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1 CLARETIANO - CENTRO UNIVERSITÁRIO CURSO DE BIOMEDICINA DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DE BIOMEDICINA, BIOÉTICA E BIOSSEGURANÇA DOCENTE: JOÃO MARCELO ALVES DE OLIVEIRA ACADÊMICA: DEILANIR BRITO CORRÊA PROJETO GENOMA HUMANO INTRODUÇÃO Com o objetivo de prolongar a vida humana, pesquisadores na década de 80 pretendiam criar um projeto que reunisse e armazenasse as informações necessárias para embasar a busca por tratamento de cura de doenças que proporcionasse uma qualidade de vida a sociedade. Com a expectativa de maximizar os estudos na área da medicina, foi criado o Projeto Genoma Humano (PGH). A ideia de deter informações capazes de modificar a sociedade com resultados obtidos a partir de pesquisas, apresentavam suas vantagens e desvantagens, que precisavam ser analisadas a partir de um pensamento ético e bioético. Nesta perspectiva, destacou-se a importância do projeto para a saúde e para o campo científico. O Projeto Genoma Humano proporcionava uma ideia de avançar no conhecimento científico e visava apresentar soluções para as incógnitas da medicina no campo genético. Desta forma, o contexto histórico apresenta o processo de contribuição da ciência para biologia humana. Para tanto, pretende-se realizar uma análise crítica acerca da contribuição do Projeto Genoma Humano para a formação ética dos profissionais da biomedicina. Proporcionando uma reflexão sobre o desenvolvimento das pesquisas e acesso da população nos resultados dos avanços médicos. Conhecendo na atualidade as contribuições do PGH, o sequenciamento do genoma humano tem permitido o diagnóstico precoce, o tratamento e a cura de diversas enfermidades. Tem contribuído também para a área farmacêutica, na produção de medicamentos e o acesso de grupos socialmente excluídos a medicina. 2 DESENVOLVIMENTO TEÓRICO Na década de 1980 surgiram os primeiros debates de um grupo de pesquisadores que pretendiam reunir informações e pesquisas relacionadas a Biologia Molecular, voltadas para o sequenciamento do genoma humano. Conhecido como Projeto Genoma Humano (PGH), foi o acordo feito pelos pesquisadores nos Estados Unidos a fim de reunir os países numa participação significativas dos métodos e resultados de sequencias genéticas realizadas no mundo (LEITE, 2006). As inovações e avanços das pesquisas sobre genes vem sendo construídas com base na biotecnologia que se inovaram ao longo dos anos. Neste sentido, as descobertas contribuíram significativamente para a área da medicina, no diagnostico, tratamento e cura das doenças, diminuindo o sofrimento humano. Utilizando as codificações do DNA, o PGH buscava estudar as características guardadas em seus códigos, para compreenderem como funcionava o corpo do homem diante do surgimento de uma doença, bem como, o comportamento e como o organismo podia ser melhorado para curar-se das enfermidades. Desta forma, este empreendimento de nível internacional surgiu como uma expectativa para prolongar a vida humana (ARAGUAIA, 2021). Os estudos na perspectiva do PGH, buscou reunir pesquisadores, que juntos podiam esclarecer o funcionamento do gene humano e suas várias incógnitas do organismo dos seres, bem como, codificar as informações para contribuição na medicina. O mapeamento inicialmente foi considerado impossível de ser realizado, pois muitos consideravam que não fazia sentido uma pesquisa dessa magnitude. Porem, vários outros pesquisadores acreditaram na ideia, pois por mais árdua que fosse a pesquisa, obter informações tão importantes como estas seria uma oportunidade de transformar a ciência da biologia e da medicina. Sendo, este o marco da criação do PGH que indicado nos Estados Unidos, foi apoiado e patrocinado pelo centro National Institutue of Health (NHI) e pelo Department of Energy (DOE) e, com os avanços das pesquisas foi criada a organização Human Genome Organization (HUGO), que objetiva guardar todas as informações obtidas. A partir das análises, o processamento das informações, o sequenciamento e o mapeamento promoviam o fornecimento e aplicação dos dados na base de tratamento das doenças. Contudo, como a maioria dos projetos, sua visão e aplicabilidade não foi nada fácil, 3 o PGH enfrentou diversos questionamentos e críticas acerca do desenvolvimento das pesquisas e aplicabilidade da ética no seu contexto (JORDAN, 1993). Oficialmente a frente o PGH, em 1989 o pesquisador James Watson enquanto diretor do National Human Genome Research Institute (NHGRI), iniciou a pesquisa do DNA, o que trouxe vários avanços para a compreensão do organismo humano. Em 1992, o então diretor foi substituído pelo pesquisador Francis Collins que deu continuidade as pesquisas. Muitas pesquisas levavam anos para terem uma conclusão e muitas destas chamavam a atenção de diversos pesquisadores, inclusive para as questões financeiras, foi então que nesta perspectiva o empresário e cientista John Craig Venter no ano de 1998 criou a Genomics, empresa particular que oferecia equipamentos e tecnologia para o desenvolvimento das pesquisas (PORCIANATTO, 2007). Varias empresas passaram a fazer parte do consorcio de pesquisas do PGH, sendo que também despertou o interesse de Perkin Elmer, que ofereceu equipamentos e suprimento para desenvolvimento do sequenciamento humano por um longo período, a encerra-se em 2001 (PORCIANATTO, 2007). Neste contexto, como se tratava de vidas humanas e não humanas, levantou-se as questões éticas e bioéticas. Vários debates surgiram diante da realização do projeto com o uso de embriões humanos, as codificações dos seres e a intervenção na reprodução humana (AZEVEDO, 2000). Vários fatores bioéticos ameaçaram o encaminhamento do PGH, entre eles as questões dos princípios tradicionais, a confidencialidade das informações genéticas e a consequência do uso dos dados. A partir daí surgiram os debates sociais e éticos acerca do projeto considerado modificador da vida humana. De forma geral, muitos conservadores consideravam que a manipulação genética da vida humana estaria alterando as condições da própria natureza. A partir deste ponto de vista, foram levantados diversos debates sobre o PGH, considerando as vantagens e desvantagens éticas a respeito do projeto. Poder diagnosticar doenças antes mesmo do seu avanço, determinar o sexo antes do bebê nascer, pré-disposição para doenças psiquiátricas, genéticas ou má formação de bebês, são fatores que embasaram as vantagens do PGH. Porém, usar as informações genéticas por ego ou com o objetivo de lucrar e não de priorizar a qualidade de vida, desprendiam criticas acerca da confiabilidade de obter tantas informações. 4 Neste contexto, as questões éticas ganharam muito mais importância no espaço acadêmico, uma vez, que deter informações capazes de desacelerar o surgimento e predisposição de determinada doença por exemplo, engrandece o interesse comercial para a ciência. A partir deste ponto, pode surgir uma disputa ambiciosa acerca do PGH (AZEVEDO, 2000). Ou seja, as pesquisas devem ser tratadas com cuidados e princípios éticos, e a ideia de sequenciar genomas humanos implicava uma responsabilidade primeiramente social e legal. Para tanto, contextualizar e embasar as pesquisas na vida humana priorizava a qualidade de vida acima dos lucros financeiros. 5 CONCLUSÃO Considerando as leituras acerca da história e do desenvolvimento do PGH, percebemos que para a época a proposta do projeto foi um grande avanço, porém, vista por muitos com estranheza. Para alguns pesquisadores da época, mais que inovador, a ideia de deter tantas informações também assustava. Para tanto, apesar de apresentar inúmeras vantagens, o projeto também trazia as desvantagens que se relacionava com as questões éticas e bioéticas. Fatores como a manipulação genéticae até as alterações humanas implicavam no desordenamento natural da vida. Percebemos que, o PGH proporcionou amplo conhecimento científico para a sociedade. Sendo que, diante dos avanços tecnológicos ao longo dos anos, a evolução da medicina ganhou destaque por meio da descoberta de cura para doenças antes consideradas incuráveis, bem como, o tratamento de doenças psiquiátricas e físicas, que proporcionaram a longevidade da espécie humana. Porém, o uso de embriões para a clonagem e pesquisas genéticas foram vistas como abominações da criação e não foram tão bem aceitos para pesquisadores mais conservadores. O que acarretou vários debates em diversas áreas da saúde e também nos espaços acadêmicos. Contudo, sabemos que os avanços de várias áreas dependem da pesquisa e da reunião de informações para contribuir significativamente na qualidade de vida da sociedade, entretanto, valores éticos devem ser estabelecidos, para que tratem os seres vivos com respeito e dignidade, evitando desta forma, o sofrimento dos seres. Concluímos que, curar doenças da humanidade é essencialmente necessário, mas, as pesquisas na área da saúde devem ser vistas e consideradas como possibilidades de melhorar a vida e não comercializa-la. 6 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ARAGUAIA, M. "Projeto Genoma". Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/projeto-genoma.htm. Acesso em 15 de abril de 2021. AZEVEDO, E. Direitos humanos e genética. Cadernos de Ética em Pesquisa, ano 3, n.,6, p. 20-23, nov. 2000. LEITE, M. As promessas do genoma. São Paulo: Ed. da Unesp, 2006. PORCIONATTO, M. A. Projeto Genoma Humano: uma leitura atenta do livro da vida? Circumscribere: international journal for the history of science, São Paulo, v. 2, p. 51-63, 2007. Disponível em: <http://revistas.pucsp.br/index.php/circumhc/article/viewFile/573/1031>. Acesso em 15 de abril de 2021.
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