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Biodiversidade_e_Manejo_da_Fauna_Silvestre (2)

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1
BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE
BIODIVERSIDADE E 
MANEJO DA FAUNA 
SILVESTRE
AUTORIA
Cristiana Gama Pacheco Stradiotti
32
BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE
S895b Stradiotti, Cristiana Gama Pacheco.
Biodiversidade e manejo da fauna silvestre / Cristiana Gama Pacheco Stradiotti. – Vitória : Multivix, 2016.
 45 f. ; 30 cm
 Inclui referências.
1. Biodiversidade 2. Fauna silvestre I. Faculdade Multivix. II. Título. 
 CDD: 574
EDITORIAL
Catalogação: Biblioteca Central Anisio Teixeira – Multivix
2017 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei.
As imagens e ilustrações utilizadas nesta apostila foram obtidas no site: http://br.freepik.com
R E I T O R
A Faculdade Multivix está presente de norte a sul 
do Estado do Espírito Santo, com unidades em 
Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova 
Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. 
Desde 1999 atua no mercado capixaba, desta-
cando-se pela oferta de cursos de graduação, 
técnico, pós-graduação e extensão, com quali-
dade nas quatro áreas do conhecimento: 
Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sempre 
primando pela qualidade de seu ensino e pela 
formação de profissionais com consciência 
cidadã para o mercado de trabalho.
Atualmente, a Multivix está entre o seleto grupo 
de Instituições de Ensino Superior que possuem 
conceito de excelência junto ao Ministério da 
Educação (MEC). Das 2109 instituições avaliadas 
no Brasil, apenas 15% conquistaram notas 4 e 5, 
que são consideradas conceitos de excelência 
em ensino.
Estes resultados acadêmicos colocam todas as 
unidades da Multivix entre as melhores do 
Estado do Espírito Santo e entre as 50 
melhores do país.
 
MISSÃO
Formar profissionais com consciência cidadã 
para o mercado de trabalho, com elevado 
padrão de qualidade, sempre mantendo a 
credibilidade, segurança e modernidade, 
visando à satisfação dos clientes e colabora-
dores.
 
VISÃO
Ser uma Instituição de Ensino Superior 
reconhecida nacionalmente como referên-
cia em qualidade educacional.
GRUPO
MULTIVIX
BIBLIOTECA MULTIVIX (DADOS DE PUBLICAÇÃO NA FONTE)
FACULDADE MULTIVIX
Diretor Executivo 
Tadeu Antônio de Oliveira Penina
Diretora Acadêmica
Eliene Maria Gava Ferrão Penina
Diretor Administrativo Financeiro
Fernando Bom Costalonga
Conselho Editorial 
Eliene Maria Gava Ferrão Penina (presidente do Conselho Editorial)
Kessya Penitente Fabiano Costalonga
Carina Sabadim Veloso
Patrícia de Oliveira Penina
Roberta Caldas Simões
Revisão Técnica
Alexandra Oliveira
Alessandro Ventorin
Graziela Vieira Carneiro
Design Editorial e Controle de 
Produção de Conteúdo
Carina Sabadim Veloso
Maico Pagani Roncatto
Ednilson José Roncatto
Aline Ximenes Fragoso
Genivaldo Félix Soares
Multivix Educação a Distância
Gestão Acadêmica - Coord. Didático Pedagógico
Gestão Acadêmica - Coord. Didático Semipresencial
Gestão de Materiais Pedagógicos e Metodologia
Direção EaD
Coordenação Acadêmica EaD
54
BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE
R E I T O R
APRESENTAÇÃO
DA DIREÇÃO 
EXECUTIVA
Prof. Tadeu Antônio
de Oliveira Penina
Diretor Executivo do 
Grupo Multivix
Aluno (a) Multivix,
Estamos muito felizes por você agora fazer parte do 
maior grupo educacional de Ensino Superior do 
Espírito Santo e principalmente por ter escolhido a 
Multivix para fazer parte da sua trajetória profissional.
A Faculdade Multivix possui unidades em Cachoeiro 
de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São 
Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999, no 
mercado capixaba, destaca-se pela oferta de cursos 
de graduação, pós-graduação e extensão de quali-
dade nas quatro áreas do conhecimento: Agrárias, 
Exatas, Humanas e Saúde, tanto na modalidade 
presencial quanto a distância.
Além da qualidade de ensino já comprovada pelo 
MEC, que coloca todas as unidades do Grupo 
Multivix como parte do seleto grupo das Institu-
ições de Ensino Superior de excelência no Brasil, 
contando com sete unidades do Grupo entre as 
100 melhores do País, a Multivix preocupa-se 
bastante com o contexto da realidade local e 
com o desenvolvimento do país. E para isso, 
procura fazer a sua parte, investindo em projetos 
sociais, ambientais e na promoção de oportuni-
dades para os que sonham em fazer uma facul-
dade de qualidade mas que precisam superar 
alguns obstáculos. 
Buscamos a cada dia cumprir nossa missão 
que é: “Formar profissionais com consciência 
cidadã para o mercado de trabalho, com 
elevado padrão de qualidade, sempre man-
tendo a credibilidade, segurança e moderni-
dade, visando à satisfação dos clientes e 
colaboradores.”
Entendemos que a educação de qualidade 
sempre foi a melhor resposta para um país 
crescer. Para a Multivix, educar é mais que 
ensinar. É transformar o mundo à sua volta.
Seja bem-vindo!
SUMÁRIO
CONCEITO DE MEIO AMBIENTE 7
1.1 NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO DA NATUREZA 7
1.2 NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO ECOLÓGICA 8
1.3 BIOSFERA 10
1.4 COMPONENTES DOS ECOSSITEMAS 11
1.4.1 COMPONENTES BIÓTICOS 12
1.4.2 COMPONENTES ABIÓTICOS 14
1.5 RESUMO 16
CONCEITO DE BIODIVERSIDADE 18
2.1 RIQUEZA DE ESPÉCIES 20
2.2 MEGADIVERSIDADE E HOT SPOTS 22
2.3 RESUMO 24
EXTINÇÃO DE ESPÉCIES 25
3.1 TIPOS DE EXTINÇÃO 25
3.2 O PROBLEMA DAS PEQUENAS POPULAÇÕES 26
3.3 O VALOR DOS RECURSOS NATURAIS 26
3.4 LISTA DE ESPÉCIES AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO. 28
3.5 RESUMO 29
DEFINIÇÃO DE FAUNA SILVESTRE 31
4.1 DESDOBRAMENTOS DO TERMO FAUNA E SUAS DEFINIÇÕESS 31
4.1.1 DIVERSIDADE DA FAUNA SILVESTRE BRASILEIRA 33
4.2 CLASSIFICAÇÃO BIOLÓGICA DA FAUNA 33
4.2.1 ZOOLOGIA DA FAUNA 34
4.2.2 NOMENCLATURA 35
4.3 IMPORTÂNCIA DA FAUNA SILVESTRE 35
4.4 RESUMO 36
MANEJO DA FAUNA SILVESTRE 37
5.1 DIFERENÇA ENTRE OS DOIS TIPOS DE MANEJO 37
5.2 TÓPICOS RELEVANTES AO MANEJO DA FAUNA SILVESTRE 38
5.2.1 O HÁBITAT E A FAUNA 38
5.2.2 LEVANTAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DA FAUNA SILVESTRE 39
5.2.3 OBJETIVOS DO MANEJO 40
5.3 RESUMO 41
REFERÊNCIAS 43
1
2
3
4
5
6
76
BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE
 ICONOGRAFIA
ATENÇÃO 
PARA SABER
SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR
DICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
GLOSSÁRIO
ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
CURIOSIDADES
QUESTÕES
ÁUDIOSMÍDIAS
INTEGRADAS
ANOTAÇÕES
EXEMPLOS
CITAÇÕES
DOWNLOADS
1 CONCEITO DE MEIO 
AMBIENTE
Entende-se por meio ambiente “tudo” que está a nossa volta e que proporciona 
condição e recursos para a existência da vida, como: oxigênio, água na forma líquida, 
temperatura, pH, etc. Sem estes fatores seria impossível a existência de todas as for-
mas de vida no planeta. Assim, podemos concluir que no meio ambiente é onde se 
desenvolve a vida de um organismo. 
Desta forma, podemos afirmar que o Meio ambiente ou ambiente inclui elementos 
do clima; do solo; da água e de organismos.
1.1 NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO DA NATUREZA
A unidade básica de estudo da biologia é a célula. Uma célula vai se unindo a outras 
e formando os tecidos, tecidos se unem para formar os órgãos e estes se unem para 
formar os sistemas biológicos e um conjunto de sistemas biológicos forma um indi-
víduo ou um organismo. Este último (organismo) é a base de estudo ou a unidade 
básica por onde partem os estudos da ecologia.
Observe a figura 1 abaixo extraída de Odum, 1976:
MATÉRIA
Genes Células Órgão Organismo Populações Comunidades
Sistemas
Genéticos
Sistemas
Celulares
Sistemas
de Orgãos
Sistemas
Organismos
Sistemas
de Populações Ecossistemas
ENERGIA
98
BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE
A ecologia se preocupa com a parte direita da figura, ou seja, com o 
estudo dos organismos até os ecossistemas. Os outros constituintes são 
estudados em outros ramos da biologia comobiologia celular e molec-
ular, histologia, fisiologia e genética.
Fatores bióticos = animais e plantas; e fatores abióticos = químicos: oxigê-
nio, carbono, nitrogênio, fósforo, etc. e físicos: água, ar, solo, temperatura, 
etc. Estes elementos se inter-relacionam de maneira estreita, uma vez 
que compostos como O2, CO2 e H2O estão em constante fluxo entre os 
seres vivos e o ambiente a sua volta.
1.2 NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO ECOLÓGICA
Como vimos a unidade básica do estudo da ecologia é o indivíduo ou uma espécie, que 
pode ser definida como: Todos os seres vivos de um mesmo grupo que são capazes de 
se reproduzirem, produzindo descendentes férteis, pertencem a uma mesma espécie. 
Um grupo de indivíduos da mesma espécie que vivem juntos em uma dada área é 
chamado de população.
O conjunto de duas ou, em geral, várias populações que vivem numa dada área e 
interagem com o meio ambiente é chamado de comunidade.
Uma comunidade è também chamada de BIOCENOSE.
Para sobreviver, a biocenose depende de fatores não vivos ou Abióticos, representa-
dos pelos componentes físicos e químicos do ambiente  em seu conjunto BIÓTOPO 
(Grego: bios, vida e topos, lugar).
O Ecossistema é definido como a inter-relação dos seres vivos (Biocenose) com o seu 
ambiente físico e químico, o biótopo. Ou seja, o conjunto formado pelos fatores bió-
ticos (seres vivos) e os fatores abióticos (não vivos – físico e químico).
ODUM (1988) chama sistema ecológico ou ecossistema, qualquer unidade que 
abranja todos os organismos que funcionam em conjunto (= comunidade biótica) 
numa dada área interagindo com o ambiente físico de tal forma que um fluxo de 
energia produza estruturas bióticas, claramente, definidas e, uma ciclagem de mate-
riais entre as partes vivas e não-vivas. 
Em um ecossistema, cada espécie possui seu hábitat e seu nicho ecológico. O HABITAT 
pode ser definido como o lugar, ou posicionamento físico, no qual o organismo vive.
EX: o habitat de um peixe é a água; de uma minhoca é o solo. 
Já o NICHO ECOLÓGICO, pode ser definido como a localização e função de um or-
ganismo num ecossistema.
EX: Predador, herbívoro, carnívoro, etc.
Nicho ecológico - inclui o espaço físico ocupado por um organismo 
(habitat) e o seu papel funcional na comunidade.
Exemplo: a cutia e a onça podem ser encontradas na mata Atlântica; possuem, então, 
o mesmo hábitat. No entanto, os nichos ecológicos desses animais são diferentes.
A cutia é herbívora, alimentando-se de frutos, sementes e folhas; abriga-se em tocas 
ou em tocos de árvores e serve de alimento para animais diversos, como a própria 
onça. Já a onça é carnívora, alimenta-se de animais diversos, como cobras e macacos, 
e não vive em tocas.
Como se vê, cutias e onças têm modos de vida diferentes, isto é, desempenham di-
ferentes atividades dentro de um mesmo ecossistema. Logo, o nicho ecológico da 
cutia é diferente do nicho ecológico da onça.
1110
BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE
1.3 BIOSFERA
Biosfera significa “esfera da vida” e é a única região da terra onde é possível existir vida. 
Imagine uma maça, a casca da maça corresponde a biosfera. A biosfera é 
assim tão fina porque os seres vivos precisam de água líquida e só podem 
sobreviver dentro de uma determinada faixa de temperatura. Isto significa 
que a estratosfera e o núcleo planetário são áreas fora deste limite.
Embora a palavra biosfera nos leve a pensar em uma camada contínua de regiões 
propícias a vida em torno da terra, isso não é verdade, a espessura da biosfera é um 
tanto irregular, devido ao fato de haver local onde a vida é escassa ou mesmo inexis-
tente, por exemplo, a crosta terrestre que devido ao seu calor limita a existência da 
vida. Em algumas regiões podemos encontrar bactérias sobrevivendo a uma profun-
didade de 3 km no subsolo e em outras estes microrganismos conseguem sobreviver 
até a uma profundidade de 7 km. E, no outro extremo podemos ter aves de rapinas 
sobrevivendo a alta altitude e em outras regiões os organismos se dispersam em 
altitudes menores.
Cume das
montanhas mais altas. 
Aproximadamente
8.800m
de altitude
limite de voo
de algumas aves
10.000 m
10.000 m
de altitude
3.000 m
de profundidade
2.000 m
de profundidade
10.000 m
de profundidade
Fosa abissal:
aproximadamente
10.000 m
Atenção – Destaque de parte importante do conteúdo apresentado.
População Comunidade
Biosfera Ecossistema
A RELAÇÃO DA POPULAÇÃO COM A A COMUNIDADE E DESTA COM O ECOSSISTEMA E A BIOSFERA.
1.4 COMPONENTES DOS ECOSSITEMAS
Todo ecossistema apresenta componentes bióticos representados pelos seres vivos, 
e abióticos, representados pelas condições químicas e físicas do meio. 
1312
BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE
1.4.1 COMPONENTES BIÓTICOS
Do ponto de vista de estrutura trófica (de trophe = nutrição), um ecossistema apre-
senta dois estratos: 
Estrato Autotrófico (i. é, auto-alimentdor) superior, ou “faixa verde”  em sua maioria, 
os seres autotróficos fazem fotossíntese (fixam energia luminosa e a utilizam junto 
com substância orgânica simples , constroem substâncias orgânicas complexas e 
liberam oxigênio para o sistema).
Alguns poucos seres autotróficos fazem quimiossíntese, por ex. algumas bactérias, 
que obtêm energia sua sobrevivência através de reações químicas inorgânicas.
Estrato Heterotrófico (i.é. alimentador de outro) inferior ou “faixa marrom”  Seres 
que necessitam obter alimento de outros seres vivos ou de seus produtos. 
São subdivididos em biófagos, organismos que consomem outros organismos vivos 
(herbívoros e carnívoros), e saprófagos, organismos que se alimentam de matéria 
orgânica morta.
Uma das característica universais de todo ecossistema é a interação dos componen-
tes autotróficos e heterotróficos.
Existem 3 componentes vivos que podem ser considerados os três reinos funcionais 
da natureza, pois se baseiam no tipo de nutrição (Herbívoros, carnívoros e saprofíti-
cos) e na fonte de energia usados (Produtores, Consumidores e ou Decompositores). 
CADEIA ALIMENTAR
Em um ecossistema, uma determinada sequência de alimentação é denominada 
Cadeia Alimentar. Os seres autótrofos produzem toda a matéria orgânica consumida 
como alimento pelos heterótrofos: Os primeiros são chamados PRODUTORES, e os 
segundos, CONSUMIDORES. 
Em um ecossistema de campo, por exemplo: Capim  Produtores; Gafanhotos (ali-
mentam-se de capim)  Consumidor primário; Pássaros (se alimentam dos gafanho-
tos)  Consumidores secundários; Cobras (se alimentam de pássaros)  Consumido-
res terceários, e assim por diante.
Ao morrer, tanto produtores quanto consumidores servem de alimento a certos tipos 
de fungos e bactérias, que decompõe a matéria orgânica dos cadáveres para obter 
energia , e por isso, são chamados DECOMPOSITORES.
CAPIM GAFANHOTO COBRA GAVIÃO
É importante observar a colocação das setas ao descrever uma cadeia 
alimentar graficamente, a ponta da seta obrigatoriamente deve estar 
indicando o organismo que se alimentou do elo ou nível anterior. No 
exemplo acima a ponta da seta indicando o gafanhoto nos fornece a lei-
tura de que o gafanhoto se alimentou do capim. É importante salientar 
também que para a cadeia ficar completa todos os elos ou níveis tróficos 
devem ser ligados aos decompositores.
FORMA DE DESCREVER GRAFICAMENTE UMA CADEIA ALIMENTAR.
Predadores  São os consumidores do mais elevado nível trófico de uma cadeia e 
que se alimentam de presas vivas. Na figura acima são considerados predadores a 
onça e o jacaré ou organismos de topo de cadeia.
As relações alimentares de um ecossistema, se observadas em conjunto, forma um 
complexo esquema, a teia ou rede alimentar. Que representa a união de várias ca-
deias alimentares em um ecossistema.
1514
BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE
QUAL A IMPORTÂNCIA DE SE CONHECER AS CADEIAS ALIMENTARES?
Uso natural de animais ou plantasque possam controlar ou equilibrar o ecossistema 
de forma a evitar o uso de pesticidas e quaisquer outras formas artificiais que pos-
sam desequilibrar em longo prazo o ambiente, ou ainda, provocar sérias reações nos 
animais e até os seres humanos que ali habitam.
Exemplos de controle biológico:
• peixes no controle da esquistossomose;
• peixes no controle de larvas de Aedes aegypti ;
• bactérias e vírus no controle de pragas e insetos
1.4.2 COMPONENTES ABIÓTICOS
Os componentes abióticos de um ecossistema são representados por fatores físi-
cos, como luminosidade, temperatura, ventos, umidade, etc., e por fatores químicos, 
como a quantidade relativa dos diversos elementos químicos presentes na água e 
no solo.
O MEIO AMBIENTE FÍSICO
Limita a existência dos organismos no ecossistema (condição de sobrevivência)  
Interfere na quantidade de recursos disponíveis para a sobrevivência.
CONDIÇÃO RECURSO
Temperatura
PH
Salinidade
Poluentes
Luz
Co2
Água
Nutrientes minerais
O2
Organismo
Espaço
Alguns componentes podem ser recurso, mas ao aumentar ou diminuir alguns níveis 
podem vir a se tornar condição --> Fator Limitante
Cada ser vivo apresenta em face dos diversos fatores ecológicos limites de tolerância 
entre s quais se situa seu ótimo fisiológico.
ZONA ÓTIMA
LIMITE DE TOLERÂNCIA DA ESPÉCIE
MÍNIMO ÓTIMO
INTENSIDADE DO FATOR ECOLÓGICO
MÁXIMO
ES
PÉ
CI
E 
A
U
SE
N
TE
ES
PÉ
CI
E 
A
U
SE
N
TE
ES
PÉ
CI
E 
R
A
R
A
ES
PÉ
CI
E 
R
A
R
A
ESQUEMA DE LIMITES DE TOLERÂNCIA DE UMA ESPÉCIE
Fonte: RICKLEFS, 1996
Limites de tolerância: os organismos desenvolvem vários mecanismos em resposta 
à necessidade de ajustar-se aos vários fatores ambientais proeminentes ou melhor 
desenvolvem aadaptação aos ambiente.
Exemplos: 
Temperatura: endotermia; ectotermia, hibernação, etc 
Balanço de sal e água 
1716
BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE
Organismos marinhos --> ambiente interno hipotônico --> elimimam sais ativamente
Organismos de água doce --> são hipertônicos --> retém sais enquanto a água se 
difunde pelo seu corpo
Organismos terrestres --> minimizam perda de água concentrando sais e rejeitos 
nitrogenados na urina.
Fatores Químicos
Certos elementos químicos devem estar presentes na água e no solo para garantir a 
sobrevivência dos seres vivos.
Os organismos necessitam obter do meio diversos elementos químicos --> Fósforo = 
fabricação do ATP e DNA; Fe = hemoglobina; Mg = clorofila.
1.5 RESUMO
NÍVEL TRÓFICO:
Posição do organismo numa cadeia alimentar.
PLANTA
1º NÍVEL TRÓNICO
PRODUTOR
2º NÍVEL TRÓNICO
CONSUMIDOR 1º
3º NÍVEL TRÓNICO
CONSUMIDOR 2º
HERBÍVORO CARNÍVORO
Produtores: autótrofos:
• Fotossíntese
• Quimiossíntese
Consumidores: heterótrofos:
• Herbívoros (se alimentam de vegetais)
• Carnívoros (se alimentam de animais)
• Onívoros (se alimentam de vegetais e plantas)
Decompositores: saprófagos: fungos e bactérias
1918
BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE
2 CONCEITO DE 
BIODIVERSIDADE
Segundo o dicionário Aurélio o conceito etimológico de biodiversidade ou diversi-
dade de espécies refere-se à “variedade de espécies de organismos vivos de uma 
determinada comunidade, habitat ou região;”
Mas seu significado biológico deve ir mais além devido a complexidade do assunto 
e a necessidade de preservação deste patrimônio genético tão importante, desta 
forma, podemos distinguir 3 níveis de diversidade biológica:
1. Nível de espécie – inclui toda a gama de organismos vivos da terra, desde bactérias 
e protistas até reinos multicelulares de vegetais, animais e fungos.
Uma espécie pode ser definida por 2 modos : morfológico e biológico. O primeiro, 
morfológico, classifica as espécies de acordo com suas características morfológicas 
semelhantes e o segundo, biológico, considera que animais da mesma espécie são 
aqueles que se reconhecem do ponto de vista sexual, reproduzem e deixam descen-
dentes férteis. Sua diversidade representa o alcance das adaptações evolucionárias 
e ecológicas das Sp em determinados ambientes
A diversidade de Sp fornece recursos e alternativas de recursos à humanidade.
 EX: Descrição da Biodiversidade amazônica- total presumido na floresta:
- 300 espécies de mamíferos 
- 950 espécies de pássaros 
- 2.500 espécies de peixes
- 30.000.000 de invertebrados
- 100 variedades de anfíbios
2. Nível de variação genética – dentre as espécies, tanto entre as populações separa-
das geograficamente como entre os indivíduos de uma mesma população.
O conjunto de genes e alelos de uma população é denominado Pool genético, en-
quanto que a combinação de alelos que um indivíduo possui é determinado de Genó-
tipo. O fenótipo de um indivíduo representa a interação do genótipo com o ambiente.
Desta forma, quando uma população de determinada Sp. se extingue ela leva consigo 
genes únicos que são a reserva adaptativa da sp. diante de mudanças ambientais.
A importância deste nível do ponto de vista biológico está relacionado a capacidade 
adaptativa das espécies ao ambiente e a produção de substâncias que poderão ser 
usados na farmacologia, cosméticos , alimentação, etc.
Os produtores rurais e os criadores de animais, bem como industrias farmacológicas, 
se beneficiam dessa variação genética para conseguir produção rentável e espécies 
cultivadas resistentes às pragas, como o trigo, o milho, gado e aves.
Para ilustrar a importância deste nível, de todas as drogas prescritas nos EUA, mais 
de 25% contêm substâncias ativas derivadas de plantas de florestas tropicais, sendo 
que o Instituto Nacional do câncer dos EUA identificou cerca de 2.000 espécies, 
oriundas de florestas tropicais, com potencialidade para tratamento do câncer. 
Populações indígenas amazônicas dominam conhecimento sobre 1.300 plantas 
com princípios ativos característicos de antibióticos, narcóticos, abortivos, anticon-
cepcionais, antidiarreicos, anticoagulantes, fungicidas, anestésicos, antiviróticos e re-
laxantes musculares. Destes, 90 já são usadas comercialmente. .
3. Nível de comunidades e ecossitemas – engloba a variedade de hábitats, comuni-
dades e ecossitemas de uma região, bem como as interações entre os indivíduos e 
entre estes com o meio ambiente,
A Comunidade biológica é definida pelas espécies que ocupam uma determinada 
localidade (nicho/hábitat) e as interações entre estas espécies (competição, preda-
ção, parasitismo e mutualismo). Uma comunidade juntamente com seu ambiente 
físico é chamada de Ecossistema Uma comunidade também interage com o seu 
ambiente físico através de processos de troca de energia (nível trófico) e de elemen-
tos , como a fotossíntese, cadeia alimentar, a respiração e os ciclos biogeoquímicos
Todas estas interações são componentes importantes da Biodiversidade, pque re-
presentam a reposta coletiva das espécies às diferentes condições ambientais. Co-
munidades biológicas encontradas em desertos, pastagens, pântanos e florestas dão 
2120
BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE
continuidade ao funcionamento apropriado de ecossistemas, fornecendo serviços 
benéficos tais como controle de enchentes, proteção do solo contra erosão e filtra-
gem do ar e da água.
A correta conceituação da biodiversidade é tão importante que em 1992 durante o 
Encontro da ONU sobre o Meio ambiente realizado no Rio de Janeiro (Rio +) e que 
contou com a participação de 175 países, foi criada uma comissão para debater este 
assunto e desenvolver uma definição para o termo que englobasse todos os seus ní-
veis. Desta forma a definição de biodiversidade ficou da seguinte forma:
“Variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre ou-
tros, ecossistemas terrestres, marinhos, e outros ecossistemas aquáticos e as intera-
ções ecológicas das quais fazem parte; compreendendo ainda , a diversidade dentro 
de cada espécie, entre as espécies e ecossistema” que constado Artigo 2 da Conven-
ção sobre Diversidade Biológica, de 1992.
A convenção estabeleceu ainda, um conjunto de medidas a serem adotadas pelos 
países para conservar sua diversidade biológica e a partir destas medidas o Brasil De-
senvolveu a legislação federal sobre biodiversidade e, desta forma, nosso patrimônio 
biológico ganhou mais formas de proteção.
2.1 RIQUEZA DE ESPÉCIES
O primeiro componente ou nível da diversidade é o número de espécies, também 
chamado “Riqueza de Espécies” ( S ) derivado do Inglês “Species Number “
Você já parou para pensar em quantas espécies de seres vivos existem no planeta? 
Segundo o Manual Global de ecologia, já foram identificadas em torno de 1,4 mi-
lhões de espécies em todo o planeta, mas estima-se que existam mais de 30 milhões 
de espécies no planeta, ou seja, conhecemos uma mínima parte. E ainda, Segundo 
a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), mais de 25 % desse 
total conhecido corre sério risco de extinção até a metade deste século, ou seja, 
muitas espécies já desapareceram e, consequentemente, a possibilidade de cura de 
diversas doenças.
NÚMERO APROXIMADO DE ESPÉCIES CONHECIDAS POR GRUPO
Fonte: Disponível em Martins, 1985.
O BRASIL possui uma extenso território, com uma área de 8,5 Milhões de Km2 , e, 
ao longo deste território e ainda devido a sua localização no globo terrestre, possui 
várias Zonas Climáticas : Tropical Úmido ao N, Semiárido no NO e Temperado no 
S. Estas Diferenças climáticas contribuem para a formação das diferentes áreas Bio-
geográficas ou Biomas brasileiros : Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Cerrado, Ca-
atinga, Pantanal ,mata de araucária, campos sulinos, além dos diversos ecossitemas 
marinhos e lacustres. 
As principais regiões ecológicas e fisiográficas 
da América do Sul são mostradas neste mapa.
 - Regiões temperadas: linhas cruzadas;
 - Florestas tropicais amazônica e atlântica: li-
nhas inclinadas;
 - Regiões não florestais tropicais e subtropi-
cais:
- linhas horizontais com savanas em preto;
 - Montanhas: pontilhado.
2322
BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE
A Variedade de Biomas seria a explicação para a grande riqueza de espécies da fau-
na e flora brasileiros. 
Este padrão de distribuição das espécies pode ser percebido ao longo de todo o 
planeta, por exemplo: Um viajante que percorrer os 5 mil quilômetros que separam 
o Alasca da costa atlântica do Canadá vai encontrar pequena diversidade de vida 
nas enormes extensões de florestas temperadas pelas quais passará. Se for atento 
poderá registrar no máximo 200 espécies de vegetais, com cerca de apenas dez 
variedades por hectare. Se, em seguida, esta mesma pessoa percorrer alguns pou-
cos quilômetros de uma floresta tropical, ficará surpresa com a mudança radical na 
exuberância e com a diversidade de espécies. São mais de 600 espécies por hectare, 
com até 400 tipos diferentes de árvores. Das 250 mil espécies de vegetais superiores 
conhecidas da ciência, 90 mil encontram-se na América Latina tropical, 30 mil nas 
zonas tropicais da África e 35 mil nas da Ásia. Ou seja, quanto mais heterogênio for 
o ambiente, com grande variedade de diferentes habitats, maior será a sua riqueza 
de espécies e, ao contrário, quanto mais homogêneo for o ambiente, com um menor 
fornecimento de diferentes habitats, menor a riqueza de espécies do local ou região.
As Regiões Tropicais apresentam uma maior diversidade de espécies que as Regi-
ões Temperadas, por Exemplo, uma única planta leguminosa da Floresta amazônica 
apresenta 43 espécies diferentes de formigas, de 26 Gêneros, estes números corres-
pondem a fauna inteira das Ilhas Britânicas.
2.2 MEGADIVERSIDADE E HOT SPOTS
Megadiversidade é o termo usado para designar os países mais ricos em biodiversi-
dade ou Riqueza de espécies do mundo. . O número de plantas endêmicas – aquelas 
que só existem no país e em nenhum outro lugar – é o critério principal para que 
ele seja considerado ‘de Megadiversidade’. Outros critérios são o número de espécies 
endêmicas em geral e o número total de mamíferos, pássaros, répteis e anfíbios. 
Os 17 países megadiversos estão distribuídos em quatro continentes. A maioria de-
les está nas Américas, com as maiores áreas de hábitats naturais intactos: Brasil, Co-
lômbia, México, Venezuela, Equador, Peru e Estados Unidos. Os demais são a África 
do Sul, Madagascar, República Democrática do Congo (ex-Zaire), Indonésia, China, 
Papua Nova Guiné, Índia, Malásia, Filipinas e Austrália.
Campeão absoluto de biodiversidade terrestre, o Brasil reúne quase 12% de toda a 
vida natural do planeta. Concentra 55 mil espécies de plantas superiores (22% de to-
das as que existem no mundo), muitas delas endêmicas; 524 espécies de mamíferos; 
mais de 3 mil espécies de peixes de água doce; entre 10 e 15 milhões de insetos (a 
grande maioria ainda por ser descrita); e mais de 70 espécies de psitacídeos: araras, 
papagaios e periquitos. 
LOCALIZAÇÃO DOS PAÍSES DA MEGADIVERSIDADE NO PLANETA
O Brasil é ainda o país com a maior taxa de endemismo do planeta, com os seguin-
tes números de endemismo/grupo: 68 espécies de Mamíferos, 191 espécies de aves, 
172 espécies de répteis e 294 espécies de anfíbios.
O termo Hotspot é usado para denominar toda área prioritária para conservação, isto 
é, de rica biodiversidade e ameaçada no mais alto grau. É considerada Hotspot uma 
área com pelo menos 1.500 espécies endêmicas de plantas e que tenha perdido 
mais de 3/4 de sua vegetação original. O Brasil possui dentro de suas fronteiras dois 
dos 19 Hotspots: a região da floresta Atlântica, entre os cinco primeiros da lista, e o 
complexo Cerrado-Pantanal.
2524
BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE
HOTSPOTS MUNDIAIS
2.3 RESUMO
O conceito de biodiversidade ou diversidade biológica , deve representar a totalida-
de de genes, espécies e ecossitemas de uma região. Já a riqueza de espécies refere-
-se à abundância numérica de espécies de uma determinada área geográfica, região 
ou comunidade. Ela é descrita com a letra S , derivada do inglês Specie Number. 
Megadiversidade é o termo usado para designar os países mais ricos em biodiversi-
dade ou Riqueza de espécies do mundo. O conceito Hotspot foi criado em 1988 pelo 
ecólogo inglês Norman Myers para resolver um dos maiores dilemas dos conserva-
cionistas: quais as áreas mais importantes para preservar a biodiversidade na Terra? 
Neste contexto, Hotspot é, portanto, toda área prioritária para conservação, isto é, de 
rica biodiversidade e ameaçada no mais alto grau. 
3 EXTINÇÃO DE ESPÉCIES
Extinção é o desaparecimento de todos os indivíduos de uma determinada espécie.
Se indivíduos de uma população permanecem vivos apenas em cativeiro, ou em 
qualquer outra situação controlada pelo homem, a espécie é considerada extinta 
também.
EX: Ararinha azul (Cyanopsitta spixii) e o Pau-Brasil
Podemos classificar o modo como a extinção acontece de duas maneiras: 
1. uma maneira natural, advinda de fenômenos catastróficos da própria natureza, 
como vulcanismo, glaciação, desertificação etc, 
2. uma segunda maneira seria artificial, especialmente relacionada a maneira 
como o homem lida diariamente com a natureza.
3.1 TIPOS DE EXTINÇÃO
GLOBAL – espécie extinta em todo o globo terrestre
Ex: Cavalos selvagens da Ásia e Malásia
LOCAL – espécie não é encontrada na área que habitou anteriormente;
EX: Pacas (Agouti paca) , lobo guará (Chrysocyon brachyurus), etc.
ECOLÓGICA – espécie permanece em nº tão reduzido que seus efeitos sobre outras 
espécies de sua comunidade é quase imperceptíveis.
EX: Ariranha (Pteronura brasiliensis): a diminuição do numero de indivíduos desta 
espécie causou o aumento da população de piranhas nos rios amazônicos, uma vez 
que com número reduzido, as ariranhas não conseguiam mais desenvolver seu papel 
de predador das piranhas e, consequentemente, promover o controle biológico das 
piranhas. 
2726BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE
3.2 O PROBLEMA DAS PEQUENAS POPULAÇÕES
Quando as populações são reduzidas até seu nº crítico de espécies, elas tendem a 
se extingui, determinadas espécies podem sobreviver por anos ou décadas, e até 
mesmo reproduzir-se, mas seu destino final será a extinção , estas espécies são de-
nominadas de “Mortos vivos”.devido a perda da variabilidade genética – variabilidade 
genética é importante porque permite que as populações se adaptem a um am-
biente em transformação
Populações pequenas são susceptíveis a ação da deriva genética, que remove alea-
toriamente uma % grande de alelos raros o que as impede de adaptar a novos am-
bientes o que causa as sua extinção pois assim, tornam-se mais susceptíveis a efeitos 
genéticos deletérios como: Depressão endogâmica, perda de flexibilidade evolucio-
nária e depressão exogâmica. Esses fatores podem contribuir para um declínio no 
tamanho da população e para uma maior probabilidade de extinção.
Depressão endogâmica ou endogamia: diminuição da variabilidade genética dentro 
de uma população; perda de flexibilidade evolucionária se deve a ausência de genes 
diferentes na população e que impede sua adaptação a ambientes em modificação. 
depressão exogâmica, perda da barreira reprodutiva entre espécies diferentes, que 
reproduzem e geram híbridos.
3.3 O VALOR DOS RECURSOS NATURAIS
Todas as mercadorias têm valor econômico e seu preço é fixado pelos mercados. Os 
recursos da biodiversidade não são mercadorias, desta forma, o mercado não lhes 
atribui preço. Mas, os recursos naturais constituem-se ativos essenciais à preservação 
da vida de todos os seres, desta forma, o conceito de valor, nesse contexto, merece 
considerável atenção. Os valores da biodiversidade podem ser divididos em dois:
Valores diretos: relacionados aos produtos obtidos pelas pessoas = bens privados
Valor de consumo – mercadorias que são consumidas internamente (lenha, alimen-
to, água, ar, etc)
Valor de produto – produtos extraídos do ambiente e que são vendidos no mercado 
nacional e internacional (peixe, marisco, castanha-do-pará, cupuaçu, madeira, medi-
camentos, etc.)
Valores Indiretos: benefícios atribuídos à biodiversidade , e que não implicam no uso 
ou destruição dos recursos = bens públicos
Valores não consumistas – serviços ambientais, que não são consumidos pelo uso, 
fornecidos pela biodiversidade (qualidade da água, proteção dos solos, sustentabi-
lidade biológica, filtragem do ar, controle climático, recreação, ecoturismo, subsídio 
educacional e científico, etc.
Valor de Opção – capacidade potencial de uma espécie de fornecer um benefício 
econômico à sociedade humana em algum momento futuro (controle biológico de 
pragas, indústria farmacêutica, produção animal, etc)
Valor de existência: compreender que as espécies existem independente de serem 
úteis a espécie humana.
A percepção da dependência vital do homem em relação à natureza torna prioritá-
rio o entendimento de que a capacidade da natureza de sustentar a vida e fornecer 
os recursos e serviços solicitados pelo homem é finita.
MODELO SISTÊMICO DE RECURSOS NATURAIS
MEIO AMBIENTE
RECURSOS NATURAIS
ORGANIZAÇÃO
PROCESSAMENTO DESEJOS SATISFAÇÃO
SOCIEDADE
DESEJOS PRODUTOS
FEEDBACK
FEEDBACK
2928
BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE
GESTÃO AMBIENTAL
ÉTICA DO MEIO 
AMBIENTE
FORMULAÇÃO DE 
POLÍTICAS PÚBLICAS
EMBIENTAIS
O tripé meio ambiente-organização-sociedade forma a cadeia de consumo, onde 
o primeiro atua como fornecedor de materiais, a Segunda, como processadora de 
matéria-prima e a terceira como consumidora de bens/serviços. Nesse ponto, as po-
líticas públicas ambientais exercem fundamental importância, a fim de manter toda 
a rede de suprimentos em equilíbrio e, consequentemente a entropia ambiental
Políticas públicas ambientais = Proteção Legal e Acordos Internacionais
3.4 LISTA DE ESPÉCIES AMEAÇADAS DE 
EXTINÇÃO.
A UICN – União Mundial para a Conservação – estabeleceu a seguinte classificação de 
espécies com a finalidade de preservação das espécies raras :
1. EXTINTAS
2. EM PERIGO
3. VULNERÁVEIS
4. RARAS
5. INSUFICIENTEMENTE CONHECIDAS
Mace e Lande, (1991) propuseram um sistema em três níveis de classificação basea-
do na probabilidade de extinção:
1. Espécies críticas - 50% ou mais de probabilidade de extinção dentro de 5 anos 
ou 2 gerações
2. Espécies ameaçadas – 20 a 50% de probabilidade de extinção dentro de 20 
anos ou 10 gerações.
3. Espécies vulneráveis – 10 a 20% de probabilidade de extinção dentro de 100 anos
No dia 22 de maio de 2003, foi apresentada pelo MMA, a nova Lista das Espécies da 
Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção
Dois fatos devem ser notados:
1. A quantidade de animais listados, comparados com a lista anterior, publicada 
pelo IBAMA em 1989, foi de 219 para 394 animais.
2. Mais uma vez os peixes e invertebrados aquáticos ficaram fora da lista.
No Brasil conhecemos bem alguns exemplos, como os micos-leões, tatus, veados, 
tamanduás, peixes-boi, preguiças, lobos-guará, onças, jaguatiricas, baleias, antas, pa-
pagaios, araras, gaviões, macucos, tartarugas, jacarés. Em outros continentes as listas 
também são extensas, incluindo por exemplo: urso-polar, leopardo, orangotando, 
gorila, tigres, panda, rinoceronte, elefante indiano, koala, golfinhos, baleias, ursos, 
grou, águias, condor, pinguins, gaivotas, tubarões, tartarugas, etc.
Todos esses exemplos são apenas de vertebrados, animais maiores e por várias razões 
mais ligados ao nosso interesse direto, por isso mesmo mais conhecidos. O que dizer 
então das espécies de invertebrados, de vegetais, de microrganismos? Não podemos 
esquecer que eles são a grande maioria das espécies do planeta, tendo os vertebra-
dos apenas cerca de 50 mil espécies atuais.
3.5 RESUMO
Extinção é o desaparecimento de todos os indivíduos de uma determinada espé-
cie. Ela pode ocorrer devido a evento natural, advinda de fenômenos catastróficos 
da própria natureza, como vulcanismo, glaciação, desertificação etc, ou de forma 
artificial, especialmente relacionada a maneira como o homem lida diariamente 
com a natureza. Esta última pode ser classificada como global, local ou ecológica 
As pequenas populações são mais susceptíveis ao processo de extinção devido ao 
retrocurzamento ou cruzamento parental e a ação da deriva genética que dimi-
3130
BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE
nui consideravelmente a capacidade destas espécies se adaptarem a ambientes em 
transformação. 
Os recursos da biodiversidade não são mercadorias, desta forma, o mercado não lhes 
atribui preço. Mas, os recursos naturais constituem-se ativos essenciais à preservação 
da vida de todos os seres, desta forma, o conceito de valor, nesse contexto, merece 
considerável atenção.
4 DEFINIÇÃO DE FAUNA 
SILVESTRE
Nos termos da lei 5.197/67, Lei de Proteção a Fauna, entende-se por fauna silvestre: 
“os animais de quaisquer espécies, em qualquer fase do seu desenvolvimento que 
vivem naturalmente fora do cativeiro”. 
E de acordo com a lei 9.605/98, Lei de Crimes Ambientais, no seu art. 29, §3º: “são 
espécimes da fauna silvestre todos aqueles pertencentes às espécies nativas, mi-
gratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte de 
seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro, ou em águas 
jurisdicionais brasileiras”. 
A segunda classificação é a mais utilizada, uma vez que amplia as possibilidades de 
proteção das espécies, mesmo que estas passem apenas parte do seu ciclo de vida 
no território brasileiro (espécies migratórias por exemplo).
4.1 DESDOBRAMENTOS DO TERMO FAUNA E 
SUAS DEFINIÇÕESS
Animais de estimação: todos aqueles animais pertencentes as espécies da fauna sil-
vestre, exótica, doméstica ou domesticada mantidos em cativeiro pelo homem para 
entretenimento próprio, sem propósito deabate e reprodução.
Exemplos: cachorros, gatos, coelhos, ferrets, hamsters, canários, periquitos, papa-
gaios, entre outros.
Animais domésticos: todos aqueles animais pertencentes as espécies que original-
mente possuíam populações em vida livre e que acompanharam a evolução e o 
deslocamento da espécie humana pelo planeta e que por ela foram melhorados do 
ponto de vista genético e zootécnico ao ponto de viverem em estreita dependência 
ou interação com comunidades ou populações humanas. Os espécimes ou popula-
ções silvestres dessas espécies podem ainda permanecer em vida livre.
3332
BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE
Exemplos: gatos, cachorros, cavalos, bois, búfalos, porcos, galinhas, patos, marrecos, 
pombos, perus, avestruzes, codornas-chinesa, perdizes-chucar, canários-belga, peri-
quitos--australiano, abelhas-européia, minhocas, escargots, manons, mandarins, aga-
pornis, entre outros.
> Poderão ser controlados sob a supervisão do IBAMA, caso seja verificado que, quan-
do em vida livre, podem causar danos à fauna silvestre e ao ecossistemas. O controle 
se dará através das Secretarias e Delegacias vinculados ao Ministério da Agricultura, 
Pecuária e Abastecimento ou Secretarias Estaduais e Municipais de Agricultura e as 
Gerências de Controle de Zoonoses, vinculadas ao Ministério da Saúde ou Secretarias 
Estaduais da Saúde.
Animais domesticados: todos aqueles animais pertencentes às espécies silvestres ou 
exóticos, procedentes da natureza ou de cativeiro e que ainda não foram suficien-
temente melhorados zootecnicamente ou geneticamente e que vivem sob a de-
pendência do homem para o fornecimento de alimento, água, segurança e abrigo. 
As populações silvestres que deram origem aos espécimes ainda permanecem em 
condições estáveis de sobrevivência na natureza. 
Animais exóticos: todos aqueles animais pertencentes às espécies cuja distribui-
ção geográfica não inclui o território brasileiro e que foram nele introduzidas pelo 
homem, inclusive as espécies domésticas, em estado asselvajado. Também são 
considerados exóticas as espécies que tenham sido introduzidas fora das fronteiras 
brasileiras e suas águas juridicionais e que tenham entrado espontaneamente em 
território brasileiro.
Exemplos: leões, zebras, elefantes, ursos, ferrets, lebres-européia, javalis, crocodilos-
-do-nilo, najas, pitons, esquilos-da-mongólia, tartatugas-japonesa, tartarugas-mor-
dedora, tartarugas-tigre-d’água, cacatuas, araras-da-patagônia, escorpiões-do-Nilo, 
entre outros. 
Animais peçonhentos: todos aqueles animais pertencentes a fauna silvestre ou exó-
tica que, além de possuir algum tipo de veneno, possui estruturas perfurantes como 
espinhos, dentes ou ferrões capazes de inoculá-lo em animais ou no homem.
Exemplos: cobras, aranhas, escorpiões e lacraias
Animais silvestres: todos aqueles animais pertencentes às espécies nativas, migra-
tórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte de seu 
ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro, ou em águas ju-
risdicionais brasileiras. Exemplos: micos, morcegos, quatis, onças, tamanduás, ema, 
papagaios, araras, canários-da-terra, ticos-tico, galos-da-campina, teiús, jibóias, jaca-
rés, jabutis, tartarugas-da-amazônia, abelhas sem ferrão, vespas, borboletas, aranhas, 
entre outros.
4.1.1 DIVERSIDADE DA FAUNA SILVESTRE BRASILEIRA
• 600 espécies de mamíferos, 
• 1622 de pássaros, 
• 468 de répteis e 
• 517 espécies de anfíbios.
• 1500 espécies de peixes de água doce
• 100 000 espécies de invertebrados
A fauna brasileira é bastante rica em espécies exuberantes, que comportam um nú-
mero de indivíduos relativamente pequeno e, ainda, muitos deles sendo endêmicos. 
Esses fatos indicam que se trata de uma fauna frágil, muito fácil de levar a extinção.
Dada a influência preponderante da vegetação sobre a fauna, esta se distribui pelas 
províncias zoogeográficas, conforme a fitofisionomia e composição florística domi-
nante nos respectivos territórios. 
4.2 CLASSIFICAÇÃO BIOLÓGICA DA FAUNA
Os seres vivos do nosso planeta dividem-se em dois grandes reinos: 
Reino Vegetal 
Reino Animal
3534
BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE
A sistemática de classificação dos seres vivos é a seguinte: 
 Reino 
 Filos 
 Superfilos 
 Superclasses 
 Classes 
 Ordens 
 Famílias 
 Gêneros 
 Espécies
4.2.1 ZOOLOGIA DA FAUNA
Reino Animalia 
Filo Chordata 
Subfilo Vertebrata 
Superclasse Tetrapoda 
Classes Amphibia, Aves, Mammalia e Reptilia 
Com suas Ordens, Famílias, Gêneros e Espécies
ANIMAIS SILVESTRES:
- Entomofauna (insetos)
- Ictiofauna (peixes)
- Herpetofauna (anfíbios e répteis)
- Avifauna (aves)
- Mastofauna (mamíferos)
4.2.2 NOMENCLATURA 
Utilizando um nome genérico e um específico em latim, Lineu (1758) criou a sis-
temática de nomenclatura binominal para nomear as espécies animais e vegetais, 
dando origem ao nome científico pelo qual as espécies são conhecidas mundial-
mente. 
Funciona assim: Turdus rufiventris (Sabiá-laranjeira) :O primeiro nome (Turdus) é o do 
gênero. O segundo (rufiventris) é livre e representa alguma característica do animal, 
ou pode referir-se a um homenageado ou o local onde o animal foi descoberto. 
Os nomes populares são utilizados normalmente pelos leigos e variam muito de lo-
cal para local para a mesma espécie, o que dificulta muitas vezes o reconhecimento. 
O ideal é fazer referência ao nome científico e o popular, 
ex: Turdus rufiventris, Sabiá-laranjeira.
4.3 IMPORTÂNCIA DA FAUNA SILVESTRE
Como se sabe, a fauna tem importância fundamental, aliás, desde os primórdios das 
civilizações já se percebia a importância da fauna para o desenvolvimento da socie-
dade humana. Observando as pinturas rupestres deixadas pelo ancestral hominídeo 
a milhares de anos, já podemos perceber como era marcante a presença e a depen-
dência do homem com relação a fauna silvestre. 
- No equilíbrio dos ecossistemas em geral, pois muitos animais são vitais à exis-
tência de muitas plantas, pois sendo agentes polinizadores, como no caso dos 
beija-flores, insetos como borboletas, besouros etc. auxiliam na reprodução das 
plantas.
- muitos animais são dispersores de sementes que necessitam passar por seu 
trato intestinal para perder a dormência, como muitos mamíferos, sem contar 
que praticamente todos os animais são excelentes agentes adubadores. 
- também tem sua importância na cadeia alimentar. 
- São fonte de alimento 
3736
BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE
- Contribuem com o turismo, a educação e as pesquisas científicas.
4.4 RESUMO
Animais silvestres são todos aqueles animais pertencentes às espécies nativas, mi-
gratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte de 
seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro, ou em águas 
jurisdicionais brasileiras. A fauna brasileira é bastante rica em espécies exuberantes, 
que comportam um número de indivíduos relativamente pequeno e, ainda, muitos 
deles sendo endêmicos. Esses fatos indicam que se trata de uma fauna frágil, muito 
fácil de levar a extinção. A fauna tem importância fundamental, aliás, desde os pri-
mórdios das civilizações, contribuindo para o equilíbrio ambiental do planeta através 
de seus papéis ecológicos de dispersão de sementes, adubação do solo, polinização 
de plantas e controle biológico. Mas também possui valores econômicos considerá-
veis como fonte de alimento, desenvolvimento de turismo, pesquisa científica, pro-
dução de medicamentos, etc.
5 MANEJO DA FAUNA 
SILVESTRE
Manejar significa conduzir com as mãos, dirigir; é otipo de intervenção humana sus-
tentável, que ocorre de forma ocasional ou sistemática, em cativeiro ou na natureza, 
visando manter, recuperar ou controlar populações silvestres, domésticas domesti-
cadas ou asselvajadas para garantir a estabilidade dos ecossistemas, dos processos 
ecológicos ou dos sistemas produtivos (IBAMA). Portanto, todo manejo deve pressu-
por conhecimento, controle e monitoramento.
Segundo Ripley (1971) o objetivo geral do manejo da fauna visa atender, da melhor 
maneira possível, as necessidades das espécies animais bem como do próprio homem. 
Maneja-se a fauna quando se fornece alimento, abrigo para que as espécies possam 
reproduzir ou parir, quando se desloca uma espécie de um local para outro onde possa 
encontrar maior proteção, quando criamos animais silvestres em cativeiro, etc.
O manejo da fauna pode ocorrer de duas formas básicas: ”IN SITU” e “EX SITU”. Para 
o primeiro caso, é importante levar-se em consideração as características do meio 
onde a espécie está inserida ou será introduzida ou reintroduzida e, nesse contexto, 
a qualidade dos habitats para determinadas espécies devem ser levado em conside-
ração (relação habitat/fauna). No segundo caso, o conhecimento sobre o ambiente 
natural onde a espécie vivia e seu comportamento é de fundamental importância 
para que se possa mimetizar em cativeiro as características habitat natural da espé-
cie e, dessa forma, obter garantias da manutenção do bem-estar animal.
5.1 DIFERENÇA ENTRE OS DOIS TIPOS DE 
MANEJO
Para se efetuar o manejo da fauna “In SITU”, ou seja, no ambiente natural da espécie, 
deve-se considerar as relações ecológicas entre as espécies (competição, predador X 
presa, parasitismo, etc) e se necessário efetuar intervenção direta no controle popu-
lacional das espécies (translocação, soltura, introdução ou reintrodução de espécies) 
ou nos atributos do habitat (‘água, vegetação, abrigos naturais, etc.); uma área para 
3938
BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE
manter a maior diversidade de espécies, ou para abrigar espécies ameaçadas, pode 
e deve ser manejada no sentido de enriquecer seu habitat com reflorestamentos, 
colocação de cochos para suplementação alimentar ou água, abrigos, ninhos, etc.
O manejo “EX SITU”, fora do ambiente natural, é feito em Jardins Zoológicos e Cria-
tórios. Essas entidades, quando bem administradas e com a participação de equipe 
técnica especializada, podem ser eficientes para a conservação de espécies. A legis-
lação brasileira permite a criação de espécies silvestres com fins comerciais e, esse 
ramo, conhecido como manejo sustentável da fauna silvestre, vêm sendo responsá-
veis por novos segmentos da economia aliado a conservação de espécies: peles dos 
jacarés do pantanal (Caiman crocodilus yacare) têm mais valor ao serem comercia-
lizadas por criatórios do que as peles retiradas clandestinamente do Pantanal. Capi-
varas (Hydrochaeris hydrochaeris), pacas (Agouti paca), catetos (Tayassu tajacu), entre 
outros, são espécies cuja criação tem se mostrado economicamente viável.
5.2 TÓPICOS RELEVANTES AO MANEJO DA FAUNA 
SILVESTRE
5.2.1 O HÁBITAT E A FAUNA
As características do hábitat influenciam diretamente na dinâmica da fauna silves-
tre, uma vez que é o local onde as espécies animais obtém alimento, água, abrigo, 
refúgio e parceiros reprodutivos  indispensáveis para a sobrevivência das espécies.
As características do meio ambiente mais importantes para o estudo e avaliação 
habitat/fauna são:
a) Vegetação: alimento/abrigo/refúgio/dispersão de sementes 
b) Recursos hídricos: consumo/acasalamento/temperatura/alimento
c) Topografia: influência climática
d) Solo: substrato vegetal/abrigo
e) Comunidade animal: relações entre si e com o ambiente
f) Distúrbios antrópicos.
Assumem importância maior aquelas características do meio passíveis de manipula-
ção pelo homem : vegetação, cursos d’água, densidade populacional etc.
5.2.2 LEVANTAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DA FAUNA 
SILVESTRE
O principal objetivo é, quando realizados em conjunto com a avaliação do hábitat, 
permitir o conhecimento do potencial qualitativo e quantitativo da área no que se 
refere ao recurso faunístico
Levantamentos podem ser qualitativos ou quantitativos e são aplicados conforme os 
objetivos do plano de trabalho.
a) Levantamentos qualitativos
Identifica espécies da fauna silvestre que ocorrem em determinada área.
Métodos diretos (Quando conseguimos visualizar o animal)
I. Observação direta
II. Restos Mortais
III. Zoofonia
IV. Captura
Métodos Indiretos: (quando percebe-se sinal da presença do animal)
I. Informações com moradores locais
II. Sinais
III. Restos alimentares
IV. Marcas
V. Odor
VI. Abrigo
4140
BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE
VII. Fragmento da cobertura do animal
VIII. Conteúdo fecal ou estomacal de predadores
b) Levantamentos quantitativos:
Determinação ou estimação do nível populacional de uma ou mais espécies da fau-
na silvestre em determinada área.
Método de contagem direta dos animais:
I. Mapeamento territorial
II. Contagem de animais afugentados
III. Censos temporais
IV. Extermínio ou captura total
V. Censo amostral por fotografia aérea
VI. Contagem nas estradas
Métodos que envolvem sinais dos animais:
I. Contagens de trilhas e pegadas
II. Ïndice auditivo
III. Contagem de restos fecais
5.2.3 OBJETIVOS DO MANEJO
Os objetivos do manejo faunístico são diversos e todos estão previstos em lei, regula-
mentados por instrumentos jurídicos específicos ou gerais. Podemos citar:
a. comercial 
b. científico 
c. conservação 
d. consumo próprio 
e. controle populacional
f. concorrência com o tráfico 
g. testar alternativas econômicas
Independente do tipo e finalidade do manejo, as técnicas envolvem a mesma tríade: 
homem/ambiente/animais e, todos são importantes para se chegar ao objetivo final 
do manejo e apresentam papel específico no processo .
HOMEM: difusor da tecnologia, educação ambiental, interpretação ambiental e 
ações de fiscalização.
AMBIENTE: manejo da vegetação (alimento, abrigo, refúgio, etc), diversificação do 
ambiente (estágios sucecionais), plantio de enriquecimento (aumentar a capacidade 
de sustentação.
ANIMAIS: controle das populações (regulação de populações), captura e abate, cui-
dados zootécnicos e veterinários (vacinação, alimentação balanceada, partos, cirur-
gias, etc.) e introdução de espécies (soltura, introdução, translocação e reintrodução).
Intervenção humana  ocorre de forma ocasional ou sistemática, em cativeiro ou a 
natureza, visando manter, recuperar, ou controlar populações silvestres, domésticas, 
domesticadas ou asselvajadas para garantir a estabilidade dos ecossistemas, dos pro-
cessos ecológicos ou dos sistemas produtivos. 
5.3 RESUMO
O objetivo geral do manejo da fauna visa atender, da melhor maneira possível, as ne-
cessidades das espécies animais bem como do próprio homem. Maneja-se a fauna 
quando se fornece alimento, abrigo para que as espécies possam reproduzir ou parir, 
• Todo manejo deve ser sustentável, sobretudo do ponto de vista ambiental
• Todo manejo deve pressupor conhecimento, controle e monitoramento.
• A ética no manejo e no acesso aos recursos a serem manejados é fun-
damental para que ele seja bem sucedido.
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BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE BIODIVERSIDADE E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE
quando se desloca uma espécie de um local para outro onde possa encontrar maior 
proteção, quando criamos animais silvestres em cativeiro, etc. O manejo da fauna 
pode ocorrer de duas formas básicas: ”IN SITU” e “EX SITU”. Para se efetuar o manejo 
da fauna “In SITU”, ou seja, no ambiente natural da espécie, deve-se considerar as 
relações ecológicas entre as espécies (competição, predador X presa, parasitismo, 
etc) e se necessário efetuar intervenção direta no controle populacional das espécies 
(translocação, soltura, introdução ou reintrodução de espécies)ou nos atributos do 
habitat (‘água, vegetação, abrigos naturais, etc.). O manejo “EX SITU”, fora do ambien-
te natural, é feito em Jardins Zoológicos e Criatórios. Independente do tipo e finali-
dade do manejo, as técnicas envolvem a mesma tríade: homem/ambiente/animais 
e, todos são importantes para se chegar ao objetivo final do manejo e apresentam 
papel específico no processo .
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uma estratégia para o século XXI. Belo Horizonte: CEMA – Centro de Estudos Do Meio 
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Janeiro: Editora Garamond. 200 p. 2001
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