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Livro 01 - Enfermagem em Evidência

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1 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | 
 
 
 
2 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | 
 
Widson Davi Vaz de Matos 
Daniele Ferreira Bezerra 
[Organizadores] 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Enfermagem em Evidência 
Práticas desafiadoras e atitudes inovadoras 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Editora Neurus 
2020 
 
 
 
3 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | 
CONSELHO EDITORIAL 
 
Maicon de Araujo Nogueira 
Enfermeiro. Mestre em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA), Universidade do Estado do Pará (UEPA). 
Doutorando, Programa de Doutorado Profissional em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). 
Universidade do Estado do Pará (UEPA). Belém, Pará, Brasil. 
 
Sting Ray Gouveia 
Fisioterapeuta. Mestre em Gestão de Empresas, Faculdade Pitágoras em Marabá. Doutorando em 
Educação Física, Universidade Católica de Brasília (UCB), Marabá, Pará, Brasil. 
 
Adriana Letícia dos Santos Gorayeb 
Enfermeira. Mestre em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Doutoranda, Programa de Doutorado 
Profissional em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Universidade do Estado do Pará (UEPA). Reitora 
do Centro Universitário da Amazônia (UniFAMAZ), Pará, Brasil. 
 
Simone Aguiar da Silva Figueira 
Enfermeira. Mestre em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Doutoranda, Programa de Doutorado 
Profissional em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Docente na Universidade do Estado do Pará 
(UEPA), Campus Santarém, Pará, Brasil. 
 
Selma Kazumi da Trindade Noguchi 
Fisioterapeuta. Mestre em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Doutoranda, Programa de Doutorado 
Profissional em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Universidade do Estado do Pará (UEPA). Docente 
na Escola Superior da Amazônia (ESAMAZ). Belém, Pará, Brasil. 
 
Sarah Lais Rocha 
Enfermeira. Mestre em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Doutoranda, Programa de Doutorado 
Profissional em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Docente na Universidade do Estado do Pará 
(UEPA), Campus Marabá. Coordenadora do curso de Enfermagem da Faculdade Carajás, Pará, Brasil. 
 
Suanne Coelho Pinheiro Viana 
Enfermeira. Mestre em Políticas de Saúde, Universidade Federal do Pará (UFPA). Responsável Técnica 
pelo curso de Enfermagem, Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC/PA), Belém, Pará, 
Brasil. 
 
Anne Caroline Gonçalves Lima 
Enfermeira. Mestre em Ciências da Educação e da Saúde. Instituto de Capacitação Profissional (ICAPI). 
Especialista em Enfermagem Obstétrica. Docente da Universidade do Estado do Pará (UEPA). Belém, 
Pará, Brasil. 
 
Isis Ataíde da Silva 
Enfermeira. Mestre em Saúde da Amazônia. Universidade Federal do Pará (UFPA). Especialista em 
Oncologia na Modalidade Residência Uniprofissional em Saúde. Hospital Ophir Loyola/Universidade do 
Estado do Pará (UEPA). Belém, Pará, Brasil. 
 
Daniel Figueiredo Alves da Silva 
Fisioterapeuta. Mestre em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Doutorando, Programa de Doutorado 
Profissional em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Docente no Centro Universitário Metropolitano 
da Amazônia (UniFAMAZ), Belém, Pará, Brasil. 
 
 
 
 
 
4 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | 
Elcilane Gomes Silva 
Médica, Doutoranda, Programa de Doutorado Profissional em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA), 
Universidade do Estado do Pará (UEPA). Belém, Pará, Brasil. 
 
Alfredo Cardoso Costa 
Biólogo, Doutorando, Programa de Doutorado Profissional em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA), 
Docente na Universidade do Estado do Pará (UEPA). Belém, Pará, Brasil. 
 
Renata Campos de Sousa Borges 
Enfermeira. Mestre em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Doutorando, Programa de Doutorado 
Profissional em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Docente na Universidade do Estado do Pará 
(UEPA). Tucuruí, Pará, Brasil. 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) - Elaborada por 
Editora Perensin – Bibliotecária Iris Estevez Ferreira CRB-8/SP n. 6428 
 
 
O conteúdo, os dados, as correções e a confiabilidade são de inteira 
responsabilidade dos autores 
 
A Editora Neurus e os respectivos autores desta obra autorizam a reprodução e 
divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou 
eletrônico, para fins de estudo e de pesquisa, desde que citada a fonte. Os artigos 
publicados são de inteira responsabilidade de seus autores. As opiniões neles 
emitidas não exprimem, necessariamente, o ponto de vista da Editora Neurus 
 
Editora Neurus 
Belém/PA 
2020 
M381e Matos, Widson Davi Vaz de 
 
Enfermagem em Evidência: Práticas desafiadoras e atitudes inovadoras 
/ Widson Davi Vaz de Matos; Daniele Ferreira Bezerra, Belém: Editora 
Neurus, 2020. 
 
313 páginas 
 
ISBN: 978-65-990242-5-2 
 
1.Enfermagem – Tipos 2. Enfermagem – Métodos 2. Enfermagem – Práticas 
desafiadoras 3. Enfermagem – Atitudes inovadoras I. Widson Davi Vaz de Matos 
II. Daniela Ferreira Bezerra I. Título 
 CDD: 610.73 
CDU: 616-051 
 
610.73 
 
 
 
5 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | 
APRESENTAÇÃO 
 
Respeitado(a) leitor(a), a coletânea em saúde [Enfermagem em Evidência: 
práticas desafiadoras e atitudes inovadoras] é constituída por vinte e sete artigos 
que tornaram possível esta magnifica obra, de pesquisadores brasileiros 
comprometidos com a ciência, a saúde, o ensino e a educação em nosso país. Nesta 
edição, você, querido(a) leitor(a), poderá observar textos que destacam o 
conhecimento, as práticas e as atitudes inovadoras e clássicas que configuram a 
realidade da Enfermagem em diversos cantos do Brasil, em especial, no que se refere 
ao contexto amazônico. 
Desde a saúde coletiva, perpassando pela realidade da atenção secundária e 
terciária, esta coletânea aborda, de forma ampla, práticas e atitudes acerca do 
enfermeiro empreendedor, das várias doenças infectocontagiosas que representam 
graves problemas de saúde pública no Brasil e no mundo, assim como as doenças 
neurodegenerativas, os perfis epidemiológicos que norteiam a tomada de decisão em 
saúde, além de questões de urgência e de emergências e questões relacionadas aos 
cuidados intensivos, assim como textos sobre a saúde da criança, da mulher, do 
adolescente, do homem e dos idosos. Ademais, esta obra tem como foco as ações 
educativas, a educação continuada e a educação permanente, a partir da prática do 
enfermeiro e de sua equipe de saúde. 
Diante desse contexto, destacamos que essa coletânea tem como principal 
objetivo contribuir para a educação e para a saúde em todos os níveis de atenção à 
saúde. Além disso, buscamos contribuir para formação de acadêmicos de 
Enfermagem e de outros estudantes da área da saúde, buscamos, ainda, melhorar as 
práticas e as atitudes de professores e de enfermeiros assistenciais que lidam, 
diariamente, com o fazer saúde no Brasil. 
 
 
Tassio Ricardo Martins da Costa 
Editor-chefe 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | 
SUMÁRIO 
 
CAPÍTULO I .........................................................................................................................08 
A Enfermagem no campo empreendedor: a percepção do enfermeiro docente sob uma nova 
perspectiva na atuação do profissional docente sob uma nova perspectiva na atuação do 
profissional 
 
CAPÍTULO II ........................................................................................................................20 
Cuidados de Enfermagem no puerpério imediato: revisão narrativa 
 
CAPÍTULO III .......................................................................................................................31 
A frequência de testagem rápida para HIV e a via de parto escolhida em uma maternidade 
 
CAPÍTULO IV ......................................................................................................................39Criação de um checklist para os cuidados assistenciais do recém-nascido em um hospital 
do município de Icoaraci/PA 
 
CAPÍTULO V .......................................................................................................................56 
Planejamento reprodutivo: a participação masculina sob o olhar da mulher 
 
CAPÍTULO VI ......................................................................................................................65 
A percepção do homem acerca de sua participação no planejamento reprodutivo 
 
CAPÍTULO VII .....................................................................................................................77 
Parto normal após cesariana: olhares maternos 
 
CAPÍTULO VIII ....................................................................................................................91 
Atuação da Enfermagem em urgência e emergência 
 
CAPÍTULO IX ....................................................................................................................106 
Desafios à vista? navegação em Enfermagem oncológica 
 
CAPÍTULO X .....................................................................................................................115 
A Enfermagem frente ao processo de morte e morrer: revisão da literatura 
 
CAPÍTULO XI ....................................................................................................................128 
Estresse ocupacional em profissionais de Enfermagem: uma revisão integrativa da literatura 
 
CAPÍTULO XII ...................................................................................................................150 
Liderança em Enfermagem: análise do perfil de liderança de enfermeiros em unidades de 
pronto atendimento de urgência e emergência 
 
CAPÍTULO XIII ..................................................................................................................160 
A utilização de métodos lúdicos na prática de acadêmicos de Enfermagem na 
conscientização sobre a diabetes mellitus: um relato de experiência 
 
 
 
 
7 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | 
CAPÍTULO XIV ..................................................................................................................167 
Assistência de Enfermagem nas puérperas de parto cesariano com depressão pós-parto: 
uma revisão bibliográfica 
 
CAPÍTULO XV ...................................................................................................................176 
Prevenção das incapacidades físicas em hanseníase: revisão integrativa 
 
CAPÍTULO XVI ..................................................................................................................187 
O trabalho da Enfermagem em um serviço de controle de infecção hospitalar: relato de 
experiência 
 
CAPÍTULO XVII .................................................................................................................194 
Estudo de revisão bibliográfica acerca da insuficiência renal crônica 
 
CAPÍTULO XVIII ................................................................................................................199 
A importância da prática da higienização das mãos mostrada através da educação 
continuada realizada em um hospital público: relato de experiência 
 
CAPÍTULO XIX ..................................................................................................................208 
Atuação da Enfermagem na assistência domiciliar: evidências científicas 
 
CAPÍTULO XX ...................................................................................................................224 
Reflexões da assistência de Enfermagem às mulheres vítimas de violência sexual 
 
CAPÍTULO XXI ..................................................................................................................235 
Traumatismo cranioencefálico: a percepção dos profissionais de Enfermagem na avaliação 
inicial no atendimento intra-hospitalar 
 
CAPÍTULO XXII .................................................................................................................246 
Análise das barreiras enfrentadas por mulheres na realização do exame de prevenção do 
câncer de colo uterino 
 
CAPÍTULO XXIII ................................................................................................................254 
Os benefícios da monitoria de gerenciamento das redes de atenção à saúde nas práticas do 
graduando de Enfermagem: um relato de experiência 
 
CAPÍTULO XXIV ...............................................................................................................262 
Diagnóstico de Enfermagem risco de lesão na córnea: contribuições para o enfermeiro 
 
CAPÍTULO XXV ................................................................................................................276 
Atualizações em endemias para agentes comunitários de saúde (ACS): doença de chagas 
e dengue 
 
CAPÍTULO XXVI ...............................................................................................................284 
A atuação do centro de atenção psicossocial no quadro de depressão: uma revisão narrativa 
 
 
 
 
 
8 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | 
CAPÍTULO XXVII ..............................................................................................................293 
Riscos ocupacionais e qualidade de vida de enfermeiros que atuam em centro cirúrgico 
 
METADADOS DOS AUTORES .........................................................................................303 
 
ORGANIZADORES ...........................................................................................................310 
 
ÍNDICE REMISSIVO ..........................................................................................................311 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | 
 
CAPÍTULO I 
 
A Enfermagem no campo empreendedor: a percepção do enfermeiro 
docente sob uma nova perspectiva na atuação do profissional 
 
Alexandre Felipe Rodrigues Maia 
 
INTRODUÇÃO 
 
O empreendedorismo busca inovações e oportunidades de negócio, atribuindo 
ações promissoras para a enfermagem, vislumbrando um mundo de múltiplas 
direções e espaços no mercado de trabalho com tudo, a enfermagem vem se 
desenvolvendo ao longo do tempo e alcança, no momento atual, um novo patamar 
representado pela possibilidade do empreendedorismo nesta linha de serviço, o que 
aponta para uma nova perspectiva na atuação profissional do enfermeiro 
(GUIMARÃES; AZAMBUJA, 2010). 
Isto se deve às muitas transformações alcançadas nas últimas décadas nos 
setores da economia, das inovações tecnológicas e da globalização (GUIMARÃES; 
AZAMBUJA, 2010). Mas é importante frisar que essas transformações acabam por 
causar impactos no mercado de trabalho, o que, resulta em aumento da taxa de 
desemprego, redução de salários e maior competitividade do mercado (COSTA, 
2009). 
Diferente dos objetivos profissionais dos trabalhadores do mundo industrial, 
onde a busca era por estabilidade no mercado de trabalho, o novo modelo econômico 
emerge de profissionais com propósitos diferentes, destacando nesse cenário o 
empreendedorismo como forma de se chegar à satisfação no trabalho e alcançar a 
autonomia profissional (GUIMARÃES; AZAMBUJA, 2010). Hoje sabe-se que o 
empreendedorismo é uma ciência com mais de 80 anos que tem crescido rapidamente 
no mundo inteiro contudo, o movimento do empreendedorismo no Brasil só começou 
a se formar na década de 90, quando entidades como SEBRAE (Serviço Brasileiro de 
Apoio às Micro e Pequenas Empresas), foram criados. Antes disso, praticamente não 
se falava em empreendedorismo e em criação de pequenas empresas (DORNELAS, 
2001). A atividade ganhou destaque no cenário nacional, devido a intervenção 
governamental da época,que acabou aumentando as políticas de estimulação a 
abertura de micro e pequenas empresas, e a população que vislumbrava a 
capitalização sobre seu próprio negócio (ZOUAIN, 2007). 
O empreendedorismo é também uma constatação na área profissional da 
enfermagem, sustentado pelas múltiplas possibilidades que estabelece com os 
diferentes serviços. E na área da saúde, pelo enfrentar das dificuldades cotidianas e 
pelas interações que produz com os clientes, familiares e equipe de saúde, como 
explicam ERDMANN et. al (2009), ao afirmarem que o empreendedorismo em 
enfermagem diferencia-se pela capacidade de compreender e de cuidar do Ser 
Humano como um ser integral e integrador, independente das condições sociais, 
políticas ou económicas. 
POLAKIEWICZ et al. (2013) falam que o empreendedorismo pode ser um 
instrumento capaz de proporcionar aos profissionais de enfermagem um novo modo 
 
 
10 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | 
de recriar sua profissão e constituir novas possibilidades profissionais, e meio de gerar 
qualidade para os usuários de obter bons salários e satisfação com a produção do 
seu serviço. A clareza do conhecimento que os profissionais de Enfermagem têm 
várias razões e oportunidades para ter o seu próprio empreendimento, representa o 
desafio da pesquisa. 
A partir disso, elaboramos as seguintes questões norteadoras: quais aspectos 
indicam que o enfermeiro é um empreendedor? e quais as competências o enfermeiro 
necessita ampliar para apropriar-se diante das oportunidades no cenário 
empreendedor na enfermagem? Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi conhecer 
a percepção do enfermeiro docente, no cenário do empreendedorismo e sua visão de 
negócio, buscando formas inovadoras de trabalho. 
 
Justificativa 
 
A Enfermagem inserida no atual contexto procura por novas perspectivas, 
necessidades de melhores remunerações e a realização profissional de seus 
praticantes, questões que conduzem cada vez mais pessoas a pensar em uma 
transformação na sua trajetória, propondo caminhos nunca antes idealizados, o que 
contribui para o crescimento da profissão (ARRIBAS et al., 2011). 
Durante nossa formação acadêmica percebemos que não existe 
empreendedorismo como disciplina na grade curricular, provocando-nos inquietude 
diante este fato gerando-nos perguntas alvos: Por que a Enfermagem não é tão 
atuante no campo empreendedor? O empreendedorismo amplia o campo de atuação 
da enfermagem? Juntamente com a percepção das grandes mudanças impostas ao 
cenário econômico e estrutural do Brasil, requisitam-se novos métodos trabalhistas, 
exigindo alternativas para reverter ou sanar o processo de recessão no qual a 
sociedade nacional está inserida. Isto implica na mobilização de todos os setores da 
economia e da sociedade, e gera uma inquietação profissional. Contudo, observa-se 
que profissionais da área parecem não ter tomado a dimensão das possibilidades de 
suas atuações dentro do mercado de trabalho, cujo estado inspira preocupação 
quando serve de pano de fundo para as características da enfermagem brasileira, 
neste momento. 
Chamamos a atenção também para a tentativa de ampliação do campo de 
visão profissional de enfermeiros e a modificação de ideologias e paradigmas criados 
pelo próprio histórico da enfermagem, o que se revela nas práticas impressas até hoje 
no perfil desta ciência da saúde, sobretudo porque as atitudes dos profissionais de 
enfermagem frente ao seu ambiente de trabalho e a este cenário, ainda são 
simplórias, se consideradas as diversas possibilidades e oportunidades de inovar 
proporcionadas pelo empreendedorismo, que vem se delineando a algum tempo. 
Uma questão muito aparente diz respeito à necessidade de estudos que 
abordem esse tema, apontando à falta de informação que ainda perdura no ambiente 
de formação acadêmica do enfermeiro, posto que este profissional enquanto 
acadêmico necessita visionar o empreender associado à sua prática e a visão de 
negócio gerada pelo empreendedorismo dentro da enfermagem, onde além da 
prestação de serviço de qualidade a população também visa a geração de renda ao 
praticante. Considerando que a área de saúde possui como particularidade a contínua 
necessidade de mudanças e transformação, o que proporciona a criação de um 
ambiente de prestação de serviço em saúde no nível da enfermagem. 
 
 
11 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | 
Com essa pesquisa obtivemos resultados que irão subsidiar-nos com 
informações relevantes, possibilidades de estimular o empreendedorismo no 
enfermeiro provocando mudanças efetivas na visão desse profissional, viabilizando 
assim, ampliação de novas oportunidades para a enfermagem condizentes com as 
demandas sociais, inclusive com as necessidades do mercado de trabalho. 
 
Empreendedorismo 
 
O conceito de empreendedorismo pressupõe a incorporação de conhecimento, 
cujo processo podem resultar inovações geradoras de novos serviços e/ou novos 
produtos, mudanças comportamentais, novos processos de atendimento às 
necessidades dos clientes, novas formas de organização, novos mercados, qualidade 
diferenciada de processos e produtos segundo as expectativas do cliente, exploração 
de novas estratégias para empreendimentos. Enfim, no desencadeamento de uma 
inovação, alavancam-se sucessivas mudanças num processo contínuo de busca de 
qualidade para o alcance de necessidades emergentes. O advento da revolução nas 
tecnologias de informação e comunicação (TIC) no século XX provocou mudanças de 
grande magnitude na ciência, pela velocidade que se imprimiu aos processos de 
comunicação científica, pela conquista de padrões de qualidade desses processos, 
pelo potencial de alcance de clientes/consumidores do conhecimento produzido. 
O empreendedorismo, atualmente, vem-se afirmando como um dos mais 
importantes elementos de contribuição para a inclusão social e para o 
desenvolvimento econômico segundo Mamede (2005). Nos nossos dias, o conceito 
sobre empreendedorismo mais aceito parece ser, na opinião de (ERDMANN et al., 
2009), o do pensador Robert Hisrich. Para este autor, o empreendedorismo traduz a 
capacidade de criar algo diferente e com valor, por meio da dedicação, esforço 
pessoal e coletivo, da capacidade de assumir os riscos e receber as recompensas da 
satisfação econômica e pessoal. 
O empreendedor é uma pessoa criativa, marcada pela capacidade de 
estabelecer e atingir objetivos e que mantém alto nível de consciência do ambiente 
em que vive, usando-a para detectar oportunidades de negócios, deve possuir 
algumas habilidades técnicas, gerenciais e algumas características pessoais. No 
campo técnico, deve ser capaz de captar informações, ter oratória, liderança, trabalhar 
em equipe, entre outros fatores. As habilidades gerenciais fazem com que o 
empreendedor saiba lidar com marketing, finanças, logística, produção, tomada de 
decisão, e negociação. Deve possuir como características pessoais, disciplina, 
persistência, habilidade de correr riscos, inovar, e outras características inerentes a 
este indivíduo (DORNELAS, 2001). 
 
A Enfermagem e o Empreendedorismo 
 
Durante muitos anos, no Brasil, devido à carência de profissionais, o simples 
fato de ter um curso de ensino superior na área da saúde carregava consigo a garantia 
de emprego e de estabilidade financeira, sem que houvesse a concorrência e 
competitividade. Grande parte da população era menos exigente, seja por não possuir 
um nível de instrução essencial para levantar um questionamento ou por apenas ter 
acesso restrito àquele profissional, mesmo este não correspondendo às suas 
expectativas (PERSONA, 2010). 
 
 
12 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | 
A relação existente do empreendedorismo e a enfermagem não se restringem 
apenas no saber teórico é preciso conhecer as necessidades especificas do mercado 
(RONCON; MUNHOZ, 2009.). Entretanto existe a dificuldadede encontrar 
profissionais empreendedores com conhecimento científico capazes de inovar. Na 
enfermagem é preciso mantêm-se atualizado quanto às mudanças e avanços de 
conhecimento para suprir as exigências de um mercado globalizado (CECAGNO et 
al., 2006). 
Na área da saúde, o empreendedorismo tem se destacado em função da 
necessidade de gerar novos postos de trabalho. O número crescente de cursos de 
enfermagem no Brasil, com destaque nas instituições privadas, gera por ano elevado 
contingente de ingressantes no mercado de trabalho, o que evidencia a necessidade 
de alternativas de atuação de forma autônoma (TEIXEIRA et al., 2006). Neste sentido, 
o enfermeiro empreendedor possui a capacidade de cuidar holisticamente, 
independentemente das condições sociais, políticas ou econômicas (RONCON; 
MUNHOZ, 2013). 
Segundo estes autores, o empreendedorismo em enfermagem diferencia-se 
pela capacidade de compreender e de cuidar do Ser Humano como um ser integral e 
integrador (FERREIRA, 2010). Alavancando novas possibilidades profissionais, ao 
transpor paradigmas através das inovações no trabalho por meio da compreensão do 
mercado e do reconhecimento de oportunidades. Enfim, “empreender significa 
identificar oportunidades e inovar permanentemente” (DOLABELA, 2008). 
 
Campos de atuação da enfermagem no empreendedorismo e o exercício da 
profissão de forma autônoma 
 
Sustentado pelas múltiplas possibilidades que estabelecem com os diferentes 
serviços da área da saúde, pelo enfrentar das dificuldades cotidianas e pelas 
interações que produzem com os pacientes, familiares e restantes equipe de saúde 
(ERDMANN et al,, 2009) a enfermagem possui competências múltiplas e um campo 
de atuação amplo e socialmente reconhecido, mas precisa ousar, no sentido de 
explorar as oportunidades e visualizar novos espaços, entendendo que ser 
empreendedor é ser capaz de explorar as oportunidades e protagonizar novos 
campos e práticas de atuação profissional. É ter a capacidade de imaginar, 
desenvolver e concretizar visões, nas quais conceitos de si, sinergia, liderança e 
sistema de relações/interações são elementos fundamentais (BORNSTEIN 2007; 
ARAÚJO et al., 2005). 
A enfermagem tem várias razões e oportunidades para ter o seu próprio 
empreendimento. Primeiro, por ser uma profissão que tem uma compreensão ampla 
da realidade, isto é, uma compreensão das necessidades do ser humano como um 
todo. Segundo, porque a enfermagem tem potencial e oportunidades para explorar 
novos campos sociais, não necessitando submeter-se aos espaços tradicionais de 
cuidados onde, na maioria dos casos, prevalece a noção de doença (LEONG, 2005). 
São visíveis os avanços, desafios e práticas empreendedoras na enfermagem, 
um campo amplo requisita o enfermeiro para atuar de modo autônomo na promoção 
de saúde a população. Consultórios, atendimento domiciliar, consultorias e auditorias 
são algumas das modalidades que permitem ao enfermeiro uma atuação autônoma e 
empreendedora (ERDMANN, 2009). 
 
 
 
13 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | 
Possíveis Campos de atuação 
 
Portanto a gama de criações embasadas em conhecimento científico e 
respaldo legal que irão gerar benefícios à sociedade e tornar-se uma forma específica 
de negócio são inúmeras, já que se trabalha com o ímpeto de criação e a capacidade 
de inovação de cada um. Sabendo disto, as principais modalidades encontradas 
atualmente para, de alguma forma, transformar-se em negócio e gerar benefícios a 
sociedade são: 
 
• Assistência domiciliar (AD); 
• Acessória e consultoria em enfermagem; 
• Clínica de atendimento especializado em procedimentos específicos; 
• Clínicas estéticas; 
• Agenciamento de profissionais técnicos que atuam como cuidador de 
idosos; 
 
Contudo, e preciso identificar as novas possibilidades profissionais para a 
enfermagem, incluindo as mudanças no cenário do mercado de trabalho, às formas 
de obter o tão almejado reconhecimento profissional e associado a satisfação 
financeira. O empreendedorismo surge na área da enfermagem como uma opção de 
carreira, pois adiciona um novo olhar a produção de novos serviços, tornando o 
enfermeiro um profissional capacitado a ofertar seus serviços de forma geral e a inovar 
sua ação em qualquer cenário de atuação renovando o “ser” enfermeiro e a visão 
desse profissional em sua sociedade. 
 
Aspectos legais que possibilitem exercício autônomo e empreendedor da 
Enfermagem 
 
Para que haja o exercício da enfermagem de forma autônoma são necessários 
o respaldo e o amparo da lei. Porém, a construção da autonomia neste setor de 
serviço cresce juntamente com forças sociais e conhecimento científico. A constituição 
da autonomia profissional será sempre relativa e passa pela subjetividade dos 
indivíduos, pelo desenvolvimento da tecnociência e pelo arcabouço jurídico 
institucional vigente no País, que conforma as fronteiras entre os campos de cada 
disciplina e o debate da especificidade/natureza, perfil e competências de cada 
profissão e os limites de atuação destas e de suas especialidades na atenção integral 
a saúde. (SILVA, 2007, p.01). 
 Portanto, primeiramente e necessário conhecer a Lei do exercício profissional 
da enfermagem, Lei n° 7,498/86, de 25 de junho de 1986 que dispõem sobre a 
regulamentação da pratica da profissão em todo Território Nacional e suas devidas 
atribuições que, após análise possibilitariam execução de tais funções, vislumbrando 
uma possível atuação autônoma de visão empresarial e empreendedora, como esta 
ratificado em: 
 
Art. 1º: É livre o exercício da Enfermagem em todo o 
território nacional, observadas as disposições desta Lei. 
 
 
 
14 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | 
É livre A enfermagem inserida no atual contexto procura por novas 
perspectivas, necessidades de melhores remunerações e a realização profissional de 
seus praticantes, questões que conduzem cada vez mais pessoas a pensar em uma 
transformação na sua trajetória, propondo caminhos nunca antes idealizados, o que 
contribui para o crescimento da profissão (ARRIBAS et al., 2011). 
 
Art. 11°. O Enfermeiro exerce todas as atividades de enfermagem, cabendo-lhe: 
I – Privativamente: 
 
h) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de 
enfermagem; 
i) consulta de enfermagem; 
j) prescrição da assistência de enfermagem; 
l) cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de vida; 
 
Como foi citado, os nichos de mercado a exemplo das clinicas de enfermagem 
especializadas em procedimentos específicos (como tratamentos de feridas) e 
consultas de enfermagem, também possuem regência legal descritas nas resoluções: 
N° 0501/2015 que regulamenta a competência da equipe de enfermagem no cuidado 
às feridas e dá outras providências. N° 0568/2018 que aprova o regulamento dos 
consultórios de enfermagem e clínicas de enfermagem. 
 
METODOLOGIA 
 
Estudo descritivo, com abordagem qualitativa, realizado uma instituição de 
ensino superior privada no município de Belém-PA. A escolha deste local se deu pela 
existência de enfermeiros que atuam pelo menos um ano como docentes e que 
eventualmente poderiam ser úteis na participação da pesquisa, foram excluídos 
aqueles que estariam afastados no período da pesquisa, que foi constituída por 6 
participantes, todos enfermeiros docentes da instituição de ensino em questão no 
período de agosto a setembro de 2018. Os dados foram coletados através de um 
instrumento em formato de questionário contendo cinco perguntas abertas 
relacionadas sobre o tema. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética da instituição 
Faculdades Integradas Brasil Amazônia S/S LTDA, seguindo a regulamentação, 
sendo aprovado pelo parecer de número 2.875.278, CAAE: 90795618.0.00.00.8187. 
Foram seguidos então, todos os padrões normatizados pelo termo de Consentimento 
Livre Esclarecido (TCLE) assinados por todos os participantes. 
 
Métodode Análise de Dados 
 
A análise de conteúdo constitui uma metodologia descritiva e qualitativa de 
pesquisa usada para descrever e interpretar o conteúdo de toda classe de 
documentos e textos. Essa análise, conduzindo a descrições sistemáticas, qualitativas 
ou quantitativas, ajuda a reinterpretar as mensagens e a atingir uma compreensão de 
seus significados num nível que vai além de uma leitura comum. 
Dessa forma, a análise de conteúdo busca explorar, para além dos dados e 
contribuições obtidas, outros significados que enriqueçam e viabilizem de forma a 
contribuir para compreensão do que é questionado, organizada em três fases: 1) pré-
 
 
15 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | 
análise, 2) exploração do material e 3) tratamento dos resultados, inferência e 
interpretação. 
A fase de pré-análise consiste na organização do material, sistematização das 
ideias iniciais, estabelecer indicadores para interpretação e fundamentação das 
informações coletadas. Nesta fase, os documentos escolhidos para análise, bem 
como a formulação de hipóteses dentro dos objetivos que sustentem a interpretação 
final. É realizada uma leitura que introduz o pesquisador ao universo da temática, 
estabelecendo um primeiro contato, proporcionando um conjunto de impressões que 
servirão de base para a construção da estratégia de investigação. 
Após a conclusão da pré-análise, a segunda fase é a exploração do material, 
que consiste na definição de categorias (operações de codificação). Esta é a fase da 
descrição analítica, a qual diz respeito ao corpus (qualquer material textual coletado) 
submetido a um estudo aprofundado, orientado pelas hipóteses e referenciais 
teóricos. Dessa forma, a codificação, a classificação e a categorização são básicas 
nesta fase (Bardin, 2006). 
A terceira fase compreende o tratamento dos resultados, inferência e 
interpretação, consiste em captar os conteúdos manifestos e latentes contidos em 
todo o material coletado. Esses resultados, permitem estabelecer quadros de 
resultados, diagramas, figuras e modelos que condensam e põem em relevo as 
informações fornecidas para análise. 
 
RESULTADOS 
 
Os resultados adquiridos neste estudo geraram categorias as quais 
analisadas, que se desenvolveram e discorreram de acordo com a visão dos 
entrevistados e foram suficientes para desenvolver quatro linhas de pensamentos, 
nesse caso, tem-se as características que podem ser determinantes a um enfermeiro 
empreendedor onde, nesta categoria, compreendeu-se que, na visão dos 
entrevistados, o enfermeiro deve possuir um conjunto de características 
organizacionais e motivacionais: 
 
“O enfermeiro empreendedor deve ser criativo, destemido e ter visão para os 
negócios”. (Moussaieff vermelho) 
 
“Sob a minha ótica, o enfermeiro empreendedor deve conter aspectos relativos à 
liderança nata, tais como organização, compreender com facilidade processos de 
trabalho, conter espírito harmonioso entre as relações interpessoais além de ser 
especialista na área escolhida”. (Jeremejevite) 
 
 “Liderança; criatividade; otimismo; espírito empreendedor; visão de mercado”. (Berilo 
Vermelho) 
 
Possíveis falhas identificadas na formação de enfermeiros em relação ao 
empreendedorismo: fatores relacionados à formação acadêmica e ao incentivo como 
as principais falhas no processo de formação de enfermeiros empreendedores: 
 
“Falha na abordagem no currículo (projeto político pedagógico)”. (Musgravite) 
 
 
 
16 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | 
“Creio que na academia não temos o incentivo necessário para o empreendedorismo, 
pois somos ensinados e incentivados a somente cuidar e não te um negócio que faça 
a administração do cuidar”. (Moussaieff vermelho) 
 
“O empreendedorismo pode estar presente em qualquer área de atuação, nutrição, 
odontologia, entre outros. Na graduação de enfermagem, este tema aproxima-se do 
componente curricular que tratam sobre gerenciamento e administração em 
enfermagem. No entanto, por entender que empreendedorismo se trata de uma 
abordagem especifica caberá aos discentes a procura de cursos a nível de 
capacitação e/ou latu senso para alcançar este campo de conhecimento”. 
(Jeremejevite) 
 
Experiência no campo empreendedor: Nesta categoria todos os entrevistados 
verbalizaram não possuir experiência em empreendedorismo; Formas de impulsionar 
o acadêmico enfermagem a empreender: 
 
“Com certeza. Apesar de não ter interesse pelo campo, vejo que outros colegas que 
se dedicaram na área, conseguiram sucesso. Então creio que o estudo e dedicação 
na área fara a diferença para novos enfermeiros empreendedores”. (Moussaieff 
vermelho) 
 
“Com certeza, é um ramo promissor onde pode-se aumentar os ganhos”. (Musgravite) 
 
“Sim, recomendo por valorizar os aspectos autônomos da enfermagem”. 
(Jeremejevite) 
 
“Difícil recomendar a alguém ser empreendedor, cada um deve buscar isso pelos 
interesses pessoais e profissionais e não por que alguém o indica”. (Tanzanita) 
 
Dos profissionais entrevistados, cinco responderam positivamente quanto o 
empreendedorismo como área de atuação. As categorias que se desenvolveram na 
construção deste estudo, chegaram a compreensão do objetivo proposto, dessa 
forma, pôde-se compreender de forma satisfatória os questionamentos estabelecidos 
pela pesquisa, proporcionando dados que, além de formalizar a estrutura central das 
análises, puderam ser discutidos, também, na visão de outros autores. 
 
DISCUSSÃO 
 
A percepção do enfermeiro docente sobre as características que podem ser 
determinantes a um enfermeiro empreendedor 
 
Nesta categoria, compreendeu-se que, na visão dos entrevistados, o 
enfermeiro deve possuir um conjunto de características organizacionais e 
motivacionais. Além destas, observam-se também, que as relações interpessoais na 
organização e execução do trabalho são fatores determinantes como características 
do perfil de um enfermeiro empreendedor. Neste ínterim o enfermeiro empreendedor 
destaca-se pela capacidade de ser visionário, tomar decisões, resolver problemas, 
 
 
17 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | 
correr riscos, ter iniciativa, boa comunicação, confiança em si mesmo, determinação, 
ser positivo, criativo, ético, flexível, responsável e persistente (DAYHOFF, 2005). 
 
Possíveis falhas identificadas na formação de enfermeiros em relação ao 
empreendedorismo 
 
A importância do empreendedorismo na formação acadêmica surge como 
forma de incentivo, objetivando o despertar de interesse e através da aquisição de 
experiência e posterior aplicação, criar novas possibilidades de inovação e atuação 
no mercado através de suas diversas competências e habilidades profissionais. 
O empreendedorismo é um campo relativamente novo como alternativa de 
investimento, dessa forma a verbalização dos entrevistados enfatiza fatores 
relacionados à formação acadêmica e ao incentivo como as principais falhas no 
processo de formação de enfermeiros empreendedores. 
A implantação de aulas de empreendedorismo, seja como módulo ou como 
curso superior, deve ser planejada de forma a não podar a prática empreendedora 
dos acadêmicos, sendo ministrado de forma dinâmica e que instigue desafios aos 
alunos, utilizando estudos de caso, trabalhos práticos e mantendo um relacionamento 
com pessoas que praticam o empreendedorismo, por isso é importante que 
professores e instituições de ensino unam forças para levar não apenas conceitos, 
mas também incentivar a prática do empreendedorismo nas salas de aula. (SAES; 
PITA, 2007). 
 
Experiência no campo empreendedor 
 
O incentivo ao empreendedorismo surge como um conjunto de necessidades 
profissionais devido diversos fatores como a competitividade no mercado de trabalho, 
inchaço por demanda, como consequência do número de instituições de ensino 
superior e consequentemente o número de profissionais formados por ano,bem 
como, a insatisfação com as exaustivas jornadas de trabalho em relação a 
remuneração proveniente da mesma. 
Nesta categoria todos os entrevistados verbalizaram não possuir experiência 
em empreendedorismo. Existem forças restritivas que são capazes de inibir a ação 
criativa dos empreendedores e dificultar suas atitudes relacionadas à criação de 
empresas. Estas dificuldades podem ser categorizadas como: a). Dificuldades 
burocráticas, devido ao processo formal baseado no cumprimento das exigências de 
vários órgãos como: Receita Federal, Receita Estadual, Prefeitura, entre outros. b). 
Dificuldades financeiras, Devido à falta de incentivo na captação de recursos às novas 
empresas de pequeno e médio porte. (GREATTI; PREVIDELLI, 2003). 
 
Formas de impulsionar o acadêmico de Enfermagem a empreender 
 
Dos profissionais entrevistados, cinco responderam positivamente quanto o 
empreendedorismo como área de atuação e observa-se que certa frequência na 
verbalização da falta de experiência no campo por parte dos entrevistados, entretanto, 
é ressaltada que a busca do conhecimento e experiência por parte do enfermeiro em 
formação é imprescindível para o sucesso. Outros aspectos relacionados à autonomia 
do enfermeiro, esta que se ramifica em suas diversas competências profissionais, 
 
 
18 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | 
detém uma importância significativa para o empreendedorismo, o que possibilita 
melhores oportunidades e grandes investimentos. 
Na fala de um dos entrevistados ficou evidente que a autonomia deve ser um 
princípio norteador para a inserção no empreendedorismo, que o profissional deve, 
por motivação pessoal, buscar de forma individual o interesse e conhecimento 
necessário para atuação no empreendedorismo. 
 
CONCLUSÃO 
 
Este estudo alcançou o objetivo e possibilitou compreender, através da visão 
dos enfermeiros, diversas questões que constituem uma nova perspectiva na atuação 
do enfermeiro, no cenário do empreendedorismo e sua visão de negócio, buscando 
formas inovadoras de trabalho. Conhecer na visão do enfermeiro oportunidades de 
participação no campo do empreendedorismo e perspectivas de negócio tendo assim, 
desenvolvimento de um enfermeiro empreendedor, principalmente na necessidade do 
desenvolvimento de habilidades e qualidades dentro do âmbito da inovação, que 
ligada às diversas competências do enfermeiro, visem ampliar seu alcance na área 
de atuação. 
Em análise do perfil empreendedor na visão dos participantes, pode-se 
compreender que características como autonomia, liderança e criatividade, essas por 
sua vez discutidas e frequentemente verbalizada por eles são condizentes com as 
características constantemente citadas por especialistas da área, reforçando ainda 
que, por mais que essas capacidades sejam suficientes para empreender, ainda é 
necessário estímulo por parte das instituições de ensino, como também através do 
incentivo do poder público e instituições competentes, por meio da diminuição de 
burocracias e investimento em novos projetos, de forma a estimular empreendedores 
em potencial. 
Esta pesquisa demonstra o leque de variedades de atuações profissionais 
associadas a enfermagem tendo como base o empreendedorismo, e analisando tal 
perspectiva de acordo com o que pensam um grupo de enfermeiros atuantes da área 
como docentes da Faculdade Integrada Brasil Amazônia (FIBRA), mostrando que criar 
algo novo que se volte a desenvolver alguma atividade rentável que caminhe junto a 
enfermagem torna-se possível porém, faz parte de um imaginário ainda pouco 
desbravado pela maioria da classe. 
Demonstramos quais estas dificuldades e deficiências encontradas pelos 
profissionais que os impeçam de trilhar este caminho, evidenciando principalmente 
que o total de 100% dos entrevistados negou ter contato ou participado diretamente 
de atividades empreendedoras relacionadas a enfermagem. Isto mostra o total 
desconhecimento prático sobre o tema o que evidencia o pouco conhecimento desta 
perspectiva, que se estudada a fundo trará muitos benefícios à classe. 
Detectamos que a pratica do empreendedorismo trazida para o âmbito desta 
ciência da saúde é complexa do ponto de vista prático devido à falta de estudos 
científicos e estudos de casos de profissionais que se tornaram bem sucedidos se 
desvencilhando da assistência ou gerencia de enfermagem que todos os acadêmicos 
são doutrinados a exercerem quando tomarem o mercado de trabalho. 
Existe o desejo de abrir portas para o desenvolvimento de novos estudos sobre 
o tema, onde nós mesmos, autores desta pesquisa possamos recriar novas vertentes 
para serem analisadas e estudadas por outros pesquisadores que também venham a 
 
 
19 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | 
se interessar pelo tema, tornando-o cada vez mais sólido e satisfazendo os anseios 
da sociedade de forma geral. 
 
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21 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | 
 
CAPÍTULO II 
 
Cuidados de Enfermagem no puerpério imediato: revisão narrativa 
 
Ana Paula Rezendes de Oliveira 
Lília Pimenta de Moraes 
Gracileide Maia Corrêa 
Anne Caroline Gonçalves Lima 
 
INTRODUÇÃO 
 
O puerpério, também conhecido como período pós-parto, é uma fase de 
intensas alterações, tanto do ponto de vista orgânico quanto emocional. Inicia-se logo 
após a dequitação placentária e dura aproximadamente seis semanas ou mais. 
Caracteriza-se como uma fase do ciclo grávido-puerperal em que as alterações locais 
e sistêmicas, provocadas pela gravidez e parto no organismo da mulher retornam à 
situação do estado pré-gravídico. Podendo apresentar sinais que se configura como 
puerpério normal ou patológico (LONDRINA, 2016). 
De acordo com a organização mundial da saúde (OMS), as complicações e 
agravos decorrentes desse período, estão entre as principais causas de 
incapacidades e óbito em mulheres de 15 a 44 anos nos países de média e baixa 
renda. As causas maternas ocupam a segunda posição mundial e estão relacionadas 
aos seguintes fatores: hemorragia grave; hipertensão na gravidez; infecções 
puerperais; parto obstruído e outras causas diretas tais como: complicações de aborto 
e doenças do aparelho circulatórios agravadas pela gravidez, parto, puerpério 
(embolias) (WHO, 2014). 
Soares et al. (2017) destacam que mais de 92% desses óbitos são 
considerados evitáveis e incidem principalmente por doenças hipertensivas e 
hemorrágicas. Para Silva (2016, p. 491) “na América Latina foi constatado que a maior 
proporção de mortes maternas ocorre por hemorragia, seguida da hipertensão”. 
Afirmando ainda que no Brasil e na região Norte a eclampsia destaca-se como a 
principal causa de mortalidade. 
 
Um estudo sobre causas de mortalidade materna no estado do Pará, Botelho 
et al., (2014, p. 290) evidenciou que: 
 
A morte materna no Estado do Pará é caracterizada por ocorrer 
durante o puerpério (até 42 dias), em virtude principalmente de 
causas obstétricas diretas, como a hipertensão, com destaque 
para a eclampsia, e transtornos hemorrágicos, evidenciando a 
necessidade de atenção integral e de qualidade à saúde da 
gestante, desde o pré-natal até o puerpério. 
 
Fenômenos como esses, reforçam a necessidade da criação e implementação 
de políticas públicas voltadas a assistência integral da saúde da mulher no ciclo 
gravídico puerperal, bem como a realização de estudos que identifiquem os riscos de 
 
 
22 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | 
maneira precoce, sendo possível intervir e consequentemente diminuir o número de 
óbitos por causas consideradas evitáveis e com isso melhorar o perfil epidemiológico. 
Para agregar e aprimorar a qualidade no atendimento, tanto a OMS quanto o 
ministério da saúde têm adotado uma série de medidas como a criação de políticas 
voltadas a assistência integral da mulher e do recém-nascido em todo e qualquer 
estabelecimento de saúde. Entre elas, destacam-se: A criação da Política Nacional de 
Humanização (PHN), a Rede Cegonha, a Iniciativa Hospital Amigo da Criança e a 
Política de Segurança do Paciente. 
A ação tem como objetivos comuns a redução da mortalidade materna com 
ênfase no componente neonatal através da garantia de acesso e acolhimento 
pautados nos princípios do (SUS), na implementação de adequadas práticas de 
segurança na atenção ao ciclo gravídico puerperal, contribuindo para melhorar a 
qualidade do cuidado nos estabelecimentos de saúde, reduzindo com isso os agravos 
e riscos desnecessários associados aos cuidados em saúde. 
Dessa maneira, faz-se necessário a realização de estudos que identifiquem 
novos modelos assistências para a mulher, especificamente no contexto puerperal, 
assim como os principais agravos para a saúde materna e infantil, bem como ações 
de Enfermagem que possam melhorar a qualidade da assistência e reduzir os índices 
de mortalidade. 
A mulher, em toda e qualquer circunstância, deve ser vista e avaliada de forma 
integral não devendo desviar nenhum dos elementos considerados essenciais para a 
compreensão do processo saúde doença. Numerosos dos problemas vivenciados por 
ela no pós-parto estão relacionados à dimensão psicossocial, refletindo não somente 
no seu bem-estar individual, mas nas relações que esta constitui com o filho, o cônjuge 
e/ou outros membros da família. Caracteriza-se como um momento de fragilidade para 
todos os envolvidos, exigindo dos profissionais de saúde um olhar atento e minucioso 
(RODRIGUES et al., 2014; BRASIL, 2016). 
Para tanto, o profissional da saúde deverá construir vinculo, estando em 
constante sintonia com a cliente e seus familiares. Este, por sua vez deve conhecer 
os determinantes sociais, no sentido de identificar riscos e intervir em fatores 
estressantes, oferecendo uma atenção humanizada, qualificada e que possa prevenir 
possíveis intercorrências no puerpério. 
A assistência permanente dos profissionais da saúde ao binômio mãe e filho, 
no puerpério em todos os níveis de atenção à saúde, favorecem a redução da 
morbimortalidade materna-infantil, bem como as consequências desse fenômeno 
sobre a qualidade de vida das mães, crianças e seus familiares (ANDRADE et al., 
2015). 
 
Nesse contexto, Dodou et al (2017, p. 1326) enfatizam que: 
 
É preciso ressignificar as ações educativas no período pós-
parto, para que elas sejam pautadas no modelo 
problematizador, o qual estimule a reflexão e ação dos sujeitos, 
utilizando-se de processos dialógicos, emancipatórios e críticos, 
que favoreçam a autonomia e a participação de todos os 
envolvidos. 
 
 
 
23 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | 
O profissional de Enfermagem é um educador em potencial e essência. No 
puerpério, ele contribui de maneira positiva na educação em saúde, na implementação 
de medidas de higiene indispensáveis para a díade mãe-filho, no incentivo ao 
aleitamento materno exclusivo, entre outras práticas específicas essenciais para a 
promoção do autocuidado, identificação de riscos e prevenção de agravos. 
 
De acordo com Tossin et al. (2016): 
 
A Enfermagem, nos diferentescenários de atuação, pode 
desenvolver estratégias de educação em saúde para a 
promoção do autocuidado. As ações/práticas educativas 
envolvendo a comunidade, família e usuários tornam-se 
essenciais, pois podem promover saúde através da troca de 
saberes de forma contextualizada, aumentando as 
possibilidades de que os indivíduos assumam a 
responsabilidade pelo seu autocuidado e, assim, consigam atuar 
para melhoria da sua qualidade de vida. 
 
O enfermeiro é considerado o profissional dotado de competências capazes de 
empoderar mulheres, tornando-as independentes quanto ao seu autocuidado e 
cuidados com o recém-nascido, promovendo com isso a satisfação das mesmas, 
tornando-as autônomas e confiantes após a alta hospitalar, sendo a maternidade o 
local ideal para ocorrer esta aprendizagem (CORREIA; PEREIRA, 2015). 
Diante do exposto, identificar a qualidade da assistência prestada as usuárias 
através do grau de satisfação das mesmas, contribuirá para promoção do 
autocuidado, redução de danos e riscos à saúde sexual e reprodutiva, além de 
conhecer as reais e principais necessidades materna no período puerperal. 
 
O puerpério 
 
O puerpério é uma fase marcada por intensas modificações biopsicossociais 
na vida da mulher, em que seu corpo se prepara para o exercício da maternidade. 
Para tanto, é essencial que a puérpera tenha uma recuperação plena e saudável e 
que lhe condicione a retornar o seu estado anterior ao parto com o mínimo de 
intercorrências possíveis (SANTOS; CAVEIÃO, 2014). 
Esse momento traz consigo importantes alterações e instabilidades orgânicas, 
que dependendo de como é conduzido pelos profissionais da saúde, poderá 
apresentar sinais e sintomas que ofereçam riscos à saúde materna. 
É o período que se inicia logo após o parto com a expulsão da placenta e 
termina quando o corpo da mulher retornou o mais próximo possível do seu estado 
pré-gravidez. Dura aproximadamente seis semanas (NETTINA, 2014). Subdivide-se 
em três momentos que podem ser classificados como: Puerpério imediato - inicia-se 
após a dequitação e se estende até o 10° dia do pós-parto (1º ao 10º dia). Caracteriza-
se por regressão das alterações gravídicas locais e gerais. Puerpério tardio – inicia-
se no 10º e se estende até o 45º dia. Puerpério remoto – É o período que transcorre 
do 46º dia até a completa recuperação das alterações imprimidas pela gestação e a 
volta dos ciclos menstruais (a partir do 45º dia) (BRASIL, 2016; REZENDE, 2014). 
A mulher, em especial a primípara, vivencia intensas mudanças relacionadas 
a insegurança e necessidade de adaptação ao seu filho e a seu papel de mãe, de 
 
 
24 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | 
maneira específica nos primeiros dias do puerpério, o que a torna sensível, confusa e 
ansiosa (FREITAS et al., 2017). 
O puerpério imediato inicia-se logo após a dequitação e estende-se até o 10° 
dia posterior ao parto. É um período no qual a mulher passa por profundas alterações 
físicas, psicoemocionais e sociais, ocorrendo ainda transformações anatômicas e 
funcionais necessárias ao retorno do organismo materno às condições não gravídicas 
e o preparo das mamas para a amamentação da criança (COSTA, 2016). 
Nesse período, o enfermeiro por estar mais próximo da nutriz, precisa estar 
atento as possíveis complicações, demonstrar apoio emocional e orientar sobre essa 
fase de grandes transformações. Este por sua vez tem um papel essencial na 
promoção do aleitamento materno e prevenção do desmame precoce, podendo 
utilizar uma série de estratégias para garantir esta prática (SIQUEIRA; SANTOS; 
SANTOS, 2017). 
Com base nos estudos de Andrade et al., (2015) quando se aborda 
integralidade, promoção da saúde e qualidade de vida, a indissociabilidade do cuidado 
à mãe e à criança, além do aleitamento materno, o planejamento familiar e a 
morbimortalidade materna e infantil, destacam-se como aspectos especialmente 
relevantes e merecedores de atenção no puerpério. 
Lima et al., (2017) destacam que esse período necessita da atuação de 
profissionais qualificados para prestar uma assistência apropriada com intervenções 
precisas, sobretudo as relacionadas às complicações decorrentes do parto. 
 
Principais intercorrências maternas no puerpério e complicações com o recém-
nascido 
 
A hemorragia pós-parto é comumente definida como a perda de sangue > 500 
ml após o parto vaginal ou > 1.000 ml após o parto cesáreo. Pode ser classificada 
como: precoce (até 24 horas) ou tardia (após 24 horas). Suas principais causas 
enquadram-se na regra dos “4 -T”: tono (atonia), trauma (lacerações, hematomas, 
rotura, inversão), tecido (placenta retida, acreta), trombina (coagulopatia). Ocorre em 
80-90% dos casos por decorrência da atonia uterina. A melhor maneira de prevenir é 
através da conduta ativa no secundamento (ZUGAIB, 2016). 
No que se refere a infecção puerperal, Nettina (2014) afirma ser aquela que se 
origina do aparelho genital após parto recente. É decorrente principalmente da 
endometrite causada por microrganismos com potenciais patogênicos residentes na 
flora vaginal e cérvice uterina, sendo que muitos desses tornam-se virulentos no 
transcorrer do pós-parto. Os principais fatores que elevam os riscos são: cesariana e 
parto vaginal com amniorrex prolongada ou grandes traumatismos. 
Outra intercorrência de grande interesse obstétrico é a eclâmpsia, a mesma é 
definida como a presença e/ ou surgimento de convulsões, coma ou de ambas durante 
a gravidez ou o puerpério em gestantes com pré-eclâmpsia. A toxemia gravídica incide 
em cerca de 10% das primíparas sendo a maior causa de mortalidade materna e 
perinatal (OMS, 2014). 
A doença hipertensiva específica da gravidez caracteriza-se por manifestações 
clínicas como: hipertensão, edema e proteinúria. Nas formas graves em decorrência 
da irritabilidade do sistema nervoso central, instalam-se convulsões e a doença é 
denominada eclâmpsia, quando ausente de crises convulsivas trata-se de pré-
eclâmpsia (SES/SP, 2017). 
 
 
25 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | 
Ocorre em cerca de 80% dos casos antes do parto, o restante ocorre no pós-
parto, quase sempre nas primeiras 24 horas. O diagnóstico precoce e o manejo 
adequado dos casos podem evitar a grande maioria das mortes maternas e perinatais 
decorrentes dessa patologia. A administração de sulfato de magnésio é o tratamento 
de primeira escolha para prevenir e tratar a convulsão tanto em mulheres com pré-
eclâmpsia grave/eclâmpsia (REZENDE, 2014). 
Os problemas relacionados ao RN estão intimamente ligados por uma ampla 
variedade de fatores maternos. A prematuridade, o baixo peso e as infecções 
neonatais, contribuem de maneira expressiva para o aumento da mortalidade neonatal 
(CASER, 2017). 
A hiperbilirrubinemia (icterícia), no período neonatal, é a patologia mais 
frequente, que se caracteriza pelo acúmulo de bilirrubina sérica acima dos níveis 
normais, sendo observado quando os níveis estão entre 5 a 7mg/100 dl. A icterícia 
fisiológica ocorre entre 3 a 5 dias após o nascimento e declina em uma semana. Daí 
a importância de ficar atento durante as 24 a 48 horas de admissão (BRASIL, 2014). 
As infecções de modo geral, os distúrbios respiratórios e a icterícia, destacam-
se como os principais motivos de internação de RN em unidade de terapia intensiva 
neonatal, sendo as infecções a principal causa de morbidade desenvolvida durante 
esse período (COSTA et al., 2017). 
 
Miranda (2016, p.827) assegura que: 
 
As práticas higiênicas durante o manuseio do coto umbilical, 
como a lavagem das mãos, não utilização de substâncias 
caseiras e a limpeza diária com a clorexidina apesar de 
prolongar o tempo de queda, mostrou-se eficaz no tempo de 
separação na redução de infecções e mortalidade. 
 
Evidencias como essas reforçam a necessidade da implementação de um 
cuidado qualificado e orientações precisas sobre a assepsia correta do cotoumbilical 
ainda na maternidade, para que as puérperas ao receberem alta, sejam capazes de 
realizar essa atividade com segurança e livre de possíveis intercorrências. 
O aleitamento materno exclusivo previne anualmente a morte de um milhão de 
crianças por diarreias e processos infecciosos. Possíveis complicações podem surgir 
durante o puerpério como: Ingurgitamento mamário, fissura, hipogalactia e falta de 
motivação da mãe para amamentar, as quais contribuem para o desmame precoce 
(MORENO; SCHMIDT, 2014). 
O posicionamento em decúbito ventral mostrou aumentar os riscos de 
síndrome de morte súbita do lactente. Dessa maneira, recomenda-se que todos os 
bebes saudáveis sejam posicionados em decúbito dorsal para dormir (CARDOSO, 
2014). 
 
Humanização na assistência a puérperas e recém-nascidos 
 
A assistência puerperal ainda vem sendo negligenciada em determinadas 
questões, pois persiste como uma prática fragmentada, tecnicista e restrita de 
educação em saúde. Havendo como isso um déficit no cuidado, desconsiderando a 
 
 
26 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | 
integralidade da mulher, privilegiando o recém-nascido, não abrangendo as puérperas 
que estão passando por um período de transição (GOMES; SANTOS, 2017). 
A assistência nesse período é bastante limitada, necessitando de maior 
atenção e comprometimento dos profissionais de saúde, bem como adaptações nas 
condições estruturais e organizacionais da maternidade para prestar um cuidado 
digno e humano (RODRIGUES et al.,2014). 
Estudos realizados por Fernandes et al., (2015, p. 192 e 198) corroboram que: 
Há necessidade de investimento na assistência obstétrica para otimizar a diminuição 
das complicações no período gravídico puerperal a fim de reduzir a mortalidade 
materna, sendo necessária a formação profissional humanizada, educação 
continuada e permanente dos profissionais que atendem a mulher nesse contexto. 
As práticas assistências humanizadas, quando associadas a educação em 
saúde, contribuem de maneira positiva para redução nos índices de intercorrências e 
consequentemente de complicações decorrente desse período, em especial a 
mortalidade materna e neonatal. 
A assistência de enfermagem à mulher no pós-parto imediato e nas primeiras 
semanas após o parto é de fundamental importância para a saúde materna e neonatal. 
Desse modo, torna-se essencial que o cuidado direcionado a ela e ao bebê tenha 
como características importantes a qualidade e a humanização, tendo como 
embasamentos principais a educação em saúde, a prevenção de complicações, o 
conforto emocional e físico do binômio mãe-filho (GOMES; SANTOS, 2017). 
 
Dodou et al., (2017, p. 1326) destacam que o profissional de enfermagem 
durante a sua assistência às puérperas, deverá: 
 
Estar aberto às necessidades das puérperas para construir o 
conhecimento, e a sua prática educativa deve valorizar o saber 
social dessas mulheres, a fim de que as suas ações contribuam 
para a promoção da saúde do binômio mãe-filho no puerpério. 
 
Nessa perspectiva, o exercício da enfermagem deve se basear em métodos 
articulados de modo a gerar práticas que aderem a integralidade das ações em saúde 
(CASSIANO et al., 2015). 
Cabe ao enfermeiro oferecer o máximo conforto a parturiente, proporcionando 
um ambiente tranquilo para que a mulher possa descansar e recuperar as energias 
gastas no parto. A assistência nesse contexto, visa sobretudo promover a adaptação 
da mulher as alterações físicas e emocionais e possibilitar o desenvolvimento de 
aptidões que proporcionem segurança nos cuidados com seu filho, sendo as 
atividades educativas ações de destaque principal durante a assistência (BARBOSA 
et al., 2014). 
 
Principais Intervenções de Enfermagem 
 
As principais intervenções de enfermagem relacionadas a mãe e ao recém-
nascido baseiam-se principalmente no conforto emocional e físico, na observação 
contínua, no estímulo ao aleitamento materno e interação mãe e filho, em ações de 
prevenção e promoção da saúde, no diagnóstico e tratamento adequado dos 
problemas que ocorrem neste período, além da prevenção de complicações e agravos 
 
 
27 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | 
como: hemorragia, infecções, eclampsia, hematomas, depressão pós-parto e óbito 
(GOMES; SANTOS, 2017). 
Um dos objetivos principais dos cuidados de Enfermagem ao recém-nascido é 
a observação de problemas potenciais para garantir segurança e prevenir infecção. O 
enfermeiro deve estabelecer um plano de cuidados contínuos para o RN e sua família 
até a alta, incluindo além da observação, o registro dos sinais vitais, ganho ou perda 
de peso diário, função intestinal e vesical além dos padrões de sono e termorregulação 
(NETTINA, 2014). 
Após a expulsão da placenta e recuperação da parturiente em torno de 1 a 2 
horas o enfermeiro deve transferi-la com o RN para a Unidade de Alojamento conjunto. 
Ao receber a puérpera e o recém-nascido nesta unidade de internação, compete a 
esse profissional analisar o prontuário e tomar conhecimento sobre o transcurso do 
parto e as condições do RN. A partir dessa avaliação, ele elaborará seu plano de 
cuidados e condutas específicas de acordo com as necessidades de cada paciente 
(FREITAS et al., 2017). 
 
Considerando a situação específica de cada puérpera, Brasil (2016) e Freitas 
et al. (2017) mencionam algumas orientações e/ou intervenções consideradas 
importantes e essenciais durante o período de internação, a saber: 
 
• Acolher e situar a puérpera e o acompanhante na unidade orientando 
resumidamente sobre as principais rotinas; desde o primeiro momento 
estabelecer uma relação de confiança, cordialidade, amigável e respeitosa 
com a puérpera e seus familiares; Evitar entrevistas longas nesse momento; 
Avaliar o estado geral da puérpera e do RN. 
 
• Realizar o exame físico céfalocaudal e detalhado na puérpera; Questionar a 
puérpera sobre a experiência do parto esclarecendo sobre a fisiologia do 
puerpério, autocuidado e cuidados com seu filho; Disponibilizar–se a ouvir 
possíveis queixas e dúvidas; Verificar sinais vitais da paciente a cada 4 horas 
durante as primeiras 24 horas e/ou quando houver necessidade e registrar 
adequadamente no impresso; Reduzir fatores que provocam a dor na 
puérpera, promovendo medidas de conforto e a terapêutica adequada para 
a dor. 
 
• Observar e registrar sinais de sangramento vaginal excessivo; Notificar o 
médico imediatamente caso haja sinais de anormalidades como: aumento da 
respiração e do pulso, temperatura elevada, diminuição do débito urinário, 
sinais de atonia uterina, diminuição da pressão arterial e alterações 
ortostáticas que possam indicar hemorragias; Após as primeiras horas 
realizar o histórico completo, diagnóstico e intervenções de Enfermagem. 
 
• Estimular o repouso, a nutrição e a ligação com o recém-nascido; Durante o 
exame físico e em todo o período de internação orientar a puérpera sobre a 
importância do aleitamento materno exclusivo, cuidados com as mamas e 
mamilos, massagem e ordenha; Reduzir sua ansiedade e medo, 
 
 
28 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | 
identificando possíveis fatores de risco, com intervenções eficazes e 
específicas para cada fator de risco. 
 
• Realizar a avaliação regularmente das mamas, tamanho e consistência do 
útero, distenção da bexiga, evacuação instestinal, lóquios, epsiotomia, 
incisão cirúrgica em caso de parto cesáreo, resposta emocional e sinal de 
homens. 
 
• Orientar quanto cuidados de higiene em geral e medidas de conforto; 
Realizar inspeção e orientações quanto a higiene da região perineal; Realizar 
inspeção e orientações quanto aos cuidados e higiene com a incisão 
cirúrgica em caso de parto cesáreo; Orientar quanto a troca de absorventes 
de 4-6 horas ou acordo com a perda de sangue. 
 
• Observar e registrar o volume e as características dos lóquios; Identificar 
sinaisprecoce de hemorragia pós-parto; Orientar quanto a lavagem das 
mãos antes e após qualquer atividade consigo própria e como o bebe. 
 
• Estimular a deambulação quando não estiver contra indicada. 
 
• Atentar-se aos sinais e sintomas que indiquem desvios de anormalidades, 
tanto do ponto de vista físico quanto emocional, encaminhando a puérpera e 
o RN para outros profissionais de acordo com a necessidade. 
 
• Promover a interação social e estímulo à visita de familiares, bem como 
envolvê-los na aprendizagem dos cuidados com a criança e no apoio a 
mulher em relação a amamentação; Durante o exame físico ou banho de o 
recém-nascido realizar atividades educativas relacionadas a criança. 
 
• Orientar a mãe a lavar as mãos antes de amamentar para ajudar na 
prevenção de infecções; Ajudar a mãe a se posicionar de maneira correta e 
confortável para que esta possa adotar uma boa técnica de amamentação e 
com isso superar as dificuldades que possam surgir durante esse período; 
Auxiliar a mulher nas primeiras mamadas e durante o banho do RN; Orientar 
e auxiliar quanto a pega correta. 
 
• Auxiliar e orientar nos cuidados gerais do recém-nascido; Auxiliar e orientar 
quanto a higiene corporal do recém-nascido; Orientar quantos ao manuseio 
e cuidados com o coto umbilical; Orientar quanto ao posicionamento em 
decúbito ventral para o bebe dormir. 
 
• A medida que a puérpera se sentir confiante, o enfermeiro deve estimular a 
assumir o cuidado com o bebê; Durante a alta hospitalar, certificar-se de que 
a puérpera se sente segura e confiante na execução dos cuidados consigo e 
com seu bebe. 
 
28 
 
 
29 | Protagonismo da Enfermagem: Desafios e Conquistas na Saúde Brasileira | 
• Realizar esclarecimentos de eventuais dúvidas que possam surgir; Indicar o 
serviço de saúde para que ela possa realizar a revisão puerperal e de 
puericultura, bem como recorrer em caso de eventuais necessidades. 
 
De maneira geral, a puérpera deverá deixar a maternidade orientada pelo 
enfermeiro com todas as informações necessárias, suas dúvidas sanadas e a 
identificação das situações de risco que possam surgir, além de sua referência ao 
serviço de saúde local (SANTOS; CAVEIÃO, 2014). 
 
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