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Referencial Teórico Cromatografia Gasosa ASPECTOS GERAIS: A cromatografia é uma técnica relatada cientificamente há pouco mais de cem anos, empregada primeiramente em 1906, sua utilização é atribuída a um botânico russo ao descrever suas experiências na separação dos componentes de extrato de folhas. É um método físico-químico de separação, fundamentada na migração diferencial dos componentes de uma mistura, que ocorre devido a diferentes interações, entre duas fases imiscíveis, a fase estacionária que retém elementos e a fase móvel que conduz a mistura por meio de um soluto através de fase estacionária. A grande variedade entre as fases, a torna uma técnica versátil e de grande aplicação. Na palavra cromatografia crhom, significa cor e graphie, significa escrita e toda palavra refere-se a bandas separadas na coluna. Essa técnica foi ignorada, até que na década de 30 foi redescoberta, a partir daí diversos trabalhos passaram a ser realizados. Ela pode ser utilizada para purificação, detecção e auxiliar a separação de substâncias indesejáveis. A cromatografia é muito utilizada na toxicologia para monitorar o uso de medicamentos, na ciência forense, doseando drogas de abuso e auxiliando a elucidar crimes. CROMATOGRAFIA GASOSA: A Cromatografia Gasosa é uma das técnicas analíticas que mais tem notoriedade e representa a principal técnica para separar e determinar compostos voláteis ou volatizáveis, já que possui um alto poder de resolução. Nela, pode-se submeter amostras gasosas, líquidas ou sólidas, desde que consigam evaporar com facilidade. Além disso, o mecanismo de separação se baseia na partição dos componentes da amostra entre a fase móvel e a estacionária. CLASSIFICAÇÃO: A cromatografia gasosa pode ser classificada através da fase estacionária em Cromatografia Gás-Sólido e Cromatografia Gás-Líquido. A Cromatografia Gás-Sólido é assim classificada, quando a fase móvel é um gás e a fase estacionária, um sólido. Já a Cromatografia Gás-Líquido, quando a fase móvel é um gás e a fase estacionária um liquido. COMPONENTES: Um cromatógrafo à gás é composto basicamente pelo gás de arraste, controlador de fluxo, injetor, coluna, forno e detectores. Gás de arraste: trata-se de um gás inerte e puro, que é responsável pelo transporte da amostra até o detector sem que ocorra alteração na sua estrutura, esse transporte ocorre através da fase estacionária. Os gases de arraste mais utilizados são o gás hélio (He), Nitrogênio (N2) e Hidrogênio (H2). Reguladores de Pressão: Os reguladores de pressão são utilizados para regular o abastecimento do gás, evitando assim possíveis vazamentos. Controlador de Fluxo: É responsável pela medição e controle do gás de arraste, para uma melhor reprodução dos resultados. Sistema amostrador-injetor: O sistema amostrador-injetor pode ser automático ou manual, apresentando uma seringa de injeção na sua composição. É o local onde a amostra vai ser introduzida. Coluna: A escolha da coluna é realizada através de critérios como, o peso molecular, polaridade e volatilidade do analito a ser analisado. Além disso, também é responsável pela diferenciação entre a Cromatografia Gasosa e a Cromatografia Gasosa de Alta Resolução, pois na Cromatografia de Alta Resolução, as paredes da coluna são maiores em comprimento e menores em diâmetro. Forno: O forno é responsável pelo controle da temperatura durante a análise e é o local onde a coluna está inserida. Detectores: Os detectores serão escolhidos de acordo com o analito a ser analisado DETECTORES: Os detectores de cromatografia gasosa podem ser classificados em universais, seletivos e específicos. - Detector universal: Temos a condutividade térmica (TCD), usada para detecção universal e a ionização de chama (FID), usada para detectar a maioria dos compostos orgânicos. - Detector específico: Temos a captura eletrônica (ECD), utilizada para identificar anidridos, haletos, nitratos, nitrilas, organometálicos, peróxidos e a fotoionização (PID), usada na detecção de aldeídos, alifáticos, aminas, aromáticos, cetona, compostos organo-exofre, ésteres, heterocíclicos, alguns organometálicos. - Detector seletivo: Temos o fotométrico de chama (FPD) para identificação do arsênio, boro, crômio, enxofre, estanho, fósforo, germânio e o termiônico (TSD) para identificação do antimônio, arsênio, boro, chumbo, enxofre, fósforo e nitrogênio. A quantidade desses elementos ou compostos identificados nos métodos cromatográficos, independe do estado físico de suas fases, pode ser determinada por meio da quantificação das propriedades avaliadas por cada detector, visto que, as intensidades dessas propriedades estão relacionadas com o tipo e a quantidade de suas respectivas substâncias. Essa relação pode ser visualizada por meio de um cromatograma, esse é o registo gráfico dos dados gerados em uma análise, é uma representação constituída por uma série de curvas com picos característicos de cada substância química presente na amostra. PASSO A PASSO: Seu processo consiste em colocar a amostra no injetor aquecido, onde é vaporizada e transferida com o auxílio do gás de arraste para o detector conectado na coluna, esse, por sua vez, emite um sinal elétrico, que é registrado graficamente sob a forma de picos. APLICAÇÕES: A cromatografia gasosa é a técnica cromatográfica utilizada para fins analíticos como, por exemplo, na determinação de antioxidantes, nutrientes ou contaminantes em alimentos; no monitoramento de processos industriais; em análises dos constituintes do sangue e análise forense; na determinação de resíduos de pesticidas em produtos alimentares, águas ou esgotos; na determinação da gases e solventes orgânicos na atmosfera, solo ou rios; análise de solventes residuais do processo de craqueamento catalítico do petróleo, dentre outras. VANTAGENS: É bastante sensível e tem uma alta detectabilidade, além de propiciar análises qualitativas. DESVANTAGENS: É preciso preparar a amostra e acaba se tornando limitada, pois, é necessário que está seja volátil e termicamente estável; é uma técnica demorada e dispendiosa é possui uma eficiência qualitativa limitada. REFERÊNCIAS: DEGANI, Ana Luiza; CASS, Quezia; VIEIRA, Paulo. Cromatografia um breve ensaio. Disponível em: <http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc07/atual.pdf> Aceso em: 16 de novembro de 2020. GOULART, Daniel Silva. Aplicações das técnicas de cromatografia no diagnóstico toxicológico. Universidade Federal de Goiás. Goiânia, 2012. Disponível em: <https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/67/o/Daniel_Goulart_1c.pdf?134911658> Acesso em:16 de novembro de 2020. PENTEADO, et al. Experimento didático sobre cromatografia gasosa: uma abordagem analítica e ambiental. Química Nova, São Paulo, vol. 31, n. 8, 2008. Disponível em: <https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100- 40422008000800047&script=sci_arttext#:~:text=A%20cromatografia%20gasos a%20classifica%2Dse,g%C3%A1s%2Dl%C3%ADquido%20(CGL). > Acesso em: 17 de nov. de 2020. NASCIMENTO, R.F; LIMA, A.C.A; BARBOSA, P.G.A; SILVA, V.A. Cromatografia gasosa: Aspectos teóricos e práticos. Fortaleza, 2018. p.17- 23. Disponível em: <http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/39260> Acesso em: 16 de novembro de 2020. MATOS, Simone Pires. Técnicas de análise química: métodos clássicos e instrumentais. Ed. São Paulo: Érica, 2015. Disponível em: <https://books.google.com.br/books?id=pYywDwAAQBAJ&pg=PT98&dq=livro+ cromatografia+a+g%C3%A1s&hl=pt- BR&sa=X&ved=2ahUKEwjCkMnOmYftAhXlD7kGHSv_Bz8Q6AEwAXoECAUQ Ag#v=snippet&q=capa&f=false> Acesso em: 16 de novembro de 2020. ASSIS, Rayane Miranda. Cromatografia: Importância e aplicações. BEQ. 25 de outubro de 2015. Disponível em: <https://betaeq.com.br/index.php/2015/10/25/cromatografia-importancia-e-aplicacoes/> Acesso em: 16 de novembro de 2020.
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