Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Dos Princípios Fundamentais Bibliografia: CUNHA JUNIOR, Dirley. Curso de Direito Constitucional. 6ª. ed. Salvador: JusPODIVM, 2012. Capítulo 9. Quando se trata de direitos fundamentais, levamos em conta a constituição vigente e sua organização de princípios fundamentais para só então entender a respeito de direitos humanos e fundamentais. A então constituição brasileira de 1988, tem descrito logo ao início de seu texto os Princípios Fundamentais, que, por sua vez, serão utilizados pelo constituinte para fixar a estrutura do Estado brasileiro, estabelecendo assim a base de escolhas políticas fundamentais para construção do Estado. Entre os princípios fundamentais da Constituição de 1988 situam-se os princípios definidores da forma de Estado (Federação); os princípios definidores da forma de Governo (República); os princípios definidores do regime político (Estado Democrático de Direito); os princípios definidores da titularidade do poder (Soberania Popular); os princípios definidores da articulação entre os poderes (Separação de Poderes, com Independência e Harmonia entre eles); os princípios definidores dos fundamentos do Estado; os princípios definidores dos objetivos fundamentais do Estado e os princípios regentes das relações internacionais. Apesar de expressarem decisões políticas fundamentais que estabelecem as bases políticas do Estado, esses princípios são verdadeiras normas jurídicas operantes e vinculantes, que todos os órgãos encarregados de criar e aplicar o Direito devem ter em conta e por referência, seja em atividades de interpretação, seja em atividades de positivação do direito infraconstitucional (leis e demais atos normativos). Princípio Federativo O Princípio Federativo define a forma de Estado. Federação é a própria forma de Estado, que se constitui a partir de uma união indissolúvel de organizações políticas autônomas, instituída por uma Constituição rígida (a Constituição Federal), com o fim de criar um novo Estado (o Estado Federal). A esse propósito, as coletividades reunidas (Estados Federados), sem perderem suas personalidades jurídicas, despedem-se de algumas tantas prerrogativas, em benefício do todo (Estado Federal). A mais relevante delas é a soberania. Federação, etimologicamente, vem de foedus, Foederis, significando aliança, pacto, união, uma vez que é da aliança entre Estados que ela nasce. O Estado Federal- resultado dessa aliança - é soberano para o Direito Internacional, ao passo que os Estados federados ou membros são autônomos para o Direito Interno. A ideia de Federação correlaciona-se com a noção de território, que é o limite espacial dentro do qual o Estado exerce soberanamente, de modo efetivo e exclusivo, o poder de império sobre pessoas e bens. Mas isso não é suficiente. Faz-se necessário, para o delineamento conceitual de Federação, atingir-se a ideia de descentralização política dentro desse mesmo território. Princípio Republicano o Princípio Republicano define a forma de Governo, vale dizer, a forma como os governantes ascendem ao Governo e como se dá a relação entre governantes e governados. República é uma forma de Governo. Nasceu do mesmo ato político que impôs a Federação no Brasil. Desde a Constituição de 1891 vem sendo consagrada como Princípio Fundamental. Na Constituição de 1988 está no art. 1º. É uma forma de Governo, fundada na igualdade formal entre as pessoas, na qual os detentores do poder político exercem-no em caráter eletivo, de regra representativo, temporário e com responsabilidade. Dessa definição, destacam-se os seguintes elementos: a) É uma forma de governo. b) Fundada na igualdade formal das pessoas. c) Em que os detentores do poder político o exercem em caráter eletivo. d) É governo em regra representativo. e) É governo temporário. f) É governo exercido com responsabilidade. Princípio do Estado Democrático de Direito Efetivamente, o Estado Democrático de Direito é princípio fundamental que reúne os princípios do Estado de Direito e do Estado Democrático não como simples reunião formal de seus respectivos elementos, tendo em vista que revela um conceito novo que os supera, mas como providência de transformação do status quo e garantia de uma sociedade pluralista, livre, justa e solidária, em que todo o poder emane do povo e seja exercido em benefício do povo, com o reconhecimento e a afirmação dos direitos humanos fundamentais que possam realizar, na sua plenitude, a dignidade da pessoa humana. O Estado Democrático de Direito, portanto, é Estado Constitucional submetido à Constituição e aos valores humanos nela consagrados. Princípio da Soberania Popular A Constituição de 1988 consagra a Soberania Popular como Princípio Fundamental, ao destacar, no parágrafo único do art. 1º, que "Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição". Adota, assim uma Democracia representativa, que combina representação e participação popular direta, tendendo para uma democracia participativa. Princípio da Separação de Poderes O princípio da separação de poderes é um modelo político que visa à melhor governança de um Estado pela fragmentação do seu poder em órgãos distintos e independentes, cada qual especializado em um aspecto ou área de governo. Embora seja mencionada quase como sinônimo da tripartição de poderes proposta por Montesquieu, a separação de poderes é um princípio muito mais amplo e antigo do que o modelo do filósofo francês, sendo primeiro identificada na Grécia Antiga e aplicada em diversas ocasiões, sob diversos formatos em governos tão díspares quanto a República de Roma e em algumas das Treze Colônias britânicas na América do Norte. Assim, pode-se dizer que a separação de poderes é um modelo teórico fundamental na história do Ocidente. A preocupação básica deste princípio é como impedir que os poderes políticos de uma sociedade se concentrem demais em uma única figura de autoridade, seja ela uma pessoa, um grupo ou um órgão do governo. O equilíbrio entre autoridade e autonomia, cujos extremos são o despotismo e a anarquia, tem sido objeto de estudo pelo menos desde os anos de Aristóteles (384-322 a.C.), que, em seu tratado "Política", delineou o conceito de "constituição mista", onde os três principais tipos de autoridade até então conhecidos - realeza, aristocracia e governo constitucional - seriam mesclados para que as virtudes de uns compensassem os defeitos dos outros. Princípios Fundamentos do Estado Brasileiro A Constituição de 1988, no art. 1º, inscreve como Fundamentos da República Federativa do Brasil: (I) a soberania; (II) a cidadania; (IH) a dignidade da pessoa humana; (IV) os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa' (V) o pluralismo político.
Compartilhar