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Políticas Públicas Ambientais no Brasil

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SUSTENTABILIDADE
LEGISLAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS
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Olá!
Nesta aula, você irá:
1. Analisar a trajetória legal e das políticas públicas brasileiras.
2. Reconhecer as políticas relacionadas à gestão ambiental e à educação ambiental.
1 Introdução
Desde o princípio, o homem interage com o meio ambiente esforçando-se em descobrir as charadas da natureza.
A condição rude do homem primitivo não o impediu de ser criativo para melhor viver. Os registros da pré-
história revelam sua enorme capacidade organizativa e coordenação motora diferenciada. Fazendo uso desses
talentos, no afã de evitar seu próprio aniquilamento ante a natureza selvagem, o homem conquistou o mundo
(Pedro e Frangetto, 2009).
Segundo os mesmos autores, não se pode negar que a disputa homem versus natureza mostra, a princípio,
instintiva atitude do ser inteligente em busca de um equilíbrio de forças com tudo que na imensidão o circunda. 
A harmonia com o meio ambiente, porém, é obstruída pelo aumento do número de pessoas, bem como pelo
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consumo em larga escala dos recursos ambientais. Sem a administração desses recursos, é impossível tê-los
acessíveis a todos. Com isso surge as políticas públicas, que deveriam regular o uso desses recursos, necessários
para a vida da sociedade, de forma justa e com igualdade.
Será que é isso que observamos das políticas públicas atuais do Brasil?
2 Políticas públicas relacionadas ao meio ambiente
Antes de mais nada, para podermos nos situar nas políticas públicas relacionadas ao meio ambiente vamos a
alguns esclarecimentos conceituais:
Segundo Sorrentino et al. (2005), a palavra política origina-se do grego e significa limite. Dava-se o nome de ao
muro que delimitava a cidade do campo. só depois se passou a designar polis o que estava contido no interior
dos limites do muro. O resgate desse significado, como limite, talvez nos ajude a entender o verdadeiro
significado da política, que é a arte de definir os limites, ou seja, o que é o bem-comum (Gonçalves, 2002, p. 64).
Para Arendt (2000), a pluralidade é a “condição pela qual” (conditio per quam) da política, implica e tem por
função a conciliação entre pluralidade e igualdade. Quando entendemos política a partir da origem do termo,
como limite, não falamos de regulação sobre a sociedade, mas de uma regulação dialética sociedade-Estado que
favoreça à pluralidade e a igualdade social e política.
Por seu turno, o ambientalismo coloca-nos a questão dos limites que as sociedades têm na sua relação com a
natureza, com suas próprias naturezas como sociedades. Assim, resgatar a política é fundamental para que se
estabeleça uma ética da sustentabilidade resultante das lutas ambientalistas (Sorrentino et al., 2005).
Munidos desses preceitos, entenderemos melhor o histórico das políticas públicas de meio ambiente em nosso
país (não que a mesma seja justificável em seus erros e acertos, mas está hoje da forma como se apresenta por
determinantes históricos).
3 Política ambiental
Até o início do século XX, o campo político e institucional brasileiro não se sensibilizava com os problemas
ambientais, embora não faltassem problemas e nem vozes que os apontassem. A abundância de terras férteis e
de outros recursos naturais, enaltecida desde a Carta de Caminha ao rei de Portugal, tornou-se uma espécie de
dogma que impedia enxergar a destruição que vinha ocorrendo desde os primeiros anos da colonização.
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A degradação de uma área não era considerada um problema ambiental pela classe política, pois sempre havia
outras a ocupar com o trabalho escravo. As denúncias sobre o mau uso dos recursos naturais não encontravam
ecos na esfera política dessa época, embora muitos denunciantes fossem políticos ilustres, como José Bonifácio,
Joaquim Nabuco e André Rebouças.
Nenhuma legislação explicitamente ambiental teve origem nas muitas denúncias desses políticos, que podem ser
considerados os precursores dos movimentos ambientalistas nacionais e que, já nas suas origens, apresentavam
uma tônica socioambiental dada pela luta contra a escravatura, a monocultura e o latifúndio.
Somente quando o Brasil começa a dar passos firmes em direção à industrialização, inicia-se o esboço de uma
política ambiental. A adesão do Brasil aos acordos ambientais multilaterais das primeiras décadas do século XX,
praticamente não gerou nenhuma repercussão digna de nota na ordem interna do país. Tomando como critério a
eficácia da ação pública e não apenas a geração de leis, pode-se apontar a década de 1930 como o início de uma
política ambiental efetiva (Barbieri, 2010).
4 Evolução da política ambiental
Conforme Barbieri (2010), uma data de referência é o ano de 1934, quando foram promulgados os seguintes
documentos relativos à gestão de recursos naturais:
Código de Caça
Código Florestal
Código de Minas
Código de Águas
Outras iniciativas governamentais importantes desse período foram: criação do Parque Nacional de Itatiaia, o
primeiro do Brasil e a organização do patrimônio histórico e artístico nacional. As políticas públicas dessa fase
procuram alcançar efeitos sobre os recursos naturais por meio de gestões setoriais (água, florestas, mineração,
etc), para as quais foram sendo criados órgãos específicos, como o Departamento Nacional de Recursos Minerais,
Departamento Nacional de Água e Energia Elétrica e outros.
Os problemas relativos à poluição só seriam sentidos em meados da década de 1960, quando o processo de
industrialização já havia se consolidado. No início dessa fase, na década de 1930, o rio Tietê, por exemplo, era
usado para lazer de muitos paulistanos, que se tornaria inviável algumas décadas depois. Até meados da década
de 1970, a poluição industrial ainda era vista como um sinal de progresso e, por isso, muito bem-vinda para
muitos políticos e cidadãos.
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5 Política de comando e controle
Enquanto as mudanças ocorriam no Brasil, no mundo iniciava-se uma política de comando e controle (Command
and Control Policy), que assumiu duas características muito definidas, segundo Lustosa, Cánepa e Young (2003):
• A imposição pela autoridade ambiental, de padrões de emissão incidentes sobre a produção final (ou 
sobre o nível de utilização de um insumo básico) do agente poluidor.
• A determinação da melhor tecnologia disponível para abatimento da poluição e cumprimento do padrão 
de emissão.
A razão de ser dessa política é perfeitamente compreensível. Dado o elevado crescimento das economias
ocidentais no pós-guerra, com a sua também crescente poluição associada, é necessária uma intervenção maciça
por parte do Estado.
Este não pode mais se apoiar simplesmente na disputa em tribunais, caso a caso (esfera do Direito Civil), sendo
necessário dispor de instrumentos vinculados ao Direito Administrativo, mais adequados a essa atuação maciça.
Entretanto, essa política “pura” de comando e controle apresenta uma série de deficiências, como a morosidade
de sua implementação, segundo os mesmos autores.
Entretanto, essa política “pura” de comando e controle apresenta uma série de deficiências, como a morosidade
de sua implementação, segundo os mesmos autores.
6 Política ambiental no mundo
Tentando solucionar os problemas, de certo modo acumulados e agravados ao longo do tempo, os países
desenvolvidos encontram-se hoje numa terceira etapa da política ambiental e que, à falta de melhor nome,
poderíamos chamar de política “mista” de comando e controle. Nessa modalidade de política ambiental, os
padrões de emissão deixam de ser meio e fim da intervenção estatal e passam a ser instrumentos, dentre outros,
de uma política que usa diversas alternativas e possibilidades para a consecução de metas acordadas
socialmente. Temos assim, a adoção progressiva dos padrões de qualidade dos corpos receptores como metas de
política e a adoção de instrumentos econômicos – em complementação aos padrões de emissão – no sentido de
induzir os agentes a combaterem a poluição e a moderarem a utilização dos recursosnaturais, ainda conforme
Lustosa, Cánepa e Young (2003).
O Brasil, após a Conferência de Estocolmo de 1972, quando as preocupações ambientais se tornam mais
intensas, embora nessa ocasião o governo militar brasileiro não reconheceu a gravidade dos problemas
ambientais e defendeu sua ideia de desenvolvimento econômico, na verdade um maldesenvolvimento, em razão
da ausência de preocupações com o meio ambiente e a distribuição de renda. Porém, os estragos ambientais
mais do que evidentes e a colocação dos problemas ambientais em dimensões planetárias exigiram do poder
•
•
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público uma nova postura. Em 1973, o Executivo Federal cria a Secretaria Especial do Meio Ambiente e diversos
estados criaram sua agências ambientais especializadas, como a Cetesb no Estado de São Paulo e a Feema no
Estado do Rio de Janeiro (Barbieri, 2010).
7 Política ambiental no Brasil
O mesmo autor também mostra que, em matéria ambiental, o Brasil também seguiu uma tendência observada
em outros países. Onde os problemas ambientais são percebidos e tratados de modo isolado e localizado,
repartindo o meio ambiente em solo, ar e água, e mantendo a divisão dos recursos naturais: água, florestas,
recursos minerais e outros. Só no início da década de 1980 é que passariam a ser considerados problemas
generalizados e interdependentes, que deveriam ser tratados mediante políticas integradas.
A legislação federal sobre matéria ambiental nessa fase procurava atender problemas específicos, dentro de uma
abordagem segmentada do meio ambiente e percebe-se isso através dos textos legais abaixo:
Decreto-lei 1.413 de 14/8/1975 sobre medidas de prevenção da poluição industrial.
Lei 6.453 de 17/10/1977 sobre responsabilidade civil e criminal relacionada com atividades nucleares.
Lei 6.567 de 24/9/1978 sobre regime especial para exploração e aproveitamento das substâncias minerais.
Lei 6.766 de 19/12/1981 sobre o parcelamento do solo urbano.
Lei 6.902 de 27/04/1981 sobre a criação de estações ecológicas e áreas de proteção ambiental.
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Foi com o advento da Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente,
que conhecemos uma definição legal e passamos a ter uma visão global de proteção ao meio ambiente. Ela foi
editada com o fito de estabelecer a política nacional do meio ambiente, seus fins, mecanismos de formulação,
aplicação, conceitos, princípios, objetivos e penalidades devendo ser entendida como um conjunto de
instrumentos legais, técnicos, científicos, políticos e econômicos destinados à promoção do desenvolvimento
sustentado da sociedade e da economia brasileira. Embora tenha sido editada no início da década de 1980,
continua sendo de fundamental importância para o meio ambiente (Funiber, 2009).
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8 Políticas públicas de educação ambiental
Segundo Ferreira (apud Tavolaro, 1999) "As políticas públicas estão hoje a meio caminho entre um discurso
atualizado e um comportamento social bastante predatório: por um lado, as políticas públicas têm contribuído
para o estabelecimento de um sistema de proteção ambiental no país; mas, por outro, o poder público é incapaz
de fazer cumprir aos indivíduos e às empresas uma proporção importante da legislação ambiental" (p. 107). Tal
quadro parece repetir-se no momento em que descemos ao nível estadual. A mesma autora coloca que a
implementação dessas políticas restringiu-se ao caráter preservacionista da questão, além das agências
estaduais de meio ambiente atuarem de forma marginal, com poucos recursos, e desconectadas das demais
políticas.
Vista desse ângulo, por que apostar tantas fichas na internalização da questão ambiental pelas políticas públicas
municipais no caso brasileiro?
Temos que ter em mente que: “a sociedade não é o lugar da harmonia, mas, de conflitos e de confrontos que
ocorrem em suas diferentes esferas (da política, da economia, das relações sociais, dos valores, etc.).” A
diversidade de opções ambientalistas resulta numa certa conflituosidade que necessariamente conduz ao campo
político da negociação dos valores e interesses na condução democrática de políticas públicas, tornando o
processo de gestão ambiental inequivocamente participativo (Quintas, 2000 apudLayrargues, 2003).
Saiba mais
Para compreendermos as políticas públicas de educação ambiental, vamos ler o texto de
Sorrentino et al. (2005), que fala sobre “A questão da educação ambiental como política
pública”.
Com esse texto, podemos perceber a discussão da educação ambiental nas políticas públicas no
Brasil, que ainda está em fase de amadurecimento e também é muito polêmica.
Saiba mais
Leia o artigo de Sorrentino et al. (2005) “ Educação ambiental como política pública”,
disponível no link: https://www.scielo.br/pdf/ep/v31n2/a10v31n2.pdf
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O que vem na próxima aula
Conceitos e aspectos da sustentabilidade. 
Discussão dos objetivos da sustentabilidade na sociedade atual.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• analisou a trajetória legal e das políticas públicas brasileiras;
• reconheceu as políticas relacionadas à gestão ambiental e à educação ambiental.
•
•
	Olá!
	1 Introdução
	2 Políticas públicas relacionadas ao meio ambiente
	3 Política ambiental
	4 Evolução da política ambiental
	5 Política de comando e controle
	6 Política ambiental no mundo
	7 Política ambiental no Brasil
	8 Políticas públicas de educação ambiental
	O que vem na próxima aula
	CONCLUSÃO

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