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CIÊNCIA POLÍTICA Quantas vezes vocês já ouviram nomes como Maquiavel, Rousseau e Hobbes ou se deparou com debates sobre direitos no seu dia-a-dia? Vocês sabem o que é Ciência Política? CIÊNCIA POLÍTICA Por estar relacionada a conceitos abstratos, como o de política e poder, a definição de Ciência Política é bastante discutida entre especialistas. É possível descrevê-la brevemente como a área de estudos que procura interpretar os diversos aspectos da comunidade política (uma comunidade é considerada “política” quando é autossuficiente: controla os meios de violência, financia as atividades de seus habitantes e possui membros dispostos a mantê-la). Para isso, dedica-se a entender tanto o processo de formação da comunidade política, quanto instituições, práticas e relações que moldam a vida pública. Um breve histórico... O estudo da política surgiu na Grécia Antiga, quando Aristóteles se dedicou a compreender e a definir as diferentes formas de governo. Desde então, a política entrou em pauta e recebeu grande atenção de governantes e das respectivas sociedades, pois a política está presente em toda relação humana. Mas, embora a atenção tenha sido reforçada sobre a política, a Ciência Política propriamente dita só se constituiu muito mais tarde. Ela reuniu filosofia moral, filosofia política, política econômica e história, por exemplo, para compor análises sobre o Estado, sobre o governo e suas funções. A Ciência Política surgiu no decorrer do século XIX, reconhecido por ser o século de surgimento das Ciências Humanas, como Sociologia, Antropologia e História. O termo Ciência Política foi cunhado por Herbert B. Adamn, Professor de História na Universidade Johns Hopkins (EUA), em 1880. O termo hoje se aplica à teoria e à prática da política, assim como envolve descrições e análises dos sistemas políticos e dos comportamentos políticos. Como ciência de estudo da política, dedica-se aos sistemas políticos, às organizações e aos processos políticos. Atenta-se também para o estudo das estruturas e das mudanças nas estruturas, assim como análises de governo. Entre os focos de atenção dos cientistas políticos podem estar: Empresas; Sindicatos; Igrejas; Partidos políticos; Movimentos sociais; E vários outros tipos de organização dotados de estruturas e processos que se aproximem de um governo. A Ciência Política abrange campos como: a teoria e a filosofia políticas, os sistemas políticos, as ideologias, a economia política, a geopolítica, as políticas públicas, as relações internacionais, a administração pública e outros. Embora a Ciência Política tenha raízes muito antigas e tenha se consolidado há muito tempo na Europa e nos Estados Unidos, constituindo departamentos próprios de estudos nas universidades, no Brasil ela é relativamente recente ainda. Fruto de um processo que começou a se desenvolver em meados da década de 1960. Sociedade “todo o complexo de relações do homem com seus semelhantes”. SOCIEDADE: segundo os naturalistas A sociedade é um fato natural, determinado pela necessidade que o homem tem da cooperação de seus semelhantes para a consecução dos fins de sua existência. Essa necessidade não é apenas de ordem material, tendo em vista que os seres humanos necessitam do convívio com os demais, e deve ser determinada também pela vontade humana (DALLARI, 2010). SOCIEDADE: segundo os contratualistas Sustentam que a sociedade é produto de uma acordo de vontades, ou seja, de um contrato hipotético celebrado entre os homens. Apesar da diversidade de pensamento entre eles, há um ponto em comum: Nega do impulso associativo natural, pois para os contratualistas, somente a vontade humana pode justificar a existência da sociedade (DALLARI, 2010). COMPLEXIFICAÇÃO DAS RELAÇÕES SOCIAIS: Família; Propriedade privada; Surgimento dos grandes agrupamentos humanos; Relações sociais de produção; Organização das sociedades: moral, ética, cultura, normas, Estado, governos; Sociedade Civil e Sociedade Política. Sociedade e o Estado Os conceitos de Sociedade e Estado, na linguagem dos filósofos e estadistas, têm sido empregados ora indistintamente, ora em contraste, aparecendo então a Sociedade como círculo mais amplo e o Estado como círculo mais restrito. A Sociedade vem primeiro; o Estado, depois. Com o declínio e dissolução do corporativismo medievo e consequente advento da burguesia, instaura-se no pensamento político do Ocidente, do ponto de vista histórico e sociológico, o dualismo Sociedade-Estado. ESTADO O Estado vem sendo alvo de várias indagações, na medida em que o mundo vem passando por uma série de transformações nas esferas da política e da economia. Encontramo-nos em um processo de mudança nas estruturas de poder estatal, motivando investigações na esfera do Direito Público. Os conceitos da Teoria do Estado vêm merecendo uma reavaliação frente aos novos fenômenos políticos e econômicos deslanchados pelo processo em curso denominado globalização, onde os processos ligados a democracia devem justificar os seus discursos em novas bases teóricas. (FABRIZ; FERREIRA). Em decorrência desses vários fatores, os elementos constitutivos do Estado - povo, território, governo e soberania -, merecem uma releitura a partir da ótica do Estado Democrático de Direito, a fim de reafirmá-los como ainda essenciais à configuração do Estado, principalmente para aqueles países de modernidade periférica. ELEMENTOS DO ESTADO FENÔMENO POLÍTICO- SOCIAL POVO TERRITÓRIO GOVERNO FENÔMENO JURÍDICO (soberania) INTERNA (=Autonomia) EXTERNA (=Independência) POVO Compreendido como um dos elementos materiais do Estado, o conceito de povo sempre motivou distorcidos e enganosos empregos semânticos. Também população e nação são termos utilizados como sinônimos de povo, quando na verdade cada qual tem sua definição e sentido próprios. Conjunto de indivíduos ligados a um Estado pelo vínculo político-jurídico da nacionalidade. Características do povo: permanência e continuidade. Em suas dimensões políticas, povo passa a ser compreendido como: o conjunto dos indivíduos que atuam como sujeitos do poder soberano, participando, mesmo que indiretamente, das decisões de Estado, visto que a ele cabe eleger os seus representantes. No que se refere ao conceito jurídico de "povo", há que se ressaltar a condição de nacional ou nacionalizado, que, dependendo do ordenamento jurídico , terá tratamento diferenciado, cujas consequências manifestar-se-ão no exercício dos direitos políticos, principalmente no que se refere à possibilidade de exercício de certos cargos públicos. No Brasil, por exemplo, a condição de brasileiro nato concede ao indivíduo algumas vantagens em relação ao brasileiro naturalizado. A condição de nacional ou nacionalizado cria vínculos jurídicos com o Estado, determinando direitos e deveres de ambos os lados. Nesse sentido, podemos afirmar, com Jorge Miranda, que não há povo sem organização política, na medida em que: "o povo não pode conceber-se senão como realidade jurídica, tal como a organização não pode deixar de ser a organização de certos homens, os cidadãos ou súditos do Estado." (1998, p. 50) Podemos afirmar que: O "povo" como elemento constitutivo do Estado somente pode assim ser compreendido quando observado em suas dimensões jurídicas, visto que o poder político somente se define a partir, e em nome desse. O Povo viabiliza os contornos do próprio Estado, identificando a razão de ser e existir deste último. É claro, que antes de se constituir em povo pertencente a um determinado Estado, pode-se existir como povo, em sentido sociológico, pré-estatal, que, de acordo com os objetivos compartilhados, pode evoluir para a estatalidade. Não obstante, uma vez inserido no contexto de uma estrutura jurídico- política,há que se perceber o "povo" em seu sentido jurídico. E tornando-se povo, em sentido jurídico, que os homens e as instituições integram-se no Estado, traduzindo uma vontade específica. Assim, podemos conceituar povo como: O conjunto dos nacionais ou nacionalizados que gozam dos direitos políticos, ou, se ainda não podem usufruir desses direitos, pelo fato de ainda não cumprirem critérios, como uma idade cronológica mínima, por exemplo. Deve-se incluir o conjunto daqueles nacionais ou nacionalizados, vinculados ao Estado por laços jurídicos duradouros, uma vez que submetidos a um determinado ordenamento jurídico-constitucional, no mínimo são atores sociais que têm direitos perante o Estado. Em conclusão, o conceito de povo está intimamente ligado ao de democracia, com referência ao aspecto da legitimidade. E o povo que sustenta a existência de um ordenamento jurídico de base democrática. Nesse sentido, a participação do povo no processo político-decisório de um Estado não pode ser desconsiderada. Não pode ser desconsiderada também a dignidade e o respeito à pessoa humana, ou seja, a questão dos direitos humanos e fundamentais. Todos aqueles submetidos ou vinculados a um ordenamento jurídico devem ter seus direitos garantidos pelo Estado. TERRITÓRIO O vocábulo território provém do verbo latino terreo, territo, significando intimidação, medo, receio. Nessa perspectiva, é sobre, uma dada base territorial que o Estado exerce o seu poder e autoridade. São partes constitutivas do território o solo, subsolo, espaço aéreo, águas internas (rios, lagos) e as águas litorâneas. Diz Jellinek, que território é a porção de terra significando o espaço em que o poder do Estado pode desenvolver sua atividade específica, ou seja, o poder público. Podemos afirmar que o território representa para o Estado um elemento constitutivo necessário, da mesma forma que o corpo para a vida humana. Porém, assim como o corpo não é o homem , assim também o território não é o Estado, que se coloca como um ente diverso e distinto daquele. E no espaço territorial que os homens reunidos em comunidade se assumem em sociedade política, compartilhando um objetivo político comum. A realização de um determinado Estado, como algo instituído para que se alcance o bem comum, tem, na sua configuração territorial, um elemento importante no que se refere à distribuição de recursos. Nesse sentido, um Estado que se declare democrático deve estar atento para as suas diferenças internas, que nascem da própria divisão política com base em sua forma constitucionalmente estabelecida. O Estado Democrático de Direito exige um território onde possa localizar-se o exercício pleno da cidadania. Dessa forma, a definição e a compreensão do território, no estágio atual de nossa sociedade, podem ser feitas através da expressão consagrada de ZitelMann, segundo a qual o território é o "palco da soberania estatal" (BONAVIDES, 1997, p. 102). Acrescentaríamos, talvez aqui supra-estatal, dado o exemplo da União Europeia "o âmbito espacial onde, ao lado da ação soberana, desenrolam-se também as atividades econômicas, sociais e culturais do Estado." (BONAVIDES). SOBERANIA A significação moderna de Soberania, que chegou até nós através da formação francesa, surge no final do século XVI. Um conceito jurídico-político que representa o supremo poder, ou o poder político de um Estado, que se sobrepõe ou está acima de qualquer outro poder, não admitindo limitações, exceto quando dispostas voluntariamente por ele. O jurista francês Jean Bodin foi o primeiro teórico a sistematizar o conceito de soberania. Bodin conceitua a soberania como um poder supremo, absoluto, ilimitado e incontrastável exercido inicialmente pelas monarquias absolutistas. A soberania é una e indivisível, não se delega a soberania, a soberania é irrevogável, a soberania é perpétua, a soberania é um poder supremo, eis os principais pontos de caracterização com que Bodin fez da soberania no século XVII um elemento essencial do Estado. (Bonavides) Para ele a soberania era um imperativo necessário à própria existência do Estado, que se torna independente na medida em que tem um Poder Legislativo supremo. A ideia de soberania como um poder legislativo supremo de um Estado, que pode fazer e anular leis, levou Rousseau a desenvolver o conceito de vontade geral, base da doutrina democrática da soberania popular. Assim, segundo o autor do CONTRATO SOCIAL, Jean-Jacques Rousseau, a SOBERANIA POPULAR consiste na soma das distintas frações do poder político pertencentes a cada membro da comunidade formadora de um Estado e que constituem, em conjunto, a vontade geral de todos os membros do Estado nas questões político-decisórias do Estado, como se dá na escolha dos governantes e elaboração de leis: [...] tal teoria, da soberania popular, fundamenta-se na igualdade política dos cidadãos e no sufrágio universal, pois todos os indivíduos detêm uma parcela de soberania. Tal conceito é base da maioria das constituições democráticas atualmente. Com a Revolução Francesa, assistimos ao surgimento de um novo conceito, o da SOBERANIA NACIONAL. Preocupados em não permitir a volta das monarquias absolutistas e empenhados em não se permitir uma excessiva autoridade popular (que ocorria com a aplicação da ideia de soberania popular de Rousseau) os revolucionários franceses lançam o conceito de soberania nacional. Estado Moderno O Estado Moderno não é só uma superestrutura política representativa do capital. O Estado Moderno é o eixo, o suporte funcional (político-administrativo), a força agregadora, a força motriz do capitalismo nascente. Em plena era de expansão global (desde as grandes navegações) o Estado Moderno vem se portando como pré-requisito do capital e não um mero reflexo político e jurídico. É parte integrante, constitutiva do capital, não mero adereço jurídico-administrativo. Características do Estado Moderno: Um só poder; Um só exército; Autoridade soberana do rei para todo o território; Administração e justiça unificada; Criação do sistema burocrático. REVOLUÇÃO LIBERAL No mundo tradicional antes do advento da revolução liberal, a herança era o princípio que determinou a legitimidade do poder. A revolução liberal foi um ponto de divisão. Eleições começaram a tornar-se o princípio que determinou a legitimidade do poder. De antemão, a monarquia foi a instituição exercendo poder. Legislaturas começaram a exercer o poder. Eles são a instituições em que a classe média começa a exercer o poder. Ideias do Iluminismo também afetaram a revolução liberal. A crença de que existem leis naturais, tais como os direitos inalienáveis da pessoa humana, era uma parte do novo sistema. A Carta de Direitos também se tornou uma parte da nova sociedade por causa de um medo do poder do governo e a necessidade de proteger o indivíduo de tal poder. Quais foram as causas principais? Revoluções liberais ocorreram como a revolução comercial e a revolução industrial, criaram os novos grupos de pessoas com influência e riqueza; particularmente, uma classe média em expansão. Não houve esforço para buscar a igualdade econômica, daí a revolução liberal, em sua primeira instância, foi principalmente uma revolução por e para pessoas de propriedade; particularmente, a classe média. O objetivo foi estabelecer a igualdade de oportunidades, aos olhos da lei. As causas para a revolução liberal incluem: 1.Criação da classe média. 2. Ideias do Iluminismo que trazem apoio aristocrático. 3. Perigo para a economia em geral (uma depressão ou recessão), que afeta o bem-estar de todas as classes, especialmente os pobres. 4. A crise específica que o estabelecimento não pode lidar, muitas vezes financeira e muitas vezes relacionada com o enorme custo de guerras estrangeiras. Podemos dizerque as Revoluções Liberais ocorreram por toda a Europa com mais ou menos o mesmo perfil da Revolução Francesa, mas em menor escala. Determinou uma disputa pelo poder entre absolutismo e liberalismo e conflitos entre a burguesia e a nobreza. Quanto mais o absolutismo se enfraquecia, maior era a liberdade nas Américas, levando a independência delas. O discurso burguês era a união do liberalismo com o nacionalismo, ou seja, é um discurso capitalista, que também é usado nas colônias para promover as independências de caráter liberal. O discurso capitalista é próximo ao liberalista, mas que são distantes do socialismo e próximos do nacionalismo. Um exemplo da proximidade do capitalismo e do nacionalismo na época é: com a consolidação da economia nacional, há a valorização da moeda, gerando ganho para os empresários. Diferentemente do que acontece hoje, em que, com a globalização, o capitalismo não tem ligação com o nacionalismo, já que nem sempre o melhor país para se investir é o seu e não necessariamente a valorização da moeda irá beneficiar o empresário. Liberalismo O liberalismo é um conjunto de pensamentos que surgiu no século XVII e ganhou destaque na Europa do século XVIII. O seu apogeu ocorreu após a Revolução Industrial, no início do século XIX. Basicamente, a visão liberal de mundo consiste em enxergar que todos os seres humanos são dotados de capacidades para o trabalho e intelectuais e que todos têm direitos naturais a exercer a sua capacidade. Dessa maneira, o Estado não tem o direito de interferir na vida e nas liberdades individuais dos cidadãos, a menos que esses atentem contra a ordem vigente. Esse pensamento liberal norteou eventos como a Revolução Francesa e a Revolução Industrial, criando um Estado de Direito liberal na modernidade, que visava assegurar os direitos dos cidadãos e acabar com o despotismo. -Doutrina política e econômica que surgiu entre os séculos XVII e XVIII; -Visava a acabar com os governos absolutistas, estabelecendo um quadro de igualdade e de defesa da liberdade; -Perdeu força com a ascensão da burguesia industrial; -Foi reformulado a fim de atender às demandas pós-crise de 1929; -O neoliberalismo defende que a iniciativa privada deve tocar a economia livremente, sem a interferência do Estado. Situação problema: Os termos moderno, modernidade, modernização, carregam consigo várias possibilidades de entendimento, constituem-se como termos polissêmicos. Isso quer dizer que existem diversas possibilidades de significados que podem ser atribuídos aos termos moderno, modernidade, modernização. Associada a temática da modernidade, moderno e modernização acompanha a ambiência histórica marcada pelas revoluções burguesas, as revoluções liberais e pela ascensão do capitalismo como modo de produção que se firmaria como hegemônico ao longo do século XIX, do século XX e nestes primeiros tempos do século XXI. O que é modernidade, cuja presença é tão central em nossas ideias e práticas após mais de três séculos e que está em discussão, rejeitada ou redefinida, nos dias de hoje? A modernização dá lugar, num mesmo processo, a duas tendências contraditórias: integração e marginalização. Mais precisamente: a modernização impulsiona uma integração transnacional que provoca a marginalização tanto de amplos setores sociais como de regiões inteiras. Devemos destacar o caráter imperativo da modernização. Trata-se de um imperativo no sentido de que não existiram alternativas viáveis de desenvolvimento econômico. Como seria possível construir concepções adequadas a respeito destes termos no âmbito do processo histórico que deu origem às sociedades contemporâneas?
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