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Cosmetologia Ciência e Técnica

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Cos:-.1ETOLOGIA CIÊNCIA E TÉCNICA 
COSMETOLOGIA Ciência e Técnica 
Copyright© 2012 
Todos os direitos reservados à Livraria e Editora Medfarma. Nenhuma parte deste livro 
poderá ser reproduzida por qualquer meio sem autorização prévia do editor. 
Autor: 
Marcos Antonio Corrêa 
Diagramação, revisão e arte: equipe Editora Medfarma 
Ficha Catalográflca: 
Corrêa, Marcos Antonio 
COSMETOLOGIA Ciência e Técnica, 1' edição, 2012 
ISBN 978-85-89248-09-9 
Impresso no Brasil 
Printed in Brazil 
LIVRARIA E EDITORA MEDFARMA 
VN/w.livrariafarmaceutica.com.br 
atendimento@livrariafarmaceutica.com.br 
. 55 11 33317115/1199687011 
Cx. Postal 42418 I São Paulo, SP f CEP 04218-970 
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Cos:-.tETOLOGIA CIÊNCIA E TÉCNICA 
Este livro é dedicado à 
Cetina, lvfarquinhos e lvfarcelo 
COSMETOLOGIA CIÊNCIA E TÉCNICA Cos~rETOLOGIA C1ENCIA E TÉCNICA 
Autor 
1\-Iarcos Antonio Corrêa 
Fannacêutico-Bioquín1ico pela Faculdade de Ciências Fannacêuticas ~ 
UNESP, Mestre e Doutor em Fánnaco e Medicamentos pela Faculdade de Ci-
ências Fannacêuticas da Universidade de São Paulo. Desde 1983 é docente da 
FCF - UNESP. Em 1994 tomou-se Professor Assistente da FCF - UNESP. Em 
1997, passou a Professor Assistente Doutor e, após Concurso Público em 2002, 
passou a exercer a função de Professor Assistente Doutor da PP do QDUNESP, 
sendo responsável e ministrante das disciplinas: COS1v!ETOLOGIA e INTRO-
DUÇÃO À COS1v!ETOLOGIA E À ANÁLISE DE COSMÉTICOS, no curso 
de graduação e1n Fannácia-Bioquúnica. Na Faculdade de Ciências Farmacêuti-
cas da lfl\TESP exerceu diversas atividades adn1inistrativas como Chefia e Vice 
Chefia do Departamento de Fám1acos e N1edican1entos, alén1 de 1nen1bro titular 
de outros órgãos colegiados. Integra o corpo de relatores da FAPESP, do CNPq 
e de outras FAPs para emissão de Parecer e1n projetos submetidos à solicitação 
de auxílio nestes órgãos de fon1ento. Na graduação, orientou 84 estudantes en1 
Treina1nento Técnico, 27 e1n Iniciação Científica e 6 orientações envolvendo 
Trabalho de Conclusão de Curso de graduação, bolsistas PIBIC-CNPq, PIBIC-
-Reitoria, e não bolsistas. Na Pós Graduação, orientou e co-orientou estudantes 
e1n Aperfeiçoa1nento Técnico, Aperfeiçoa1nento Científico, 8 dissertações de 
Mestrado e 2 Teses de Doutorado no Programa de Pós Graduação em Ciências 
Farmacêuticas na FCF - UNESP. Participou de 54 bancas de Qualificação ou De-
fesa de Disse1tação de Mestrado, 19 bancas envolvendo Qualificação e Defesa 
de Tese de Doutorado e 14 bancas envolvendo Trabalho de Conclusão de Curso 
de Graduação. Possui 40 publicações de artigos etn periódicos nacionais e inter-
nacionais, um livro editado e capítulos en1 livros de sua área de atuação, alén1 
de ter colaborado na produção de 22 artigos ou textos para jon1ais e magazines e 
ter 185 Co1nunicações e Restunos de Trabalhos e1n Anais de Eventos nacionais 
COSMETOLOGIA C!ENCIA E TÉCNICA 
e inten1acionais. Possui 124 Trabalhos apresentados en1 Congressos nacionais e 
internacionais, publicando resultados de projetos que coordena, dos quais alguns 
recebera1n pre1niações. Participou de 693 Eventos corno Niinistrante de Palesh·a 
ou Curso na área de Cosmetologia. É líder do Grnpo de Pesquisa do CNPq: 
Desenvolvitnento de cosméticos. IVIantén1 colaboração técnico-científica com 
pesquisadores que atuarn na área de Cosn1etologia de instituições internacionais 
e nacionais e na UNESP. Possui 782 itens de Produção Técnica e recebeu 23 Prê-
mios e/ou Ho1nenagens. ;.\tua na área de Cosrnetologia /Farmácia, com ênfase 
en1 Desenvolvimento de cosméticos, onde se destaca os te1nas: estudos de pré-
-fonnulação e desenvolvimento de preparações para emprego tópico; estudos de 
estabilidade; estudos de sistemas contendo agregados supran1oleculares como as 
1nicroe1nulsões e os siste1nas líquidos cristalinos. Incorporação de fármacos, ati-
vos cos1néticos e extratos vegetais e1n preparações para uso tópico e estudos de 
penneação '•in vitro". Extra universidade exerce atividade adrninistrativajunto a 
Associação Fannacêutica de Araraquara -AFAR, da qual foi presidente por dois 
1nandatos e atualmente é vice-presidente. 
Colaboradores 
Alberto Keidi Kurebayashi 
Breve CV: Fannacêutico-Bioquímico pela USP, especialidade Fánnaco-
-Niedica1nentos; Pós-Graduado etn Niarketing pela ESPNI e especialista en1 Der-
mato-Cosn1ética pela Vrije Universiteit Bn1ssel-Bélgica; diretor da Protocolo 
Consultoria em Personal e Health Care e da Biosphere Serviços Especializados 
em Co-Packing. Vice-Presidente da FELASCC - Federación Latinoamericana 
de Sociedades de Ciencias Cos1néticas e presidente da Associação Brasileira de 
Cosmetologia (2011-2013). 
Vera Lúcia Borges Isaac 
É graduada pela FCF - UNESP, inestre ein Fárn1acos e Niedicarnentos pela 
FCF de Ribeirão Preto USP e doutor em Fármaco e Medicamentos pela FCF-
USP. Realizou estágio pós-doutoral na Faculdade de Fannácia na Universidade 
de Lisboa; no Laboratório de Biophysique-AgroParisTech - Niassy, França e no 
Laboratório de Chin1ie Physique des Systêmes Polyphasés - Université Paris-
-Sud-Châtenay Malabry, França. Foi professora de Tecnologia de Cosméticos, 
Fannacotécnica e Fannacobotânica no Curso de Ciências Fannacêuticas da 
UNAERP, em Ribeirão Preto, tendo exercido a Chefia do Departamento de Far-
mácia e Vice Coordenadoria do Curso. Desde 1995, é Professor Assistente da 
COSMETOLOGIA CrÊ~CIA E TÉCNICA 
UNESP. Ern 1998, passou a Professor Assistente Doutor e, após Concurso Pú-
blico em 2002, passou a exercer a função de Professor Assistente Doutor da PP 
do QDUNESP. Hoje, é Professor Assistente Doutor II, tendo sido responsável e 
1ninistrante das disciplinas obrigatórias: Cos1netologia e Introdução à Cos111eto-
logia e à Análise de Cosrnéticos e as optativas Reologia ;.\plicada a Preparações 
Cos1néticas Emulsionadas e Análise Crítica de Cosn1éticos Co111erciais, no cur-
so de graduação e111 Fannácia-Bioquímica; Análise Sensorial: ferramenta usada 
para desenvolvitnento de produtos e Reologia aplicada ao desenvolvimento e ao 
estudo da estabilidade de foimulações, no Progra1na de Pós-graduação em Ciên-
cias Fannacêuticas. Tambén1 exerceu atividades administrativas como chefia do 
Depa1ta1nento de Fá11nacos e Niedica1nentos e Coordenação do Curso de Gra-
duação. É Membro da Associação Brasileira de Cosmetologia e da Sociedade 
Brasileira de Fannacognosia. Faz parte do corpo de relatores da FAPESP, CNPq 
e outras FAPs para etnissão de Parecer etn projetos submetidos à solicitação de 
auxílio. Na graduação, orientou diversos esh1dantes e1n Treinamento Técnico e 
Iniciação Científica, bolsistas FAPESP, PIBIC-CNPq, PIBIC-Reitoria, PIBIT e 
não bolsistas. Na Pós Graduação, orientou estudantes e1n Aperfeiçoainento Téc-
nico, Aperfeiçoa1nento Científico, Niestrado e Doutorado no Progra1na de Pós 
Graduação em Ciências Far1nacêuticas na FCF-UNESP. Possui publicação de ar-
tigos e1n periódicos nacionais e internacionais, capítulos en1 livros de sua área de 
atuação e pa1ticipações e111 congressos nacionais e internacionais, apresentando 
resultados de projetos que coordena, tendo recebido algu1nas pre1niações. Profe-
riu cursos, palestras, conferencias e coordenou n1esa redonda e111 eventos nacio-
nais e internacionais. É líder do Grupo de Pesquisa do CNPq: Desenvolvimento 
de cosméticos. Faz parte do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para 
Inovação Farmacêutica INCT_if . .VIantém colaboração técnico-científica co1n 
pesquisadores que atuam na área de Cosrnetologia de instituições internacionais 
e nacionais e na UNESP. Te1n experiência na área de "Cos1néticosi', com ênfa-
se e1n "Desenvolviinento de cos1néticos", atuando nos te111as: fitocosn1éticos, 
cos1néticos coloridos, análise sensorial, reologia, emulsões, filtros solares, de· 
senvolviinento, prazo de validade, estabilidade, liberação, pe1n1eação e retenção 
cutânea de ativos cosn1éticos, avaliação da segurança e eficácia de cos111étícos. 
CüS.\(ETOLOGIA Ci.EN'CIA E TÉCNICAPrefácio 
Segundo a mitologia, Zeus teria designado uma medida apropriada e um 
limite para cada ser. Esta medida era expressa pelas quatro frases escritas nas 
paredes do te1nplo de Delfos: 1'0 mais justo é o n1ais belo", "Observa o limite", 
"Odeia a a1Togância" e ('Nada em excesso". Sobre estas n1edidas estava funda-
1nentado o conceito grego da beleza. 
Conceber a beleza setnpre foi u1n desafio às culturas e aos povos. No Brasil, 
en1 particular, o etnbelezatnento foi, durante tnuito tempo, relacionado a regras 
de elegância e higiene. Entre os anos 1900 e 1930, alguns dos beneílcios decla-
rados nos rótulos dos ren1édios para a beleza eram: afinar a cintura, branquear a 
pele e curar sardas ou rugas. Naquele tempo, os produtos cosméticos eram vincu-
lados à prática médica e às operações farmacêuticas. O uso de produtos de beleza 
deveria ser circunscrito a litnites de comedin1ento, evitando ser confundido con1 
práticas associadas à vida de rnulheres excessivan1ente vaidosas como as artistas 
e as "libertinas". 
O gesto de se embelezar deveria ser visto corn certas reservas. No "Consultó-
rio da i\ilulher" da revista da sernana, os conselhos de beleza se preocupavan1 em 
recomendar remédios eficazes para .:inflamações do couro cabeludo, peito caído, 
estô1nagos sujos, azedumes, anemia do rosto, etc". Clararnente, os proble1nas 
de beleza se submetian1 a conselhos médicos ou de reno1nados especialistas, 
geralmente ho1nens, que usava1njustificativas científicas para co1Toborar crenças 
religiosas. 
A rnoral católica vigente estabelecia que a brasileira devia se contentar com 
o uso de joias, chapéus e luvas, pois, apesar dos apelos publicitários que prome· 
tia111 a cura dos problernas de beleza, ·e da diversidade de remédios disponíveis, 
prevalecia a crença de que a verdadeira beleza é fon1ecida por Deus, 111uito mais 
un1 dom do que tuna conquista. 
Após os anos 50 a rnensagen1 predon1inante se resumia no mote: Só é feia 
quem quer. Nlulheres bonitas aconselhavarn outras mulheres de modo inforn1al e 
didático como seria bom, fácil e importante se fazer bela corn o uso de produtos 
n1 i!agrosos que substih1ían1 as recomendações prescritas pelos n1édicos e mora-
" ist;_1_s das décadas anteriores. Desde então os produtos de beleza adquirira1n um 
CoS.\lETOLOGIA CIÊNCIA E TÉCNICA 
poder antes pouco reconhecido. Segundo a publicidade, eles podiam influenciar 
cada mulher tornando-a não somente 1nais bela, n1as tan1bé1n mais feliz. 
No final dos anos 50 os novos conselheiros dizian1 que os segredos de beleza 
não existiam 1nais e que tudo dependia de alguns produtos e técnicas acessí-
veis a todas, o que ton1ava a beleza u1n direito de toda 111ulher. Nos anos 60, os 
anúncios das revistas mostravatn outro tipo de figura. tvlulheres sernpre jovens, 
"iguais a todo rnundo", co1n 1nãos e braços envolvendo o próprio corpo sugerin-
do 1nais o prazer do que o sacrifício da higiene:. urn encontro consigo n1esmo. 
É fácil traçar un1 paralelo entre os movirnentos de libertação ocorridos na 
década de sessenta, o irnportante desenvolvitnento da cosrnetologia, da indústria 
da beleza e da publicidade. A cosmetologia, tanto no nosso país corno no inundo, 
ganhou, a partir desta década, 1naior autonon1ia e1n relação à química e à de1ma-
tologia, to111ando-se mais sofisticada e co111plexa. Os produtos incorporam, alérn 
dos atributos relacionados à ' 1produção da beleza", preocupações co1n a "n1anu-
tenção da beleza", protegendo da agressividade do vento, do ressecamento da 
pele, etc. 
O que antes era suficiente, agora não era 1nais, surgindo novas exigências 
e preocupações. Os produtos passararn a aco111panhar as 1nulheres fora de casa. 
Ton1aram-se transparentes, práticos e rápidos. A maquiagern deixou de ser urn 
verniz ou rnáscara para to111ar-se 111ais natural, dissünulando, prevenindo ou cor-
rigindo os pontos feios. Dit1cil agora, não era ter os produtos certos, 1nas siin 
escolhê-los e utilizá-los da inaneira corTeta. O novo discurso dos profissionais da 
beleza se preocupava con1 as regras do embeleza1nento, visando o potencial de 
cada leitora, suas experiências pessoais, físicas e psicológicas, to1nando-se mais 
autêntico e natural. 
Desta fo1ma, assumir a sua verdadeira nahtreza tornou-se un1 gesto único que 
trouxe no seu contexto novas experiências. A 111aquiage1n perfeita de toda 1nt!lher 
se ton1ou sua própria pele, diaria1nente cuidada por tratarnentos en1belezadores 
ou rnantenedores da sua beleza individual. A pa1tir deste ponto, os conselhos de 
beleza e os produtos cosméticos destinaram-se a todas as 1nulheres, desprovidas 
ou não' de beleza. E os ho1nens foran1 incluídos neste mo1nento, principahnente 
no que se refere a trata1nentos de modela1nento corporal ou ginástica. Parecia 
que, para o futuro, a beleza seria holística, se alojaria não so1nente no corpo, 1nas 
tambétn na ahna e nos atos e pensamentos das pessoas. 
Apesar destas transfonnações, a beleza ainda não teve seu verdadeiro sig-
nificado revelado. Será que a beleza está nas proporções 1nate1náticas que regu-
lan1 os intervalos 1nusicais, na distância entre as colunas dos te1nplos gregos, na 
distancia entre os olhos e o nariz? Será que a beleza está na se1nelhança co1n a 
iÍ 
! 
1 
1 
I, 
COSMETOLOGIA CIÊNCIA E TÉCNICA 
natureza ou na desseinelhança con1 ela? Será que a virtude moral e religiosa é a 
verdadeira beleza? 
Enquanto continuatnos a refletir sobre isto, a ciência cosn1ética avança, apro-
fundando seu saber na forma de co1no os n1ecanismos bio-físico-químicos do 
corpo hun1ano se con1porta1n diante das n1udanças no meio a1nbiente, no fluxo 
dos honnônios, nos efeitos produzidos pela variação da ten1perah1ra na sala ou 
na n1udança dos nossos sentiinentos; aprende e aplica este saber na criação de 
produtos que podem fo11alece1~ cuidar, aliviar, realçar ou tratar nosso corpo e 
nossa mente ton1ando-nos 1nais saudáveis e felizes. E este avanço se faz perene 
e verdadeiro a partir da sabedoria inspirada pelas quatro frases escritas nas pa-
redes do Templo. 
Este livro que você vai ler foi escrito por estudiosos que não esquecerain a 
sabedoria do tetnplo e tan1bé1n un1 dos funda1nentos inais impottantes da verda-
deira ciência: ConhecÍinento só tem valor quando compartilhado. 
En1iro Khury 
Farmacêutico, 
Especialista em desenvolvimento de produtos cos1néticos. 
Sumário 
1 .-cosMÉTICOS DEFINIÇÃO, LEGISLAÇÃO E MERCAD0 ........................... 15 
Introdução ..................................................................................... 15 
Definição ....................................................................................... 16 
Legislação ..................................................................................... 16 
Registro/licenciamento/notificação ............................. ., ................ 18 
Autorização de funcionamento ..................................................... 19 
Registro de produto ..................................................................... 19 
Notificação de produto .................................................................. 20 
Restrições a ingredientes ............................................................. 20 
Normalização ............................................................................... 20 
Metrologia ..................................................................................... 22 
A cosmética e os bicativos ............................................................ 22 
1 ndústria de cosméticos ................................................................ 24 
O mercado de cosméticos ............................................................ 25 
Nomenclatura das matérias-primas cosméticas ........................... 26 
2 .. MATÉRIAS-PRIMAS: CLASSIFICAÇÃO E ESCOLHA ................................. 37 
Matérias-primas de aplicação cosmética ...................................... 41 
Principais funções orgânicas .......................................................... 42Água (INCI - Water ou Atjua) ........................................................ 47 
Contaminantes na água ................................................................... 48 
Corrosão de Equipamentos ................................................................ 50 
Materiais em suspensão ................................................................ 54 
Dureza da água ................................................................................ 54 
Purificação da água.......................................................... . .... 56 
Álcool Etflico (INCI - Alcohol) ........................................................ 59 
Umectantes ................................................................................... 62 
Inorgânicos. .. ......................................................................... 63 
Metal-orgânicos................................................ .. ................. 63 
Orgânicos ...................................................................................... 63 
Materiais graxos ............................................................................ 67 
Hidrocarbonetos ............................................................................. 70 
Triglicerídeos (óleos, gorduras e manteigas) ......................... 76 
Ácidos graxos................................................... .. ................. 96 
Álcoois graxos... .. ................................................................... 99 
Álcool cetllico ........... ............................................................. . ..... 99 
Ésteres graxos........... .............................. .. ..................... 100 
Ceras........................ .. ............................................... 102 
Lanolina............................ .. .................................... 104 
Silicones.. ...................... .. ............................................... 108 
CüS.\.IETOLOGIA CIÊNCIA E TÉCNICA SUMARIO 
Tipos de silicones ........................................................................ 110 
Ciclorneticone - INCI - Cyclomethicone .......................................... 110 
Dimeticone - INCI - Dimethicone ..................................................... 111 
Tensoativos ................................................................................. 122 
Principais grupos hidrófobos e hidrófilos ........................................ 122 
Tensão Superficial. .......................................................................... 123 
Sensorial................................................................. . ........... 179 
Colar lndex.... ............ .. ........... ... ........... .......... . .................... 180 
Legislação......................................................... . .................... 180 
Campo de aplicação ....................................................................... 182 
Composições aromáticas ou fragrâncias .................................... 183 
Propriedades dos tensoativos ......................................................... 124 3 .... ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DE UM PRODUTO CosMÉTIC0 .......... 187 
Classificação dos tensoativos ......................................................... 125 
Solubilidade dos tensoativos .......................................................... 126 
Dureza de água e sais metálicos .................................................... 127 
Resistência a ácidos e álcalis ......................................................... 127 
Características toxicológicas .......................................................... 127 
Espessantes hidrofí/icos ............................................................. 128 
Gomas ............................................................................................ 128 
4 .... PRODUTOS PARA HIGIENE E TRATAMENTO (APILAR ........................... 193 
Xampus condicionadores e revitalizantes ................................... 194 
Soluções e emulsões condicionadoras ....................................... 195 
Géis modeladores I fixadores capilares ...................................... 196 
Xampus ....................................................................................... 196 
Aíginatos ......................................................................................... 131 
Derivados da Celulose ................................................................... 133 
Caracterrsticas gerais dos xampus 197 
Condicionadores capilar ............................................................. 224 
Argilas...................... .. ............................................................ 137 Mecanismo dos Condicionadores ................................................... 225 
Dióxido de silício ........................................................................... 138 Materiais para condicionamento capilar ......................................... 228 
Agar ................................................................................................ 138 Creme condicionador ...................................................................... 230 
Dextrina ........................................................................................... 139 Esterquats .................................................................................... 231 
Gelatina ........................................................................................... 139 Cera autoemulsionável catiónica .................................................. 231 
óxido de Propileno ......................................................................... 140 
Pectina ............................................................................................ 140 
Creme condicionador sem enxágue ... .......... ............ ......... . ....... 232 
Condicionadores preparado a frio ................................................... 232 
Poloxamer ..................................................................................... 140 Outros materiais .............................................................................. 233 
Resinas Sintéticas .......................................................................... 140 Avalição do condicionador ........................................................... 234 
Sclerotium Gum ...... ......... ...... .. .. ... .. .. ......... .......... . ................. 144 Rinses .......................................................................................... 234 
Conservantes antimicrobianos .................................................... 148 Fixadores ou modeladores capilares .......................................... 235 
Bactérias ...................................................................................... 150 Mecanismos flsicos envolvidos na distribuição do hair spray sobre os 
Fungos .......................................................................................... 151 
Contaminação das preparações cosméticas .................................. 151 
Requisitos básicos para um conservante antimicrobiano ............... 152 
Fatores que aumentam a eficácia conservante .............................. 153 
Fatores que diminuem a eficácia conservante ............................... 154 
Conservantes antimicrobianos ........................................................ 155 
cabelos ........................................................................................... 236 
Polivinilplrrolidona - um polfmero sintético para 
substituir a goma-laca ....... ........................... .. .......... 237 
DMHF (resina dimetil-hidantolna-formaldeldo) ...... .. .. 240 
Copollmeros - polivinilpirrolidona/acetato de vinila ...................... 240 
Outros copollmeros ............ .. ............................................ 241 
Conservantes antioxidantes ........................................................ 164 
Mecanismo da Oxidação ..............................................................166 
Géis fixadores ............ .... ........ ............... . ............ 249 
Mousse ....................................... ............. . ........... 253 
Principais antioxidantes ................................................................ 167 
Aplicação de Antioxidantes.. .. ................................................. 169 5 .... PREPARAÇÕES PARA O BANHO .............. . . .... 259 
Corantes ..................................................................................... 170 Sabonete em barra ..................................................................... 261 
ACor ............................................................................................... 172 Do sabão ao detergente ......................................................... 261 
Definição....................................... .. ............................... 173 O sabão e a saponificação ..... ............. ... .. ............... 265 
Os Pigmentos na Indústria Cosmética .......................................... 175 
Pigmentos funcionais e Fillers .. .. .. ........ ...... ... .. .............. 178 
Sais para banho .......................................................................... 269 
Óleo para banho ........................................................................ 271 
Pigmentos óticos com difusores de luz ......................................... 178 Insolúveis em água ou não dispersáveis ..................................... 271 
Fillers e pigmentos modificadores de superfície ............................ 179 Dispersáveis .................................................................................. 271 
Sabonete líquido/ shower gel I sabonete liquido cremoso ........ 273 
i 
\ 
COSMETOLOGIA CIÊNCIA E TÉCNICA 
6 )I>- fOTOPROTETORES .................................................................................. 279 
Sol ...................................................................................... 280 
Radiação Solar .............................................................................. 281 
espectro Solar Terrestre ................................................................. 281 
Radiação solar e pele .................................................................... 282 
Permeabilidade cutânea ................................................................ 283 
Efeitos nocivos da radiação solar sobre a pele ............................. 284 
Filtros solares .............................................................................. 286 
A realidade dos altos FPS .............................................................. 287 
Classificação dos filtros solares quanto à capacidade filtrante ...... 289 
Filtros solares orgânicos (efeito quimice) ...................................... 290 
Mecanismo de ação dos filtros solares .......................................... 294 
caracterlsticas dos principais filtros solares orgânicos .................. 298 
Classificação dos filtros solares quanto à origem .......................... 300 
filtros solares inorgânicos(efeito tisico) .......................................... 301 
Fotossensibilização ........................................................................ 303 
Incompatibilidades ......................................................................... 303 
F PS - Fator de proteção solar ................................................... 305 
Caracterlsticas ............................................................................... 305 
Determinação do FPS .................................................................... 305 
Composição do veiculo (componentes da fórmula) ....................... 307 
O bronzeamento ............................................................................ 308 
Aceleradores do bronzeado ........................................................... 313 
Modificadores do bronzeado .......................................................... 314 
Potencializadores do Bronzeado .................................................. 315 
7 .... EMULSÕES······························································································ 337 
Introdução ................................................................................... 337 
Teoria das emulsões ................................................................... 338 
Classificação ............................................................................... 339 
Quanto ao tipo de emulsão ... . ........................................... 339 
Quanto à consistência .................................................................. 340 
Quanto ao caráter oleoso .............................................................. 340 
Quanto à aplicabilidade ...... . . ....... ....... . ............................ 340 
Quanto à natureza química . . ............................................. 341 
Quanto às propriedades e finalidades ........................................... 341 
Preparo de emulsões .................................................................. 341 
Fórmula geral/ matérias-primas .................................................... 341 
Características dos componentes básicos de emulsões .................. 342 
Fórmulas Especificas ..................................................................... 361 
Estabilidade de emulsões .............................................................. 362 
História das ceras autoemulsificantes ........................................... 363 
Comedogenicidade e Irritação ........................................................ 3 72 
Valores de EHL de Tensoativos não Iônicos .................................. 376 
SUMÁRIO 
8 )I>- PREPARAÇÕES PERFUMADAS: 
ÜESODORANTES-ANTITRANSPIRANTES ............................................... 383 
Glândulas sudorlparas ................................................................ 385 
Glândulas écrinas .......................................................................... 385 
Glândulas apócrinas ..................................................................... 386 
Bactérias ! axilas ......................................................................... 386 
Origem do odor sudoral (axilar) .................................................. 387 
Mecanismos de desodorização .................................................. 388 
Remoção ou redução do odor . .. .. ............. .. .... .................... . 388 
Modificação do odor .. ....... ......... ...... ............. .. ..................... 389 
A aromacologia ............ . . . ......... ....... ...................... .......... . 390 
9 )I>- PELE E ANEXOS CUTÂNEOS .................. . . .................................. 409 
Introdução ................................................................................... 409 
Noções de embriologia ............................................................... 410 
Estrutura ..................................................................................... 413 
Macroestrutura (anatomia) ............................................................. 413 
Microestrutura (histologia) ............................................................. 414 
Anexos cutâneos ........................................................................ 420 
Bioqulmica e fisilogia da pele ..................................................... 429 
Slnteses e metabolismo ................................................................. 430 
Fisiologia . ..... .. ................. .. .. .. ..... .. . .. . .. ...... .. . .. ............................ . .. 441 
Penetração cutânea .............................. . . ... 451 
10 .... FORMULÁRIO ....................................................................................... 455 
Xampu para cabelos normais ..................................................... 456 
Xampu para cabelos oleosos ...................................................... 457 
Xampu para cabelos quimicamente tratados ..............................458 
Xampu transparente 2: 1 ............................................................. 459 
Xampu perolado por processo à quente ..................................... 460 
Xampu - sabonete líquido ........................................................... 461 
Condicionador para cabelos normais ......................................... 462 
Condicionador para cabelos cacheados ..................................... 463 
Condicionador para cabelos ...................................................... 464 
Quimicamente tratados ............................................................... 464 
Máscara capilar para cabelos cacheados ................................... 465 
Máscara capilar para cabelos .................................................... 466 
Secos e quimicamente tratados .................................................. 466 
Finalizador anti frizz .................................................................... 467 
Gel fixador capilar - baixa fixação ............................................... 468 
Gel fixador capilar - alta fixação .................................................. 468 
Gel fixador capilar - brilho úmido ............................................... 469 
Sabonete líquido ......................................................................... 470 
COSMETOLOGIA CIÊNCIA .E TÉCNICA 
Sabonete lfquido cremoso .......................................................... 471 
Shower gel .................................................................................. 472 
Sabonete líquido Intimo .............................................................. 473 
Óleo para banho - dispersível para o corpo ............................... 474 
Leite hidratante corporal com filtro solar ..................................... 475 
Loção hidratante corporal 1 ......................................................... 4 76 
Loção hidratante corporal li ........................................................ 4 77 
Loção para massagem corporal ....................................... : ......... 478 
Creme hidratante esfollante corporal .......................................... 479 
Creme hidratante facial 1 ............................................................. 480 
Creme hidratante facial 11 ............................................................ 481 
Creme hidratante facial pele seca .............................................. 482 
Creme hidratante para mãos ...................................................... 483 
Fotoprotetor coporal ......... ; .......................................................... 484 
Protetor solar facial - fps 15 ....................................................... 485 
Creme desodorante antitranspirante .......................................... 486 
Creme desodorante - antitranspirante ........................................ 487 
Desodorante - antitranspirante rool-on ...................................... 488 
Stick antitranspirante .................................................................. 489 
Loção após barbear .................................................................... 489 
Loção cremosa refrescante após barbear .................................. 490 
Desodorante liquido para os pés ................................................ 491 
Deo-colônia ................................................................................. 491 
Protetor labial com filtro solar ..................................................... 492 
Massa base para batom ............................................................. 492 
' 1 
l 
Definição, Legislação e Mercado 
Marcos Antonio Corrêa 
Introdução 
Dize1n que foi Pitágoras o prin1eiro a usar o ten110 kos111os para se referir ao 
nlundo con10 utn todo organizado e hannonioso. Ernbora populanuente o tenno 
esteja 1nais associado ao espaço, ainda é usado co1no urn sinônimo de n1undo -
cosn1opolita é o cidadão do mundo. O grego tinha tan1bén1 urn verbo derivado; 
a palavra grega kos1nein, cujo significado está relacionado corn ·'organizar, atTU-
mar, enfeitar ou adon1ar". As palavras gregas Kosn1os e Kos1nei11 derarn orige1n 
à palavra Cosrnético. 
De acordo co1n o exposto, a palavra Cosn1ético apresenta u1na estreita re-
lação, desde sua origetn, co1n as preparações destinadas a enfeitar ou adornar. 
Refere-se tarnbém, de acordo co1n a origem da palavra, à possibilidade de ho-
menagear e glorificar. Neste contexto, não é de se desprezar a possibilidade das 
preparações cosméticas exercerern efeitos que vão 1nuito alétn do visível ou tal-
vez rnensurável. O uso frequente deste tipo de preparação pennite ao usuário un1 
contato mais íntin10 consigo n1es1110. Possibilita a observação do próprio corpo, 
de se tocar e se sentir, e desta forn1a pode oferecer efeitos outros, nonnaln1ente 
considerados intangíveis. 
15 
COSMETOLOGIA C1ÉNC!A E TÉCNICA 
Tal afi11nação apesar de ser desconsiderada por alguns, pennite tuna reflexão. 
Ao aplicar sobre a pele u1na prepara.ção cosmética, ten1-se, entã~, a penn.issã~ 
do toque, te1n-se a pennissão de sentir-se sen1 qualquer constrangimento e isto e 
extren1amente positivo para o ho1ne1n. Será que, ao comprar um pote de crer:ie, 
a niulher compra apenas un1a mistura de ingredientes? Por certo não; embutido 
naquele pote, por detrás daquele rótulo e produto, existe a compra de sonhos, 
carinho, sedução e tantas outras expectativas que fica bastante dificil descrever. 
Independenten1ente dos apelos 1nercadológicos, independente1nente dos cosme-
cêuticos, tais expectativas ja1nais serão perdidas quando da con1pra e utilização 
de tuna preparação cosmética. 
Definição 
Un1 variado nú1nero de definições pode ser encontrado com o objetivo de 
caracterizar o que seria un1 cosmético, algu1nas delas, inclusive, bastante defi-
cientes nas suas propostas. Definições do tipo - "Cos111éticos sâo preparações 
destinaclas a conservar a beleza da pele e cabelos" - caressem de objetividade 
e de1nonstran1 un1 grau de si1nplicidade que não caracteriza a co1nplexidade do 
que é e do que pode representar a utilização de un1 cos1nético. Ao fazer uma 
análise de tal definição, depara-se com u1na desconfortável situação que de lon-
ge não representa a realidade de un1 cosn1ético. Segundo a definição sugerida, 
cos1néticos seriarn preparações destinadas a ''conservar"; isto está presupondo 
u1n fato, conserva-se alguma coisa, e neste caso a definição diz que conserva a 
beleza. Porétn, co1no pode ser definida a beleza? Pode-se defini-la co1no sendo a 
perfeição das fo1mas, ilu1ninados pela excelência do espírito, en1 equilíbrio co1n 
o a1nbiente? Quer dizer que a beleza não é apenas física? Desta fo1ma, é difícil 
definir beleza, e cotno tal dizer que cosmético conserva a beleza não parece ser 
adequado ao que pode representar a utilização de tuna preparação cosn1ética. 
Além disso, caso o usuário não seja considerado belo, o que este tipo de prepa-
ração irá conservar? 
Legislação 
Desde seu início, as legislações criadas para dar suporte legal à fabricação e 
comércio de cos1néticos estalecera1n que só se enquadraria1n neste seg1nento de 
tnercado aquelas preparações que não fossem capazes de rnodificar ou alterar a 
atividade e funções norn1ais da pele._Evidencia-se, desta fom1a, a estreita relação 
entre a orige1n da palavra cos1néticos - preparações para enfeite ou ado1no - com 
aquilo que a legislação estabeleceu. Tal situação, e apesar das diversas atualiza-
ções de legislações mundo afora, ainda pe1manece nos dias atuais. 
16 
CAPÍTULO 1 .,._ Cos1.1Êr1cos: ÜEF1N1çAo, LEGISLAÇÃO E ív1ERCADO 
No Brasil é o Niinistério da Saúde que controla a fabricação e a importação 
de todos os produtos cos1néticos e objetiva oferecer a qualidade e a segurança 
necessária ao consumo humano. 
A medida Provisória n' 1971 de 31 de dezembro de 1998 e o subsequente 
Decreto Presidencial n' 3029 de 16 de abril de 1999 criaram a ANVISA- Agên-
cia Nacional de Vigilância Sanitária. AANVISA foi criada nos moldes da United 
States Food and DrugAdministration - FDA (Administração de Alimentos e 
Drogas dos EUA) e substitui a antiga SVS - Secretaria de Vigilância Sanitária, 
instituída pela Lei n'. 6360 de 1976. Em sua atividade a ANVISA possui poderes 
similares aos da FDA dos EUA para aplicação da legislação. 
No Brasil, a resolução n' 79 de 28 de agosto de 2000 regulamenta e detenni-
na as nonnas de registro, etiquetas e embalagem, assim como a lista de catego-
rias de produtos, as listas de substâncias proibidas e restritas, agentes corantes, 
conservantes aprovados e filtros de UV aprovados, juntan1ente com formulários 
para registro de produtos. 
Como um membro do MERCOSUL, o Brasil adotou uma regulamentação 
para cos1néticos harmonizada para a região e que muito se aproxin1a dos padrões 
internacionais. No seu escopo definiu os cosn1éticos como sendo: 
Cosméticos, Produtos de Higiene e Perfumes são preparações consti-
tuídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diver-
sas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos 
genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com 
o objetivo exclusivo ou principal de limpá-los, perfumá-los, alterar sua 
aparência e ou corrigir odores corporais e/ou protegê-los ou mantê-los 
em bom estado. 
A classificação do que seria um costnético está baseada nos artigos 3~ e 26~ da 
Lei 6.360/76 e at1igos 3°, 49: e 50', do Decreto 79094/77. 
f\s preparações Cosméticas foram enquadradas ein quatro categorias de pro-
dutos - Preparações para Higiene, Perfu1nes, Cos1néticos e Preparações para uso 
infantil. Ver tabela na página 27. Estas receberam uma segunda classificação 
baseada no grau de risco que oferecenl. 
Grau 1 - Produtos com risco mínimo 
Sabões, xampus, cremes de barbear, loções após-barba, escovas den-
tais, fios den-tais, pós, cremes de beleza, loções de beleza, óleos, make-
-up, batom, lápis para os lábios e delineadores, produtos para os olhos e 
perfumes. 
17 
COSMETOLOGIA C1~NCIA E TÉCNICA 
Grau 2 • Produtos com risco potencial 
Xampus anticaspa, cremes dentais anticárie e antiplaca, desodorantes 
Intimas fe-mininos, desodorantes de axilas, esfoliantes qulmicos para a 
pele, protetores para os lábios com proteção solar, certos produtos para 
a área dos olhos, filtros UV, loções bron-zeadoras, tinturas para cabelos, 
descolorantes, clareadores, produtos para ondulação permanente, pro-
dutos para crescimento de cabelos, depiladores, removedores de cutlcu-
·la, removedores químicos de manchas de nicotina, endurecedores de 
unhas e repelentes de insetos. Todos os produtos para uso infantil fazem 
parte deste grupo. 
Os critérios para essa classificação fora1n definidos ern função da finalida-
de de uso do produto, áreas do corpo abrangidas, modo de usar e cuidados a 
serem observados, quando de sua utilização. Vale le1nbrar que a definição e a 
classificação estão em perfeita concordância corn as perspectivas n1undiais para 
cos1néticos. 
Registro/Licenciamento/Notificação 
Estabelecimentos - Todos os estabelecimentos que fabricam ou annazena1n 
produtos cosrnéticos devern ser registrados junto à ANVISA e deve1n receber 
uma Autorização de Funcionarnento de Empresa. 
Existem exigências especiais para fabricantes locais, in1portadores, en1pre-
sas de transporte e ernpresas distribuidoras. Deve1n ser declaradas todas as fi-
liais, depósitos e distribuidoras. 
Alé1n do acitna, todos os estabelecirnentos deven1 indicar un1 responsável 
técnico e un1 representante legal. Os docun1entos a sere111 sub1netídos estão lis-
tados na Po1taria 71/96, Anexo 1. Se111pre que houver uma 1nudança no nome 
registrado, na localização das instalações de fabricação ou de arn1azenarnento, 
tuna mudança de diretor técnico ou do representante legal ou na incorporação da 
companhia, exige-se uma r\lteração da Licença de Operação. 
Matérias-primas - De acordo con1 a Resolução 79/00, exige-se que os dados 
técnicos, juntamente com os dados de segurança e eficácia, aco1npanhern o re-
gistro do produto, para qualquer 1natéria-prima não registrada nas Farmacopeias, 
nos Cornpêndios Técnicos Nacionais e lnten1acional e nas Leis e Regula1nentos 
brasileiros. Todos os requerünentos e1n idioma estrangeiro deve111 ser con1pleta-
111ente traduzidos para o Po1iuguês. 
Produtos - Exige-se o registro do produto para produtos cos1néticos do Ní-
18 
CAPITULO 1 > COSMÉTICOS: DEFINIÇAO, lEGISLAÇAO E MERCADO 
vel 2 e apenas uma notificação para produtos cosrnéticos sejarn do Nível 1. No 
caso de empresas estrangeiras, o registro ou a notificação devetn ser requeridos 
pelo escritório local da en1presa ou por seu agente. Apesar de ser exigida a n1es-
ma documentação para produtos dos Níveis 1 e 2, a notificação dos produtos 
do Nível 1 é muito mais rápida do que o registro dos produtos do Nível 2. O 
processo de registro dos produtos do Nível 2 deve completar-se dentro de 90 
dias a contar da requisição do registro. O processo de notificação, exigido para 
produtos do Nível 1, pode demorar até 30 dias. 
Autorização de Funcionamento 
Para o fi.tnciona111ento das empresas que pretendern exercer atividades de 
extrair, produzir, fabricar, transfo1mar, sintetizar, ernbalar, reetnbalar, iinportar, 
exportar, armazenar, expedir, distribuir, constantes da Lei n: 6.360/76, Decreto 
n' 79.094/77 e Lei n' 9.782/99, Decreto n' 3.029/99, conelacionadas a Produtos 
de Higiene, Costnéticos e Perfumes, é necessária a Autorização da Anvisa, órgão 
vinculado ao Ministério da Saúde. 
De acordo com a Resolução . RDC nº 166, de 1° de julho de 2004, a partir 
de 12 de julho de 2004 a forma de recolhimento da Taxa de Fiscalização de Vi-
gilância Sanitária é a Guia de Recolhimento da União (GRU), salvo nos casos 
previstos no a1iigo 6° desta Resolução. 
A GRU foi instituída corno objetivo de padronizar a an·ecadação dos órgãos 
da adn1inistração pública federal: órgãos, fundos, autarquias, fundações e de111ais 
entidades integrantes dos orçamentos fiscais e da seguridade social. Seu ernba-
samento legal encontra-se na Lei n' 10.707, de 30 de jullio de 2003 (site da Pre-
sidência da República), na Portaria I'vIF n' 559, de 31 de outubro de 2003 (meta 
n'. 4), no Decreto n' 4.950, de 9 de janeiro de 2004 (site da Presidência da Re-
pública) e ainda na Instrução Normativa STN n' 03, de 12 de fevereiro de 2004. 
Para que a GRU seja gerada é necessário o cadastramento da einpresa por 
rneio do Sisterna de Atendin1ento e An·ecadação Eletrônicos. A orientação para 
cadastrarnento e posterior e1nissão da GRU encontra-se no i\tfaterial de .'\paio 
do Sistema e na seção de Perguntas Frequentes de Arrecadação. Após o cadas-
tramento da empresa, poderá ser acessado o Peticionamento Eletrônico para a 
emissão da GRU, havendo a opção de impressão da GRU (ficha de compensa-
ção) para pagamento e1n rede bancária ou o débito ein conta. 
Registro de Produto 
As nonnas para o registro de Preparações para Higiene Pessoal, Cos111éticos 
19 
COSl'.IETOLOGIA C1~NCIA E TÉCNICA 
e Perfu1nes ou de alterações de registro estão definidas na Resolução n~ 79, de 28 
de agosto de 2000. 
A Resolução RE n' 485, de 25 de março de 2004, determina que todas as 
empresas que queira1n protocolar na Anvisa petição de registro e notificação 
referente a Produtos de Higiene Pessoal, Cos1néticos e Perfumes o façam, obri-
gatoriarnente, por meio do Sisteina de Atendin1ento de Arrecadação eletrônico. 
Esta resolução foi publicada considerando a necessidade de atualizar as no1mas e 
procedimentos constantes da Portaria 71, de 29 de maio de 1996, e com base na 
Lei n' 6.360, de 23 de setembro de 1976 e seu Decreto n' 79.094, de 5 de janeiro 
de 1977. Também foi considerada a impot1ância de compatibilizar os regulamen-
tos nacionais e instn.unentos hatmonizados no â1nbito do lviercosul. 
Notificação de Produto 
O sisten1a de Notificação de Produtos de Higiene, Cos1néticos e Perfumes 
foi estabelecido por meio da Resolução 335/99, de 22 de junho de 1999. A Re-
solução RE n' 485, de 25 de março de 2004, detenninaque todas as empresas 
que queiran1 protocolar na Anvisa petição de registro e notificação referente a 
Produtos de Higiene Pessoal, Cosn1éticos e Perfumes o façam, obrigatoriamente, 
por meio do siste1na de atendin1ento e arrecadação online. Os produtos passíveis 
de notificação foram classificados na Resolução n' 79, de 28 de agosto de 2000 
e suas atualizações, e ta1nbén1 se encontran1 no Anexo II da referida Resolução 
Restrições a Ingredientes 
A Resolução 79/00 fornece listas de ingredientes proibidos ou restrições, 
conservantes aprovados, filtros UV e agentes corantes, e adota as Resoluções 
110/94, 24/95, 4199, 5199, 6199, 7199, 8/99 e 36199 do MERCOSUL e, de modo 
geral, segue a Diretiva de Cos1néticos da União Européia. 
Normalização 
Foi instalado o Cornitê Brasileiro - CE 57 de Cos1néticos da Associação 
Brasileira de Narinas Técnicas ABN1'. A Secretaria Técnica ten1 sede e coorde-
nação pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Costnéticos e 
Perfumaria - ABIHPEC. 
Todo o trabalho dos Cotnitês Brasileiros e Organisn1os de Normalização Se-
torial é orientado para atender ao desenvolvin1ento da tecnologia e patticipação 
efetiva na normalização inten1acional e regional. 
20 
CAPITULO 1 ,,_ COSMÉTICOS: DEFINIÇÃO, LEGISLAÇÃO E ÍV1ERCADO 
A ABNT possui atuahnente 53 Comitês, 3 Organisn1os de Notmalização Se-
torial. Fundada em 1.940, a ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas é 
o órgão responsável pela normalização técnica no país, fornecendo a base neces-
sária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro. É uma entidade privada, se111 
fins lucrativos, reconhecida con10 Fórtun Nacional de Nonnalização através da 
Resolução n' 7 do CONMETRO, de 24.08.1992. É membro fundador da ISO (ln-
ternational Organization for Standardization), da COPANT (Comissão Paname-
ricana de Normas Técnicas) e da A1YIN (Associação Mercosul de No1malização). 
AABNT te1n ainda corno Jvlissão harmonizar os interesses da sociedade bra-
sileira, provendo-a de referenciais, através da norn1alização e atividades afins. 
r\ir1da tem corno objetivos fo1nentar e gerir o processo de Nonnalização Nacio-
nal, pro1nover a participação efetiva e representar o país nos fóruns regionais 
e inte111acionais de Nonnalização; atuar na área de avaliação de conformidade 
con1 reconheci1nento nacional e inten1acional; buscar e difundir info1111ação nas 
suas áreas de atuação; promover e atuar na fonnação de profissionais nas suas 
áreas de atuação e ser reconhecida pela qualidade dos serviços que presta (à 
sociedade). 
A Normalização é tuna atividade que estabelece, e1n relação a problemas 
existentes ou potenciais, prescrições destinadas à utilização comum e repetitiva 
con1 vistas à obtenção do grau ótin10 de orden1 em un1 dado contexto. 
Os objetivos da Normalização são: economia; proporcionar a redução da 
crescente variedade de produtos e proceditnentos; con1unicação; proporcionar 
nleios mais eficientes na troca de infonnação entre o fabricante e o cliente, 1ne-
lhorando a confiabilidade das relações con1erciais e de serviços; segurança; pro-
teger a vida hun1ana e a saúde; proteção do consu1nidor; prover a sociedade 
de 1neios eficazes para aferir a qualidade dos produtos; elitninação de ba1Teiras 
técnicas e con1erciais; evitar a existência de regulamentos conflitantes sobre pro-
dutos e serviços e1n diferentes países, facilitando assin1 o intercâmbio comercial. 
Na prática, a Normalização está presente na fabricação dos produtos, na 
transferência de tecnologia, na inelhoria da qualidade de vida através de normas 
relativas à saúde, à segurança e à preservação do meio an1biente. 
O contato com o CB 57 é feito através da ABIHPEC. 
ABIHPEC - Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Cosméticos e 
Perfiunaria. 
Av. Paulista 1313 - 10-'. andar Cep: 01311-923 - São Paulo SP 
E-mail: abnt-:~abihpec.org.br /sites www.Abihpec.org.br I W\Vw.abnt.org.br 
21 
COSMETOLOGIA Ci~NCIA E TECNICA 
Metrologia 
O Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial -
hunetro - é uma autarquia federal, vinculada ao Nlinistério do Desenvolvitnento, 
Indústria e Co1nércio Exterior, que atua como Secretaria Executiva do Conselho 
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro), co-
legiado interministerial, que é o órgão nonnativo do Sisterna Nacional de i\!Ie-
trologia, Nonnalização e Qualidade Industrial (Sinmetro). Com o objetivo de 
integrar uma estruh1ra sistêtnica a1ticulada, o Sinn1etro, o Contnetro e o hunetro 
foram criados pela Lei 5.966, de 11 de dezembro de 1973, cabendo a este último 
substituir o então Instituto Nacional de Pesos e Medidas (INPM) e ampliar signi-
ficativamente o seu raio de atuação a serviço da sociedade brasileira. 
A Cosmética e os bicativos 
A nah1reza expressa sua perfeição através dos três reinos inateriais: o mine-
ral, o vegetal e o animal. 
E1n todos, há 111anifestações dos ciclos vitais que envolve1n concepção, cres-
cirnento, n1aturidade, envelhecünento e colapso. A diferença entre os três reinos 
está relacionada ao grau de co1nplexidade e vitalidade de suas estruturas, existin-
do entre elt:s estreita interdependência. 
r\tualmente, o ho1ne1n entendeu que deve ah1ar e111 ha1monia com os proces-
sos vitais e buscar nos três reinos nahtrais os recursos necessários para 1nanuten-
ção e apri1noramento da estética do seu corpo. 
A cosn1ética e os bicativos têm co1110 proposta ahrar nas estn1hiras exter-
nas do corpo humano {pele e cabelos), de forma idêntica aos processos vitais, 
auxiliando o rnetabolismo para que se possa prolongar a juventude e retardar o 
envelhecimento. 
A pele e os cabelos são tbnnados principalmente por proteínas ( colágeno, 
elastina, queratina), inucopolissacarídeos (sulfato de condroitina, ácido hialurô-
nico), lipídeos, sais minerais, enzi1nas, vitaminas e água. 
A aplicação tópica de itens que tenharn identidade com a pele e cabelos ba-
seia-se principalmeOte nos seguintes 1necanismos de ação: fo1necitnento de pre-
cursores biológicos; catálise de reações vitais; sequestro de radicais livres; ina-
nutenção do teor de água; formação de filrnes seletivos e protetores; restauração 
de estruturas danificadas; lubrificação adequada aos tecidos; condicionan1ento e 
brilho (cabelos). 
O conhecin1ento das leis naturais e a correta utilização dos diversos rnateriais 
22 
CAPiTULO 1 .... Cosr-.1Ericos: DEFINIÇÃO, LEGISLAÇÃO E MERCADO 
disponíveis, incluindo os bicativos, fazetn da cosmética 1node111a un1a opção no 
atendimento das necessidades do homern. Ressalte-se, porém, que ao ter parte 
de suas necessidades atendidas através de uma preparação cosmética o homern 
criou anseios, desejos e expectativas ainda n1aiores e, até então, buscadas apenas 
com as preparações ditas terapêuticas. Ao vender expectativas, os cosn1éticos 
estão sendo transfonnados e1n verdadeiros agentes de tratamento, com propostas 
e sugestões de que podern n1odificar a estnltura e a atividade da pele. A síh1ação 
ganha co1nplexidade ao serem considerados os aspectos legislativos do segmen-
to cos111ético. A legislação considera cos1nétic.os co1no sendo preparações que 
não modificam a estrun1ra e atividade normal da pele. Assitn sendo, criou-se u1n 
quadro conflitante e polê1nico. Afinal, o que é o cosrnético atual? Seriatn eles 
costnecêuticos? 
O termo cosrnecêutico foi criado há aproxi1nadamente 20 anos pelo denna-
tologista arnericano Albert Klign1an, que sugeriu este nome para denon1inar os 
cos1néticos ah1ais. 
As preparações cosn1éticas destinadas aos cuidados da pele são as que n1ais 
possuem exernplos polêrnicos, uma vez que a combinação do desejo de consu-
mo e a tecnologia ah1al estão promovendo desenvolvimento de novos sistemas 
de veiculação e bioativos alta1nente avançados. Desta forma, uma preparação 
cos1nética para o cuidado da pele, por n1ais siinples que seja, pode exercer in-
fluência sobre o processo fisiológico nonnal da pele. O próx:in10 passo para a 
consolidação destes resultados positivosdeve envolver a evolução de adequadas 
metodologias analíticas, capazes de transfonnar a subjetividade das respostas 
atuais e1n Yalores concretos e reconhecidamente científicos. A polê1nica a respei-
to da efetividade dos ativos ta1nbén1 se estende a produtos para os cuidados co1n 
os cabelos, de higiene oral e outros. 
Um exemplo de substância que nun1 prüneiro n1omento foi considerada cos-
1nética, poré111, em função de sua efetividade e possíveis efeitos colaterais, ga-
nhou o status de preparação farmacêutica é o ácido retinoico. Este ácido é 1nuito 
einpregado no tratamento tópico das alterações da pele causadas principalmente 
pelos raios ultra-violeta, e envolve uma possível redução de pequenas rugas e 
hiperqueratoses. Alérn disso é considerado un1 irnportante estimulante na produ-
ção de colágeno e, apesar dessa grande efetividade fannacológica, não tinha sido 
classificado co1no substância médica. Entretanto, o ácido retinoico pode causar 
sérios efeitos colaterais, como a teratogênese. Existem várias substâncias já há 
tempos e1npregadas e1n cos1néticos que revelam ter alta bioatividade, poden-
do, po1tanto, sere111 classificadas con10 substâncias fannacêuticas. Atuahnente, 
a portaria 344 regula1nenta o etnprego do ácido retinoico e de1nais retinoides, 
confinnando a necessidade de tnaiores cuidados con1 algumas substâncias em-
pregadas con10 cosn1éticos. 
23 
COSMETOLOGIA C1~NCIA E Té.CNICA 
A classificação das substâncias e1n cosrnéticas ou fannacêuticas é na tnaioria 
das vezes difícil de ser realizada, pois existen1 coincidências entre estas duas de-
finições nas questões que envolvetn o tratarnento ou a prevenção de doenças. São 
exen1plos as preparações cosméticas antiacne, as quais são predorninanternente 
usadas para litnpeza da pele e classificadas con10 cosmético, quando, na reali-
dade, apresentatn efetividade frente ao processo acneico e, portanto, deveriam 
ser classificadas co1no preparação farn1acêutica, sujeitas a registro, orientadas e 
utilizadas com o rigor necessário e exigido para este tipo de preparação. 
Outra questão a ser colocada refere-se à definição de substância co1n efeito 
farn1acêutico. Tal definição considera fannacêutica a preparação capaz de pro-
duzr efeito fisiológico mesn10 quando não há doença a ser tratada ou prevenida. 
Por outro lado, efeitos fisiológicos são legalmente pennitidos nas preparações 
cos1néticas, contanto que seu principal objetivo seja cosmético. 
U1na das razões fundamentais da polêmica de a cos1necêutica estar se inten-
sificando baseia-se no fato de que nos cosméticos atuais a exigência do consumo 
vai de encontro ao e1nprego de ingredientes bicativos que tenham alto grau de 
efetividade. Entretanto, a indústria cosmética não pode co1Ter o risco de que este 
tipo de produto seja classificado cotno preparação farmacêutica, uma vez que 
em tal situação a preparação terá que passar por processo de registro custoso e 
experiinentos que garantan1 a segurança da mesma. Nonnalrnente as preparações 
cosméticas são regidas por un1a legislação rnais arnena (veja a definição e outras 
infonnações sobre nossa legislação no ANEXO A, presente no final do livro) e, 
desta fonna, o trajeto desenvolvirnento - produção - consumidor ton1a-se mais 
curto e menos dispendioso, o que permite ao setor introduzir no mercado inú-
1neras novidades e1n altíssüna velocidade. 
Hoje, a categoria dos cosn1ecêuticos não inclui qualquer substância que de-
1nonstre clara atividade de fánnaco. U1na definição atual, ao invés disso, "abran-
ge as preparações que produzirão efeitos cosméticos co111 tnn significativo grau 
de ação fisiológica", 
Indústria de Cosméticos 
Uma das grandes dificuldades encontrada no setor costnético é estabelecer 
tuna delimitação para sua atividade. Infelizn1ente, ainda hoje, não existe tnna 
definição unânime entre os diversos organismos que atua111 junto ao setor, sejatn 
órgãos gove1namentais de regulação, como o FDA- Food and Drug Adtninistra-
tion, dos Estados Unidos da Arnérica, ou a brasileira Anvisa -Agência Nacional 
de Vigilância Sanitária, seja1n institih!Íções de representação patronal, como a 
Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosrnéti-
24 
CAPITULO 1 Jl-- COSMÉTICOS: ÜEF!NIÇAO, LEGISLAÇÃO E MERCADO 
cos (ABIHPEC), ou mesmo entidades técnicas como a Associação Brasileira de 
Cosmetologia (ABC). 
Divergências à parte , a ANVISA publicou em 28 de agosto de 2000 a reso-
lução nº 79, cujo principal objetivo foi atualizar as normas e procedimentos refe-
rentes ao registro de produtos de higiene pessoal, cos1néticos e perfumes. Nesse 
sentido, e em confonnidade e convergência com as definições adotadas en1 todo 
o inundo, adotou-se a seguinte definição para o setor: "coslnéticos, produtos de 
higiene e perftnnes são preparações constituídas por substâncias naturais ou sin-
téticas, de uso externo nas diversas partes do corpo humano, pele, sistetna ca-
pilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e inernbranas mucosas da 
cavidade oral, corn o objetivo exclusivo e principal de litnpá-los, perfun1á-los, 
alterar sua aparência e/ou co1Tigir odores corporais e/ou protegê-los ou 1nantê-
-los em bom estado. 
O mercado de cosméticos 
A produção mundial de cosméticos chega até o consu1nidor por três sistelnas 
de venda. A venda tradicional no atacado e no varejo, a venda direta, ta1nbé1n 
conhecida coino sisten1a "porta a porta", e a venda pelo sistelna de franquia. 
Em 1998, a indústria cosmética movimentou US$ ! 67 bilhões, um crescimen-
to de 14% em relação aos valores estimados em 1990, que chegaram a US$!47 
bilhões. Em 2006, esse valor saltou para US$269,8 bilhões. 
Ern 2004, o Brasil era o 6-Q rnaior mercado de produtos de higiene, perfumes 
e cosméticos, perdendo para o Reino Unido, Alen1an11a, França, Japão e Estados 
Unidos. 
Dados da Associação Brasileira da Indústria de 1-Iigiene Pessoal, Perfumaria 
e Cosméticos (ABIHPEC) mostram que no Brasil o setor de produtos para higie-
ne pessoal, perfun1aria, cosrnéticos e preparações para uso infantil fechou o ano 
de 2002 com um faturamento estimado em R$9 bilhões. Em 2006, esse valor sal-
tou para R$ l 7 ,5 bilhões. Os dados demonstram a incrível força do setor que nos 
últitnos 11 anos cresceu tuna média de l 0,9% ao ano, contra tuna inédia de cres-
cimento da Indústria e111 Geral e do Produto Inten10 Bruto de apenas 2,6% para o 
mesn10 período. Co1n tal crescllnento, o Brasil saltou de 62 n1ercado mundial de 
Cosn1éticos en1 2003, para ser o 3º n1ercado en1 2006. O Brasil é o 2º maior 1ner-
cado mundial etn produtos para uso infantil, desodorantes e perfumaria; é o 4º 
1nercado ern cos1néticos coloridos; 5º e1n proteção solar e o 82 em produtos para 
a pele, no qual se espera urn significativo crescitnento para os próximos anos. 
Tal crescünento revela-se acelerado pela n1udança de co1nporta111ento, prin-
25 
COSMETOLOGIA C1ENC1A E TÉCNICA 
cipaln1ente da mulher, que passou a considerar as preparações ditas cosméticas 
co1no artigos de primeira necessidade e não 1nais artigos de luxo. Fatores corno 
maior expectativa de vida, n1aior participação da mulher no rnercado de trabalho 
e preços inais acessíveis em razão da inaior concotTência e pelo aumento de es-
cala de produção, entre outros, tê1n proporcionado este significativo crescimen-
to no mercado nacional de cosméticos. Os dados da ABIHPEC mostraram que 
so1nente o setor de cosméticos registrOu, entre 1996 e 2001, expansão superior 
a 80%. 
Un1a das categorias que pode e deve emerger significativamente no Brasil 
são as preparações para a pele, principahnente e mais especificamente as pre-
parações antienvelheci1nento e os fotoprotetores. Tal situação já teve início no 
1nercado norte- an1ericano. E1n 2003, o total do mercado norte-arnericano de 
produtos cosméticos foi avaliado em US$45 bilhões, sendo US$ l 5 bilhões so-
mente e1n preparações para a pele. Dentro desta categoria, preparações antienve-
lheciinento e os fotoprotetores estão no topo dadeinanda e direciona1n a indús-
tria no geral. De acordo co1n a NPD Group, as vendas de lojas de departa1nentos 
das preparações ditas cosmecêuticas cresceran1 77% e1n 2003. Estiina-se que a 
de1nanda norte-a1nericana por preparações deste tipo irá ultrapassar os US$ 5 
bilhões em 2007. 
Dados da AB!HPEC afinnam que 1.494 empresas atuam no Brasil fabri-
cando produtos para higiene pessoal, pe1fu1naria e cosn1éticos, situando-se 84% 
delas nas regiões Sul e Sudeste. 
Nomenclatura das matérias-primas cosméticas 
Considerando a grande diversidade de sinônitnos relativos a uma mesma 
1natéria- prin1a e co1n o objetivo de 1ninünizar os e1Tos co1netidos na interpre-
tação das leituras da composição de urna dada tõrn1tda, bern como facilitar a 
identificação, por parte do consu111ídor, de quais os componentes da referida fór-
1nula, independentetnente do local em que o consu1nidor esteja, a ANVISA, en1 
consonância cotn diversos outros países, adotou a no1nenlatura INCI - Inte1na-
tional Nomenclature of Cosrnetic Ingredient para a rotulage1n das preparações 
co1nercializadas no Brasil. 
A resolução - RDC 211, que estabelece este critério, foi publicada no Diário 
Oficial da União, no dia 14 de julho de 2005. 
O INCI é um sistema inten1acional de codificação da no1nenclatura de ingre-
dientes cos1néticos, reconhecido e adotado mundialmente. Ele pennite designar 
de fonna única e siinplificada a co1nposiçào constante obrigatorian1ente nos ró-
tulos das preparações cosméticas. 
26 
CAPITULO 1 ... COSMÉT!Cos: DEFINIÇÃO, LEGISLAÇÃO E MERCADO 
O INCI originou-se a pattir do CTFA-The Cos1netic, Toiletty, and Fragran-
ce Association, principal associação cotnercial e política da indústria cosmética 
dos Estados Unidos, cotnpilou tuna extensa lista de n1atérias-prirnas cosrnéticas 
e lhes atribuiu denominações específicas a serern e1npregadas pela indústria. Pu-
blicado em 1973, o Dicionário CTFA foi a seguir adotado pelo FDA-Food and 
Dn1g Administration como a non1enclatura oficial de n1atérias prin1as-cosméti-
cas norte-an1ericana. Sotnente en1 1994, tal non1enclah1ra recebeu a denornina-
ção de INCI. 
O INCI já é adotado há muitos anos em países da Comunidade Europeia e 
da América-Latina, além dos Estados Unidos, Austrália e Japão, entre outros. 
Cotn a nomenclah1ra química padrão, as e111presas que exportam seus produ-
tos não precisarão adequar as ernbalagens ao idioma de cada país. A adoção de 
tuna nomenclatura padronizada traz benefícios a diversos setores da sociedade, 
atingindo desde a co1nunidade científica até o consumidor final. As autoridades 
sanitárias terão 111aior facilidade e agilidade na identificação e no controle dos 
produtos, já que só precisarão conhecer un1 único no1ne para cada ingrediente. O 
uso de tnna n1onografia fa1niliar e reconhecida tan1bé1n sitnplifica o trabalho de 
rnédicos e fannacêuticos que necessite1n aconselhar seus pacientes. 
Niesrno o consumidor, tuna vez adaptado à nova no1nenclah1ra, conseguirá 
interpretar claramente as fonnulações dos rótulos de produtos nacionais e itn-
po11ados, evitando confusões e equívocos. A codificação padronizada pennitirá 
a identificação dos ingredientes por tuna única designação e1n qualquer lugar em 
que o produto for adquirido. 
\Categoria: Pródutos de Higiene 
Í Grupo 
j Sabonetes ~ 
1 (Líquido, Gel, Cremoso ou Sólido) 
* Sabonete facial e/ou corporal 
i * Sabonete abrasivo/esfoliante 
1 * Sabonete antisséptico 
1 * Sabonete desodorante 
! •Outros 
i Produtás para Higiene-dos Cabelos e Couro Cabeludo (líquido, gel, 
! creme. -pós ou sólido), 
) * Xampu 
1 * Xampu condicionador 
1 
1 Grau 
101 
) a definir 
f 01 
27 
COSMETOLOGIA CIÊNCIA E Tt:CNICA 
1 * Xampu para lavagem a seco ' i 01 
' * Xampu anticaspa 
. 102 
* Creme rinse 101 
* Enxaguatório capilar 101 
' * Condicionador 101 
j * Condicionador anticaspa 102 
; * Enxaguatório capilar anticaspa 02 
j * Outros produtos para higiene dos cabelos e couro cabeludo a definir 
Produtos para Higiene Dental e Bucal (líquido, gel1 cremoso, sólido 
1 
1 
ou aerossol) ! 
* Dentifrício ' 101 
j * Denlifricio antiplaca 102 
[ * Dentifricio anticárie jo2 
' ' i * Dentifrício antitártaro 102 
! *Dentifrício clareador (mecânico) 01 
j *Dentifrício c!areador (químico) 02 
1 * Dentifrlcio para fumantes 101 
1 * Enxaguatório antisséptico 1 01 
1 * Enxaguatório aromatizante [ 01 
j *Aromatizante Bucal i 01 
J *Outros produtos para a higiene dental e bucal /a definir 
i Produtos ,Desodor~ntes e/ou Antitranspirante_s, Perfumados ou não 
1
: 
j (líquido, gel, cremoso, sólido ou aerossol) 
j * Desodorante axilar 
[ * Desodorante corporal 101 
1 * Desodorante perfumado f 01 
' 1 * Desodorante colônia 101 
j * Desodorante íntimo ' !02 
' ' 1 * Desodorante pédico 101 
i * Desodorante antitranspi~ante/antiperspirante axilar 102 
i * Desodorante antitranspirante/antiperspirante pédico f 02 
j * Antitranspirante/Antiperspirante axilar !02 
' 
' 
28 
. 
' ,' 
!' 
1 
1 
', 
r 
' 
i 
i, 
CAPiruLo 1 > CosMér1cos: DEFINIÇAo, LEGISLAÇAo E MERCADO 
1 · Antitranspirante/Antiperspirante pédico 
1 
*Outros 
~Produtos pi Barbear, co_m ou sem Espuma (líquido, gel, cremoso, 
! sólido, ou aerossol) 
j • Loção pré-barbear 
' i * Creme para barbear 
* Barra/bastão pré~barbear 
* Gel para barbear 
* Espuma para Barbear 
1 * Loção para barbear 
' 1 * Barra/bastão para barbear 
1 *Outros 
f ProdutOs Após Barbear AlcOólicos ou não (líquidos, gel, creme) 
1 * Creme após barbear 
j * Loção após barbear 
* Gel após barbear 
1 *Outros 
i Categoria: Cosméticos 
f Grupo 
/Produtos para Lábios 
1 *Batom 
1 * Brilho labial 
i * Lápis labial 
1 * Protetor labial sem fotoprotetor 
*Outros 
! Produtos para Área dos Olhos {exceto globo ocular) 
! * Sombra para as pálpebras 
j * Máscara para cílios 
' ! *Lápis 
f • Kajal 
* Delineador 
f a definir 
1 . 
i 
101 
101 
101 
' 
101 
\ 01 
101 
f 01 
j a definir 
01 
a definir 
j Grau 
101 
' 
101 
j a definir 
101 
01 
101 _=J 101 
101 1 
02 1 * Creme para área dos ~-lh_o_s __________________ __._ ____ -" 
29 
COSMETOLOGIA C1ENCJA E TECNJCA 
1 * Gel para área dos olhos 
* Loção para área dos olhos 
*Outros 
j Produtos Antissola.res . . 
/ * Protetor labial com fotoprotetor 
/ * Protetor solar 
1 · Bloqueador solar 
i *Outros 
/ Produtos pa_ra Bronzear . 
i * Bronzeador 
*A ivador de Bronzeado 
/ • B:onzeador simulatório 
1 
• Modelador 
i •Outros 
/Produtos para Tingimento dos Cabelos 
I * Tintura temporária 
i * Tintura progressiva 
1 *Tintura permanente 
f * Xampu colorante 
1 · Enxaguatório colorante 
*Outros 
i Produtos para Clarear os Cabelos 
' 
/ * Descolorante 
1 * Clareador dos cabelos 
1 *Água oxigenada 10 a 40 vai~ (incluldas as cremosas, exceto os produ~ 
J tos oficinais 
1 ·Outros 
1 Produtos para Clarear os Pelos do Corpo 
r Produtos para Ondular os Cabelos 
I •Permanente 
1 
1 •Outros 
30 
i 02 i 
1 ade~ 
. 
02 
02 
02 
a definir 
. 
101 
i 01 
1 a definir 
1 a definir 
! 02 
i 02 
1 a definir 
: a definir 
CAPÍTULO 1 ,... CoSMÊncos: DEFINIÇÃO, LEGISLAÇÃO E MERCADO 
j Produtos ·para Alisar os Cabelos 
[·Alis_a_nt_e~~~~~~~~~~~-~~~~~~~~~~~~~[_0_2~~~~ 
i *Alisante com tingimento 102 
* Outros 1
1 
a definir 
1 Neutralizantes Capilares 
* Neutralizante para permanente 
* Neutralizante para alisante 
1 ·Outros ) a definir 
) Produtos para Modelar e Assentar os Cabelos 
/ * Condicionador 
1 *Fixador ' 1 
1 
1 
• Laquê 
i * Brilhantina i 
1 
I •Óleo i 
i * tv1ousse 101 
i * Outros \a definir 
1 Produtos para Higiene Bucal ! 
1 * Fio e fita dental 101 
[ • Outros j a definir 
.~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~-r~~~-j 
! Produtos Correlatos de Higiene ! 
, • Lenços umidecidos 101 
\ * Demaquilantes ) 01 
i * Demaquilante para área dos olhos j 02 
j *Outros ) a definir 
! Pós Corporais (perfumados ou não} / 
! •Talco \ 01 
j •Talco antisséptico 102 
c----~~~~·~~~~~~~--~~~~~~~--~~~~~~-1,~~~~-j. 
~i*_P~o_lv_il_ho~~~~~~--~~~~~~~~~~~~~~~~~~+-º-1~_ ___J 
; * Polvilho desodorante i 01 1 
i *Talco desodorante 
j * Polvilho antisséptico 
1 
•Outros 
101 
102 1 
1 fi. J la de 1nrr 
31 
COSMETOLOGIA Ci~NC!A E TêCNICA 
i Máscaras Faciais . · 
'(líquido, creme, gel e sólido) 
* Máscara coloidal 
* Máscara argilosa 
* Máscara plástica 
*Máscara esfoliante "peeling" (mecânico) 
*Máscara esfoliante "peeling" (quimice) 
I ·Outros 
' 
[ Crenles de Beleza 
! {perfumados ou não, Incluindo os géls) . 
1 * Creme para pernas 
~me para o rosto 
1 
Creme para o rosto com fotoprotetor 
1 * Creme para rugas 
1 * Creme para pele acneica 
i * Creme clareador de pele 
[ * Creme para as mãos 
! " Creme para as mãos com fotoprotetor 
j * Creme para o corpo 
j * Creme para o corpo com fotoprotetor 
! " Creme para celulites/estrias 
' ! * Creme para os pés 
[ " Creme para limpeza facial 
1 *Creme esfoliante "peeling" (mecânico) 
i" Creme esfoliante "peeling" (químico) 
j " Máscara corporal 
i *Outros 
' 
' , Loções de Beleza (alcoólicas ou não, emulsionadas ou não, 
i incluindo os llleites") 
[ " Loção para o corpo 
i • Loção para o corpo com fotoprotetor 
j * Loção para celulite/estrias 
1 * Loção para rugas 
I • Loção para pele acneica 
32 
1 
101 
101 
101 
101 
02 
) a definir 
101 
01 
102 
02 
102 
102 
01 
102 
01 
02 
io2 
01 
1 
! 01 
01 
1 
102 
01 
1 
1 a definir 
1 
02 
02 
CAPITULO 1 ~ COSMÉTICOS: ÜEFINIÇÃO, LEGISLAÇÃO E MERCADO 
I • Loção clareadora de pele ! 02 
j *Loção para o rosto i 01 
1 • Loção para o rosto com fotoprotetor ! 02 
[·Loção para os pés ----------------11-0-1---~ 
1 * Loção para as mãos f 01 
,------------------------_(.-=-: ___ J 
l * Loção para as mãos com fotoprotetor j 02 
i • Loção de limpeza facial 01 
1 * Loção tônica fácil ! 01 ! 
1 * Outros 1 a definir 
! Depilatório {cera, creme, líquido) ! 
i " Depilatório - mecânico Epilatório j 01 
1 ·Depilatório - químico i 02 
1 
* Outros ia definir 
j Produtos para Maquilagem Facial j 
j * Blush cremoso ! 01 
1 • Blush pó (compacto ou não) [ 01 
i * Rouge (compacto ou nào) i 01 
1 * Corretivo facial 1 01 
I • Pó Solto i 01 
j" Pó compacto j 01 
! * Outros ,,: a definir 
'-::---~~~~~·~~~~~~~~~-~~~~~:--~~~ 
1 Produtos para Cuidados dos Cabelos e do Couro Cabeludo ! 
1 •Tônico Capilar 102 
,---~~~~~~~~~~--~~--~~~~~~~~~~~--~-'-~~~~__! 
! " Loção capilar 102 
i •Máscara c_a:._p_ila_r ____________________ _Jl_:o_:1 ___ __c 
* Outros j a definir 
f óleos ! 
f " Óleo amaciante para o corpo 01 
1" Óleo para massagem 01 
l*Óleopertu~ado_p_a_r_a_o~co_r_p_o~~~~~~~~~~~~~~~~-+-=0-=1~---~i 
33 
Cos.'.IETOLOGIA C1~NCIA E TÊCN1CA 
r 
1 •Outros 
! Pro.dutos para Unhas e Cutfculas 
1 * Esmalte I Verniz 
* Brilho para unhas 
* Removedor de esmalte 
/ * Removedor de cutlculas 
* Removedor de manchas de nicotina - mecânico 
i" Removedor de manchas de nicotina (químico) 
j * Produto para evitar roer unhas 
/ " Clareador para unhas 
/ " Polidor de unhas 
) " Secante de esmalte 
I" Clareador para unhas (qulmico) 
I" Outros 
i Repelentes 
j" Repelentes de insetos (tópico) 
1 
1 ·Outros 
! Categoria: Produtos de Uso Infantil 
~ 
: Grupo 
!óleos 
. 
. 
i 
1 Loções 
! " Loção de limpeza /higienizante 
1 
1 
1 • Loção protetora 
i " Creme protetor 
i Produtos para Higiene dos Cabelos 
/ * Xampu 
i "Xampu condicionador 
1 
I " Enxaguatórios capilares 
i " Condicionador 
r Produtos para Higiene Bucal 
) "Creme 
34 
1 a definir 
01 
01 
01 
102 
01 
102 
'102 
101 
i 01 
101 
102 
1 a definir 
102 
a definir 
/Grau 
1 
, 102 
1 
1 
102 
f 02 
!02 
i 
• 
02 
02 
02 
02 
102 
CAPiruLO 1 lll-- CoSMÉT!Cos: DEF1N1çAo, LEGISLAçAo E MERCADO 
j •Gel 102 -1 
1 
102 
!02 
1 * Enxaguatório Bucal 
1 Sabonetes (sólido, ou líquido) 
1 
Lenços Umedecidos para Higiene !02 
1 
Pós i 
"Talco f 02 
*Amido 102 
Protetores Solares (creme, loção, gel) !02 
1 
Colônias (hldroalcoólicas ou não) 02 
Fio Dental 102 
Referências Bibliográficas 
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COSMETOLOGIA C1!:NC!A E TÉCNICA 
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Capitulo 2 
Matérias-prini'ã~:~f,~§:·~~ 
Classificação e'..Éstolha 
Introdução 
Marcos Antonio Corrêa 
O grande número de 1natérias-primas e1npregadas pela indústria cos1nética e 
a necessidade de unificação de tennos referentes às diversas denon1inações que 
u1n mes1no material pode receber ünpuserarn em u1n dado 1no1nento - início dos 
anos 70 - a necessidade de se produzir uma co1npilação ordenada destes mate-
riais. De tnodo a atender essa necessidade, o CTFA - Cos1netic, Toilefly, and 
Fragrance Association in1plementou urna nomenclatura própria para identificar 
esses diversos n1ateriais ou ingredientes de aplicação cosn1ética que recebeu a 
denominação de INCI name - Jnternational 1\'on1enclature Cosn1etic Ingreclient 
name. A lista cotnposta atualn1ente por 1nais de 9000 itens que co1npõem o ln-
te111ational Cos111etic Ingredient Dictionar)' and llandbook tornou-se lnna fen·a-
1nenta de impo11ante valor para o forn1ulador, porétn ainda assi1n este encontra 
muitas dificuldades em organizar o perfil dos diversos 1nateriais que pretende 
utilizar, tuna vez que os aspectos relativos às caractísticas físico-quhnicas e de 
aplicação destes diversos ítens não poden1 ser contemplados quando da organi-
zação do dicionário que adotou a ordem alfabética como sistema organizacional. 
E1n consideração ao exposto, e objetivando colaborar principalmente co1n o pro-
fissional forn1ulador iniciante, fizen1os a opção por tnna classificação bastante 
simplista, poré1n 1ntlito objetiva e didática dos n1ateriais e1npregados na rotina 
do setor de desenvolvitnento de fonnulações cosn1éticas. Desta fo1n1a, as 1naté-
rias-primas foram ag1upadas e1n farnílias que, independentemente dos aspectos 
fisico-quín1icos, apresentan1 propriedades de aplicação con1um. Vale ressaltar 
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COSMETOLOGIA• Ca~NCIA E TÉCNICA 
que itens co1no a água e o álcool etílico representa1n n1ateriais únicos e que, por 
cumprirem importante capacidade solvente, porém cotn características quí1nicas 
bastante diferenciadas, fora1n separadas e define1n suas respectivas famílias. 
;-\grande 1naioria das tnatérias-pri.tnas empregadas na rotina costnética po-
dem ser incluídas nas seguintes famílias: 
Água 
Álcool etrlico 
Umectantes 
Materiais graxos 
Espessantes hidrofllicos 
Tensoativos 
Conservantes 
Antimicrobianos 
Antioxidantes 
Sequestrantes 
Corantes 
Composições aromáticas 
Outros 
En1 consideração aos tnateriais específicos que irão cotnpor cada fa1nília, op-
tou-se por utilizar sua denominação em português e também na linguagem INCI. 
Diversas são as regras ou convenções itnpostas para descrever as n1atérias-
-pritnas através do INCI narne, de tal fo11na que passaren1os a descrever aquelas 
que considera1nos importantes para o 1no1nento. 
A nomenclatura INCI foi elaborada

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