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Pneumonias são doenças inflamatórias agudas de causa infecciosa que acometem os espaços aéreos e são causados por vírus, bactérias ou fungos. PAC se refere à doença adquirida fora do ambiente hospitalar ou de unidades especiais de atenção a saúde (asilos, lares de cuidados para idosos, pacientes que são cuidados em paciente de home care) ou ainda que se manifeste em até 48h da admissão a unidade assistencial, porque é provável que a inoculação tenha ocorrido antes da admissão. Principal causa de morte no mundo, dentre as infecciosas A PAC é a de maior impacto, e é a terceira causa de mortalidade entre as pneumonias. Mortalidade maior em idosos Associada à vasta microbiota infecciosa Streptococcus pneumoniae (pneumococo) permanece como a bactéria de maior prevalência. Principal causa de internamento no Brasil Padrão bimodal de internamentos (crianças e idosos) Maior incidência no sexo masculino Padrão de sazonalidade: março (corresponde ao período chuvoso e inverno). Diagnósticó A possibilidade de pneumonia deve ser considerada em qualquer paciente c novos sintomas respiratórios ou de doença aguda do trato respiratório inferior tosse, expectoração, dor torácica, particularmente quando esses sintomas são acompanhados de febre ou anormalidades no exame físico do tórax, como roncos e estertores. Clínica médicaCaróline Pires – doenças inflamatórias agudas de causa infecciosa que acometem os espaços aéreos e são causados por vírus, bactérias ou fungos. PAC se refere à doença adquirida fora do ambiente hospitalar ou de unidades especiais de atenção a saúde (asilos, lares os para idosos, pacientes que dados em paciente de home care) ou ainda que se manifeste em até 48h da porque é provável que a inoculação tenha ocorrido Principal causa de morte no mundo, dentre A PAC é a de maior impacto, e é a terceira causa de mortalidade entre as vasta microbiota infecciosa (pneumococo) permanece como a bactéria de maior Principal causa de internamento no Brasil Padrão bimodal de internamentos Maior incidência no sexo masculino Padrão de sazonalidade: março – julho (corresponde ao período chuvoso e de de pneumonia deve ser considerada em qualquer paciente com novos sintomas respiratórios ou de doença incluindo tosse, expectoração, dor torácica, dispnéia, particularmente quando esses sintomas são bre ou anormalidades no exame físico do tórax, como roncos e Principal sintoma é a tosse. inicial é frequentemente mais sutil em pacientes idosos ou que tenham um estado imune alterado; nesses pacientes, sintomas inespecíficos, como perda de apetite, confusão mental, desidratação, mialgia, calafrios e agravamento dos sintomas ou sinais de outras enfermidades crônicas, podem ser as manifestações iniciais da pneumonia. Presença de uma opacidade pulmonar nova detectada por radiografia do tórax. Radiografia de tórax Recomendada na sua realização de rotina Radiografia de tórax em incidência posteroanterior (PA) pacientes internado deve (anteroposterior). As radiografias de tórax são mais para fornecer informações essenciais sobre a distribuição lesões, bem como possíveis complicações da pneumonia. Contribui para o diagnóstico Na atenção básica: para dar inicio ao tratamento Hospitalar: Deve fazer par exames admissionais. o paciente ter queixa pulmonar ou não, assim que foi admitido no hospital deve ser feito o raio X de tórax. Padrão de vidro fosco: Clínica médica – Medicina FTC 2020.2 sse. A apresentação inicial é frequentemente mais sutil em pacientes idosos ou que tenham um estado imune alterado; nesses pacientes, sintomas como perda de apetite, confusão mental, desidratação, sudorese, agravamento dos sintomas ou sinais de outras enfermidades crônicas, podem ser as manifestações iniciais da Presença de uma opacidade pulmonar nova or radiografia do tórax. Recomendada na sua realização de Radiografia de tórax em incidência (PA) e em perfil. Em pacientes internado deve-se fazer o AP s radiografias de tórax são mais úteis para fornecer informações essenciais e a extensão das , bem como possíveis complicações da pneumonia. para o diagnóstico Não é necessária para dar inicio ao tratamento Deve fazer parte dos . Independente de o paciente ter queixa pulmonar ou não, assim que foi admitido no hospital deve ser feito o raio X de tórax. Caróline Pires – Medicina FTC 2020.2 Diagnóstico a nível ambulatorial Realização de testes etiológicos (para saber qual patógeno está acometendo aquele paciente) não é necessária para PAC não grave PAC grave = manejo hospitalar Exame direto e a cultura de amostras de escarro (ou de aspirado nasotraqueal para os que não conseguem expectorar) Testes moleculares (para ambulatórios especializados) na atualidade incluem: Teste rápido para influenza com alta acurácia (boas chances de acertar no diagnóstico). Teste molecular rápido para M. tuberculosis Teste rápido para vírus respiratórios que podem causar PAC ou infecção respiratória baixa; Teste rápido para detectar patógenos atípicos (M. pneumoniae, C. pneumoniae, Legionella sp. e B pertussis). PAC viral Vírus mais comuns que podem acometer e causar a PAC: Rinovírus (mais comum), alguns tipos de coronavírus, parainfluenza, vírus sincicial respiratório, metapneumovírus e influenza (pneumonia grave). Incertezas sobre o papel do vírus na PAC, pois o que parece haver é que não há uma ação direta do vírus (na maioria das vezes), é como se a presença do vírus fosse uma espécie de agente agressor para o tecido ou órgão deixando ele vulnerável a pneumonias bacterianas mais resistentes, mais difíceis de tratar, mais graves. Coparticipação dos vírus e bactérias parece se associar com um quadro clínico mais grave. Para definição de se o paciente será tratado ou não a nível ambulatorial é utilizado o escore de gravidade, que foi criado para no manejo de atenção básica conseguir diferenciar os pacientes que tem chance de mortalidade baixa serem tratados a nível ambulatorial, e os intermediários e alta chance sejam manejados a nível hospitalar: C: CONFUSÃO MENTAL U: UREIA R: FREQ. RESPIRATÓRIA B: PRESSAO ARTERIAL SISTÓLICA 65: IDADE (MAIOR QUE) O paciente vai ganhando um “ponto” a cada sintoma apresentado pela sigla. Caróline Pires – Medicina FTC 2020.2 Exclusivamente ambulatorial: Nesse escore não tem a participação a uréia como indicador de gravidade, sendo a uréia um indicio de disfunção orgânica, quando ocorre um déficit perfusional nos rins, a uréia sobe primeiro, então já é um sinal de hipotensão ou hipoperfusão. Protocolo para atendimento 1. Avaliar a presença de doenças associadas 2. Avaliar CRB-65 3. Avaliar o grau de oxigenação e o comprometimento radiológico SpO2 < 90% - indicação de internação Radiografia de tórax com: -Extensão radiológica -Derrame pleural suspeito de empiema 4. Avaliar os fatores sociais e cognitivos Ausência de familiar ou cuidador no domicílio Necessidade de observação de resposta ao tratamento Capacidade de entendimento da prescrição 5. Avaliar os fatores econômicos Acesso aos medicamentos Retorno para avaliação 6. Avaliar a aceitabilidade da medicação oral 7. Julgamento clínico (somando a impressão do médico + protocolos básicos para definir o manejo do paciente). Critérios de definição de PAC grave Critérios maiores: a presença de um critério indica a necessidade de UTI. 1. Choque séptico necessitando de vasopressores 2. Insuficiência respiratória aguda com indicação de ventilação mecânica. Critérios menores: a presença de dois critérios indica a necessidade de UTI 1. Hipotensão arterial 2. Relação PaO2/FiO2≤ 250 3. Presença de infiltrados multiobulares Tratamentó A nível ambulatorial: O antibiótico inicial é definido de forma empírica (baseado na observação e diagnostico clinico) A escolha do antibiótico ideal vai depender de alguns fatores: 1. Patógeno mais provável no local de aquisição da doença 2. Fatores de risco individuais Caróline Pires – Medicina FTC 2020.2 3. Presença de doenças associadas 4. Fatores epidemiológicos, como viagens recentes. 5. Alergias 6. Relação custo-eficácia Esses pacientes ambulatoriais não complicados podem ser controlados por macrolídeos de última geração, como azitromicina ou claritromicina, que são mais bem tolerados e têm melhor cobertura do que a eritromicina. Duração do tratamento sendo suficiente para garantir sucesso no tratamento da PAC, pode ser diferente conforme a sua gravidade. Tratamento de 5 a 7 dias podem ser suficientes na maioria das vezes PAC de baixa gravidade e no tratamento ambulatorial = monoterapia (único tipo de antibiótico) por 5 dias Uso de corticóides está indicado apenas em PAC grave Vacina anti-influenza Influenza é uma infecção viral com manifestações sistêmicas, causada por vírus da família Orthomyxoviridae, classificados em tipos antigênicos A, B e C. A influenza tipo A está associada a pandemias e à doença de maior gravidade; a do tipo B está associada a epidemias regionais; e a do tipo C associa-se a surtos pequenos e isolados, com pouca relevância clínica em humanos. Indicações prioritárias (não exclusivas) Adultos com idade igual ou superior a 60 anos Paciente com enfermidades crônicas pulmonares, cardiovasculares (exceto hipertensão arterial sistêmica), renais, hepáticas, hematológicas e metabólicas Adultos em estado de imunossupressão Indivíduos com distúrbios neuromusculares, comprometimento funcional pulmonar e dificuldade para remover secreções Gestantes e mulheres que planejam engravidar e mulheres que estejam em estado de amamentação Residentes em lares de idosos Potenciais transmissores dos vírus para indivíduos de maior risco Profissionais de saúde Cuidadores domiciliares de crianças (idade inferior a 5 anos) e de indivíduos adultos (idade superior a 50 anos) Indivíduos que não devem ser vacinados População indígena e população privada de liberdade Pessoas com alergia grave (anafilaxia) a ovo de galinha, a algum componente da vacina ou à dose anterior Menores de 6 meses de idade História prévia de síndrome de Guillain-Barré, sobretudo se essa ocorreu após vacinação para influenza Vacina antipneumocócica Atualmente, dispõe-se de dois tipos de vacinas: uma vacina polissacarídica Caróline Pires – Medicina FTC 2020.2 23-valente (VPP23), não conjugada a carreador proteico, que possui antígenos da parede de 23 sorotipos pneumocócicos. A segunda utiliza um carreador proteico para os antígenos polissacarídeos, sendo denominada vacina antipneumocócica conjugada (PCV). Essa formulação aumenta o efeito imunogênico e, por estimular a memória imunológica via células T, confere proteção mais duradoura. Duas novas formulações conjugadas com antígenos de 10 (PCV10) e 13 (PCV13) sorotipos estão disponíveis no Brasil. A PCV10 está aprovada para a prevenção de doença pneumocócica invasiva em crianças de até 2 anos, enquanto a PCV13 está aprovada para crianças desde seis semanas de vida até adultos. Os sorotipos associam-se à gravidade da doença e, por isto, o impacto clínico da vacinação depende da cobertura dos mesmos Indicação de vacina Adultos com idade igual ou superior a 60 anos Indivíduos com idade entre 2 e 59 anos, com doença crônica cardíaca, pulmonar, doença falciforme, diabetes, alcoolismo, cirrose hepática, fístulas cérebro-espinhais ou implantes cocleares Indivíduos com idade entre 2 e 59 anos, com doença ou condição imunossupressora, como doença de Hodgkin, linfoma ou leucemia, insuficiência renal, mieloma múltiplo, síndrome nefrótica, infecção por HIV ou AIDS, doença esplênica ou asplenia, e transplantados de órgãos Indivíduos com idade entre 2 e 59 anos que utilizem drogas imunossupressoras, como tratamento com corticoides por longo prazo, drogas utilizadas no tratamento de câncer ou que tenham passado por radio-terapia Adultos entre 19 e 59 anos, tabagistas ou portadores de asma Residentes em casas de saúde e asilos de longa permanência
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