo. Segundo, porque a enfermagem tem potencial e oportunidades para explorar novos campos sociais, não necessitando submeter-se aos espaços tradicionais de cuidados onde, na maioria dos casos, prevalece a noção de doença (LEONG, 2005). São visíveis os avanços, desafios e práticas empreendedoras na enfermagem, um campo amplo requisita o enfermeiro para atuar de modo autônomo na promoção de saúde a população. Consultórios, atendimento domiciliar, consultorias e auditorias são algumas das modalidades que permitem ao enfermeiro uma atuação autônoma e empreendedora (ERDMANN, 2009). 13 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | Possíveis Campos de atuação Portanto a gama de criações embasadas em conhecimento científico e respaldo legal que irão gerar benefícios à sociedade e tornar-se uma forma específica de negócio são inúmeras, já que se trabalha com o ímpeto de criação e a capacidade de inovação de cada um. Sabendo disto, as principais modalidades encontradas atualmente para, de alguma forma, transformar-se em negócio e gerar benefícios a sociedade são: • Assistência domiciliar (AD); • Acessória e consultoria em enfermagem; • Clínica de atendimento especializado em procedimentos específicos; • Clínicas estéticas; • Agenciamento de profissionais técnicos que atuam como cuidador de idosos; Contudo, e preciso identificar as novas possibilidades profissionais para a enfermagem, incluindo as mudanças no cenário do mercado de trabalho, às formas de obter o tão almejado reconhecimento profissional e associado a satisfação financeira. O empreendedorismo surge na área da enfermagem como uma opção de carreira, pois adiciona um novo olhar a produção de novos serviços, tornando o enfermeiro um profissional capacitado a ofertar seus serviços de forma geral e a inovar sua ação em qualquer cenário de atuação renovando o “ser” enfermeiro e a visão desse profissional em sua sociedade. Aspectos legais que possibilitem exercício autônomo e empreendedor da Enfermagem Para que haja o exercício da enfermagem de forma autônoma são necessários o respaldo e o amparo da lei. Porém, a construção da autonomia neste setor de serviço cresce juntamente com forças sociais e conhecimento científico. A constituição da autonomia profissional será sempre relativa e passa pela subjetividade dos indivíduos, pelo desenvolvimento da tecnociência e pelo arcabouço jurídico institucional vigente no País, que conforma as fronteiras entre os campos de cada disciplina e o debate da especificidade/natureza, perfil e competências de cada profissão e os limites de atuação destas e de suas especialidades na atenção integral a saúde. (SILVA, 2007, p.01). Portanto, primeiramente e necessário conhecer a Lei do exercício profissional da enfermagem, Lei n° 7,498/86, de 25 de junho de 1986 que dispõem sobre a regulamentação da pratica da profissão em todo Território Nacional e suas devidas atribuições que, após análise possibilitariam execução de tais funções, vislumbrando uma possível atuação autônoma de visão empresarial e empreendedora, como esta ratificado em: Art. 1º: É livre o exercício da Enfermagem em todo o território nacional, observadas as disposições desta Lei. 14 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | É livre A enfermagem inserida no atual contexto procura por novas perspectivas, necessidades de melhores remunerações e a realização profissional de seus praticantes, questões que conduzem cada vez mais pessoas a pensar em uma transformação na sua trajetória, propondo caminhos nunca antes idealizados, o que contribui para o crescimento da profissão (ARRIBAS et al., 2011). Art. 11°. O Enfermeiro exerce todas as atividades de enfermagem, cabendo-lhe: I – Privativamente: h) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de enfermagem; i) consulta de enfermagem; j) prescrição da assistência de enfermagem; l) cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de vida; Como foi citado, os nichos de mercado a exemplo das clinicas de enfermagem especializadas em procedimentos específicos (como tratamentos de feridas) e consultas de enfermagem, também possuem regência legal descritas nas resoluções: N° 0501/2015 que regulamenta a competência da equipe de enfermagem no cuidado às feridas e dá outras providências. N° 0568/2018 que aprova o regulamento dos consultórios de enfermagem e clínicas de enfermagem. METODOLOGIA Estudo descritivo, com abordagem qualitativa, realizado uma instituição de ensino superior privada no município de Belém-PA. A escolha deste local se deu pela existência de enfermeiros que atuam pelo menos um ano como docentes e que eventualmente poderiam ser úteis na participação da pesquisa, foram excluídos aqueles que estariam afastados no período da pesquisa, que foi constituída por 6 participantes, todos enfermeiros docentes da instituição de ensino em questão no período de agosto a setembro de 2018. Os dados foram coletados através de um instrumento em formato de questionário contendo cinco perguntas abertas relacionadas sobre o tema. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética da instituição Faculdades Integradas Brasil Amazônia S/S LTDA, seguindo a regulamentação, sendo aprovado pelo parecer de número 2.875.278, CAAE: 90795618.0.00.00.8187. Foram seguidos então, todos os padrões normatizados pelo termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) assinados por todos os participantes. Métodode Análise de Dados A análise de conteúdo constitui uma metodologia descritiva e qualitativa de pesquisa usada para descrever e interpretar o conteúdo de toda classe de documentos e textos. Essa análise, conduzindo a descrições sistemáticas, qualitativas ou quantitativas, ajuda a reinterpretar as mensagens e a atingir uma compreensão de seus significados num nível que vai além de uma leitura comum. Dessa forma, a análise de conteúdo busca explorar, para além dos dados e contribuições obtidas, outros significados que enriqueçam e viabilizem de forma a contribuir para compreensão do que é questionado, organizada em três fases: 1) pré- 15 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | análise, 2) exploração do material e 3) tratamento dos resultados, inferência e interpretação. A fase de pré-análise consiste na organização do material, sistematização das ideias iniciais, estabelecer indicadores para interpretação e fundamentação das informações coletadas. Nesta fase, os documentos escolhidos para análise, bem como a formulação de hipóteses dentro dos objetivos que sustentem a interpretação final. É realizada uma leitura que introduz o pesquisador ao universo da temática, estabelecendo um primeiro contato, proporcionando um conjunto de impressões que servirão de base para a construção da estratégia de investigação. Após a conclusão da pré-análise, a segunda fase é a exploração do material, que consiste na definição de categorias (operações de codificação). Esta é a fase da descrição analítica, a qual diz respeito ao corpus (qualquer material textual coletado) submetido a um estudo aprofundado, orientado pelas hipóteses e referenciais teóricos. Dessa forma, a codificação, a classificação e a categorização são básicas nesta fase (Bardin, 2006). A terceira fase compreende o tratamento dos resultados, inferência e interpretação, consiste em captar os conteúdos manifestos e latentes contidos em todo o material coletado. Esses resultados, permitem estabelecer quadros de resultados, diagramas, figuras e modelos que condensam e põem em relevo as informações fornecidas para análise. RESULTADOS Os resultados adquiridos neste estudo geraram categorias as quais analisadas, que se desenvolveram e discorreram de acordo com a visão dos entrevistados e foram suficientes para desenvolver quatro linhas de pensamentos, nesse caso, tem-se as características que podem ser determinantes a um enfermeiro empreendedor onde, nesta categoria, compreendeu-se que, na visão dos entrevistados, o enfermeiro deve possuir um conjunto de características organizacionais e motivacionais: “O enfermeiro empreendedor deve ser criativo, destemido e ter visão para os negócios”. (Moussaieff vermelho) “Sob a minha ótica, o enfermeiro empreendedor deve conter aspectos relativos à liderança nata, tais como organização, compreender com facilidade processos de trabalho, conter espírito harmonioso entre as relações interpessoais além de ser especialista na área escolhida”. (Jeremejevite) “Liderança; criatividade; otimismo; espírito empreendedor; visão de mercado”. (Berilo Vermelho) Possíveis falhas identificadas na formação de enfermeiros em relação ao empreendedorismo: fatores relacionados à formação acadêmica e ao incentivo como as principais falhas no processo de formação de enfermeiros empreendedores: “Falha na abordagem no currículo (projeto político pedagógico)”. (Musgravite) 16 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | “Creio que na academia não temos o incentivo necessário para o empreendedorismo, pois somos ensinados e incentivados a somente cuidar e não te um negócio que faça a administração do cuidar”. (Moussaieff vermelho) “O empreendedorismo pode estar presente em qualquer área de atuação, nutrição, odontologia, entre outros. Na graduação de enfermagem, este tema aproxima-se do componente curricular que tratam sobre gerenciamento e administração em enfermagem. No entanto, por entender que empreendedorismo se trata de uma abordagem especifica caberá aos discentes a procura de cursos a nível de capacitação e/ou latu senso para alcançar este campo de conhecimento”. (Jeremejevite) Experiência no campo empreendedor: Nesta categoria todos os entrevistados verbalizaram não possuir experiência em empreendedorismo; Formas de impulsionar o acadêmico enfermagem a empreender: “Com certeza. Apesar de não ter interesse pelo campo, vejo que outros colegas que se dedicaram na área, conseguiram sucesso. Então creio que o estudo e dedicação na área fara a diferença para novos enfermeiros empreendedores”. (Moussaieff vermelho) “Com certeza, é um ramo promissor onde pode-se aumentar os ganhos”. (Musgravite) “Sim, recomendo por valorizar os aspectos autônomos da enfermagem”. (Jeremejevite) “Difícil recomendar a alguém ser empreendedor, cada um deve buscar isso pelos interesses pessoais e profissionais e não por que alguém o indica”. (Tanzanita) Dos profissionais entrevistados, cinco responderam positivamente quanto o empreendedorismo como área de atuação. As categorias que se desenvolveram na construção deste estudo, chegaram a compreensão do objetivo proposto, dessa forma, pôde-se compreender de forma satisfatória os questionamentos estabelecidos pela pesquisa, proporcionando dados que, além de formalizar a estrutura central das análises, puderam ser discutidos, também, na visão de outros autores. DISCUSSÃO A percepção do enfermeiro docente sobre as características que podem ser determinantes a um enfermeiro empreendedor Nesta categoria, compreendeu-se que, na visão dos entrevistados, o enfermeiro deve possuir um conjunto de características organizacionais e motivacionais. Além destas, observam-se também, que as relações interpessoais na organização e execução do trabalho são fatores determinantes como características do perfil de um enfermeiro empreendedor. Neste ínterim o enfermeiro empreendedor destaca-se pela capacidade de ser visionário, tomar decisões, resolver problemas, 17 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | correr riscos, ter iniciativa, boa comunicação, confiança em si mesmo, determinação, ser positivo, criativo, ético, flexível, responsável e persistente (DAYHOFF, 2005). Possíveis falhas identificadas na formação de enfermeiros em relação ao empreendedorismo A importância do empreendedorismo na formação acadêmica surge como forma de incentivo, objetivando o despertar de interesse e através da aquisição de experiência e posterior aplicação, criar novas possibilidades de inovação e atuação no mercado através de suas diversas competências e habilidades profissionais. O empreendedorismo é um campo relativamente novo como alternativa de investimento, dessa forma a verbalização dos entrevistados enfatiza fatores relacionados à formação acadêmica e ao incentivo como as principais falhas no processo de formação de enfermeiros empreendedores. A implantação de aulas de empreendedorismo, seja como módulo ou como curso superior, deve ser planejada de forma a não podar a prática empreendedora dos acadêmicos, sendo ministrado de forma dinâmica e que instigue desafios aos alunos, utilizando estudos de caso, trabalhos práticos e mantendo um relacionamento com pessoas que praticam o empreendedorismo, por isso é importante que professores e instituições de ensino unam forças para levar não apenas conceitos, mas também incentivar a prática do empreendedorismo nas salas de aula. (SAES; PITA, 2007). Experiência no campo empreendedor O incentivo ao empreendedorismo surge como um conjunto de necessidades profissionais devido diversos fatores como a competitividade no mercado de trabalho, inchaço por demanda, como consequência do número de instituições de ensino superior e consequentemente o número de profissionais formados por ano,bem como, a insatisfação com as exaustivas jornadas de trabalho em relação a remuneração proveniente da mesma. Nesta categoria todos os entrevistados verbalizaram não possuir experiência em empreendedorismo. Existem forças restritivas que são capazes de inibir a ação criativa dos empreendedores e dificultar suas atitudes relacionadas à criação de empresas. Estas dificuldades podem ser categorizadas como: a). Dificuldades burocráticas, devido ao processo formal baseado no cumprimento das exigências de vários órgãos como: Receita Federal, Receita Estadual, Prefeitura, entre outros. b). Dificuldades financeiras, Devido à falta de incentivo na captação de recursos às novas empresas de pequeno e médio porte. (GREATTI; PREVIDELLI, 2003). Formas de impulsionar o acadêmico de Enfermagem a empreender Dos profissionais entrevistados, cinco responderam positivamente quanto o empreendedorismo como área de atuação e observa-se que certa frequência na verbalização da falta de experiência no campo por parte dos entrevistados, entretanto, é ressaltada que a busca do conhecimento e experiência por parte do enfermeiro em formação é imprescindível para o sucesso. Outros aspectos relacionados à autonomia do enfermeiro, esta que se ramifica em suas diversas competências profissionais, 18 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | detém uma importância significativa para o empreendedorismo, o que possibilita melhores oportunidades e grandes investimentos. Na fala de um dos entrevistados ficou evidente que a autonomia deve ser um princípio norteador para a inserção no empreendedorismo, que o profissional deve, por motivação pessoal, buscar de forma individual o interesse e conhecimento necessário para atuação no empreendedorismo. CONCLUSÃO Este estudo alcançou o objetivo e possibilitou compreender, através da visão dos enfermeiros, diversas questões que constituem uma nova perspectiva na atuação do enfermeiro, no cenário do empreendedorismo e sua visão de negócio, buscando formas inovadoras de trabalho. Conhecer na visão do enfermeiro oportunidades de participação no campo do empreendedorismo e perspectivas de negócio tendo assim, desenvolvimento de um enfermeiro empreendedor, principalmente na necessidade do desenvolvimento de habilidades e qualidades dentro do âmbito da inovação, que ligada às diversas competências do enfermeiro, visem ampliar seu alcance na área de atuação. Em análise do perfil empreendedor na visão dos participantes, pode-se compreender que características como autonomia, liderança e criatividade, essas por sua vez discutidas e frequentemente verbalizada por eles são condizentes com as características constantemente citadas por especialistas da área, reforçando ainda que, por mais que essas capacidades sejam suficientes para empreender, ainda é necessário estímulo por parte das instituições de ensino, como também através do incentivo do poder público e instituições competentes, por meio da diminuição de burocracias e investimento em novos projetos, de forma a estimular empreendedores em potencial. Esta pesquisa demonstra o leque de variedades de atuações profissionais associadas a enfermagem tendo como base o empreendedorismo, e analisando tal perspectiva de acordo com o que pensam um grupo de enfermeiros atuantes da área como docentes da Faculdade Integrada Brasil Amazônia (FIBRA), mostrando que criar algo novo que se volte a desenvolver alguma atividade rentável que caminhe junto a enfermagem torna-se possível porém, faz parte de um imaginário ainda pouco desbravado pela maioria da classe. Demonstramos quais estas dificuldades e deficiências encontradas pelos profissionais que os impeçam de trilhar este caminho, evidenciando principalmente que o total de 100% dos entrevistados negou ter contato ou participado diretamente de atividades empreendedoras relacionadas a enfermagem. Isto mostra o total desconhecimento prático sobre o tema o que evidencia o pouco conhecimento desta perspectiva, que se estudada a fundo trará muitos benefícios à classe. Detectamos que a pratica do empreendedorismo trazida para o âmbito desta ciência da saúde é complexa do ponto de vista prático devido à falta de estudos científicos e estudos de casos de profissionais que se tornaram bem sucedidos se desvencilhando da assistência ou gerencia de enfermagem que todos os acadêmicos são doutrinados a exercerem quando tomarem o mercado de trabalho. Existe o desejo de abrir portas para o desenvolvimento de novos estudos sobre o tema, onde nós mesmos, autores desta pesquisa possamos recriar novas vertentes para serem analisadas e estudadas por outros pesquisadores que também venham a 19 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | se interessar pelo tema, tornando-o cada vez mais sólido e satisfazendo os anseios da sociedade de forma geral. REFERÊNCIAS ARAUJO, M.H. O estímulo ao empreendedorismo nos cursosde química: formando químicos empreendedores. In: ARAUJO, MH. 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De acordo com a organização mundial da saúde (OMS), as complicações e agravos decorrentes desse período, estão entre as principais causas de incapacidades e óbito em mulheres de 15 a 44 anos nos países de média e baixa renda. As causas maternas ocupam a segunda posição mundial e estão relacionadas aos seguintes fatores: hemorragia grave; hipertensão na gravidez; infecções puerperais; parto obstruído e outras causas diretas tais como: complicações de aborto e doenças do aparelho circulatórios agravadas pela gravidez, parto, puerpério (embolias) (WHO, 2014). Soares et al. (2017) destacam que mais de 92% desses óbitos são considerados evitáveis e incidem principalmente por doenças hipertensivas e hemorrágicas. Para Silva (2016, p. 491) “na América Latina foi constatado que a maior proporção de mortes maternas ocorre por hemorragia, seguida da hipertensão”. Afirmando ainda que no Brasil e na região Norte a eclampsia destaca-se como a principal causa de mortalidade. Um estudo sobre causas de mortalidade materna no estado do Pará, Botelho et al., (2014, p. 290) evidenciou que: A morte materna no Estado do Pará é caracterizada por ocorrer durante o puerpério (até 42 dias), em virtude principalmente de causas obstétricas diretas, como a hipertensão, com destaque para a eclampsia, e transtornos hemorrágicos, evidenciando a necessidade de atenção integral e de qualidade à saúde da gestante, desde o pré-natal até o puerpério. Fenômenos como esses, reforçam a necessidade da criação e implementação de políticas públicas voltadas a assistência integral da saúde da mulher no ciclo gravídico puerperal, bem como a realização de estudos que identifiquem os riscos de 22 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | maneira precoce, sendo possível intervir e consequentemente diminuir o número de óbitos por causas consideradas evitáveis e com isso melhorar o perfil epidemiológico. Para agregar e aprimorar a qualidade no atendimento, tanto a OMS quanto o ministério da saúde têm adotado uma série de medidas como a criação de políticas voltadas a assistência integral da mulher e do recém-nascido em todo e qualquer estabelecimento de saúde. Entre elas, destacam-se: A criação da Política Nacional de Humanização (PHN), a Rede Cegonha, a Iniciativa Hospital Amigo da Criança e a Política de Segurança do Paciente. A ação tem como objetivos comuns a redução da mortalidade materna com ênfase no componente neonatal através da garantia de acesso e acolhimento pautados nos princípios do (SUS), na implementação de adequadas práticas de segurança na atenção ao ciclo gravídico puerperal, contribuindo para melhorar a qualidade do cuidado nos estabelecimentos de saúde, reduzindo com isso os agravos e riscos desnecessários associados aos cuidados em saúde. Dessa maneira, faz-se necessário a realização de estudos que identifiquem novos modelos assistências para a mulher, especificamente no contexto puerperal, assim como os principais agravos para a saúde materna e infantil, bem como ações de Enfermagem que possam melhorar a qualidade da assistência e reduzir os índices de mortalidade. A mulher, em toda e qualquer circunstância, deve ser vista e avaliada de forma integral não devendo desviar nenhum dos elementos considerados essenciais para a compreensão do processo saúde doença. Numerosos dos problemas vivenciados por ela no pós-parto estão relacionados à dimensão psicossocial, refletindo não somente no seu bem-estar individual, mas nas relações que esta constitui com o filho, o cônjuge e/ou outros membros da família. Caracteriza-se como um momento de fragilidade para todos os envolvidos, exigindo dos profissionais de saúde um olhar atento e minucioso (RODRIGUES et al., 2014; BRASIL, 2016). Para tanto, o profissional da saúde deverá construir vinculo, estando em constante sintonia com a cliente e seus familiares. Este, por sua vez deve conhecer os determinantes sociais, no sentido de identificar riscos e intervir em fatores estressantes, oferecendo uma atenção humanizada, qualificada e que possa prevenir possíveis intercorrências no puerpério. A assistência permanente dos profissionais da saúde ao binômio mãe e filho, no puerpério em todos os níveis de atenção à saúde, favorecem a redução da morbimortalidade materna-infantil, bem como as consequências desse fenômeno sobre a qualidade de vida das mães, crianças e seus familiares (ANDRADE et al., 2015). Nesse contexto, Dodou et al (2017, p. 1326) enfatizam que: É preciso ressignificar as ações educativas no período pós- parto, para que elas sejam pautadas no modelo problematizador, o qual estimule a reflexão e ação dos sujeitos, utilizando-se de processos dialógicos, emancipatórios e críticos, que favoreçam a autonomia e a participação de todos os envolvidos. 23 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | O profissional de Enfermagem é um educador em potencial e essência. No puerpério, ele contribui de maneira positiva na educação em saúde, na implementação de medidas de higiene indispensáveis para a díade mãe-filho, no incentivo ao aleitamento materno exclusivo, entre outras práticas específicas essenciais para a promoção do autocuidado, identificação de riscos e prevenção de agravos. De acordo com Tossin et al. (2016): A Enfermagem, nos diferentescenários de atuação, pode desenvolver estratégias de educação em saúde para a promoção do autocuidado. As ações/práticas educativas envolvendo a comunidade, família e usuários tornam-se essenciais, pois podem promover saúde através da troca de saberes de forma contextualizada, aumentando as possibilidades de que os indivíduos assumam a responsabilidade pelo seu autocuidado e, assim, consigam atuar para melhoria da sua qualidade de vida. O enfermeiro é considerado o profissional dotado de competências capazes de empoderar mulheres, tornando-as independentes quanto ao seu autocuidado e cuidados com o recém-nascido, promovendo com isso a satisfação das mesmas, tornando-as autônomas e confiantes após a alta hospitalar, sendo a maternidade o local ideal para ocorrer esta aprendizagem (CORREIA; PEREIRA, 2015). Diante do exposto, identificar a qualidade da assistência prestada as usuárias através do grau de satisfação das mesmas, contribuirá para promoção do autocuidado, redução de danos e riscos à saúde sexual e reprodutiva, além de conhecer as reais e principais necessidades materna no período puerperal. O puerpério O puerpério é uma fase marcada por intensas modificações biopsicossociais na vida da mulher, em que seu corpo se prepara para o exercício da maternidade. Para tanto, é essencial que a puérpera tenha uma recuperação plena e saudável e que lhe condicione a retornar o seu estado anterior ao parto com o mínimo de intercorrências possíveis (SANTOS; CAVEIÃO, 2014). Esse momento traz consigo importantes alterações e instabilidades orgânicas, que dependendo de como é conduzido pelos profissionais da saúde, poderá apresentar sinais e sintomas que ofereçam riscos à saúde materna. É o período que se inicia logo após o parto com a expulsão da placenta e termina quando o corpo da mulher retornou o mais próximo possível do seu estado pré-gravidez. Dura aproximadamente seis semanas (NETTINA, 2014). Subdivide-se em três momentos que podem ser classificados como: Puerpério imediato - inicia-se após a dequitação e se estende até o 10° dia do pós-parto (1º ao 10º dia). Caracteriza- se por regressão das alterações gravídicas locais e gerais. Puerpério tardio – inicia- se no 10º e se estende até o 45º dia. Puerpério remoto – É o período que transcorre do 46º dia até a completa recuperação das alterações imprimidas pela gestação e a volta dos ciclos menstruais (a partir do 45º dia) (BRASIL, 2016; REZENDE, 2014). A mulher, em especial a primípara, vivencia intensas mudanças relacionadas a insegurança e necessidade de adaptação ao seu filho e a seu papel de mãe, de 24 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | maneira específica nos primeiros dias do puerpério, o que a torna sensível, confusa e ansiosa (FREITAS et al., 2017). O puerpério imediato inicia-se logo após a dequitação e estende-se até o 10° dia posterior ao parto. É um período no qual a mulher passa por profundas alterações físicas, psicoemocionais e sociais, ocorrendo ainda transformações anatômicas e funcionais necessárias ao retorno do organismo materno às condições não gravídicas e o preparo das mamas para a amamentação da criança (COSTA, 2016). Nesse período, o enfermeiro por estar mais próximo da nutriz, precisa estar atento as possíveis complicações, demonstrar apoio emocional e orientar sobre essa fase de grandes transformações. Este por sua vez tem um papel essencial na promoção do aleitamento materno e prevenção do desmame precoce, podendo utilizar uma série de estratégias para garantir esta prática (SIQUEIRA; SANTOS; SANTOS, 2017). Com base nos estudos de Andrade et al., (2015) quando se aborda integralidade, promoção da saúde e qualidade de vida, a indissociabilidade do cuidado à mãe e à criança, além do aleitamento materno, o planejamento familiar e a morbimortalidade materna e infantil, destacam-se como aspectos especialmente relevantes e merecedores de atenção no puerpério. Lima et al., (2017) destacam que esse período necessita da atuação de profissionais qualificados para prestar uma assistência apropriada com intervenções precisas, sobretudo as relacionadas às complicações decorrentes do parto. Principais intercorrências maternas no puerpério e complicações com o recém- nascido A hemorragia pós-parto é comumente definida como a perda de sangue > 500 ml após o parto vaginal ou > 1.000 ml após o parto cesáreo. Pode ser classificada como: precoce (até 24 horas) ou tardia (após 24 horas). Suas principais causas enquadram-se na regra dos “4 -T”: tono (atonia), trauma (lacerações, hematomas, rotura, inversão), tecido (placenta retida, acreta), trombina (coagulopatia). Ocorre em 80-90% dos casos por decorrência da atonia uterina. A melhor maneira de prevenir é através da conduta ativa no secundamento (ZUGAIB, 2016). No que se refere a infecção puerperal, Nettina (2014) afirma ser aquela que se origina do aparelho genital após parto recente. É decorrente principalmente da endometrite causada por microrganismos com potenciais patogênicos residentes na flora vaginal e cérvice uterina, sendo que muitos desses tornam-se virulentos no transcorrer do pós-parto. Os principais fatores que elevam os riscos são: cesariana e parto vaginal com amniorrex prolongada ou grandes traumatismos. Outra intercorrência de grande interesse obstétrico é a eclâmpsia, a mesma é definida como a presença e/ ou surgimento de convulsões, coma ou de ambas durante a gravidez ou o puerpério em gestantes com pré-eclâmpsia. A toxemia gravídica incide em cerca de 10% das primíparas sendo a maior causa de mortalidade materna e perinatal (OMS, 2014). A doença hipertensiva específica da gravidez caracteriza-se por manifestações clínicas como: hipertensão, edema e proteinúria. Nas formas graves em decorrência da irritabilidade do sistema nervoso central, instalam-se convulsões e a doença é denominada eclâmpsia, quando ausente de crises convulsivas trata-se de pré- eclâmpsia (SES/SP, 2017). 25 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | Ocorre em cerca de 80% dos casos antes do parto, o restante ocorre no pós- parto, quase sempre nas primeiras 24 horas. O diagnóstico precoce e o manejo adequado dos casos podem evitar a grande maioria das mortes maternas e perinatais decorrentes dessa patologia. A administração de sulfato de magnésio é o tratamento de primeira escolha para prevenir e tratar a convulsão tanto em mulheres com pré- eclâmpsia grave/eclâmpsia (REZENDE, 2014). Os problemas relacionados ao RN estão intimamente ligados por uma ampla variedade de fatores maternos. A prematuridade, o baixo peso e as infecções neonatais, contribuem de maneira expressiva para o aumento da mortalidade neonatal (CASER, 2017). A hiperbilirrubinemia (icterícia), no período neonatal, é a patologia mais frequente, que se caracteriza pelo acúmulo de bilirrubina sérica acima dos níveis normais, sendo observado quando os níveis estão entre 5 a 7mg/100 dl. A icterícia fisiológica ocorre entre 3 a 5 dias após o nascimento e declina em uma semana. Daí a importância de ficar atento durante as 24 a 48 horas de admissão (BRASIL, 2014). As infecções de modo geral, os distúrbios respiratórios e a icterícia, destacam- se como os principais motivos de internação de RN em unidade de terapia intensiva neonatal, sendo as infecções a principal causa de morbidade desenvolvida durante esse período (COSTA et al., 2017). Miranda (2016, p.827) assegura que: As práticas higiênicas durante o manuseio do coto umbilical, como a lavagem das mãos, não utilização de substâncias caseiras e a limpeza diária com a clorexidina apesar de prolongar o tempo de queda, mostrou-se eficaz no tempo de separação na redução de infecções e mortalidade. Evidencias como essas reforçam a necessidade da implementação de um cuidado qualificado e orientações precisas sobre a assepsia correta do cotoumbilical ainda na maternidade, para que as puérperas ao receberem alta, sejam capazes de realizar essa atividade com segurança e livre de possíveis intercorrências. O aleitamento materno exclusivo previne anualmente a morte de um milhão de crianças por diarreias e processos infecciosos. Possíveis complicações podem surgir durante o puerpério como: Ingurgitamento mamário, fissura, hipogalactia e falta de motivação da mãe para amamentar, as quais contribuem para o desmame precoce (MORENO; SCHMIDT, 2014). O posicionamento em decúbito ventral mostrou aumentar os riscos de síndrome de morte súbita do lactente. Dessa maneira, recomenda-se que todos os bebes saudáveis sejam posicionados em decúbito dorsal para dormir (CARDOSO, 2014). Humanização na assistência a puérperas e recém-nascidos A assistência puerperal ainda vem sendo negligenciada em determinadas questões, pois persiste como uma prática fragmentada, tecnicista e restrita de educação em saúde. Havendo como isso um déficit no cuidado, desconsiderando a 26 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | integralidade da mulher, privilegiando o recém-nascido, não abrangendo as puérperas que estão passando por um período de transição (GOMES; SANTOS, 2017). A assistência nesse período é bastante limitada, necessitando de maior atenção e comprometimento dos profissionais de saúde, bem como adaptações nas condições estruturais e organizacionais da maternidade para prestar um cuidado digno e humano (RODRIGUES et al.,2014). Estudos realizados por Fernandes et al., (2015, p. 192 e 198) corroboram que: Há necessidade de investimento na assistência obstétrica para otimizar a diminuição das complicações no período gravídico puerperal a fim de reduzir a mortalidade materna, sendo necessária a formação profissional humanizada, educação continuada e permanente dos profissionais que atendem a mulher nesse contexto. As práticas assistências humanizadas, quando associadas a educação em saúde, contribuem de maneira positiva para redução nos índices de intercorrências e consequentemente de complicações decorrente desse período, em especial a mortalidade materna e neonatal. A assistência de enfermagem à mulher no pós-parto imediato e nas primeiras semanas após o parto é de fundamental importância para a saúde materna e neonatal. Desse modo, torna-se essencial que o cuidado direcionado a ela e ao bebê tenha como características importantes a qualidade e a humanização, tendo como embasamentos principais a educação em saúde, a prevenção de complicações, o conforto emocional e físico do binômio mãe-filho (GOMES; SANTOS, 2017). Dodou et al., (2017, p. 1326) destacam que o profissional de enfermagem durante a sua assistência às puérperas, deverá: Estar aberto às necessidades das puérperas para construir o conhecimento, e a sua prática educativa deve valorizar o saber social dessas mulheres, a fim de que as suas ações contribuam para a promoção da saúde do binômio mãe-filho no puerpério. Nessa perspectiva, o exercício da enfermagem deve se basear em métodos articulados de modo a gerar práticas que aderem a integralidade das ações em saúde (CASSIANO et al., 2015). Cabe ao enfermeiro oferecer o máximo conforto a parturiente, proporcionando um ambiente tranquilo para que a mulher possa descansar e recuperar as energias gastas no parto. A assistência nesse contexto, visa sobretudo promover a adaptação da mulher as alterações físicas e emocionais e possibilitar o desenvolvimento de aptidões que proporcionem segurança nos cuidados com seu filho, sendo as atividades educativas ações de destaque principal durante a assistência (BARBOSA et al., 2014). Principais Intervenções de Enfermagem As principais intervenções de enfermagem relacionadas a mãe e ao recém- nascido baseiam-se principalmente no conforto emocional e físico, na observação contínua, no estímulo ao aleitamento materno e interação mãe e filho, em ações de prevenção e promoção da saúde, no diagnóstico e tratamento adequado dos problemas que ocorrem neste período, além da prevenção de complicações e agravos 27 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | como: hemorragia, infecções, eclampsia, hematomas, depressão pós-parto e óbito (GOMES; SANTOS, 2017). Um dos objetivos principais dos cuidados de Enfermagem ao recém-nascido é a observação de problemas potenciais para garantir segurança e prevenir infecção. O enfermeiro deve estabelecer um plano de cuidados contínuos para o RN e sua família até a alta, incluindo além da observação, o registro dos sinais vitais, ganho ou perda de peso diário, função intestinal e vesical além dos padrões de sono e termorregulação (NETTINA, 2014). Após a expulsão da placenta e recuperação da parturiente em torno de 1 a 2 horas o enfermeiro deve transferi-la com o RN para a Unidade de Alojamento conjunto. Ao receber a puérpera e o recém-nascido nesta unidade de internação, compete a esse profissional analisar o prontuário e tomar conhecimento sobre o transcurso do parto e as condições do RN. A partir dessa avaliação, ele elaborará seu plano de cuidados e condutas específicas de acordo com as necessidades de cada paciente (FREITAS et al., 2017). Considerando a situação específica de cada puérpera, Brasil (2016) e Freitas et al. (2017) mencionam algumas orientações e/ou intervenções consideradas importantes e essenciais durante o período de internação, a saber: • Acolher e situar a puérpera e o acompanhante na unidade orientando resumidamente sobre as principais rotinas; desde o primeiro momento estabelecer uma relação de confiança, cordialidade, amigável e respeitosa com a puérpera e seus familiares; Evitar entrevistas longas nesse momento; Avaliar o estado geral da puérpera e do RN. • Realizar o exame físico céfalocaudal e detalhado na puérpera; Questionar a puérpera sobre a experiência do parto esclarecendo sobre a fisiologia do puerpério, autocuidado e cuidados com seu filho; Disponibilizar–se a ouvir possíveis queixas e dúvidas; Verificar sinais vitais da paciente a cada 4 horas durante as primeiras 24 horas e/ou quando houver necessidade e registrar adequadamente no impresso; Reduzir fatores que provocam a dor na puérpera, promovendo medidas de conforto e a terapêutica adequada para a dor. • Observar e registrar sinais de sangramento vaginal excessivo; Notificar o médico imediatamente caso haja sinais de anormalidades como: aumento da respiração e do pulso, temperatura elevada, diminuição do débito urinário, sinais de atonia uterina, diminuição da pressão arterial e alterações ortostáticas que possam indicar hemorragias; Após as primeiras horas realizar o histórico completo, diagnóstico e intervenções de Enfermagem. • Estimular o repouso, a nutrição e a ligação com o recém-nascido; Durante o exame físico e em todo o período de internação orientar a puérpera sobre a importância do aleitamento materno exclusivo, cuidados com as mamas e mamilos, massagem e ordenha; Reduzir sua ansiedade e medo, 28 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | identificando possíveis fatores de risco, com intervenções eficazes e específicas para cada fator de risco. • Realizar a avaliação regularmente das mamas, tamanho e consistência do útero, distenção da bexiga, evacuação instestinal, lóquios, epsiotomia, incisão cirúrgica em caso de parto cesáreo, resposta emocional e sinal de homens. • Orientar quanto cuidados de higiene em geral e medidas de conforto; Realizar inspeção e orientações quanto a higiene da região perineal; Realizar inspeção e orientações quanto aos cuidados e higiene com a incisão cirúrgica em caso de parto cesáreo; Orientar quanto a troca de absorventes de 4-6 horas ou acordo com a perda de sangue. • Observar e registrar o volume e as características dos lóquios; Identificar sinaisprecoce de hemorragia pós-parto; Orientar quanto a lavagem das mãos antes e após qualquer atividade consigo própria e como o bebe. • Estimular a deambulação quando não estiver contra indicada. • Atentar-se aos sinais e sintomas que indiquem desvios de anormalidades, tanto do ponto de vista físico quanto emocional, encaminhando a puérpera e o RN para outros profissionais de acordo com a necessidade. • Promover a interação social e estímulo à visita de familiares, bem como envolvê-los na aprendizagem dos cuidados com a criança e no apoio a mulher em relação a amamentação; Durante o exame físico ou banho de o recém-nascido realizar atividades educativas relacionadas a criança. • Orientar a mãe a lavar as mãos antes de amamentar para ajudar na prevenção de infecções; Ajudar a mãe a se posicionar de maneira correta e confortável para que esta possa adotar uma boa técnica de amamentação e com isso superar as dificuldades que possam surgir durante esse período; Auxiliar a mulher nas primeiras mamadas e durante o banho do RN; Orientar e auxiliar quanto a pega correta. • Auxiliar e orientar nos cuidados gerais do recém-nascido; Auxiliar e orientar quanto a higiene corporal do recém-nascido; Orientar quantos ao manuseio e cuidados com o coto umbilical; Orientar quanto ao posicionamento em decúbito ventral para o bebe dormir. • A medida que a puérpera se sentir confiante, o enfermeiro deve estimular a assumir o cuidado com o bebê; Durante a alta hospitalar, certificar-se de que a puérpera se sente segura e confiante na execução dos cuidados consigo e com seu bebe. 28 29 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | • Realizar esclarecimentos de eventuais dúvidas que possam surgir; Indicar o serviço de saúde para que ela possa realizar a revisão puerperal e de puericultura, bem como recorrer em caso de eventuais necessidades. De maneira geral, a puérpera deverá deixar a maternidade orientada pelo enfermeiro com todas as informações necessárias, suas dúvidas sanadas e a identificação das situações de risco que possam surgir, além de sua referência ao serviço de saúde local (SANTOS; CAVEIÃO, 2014). REFERÊNCIAS ANDRADE, R. D. et al. Fatores relacionados à saúde da mulher no puerpério e repercussões na saúde da criança. Revista da Escola de Enfermagem Ana Nery, v. 19, n. 1, p. 181-186, 2015. BARBOSA, E. M. G. et al. Cuidados de enfermagem a uma puérpera fundamentados na teoria do conforto. Revista Mineira de Enfermagem, v. 18, n. 4, p. 845-849, out/dez, 2014. Disponível em:<http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/967>. Acesso: 29 de mar. De 2018. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Atenção à saúde do recém-nascido: Guia para os profissionais de saúde. 2. ed, v.1. Atual: Brasília, 2014. 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