Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Gestão das Instalações Industriais Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Esp. Leila da Silva Moura Revisão Textual: Prof.ª Me. Sandra Regina F. Moreira Manutenção Produtiva Total • Manutenção Produtiva Total. · Apresentar ao aluno uma breve introdução à metodologia conhe- cida como Manutenção Produtiva Total, de forma a ilustrar a sua contribuição para a gestão eficaz de uma instalação industrial em médio e longo prazos. OBJETIVO DE APRENDIZADO Manutenção Produtiva Total Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Manutenção Produtiva Total Manutenção Produtiva Total De uma forma geral, os tipos de manutenção a serem priorizados são aqueles que evitam as chamadas paradas não programadas no processo produtivo. Porém, ao se implementar, por exemplo, a manutenção preventiva ou ainda a preditiva em uma fábrica, deve-se priorizar quais equipamentos serão atingidos por essa sistemática. O critério para definir quais equipamentos serão priorizados deve levar em conta a criticidade do equipamento, ou seja, qual o impacto de uma parada não programada desse equipamento no processo produtivo como um todo. Por exemplo, uma máquina ou equipamento que faz parte de uma operação considerada “gargalo” na produção é um caso que deveria ser priorizado. Por trás de uma manutenção ineficiente estão diversos custos escondidos. Um deles é o custo com pagamentos de horas extras na produção, que muitas vezes ocorre devido ao fato de uma máquina ou equipamento ter ficado parado por um longo tempo aguardando ou sofrendo manutenção. Diversos coordenadores ou líderes de produção costumam produzir estoques elevados de peças em processo alegando que estão se prevenindo para o caso de ocorrer alguma parada não programada da produção por falha em um equipamento. O excesso de estoque em processo contribui para a perda de produtividade, visto que esses itens produzidos a mais precisam ser estocados, ocupando mão de obra para sua movimentção, além de espaço físico na fábrica. Esses são só exemplos de indicadores indiretos que medem a eficiência ou ineficiência da manutenção. Por outro lado, uma boa gestão da manutenção contribui para a redução no desgaste de máquinas e equipamentos, aumentando assim, a sua vida útil, reduzindo de forma relevante a necessidade de novos investimentos. Em resumo, uma gestão industrial eficaz passa por uma gestão de manuten- ção eficiente. Nesse cenário, surge uma grande oportunidade de redução de custos de manu- tenção no médio e longo prazo, conhecida como Manutenção Produtiva Total. Essa será a técnica estudada a seguir, destacando os conceitos, as etapas de implementação e as vantagens e desvantagens. Manutenção Produtiva Total – Conceito A Manutenção Produtiva Total (MPT) também é bastante conhecida pela sua sigla em inglês, ou seja, TPM (Total Productive Maintenance). 8 9 A Manutenção Produtiva Total é uma metodologia que tem como princípio fundamental a implementação de uma manutenção das máquinas e equipamentos de uma instalação industrial realizada pelos próprios operadores. Por que o operador da máquina é considerado de vital importância para se implementar a Manutenção Produtiva Total?Ex pl or O operador da máquina é considerado de vital importância para a implemen- tação da Manutenção Produtiva Total. De acordo com essa metodologia, o ope- rador da máquina é o primeiro colaborador da empresa a ser capaz de identificar qualquer possível alteração no funcionamento de uma máquina ou equipamento, mesmo que essa alteração seja imperceptível a outras pessoas, como um mecânico de máquinas, por exemplo. Para ilustrar esse raciocínio, imagine que um motorista realize a aquisição de um automóvel usado em bom estado de conservação, como o da figura 1. Devido ao tempo de utilização desse automóvel, é esperado que esse veículo apresente algu- mas folgas em seus componentes. Essas folgas, na maioria das vezes, geram ruídos que, dependendo da intensidade, podem vir até a incomodar o usuário do veículo. Figura 1 – Exemplo de veículo usado em bom estado de conservação Fonte: pixabay.com Porém, depois de algum tempo de utilização desse veículo, espera-se que o motorista se acostume com esses ruídos que, de certa forma, não constituem ainda um problema grave para o funcionamento do veículo, ou seja, não comprometem o seu funcionamento. Esse veículo pode apresentar ainda alguns pequenos vazamentos em compo- nentes, como válvulas, conexões, juntas do motor, entre outros, que também ainda não comprometem o funcionamento do veículo. Imagine agora que, depois de um mês utilizando o veículo, esse motorista esteja dirigindo esse veículo acompanhado de um passageiro e, de repente, ele perceba um ruído diferente no veículo, ou seja, diferente daqueles ruídos a que ele já está acostumado. 9 UNIDADE Manutenção Produtiva Total Ao comentar este fato com o passageiro, provavelmente esse passageiro seja incapaz, muitas vezes, de identificar esse ruído diferente, no meio de diversos outros ruídos já existentes. O mesmo fato pode ocorrer ao consultar um mecânico para avaliar esse ruído. Tanto o passageiro como o mecânico não estão habituados com todos os ruídos rotineiros do veículo e, dessa forma, podem demorar algum tempo até identificar esse novo ruído que pode indicar, realmente, que uma falha grave está prestes a ocorrer no funcionamento do veículo. Dessa forma, a Manutenção Produtiva Total estabelece que o operador seja o colaborador mais capacitado para identificar pequenas avarias em um equipamento e, dessa forma, ele é treinado e incentivado a realizar pequenas intervenções na manutenção do equipamento que ele opera, de forma a se evitar que uma falha maior aconteça no equipamento, comprometendo o seu funcionamento. Entre esses pequenos reparos e intervenções, podemos citar pequenos reaper- tos em porcas e parafusos que começaram a apresentar folgas, lubrificação de partes móveis de fácil acesso, verificação de níveis de lubrificantes nos reservatórios da máquina, entre outros. Na figura 2, é possível visualizar um exem- plo de uma atividade de manutenção que pode ser realizada periodicamente pelo pró- prio operador (no caso, o proprietárioe mo- torista do automóvel). Trata-se da verificação do nível de óleo do motor. Apenas no caso em que o nível de óleo estiver fora da especifi- cação, será necessária a intervenção de algum profissional especializado em manutenção. Porém, deve-se levar em conta, nesse caso, que nem sempre o operador dispõe de habi- lidade e conhecimento para realizar reparos mais complexos no equipamento que ele ope- ra. Dessa forma, há que se estabelecer uma si- nergia entre os departamentos de manutenção e produção, para que eventuais reparos mais complexos sejam realizados em determinados momentos, de forma programada, pela equi- pe de manutenção da instalação industrial. Figura2 – Exemplo de atividade de manutenção que pode ser realizada pelo próprio operador – Verificação do nível do óleo do motor Fonte: iStock/Getty Images Essas atividades de manutenção realizadas pelos operadores podem ser realizadas em grupo em um determinado horário do período de trabalho. Nesse momento definido pela empresa, todos param as suas atividades rotineiras e executam os pequenos reparos e verificações, enquanto que aquilo que não pode ser executado, mas que possui um potencial de vir a se tornar uma falha grave no equipamento, 10 11 é então identificado, geralmente utilizando-se uma identificação visual colorida, como um cartão, por exemplo, para que as equipes de manutenção possam passar depois e realizar as devidas intervenções. Princípios da Manutenção Produtiva Total De acordo com Martins e Laugeni (2015), existem três princípios fundamentais que devem ser seguidos para a implementação da Manutenção Produtiva Total: 1. Melhoria das Pessoas: O recurso mais valioso de uma empresa são as pessoas. Um aspecto fundamental a ser considerado na implementação da Manutenção Produtiva Total é o total engajamento das pessoas. Para se atingir esse objetivo, é necessário convencê-las dos benefícios que serão obtidos no médio e longo prazo com a implementação das atividades propostas pela Manutenção Produtiva Total. Sendo assim, o treinamento das pessoas deve ser uma das primeiras ações a serem tomadas para a implementação da Manutenção Produtiva Total; 2. Melhoria dos Equipamentos: As máquinas e equipamentos também constituem um recurso extremamente valioso para a instalação industrial. Dessa forma, ações devem ser tomadas para melhorar os equipamentos existentes na instalação industrial. Não se deve partir do pressuposto de que apenas equipamentos novos são bons. Equipamentos usados, mas em bom estado de conservação, consistem em ativo valioso e que agrega valor à instalação industrial e evita grandes investimentos adicionais; 3. Qualidade Total: A Manutenção Produtiva Total está inserida em um contexto muito maior que é a Qualidade Total. É impossível fabricar-se produtos com qualidade sem equipamentos que estejam funcionando cor- retamente e em perfeitas condições. As 6 Grandes Perdas dos Equipamentos De acordo com Martins e Laugeni (2015), para se implementar a Manutenção Produtiva Total em uma instalação industrial, devem se conhecer e, consequente, tentar reduzir ou eliminar as 6 grandes perdas dos equipamentos: 1. Perda por falha do equipamento: Consiste na quantidade de produtos ou componentes que deixa de ser produzida devido a uma falha ou quebra do equipamento; 2. Perda por setup: Consiste na quantidade de produtos ou componentes que deixa de ser produzida devido ao tempo perdido para se preparar ou ajustar a máquina ou equipamento para produção de um novo item. Essa situação ocorre, por exemplo, quando se estava produzindo um determinado item e então é necessário parar o equipamento para ajustar os seus parâmetros, trocar seu ferramental, entre outras tarefas, para que um novo modelo de produto comece a ser produzido naquela máquina ou equipamento; 11 UNIDADE Manutenção Produtiva Total 3. Perda por pequenas paradas: Consiste na quantidade de produtos ou componentes que deixa de ser produzida devido ao tempo perdido com pequenas paradas da máquina para ajustes, que necessitem da intervenção de um operador, como, por exemplo, o aperto de um botão, para que a produção continue; 4. Perda por baixa velocidade: Consiste na quantidade de produtos ou componentes que deixa de ser produzida devido ao tempo perdido pelo fato de a máquina ou equipamento estar operando, por algum motivo, abaixo da velocidade nominal especificada pelo fabricante dessa máquina; 5. Perda por qualidade insatisfatória: Consiste na quantidade de produtos ou componentes fabricada em um determinado equipamento e que foi descartada, devido ao fato de terem sido produzidos fora das especificações, ou seja, sem a qualidade desejada; 6. Perda por startup: Consiste na quantidade de produtos ou componentes que é produzida com qualidade insatisfatória, durante a preparação para a produção de um novo produto ou componente, até que o processo se estabilize e não sejam necessários mais ajustes. Os Pilares da Manutenção Produtiva Total De acordo com Seleme (2015), para se implementar a Manutenção Produtiva Total em uma instalação industrial, deve-se implantar 8 pilares, ou seja, 8 ferra- mentas que sustentam a Manutenção Produtiva Total: 1. Saúde e Segurança; 2. Educação e Formação; 3. Manutenção Autônoma; 4. Manutenção Programada; 5. Manutenção da Qualidade; 6. Melhorias Específicas; 7. Sistemas de Suporte; 8. Gestão da Fase Inicial. É realmente necessário se implantar todos os pilares da Manutenção Produtiva Total? Ex pl or Esses 8 pilares são a base de sustentação da Manutenção Produtiva Total. Dessa forma, apesar de ser possível implementar-se um pilar de cada vez, é muito impor- tante que todos os pilares sejam implementados. A seguir, cada um desses pilares será mais bem destacado. Saúde e Segurança Um dos principais objetivos da Manutenção Produtiva Total é atingir o índice de “Zero” acidentes na instalação industrial. 12 13 Dessa forma, o investimento em saúde e segurança dos operadores é de funda- mental importância para que esse objetivo seja conquistado. As tarefas de manutenção, que são delegadas para os operadores durante a implementação da Manutenção Produtiva Total, devem ser exatamente as tarefas mais simples, através de treinamento adequado. Quando houver tarefas de manutenção mais complexas, que poderiam ser delegadas aos operadores, deve-se avaliar o risco real de execução dessa atividade, pois mesmo que o operador receba o treinamento adequado, pode faltar habilidade ou, ainda, experiência, para esse operador executar determinadas tarefas. Educação e Formação Apesar de algumas organizações ainda não dedicarem a devida importância para o treinamento de suas equipes que atuam em instalações industriais, essa é uma premissa fundamental para a adequada implementação da Manutenção Pro- dutiva Total. Todos os treinamentos realizados devem ser registrados, de forma que se possa mapear quais operadores estão habilitados para quais tarefas de manutenção. Manutenção Autônoma A manutenção autônoma consiste em se treinar operadores para realizar serviços básicos de manutenção, como pequenos apertos em parafusos, pequenas limpezas semanais, verificação de níveis de reservatórios, entre outras atividades. Na figura 3 é possível visualizar um exemplo de atividade que pode ser realizada pelo próprio operador, que é o reaperto de parafusos, já que utiliza ferramentas de fácil manuseio. Figura 3 – Exemplo de atividade de manutenção que pode ser realizada pelo próprio operador – Reaperto de parafusos Fonte: iStock/Getty Images Quando houver a especificação do torque de aperto do parafuso, pode-se utilizar um instrumento conhecido como torquímetro, conforme ilustrado na figura 4. 13 UNIDADE Manutenção Produtiva Total Figura 4 – Exemplo de equipamento utilizado para reaperto de parafusos – Torquímetro Fonte: Wikimedia Commons Para que isso seja possível, é necessário que o operador receba treinamento, e que também sejam disponibilizadasa esse operador ferramentas para que ele realize os pequenos reparos ou verificações. Como justificar o ganho de se realizar a Manutenção Autônoma? Ex pl or A Manutenção Autônoma se justifica pelo fato de que é muito caro e ineficiente utilizar-se técnicos especializados em manutenção de máquinas e equipamentos para realizar pequenos serviços de simples execução. Manutenção Programada A manutenção programada consiste na realização de manutenção preventiva em horários programados em determinados equipamentos, de forma a se evitar a ocorrência de falhas, através da identificação das causas de falhas recorrentes nesses equipamentos. Manutenção da Qualidade A manutenção da qualidade consiste em atividades que devem ser realizadas de forma a se atingir o objetivo de se obter equipamentos que operem em perfeitas condições, de tal forma que esses equipamentos não sejam a causa de eventuais problemas de qualidade em produtos que foram processados neles. Portanto, é essencial que sejam realizados registros das inspeções de qualidade dos produtos processados no equipamento (figura 5), de forma que se possam gerar indicadores da qualidade das peças produzidas nesse equipamento. Figura 5 – Exemplo de inspeção de um produto que acabou de ser processado em uma máquina Fonte: iStock/Getty Images 14 15 Melhorias Específicas As melhorias específicas são as melhorias realizadas em um determinado equi- pamento com o objetivo de se reduzir ou eliminar as 6 perdas do equipamento. Sistemas de Suporte Os sistemas de suporte consistem nas áreas administrativas que oferecem suporte às instalações industriais, como, por exemplo, o departamento de compras, que realiza a aquisição de componentes e materiais, ou ainda, o departamento de recursos humanos, que auxilia na contratação de pessoas e na aplicação e registro de treinamentos. Gestão da Fase Inicial A Gestão da Fase Inicial compreende a gestão de todo o conjunto de atividades que são realizadas para a implementação da Manutenção Produtiva Total. Entre essas atividades estão compreendidas as atividades de planejamento, a criação das equipes de avaliação dos equipamentos, a definição e acompanhamento dos treinamentos realizados e o monitoramente dos resultados obtidos. Etapas de implementação da Manutenção Produtiva Total Para se implementar a Manutenção Produtiva Total em uma instalação industrial, as seguintes etapas devem ser executadas: 1. Limpeza Inicial: Deve-se começar a implementação da Manutenção Pro- dutiva Total através da realização de uma faxina geral em cada departa- mento (Figura 6), máquina ou equipamento, eliminando-se toda a sujeira encontrada e suas causas, além de separar e descartar todos os objetos e ferramentas que serão utilizados. Em cada máquina, equipamento ou de- partamento, devem fi car somente as ferramentas e os equipamentos que realmente são utilizados; Figura 6 – Limpeza inicial da fábrica – Início da Implementação da Manutenção Produtiva Total Fonte: iStock/Getty Images 15 UNIDADE Manutenção Produtiva Total 2. Eliminar as fontes de sujeira: Devem-se criar regras de limpeza e se estabelecer os responsáveis por limpar diariamente cada departamento. Escalas podem ser criadas para que todos os integrantes de um determinado departamento participem das atividades de limpeza; 3. Reduzir desperdício de tempo: Nessa eta- pa, deve-se organizar cada departamento, estabelecendo-se um lugar para cada objeto que está alocado nesse departamento. Sem- pre que possível, devem ser utilizados qua- dros com sombras das ferramentas (Figura 7), de forma a se padronizar o local de cada ferramenta. Com esse tipo de quadro, tam- bém é possível notar com facilidade quan- do alguma ferramenta está ausente. Ainda nessa etapa, devem se estabelecer os dias e as rotas de lubrifi cação e verifi cação dos equipamentos de cada departamento; Figura 7 – Exemplo de painel com sombras das ferramentas Fonte: pixabay.com 4. Padronizar as atividades de inspeção: Nessa etapa, devem se estabelecer roteiros para que as ações de limpeza, lubrifi cação, inspeção e eventuais apertos de parafusos façam parte da rotina da equipe de operadores de cada departamento; 5. Treinar a Equipe para inspeções de rotina: As equipes que vão realizar essas atividades de manutenção mais simples devem também receber trei- namentos periódicos, de forma que executem essas atividades da melhor forma possível; 6. Manutenção Autônoma: Nessa etapa, deve se elaborar uma lista de ve- rifi cação (check-list) que contenha os itens que serão inspecionados pelos operadores. Essa lista deve ser elaborada inicialmente em conjunto com o departamento de manutenção. A partir do momento em que os operado- res adquiram certo conhecimento, esses operadores devem ser capacita- dos a elaborarem suas próprias listas de verifi cação. Na tabela 1 é possível visualizar um exemplo dessas listas de verifi cação; Tabela 1 – Exemplo de Lista de verifi cação de equipamentos Equipamento Item a ser verifi cado Valor de referência Data: Assinatura: Torno Mecânico Nível de óleo do reservatório Mínimo 2,5 litros Furadeira de bancada Reaperto dos parafusos da mesa Torque de 5,4 ± 0,5 N.m Painel de controle Temperatura do motor Entre 35ºC e 45ºC 7. Concretização da Manutenção Autônoma: A equipe responsável por re- alizar a manutenção autônoma deve coletar dados de forma a se construir um banco de dados histórico de cada equipamento. A equipe deve então ser capacitada a interpretar esses dados, de forma a propor melhorias que fa- cilitem a manutenção dos equipamentos e melhorem os resultados obtidos. 16 17 Vantagens e Desvantagens da Manutenção Produtiva Total A implementação da Manutenção Produtiva Total em uma instalação industrial apresenta as seguintes vantagens: • Aumento da vida útil das máquinas e equipamentos; • Redução ou eliminação das paradas não programadas na linha de produção; • Evita-se o desperdício de mão de obra qualificada de manutenção para realizar reparos mais simples. A implementação da Manutenção Produtiva Total em uma instalação industrial apresenta as seguintes desvantagens: • Os resultados obtidos somente começam a aparecer no médio e longo prazo; • Apresenta um alto investimento inicial, principalmente em treinamentos. Por que alguns gestores de instalações industriais ainda resistem em implementar todos os pilares da Manutenção Produtiva Total?Ex pl or O fato de os resultados mensuráveis demorarem certo tempo para serem aferi- dos, como, por exemplo, o aumento da vida útil dos equipamentos, é o que deses- timula alguns gestores industriais a implementar todos os pilares da Manutenção Produtiva Total. Devido a essa atitude, o que se verifica na prática é que, quando isso acontece, os resultados obtidos devido à implementação da manutenção produtiva total ficam comprometidos. 17 UNIDADE Manutenção Produtiva Total Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Administração da Produção Como material complementar, continue a sua leitura pelo título Administração da Produção, disponível na “Biblioteca Virtual chamada de “Ebooks – Minha Biblioteca”. Nesse texto, são apresentadas diversas técnicas relacionadas às fábricas do futuro. Para acessar essa obra, percorra o seguinte caminho: Após entrar em sua “área do aluno”, no menu à esquerda da tela, clique em “Serviços”, depois em “Biblioteca” e, no centro da tela, clique em “Ebooks – Minha Biblioteca”. No topo da tela que abrirá, haverá um campo de busca para autor, título, assunto etc. Nesse espaço, digite “produção” e clique na capa abaixo, que aparecerá como resultado. Note a seta do lado direito da tela para avançar página a página, assim como perceba que os ícones no rodapé da tela correspondem a determinadas funções, entre as quais, ampliar a visualização – zoom –, marcar a obra como favorita, imprimir trechos que escolher e pular para um número específico de página. Vídeos Planejamentoe Controle de Produção II - Aula 09 - Manutenção Produtiva Total (TPM) Nesse endereço eletrônico, está disponível um vídeo bem interessante que trata da Manutenção Produtiva Total. https://youtu.be/rtCkRYo863A TPM – Conheça os fundamentos da Manutenção Produtiva Total Nesse endereço eletrônico, também está disponível um vídeo bem interessante que que trata dos fundamentos da Manutenção Produtiva Total. https://youtu.be/WCZOvcmhTcw Leitura Manutenção Produtiva Total (Total Productive Maintenance): estudo de caso na colheita mecanizada de cana-de-açucar (Saccharum spp.) Essa dissertação trata de um estudo de caso de aplicação da Manutenção Produtiva Total em colheita mecanizada de cana de açúcar. https://goo.gl/MWaoXM 18 19 Referências BULGACOV, S. Manual de Gestão Empresarial. São Paulo, SP, 2. ed, Editora Atlas S.A., 2006. LAUGENI, Fernando P.; MARTINS, Petrônio G. Administração da produção. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2015. SELEME, R. Manutenção Industrial – Mantendo a Fábrica em Funcionamento. Curitiba, PR: Ed. Intersaberes, 2015. 19
Compartilhar