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TRABALHO DE MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO - ADUBAÇÃO VERDE (3)

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Abril de 2021 
 
 
 
 
 
 
ADUBAÇÃO VERDE 
CROTALARIAS E CRAMBE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CHAPADÃO DO SUL – MS 
UFMS – CPCS 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL 
CÂMPUS DE CHAPADÃO DO SUL - MS 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANA PAULA NUNES DA COSTA, RAQUEL DIAS RODRIGUES. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ADUBAÇÃO VERDE: CROTALARIAS E CRAMBE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CHAPADÃO DO SUL - MS 
2021 
ANA PAULA NUNES DA COSTA, RAQUEL DIAS RODRIGUES 
 
 
 
 
 
 
ADUBAÇÃO VERDE: CROTALARIAS E CRAMBE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho realizado e apresentado como parte dos 
requisitos para obtenção e complementação de 
conhecimento da disciplina de Manejo e 
Conservação do Solo, do curso de Eng. Florestal, na 
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS 
– Câmpus de Chapadão do Sul – CPCS. 
Prof. Cassiano Garcia Roque 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CHAPADÃO DO SUL – MS 
2021
RESUMO 
Adubação Verde: Crotalarias e Crambe. 
 
ANA PAULA NUNES DA COSTA, RAQUEL DIAS RODRIGUES, Adubação Verde: Crotalarias e Crambe. 
Trabalho realizado para disciplina de Manejo e Conservação do Solo – Engenharia Florestal – UFMS, 
Chapadão do Sul - MS. 
 
O presente trabalho tem por finalidade evidenciar os benefícios e logo a importancia da adubação 
verde com Crotalarias e Crambe, demonstrando seus efeitos sobre os atributos do solo. O uso de 
adubos verdes aplicados ao solo é uma pratica vegetativa considerada alternativa para o manejo 
sustentável do solo, devido sua ação benéfica em diferentes aspectos das propriedades do solo. 
Podendo dizer de antemão que a adubação verde está diretamente relacionada com melhorias 
químicas, físicas e biológicas do solo, implicando de forma direta na redução dos custos de produção 
com insumos químicos, estando de acordo com a tendência mundial em busca de alimentos mais 
saudáveis, provenientes da mínima utilização de insumos químicos e degradação do meio ambiente. 
 
Palavras-chave: Adubação Verde. Crotalarias, Crambe. Atributos. Solo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
Adubação Verde 
Um dos maiores desafios que a humanidade vem enfrentando é o de gerar alimentos para um número 
cada vez maior de pessoas, sem levar à exaustão e à degradação dos solos, comprometer a 
quantidade e qualidade da água, causar sérios danos à biodiversidade e agravar ainda mais o 
problema do efeito estufa. A adubação verde é uma prática agrícola que consiste no plantio de 
espécies vegetais em rotação ou em consórcio com culturas de interesse econômico, essas espécies, 
de ciclo anual ou perene, cobrem o terreno por determinado período de tempo ou durante todo o 
ano. Depois de roçadas, podem ser incorporadas ou mantidas em cobertura sobre a superfície do solo. 
A utilização do adubo verde no solo é uma pratica vegetativa fornecedora de matéria orgânica e 
nutriente necessária as plantas, o que possibilita a redução da quantidade de adubos químicos, o que 
consequentemente também reduz os custos de produção e os danos ao solo. Os adubos verdes 
incorporam substâncias orgânicas ao solo, como exudatos de raízes, biomassa radicular e foliar, ácidos 
orgânicos e diversas substâncias elaboradas, como aminoácidos e fitormônios. De acordo com Silva et 
al. (1999), a adubação verde tem a finalidade de preservar e ou restaurar os teores de matéria 
orgânica e de nutrientes do solo, estando de acordo com a tendência mundial em busca de alimentos 
mais saudáveis, provenientes da agricultura sustentável e produzidos com a mínima utilização de 
insumos químicos e mínima degradação do meio ambiente. Logo, o uso da adubação verde destaca-se 
por sua influência na melhoria das propriedades fisicas, quimicas e biologicas do solo, os efeitos 
promovidos por essa prática variam de acordo com a espécie utilizada, a época de plantio e corte do 
adubo verde, e também as condições locais, ou seja, tanto o manejo adequado do adubo verde, 
quanto as condições ambientais favoráveis, podem promover grande melhora na estrutura e textura 
do solo. Esta atividade vem sendo cada vez mais utilizada e é considerada como uma aliada na 
prevenção da degradação dos solos e recuperação de terras que já foram eventualmente degradadas, 
os conhecimentos técnicos e científicos sobre o tema possibilitam não somente o desenvolvimento de 
uma agricultura mais tecnificada, mas também nos promovem a recuperação de áreas degradadas 
pelo uso intensivo, e melhoria das propriedades do solo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Por que fazer o uso de adubação verde? A prática possibilita a recuperação, manutenção e melhoria 
dos atributos físicos, químicos e biológicos do solo, trazendo produtividade e redução de custos com 
adubação química e controle de nematóides. Ou seja, basicamente a atividade consiste no cultivo de 
plantas – com características recicladoras, recuperadoras, protetoras, melhoradoras e condicionadoras 
de solo – em rotação/sucessão ou consorciação com culturas comerciais como a cana-de-açúcar. Apesar 
das espécies de adubos verdes possuírem grande capacidade de fixar nitrogênio da atmosfera, 
eliminando a necessidade de adubação nitrogenada, não elimina a aplicação de demais nutrientes, 
como potássio e fosforo, que devem ser mantidas em doses convencionais. Pesquisadores afirmam que 
os cuidados com a adubação verde devem ser os mesmos realizados quando uma cultura é instalada, ou 
seja, por maior que seja a rusticidade da espécie de adubo verde, se a semente utilizada não possuir 
adequado vigor, pureza e porcentagem de germinação, o estande de plantas emergidas será menor. 
Além disso, se na área de renovação não for feita a aplicação de corretivos e condicionadores de solo 
bem como o plantio do adubo verde for feito em época de baixo regime hídrico, poderá haver menor 
produção de biomassa e, consequentemente, redução dos benefícios mediante a adoção da técnica. 
Rotação de culturas: Controla nematóides fito parasitos com espécies não hospedeiras/antagônicas; 
reduz a incidência de pragas e doenças nas culturas. 
Cobertura do solo: Cobre o solo com grande quantidade de massa verde em curto espaço de tempo, o 
que resulta em fitomassa para cobertura morta; protege o solo contra os agentes da erosão e radiação 
solar; diminui a amplitude da variação térmica diuturna do solo; protege as mudas-plantas contra o 
vento e radiação solar; reduz a infestação de ervas daninhas. 
Descompactação, aeração, estruturação e reciclagem de nutrientes: Recicla os nutrientes lixiviados e 
perdidos em profundidade; libera o fósforo fixado. 
Fixação biológica de nitrogênio: As leguminosas fornecem nitrogênio fixado diretamente da atmosfera, 
reduzindo a necessidade de adubos nitrogenados; O nitrogênio da leguminosa ajuda na fixação de 
carbono no solo e aumenta o teor de matéria orgânica. 
Produção de fitomassa: Aumenta a matéria orgânica e, consequentemente, a capacidade de 
armazenamento de água no solo; reduz os teores de alumínio trocável; contribui para o sequestro de 
carbono; intensifica a atividade biológica do solo; é matéria-prima para compostagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REVISAO DA LITERATURA 
 
ADUBAÇÃO VERDE E PROPRIEDADES FÍSICAS DO SOLO 
 
Para que se tenha um equilíbrio entre a cultura e o ambiente, à manutenção das propriedades físicas, é 
considerada parte do alicerce para o sucesso dos cultivos (FACHINELLO et al., 2003). As propriedades 
físicas do solo são importantes para o crescimento da planta, e as mesmas estão frequentemente 
relacionadas. Dentre as propriedades físicas do solo os macros poros exercem influência sobre o 
desenvolvimento das plantas. A redução dos macros poros do solo, devido à compactação causada pelo 
tráfego de máquinas e implementos agrícolas, ocasiona aumento na resistência mecânica do solo à 
penetração vertical das raízes da maioria das culturas e redução dainfiltração de água no solo. 
Entretanto, o adubo verde pode ser utilizado como medida biológica para amenizar os efeitos nocivos 
da compactação do solo, por reduzir a sua resistência à penetração (MINATEL et al., 2006). O 
rompimento das camadas compactadas do solo pode ser realizado através do cultivo de plantas, 
utilizadas como adubo verde, que possuem sistema radicular desenvolvido. O sistema radicular 
desenvolvido provoca desarranjos no solo ao penetrar nas camadas compactadas e, ao sofrer 
decomposição, deixa canais que contribuem para a infiltração de água e difusão de gases, melhorando a 
qualidade física do solo (FOLONI et al., 2006). Segundo Roth et al. (1992), o crescimento radicular pode 
também incrementar a matéria orgânica ao longo do perfil do solo, a qual promove a estabilização dos 
agregados, reduzindo a susceptibilidade do solo à compactação. Assim, a utilização de plantas 
descompactadoras favorecem o aumento da macro, micro e porosidade total, reduzindo, com isso, a 
densidade do solo (SANTOS et al., 2009. Alves et al. (2007). Dentre as contribuições da adubação verde 
para a melhoria das características físicas estão também o impedimento do impacto direto das gotas de 
chuva sobre o solo, contribuindo, assim, para evitar a erosão e a perda da camada superficial mais fértil. 
Diminui a variação da temperatura entre o dia e a noite e seus efeitos na superfície do solo e em 
profundidade, favorecendo o aprofundamento de raízes e a vida microbiana. 
 
ADUBAÇÃO VERDE E PROPRIEDADES QUÍMICAS DO SOLO 
 
Os adubos verdes, segundo diversos estudos científicos e evidências práticas, desempenham ações em 
diferentes aspectos da fertilidade do solo, entre os quais o aumento do teor de matéria orgânica do 
solo, elevação do pH e fixação do N atmosférico de maneira simbiótica pelas leguminosas. Dentre as 
plantas utilizadas como adubos verdes destacam-se as leguminosas, devido adicionarem C e N 
atmosférico fixado pela simbiose com bactérias do gênero Rhizobium (FARIA et al., 2004). Além da 
adição de C e N, os adubos verdes utilizados como cobertura vegetal controlada em relação ao terreno 
descoberto e arado, possibilitam aumento da quantidade de matéria orgânica e diminuição da lixiviação 
de nitratos para o subsolo (RUFATO et al., 2007). 
O nitrogênio é o nutriente que mais tem sido estudado com relação ao efeito da adubação verde nas 
culturas de interesse econômico. As leguminosas herbáceas constituem algumas das plantas mais 
utilizadas como adubos verdes, embora espécies de outras famílias botânicas também sejam 
frequentemente utilizadas. Devido à capacidade das leguminosas de fixarem nitrogênio atmosférico em 
associação com bactérias dos gêneros Rhizobium e Bradyrhizobium, essas plantas podem substituir os 
adubos minerais no fornecimento de N para várias culturas de interesse comercial (Smyth et al., 1991). 
A adubação verde permite ainda o aporte de quantidades expressivas de fito massa, possibilitando uma 
elevação no teor de matéria orgânica do solo ao longo dos anos. Como consequência, obtêm-se um 
aumento da capacidade de troca catiônica (CTC) do solo, o que traz maior retenção de nutrientes junto 
às partículas do solo, reduzindo perdas por lixiviação (Kiehl, 1985). A partir da decomposição dos 
resíduos vegetais pode ocorrer uma diminuição na acidez do solo. Isto porque durante a decomposição 
dos resíduos, são produzidos ácidos orgânicos capazes de complexar íons Al+ presentes na solução do 
solo, reduzindo desta forma o alumínio tóxico do solo (Liu & Hue, 1996). Outro efeito benéfico desta 
prática nas características químicas do solo diz respeito à reciclagem de nutrientes (Costa, 1993). 
Quando se utilizam plantas que expandem seu sistema radicular para horizontes profundos do solo 
como adubos verdes, elas absorvem nutrientes das camadas subsuperficiais do solo. Após o corte 
dessas plantas, ocorre então a liberação gradual dos nutrientes para a camada superficial, através da 
decomposição dos resíduos, tornando-os disponíveis para culturas subsequentes. 
 
ADUBAÇÃO VERDE E PROPRIEDADES BIOLÓGICAS DO SOLO 
 
As propriedades biológicas do solo estão relacionadas com as formas de vida existentes no mesmo, 
sendo que o uso da adubação verde exerce efeitos no incremento das atividades dos microorganismos, 
entre os quais as micorrizas e bactérias do gênero Rhizobium, e aumento da atividade de minhocas. 
Segundo Coleman et al. (2004), a biota do solo influi na manutenção da fertilidade do solo, sendo 
considerada vital para a mesma, pois os microorganismos atuam na maioria de processos do solo, entre 
os quais destacam-se a disponibilidade e retenção de nutriente, decomposição de materiais orgânicos, 
acúmulo da matéria orgânica e estabilização de agregados do solo. De acordo com Steffen et al. (2007), 
os organismos da fauna edáfica são parte integrante do solo, capazes de modificar as características 
físicas, químicas e biológicas do ecossistema, sendo importante ferramenta para avaliar a qualidade do 
solo. A atividade biológica é afetada pela adubação verde devido à atividade exercida sobre a matéria 
orgânica do solo que, por sua vez, supre os microorganismos presentes com as substâncias orgânicas e 
inorgânicas necessárias ao seu desenvolvimento, estabelecendo, a partir da natureza do material 
vegetal adicionado, um maior desenvolvimento de determinados organismos microbianos (fungos 
micorrízicos), minhocas e outros (SILVA, 2007). As plantas mais utilizadas como adubo verde são as 
leguminosas, porque, além de adicionarem C ao solo, adicionam também o N atmosférico fixado pela 
simbiose com Rhizobium, beneficiando as culturas subsequentes ou as que a elas estejam consorciadas 
(FARIA et al., 2004; FARIA et al., 2007). Controla a população de nematoides, sobretudo daqueles 
formadores de galhas (Meloidogyne javanica e M. incognita). 
Condições climáticas: A temperatura exerce influência direta nos processos metabólicos das plantas, 
encontrando-se relacionada com a latitude e a altitude de cada região. Juntamente com a distribuição 
anual de chuvas, exerce uma forte influência no estabelecimento e desenvolvimento das plantas. 
Alguns adubos verdes também são fortemente influenciados pelo fotoperíodo. Um exemplo dessas 
plantas é crotalária, que tem o florescimento induzido, e consequente interrupção do crescimento, 
quando exposta a dias curtos (Duke, 1983). 
Condições edáficas: Nem sempre a realização de calagem e adubação elevadas visando o plantio de 
uma determinada espécie de adubo verde mostra-se como uma prática economicamente viável. Torna-
se importante então proceder a identificação de plantas mais adaptadas às diversas condições. Várias 
leguminosas utilizadas como adubos verdes apresentam alguma tolerância à acidez do solo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORMAS DE UTILIZAÇÃO DOS ADUBOS VERDES 
 
Adubação verde de primavera/verão em cultivo solteiro: Consiste no plantio dos adubos verdes no 
período de outubro a janeiro. A ocorrência de chuvas, associada às altas temperaturas desta época do 
ano, permite a produção de grandes quantidades de massa verde. Quando se utilizam leguminosas, 
ocorre também um grande acréscimo de nitrogênio ao solo. A principal desvantagem deste tipo de 
adubação verde está na ocupação de áreas agrícolas durante um período em que são cultivadas plantas 
de interesse econômico. Uma alternativa para esse problema seria o plantio de leguminosas em glebas 
em pousio na propriedade, deixando-se as outras partes para as culturas comerciais. No ano seguinte, 
seria realizada uma rotação. 
Adubação verde de outono/inverno em cultivo solteiro: Consiste na semeadura dos adubos verdes 
entre fevereiro e abril. O cultivo destas plantas permite então a proteção de áreas que normalmente 
não são cultivadas nesta época do ano. Ocorre ainda uma diminuição da infestação do terreno por ervas 
invasoras e redução das perdas de nutrientes do solo. A forma de manejo dos resíduos de adubos 
verdes também trazinfluências marcantes sobre a produção de culturas comerciais subsequentes. Além 
de aumentar a produtividade de culturas comerciais, o pré-cultivo com adubos verdes permite ainda 
um aumento na população de microrganismos benéficos do solo. Espindola et al. (1996) verificou que a 
adubação verde de outono/inverno com crotalária e mucuna preta permitiu maior colonização das 
raízes de batata-doce por fungos micorrízicos arbusculares nativos do solo em comparação ao solo sem 
vegetação. 
Adubação verde consorciada com culturas anuais: O adubo verde é semeado nas entrelinhas da cultura 
comercial, permitindo a produção durante todo o ano. Esse sistema mostra-se particularmente 
interessante em pequenas propriedades rurais, pois permite otimizar o aproveitamento de fatores de 
produção como energia radiante, água e nutrientes. Um exemplo deste tipo de adubação verde consiste 
no consórcio do milho com leguminosas. Esse tipo de consórcio não é indicado para condições de 
reduzida disponibilidade de água, ocasionadas por ocorrência de veranico ou plantio em período seco 
do ano, sem irrigação. Nas condições de clima tropical e subtropical, há uma rápida mineralização de 
matéria orgânica que pode ser seguida por perdas de nitrogênio. 
Adubação verde consorciada com culturas perenes: Nesta modalidade, o adubo verde é cultivado 
entre as linhas de frutíferas ou de outras plantas perenes. Devem ser evitados adubos verdes muito 
agressivos, como as mucunas preta e cinza, realizando o coroamento das plantas quando for necessário. 
Dentre as vantagens da adoção desta prática estão o controle de erosão, redução da incidência de ervas 
invasora e atenuação das perdas de nutrientes do solo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VANTAGENS DA ADUBAÇÃO VERDE 
 
O processo de nutrição do solo por meio desta técnica, se dá a partir da relação simbiótica ou 
associativista que essas plantas apresentam junto com as bactérias (rizóbio) alojadas em suas raízes. 
Essas bactérias são especializadas em metabolizar o nitrogênio no solo, ou seja, elas têm a capacidade 
de remover o nitrogênio presente na atmosfera e fixá-las no solo, dessa forma, nutrem a terra. 
Essas plantas são responsáveis pelo arado biológico, pois suas raízes são profundas. Quando essas raízes 
se decompõem, criam galerias e macro poros, que promovem o crescimento de microorganismos em 
profundidade e assim rompem as barreiras físicas do solo. Logo, elas são responsáveis pela 
descompactação do solo. O nitrogênio é um dos elementos que configura a fertilidade do solo, sendo 
sua principal função auxiliar as plantas em seu crescimento, ou seja, no desenvolvimento de células e 
tecidos. Também está presente na composição química da clorofila. 
Pelo fato de haver a fixação de nitrogênio no solo, a adubação verde garante à cultura principal um 
arranque no desenvolvimento de cerca até 25% maior em relação a ausência desta técnica, isto é, ela 
acelera o crescimento inicial das mudas principais. O plantio de determinadas espécies evita o 
desenvolvimento indesejado de ervas daninhas e do mato no plantio comercial, diminui as perdas de 
água no solo, contribuindo, assim, para recuperação de áreas degradadas. Logo, a necessidade de se 
investir em adubos químicos, manutenções para controle do mato e outras ferramentas para 
descompactar o solo é reduzido consideravelmente. 
Frisando para deixar claro, a prática da adubação verde proporciona inúmeras vantagens, dentre elas 
podemos citar que não interfere na germinação, apresenta custos relativamente baixos, promove 
aumentos significativos nas produções, protege o solo contra erosão e evita a multiplicação de ervas 
daninhas, logo fica claro que esta é uma temática que possui um aspecto de grande importância para 
diversos plantios agroflorestais, já que diversas espécies apresentam grande crescimento vegetativo. A 
atividade canavieira por exemplo, utiliza-se de práticas de conservação do solo e aptidão agrícola, e 
hoje em dia é considerada como uma atividade altamente conservadora do solo, pois atua fazendo o 
uso de adubação verde por meio de crotalária, porém vale ressaltar que mesmo utilizando desta prática 
o solo em questão deve ser bem manejado para que não ocorra problemas de perdas de solo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ADUBAÇÃO VERDE COM CRAMBE 
O crambe (Crambe abyssinica Hochst) é uma espécie vegetal da família das crucíferas, originária da 
região do Mediterrâneo, porém não se limita apenas a sua localidade de origem, já que tem boa 
adaptação à diferentes condições climáticas e que vem se desenvolvendo cada vez mais como uma 
cultura alternativa para ser levada como uso nos períodos de entressafra. Com o surgimento do 
interesse comercial desse cultivar, a possibilidade de frequência do crambe no campo como planta de 
cobertura vem aumentando significantemente, exibindo de suas características como uma planta 
rústica, de tolerância a baixas temperaturas e à seca, o que lhe permite suportar bem a sua época de 
plantio que fica dentre os meses de maio a julho, trazendo também benefícios a fertilidade do solo 
devido a sua agressividade radicular. Com essas características das espécies é possível notar uma 
melhora na fertilidade do solo, que trata desde a descompactação do solo, decorrente do seu sistema 
radicular, até a ciclagem de nutrientes, no sequestro a baixas profundidades. A abrangência desse 
funcionamento é apresentada pela própria natureza e os processos de reestruturação do solo ocorrem 
constantemente, essa reestruturação do solo começa pela ação dos organismos decompositores da 
biomassa, visto que a atividade natural da microbiota do solo permite buscar os elementos e nutrientes 
para que a vida continue e permita o uso do solo. Dentre os elementos mais importantes para esse 
equilíbrio da biota está a fixação de elementos químicos essenciais como o nitrogênio (N), fósforo (P) e 
potássio (K), este processo de fixação dos elementos químicos e nutrientes no solo, estão ligados a 
vários processos e um deles é a decomposição de raízes e restos de plantas que ajudam na formação a 
matéria orgânica, trabalhando em conjunto com fungos e bactérias na produção de biomassa, 
permitindo o desenvolvimento de tecnologias para recuperação de áreas degradadas, buscando trazer 
uma agricultura cada vez mais sustentável. 
Considerando que sem fertilidade o solo não suprirá as necessidades da demanda mundial é 
fundamental que tenhamos essa preocupação, aplicando manejos adequados ao solo com a rotação de 
culturas, descanso do solo, correção de seu pH entre outros fatores que almejam alcançar a melhoria da 
fertilidade e preservação do solo. Dentre os efeitos da matéria orgânica no solo, podemos destacar 
vários benefícios como: agregar partículas e estabilizar o solo (evita erosão); armazenar e beneficiar o 
fluxo de água e ar no solo; prover nutrientes e armazenar (N, P, K); menor compactação do solo 
(trabalho facilitado); sequestro de C da atmosfera; retenção de nutrientes: cálcio (Ca), manganês (Mg) e 
potássio (K); e, redução dos efeitos do uso inadequado de produtos químicos (pesticidas). Uma das 
principais propriedades morfoagronomicas utilizadas para avaliar os adubos verdes é a produção de 
matéria seca, estudos como o de espécies de plantas que sejam boas formadoras de cobertura, e que 
possam ser usadas no cultivo agroecológico, também é muito importante na agricultura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ADUBAÇÃO VERDE COM CROTALARIA 
 
A Crotalaria, é uma espécie originária da índia, que possui uma ampla adaptação às regiões tropicais, 
pode se dizer que são plantas arbustivas, de crescimento ereto e determinado, que produzem fibras e 
celulose de alta qualidade, próprias para a indústria de papel e de outras finalidades generalizadas, 
fazendo parte dos grupos de espécies mais indicadas para adubação verde atualmente, dentre elas 
ganhando destaque a Crotalaria junceae e C. spectabilis. Muito recomendada para a adubaçãoverde, é 
umas das espécies de leguminosas para adubação verde que apresenta mais rápido crescimento, 
podendo atingir de 3 à 5 M metros de altura, sua produtividade normal pode atingir cerca de 10 a 15 
t/ha de matéria seca e 5000 à 1000 kg/ha de sementes. Esse vegetal forma o que podemos chamar de 
associação simbiótica com bactérias do solo, que são conhecidas como rizóbios e aproveitam o 
nitrogênio fixado a partir do ar por esses microrganismos, desta forma, ao ser utilizada como adubo 
verde, traz inúmeros benefícios, como reduzir a necessidade de aplicação de fertilizantes nitrogenados 
nas culturas. Dentre as vantagens a ser obtidas pelo uso da espécie, podemos destacar: controle de 
erosão, diminuição do assoreamento dos sulcos de plantio, facilitando a germinação, recicla nutrientes 
percolados, reduz a adubação nitrogenada de plantio, diminui a incidência de ervas daninhas, 
descompacta o solo e aumento da produtividade. O manejo desta espécie em adubação verde, consiste 
na semeadura durante o período de outubro e novembro, podendo esta ser realizada à lanço em área 
total (30 kg de sementes por ha, densidade de 60 sementes por M²), ou em linha com espaçamento de 
0,5 M (25kg de sementes por ha, densidade de 25 sementes por M linear), sendo a profundidade da 
semente entre 2 e 3 cm, e ao florescimento (cerca de 100 dias) proceder com roçagem, picação ou 
acamamento, recomendando-se esperar no mínimo 90 dias para manejo da Crotalaria, para que haja 
melhor aproveitamento da biomassa produzida com ralação ao custo benefício, ou seja, se o manejo 
for feito antes de 90 dias, a biomassa produzida não custeará a prática. Por ser considerada uma planta 
de rápido crescimento e, em plantios de primavera-verão, o arranjo recomendado é de sulcos, com 
espaçamento de 30 centímetros e densidade de 30 plantas por metro linear. Em cultivos de início de 
outono, recomenda-se a densidade de 40 plantas por metro linear e espaçamento de 30 centímetros 
entre sulcos de plantio. Nas duas épocas de plantio, esses arranjos populacionais proporcionam menor 
incidência de ervas espontâneas, elevada quantidade de nitrogênio e grande produção de biomassa e 
de sementes, sendo que a produtividade de biomassa é maior na primavera-verão e a de sementes é 
maior no outono. 
Citando mais um dos benefícios do uso da crotalária, também podemos cita-las como excelentes opções 
para o controle de nematóides, pois elas atuam atraindo nematóides juvenis, permitindo assim a 
acomodação localizada destes no sistema radicular até abortarem este pontos infestados, promovendo 
então a morte destes parasitas no interior das raízes infectadas – como exemplo de nematóides 
controlados por essa linhagem, podemos citar alguns como o Meloidogyne incógnita, M. javanica, 
Pratylenchus brachyurus, P. zeae, Ogma sp., dentre outros 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALGUMAS ESPÉCIES DE CROTALÁRIAS 
 
Há uma grande diversidade de Crotalarias, mas de modo podemos dizer que suas plantas estão 
particularmente muito bem adaptadas aos solos arenosos, soltos e pobres em fertilidade, podendo ser 
obtidos aumentos de até 100% no rendimento das culturas subsequentes. Em geral, são anuais, eretas, 
arbustivas e de crescimento determinado. Sua utilização para adubação verde é feita conforme as 
caracteristicas da àrea onde será plantada e com relação aos objetivos do plantio, veja abaixo algumas 
espécies descritas e suas indicações: 
 
Crotalária-ochroleuca: Quando o assunto é rusticidade, a escolha pela Crotalária-ochroleuca é 
recomendada. Essa espécie também é empregada na sucessão de soja, com áreas em infestação mista 
por nematoides de cisto, galhas e lesões. A recuperação da capacidade produtiva do solo é outra 
vantagem reconhecida dessa Crotalária. Possui excelente fixação biológica de nitrogênio atmosférico e é 
ótima produtora de massa verde. Aparece como opção de adubo verde para culturas de hortaliças, 
grãos, algodão, tabaco e cana-de-açúcar, além de culturas irrigadas. 
 
Crotalária-spectabilis: A Crotalária-spectabilis é considerada a mais eficiente na redução de nematoides 
de galha, cisto e lesões radiculares em áreas de culturas anuais ou perenes. Possuí excelente fixação 
biológica de nitrogênio atmosférico e é ótima produtora de massa verde. Pode ser utilizada nas 
entrelinhas de culturas perenes sem prejudicar o trânsito de máquinas ou pessoas. Os cultivos de 
hortaliças, algodão, tabaco e cana-de-açúcar são os que, comumente utilizam tal espécie. 
 
Crotalária-breviflora: A Crotalária-breviflora é a espécie recomendada para entrelinhas de culturas 
perenes como o café, devido ao seu porte baixo e hábito não trepador. É má hospedeira de nematoides 
e ajuda no controle de ervas daninhas. Por combater nematoides dos tipos Meloidogyne e 
Pratylenchus, até mesmo em áreas de infestação mista. Os produtores de hortaliças também podem 
optar por este tipo de Crotalária. Já na cultura de grãos, seu uso é bastante recomendado consorciado 
com milho de segunda safra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDOS DESENVOLVIDOS SOBRE A CROTALARIA 
 
Uma série de estudos foram realizados a fim de buscar mais informações com relação ao uso da 
crotalária na adubação verde, reunindo parte das conclusões destas pesquisas, podemos dar destaque à 
alguns fatos relatados pelos resultados dos mesmos: 
- No estado de São Paulo, um estudo foi realizado com base no comportamento de cana-de-açúcar em 
sucessão a adubos verdes, onde foi verificado um maior rendimento após o cultivo com adubação verde 
de Crotalaria junceae – Cardoso (1956); 
- Foi possível detectar aumento nos teores de matéria orgânica e N do solo após 6 ciclos de utilização de 
adubação verde com Crotalária junceae plantada em anos alternados entre a colheita e o replantio, 
propiciando inclusive na obtenção de altas produções. – Yadov et al. (1986) citado por Caceres (1994); 
- Também concluíram a redução da população de cupins – segundo Macedo & Botelho (1995) citados 
por Caceres. 
- O cultivo orgânico de frutíferas como Mangifera indica L. (mangueira) e Annona muricata L. 
(gravioleira), em sistema agroflorestal com a leguminosa Crotalaria junceae (crotalária) e a espécie 
florestal Azadirachta indica (neem/nim), proporcionou um aumento significativo na eficiência do 
sistema de produção, pelo fornecimento e ciclagem de nutrientes, aumentando assim a diversidade do 
sistema e agregação de valor às frutas que, conduzidas organicamente, apresentaram maior valor 
comercial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CULTIVO DE ADUBOS VERDES 
 
Escolha das espécies: Na tomada de decisão do agricultor por determinada espécie de adubos verdes, 
alguns aspectos importantes deverão ser considerados, tais como: Histórico da área; Adaptação das 
plantas ao clima e solo da região; Não interferência das espécies escolhidas nas atividades 
agropecuárias principais da propriedade, como culturas anuais, perenes, pastagem ou reflorestamento; 
Custo financeiro mínimo da adubação verde; Facilidade de aquisição de sementes; Produção de 
quantidade adequada de massa vegetal; Facilidade de manejo das plantas, tendo em vista o objetivo 
proposto produção de fitomassa ou sementes. Algumas espécies de adubos verdes são recomendadas 
para o estabelecimento de cobertura vegetal para proteção do solo em esquemas de rotação, sucessão 
ou consórcio de culturas anuais. Podem ser utilizadas, também, como culturas intercalares a outras 
culturas perenes: café, seringueira, frutíferas diversas ou por ocasião da reforma de áreas de pastagem 
ou de cana-de-açúcar. Outras espécies podem ser utilizadas como forrageiras, associadas ou não a 
gramíneas, fornecendo feno ou constituindo pastagens ou banco de proteínas para suplementação na 
alimentação animal, como calopogônio, centrosema, guandu, kudzu, lablabe, leucena, siratro e soja-
perene. 
 
Época de semeadura: A época do ano mais favorávelao cultivo das espécies de adubos verdes está 
relacionada ao aproveitamento mais adequado da água, temperatura e luz disponíveis, que são fatores 
de interferência na emergência, no desenvolvimento vegetativo e reprodutivo e no rendimento de 
massa e de grãos da planta. Depende também das culturas econômicas exploradas em cada sistema de 
produção. De modo geral recomenda-se: 
Nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste: semear as espécies cultivadas preferencialmente na 
primavera-verão no início do período chuvoso, em geral, em outubro, para obter maior rendimento de 
fitomassa. Entretanto, algumas espécies como a crotalária junceae e guandu (eretas), mucuna-preta e 
mucuna cinza (trepadoras) podem ser semeadas mais tarde, como culturas de safrinha. Nesse caso, a 
quantidade de fitomassa produzida será menor, mas ainda adequada e a altura das plantas eretas será 
muito reduzida o que favorece a colheita mecânica dessas espécies. Assim, pode-se prever época de 
semeadura até: 
Janeiro: Crotalaria breviflora, feijão-de-porco, mucuna-anã; 
Março: guandu, mucuna-preta e mucuna-cinza, algumas crotalária (C. paulina, C. spectabilis); 
Abril: crotalária junceae, particularmente nas regiões com temperaturas mais elevadas nessa época do 
ano. 
Semear as espécies cultivadas no outono-inverno de preferência do fim de março até maio, 
aproveitando-se as últimas chuvas para favorecer a germinação das sementes no solo, a emergência e o 
desenvolvimento inicial das plantas. 
Na Região Nordeste: semear espécies de primavera-verão, de preferência de fevereiro a junho, que é o 
período chuvoso do ano. Exemplos: Crotalária junceae nas ruas de frutíferas como videira e mangueira; 
semear guandu, bastante tolerante à falta de água no solo, em junho, que vai vegetar no período seco e 
servirá também de alimento aos animais. 
Na Região Norte: semear espécies de primavera-verão, de preferência durante o período de 
concentração de chuvas, que é de dezembro a junho. A época de semeadura é muito importante, 
devendo ser respeitadas as condições climáticas mais favoráveis ao desenvolvimento das plantas, 
fazendo as opções conforme a estação do ano e pelas espécies adaptadas ou ao cultivo na primavera-
verão ou ao outono-inverno. Deve-se lembrar, ainda, que para algumas espécies, sobretudo as de 
verão, admite-se uma semeadura mais tardia, sem prejuízos à planta. Como exemplo, na Região 
Noroeste no Estado de São Paulo, pode-se semear a crotalária junceae até o fim de abril, com 
crescimento e cobertura do solo satisfatórios no início de junho; outras espécies com menor 
flexibilidade, como o guandu e a mucuna-preta, as semeaduras deverão ser um pouco mais 
antecipadas, até fevereiro ou início de março. A época de semeadura das plantas de cobertura, 
sobretudo daquelas desenvolvidas no verão-outono, é determinante da altura final daquelas com 
crescimento ereto ou da expansão lateral daquelas volúveis, trepadoras. 
 
 
 
Preparo das Sementes - Quebra de Dormência e Inoculação: as sementes recém-colhidas de algumas 
espécies, como mucuna-preta e mucuna-cinza, são “duras”, ou seja, como seu tegumento é resistente à 
absorção de água, não germinam com facilidade. Para a “quebra” dessa dormência, podem ser 
utilizados vários métodos eficientes, imediatamente antes da utilização das sementes: Utilizar lotes 
armazenados por um ano, em que a dureza terá sido muito diminuída; escarificar, utilizando tambores 
giratórios revestidos internamente com lixas abrasivas de carbureto de silício ou em trilhadoras ou 
combinadas na rotação de 500 a 600 rpm; acondicionar as sementes em saco de estopa e colocá-lo em 
água aquecida de 60 a 80 °C, por cerca de 30 segundos. Escorrer a água e colocar as sementes para 
secar em local ventilado e à sombra. Espalhar as sementes em terreiros, nas horas mais quentes do dia, 
revirando-as e recobrindo com lona durante à noite, por pelo menos uma semana; tratar com ácido 
sulfúrico concentrado (densidade de 1,84) por 5 minutos. Entretanto, esse método requer manipulação 
muito cuidadosa e com possível situação de perigo ao ser humano, não sendo muito recomendado ao 
agricultor. O agricultor pode fazer ainda uma pré-seleção, eliminando do lote aquelas sementes de 
menor tamanho, que são muito mais “duras”. Após o tratamento de “quebra” da dureza, deverão ser 
eliminadas aquelas sementes que não foram utilizadas. 
 
Preparo do solo: Como para qualquer outro plantio, deve-se evitar ao máximo o revolvimento do solo 
ou a incorporação da palhada ou resíduos existentes na área, como maneira de contribuir para sua 
preservação. Mas, se forem constatadas áreas de compactação na propriedade, deve-se resolver esse 
problema antes de iniciar o cultivo, sobretudo no sistema de plantio direto ou até no cultivo mínimo, 
utilizando subsolador. O preparo do solo é um fator determinante para favorecer a semeadura das 
culturas, a germinação das sementes, a emergência das plântulas, o desenvolvimento e a produção das 
plantas, além de colaborar no controle inicial das infestantes e na descompactação do solo. Sempre que 
possível, é interessante se ter acesso ao resultado de análises do solo para subsidiar a definição de 
possíveis aplicações de calagem, fosfatagem ou de outros pós de rocha. É importante ressaltar, 
principalmente para as pequenas propriedades em que se utilizam micro tratores, dos cuidados que se 
deve tomar com o uso de enxadas rotativas no preparo do solo, pois esse implemento movimenta 
excessivamente o solo, desestruturando-o. A adubação verde associada a um mínimo de revolvimento 
do solo pode diminuir as perdas de água e de solo, por escorrimento superficial e melhorar algumas das 
características físicas do solo tais como: a densidade e a resistência à penetração. Assim, pode-se adotar 
o cultivo mínimo ou plantio direto, mais adequados à agricultura orgânica. Cabe ressaltar que nos casos 
de plantio direto, é importante que haja uma camada de pelo menos 6 a 10 centímetros de palhada, 
pois, caso contrário, poderá haver a presença grande de plantas espontâneas cujo manejo fica mais 
complicado em razão da presença da palha. Essa atenção é importante uma vez que não é permitido o 
uso de herbicidas como nos sistemas convencionais de plantio direto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCLUSÃO 
 
Manter a superfície do solo permanentemente coberta por materiais vegetais em fase vegetativa ou 
como resíduos é, efetivamente, o manejo mais recomendado par a proteção e conservação do solo. A 
adubação verde exerce importância na melhoria da textura e estrutura do solo, minimizando a 
formação de camadas compactadas, adição de carbono e nitrogênio ao solo, e aumento da diversidade 
faunística, contribuindo expressivamente para a melhoria das propriedades físicas, químicas e biológicas 
do solo, e conservação do solo. A adubação verde é uma prática agrícola capaz de melhorar as 
propriedades do solo, auxiliando no controle de fito patógenos e plantas invasoras. 
REFERÊNCIAS 
 
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https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/43281/1/Influencia-aduvacao-verde-Ana-Lucia-Borges.pdf
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	UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL CÂMPUS DE CHAPADÃO DO SUL - MS
	RESUMO
	Adubação Verde: Crotalarias e Crambe.
	ANA PAULA NUNES DA COSTA, RAQUEL DIAS RODRIGUES, Adubação Verde: Crotalarias e Crambe. Trabalho realizado para disciplina de Manejo e Conservação do Solo – Engenharia Florestal – UFMS, Chapadão do Sul - MS.
	O presente trabalho tem por finalidade evidenciar os benefícios e logo a importancia da adubação verde com Crotalarias e Crambe, demonstrando seus efeitos sobre os atributos do solo. O uso de adubos verdes aplicados ao solo é uma pratica vegetativa co...
	Palavras-chave: Adubação Verde. Crotalarias, Crambe. Atributos. Solo.
	INTRODUÇÃO
	VANTAGENS DA ADUBAÇÃO VERDE
	REFERÊNCIAS

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