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Painel Interdisciplinar de Direitos Humanos

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[footnoteRef:1]TÍTULO:DIREITOS HUMANOS E MEIO AMBIENTE [1: Artigo apresentado pelo projeto interdisciplinar de direitos Humanos, realizado sob a orientação do Professor Geraldo Pessoa] 
O REFLEXO DO CONSUMO DESENFREADO NO MEIO AMBIENTE
[footnoteRef:2]Eduardo Junior Linhares Miguel [2: Acadêmicos da Segunda fase do Curso de Direito da Universidade do Sul de Santa Catarina – Araranguá, outubro/2017
] 
Filipe Behenck
Gabriela Oliveira
Kelvin Sartori
Márcia Brasil
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo apreciarmos o conceito dos diversos aspectos de meio ambiente, apreciando mais especificamente o meio ambiente natural, e os reflexos produzidos pelo modo de vida consumista da sociedade moderna, que fere diretamente o propósito dos Direitos Humanos no que tange principalmente o direito à vida humana, baseados em bibliografias de diversos autores, procuramos evidenciar o fato, de que, o consumo desnecessário tem consequências desastrosas ao meio ambiente natural e consequentemente a vida sadia no planeta. O posicionamento comportamental de seres humanos em suas sociedades e a sua relação com o meio ambiente, quando deixa de lado o antigo paradigma de consumir para sobrevier, tem evoluído para um consumo muito acentuado, tornou-se nas últimas décadas impulsivo e irresponsável, resultando em uma grande quantidade de rejeitos, tanto de uso, quanto dos processos de produção, esgotando fontes não renováveis da natureza, causando dia após dia uma degradação ambiental que tem, o homem portador de uma ética ambiental deturpada, como maior autor e vítima desse comportamento não sustentável, que fere um direito fundamental da pessoa humana, uma sadia qualidade de vida. Diante das pesquisas realizadas, foi possível concluir que são inegáveis os danos causados ao ambiente ecológico, pelo excesso de produção e consumo e, sem uma conscientização que resulte em atitude, por parte do consumidor e das grandes empresas, de conscientização quanto ao prejuízo causado pelo consumo exagerado e a falta de uma política pública efetiva que imponha às Empresas um controle de qualidade de produtos que tenham uma vida útil maior possível, e sejam razoáveis em suas propagandas de indução a compra desnecessária, sem este compromisso, teremos danos, a cada dia, mais severos e prejudiciais à saúde e consequentemente o comprometimento da viabilidade de vida na Terra em um breve futuro.
ABSTRACT
The objective of this article is to evaluate the concept of the various aspects of the environment, appreciating more specifically the natural environment, and the reflexes produced by the consumer way of life of modern society, which directly affects the purpose of Human Rights in what concerns mainly the right to human life, based on bibliographies of several authors, we try to highlight the fact that unnecessary consumption has disastrous consequences to the natural environment and consequently to healthy life on the planet. The behavioral positioning of human beings in their societies and their relation to the environment, when it leaves aside the old paradigm of consuming to survive, has evolved to a very accentuated consumption, has become impulsive and irresponsible in recent decades, resulting in a large quantity of tailings, both of use and of production processes, exhausting nonrenewable sources of nature, causing day after day an environmental degradation that has, the man with a misrepresented environmental ethics, as the main perpetrator and victim of this behavior. sustainable, which violates a fundamental right of the human person, a healthy quality of life. In the light of the research carried out, it was possible to conclude that damage to the ecological environment, overproduction and consumption is undeniable, and without an awareness that results in an attitude on the part of consumers and large companies to raise awareness of the damage caused by excessive consumption and the lack of an effective public policy that imposes on companies a quality control of products that have a longer useful life, and are reasonable in their advertisements of induction unnecessary purchase, without this commitment, we will have damages, every day , more severe and harmful to health and, consequently, the compromise of the viability of life on Earth in the near future.
Palavras-chave: meio ambiente, consumo, conscientização
Keywords: environment, consumption, awareness
Sumário: 1. Introdução, 2. Meio Ambiente, 3. Ética ambiental, 4. Consumo, 5. Rejeitos do consumo, 6. Considerações finais, 7. Referencias
1. Introdução 
 
Não há como desvincular o exercício dos Direitos Humanos e o Meio ambiente, ou sequer há possibilidade de execução de algum dos direito neles elencados, se não houver um ambiente apropriado para isso. Conhecido por nós como meio em que vivemos foi conceituado por Fiorillo em quatro divisões, Meio ambiente Artificial, Histórico, Cultural e Natural. (Fiorillo,2013). O Meio Ambiente Natural, vem sendo o mais atingindo a cada ano pelas consequências de atitudes daquele que mais se beneficia dele, o ser humano.
Segundo Eduardo Córdula, “O meio ambiente, infelizmente, possui dois contrastes gritantes hoje em dia: o ambiente humano e o natural, no qual, este último está perdendo espaço pelo crescimento populacional e a grande demanda de recursos naturais. O consumismo está degradando os recursos do planeta, esgotando-os e provocando graves e irreversíveis alterações (Córdula, 2015 apud, BRASIL, 2002).” Os grandes centros urbanos consomem atualmente as maiores partes de recursos naturais extraídos do planeta, incluindo principalmente os países desenvolvidos e os em desenvolvimento, sendo os primeiros, os maiores causadores de danos ambientais, por possuírem grande número de indústrias e uma demanda extremamente alta, é muito difícil, inclusive racionalizar essa degradação.
 A efetivação dos direitos humanos, do direito à vida em ambiente ecologicamente equilibrado e do direito ao desenvolvimento representa, prioritariamente, a maior busca da humanidade. Há muitas buscas tanto tecnológicas, quanto científicas, a respeito de poder conciliar esses direitos tornando o meio de convivência ainda mais agradável, o cuidado e o zelo pelo meio ambiente, garantiria, de certa maneira, a sobrevivência humana, uma vez que a degradação do meio ambiente de maneira intensa, agride principalmente os direitos fundamentais dos cidadãos, como direito a vida, a saúde, bem-estar, entre outros. A ética ambiental nos remete a esse conceito, a posição comportamental nas relações com o meio, com a natureza, e apesar de todo o avanço tecnológico e desenvolvimento econômico, é inviável a vida sem uma natureza sadia. Os direitos fundamentalmente humanos precisam da proteção do direito ambiental, pois, apesar de tratar-se de tipos diferentes de direitos, eles possuem um grande elo entre si, ambos são indispensáveis à vida.
Com a crescente degradação ambiental torna-se necessário a fundamentação de um direito mais efetivo que busque alternativas e sustentações para a preservação do meio ambiente, diante dessa necessidade surge o direito ambiental, trazendo uma maneira ampla e eficaz de modo a encarar a luta pela preservação do meio ambiente, valorização da fauna e flora e principalmente pela qualidade do nosso ecossistema. 
Este trabalho pretende através de pesquisas bibliográficas, e através de um método hipotético dedutivo fazer um recorte daquilo que entendemos como meio ambiente natural, sua proteção legal e como o desenvolvimento econômico tem levado a uma degradação cada vez maior, comprometendo todos os seres vivos, a natureza e o ambiente saudável o qual constitui um direito inalienável da presente e das futuras gerações conforme consta em nossa Constituição Federal Art. 225, e depende de cada indivíduo uma postura responsável em relação a seu compromisso com este direito que é de todos nós e dos que ainda não nasceram. Se os consumidores adotarem uma postura ética e consciente do seu consumo estaremos colaborando com a qualidade de vida detodos.
2. Meio Ambiente 
O Planeta Terra é o único que conhecemos com viabilidade de vida, temos ar, água, plantas, animais, temperatura ideal, o ambiente perfeito para uma vida saudável. Aqui o homem cria outros ambientes para a sua adaptação à vida diária. No entendimento de José Afonso da Silva o meio ambiente é, justamente isso: a correlação dos diversos elementos sejam, naturais, artificiais ou culturais que colaboram para o desenvolvimento equilibrado da vida em todas suas formas. A integração busca assumir uma concepção unitária de ambiente que compreende os recursos naturais e culturais. (SILVA, 1995 apud LENZA, 2016, p.1449)
O meio ambiente é um conjunto formado por elementos naturais e artificiais relacionados entre si e na maioria das vezes alterados pela ação humana. Os seres vivos, o solo, a água, o ar, os objetos físicos fabricados pelo homem e os elementos simbólicos formam o meio ambiente, sendo assim, é fundamental preservá-lo para o desenvolvimento sustentável das gerações atuais e futuras.
2.1 Aspectos meio ambiente 
 Fiorillo, faz uma distinção conceitual, classificando em quatro os tipos de Meio Ambiente, para um melhor entendimento sobre cada aspecto do tema dentro direito ambiental, facilitando a identificação do âmbito de enquadramento das atividades que agridem e qual o bem agredido, a classificação apenas distingue cada uma dessas particularidades do meio ambiente.
Temos o meio ambiente cultural é todo patrimônio histórico, paisagístico, ecológico, cientifico, artístico e turísticos que temos, podendo ser material, como os objetos e elementos que possuem importância cultural. (Cf. arts. 225, caput, 215 e 216). 
O meio ambiente artificial ou humano é o espaço construído pelo homem (edificações, ruas, parques, áreas verdes, praças, e etc.). Segundo Fiorillo, O meio ambiente artificial tem seus olhos voltados para cidade, por extensão, seus habitantes, além do art. 225, considerado o mais importante constitucional ambiental, o art. 182, ao iniciar o capítulo referente a política urbana, e situada pelo poder público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais e da cidade, e garantir o bem-estar dos seus habitantes. (FIORILLO, 2013, pg 63)
O meio ambiente do trabalho, espécie do meio ambiente artificial, caracteriza-se como local em que o trabalhador exerce suas atividades. 
O quarto, meio ambiente natural ou físico, que é objeto do nosso estudo, composto pela atmosfera, por elementos da biosfera, pelo solo, águas (mar territorial), pelo subsolo, pelo ar, pela fauna e flora. Ainda segundo Fiorillo, aqui “se encontra o fenômeno da homeostase, consiste no equilíbrio dinâmico entre os seres vivos e meio que vivem”, ou seja, existe ligação mutua entre os elementos que compõem esse tipo de ambiente.” (Fiorillo, 2013, p.62), ou seja todas as realizações humanas refletem imediatamente no seu ambiente natural, sejam como resultados positivos ou negativos, diante de um ambiente natural saudável, o homem também será, mas, se a natureza morrer, o homem morrerá. Não há meio de vida, sem a preservação do Meio Ambiente Natural. Viver de forma sustentável implica em buscar essa harmonia entre pessoas e natureza.
2.2. Conceito Jurídico 
O Homem se desenvolveu graças a natureza, porém esta nunca recebeu proteção jurídica "cabível", que a protegesse contra perigos eminentes, sendo assim, a proteção jurídica do ambiente só foi vista como uma exigência há bem pouco tempo, nos finais dos anos 60 e inícios de 70. Até aí, devido à confiança desmedida que se tinha no desenvolvimento econômico, as questões ambientais foram descuidadas. Na visão antropocêntrica o homem é o visto como centro das preocupações ambientais, portanto o cuidado da natureza se deu exclusivamente visando o benefício humano. Essa visão de que o homem pode explorar a natureza como precisar, utilizando os recursos naturais para a produção do que se consome, não levando em conta a limitação desses recursos, lançando os rejeitos do que foi utilizado de volta à natureza, esquecendo de que, a subsistência de vida depende dela. Essa visão deturpada de meio ambiente a serviço do homem, precisa ser alvo da conscientização humana para se restabelecer.
2.2.1 Antropocentrismo e Ecocentrismo
Existem duas opiniões quanto a consideração do que engloba o objeto do Direito Ambiental, o Antropocentrismo, que coloca o homem como centro e possuidores de pleno direito, essa visão coloca o homem como dominador de todos os seres e recursos naturais unicamente em seu benefício. Segundo Milaré,
 “A lenta sedimentação desses antiquíssimos princípios na cultura ocidental resultou numa dupla atitude da arrogância humana em face do mundo natural: ímpetos de cruel dominação e usufruto pragmatista dos recursos. Os ímpetos de cruel dominação transfere para os animais e vegetais, principalmente, mas também para outros recursos, a tirania da nossa espécie, uma sorte de horror imposto pela supremacia humana, capaz esta, de torturar o mundo natural com formas varias de espoliação, poluição, agressão e degradação sem levar em conta o significado da vida sobre o Planeta” (MILARÈ, Edis, 2000, pg 66)
As formas de exploração dos recursos naturais, de forma egoísta, sem se importar com as consequências tem se voltado contra o próprio ser humano, não só o planeta é atingido, o homem faz parte do ecossistema que ele mesmo pensa ter total domínio e se encontra em degradação vertiginosa. Diante disso a visão antropocêntrica coloca o homem como centro das preocupações ambientais, que apesar de sobreviver graças a natureza pouco recebeu proteção jurídica, até ver sua existência ameaçada diante dos desastres ambientais sentiu a necessidade de procurar e controlar estes eventos através da tutela jurídica do meio ambiente. 
Conforme afirma Flavia de Medeiros, 
“A interação e interdependência do meio ambiente, por tanto, pressupõe superar o paradigma de dominação que sempre caracterizou as relações entre o homem e o meio ambiente, levando-nos a uma re(significação) que potencialize a ética da alteridade, com ênfase em valores fundamentais. Este novo modelo de organização planetária deve ter como alicerce a responsabilidade, o cuidado e o respeito do homem pra consigo mesmo, para com os componentes abióticos que constituem a biosfera.”
O Ecocentrismo, por sua vez, considera que a natureza tem mérito singular: a proteção à natureza acontece em função dela mesma e não somente em razão do homem e por isso a sua proteção poderá ir de encontro aos interesses do próprio homem.
Conforme Fagner Guilherme Rolla, em seu artigo Ética Ambiental: principais perspectivas teóricas e a relação homem-natureza, “Os Ecocentristas procuram justificar proteção à natureza afirmando que “dado à naturalidade um valor em si, a natureza é passível de valoração própria, independente de interesses econômicos, estéticos ou científicos.” (ROLLA, Guilherme Fagner,)
2.3 Proteção jurídica do Meio Ambiente 
Segundo Flávia de Medeiros, o Brasil conta hoje instrumentos normativos com mais de 40 Tratados Internacionais.
A partir da 1980 apontam em nosso ordenamento jurídico brasileiro, os primeiros diplomas legais mais relevantes, relativos a proteção do meio ambiente, a Lei nº 6.938/81, que trata das diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente; (recepcionada pela Constituição Federal de 1988, sendo tida, inclusive, por norma geral ambiental, conforme art. 24, VI e §1° do Texto Constitucional).
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. (Constituição Federal de 1988)
 A Lei nº 7.347/85, que trata da Lei da Ação Civil Pública; a Lei nº 9. 605/98 que trata dos crimes ecológicos, dentre outras leis mais específicas.
A ConstituiçãoFederal de 1988 estabeleceu as obrigações da sociedade e do Estado para com o meio ambiente, reconhecendo como elemento substancial ao bom desenvolvimento da qualidade de vida para a população, e da manutenção do funcionamento de infra-estrutura econômica.
Pode ser constatado a partir do art.225, no texto constitucional que a carta magna dedicou o seu capítulo VI para tratar da tutela do meio ambiente, onde estão elencados os princípios relativos ao Direito Ambiental.
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. (CF, 1988)
O EIA/RIMA (Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental) são meios criados pelas políticas Nacionais de Proteção ao Meio Ambiente, Lei nº 6.938/81.
A aplicação desta lei está prevista Na CF, art 225, § 1
IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;
Segundo o site LogicAmbiental, “A resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) nº 001 de 1986, regulamenta os critérios básicos e as diretrizes gerais para aplicação da Avaliação de Impacto Ambiental, assim como define as atividades que se enquadram nesta modalidade e ainda estabelece os conteúdos mínimos para a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental e do Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA, Equipe LogicAmbiental)
A Lei nº 12.305/10 prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, trazendo a prática de hábitos de consumo sustentável e diversas formas para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização, contém instrumentos importantes para que haja o avanço necessário para o enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos, também entrega a responsabilidade para os geradores de resíduos, sendo eles fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, etc. Além de criar importantes metas que contribuirão para a eliminação dos lixões e instituir instrumentos de planejamento nos níveis nacional, estadual, intermunicipal, metropolitano e municipal. (Gestão de Resíduos, site Ministério do meio Ambiente)
O direito Internacional Ambiental por sua vez busca atenuar os impactos ambientais principalmente na emissão de gases, promovendo através de tratados internacionais uma proteção eficaz, visando principalmente a prevenção, mas também atribuindo medidas de reparação proporcional ao dano ambiental de um Estado. Constatamos essa representação do Direito internacional em diversos acordos e tratados internacionais, destacamos entre eles, conforme Fábio Feldmann, Secretário de Estado do Meio Ambiente de São Paulo:
Estocolmo, 1972 A Conferência se fez necessária diante da constatação de que o comportamento humano estava causando séria degradação do meio ambiente ecológico e colocando em risco, a saúde e consequentemente a sobrevivência da humanidade. “Foi marcada por uma visão antropocêntrica de mundo, em que o homem era tido como o centro de toda a atividade realizada no planeta, desconsiderando o fato de a espécie humana ser parte da grande cadeia ecológica que rege a vida na Terra.” [...] “A Conferência produziu a Declaração sobre o Meio Ambiente Humano, uma declaração de princípios de comportamento e responsabilidade que deveriam governar as decisões concernentes a questões ambientais.” (Feldmann, para o site Ecclesia,2017)
Rio de Janeiro, 1992, denominada de ECO-92. Como produto dessa Conferência foram assinados 05 documentos. São eles, segundo Fábio Feldmann, Secretário de Estado do Meio Ambiente de São Paulo:
· Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
· Agenda 21
· Princípios para a Administração Sustentável das Florestas
· Convenção da Biodiversidade
· Convenção sobre Mudança do Clima
Protocolo de Kyoto, em 1997, realizou-se algumas alterações em relação às metas propostas no Rio, como, o compromisso por parte do conjunto dos países mais industrializados deveria assumir comprometendo-se a diminuir a emissão de gases de dióxido de carbono.
Devemos destacar também a OIT, Organização Internacional do Trabalho, foi criada em 1919 como uma instituição autônoma ligada à Liga das Nações (antecessora da ONU). Em 1946 a OIT tornou-se a primeira agência especializada da ONU, e trabalha em diversas áreas relacionadas as condições de trabalho, mas especialmente em um programa chamado “Condições de Trabalho e Meio Ambiente” conforme citado por Feldmann, para o site Ecclesia, 10/2017)
“Esse programa é guiado pelo princípio segundo o qual as pessoas têm direito a trabalhar num meio ambiente sadio e seguro. Dentre as questões sob estudo por esse programa da OIT, em conjunto com o PNUMA e a Organização Mundial da Saúde, encontra-se um grupo de trabalho que está promovendo programas voltados à assegurar que a manipulação de substâncias perigosas na indústria e agricultura se dêem de forma a proteger o meio ambiente e a saúde dos trabalhadores...” (Feldmann, site Ecclesia,2017)
Estas são apenas algumas das iniciativas por parte das Nações Unidas em benefício do Meio Ambiente, contudo a efetividade dos tratados e acordos muitas vezes são comprometidos por falta de interesse de nações mais desenvolvidas em recepciona-los pois demandam um desaceleramento do crescimento econômico, sobretudo visando a conservação da vida na Terra.
3. Ética ambiental
É de conhecimento de todos em nossos dias, de que existe um desiquilíbrio ecológico, um desgaste ambiental, e que a recuperação do meio ambiente é uma questão primordial a sobrevivência da espécie humana, é de conhecimento, mas não de consciência de todos.
Conforme o site O Que é Ética, “Ética ambiental, como conceito, foi criada entre o ano 1950 e o ano 1960 e se refere principalmente como o indivíduo deve agir em frente a natureza, considerando que a própria existência da humanidade está inteiramente conectado a própria sobrevivência do meio em que vivemos.” (Ética Ambiental e sua importância, site O que é Ética, junho 22, 2017)
A Ética Ambiental está ligada a conscientização de um desenvolvimento sustentável, que permita uma boa qualidade de vida para essa geração e a viabilidade de vida para as gerações futuras, o direito e dever a um meio ambiente saudável são contrapartidas indiscutíveis. Porém o que se tem visto é uma discrepância entre crescimento econômico e conservação ecológica.
Após a Revolução Industrial, após o contexto histórico dos séculos XIX e XX, os grandes avanços tecnológicos vem atuando como um dos principais vilões da natureza, pois movidos por instintos consumistas, os homens estão colocando em risco a sobrevivência da espécie humana no planeta para ter acesso a todos estas novidades, a sustentabilidade está sendo prejudicada.
Países de Primeiro Mundo são os maiores responsáveis pelos impactos ambientais de grandes proporções, devido as abundantes demandas de produção e consumo resultantes do anseio de uma melhor qualidade de vida, e se, por um lado existe um excesso, por outro, existe uma população que vive em condições de subdesenvolvimento econômico que sonha com a oportunidade de usufruir dos benefícios deste desenvolvimento. Porém conforme Milaré nos explica, 
“Há necessidade de desenvolvimento mínimo socioeconômico para bilhões de pessoas. Por outro lado, é uma ilusão pensar que toda a humanidade poderá viver conforme os padrões de Primeiro Mundo. Impõe-se uma nova postura ética internacional em face da questão ambiental e da crise planetária. Os atuais estilos de civilização estão sob julgamento. Mas tão grandes mudanças não se processará de cima; deverá consolidar-se a partir de baixo, assim como as grandes massas são formadas de pequeninas moléculas unidas por um princípio o força agregadora” (Milaré, Edis, 2000, pg72)
Como dizia Paulo Freire, “A educação não transforma o mundo,mas mudas as pessoas, pessoas transformam o mundo”, se existe uma esperança para o mundo e a humanidade é por meio da educação ambiental promovendo uma conscientização global.
Para que haja grande resultado no sentido de retomar o desenvolvimento com sustentabilidade, é preciso que a iniciativa comece por uma minoria, uma atitude gera consequências que geram efeitos em cadeia, até que esses efeitos alcancem impactos nas grandes Empresas que por sua vez assumam a responsabilidade sobre os efeitos das suas produções.
4. Consumo
Ao falarmos de consumo, logo associamos à ideia de Economia, à aquisição de bens. É correto afirmar, que, quanto mais se consome, mais renda e mais dinheiro circulando, gerando mais empregos, mais renda e mais consumo, como um círculo vicioso, benéfico, até certo ponto. 
Como define Rafael da Silva Marques, juiz do Trabalho substituto, em O conceito de consumo:
“Atualmente o conceito de consumo está umbilicalmente ligado à economia. Consumir é, antes de tudo, comprar, despender parcela econômica de capital para adquiri uma coisa. E isso faz girar a economia. Quanto mais se consome mais renda há. Mais o dinheiro circula, criando empregos e renda.” (Marques, publicado por Espaço Vital)
É impossível quando tratamos de consumo, não vincularmos a imagem da pessoa do cliente adquirindo um produto. Empresa e consumidor constituem lados opostos de uma mesma relação. De um lado, as empresas oportunizam a possibilidade de acesso a bens materiais e intelectuais aos consumidores, por outro, estes são, sobre tudo, vitais para o crescimento econômico das empresas, sem os quais as relações comerciais não existiriam. (CONPENDI, 2015, Apud TORRES e MUNIZ, p. 178, 2015)
É impossível vivermos sem consumir bens e serviços, isto é intrínseco de uma sociedade, sobrevive-se através da relação de consumo, o problema é quando consumimos mais do que realmente precisamos, praticamos o consumo de forma impulsiva, por vezes irracional e irresponsável com a economia individual e com o meio ambiente.
4.1 Necessidade artificial do consumo
No início da civilização as relações de comércio eram baseadas em troca de mercadoria para satisfazer as necessidades básicas, o tempo foi passando houve a criação da moeda, desenvolvimento da economia e então, a Revolução Industrial que foi um marco da produção em massa, a partir daí a grande produção precisava ser demandada, havia agora a necessidade capitalista de fazer as pessoas consumirem mais, gerando uma sociedade hiperconsumista.
De acordo com Édis Milaré,
“Um dos escopos do desenvolvimento socioeconômico (e mais ainda do mero crescimento econômico) é a produção de bens e serviços à procura de um mercado consumidor. Tanto é verdade que os investimentos são planejados em função do número de consumidores e usuários potenciais, e não de seres humanos. Não é uma estratégia incorreta ou intrinsecamente má; antes o nível de vida digno satisfatório que se deseja estender a toda a população supõe o aumento de consumo e ampliação de mercado (notadamente o mercado interno), para que se possa atender à demanda de bens e serviços necessários ao desenvolvimento humano. O que preocupa, e ao mesmo tempo constitui aberração do desenvolvimento harmonioso, é o culto ao consumismo e a criação de necessidades desnecessárias, impingidos por um marketing distorcido” (Édis Milaré, 2000, p.40)
O consumismo é característico da sociedade moderna, fruto da ambição de indústrias, fomentado pela publicidade que cria uma ideia de caminho para a felicidade total, apresentam indivíduos felizes por terem adquirido certo produto, na maioria das vezes desnecessário, obsoleto.
E é por isso, que, na maioria das vezes relacionamos o conceito de consumir, “comprar” com o argumento da felicidade, como se não existisse vida satisfatória fora do mundo das compras, fizemos essa associação de bem estar com coisas adquiridas, e não com sentir e conviver, consumir o que a vida e a natureza nos oferece sem precisar pagar por ela. 
Segundo Zygmunt Bauman
 “A sociedade de consumo tem como base de suas alegações a promessa de satisfazer os desejos humanos em um grau que nenhuma sociedade do passado pode alcançar, ou mesmo sonhar, mas a promessa de satisfação só permanece sedutora enquanto o desejo continua insatisfeito, mais importante ainda, quando o cliente não está plenamente satisfeito – ou seja, enquanto não se acredita que os desejos que motivaram e colocaram em movimento a busca da satisfação e estimularam experimentos consumistas, tenham sido verdadeira e totalmente realizados” (BAUMAN, Zygmunt, pg 63) 
O marketing é trabalhado arduamente para persuadir as pessoas ao consumo de coisas que não precisam de fato, gerando uma insatisfação rotineira, habitual, insaciável, pois será coordenada por um desejo que não será plenamente satisfeito, pois sempre haverá algo dito melhor, para se adquirir e ser mais feliz, quando o indivíduo percebe que foi ludibriado, se frustra mas, normalmente não muda de comportamento.
Reinhard Loske, em frase citada no site Cidadania e Socialismo diz “Consumo além do necessário, é mais sinal de doença social do que de sociedade desenvolvida”, o desenvolvimento econômico trouxe um comportamento irracional de consumo, que leva insatisfação recorrente quanto aos bens consumidos, e uma busca insaciável por mais e mais bens e serviços, gerando frustração e consequentemente problemas psicológicos nas pessoas, o que não as faz enxergar que esse comportamento além de auto destrutivo diretamente, está causando danos ao meio ambiente de proporções exageradas. Esta prática tem se tornado um vício, um inimigo da pessoa humana e do meio ambiente, uma vez que todos produtos fabricados industrialmente, passaram por processos que geraram rejeitos industriais, radioativos, poluição e uma vez cumprida sua função imediata vira lixo.
Como escreveu Zygmund Bauman, 
“Consumidores plenos não ficam constrangidos por destinarem algo para o lixo, pelo contrário, aceitam a vida curta das coisas e sua invalidade próxima com tranquilidade, muitas vezes com um prazer disfarçado, mas as vezes com a alegria incontida da comemoração de uma vitória.” 
Para lucro das empresas e prejuízo do Meio Ambiente, existe ainda um fator psicológico muito expressivo, a psicoadaptação, as pessoas acostumaram com essa brevidade das coisas, não consideram estranho o fato de trabalharem por dias, ficar muitas vezes longe dos filhos e família, para pagar algo que levou poucas horas para ser fabricado e durará um curto tempo.
 
4.2 A influência da propaganda e da Obsolescência
Para o sustento da sociedade de consumo, é preciso consumir o tempo todo, querer novos objetos, mesmo já possuindo o que já nos basta. Dentre os motivos que levam uma pessoa a considerar o produto que possui obsoleto, e, a adquirir um novo produto sem que realmente necessite dele, destacam-se três, de acordo com Vance Packard:
a) obsolescência de função, quando um novo produto que executa melhor determinada função torna ultrapassado um produto existente – é o caso, por exemplo, do telefone, que substituiu o telégrafo; b)obsolescência de qualidade, quando um produto é projetado para quebrar ou ser gasto em um tempo menor do que levaria normalmente; e c) obsolescência de desejabilidade, quando um produto que ainda funciona perfeitamente passa a ser considerado antiquado devido ao surgimento de outro estilo ou de alguma alteração que faz com que ele se torne menos desejável” (ZANATTA, Marina, 2013 pg 3 apud PACKARD, Vance, 1965)
A obsolescência de função ocorre quando entra no mercado um produto que é oferecido com mais funções do que o modelo anterior, isto é recorrente principalmente no mercado de produtos eletrônicos. Não fossem os exageros, esse tipo de obsolescência tem seus pontos positivos, pois o incentivo a tecnologia tem seus proveitos, principalmente no campo da medicina, porém é um dos instrumentos usados pelo mercado capitalista e seu marketing, para atrair a atenção de potenciais clientes oferecendo um plus, em relação ao produto que já possue.Em 1928 o lema era “aquilo que não se desgasta, não é bom para os negócios” (PADILHA, Valquíria*, Renata Cristina A. Bonifácio**, no Le Monde Diplomatique), surge o conceito e a obrigatoriedade da obsolescência de qualidade, Berdnard London pregava que com a obsolescência programada haveria um ciclo de produção e vendas muito maior o que garantiria o emprego de muitas pessoas. Várias Empresas já foram acusadas em processos judiciais por praticarem essa conduta de forma abusiva, (como se houvesse obsolescência de qualidade não abusiva).
	
A obsolescência de desejabilidade, se demonstra em um consumidor quando ele vê o produto que adquiriu talvez, a pouco tempo, mesmo ainda em bom funcionamento, com boa qualidade, atendendo suas funções, em sua mente já está ultrapassado, este raciocínio é induzido pelo marketing de grandes empresas, que dão a ideia de que o novo é melhor, como se o anterior não tivesse mais utilidade, gerando nas mentes uma sensação de produto inutilizado e as pessoas ingenuamente, se deixam levar, adquirindo novos produtos pelo simples fato de o produto antes adquirido não tem um design mais tão moderno. 
Todo esse consumo conta ainda com a ampliação de concessão de credito, o que facilita ainda mais o acesso de todas as classes aos anseios consumistas gerados pela publicidade.
4.2.1 Obsolescência programada
Planejar quando um produto vai falhar ou se tornar velho, programado para o seu fim antes mesmo da ação da natureza e do tempo de uso é a obsolescência programada, praticada por Empresas como forma de manutenção de capital, por vezes tão agressivas que chegam a formar verdadeiros carteis internacionais, como é o caso, por exemplo das lâmpadas, onde um criador de uma lâmpada que dura 100 anos foi até mesmo ameaçado de morte.
Benito Muros, presidente do movimento “Sem obsolescência programada”, declarou à revista Época Negócios no ano de 2013: “Na verdade, existe uma teoria - a da Obsolescência Programada - de que muitos fabricantes desenvolvem produtos de curta durabilidade para obrigar os consumidores a adquirir novos produtos de forma acelerada e sem uma necessidade real.” (Revista Época Negócios, ed 2013). Segundo ele, algumas peças essenciais para eletrodomésticos, por exemplo, são colocadas propositalmente próximas das partes que mais aquecem no objeto, diminuindo seu tempo de vida. Soma-se a isso, o uso de materiais de menor qualidade.
Mais um caso público foi da impressora da marca Epson, foi retratado em um filme onde o rapaz procura uma autorizada para concerto e o atendente diz que não tem concerto, O rapaz então procura na internet maneiras de resolver o problema. Ele descobre um chip, chamado Eprom, que determina a duração do produto. Quando um determinado número de páginas impressas é atingido, a impressora trava. (Ecycle, matéria no site)
Annie Leonard, autora do livro “A História das Coisas” é um nome conhecido internacionalmente, dedicou o seu trabalho de cerca de 20 anos de pesquisas para denunciar o submundo do consumo e o interesse dos grandes Cartéis do capitalismo, que utiliza o marketing de consumo de maneira sórdida e a programação de vida útil dos seus produtos, também trata da omissão dos governantes na solução dos problemas causados pela alta produção e consumo e a publicidade quase criminosa empreendidas pelas Empresas. Leonard (2011) apresenta números relativos à extração de recursos naturais para o processo de produção e o resíduo gerado após ela.
5. Rejeitos e Resíduos do consumo
Os resíduos são rejeitos produzidos durante o processo de fabricação de um produto ou no pós consumo, para os quais ainda não há tecnologia ou possibilidade financeira para o seu reaproveitamento ou reciclagem. (Barros, Fernando de, O Rejeito, como identificá-lo, 2012), já o rejeito é um de resíduo sólido que esgotou suas possibilidades de reaproveitamento o reciclagem, para estes o que resta, se disponível, é um aterro sanitário ou incineração. (Ecycle, matéria do site) esta definição se faz importante para aplicação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que entrou em vigor em 2014. Temos como exemplos de rejeitos diários de uma casa: resíduos de banheiro, fraldas descartáveis, na cozinha, guardanapos sujos e filme plástico, mais e mais pacotes e caixas de alimentos, sacolas, garrafas. Com o avanço da tecnologia e apologia a Obsolescência de função e de desejabilidade, há também um excesso de rejeitos eletrônicos (e-lixo), os quais podem causar diversos impactos negativos no meio ambiente, podemos ainda listar, resíduos hospitalares, de construção, etc, Em suma, cada vez que consumimos algo, o resíduo produzido em todo o processo é muito maior do que o que podemos ver.
Reciclar é preciso, porém não é suficiente, quando pensamos em sustentabilidade, devemos lembrar de todo processo que está envolvido, nos conscientizarmos que o resíduo do nosso consumo, aquele que vemos na lixeira de casa, é apenas uma parte, bem pequena, do total de resíduos gerados durante o processo de produção, desde a extração de matéria prima, processamento, transporte e venda, obviamente que tudo isso deve ser recolhido, tratados e descartados ou reciclado, porém ainda que com o passar dos anos, os avanços tecnológicos, com a viabilidade para a reciclagem e para o reaproveitamento o número de rejeitos tende a reduzir, o desgaste de fontes renováveis e não-renováveis envolvido em todos esses processos ainda é bem maior do que a natureza possa se recuperar.
De acordo com a Agencia de Proteção Ambiental (EPA), as Industrias geram por ano, 7,6 bilhões de toneladas de lixo, número que chega a 13 bilhões de toneladas, segundo outras fontes.
E todas essas estatísticas deixam de fora o desperdício agrícola, as emissões de gases de efeito estufa e a poluição da agua e do ar que também poderiam ser computados. Contudo, como não costumamos ver nem a produção, nem o descarte dos resíduos industriais (exceto se trabalhamos com eles ou moramos perto de uma fábrica ou de um lixão), não nos lembramos de sua existência. (Leonard, Annie – A história das coisas, 2011)
Por haver diversos impactos por conta dos rejeitos, as empresas vêm buscando soluções ambientalmente afirmativas, que se adequam ao princípio da reciclagem. Pesquisadores desenvolveram propostas de reciclagem do material de construção, a ser realizada no próprio canteiro. O processo da reciclagem traz benefícios ambientais e financeiros, reduzindo o consumo de agregados naturais, a disposição dos rejeitos em aterros, o consumo de energia e eliminando os custos com transporte, porém ainda são poucas engajadas nesse propósito.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Obviamente este o assunto não se esgota aqui, atividades de inter-relação humana sempre são complexas, e quando a conjuntura demanda abrir mão de interesses financeiros, em benefício de um bem comum e de sobrevivência de gerações futuras, a tarefa de conscientização se torna ainda mais árdua. O direito tem intervindo nessa relação homem-natureza a fim de tutelar um direito fundamental, o ambiente saudável, atuando com prevenção, reparação e repreensão dos danos ambientais, obviamente o que mais produz resultados com efetivo benefício para a natureza é a prevenção.
A avidez com que o modelo de consumo vem destruindo o planeta é proporcional a velocidade com que as coisas são consumidas, usadas e descartadas.
É de responsabilidade do Poder Público (art.225, §1.º, I a VII) assegurar a efetividade do direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado para as futuras gerações. Promovendo a educação ambiental, a conscientização publica para a preservação do meio ambiente. Proteger a fauna e flora, reprimindo, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica e provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. 
Cabe ao Poder Público adotar medidas cada vez mais efetivas de controle, que estabeleçam limites a serem respeitados pelas empresas no que diz respeito a responsabilização pelos resultados de alta produção e incentivo de consumo desenfreado de seu público, desencadeadopela agressividade do marketing de vendas e até mesmo no que diz respeito a vida útil radicalmente encurtada de seus produtos, (aqui cabe uma maior rigidez na aplicação do Código de defesa do consumidor visando o benefício maior, o meio ambiente).
 A Constituição federal de 1988, Título VIII (Da Ordem Social), em seu Capítulo VI, no art. 225, caput, diz que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações” 
Na mesma proporção, o direito e o dever de proteção ao meio ambiente, estabelecido pela Constituição Federal é de toda a sociedade e do Poder Público, estando estes submetidos a uma série de deveres previstos no texto Constitucional com o objetivo de conservação do meio ambiente para que as gerações presentes e as gerações futuras também possam usufrui do meio ambiente equilibrado, fundamental à qualidade de vida.
Aos consumistas cabe compreender que, deixar de comprar não é deixar de consumir. É consumir de uma forma diferente, menos ativa e gananciosa. É buscar a energia positiva da imaginação e do contato além da posse e da propriedade. É viver uma vida de princípios muito além de uma vida de mercadorias.
Às Empresas compete a responsabilidade do gerenciamento da obsolescência, incentivando a transição para padrões de produção e consumo mais responsáveis, injetando no mercado produtos mais duráveis, facilitando a substituição de peças, utilizando embalagens com menor quantidade de matéria prima e ajudando a promover campanhas de conscientização. 
7. REFERÊNCIAS
BARROS, Fernando de, O Rejeito, como identificá-lo, 2012, disponível em https://www.masterambiental.com.br/noticias/residuos-solidos/o-rejeito-como-identifica-lo, acessado em 14/10/2017
BAUMAN, ZYGMUNT , 1925– Vidas para Consumo – A transformação das pessoas em mercadoria/ ; tradução Carlos Alberto Medeiros. – Rio de Janeiro: Jorge Zahar ED., 2008 pg 58.
CONPEDI, 2015, Direito, globalização e responsabilidade nas relações de consumo [Recurso eletrônico on-line] organização CONPEDI/UFMG/ FUMEC/Dom Helder Câmara; coordenadores: Keila Pacheco Ferreira, Joana Stelzer – Florianópolis.)
_______. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm acesso em 17/09/2017
CÓRDULA, Eduardo Beltrao de Lucena, O meio ambiente, o ser humano e os problemas ambientais, 2015 disponível em http://educacaopublica.cederj.edu.br/revista/artigos/o-meio-ambiente-o-ser-humano-e-os-problemas-ambientais
ECYCLE, matéria publicada disponível em https://www.ecycle.com.br/component/content/article/35-atitude/1721-produtos-programados-para-morrer.html acessado em 14/10/2017
ESTUDO de Impacto ambiental, by equipe LogicAmbiental, 10 de junho de 2016, disponível em http://www.logicambiental.com.br/eia-rima/ acesso em 11/10/2017
ÉTICA ambiental e sua importância. disponível em http://www.oqueeetica.com/etica-ambiental-e-sua-importancia/ acessado em 13/10/2017
FELDMANN Fábio, Secretário de Estado do Meio Ambiente de São Paulo, Principais Conferencias Internacionais sobre meio ambiente. Disponível em https://www.ecclesia.com.br/biblioteca/fe_e_meio_ambiente/principais_conferencias_internacionais_sobre_o_meio_ambiente_e_documentos_resultantes.html acessado em 13/10/2017
FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de direito ambiental brasileiro. 14.ed.rev, ampl. e atual. Saraiva,2013.961p.
FREIRE, Paulo, frases, disponível em https://www.pensador.com/frase/MTU5MTYyMg/ acessado em 13/10/2017
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LEONARD, Annie. A história das coisas: da natureza ao lixo, o que acontece com tudo que consumimos. Rio de Janeiro: Zahar, 2011. (Leonard, Annie – A história das coisas – Edição digital setembro de 2011)
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PACKARD, Vance. A estratégia do desperdício. São Paulo: Ibrasa, 1965.Autor do livro The waste makers, lançado em 1960, mas publicado no Brasil como “A estratégia do desperdício” apenas em 1965, Vance Packard lançou os primeiros debates sobre a obsolescência programada.
PADILHA, Valquíria*, Renata Cristina A. Bonifácio**, no Le Monde Diplomatique Obsolescência planejada: A Estratégia do Capitalismo), disponível em http://www.vermelho.org.br/noticia/223798-2 acessado em 14/10/2017
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ROLLA, Fagner Guilherme ética ambiental: principais perspectivas teóricas e a relação homem-natureza disponível em http://www3.pucrs.br/pucrs/files/uni/poa/direito/graduacao/tcc/tcc2/trabalhos2010_1/fagner_rolla.pdf acessado em 13/10/2017
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ZANATTA, Marina, Artigo: A Obsolescência programada sob a ótica do Direito Brasileiro, disponível em http://www3.pucrs.br/pucrs/files/uni/poa/direito/graduacao/tcc/tcc2/trabalhos2013_2/marina_zanatta.pdf acessado em 14/10/2017

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