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1 BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE AUTORIA Cristiana Gama Pacheco Stradiotti 32 BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE S895b Stradiotti, Cristiana Gama Pacheco. Biodiversidade e manejo da fauna silvestre / Cristiana Gama Pacheco Stradiotti. – Vitória : Multivix, 2016. 45 f. ; 30 cm Inclui referências. 1. Biodiversidade 2. Fauna silvestre I. Faculdade Multivix. II. Título. CDD: 574 EDITORIAL Catalogação: Biblioteca Central Anisio Teixeira – Multivix 2017 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei. As imagens e ilustrações utilizadas nesta apostila foram obtidas no site: http://br.freepik.com R E I T O R A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do Estado do Espírito Santo, com unidades em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999 atua no mercado capixaba, desta- cando-se pela oferta de cursos de graduação, técnico, pós-graduação e extensão, com quali- dade nas quatro áreas do conhecimento: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sempre primando pela qualidade de seu ensino e pela formação de profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho. Atualmente, a Multivix está entre o seleto grupo de Instituições de Ensino Superior que possuem conceito de excelência junto ao Ministério da Educação (MEC). Das 2109 instituições avaliadas no Brasil, apenas 15% conquistaram notas 4 e 5, que são consideradas conceitos de excelência em ensino. Estes resultados acadêmicos colocam todas as unidades da Multivix entre as melhores do Estado do Espírito Santo e entre as 50 melhores do país. MISSÃO Formar profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho, com elevado padrão de qualidade, sempre mantendo a credibilidade, segurança e modernidade, visando à satisfação dos clientes e colabora- dores. VISÃO Ser uma Instituição de Ensino Superior reconhecida nacionalmente como referên- cia em qualidade educacional. GRUPO MULTIVIX BIBLIOTECA MULTIVIX (DADOS DE PUBLICAÇÃO NA FONTE) FACULDADE MULTIVIX Diretor Executivo Tadeu Antônio de Oliveira Penina Diretora Acadêmica Eliene Maria Gava Ferrão Penina Diretor Administrativo Financeiro Fernando Bom Costalonga Conselho Editorial Eliene Maria Gava Ferrão Penina (presidente do Conselho Editorial) Kessya Penitente Fabiano Costalonga Carina Sabadim Veloso Patrícia de Oliveira Penina Roberta Caldas Simões Revisão Técnica Alexandra Oliveira Alessandro Ventorin Graziela Vieira Carneiro Design Editorial e Controle de Produção de Conteúdo Carina Sabadim Veloso Maico Pagani Roncatto Ednilson José Roncatto Aline Ximenes Fragoso Genivaldo Félix Soares Multivix Educação a Distância Gestão Acadêmica - Coord. Didático Pedagógico Gestão Acadêmica - Coord. Didático Semipresencial Gestão de Materiais Pedagógicos e Metodologia Direção EaD Coordenação Acadêmica EaD 54 BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE R E I T O R APRESENTAÇÃO DA DIREÇÃO EXECUTIVA Prof. Tadeu Antônio de Oliveira Penina Diretor Executivo do Grupo Multivix Aluno (a) Multivix, Estamos muito felizes por você agora fazer parte do maior grupo educacional de Ensino Superior do Espírito Santo e principalmente por ter escolhido a Multivix para fazer parte da sua trajetória profissional. A Faculdade Multivix possui unidades em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999, no mercado capixaba, destaca-se pela oferta de cursos de graduação, pós-graduação e extensão de quali- dade nas quatro áreas do conhecimento: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, tanto na modalidade presencial quanto a distância. Além da qualidade de ensino já comprovada pelo MEC, que coloca todas as unidades do Grupo Multivix como parte do seleto grupo das Institu- ições de Ensino Superior de excelência no Brasil, contando com sete unidades do Grupo entre as 100 melhores do País, a Multivix preocupa-se bastante com o contexto da realidade local e com o desenvolvimento do país. E para isso, procura fazer a sua parte, investindo em projetos sociais, ambientais e na promoção de oportuni- dades para os que sonham em fazer uma facul- dade de qualidade mas que precisam superar alguns obstáculos. Buscamos a cada dia cumprir nossa missão que é: “Formar profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho, com elevado padrão de qualidade, sempre man- tendo a credibilidade, segurança e moderni- dade, visando à satisfação dos clientes e colaboradores.” Entendemos que a educação de qualidade sempre foi a melhor resposta para um país crescer. Para a Multivix, educar é mais que ensinar. É transformar o mundo à sua volta. Seja bem-vindo! SUMÁRIO CONCEITO DE MEIO AMBIENTE 7 1.1 NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO DA NATUREZA 7 1.2 NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO ECOLÓGICA 8 1.3 BIOSFERA 10 1.4 COMPONENTES DOS ECOSSITEMAS 11 1.4.1 COMPONENTES BIÓTICOS 12 1.4.2 COMPONENTES ABIÓTICOS 14 1.5 RESUMO 16 CONCEITO DE BIODIVERSIDADE 18 2.1 RIQUEZA DE ESPÉCIES 20 2.2 MEGADIVERSIDADE E HOT SPOTS 22 2.3 RESUMO 24 EXTINÇÃO DE ESPÉCIES 25 3.1 TIPOS DE EXTINÇÃO 25 3.2 O PROBLEMA DAS PEQUENAS POPULAÇÕES 26 3.3 O VALOR DOS RECURSOS NATURAIS 26 3.4 LISTA DE ESPÉCIES AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO. 28 3.5 RESUMO 29 DEFINIÇÃO DE FAUNA SILVESTRE 31 4.1 DESDOBRAMENTOS DO TERMO FAUNA E SUAS DEFINIÇÕESS 31 4.1.1 DIVERSIDADE DA FAUNA SILVESTRE BRASILEIRA 33 4.2 CLASSIFICAÇÃO BIOLÓGICA DA FAUNA 33 4.2.1 ZOOLOGIA DA FAUNA 34 4.2.2 NOMENCLATURA 35 4.3 IMPORTÂNCIA DA FAUNA SILVESTRE 35 4.4 RESUMO 36 MANEJO DA FAUNA SILVESTRE 37 5.1 DIFERENÇA ENTRE OS DOIS TIPOS DE MANEJO 37 5.2 TÓPICOS RELEVANTES AO MANEJO DA FAUNA SILVESTRE 38 5.2.1 O HÁBITAT E A FAUNA 38 5.2.2 LEVANTAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DA FAUNA SILVESTRE 39 5.2.3 OBJETIVOS DO MANEJO 40 5.3 RESUMO 41 REFERÊNCIAS 43 1 2 3 4 5 6 76 BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE ICONOGRAFIA ATENÇÃO PARA SABER SAIBA MAIS ONDE PESQUISAR DICAS LEITURA COMPLEMENTAR GLOSSÁRIO ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM CURIOSIDADES QUESTÕES ÁUDIOSMÍDIAS INTEGRADAS ANOTAÇÕES EXEMPLOS CITAÇÕES DOWNLOADS 1 CONCEITO DE MEIO AMBIENTE Entende-se por meio ambiente “tudo” que está a nossa volta e que proporciona condição e recursos para a existência da vida, como: oxigênio, água na forma líquida, temperatura, pH, etc. Sem estes fatores seria impossível a existência de todas as for- mas de vida no planeta. Assim, podemos concluir que no meio ambiente é onde se desenvolve a vida de um organismo. Desta forma, podemos afirmar que o Meio ambiente ou ambiente inclui elementos do clima; do solo; da água e de organismos. 1.1 NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO DA NATUREZA A unidade básica de estudo da biologia é a célula. Uma célula vai se unindo a outras e formando os tecidos, tecidos se unem para formar os órgãos e estes se unem para formar os sistemas biológicos e um conjunto de sistemas biológicos forma um indi- víduo ou um organismo. Este último (organismo) é a base de estudo ou a unidade básica por onde partem os estudos da ecologia. Observe a figura 1 abaixo extraída de Odum, 1976: MATÉRIA Genes Células Órgão Organismo Populações Comunidades Sistemas Genéticos Sistemas Celulares Sistemas de Orgãos Sistemas Organismos Sistemas de Populações Ecossistemas ENERGIA 98 BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE A ecologia se preocupa com a parte direita da figura, ou seja, com o estudo dos organismos até os ecossistemas. Os outros constituintes são estudados em outros ramos da biologia comobiologia celular e molec- ular, histologia, fisiologia e genética. Fatores bióticos = animais e plantas; e fatores abióticos = químicos: oxigê- nio, carbono, nitrogênio, fósforo, etc. e físicos: água, ar, solo, temperatura, etc. Estes elementos se inter-relacionam de maneira estreita, uma vez que compostos como O2, CO2 e H2O estão em constante fluxo entre os seres vivos e o ambiente a sua volta. 1.2 NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO ECOLÓGICA Como vimos a unidade básica do estudo da ecologia é o indivíduo ou uma espécie, que pode ser definida como: Todos os seres vivos de um mesmo grupo que são capazes de se reproduzirem, produzindo descendentes férteis, pertencem a uma mesma espécie. Um grupo de indivíduos da mesma espécie que vivem juntos em uma dada área é chamado de população. O conjunto de duas ou, em geral, várias populações que vivem numa dada área e interagem com o meio ambiente é chamado de comunidade. Uma comunidade è também chamada de BIOCENOSE. Para sobreviver, a biocenose depende de fatores não vivos ou Abióticos, representa- dos pelos componentes físicos e químicos do ambiente em seu conjunto BIÓTOPO (Grego: bios, vida e topos, lugar). O Ecossistema é definido como a inter-relação dos seres vivos (Biocenose) com o seu ambiente físico e químico, o biótopo. Ou seja, o conjunto formado pelos fatores bió- ticos (seres vivos) e os fatores abióticos (não vivos – físico e químico). ODUM (1988) chama sistema ecológico ou ecossistema, qualquer unidade que abranja todos os organismos que funcionam em conjunto (= comunidade biótica) numa dada área interagindo com o ambiente físico de tal forma que um fluxo de energia produza estruturas bióticas, claramente, definidas e, uma ciclagem de mate- riais entre as partes vivas e não-vivas. Em um ecossistema, cada espécie possui seu hábitat e seu nicho ecológico. O HABITAT pode ser definido como o lugar, ou posicionamento físico, no qual o organismo vive. EX: o habitat de um peixe é a água; de uma minhoca é o solo. Já o NICHO ECOLÓGICO, pode ser definido como a localização e função de um or- ganismo num ecossistema. EX: Predador, herbívoro, carnívoro, etc. Nicho ecológico - inclui o espaço físico ocupado por um organismo (habitat) e o seu papel funcional na comunidade. Exemplo: a cutia e a onça podem ser encontradas na mata Atlântica; possuem, então, o mesmo hábitat. No entanto, os nichos ecológicos desses animais são diferentes. A cutia é herbívora, alimentando-se de frutos, sementes e folhas; abriga-se em tocas ou em tocos de árvores e serve de alimento para animais diversos, como a própria onça. Já a onça é carnívora, alimenta-se de animais diversos, como cobras e macacos, e não vive em tocas. Como se vê, cutias e onças têm modos de vida diferentes, isto é, desempenham di- ferentes atividades dentro de um mesmo ecossistema. Logo, o nicho ecológico da cutia é diferente do nicho ecológico da onça. 1110 BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE 1.3 BIOSFERA Biosfera significa “esfera da vida” e é a única região da terra onde é possível existir vida. Imagine uma maça, a casca da maça corresponde a biosfera. A biosfera é assim tão fina porque os seres vivos precisam de água líquida e só podem sobreviver dentro de uma determinada faixa de temperatura. Isto significa que a estratosfera e o núcleo planetário são áreas fora deste limite. Embora a palavra biosfera nos leve a pensar em uma camada contínua de regiões propícias a vida em torno da terra, isso não é verdade, a espessura da biosfera é um tanto irregular, devido ao fato de haver local onde a vida é escassa ou mesmo inexis- tente, por exemplo, a crosta terrestre que devido ao seu calor limita a existência da vida. Em algumas regiões podemos encontrar bactérias sobrevivendo a uma profun- didade de 3 km no subsolo e em outras estes microrganismos conseguem sobreviver até a uma profundidade de 7 km. E, no outro extremo podemos ter aves de rapinas sobrevivendo a alta altitude e em outras regiões os organismos se dispersam em altitudes menores. Cume das montanhas mais altas. Aproximadamente 8.800m de altitude limite de voo de algumas aves 10.000 m 10.000 m de altitude 3.000 m de profundidade 2.000 m de profundidade 10.000 m de profundidade Fosa abissal: aproximadamente 10.000 m Atenção – Destaque de parte importante do conteúdo apresentado. População Comunidade Biosfera Ecossistema A RELAÇÃO DA POPULAÇÃO COM A A COMUNIDADE E DESTA COM O ECOSSISTEMA E A BIOSFERA. 1.4 COMPONENTES DOS ECOSSITEMAS Todo ecossistema apresenta componentes bióticos representados pelos seres vivos, e abióticos, representados pelas condições químicas e físicas do meio. 1312 BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE 1.4.1 COMPONENTES BIÓTICOS Do ponto de vista de estrutura trófica (de trophe = nutrição), um ecossistema apre- senta dois estratos: Estrato Autotrófico (i. é, auto-alimentdor) superior, ou “faixa verde” em sua maioria, os seres autotróficos fazem fotossíntese (fixam energia luminosa e a utilizam junto com substância orgânica simples , constroem substâncias orgânicas complexas e liberam oxigênio para o sistema). Alguns poucos seres autotróficos fazem quimiossíntese, por ex. algumas bactérias, que obtêm energia sua sobrevivência através de reações químicas inorgânicas. Estrato Heterotrófico (i.é. alimentador de outro) inferior ou “faixa marrom” Seres que necessitam obter alimento de outros seres vivos ou de seus produtos. São subdivididos em biófagos, organismos que consomem outros organismos vivos (herbívoros e carnívoros), e saprófagos, organismos que se alimentam de matéria orgânica morta. Uma das característica universais de todo ecossistema é a interação dos componen- tes autotróficos e heterotróficos. Existem 3 componentes vivos que podem ser considerados os três reinos funcionais da natureza, pois se baseiam no tipo de nutrição (Herbívoros, carnívoros e saprofíti- cos) e na fonte de energia usados (Produtores, Consumidores e ou Decompositores). CADEIA ALIMENTAR Em um ecossistema, uma determinada sequência de alimentação é denominada Cadeia Alimentar. Os seres autótrofos produzem toda a matéria orgânica consumida como alimento pelos heterótrofos: Os primeiros são chamados PRODUTORES, e os segundos, CONSUMIDORES. Em um ecossistema de campo, por exemplo: Capim Produtores; Gafanhotos (ali- mentam-se de capim) Consumidor primário; Pássaros (se alimentam dos gafanho- tos) Consumidores secundários; Cobras (se alimentam de pássaros) Consumido- res terceários, e assim por diante. Ao morrer, tanto produtores quanto consumidores servem de alimento a certos tipos de fungos e bactérias, que decompõe a matéria orgânica dos cadáveres para obter energia , e por isso, são chamados DECOMPOSITORES. CAPIM GAFANHOTO COBRA GAVIÃO É importante observar a colocação das setas ao descrever uma cadeia alimentar graficamente, a ponta da seta obrigatoriamente deve estar indicando o organismo que se alimentou do elo ou nível anterior. No exemplo acima a ponta da seta indicando o gafanhoto nos fornece a lei- tura de que o gafanhoto se alimentou do capim. É importante salientar também que para a cadeia ficar completa todos os elos ou níveis tróficos devem ser ligados aos decompositores. FORMA DE DESCREVER GRAFICAMENTE UMA CADEIA ALIMENTAR. Predadores São os consumidores do mais elevado nível trófico de uma cadeia e que se alimentam de presas vivas. Na figura acima são considerados predadores a onça e o jacaré ou organismos de topo de cadeia. As relações alimentares de um ecossistema, se observadas em conjunto, forma um complexo esquema, a teia ou rede alimentar. Que representa a união de várias ca- deias alimentares em um ecossistema. 1514 BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE QUAL A IMPORTÂNCIA DE SE CONHECER AS CADEIAS ALIMENTARES? Uso natural de animais ou plantasque possam controlar ou equilibrar o ecossistema de forma a evitar o uso de pesticidas e quaisquer outras formas artificiais que pos- sam desequilibrar em longo prazo o ambiente, ou ainda, provocar sérias reações nos animais e até os seres humanos que ali habitam. Exemplos de controle biológico: • peixes no controle da esquistossomose; • peixes no controle de larvas de Aedes aegypti ; • bactérias e vírus no controle de pragas e insetos 1.4.2 COMPONENTES ABIÓTICOS Os componentes abióticos de um ecossistema são representados por fatores físi- cos, como luminosidade, temperatura, ventos, umidade, etc., e por fatores químicos, como a quantidade relativa dos diversos elementos químicos presentes na água e no solo. O MEIO AMBIENTE FÍSICO Limita a existência dos organismos no ecossistema (condição de sobrevivência) Interfere na quantidade de recursos disponíveis para a sobrevivência. CONDIÇÃO RECURSO Temperatura PH Salinidade Poluentes Luz Co2 Água Nutrientes minerais O2 Organismo Espaço Alguns componentes podem ser recurso, mas ao aumentar ou diminuir alguns níveis podem vir a se tornar condição --> Fator Limitante Cada ser vivo apresenta em face dos diversos fatores ecológicos limites de tolerância entre s quais se situa seu ótimo fisiológico. ZONA ÓTIMA LIMITE DE TOLERÂNCIA DA ESPÉCIE MÍNIMO ÓTIMO INTENSIDADE DO FATOR ECOLÓGICO MÁXIMO ES PÉ CI E A U SE N TE ES PÉ CI E A U SE N TE ES PÉ CI E R A R A ES PÉ CI E R A R A ESQUEMA DE LIMITES DE TOLERÂNCIA DE UMA ESPÉCIE Fonte: RICKLEFS, 1996 Limites de tolerância: os organismos desenvolvem vários mecanismos em resposta à necessidade de ajustar-se aos vários fatores ambientais proeminentes ou melhor desenvolvem aadaptação aos ambiente. Exemplos: Temperatura: endotermia; ectotermia, hibernação, etc Balanço de sal e água 1716 BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE Organismos marinhos --> ambiente interno hipotônico --> elimimam sais ativamente Organismos de água doce --> são hipertônicos --> retém sais enquanto a água se difunde pelo seu corpo Organismos terrestres --> minimizam perda de água concentrando sais e rejeitos nitrogenados na urina. Fatores Químicos Certos elementos químicos devem estar presentes na água e no solo para garantir a sobrevivência dos seres vivos. Os organismos necessitam obter do meio diversos elementos químicos --> Fósforo = fabricação do ATP e DNA; Fe = hemoglobina; Mg = clorofila. 1.5 RESUMO NÍVEL TRÓFICO: Posição do organismo numa cadeia alimentar. PLANTA 1º NÍVEL TRÓNICO PRODUTOR 2º NÍVEL TRÓNICO CONSUMIDOR 1º 3º NÍVEL TRÓNICO CONSUMIDOR 2º HERBÍVORO CARNÍVORO Produtores: autótrofos: • Fotossíntese • Quimiossíntese Consumidores: heterótrofos: • Herbívoros (se alimentam de vegetais) • Carnívoros (se alimentam de animais) • Onívoros (se alimentam de vegetais e plantas) Decompositores: saprófagos: fungos e bactérias 1918 BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE 2 CONCEITO DE BIODIVERSIDADE Segundo o dicionário Aurélio o conceito etimológico de biodiversidade ou diversi- dade de espécies refere-se à “variedade de espécies de organismos vivos de uma determinada comunidade, habitat ou região;” Mas seu significado biológico deve ir mais além devido a complexidade do assunto e a necessidade de preservação deste patrimônio genético tão importante, desta forma, podemos distinguir 3 níveis de diversidade biológica: 1. Nível de espécie – inclui toda a gama de organismos vivos da terra, desde bactérias e protistas até reinos multicelulares de vegetais, animais e fungos. Uma espécie pode ser definida por 2 modos : morfológico e biológico. O primeiro, morfológico, classifica as espécies de acordo com suas características morfológicas semelhantes e o segundo, biológico, considera que animais da mesma espécie são aqueles que se reconhecem do ponto de vista sexual, reproduzem e deixam descen- dentes férteis. Sua diversidade representa o alcance das adaptações evolucionárias e ecológicas das Sp em determinados ambientes A diversidade de Sp fornece recursos e alternativas de recursos à humanidade. EX: Descrição da Biodiversidade amazônica- total presumido na floresta: - 300 espécies de mamíferos - 950 espécies de pássaros - 2.500 espécies de peixes - 30.000.000 de invertebrados - 100 variedades de anfíbios 2. Nível de variação genética – dentre as espécies, tanto entre as populações separa- das geograficamente como entre os indivíduos de uma mesma população. O conjunto de genes e alelos de uma população é denominado Pool genético, en- quanto que a combinação de alelos que um indivíduo possui é determinado de Genó- tipo. O fenótipo de um indivíduo representa a interação do genótipo com o ambiente. Desta forma, quando uma população de determinada Sp. se extingue ela leva consigo genes únicos que são a reserva adaptativa da sp. diante de mudanças ambientais. A importância deste nível do ponto de vista biológico está relacionado a capacidade adaptativa das espécies ao ambiente e a produção de substâncias que poderão ser usados na farmacologia, cosméticos , alimentação, etc. Os produtores rurais e os criadores de animais, bem como industrias farmacológicas, se beneficiam dessa variação genética para conseguir produção rentável e espécies cultivadas resistentes às pragas, como o trigo, o milho, gado e aves. Para ilustrar a importância deste nível, de todas as drogas prescritas nos EUA, mais de 25% contêm substâncias ativas derivadas de plantas de florestas tropicais, sendo que o Instituto Nacional do câncer dos EUA identificou cerca de 2.000 espécies, oriundas de florestas tropicais, com potencialidade para tratamento do câncer. Populações indígenas amazônicas dominam conhecimento sobre 1.300 plantas com princípios ativos característicos de antibióticos, narcóticos, abortivos, anticon- cepcionais, antidiarreicos, anticoagulantes, fungicidas, anestésicos, antiviróticos e re- laxantes musculares. Destes, 90 já são usadas comercialmente. . 3. Nível de comunidades e ecossitemas – engloba a variedade de hábitats, comuni- dades e ecossitemas de uma região, bem como as interações entre os indivíduos e entre estes com o meio ambiente, A Comunidade biológica é definida pelas espécies que ocupam uma determinada localidade (nicho/hábitat) e as interações entre estas espécies (competição, preda- ção, parasitismo e mutualismo). Uma comunidade juntamente com seu ambiente físico é chamada de Ecossistema Uma comunidade também interage com o seu ambiente físico através de processos de troca de energia (nível trófico) e de elemen- tos , como a fotossíntese, cadeia alimentar, a respiração e os ciclos biogeoquímicos Todas estas interações são componentes importantes da Biodiversidade, pque re- presentam a reposta coletiva das espécies às diferentes condições ambientais. Co- munidades biológicas encontradas em desertos, pastagens, pântanos e florestas dão 2120 BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE continuidade ao funcionamento apropriado de ecossistemas, fornecendo serviços benéficos tais como controle de enchentes, proteção do solo contra erosão e filtra- gem do ar e da água. A correta conceituação da biodiversidade é tão importante que em 1992 durante o Encontro da ONU sobre o Meio ambiente realizado no Rio de Janeiro (Rio +) e que contou com a participação de 175 países, foi criada uma comissão para debater este assunto e desenvolver uma definição para o termo que englobasse todos os seus ní- veis. Desta forma a definição de biodiversidade ficou da seguinte forma: “Variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre ou- tros, ecossistemas terrestres, marinhos, e outros ecossistemas aquáticos e as intera- ções ecológicas das quais fazem parte; compreendendo ainda , a diversidade dentro de cada espécie, entre as espécies e ecossistema” que constado Artigo 2 da Conven- ção sobre Diversidade Biológica, de 1992. A convenção estabeleceu ainda, um conjunto de medidas a serem adotadas pelos países para conservar sua diversidade biológica e a partir destas medidas o Brasil De- senvolveu a legislação federal sobre biodiversidade e, desta forma, nosso patrimônio biológico ganhou mais formas de proteção. 2.1 RIQUEZA DE ESPÉCIES O primeiro componente ou nível da diversidade é o número de espécies, também chamado “Riqueza de Espécies” ( S ) derivado do Inglês “Species Number “ Você já parou para pensar em quantas espécies de seres vivos existem no planeta? Segundo o Manual Global de ecologia, já foram identificadas em torno de 1,4 mi- lhões de espécies em todo o planeta, mas estima-se que existam mais de 30 milhões de espécies no planeta, ou seja, conhecemos uma mínima parte. E ainda, Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), mais de 25 % desse total conhecido corre sério risco de extinção até a metade deste século, ou seja, muitas espécies já desapareceram e, consequentemente, a possibilidade de cura de diversas doenças. NÚMERO APROXIMADO DE ESPÉCIES CONHECIDAS POR GRUPO Fonte: Disponível em Martins, 1985. O BRASIL possui uma extenso território, com uma área de 8,5 Milhões de Km2 , e, ao longo deste território e ainda devido a sua localização no globo terrestre, possui várias Zonas Climáticas : Tropical Úmido ao N, Semiárido no NO e Temperado no S. Estas Diferenças climáticas contribuem para a formação das diferentes áreas Bio- geográficas ou Biomas brasileiros : Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Cerrado, Ca- atinga, Pantanal ,mata de araucária, campos sulinos, além dos diversos ecossitemas marinhos e lacustres. As principais regiões ecológicas e fisiográficas da América do Sul são mostradas neste mapa. - Regiões temperadas: linhas cruzadas; - Florestas tropicais amazônica e atlântica: li- nhas inclinadas; - Regiões não florestais tropicais e subtropi- cais: - linhas horizontais com savanas em preto; - Montanhas: pontilhado. 2322 BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE A Variedade de Biomas seria a explicação para a grande riqueza de espécies da fau- na e flora brasileiros. Este padrão de distribuição das espécies pode ser percebido ao longo de todo o planeta, por exemplo: Um viajante que percorrer os 5 mil quilômetros que separam o Alasca da costa atlântica do Canadá vai encontrar pequena diversidade de vida nas enormes extensões de florestas temperadas pelas quais passará. Se for atento poderá registrar no máximo 200 espécies de vegetais, com cerca de apenas dez variedades por hectare. Se, em seguida, esta mesma pessoa percorrer alguns pou- cos quilômetros de uma floresta tropical, ficará surpresa com a mudança radical na exuberância e com a diversidade de espécies. São mais de 600 espécies por hectare, com até 400 tipos diferentes de árvores. Das 250 mil espécies de vegetais superiores conhecidas da ciência, 90 mil encontram-se na América Latina tropical, 30 mil nas zonas tropicais da África e 35 mil nas da Ásia. Ou seja, quanto mais heterogênio for o ambiente, com grande variedade de diferentes habitats, maior será a sua riqueza de espécies e, ao contrário, quanto mais homogêneo for o ambiente, com um menor fornecimento de diferentes habitats, menor a riqueza de espécies do local ou região. As Regiões Tropicais apresentam uma maior diversidade de espécies que as Regi- ões Temperadas, por Exemplo, uma única planta leguminosa da Floresta amazônica apresenta 43 espécies diferentes de formigas, de 26 Gêneros, estes números corres- pondem a fauna inteira das Ilhas Britânicas. 2.2 MEGADIVERSIDADE E HOT SPOTS Megadiversidade é o termo usado para designar os países mais ricos em biodiversi- dade ou Riqueza de espécies do mundo. . O número de plantas endêmicas – aquelas que só existem no país e em nenhum outro lugar – é o critério principal para que ele seja considerado ‘de Megadiversidade’. Outros critérios são o número de espécies endêmicas em geral e o número total de mamíferos, pássaros, répteis e anfíbios. Os 17 países megadiversos estão distribuídos em quatro continentes. A maioria de- les está nas Américas, com as maiores áreas de hábitats naturais intactos: Brasil, Co- lômbia, México, Venezuela, Equador, Peru e Estados Unidos. Os demais são a África do Sul, Madagascar, República Democrática do Congo (ex-Zaire), Indonésia, China, Papua Nova Guiné, Índia, Malásia, Filipinas e Austrália. Campeão absoluto de biodiversidade terrestre, o Brasil reúne quase 12% de toda a vida natural do planeta. Concentra 55 mil espécies de plantas superiores (22% de to- das as que existem no mundo), muitas delas endêmicas; 524 espécies de mamíferos; mais de 3 mil espécies de peixes de água doce; entre 10 e 15 milhões de insetos (a grande maioria ainda por ser descrita); e mais de 70 espécies de psitacídeos: araras, papagaios e periquitos. LOCALIZAÇÃO DOS PAÍSES DA MEGADIVERSIDADE NO PLANETA O Brasil é ainda o país com a maior taxa de endemismo do planeta, com os seguin- tes números de endemismo/grupo: 68 espécies de Mamíferos, 191 espécies de aves, 172 espécies de répteis e 294 espécies de anfíbios. O termo Hotspot é usado para denominar toda área prioritária para conservação, isto é, de rica biodiversidade e ameaçada no mais alto grau. É considerada Hotspot uma área com pelo menos 1.500 espécies endêmicas de plantas e que tenha perdido mais de 3/4 de sua vegetação original. O Brasil possui dentro de suas fronteiras dois dos 19 Hotspots: a região da floresta Atlântica, entre os cinco primeiros da lista, e o complexo Cerrado-Pantanal. 2524 BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE HOTSPOTS MUNDIAIS 2.3 RESUMO O conceito de biodiversidade ou diversidade biológica , deve representar a totalida- de de genes, espécies e ecossitemas de uma região. Já a riqueza de espécies refere- -se à abundância numérica de espécies de uma determinada área geográfica, região ou comunidade. Ela é descrita com a letra S , derivada do inglês Specie Number. Megadiversidade é o termo usado para designar os países mais ricos em biodiversi- dade ou Riqueza de espécies do mundo. O conceito Hotspot foi criado em 1988 pelo ecólogo inglês Norman Myers para resolver um dos maiores dilemas dos conserva- cionistas: quais as áreas mais importantes para preservar a biodiversidade na Terra? Neste contexto, Hotspot é, portanto, toda área prioritária para conservação, isto é, de rica biodiversidade e ameaçada no mais alto grau. 3 EXTINÇÃO DE ESPÉCIES Extinção é o desaparecimento de todos os indivíduos de uma determinada espécie. Se indivíduos de uma população permanecem vivos apenas em cativeiro, ou em qualquer outra situação controlada pelo homem, a espécie é considerada extinta também. EX: Ararinha azul (Cyanopsitta spixii) e o Pau-Brasil Podemos classificar o modo como a extinção acontece de duas maneiras: 1. uma maneira natural, advinda de fenômenos catastróficos da própria natureza, como vulcanismo, glaciação, desertificação etc, 2. uma segunda maneira seria artificial, especialmente relacionada a maneira como o homem lida diariamente com a natureza. 3.1 TIPOS DE EXTINÇÃO GLOBAL – espécie extinta em todo o globo terrestre Ex: Cavalos selvagens da Ásia e Malásia LOCAL – espécie não é encontrada na área que habitou anteriormente; EX: Pacas (Agouti paca) , lobo guará (Chrysocyon brachyurus), etc. ECOLÓGICA – espécie permanece em nº tão reduzido que seus efeitos sobre outras espécies de sua comunidade é quase imperceptíveis. EX: Ariranha (Pteronura brasiliensis): a diminuição do numero de indivíduos desta espécie causou o aumento da população de piranhas nos rios amazônicos, uma vez que com número reduzido, as ariranhas não conseguiam mais desenvolver seu papel de predador das piranhas e, consequentemente, promover o controle biológico das piranhas. 2726BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE 3.2 O PROBLEMA DAS PEQUENAS POPULAÇÕES Quando as populações são reduzidas até seu nº crítico de espécies, elas tendem a se extingui, determinadas espécies podem sobreviver por anos ou décadas, e até mesmo reproduzir-se, mas seu destino final será a extinção , estas espécies são de- nominadas de “Mortos vivos”.devido a perda da variabilidade genética – variabilidade genética é importante porque permite que as populações se adaptem a um am- biente em transformação Populações pequenas são susceptíveis a ação da deriva genética, que remove alea- toriamente uma % grande de alelos raros o que as impede de adaptar a novos am- bientes o que causa as sua extinção pois assim, tornam-se mais susceptíveis a efeitos genéticos deletérios como: Depressão endogâmica, perda de flexibilidade evolucio- nária e depressão exogâmica. Esses fatores podem contribuir para um declínio no tamanho da população e para uma maior probabilidade de extinção. Depressão endogâmica ou endogamia: diminuição da variabilidade genética dentro de uma população; perda de flexibilidade evolucionária se deve a ausência de genes diferentes na população e que impede sua adaptação a ambientes em modificação. depressão exogâmica, perda da barreira reprodutiva entre espécies diferentes, que reproduzem e geram híbridos. 3.3 O VALOR DOS RECURSOS NATURAIS Todas as mercadorias têm valor econômico e seu preço é fixado pelos mercados. Os recursos da biodiversidade não são mercadorias, desta forma, o mercado não lhes atribui preço. Mas, os recursos naturais constituem-se ativos essenciais à preservação da vida de todos os seres, desta forma, o conceito de valor, nesse contexto, merece considerável atenção. Os valores da biodiversidade podem ser divididos em dois: Valores diretos: relacionados aos produtos obtidos pelas pessoas = bens privados Valor de consumo – mercadorias que são consumidas internamente (lenha, alimen- to, água, ar, etc) Valor de produto – produtos extraídos do ambiente e que são vendidos no mercado nacional e internacional (peixe, marisco, castanha-do-pará, cupuaçu, madeira, medi- camentos, etc.) Valores Indiretos: benefícios atribuídos à biodiversidade , e que não implicam no uso ou destruição dos recursos = bens públicos Valores não consumistas – serviços ambientais, que não são consumidos pelo uso, fornecidos pela biodiversidade (qualidade da água, proteção dos solos, sustentabi- lidade biológica, filtragem do ar, controle climático, recreação, ecoturismo, subsídio educacional e científico, etc. Valor de Opção – capacidade potencial de uma espécie de fornecer um benefício econômico à sociedade humana em algum momento futuro (controle biológico de pragas, indústria farmacêutica, produção animal, etc) Valor de existência: compreender que as espécies existem independente de serem úteis a espécie humana. A percepção da dependência vital do homem em relação à natureza torna prioritá- rio o entendimento de que a capacidade da natureza de sustentar a vida e fornecer os recursos e serviços solicitados pelo homem é finita. MODELO SISTÊMICO DE RECURSOS NATURAIS MEIO AMBIENTE RECURSOS NATURAIS ORGANIZAÇÃO PROCESSAMENTO DESEJOS SATISFAÇÃO SOCIEDADE DESEJOS PRODUTOS FEEDBACK FEEDBACK 2928 BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE GESTÃO AMBIENTAL ÉTICA DO MEIO AMBIENTE FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS EMBIENTAIS O tripé meio ambiente-organização-sociedade forma a cadeia de consumo, onde o primeiro atua como fornecedor de materiais, a Segunda, como processadora de matéria-prima e a terceira como consumidora de bens/serviços. Nesse ponto, as po- líticas públicas ambientais exercem fundamental importância, a fim de manter toda a rede de suprimentos em equilíbrio e, consequentemente a entropia ambiental Políticas públicas ambientais = Proteção Legal e Acordos Internacionais 3.4 LISTA DE ESPÉCIES AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO. A UICN – União Mundial para a Conservação – estabeleceu a seguinte classificação de espécies com a finalidade de preservação das espécies raras : 1. EXTINTAS 2. EM PERIGO 3. VULNERÁVEIS 4. RARAS 5. INSUFICIENTEMENTE CONHECIDAS Mace e Lande, (1991) propuseram um sistema em três níveis de classificação basea- do na probabilidade de extinção: 1. Espécies críticas - 50% ou mais de probabilidade de extinção dentro de 5 anos ou 2 gerações 2. Espécies ameaçadas – 20 a 50% de probabilidade de extinção dentro de 20 anos ou 10 gerações. 3. Espécies vulneráveis – 10 a 20% de probabilidade de extinção dentro de 100 anos No dia 22 de maio de 2003, foi apresentada pelo MMA, a nova Lista das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção Dois fatos devem ser notados: 1. A quantidade de animais listados, comparados com a lista anterior, publicada pelo IBAMA em 1989, foi de 219 para 394 animais. 2. Mais uma vez os peixes e invertebrados aquáticos ficaram fora da lista. No Brasil conhecemos bem alguns exemplos, como os micos-leões, tatus, veados, tamanduás, peixes-boi, preguiças, lobos-guará, onças, jaguatiricas, baleias, antas, pa- pagaios, araras, gaviões, macucos, tartarugas, jacarés. Em outros continentes as listas também são extensas, incluindo por exemplo: urso-polar, leopardo, orangotando, gorila, tigres, panda, rinoceronte, elefante indiano, koala, golfinhos, baleias, ursos, grou, águias, condor, pinguins, gaivotas, tubarões, tartarugas, etc. Todos esses exemplos são apenas de vertebrados, animais maiores e por várias razões mais ligados ao nosso interesse direto, por isso mesmo mais conhecidos. O que dizer então das espécies de invertebrados, de vegetais, de microrganismos? Não podemos esquecer que eles são a grande maioria das espécies do planeta, tendo os vertebra- dos apenas cerca de 50 mil espécies atuais. 3.5 RESUMO Extinção é o desaparecimento de todos os indivíduos de uma determinada espé- cie. Ela pode ocorrer devido a evento natural, advinda de fenômenos catastróficos da própria natureza, como vulcanismo, glaciação, desertificação etc, ou de forma artificial, especialmente relacionada a maneira como o homem lida diariamente com a natureza. Esta última pode ser classificada como global, local ou ecológica As pequenas populações são mais susceptíveis ao processo de extinção devido ao retrocurzamento ou cruzamento parental e a ação da deriva genética que dimi- 3130 BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE nui consideravelmente a capacidade destas espécies se adaptarem a ambientes em transformação. Os recursos da biodiversidade não são mercadorias, desta forma, o mercado não lhes atribui preço. Mas, os recursos naturais constituem-se ativos essenciais à preservação da vida de todos os seres, desta forma, o conceito de valor, nesse contexto, merece considerável atenção. 4 DEFINIÇÃO DE FAUNA SILVESTRE Nos termos da lei 5.197/67, Lei de Proteção a Fauna, entende-se por fauna silvestre: “os animais de quaisquer espécies, em qualquer fase do seu desenvolvimento que vivem naturalmente fora do cativeiro”. E de acordo com a lei 9.605/98, Lei de Crimes Ambientais, no seu art. 29, §3º: “são espécimes da fauna silvestre todos aqueles pertencentes às espécies nativas, mi- gratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro, ou em águas jurisdicionais brasileiras”. A segunda classificação é a mais utilizada, uma vez que amplia as possibilidades de proteção das espécies, mesmo que estas passem apenas parte do seu ciclo de vida no território brasileiro (espécies migratórias por exemplo). 4.1 DESDOBRAMENTOS DO TERMO FAUNA E SUAS DEFINIÇÕESS Animais de estimação: todos aqueles animais pertencentes as espécies da fauna sil- vestre, exótica, doméstica ou domesticada mantidos em cativeiro pelo homem para entretenimento próprio, sem propósito deabate e reprodução. Exemplos: cachorros, gatos, coelhos, ferrets, hamsters, canários, periquitos, papa- gaios, entre outros. Animais domésticos: todos aqueles animais pertencentes as espécies que original- mente possuíam populações em vida livre e que acompanharam a evolução e o deslocamento da espécie humana pelo planeta e que por ela foram melhorados do ponto de vista genético e zootécnico ao ponto de viverem em estreita dependência ou interação com comunidades ou populações humanas. Os espécimes ou popula- ções silvestres dessas espécies podem ainda permanecer em vida livre. 3332 BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE Exemplos: gatos, cachorros, cavalos, bois, búfalos, porcos, galinhas, patos, marrecos, pombos, perus, avestruzes, codornas-chinesa, perdizes-chucar, canários-belga, peri- quitos--australiano, abelhas-européia, minhocas, escargots, manons, mandarins, aga- pornis, entre outros. > Poderão ser controlados sob a supervisão do IBAMA, caso seja verificado que, quan- do em vida livre, podem causar danos à fauna silvestre e ao ecossistemas. O controle se dará através das Secretarias e Delegacias vinculados ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ou Secretarias Estaduais e Municipais de Agricultura e as Gerências de Controle de Zoonoses, vinculadas ao Ministério da Saúde ou Secretarias Estaduais da Saúde. Animais domesticados: todos aqueles animais pertencentes às espécies silvestres ou exóticos, procedentes da natureza ou de cativeiro e que ainda não foram suficien- temente melhorados zootecnicamente ou geneticamente e que vivem sob a de- pendência do homem para o fornecimento de alimento, água, segurança e abrigo. As populações silvestres que deram origem aos espécimes ainda permanecem em condições estáveis de sobrevivência na natureza. Animais exóticos: todos aqueles animais pertencentes às espécies cuja distribui- ção geográfica não inclui o território brasileiro e que foram nele introduzidas pelo homem, inclusive as espécies domésticas, em estado asselvajado. Também são considerados exóticas as espécies que tenham sido introduzidas fora das fronteiras brasileiras e suas águas juridicionais e que tenham entrado espontaneamente em território brasileiro. Exemplos: leões, zebras, elefantes, ursos, ferrets, lebres-européia, javalis, crocodilos- -do-nilo, najas, pitons, esquilos-da-mongólia, tartatugas-japonesa, tartarugas-mor- dedora, tartarugas-tigre-d’água, cacatuas, araras-da-patagônia, escorpiões-do-Nilo, entre outros. Animais peçonhentos: todos aqueles animais pertencentes a fauna silvestre ou exó- tica que, além de possuir algum tipo de veneno, possui estruturas perfurantes como espinhos, dentes ou ferrões capazes de inoculá-lo em animais ou no homem. Exemplos: cobras, aranhas, escorpiões e lacraias Animais silvestres: todos aqueles animais pertencentes às espécies nativas, migra- tórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro, ou em águas ju- risdicionais brasileiras. Exemplos: micos, morcegos, quatis, onças, tamanduás, ema, papagaios, araras, canários-da-terra, ticos-tico, galos-da-campina, teiús, jibóias, jaca- rés, jabutis, tartarugas-da-amazônia, abelhas sem ferrão, vespas, borboletas, aranhas, entre outros. 4.1.1 DIVERSIDADE DA FAUNA SILVESTRE BRASILEIRA • 600 espécies de mamíferos, • 1622 de pássaros, • 468 de répteis e • 517 espécies de anfíbios. • 1500 espécies de peixes de água doce • 100 000 espécies de invertebrados A fauna brasileira é bastante rica em espécies exuberantes, que comportam um nú- mero de indivíduos relativamente pequeno e, ainda, muitos deles sendo endêmicos. Esses fatos indicam que se trata de uma fauna frágil, muito fácil de levar a extinção. Dada a influência preponderante da vegetação sobre a fauna, esta se distribui pelas províncias zoogeográficas, conforme a fitofisionomia e composição florística domi- nante nos respectivos territórios. 4.2 CLASSIFICAÇÃO BIOLÓGICA DA FAUNA Os seres vivos do nosso planeta dividem-se em dois grandes reinos: Reino Vegetal Reino Animal 3534 BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE A sistemática de classificação dos seres vivos é a seguinte: Reino Filos Superfilos Superclasses Classes Ordens Famílias Gêneros Espécies 4.2.1 ZOOLOGIA DA FAUNA Reino Animalia Filo Chordata Subfilo Vertebrata Superclasse Tetrapoda Classes Amphibia, Aves, Mammalia e Reptilia Com suas Ordens, Famílias, Gêneros e Espécies ANIMAIS SILVESTRES: - Entomofauna (insetos) - Ictiofauna (peixes) - Herpetofauna (anfíbios e répteis) - Avifauna (aves) - Mastofauna (mamíferos) 4.2.2 NOMENCLATURA Utilizando um nome genérico e um específico em latim, Lineu (1758) criou a sis- temática de nomenclatura binominal para nomear as espécies animais e vegetais, dando origem ao nome científico pelo qual as espécies são conhecidas mundial- mente. Funciona assim: Turdus rufiventris (Sabiá-laranjeira) :O primeiro nome (Turdus) é o do gênero. O segundo (rufiventris) é livre e representa alguma característica do animal, ou pode referir-se a um homenageado ou o local onde o animal foi descoberto. Os nomes populares são utilizados normalmente pelos leigos e variam muito de lo- cal para local para a mesma espécie, o que dificulta muitas vezes o reconhecimento. O ideal é fazer referência ao nome científico e o popular, ex: Turdus rufiventris, Sabiá-laranjeira. 4.3 IMPORTÂNCIA DA FAUNA SILVESTRE Como se sabe, a fauna tem importância fundamental, aliás, desde os primórdios das civilizações já se percebia a importância da fauna para o desenvolvimento da socie- dade humana. Observando as pinturas rupestres deixadas pelo ancestral hominídeo a milhares de anos, já podemos perceber como era marcante a presença e a depen- dência do homem com relação a fauna silvestre. - No equilíbrio dos ecossistemas em geral, pois muitos animais são vitais à exis- tência de muitas plantas, pois sendo agentes polinizadores, como no caso dos beija-flores, insetos como borboletas, besouros etc. auxiliam na reprodução das plantas. - muitos animais são dispersores de sementes que necessitam passar por seu trato intestinal para perder a dormência, como muitos mamíferos, sem contar que praticamente todos os animais são excelentes agentes adubadores. - também tem sua importância na cadeia alimentar. - São fonte de alimento 3736 BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE - Contribuem com o turismo, a educação e as pesquisas científicas. 4.4 RESUMO Animais silvestres são todos aqueles animais pertencentes às espécies nativas, mi- gratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro, ou em águas jurisdicionais brasileiras. A fauna brasileira é bastante rica em espécies exuberantes, que comportam um número de indivíduos relativamente pequeno e, ainda, muitos deles sendo endêmicos. Esses fatos indicam que se trata de uma fauna frágil, muito fácil de levar a extinção. A fauna tem importância fundamental, aliás, desde os pri- mórdios das civilizações, contribuindo para o equilíbrio ambiental do planeta através de seus papéis ecológicos de dispersão de sementes, adubação do solo, polinização de plantas e controle biológico. Mas também possui valores econômicos considerá- veis como fonte de alimento, desenvolvimento de turismo, pesquisa científica, pro- dução de medicamentos, etc. 5 MANEJO DA FAUNA SILVESTRE Manejar significa conduzir com as mãos, dirigir; é otipo de intervenção humana sus- tentável, que ocorre de forma ocasional ou sistemática, em cativeiro ou na natureza, visando manter, recuperar ou controlar populações silvestres, domésticas domesti- cadas ou asselvajadas para garantir a estabilidade dos ecossistemas, dos processos ecológicos ou dos sistemas produtivos (IBAMA). Portanto, todo manejo deve pressu- por conhecimento, controle e monitoramento. Segundo Ripley (1971) o objetivo geral do manejo da fauna visa atender, da melhor maneira possível, as necessidades das espécies animais bem como do próprio homem. Maneja-se a fauna quando se fornece alimento, abrigo para que as espécies possam reproduzir ou parir, quando se desloca uma espécie de um local para outro onde possa encontrar maior proteção, quando criamos animais silvestres em cativeiro, etc. O manejo da fauna pode ocorrer de duas formas básicas: ”IN SITU” e “EX SITU”. Para o primeiro caso, é importante levar-se em consideração as características do meio onde a espécie está inserida ou será introduzida ou reintroduzida e, nesse contexto, a qualidade dos habitats para determinadas espécies devem ser levado em conside- ração (relação habitat/fauna). No segundo caso, o conhecimento sobre o ambiente natural onde a espécie vivia e seu comportamento é de fundamental importância para que se possa mimetizar em cativeiro as características habitat natural da espé- cie e, dessa forma, obter garantias da manutenção do bem-estar animal. 5.1 DIFERENÇA ENTRE OS DOIS TIPOS DE MANEJO Para se efetuar o manejo da fauna “In SITU”, ou seja, no ambiente natural da espécie, deve-se considerar as relações ecológicas entre as espécies (competição, predador X presa, parasitismo, etc) e se necessário efetuar intervenção direta no controle popu- lacional das espécies (translocação, soltura, introdução ou reintrodução de espécies) ou nos atributos do habitat (‘água, vegetação, abrigos naturais, etc.); uma área para 3938 BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE manter a maior diversidade de espécies, ou para abrigar espécies ameaçadas, pode e deve ser manejada no sentido de enriquecer seu habitat com reflorestamentos, colocação de cochos para suplementação alimentar ou água, abrigos, ninhos, etc. O manejo “EX SITU”, fora do ambiente natural, é feito em Jardins Zoológicos e Cria- tórios. Essas entidades, quando bem administradas e com a participação de equipe técnica especializada, podem ser eficientes para a conservação de espécies. A legis- lação brasileira permite a criação de espécies silvestres com fins comerciais e, esse ramo, conhecido como manejo sustentável da fauna silvestre, vêm sendo responsá- veis por novos segmentos da economia aliado a conservação de espécies: peles dos jacarés do pantanal (Caiman crocodilus yacare) têm mais valor ao serem comercia- lizadas por criatórios do que as peles retiradas clandestinamente do Pantanal. Capi- varas (Hydrochaeris hydrochaeris), pacas (Agouti paca), catetos (Tayassu tajacu), entre outros, são espécies cuja criação tem se mostrado economicamente viável. 5.2 TÓPICOS RELEVANTES AO MANEJO DA FAUNA SILVESTRE 5.2.1 O HÁBITAT E A FAUNA As características do hábitat influenciam diretamente na dinâmica da fauna silves- tre, uma vez que é o local onde as espécies animais obtém alimento, água, abrigo, refúgio e parceiros reprodutivos indispensáveis para a sobrevivência das espécies. As características do meio ambiente mais importantes para o estudo e avaliação habitat/fauna são: a) Vegetação: alimento/abrigo/refúgio/dispersão de sementes b) Recursos hídricos: consumo/acasalamento/temperatura/alimento c) Topografia: influência climática d) Solo: substrato vegetal/abrigo e) Comunidade animal: relações entre si e com o ambiente f) Distúrbios antrópicos. Assumem importância maior aquelas características do meio passíveis de manipula- ção pelo homem : vegetação, cursos d’água, densidade populacional etc. 5.2.2 LEVANTAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DA FAUNA SILVESTRE O principal objetivo é, quando realizados em conjunto com a avaliação do hábitat, permitir o conhecimento do potencial qualitativo e quantitativo da área no que se refere ao recurso faunístico Levantamentos podem ser qualitativos ou quantitativos e são aplicados conforme os objetivos do plano de trabalho. a) Levantamentos qualitativos Identifica espécies da fauna silvestre que ocorrem em determinada área. Métodos diretos (Quando conseguimos visualizar o animal) I. Observação direta II. Restos Mortais III. Zoofonia IV. Captura Métodos Indiretos: (quando percebe-se sinal da presença do animal) I. Informações com moradores locais II. Sinais III. Restos alimentares IV. Marcas V. Odor VI. Abrigo 4140 BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE VII. Fragmento da cobertura do animal VIII. Conteúdo fecal ou estomacal de predadores b) Levantamentos quantitativos: Determinação ou estimação do nível populacional de uma ou mais espécies da fau- na silvestre em determinada área. Método de contagem direta dos animais: I. Mapeamento territorial II. Contagem de animais afugentados III. Censos temporais IV. Extermínio ou captura total V. Censo amostral por fotografia aérea VI. Contagem nas estradas Métodos que envolvem sinais dos animais: I. Contagens de trilhas e pegadas II. Ïndice auditivo III. Contagem de restos fecais 5.2.3 OBJETIVOS DO MANEJO Os objetivos do manejo faunístico são diversos e todos estão previstos em lei, regula- mentados por instrumentos jurídicos específicos ou gerais. Podemos citar: a. comercial b. científico c. conservação d. consumo próprio e. controle populacional f. concorrência com o tráfico g. testar alternativas econômicas Independente do tipo e finalidade do manejo, as técnicas envolvem a mesma tríade: homem/ambiente/animais e, todos são importantes para se chegar ao objetivo final do manejo e apresentam papel específico no processo . HOMEM: difusor da tecnologia, educação ambiental, interpretação ambiental e ações de fiscalização. AMBIENTE: manejo da vegetação (alimento, abrigo, refúgio, etc), diversificação do ambiente (estágios sucecionais), plantio de enriquecimento (aumentar a capacidade de sustentação. ANIMAIS: controle das populações (regulação de populações), captura e abate, cui- dados zootécnicos e veterinários (vacinação, alimentação balanceada, partos, cirur- gias, etc.) e introdução de espécies (soltura, introdução, translocação e reintrodução). Intervenção humana ocorre de forma ocasional ou sistemática, em cativeiro ou a natureza, visando manter, recuperar, ou controlar populações silvestres, domésticas, domesticadas ou asselvajadas para garantir a estabilidade dos ecossistemas, dos pro- cessos ecológicos ou dos sistemas produtivos. 5.3 RESUMO O objetivo geral do manejo da fauna visa atender, da melhor maneira possível, as ne- cessidades das espécies animais bem como do próprio homem. Maneja-se a fauna quando se fornece alimento, abrigo para que as espécies possam reproduzir ou parir, • Todo manejo deve ser sustentável, sobretudo do ponto de vista ambiental • Todo manejo deve pressupor conhecimento, controle e monitoramento. • A ética no manejo e no acesso aos recursos a serem manejados é fun- damental para que ele seja bem sucedido. 4342 BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE quando se desloca uma espécie de um local para outro onde possa encontrar maior proteção, quando criamos animais silvestres em cativeiro, etc. O manejo da fauna pode ocorrer de duas formas básicas: ”IN SITU” e “EX SITU”. Para se efetuar o manejo da fauna “In SITU”, ou seja, no ambiente natural da espécie, deve-se considerar as relações ecológicas entre as espécies (competição, predador X presa, parasitismo, etc) e se necessário efetuar intervenção direta no controle populacional das espécies (translocação, soltura, introdução ou reintrodução de espécies)ou nos atributos do habitat (‘água, vegetação, abrigos naturais, etc.). O manejo “EX SITU”, fora do ambien- te natural, é feito em Jardins Zoológicos e Criatórios. Independente do tipo e finali- dade do manejo, as técnicas envolvem a mesma tríade: homem/ambiente/animais e, todos são importantes para se chegar ao objetivo final do manejo e apresentam papel específico no processo . 6 REFERÊNCIAS ARAÚJO, M.A. R. Conservação da biodiversidade em Minas Gerais: em busca de uma estratégia para o século XXI. Belo Horizonte: CEMA – Centro de Estudos Do Meio Ambiente. 36p. 2000 AURICCHIO, P. ; Salomão, M. G. 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