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Flavonóides Profª Suerlani Moreira Entre os fitoterápicos atualmente estudados, os flavonóides têm merecido destaque em virtude de sua ampla gama de ações terapêuticas já demonstradas tanto experimentalmente quanto em humanos. Constituem uma importante classe de polifenóis, hidrossolúveis, relativamente estáveis, derivados dos fenilpropanóides, amplamente distribuídos na natureza (já são descritos mais de 4200 flavonóides diferentes), principalmente nas Angiospermas . São responsáveis pela coloração das flores, frutos e, em alguns casos, das folhas: brancos, amarelos, vermelhos, azuis, violetas. Há alguns cuja coloração é perceptível somente por insetos (ultravioleta próximo). Flavus = amarelo. A distribuição dos flavonóides nos vegetais depende de diversos fatores de acordo com a fila/ordem/família do vegetal, bem como da variação das espécies. Geralmente, flavonóides encontrados nas folhas podem ser diferentes daqueles presentes nas flores, nos galhos, raízes e frutos. São localizados em vacúolos das células epidérmicas de folhas, flores e frutos e também no mesofilo. Alguns estão dissolvidos na cutícula. Estrutura química: Apresentam-se em 2 formas: - conjugados com açúcar (mono, di ou tri): C-glicosídeos ou O-glicosídeos; - forma livre (genina ou aglicona). Classificação: • flavonas, flavonóis e seus O-glicosídeos: a maioria. Conferem coloração do branco ao amarelo ao vegetal. Ex: apigenina, luteolina, canferol, quercetina, miricetina. • isoflavonóides: em Fabaceae. Apresentam atividades estrogênicas; antifúngicas e antibacterianas (são fitoalexinas) e inseticidas (rotenóides). • neoflavonóides • chalconas: pigmentação amarela que passa a vermelha em pH alcalino. • antocianidinas: importante grupo de pigmentos, de coloração laranja, rosa, vermelho, violeta de flores, frutos e outros órgãos vegetais. • catequinas • auronas: cor de ouro. • flavononas • biflavonóides Função nas plantas: • proteção dos vegetais contra a incidência de raios ultravioleta e visível; • proteção contra insetos, fungos, vírus e bactérias; • atração de animais com finalidade de polinização; • antioxidantes; • controle da ação de hormônios vegetais; • agentes alelopáticos. Propriedades físico-químicas: • solubilidade e capacidade de precipitação na presença de metais • em geral os glicosídeos são solúveis em água e em álcoois diluídos e insolúveis em solventes orgânicos habituais. Normalmente aparecem como cristais amarelos; • flavonas e flavonóis são pouco solúveis em água, enquanto que flavononas são mais solúveis; • o aquecimento, mesmo em soluções diluídas, pode hidrolisar os O-glicosídeos, interferindo na análise estrutural. Métodos laboratoriais: • para a extração utilizam-se geralmente solventes com polaridade crescente; • ensaios cromáticos: • reação de Shinoda (de cianidina) • ensaios cromatográficos: CCD • doseamento: difícil em função do comportamento das substâncias e da dificuldade de isolamento das mesmas. • identificação: espectroscopia no ultravioleta. Ações farmacológicas e usos: • A importância farmacológica para o homem é ainda nebulosa, embora façam parte da dieta alimentar diária (frutas, verduras, cereais, vinhos etc.); • Atividade sobre a permeabilidade capilar (hesperidina, rutina, quercitina, diosmina): diminuem a fragilidade capilar e aumentam sua resistência, em distúrbios circulatórios e doenças hemorrágicas; • Atividade antioxidante; • Atividade anti-inflamatória; • Atividade antiviral e antitumoral; • Atividade hormonal: menor incidência de osteoporose (isoflavonas). Atividade Antioxidante Quimicamente, os flavonóides e isoflavonóides são doadores de elétrons. Eles apresentam estruturas químicas conjugadas em anel β, ricas em grupos hidroxilas, que tem potenciais ações antioxidantes por reagirem e inativarem ânions superóxido, oxigênio singleto, radicais peróxido de lipídios e/ou estabilizando radicais livres envolvidos no processo oxidativo através da hidrogenação ou complexação com espécies oxidantes Atividade Antiinflamatória Certos flavonóides podem bloquear os processos biosintéticos dos eicosanóides (são mediadores inflamatórios). Segundo Friesenecker, Tsai, Intagliatta, (1995), flavonóides, como a quercetina e a luteolina, podem reduzir a ativação do sistema complemento, diminuindo a adesão de células inflamatórias ao endotélio, resultando em uma redução da resposta inflamatória. Inibição do Ciclo Celular Flavonóides e isoflavonóides podem inibir o ciclo celular e induzir a apoptose, linhagens de células cancerosas onde as células estavam em divisão, quando tratadas com flavonóides e isoflavonóides tiveram uma desestruturação. O flavonóide quercetina bloqueia o ciclo celular em G1/S de células cancerosas de cólon. Ela também induz apoptose, resultado da fragmentação nuclear.
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