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TCC_Eng Saneamento_Sabrina B

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UNIVERSIDADE DE SOROCABA 
PRÓ-REITORIA ACADÊMICA 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SANEAMENTO 
 
 
 
 
 
Sabrina Bueno Correa 
 
 
 
 
 
APLICAÇÃO DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA NOS RESÍDUOS SÓLIDOS 
GERADOS NA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO – ETE DO 
MUNICÍPIO DE PILAR DO SUL/SP 
 
 
 
 
 
Sorocaba/SP 
2018
1 
 
 
Sabrina Bueno Correa 
 
 
 
APLICAÇÃO DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA NOS RESÍDUOS SÓLIDOS 
GERADOS NA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO – ETE DO 
MUNICÍPIO DE PILAR DO SUL/SP 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como 
exigência parcial para obtenção do certificado de 
especialista em Engenharia de Saneamento, da 
Universidade de Sorocaba. 
 
Orientador: Prof. Me. Antônio Carlos Ramos 
Gonçalves 
 
 
 
 
Sorocaba/SP 
2018 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. OBJETIVO ........................................................................................................... 3 
2. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................. 3 
2.1. PILAR DO SUL .......................................................................................... 3 
2.2. EFLUENTES .............................................................................................. 4 
2.3. LODOS ...................................................................................................... 4 
2.4. ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO ............................................ 5 
 
3. METODOLOGIA .................................................................................................. 7 
4. RESULTADOS .................................................................................................... 8 
5. CONCLUSÕES.................................................................................................. 17 
6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1. OBJETIVO 
 
Caracterizar os resíduos sólidos gerados na Estação de Tratamento de Esgoto 
– ETE de Pilar do Sul através da metodologia produção mais limpa (P+L), identificando 
os resíduos encontrados em cada etapa do processo e sua destinação, desta forma, 
confirmando se as hipóteses de que 100% dos resíduos da ETE tem por destino final 
o aterro sanitário, os resíduos do gradeamento não são perigosos e o principal resíduo 
são os lodos. Busca-se também neste artigo verificar se é possível reduzir a 
quantidade de lodo e resíduos aplicando a metodologia de produção mais limpa, além 
disso, estimar as ações antrópicas que mais contribuem para a geração de resíduos 
na ETE. 
 
2. REFERENCIAL TEÓRICO 
2.1. PILAR DO SUL 
 
Segundo IBGE (2019), Pilar do Sul apresenta uma área territorial de 681,248 
km² e uma população estimada em 28.963 habitantes em 2018. A cidade está 
localizada a sudoeste do Estado de São Paulo, confrontando com os munícipios de 
Sarapuí, Salto de Pirapora, Tapiraí, Piedade, São Miguel Arcanjo e Itapetininga 
(PMISB, 2014 apud SILVA; SILVA, 2017). Ainda de acordo com esta fonte, as 
características abióticas são solos predominantemente do grupo Latossolos 
Vermelhos e Argissolos Vermelhos-Amarelos, o clima é subtropical de altitude, 
pertence a sub-bacia do Rio Itapetininga da UGRHI 14, tendo como principais cursos 
hídricos o Rio Turvo, Rio Pinhal e Rio Claro. Importante destacar que o Rio Turvo, 
principal afluente do Rio Itapetininga, recebe os efluentes da ETE de Pilar do Sul 
(VALIO; et al, 2013). 
Quanto aos remanescentes florestais, o Inventário Florestal de 2009, elaborado 
pelo Instituto Florestal indica que 23,67% do município é de cobertura vegetal, entre 
matas e capoeiras (SILVA; SILVA, 2017). Para os aspectos socioeconômicos 
destacam-se as características agropecuárias do município, porém o setor de serviços 
é o que apresenta a maior contribuição no PIB, estima-se que o salário mensal médio 
dos moradores sejam de 2,1 salários mínimos em 2017 (IBGE, 2019). 
 
 
4 
 
2.2. EFLUENTES 
 
Conforme mencionado por Archela, et al (2003) existem efluentes domésticos 
e industriais, este último é provenientes dos diversos processos de industrialização e 
constantemente é acompanhado por materiais contaminados, por isso a importância 
do pré-tratamento antes de serem direcionados à Estação de Tratamento de Esgoto 
– ETE. Já os efluentes domésticos são oriundos de residências e comércios, e sua 
composição é principalmente de águas residuárias contaminadas por fezes humanas 
e de animais, restos de alimentos e produtos de limpeza. Quando estes efluentes são 
lançados em um curso e/ou corpo hídrico há um desequilíbrio ao ecossistema, tais 
como exemplifica Archela, et al (2003): 
 
[...] quando maior o volume de esgotos lançados em um corpo aquático, maior 
será a concentração de matéria orgânica, maior será a proliferação de 
bactérias, maior a atividade total de respiração e maior, por conseguinte, a 
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO). O resultado disso é a redução das 
concentrações de oxigênio a um nível incompatível com as necessidades 
respiratórias dos peixes que ali habitam. 
 
Esse cenário é refletido no Rio Itapetininga, que segundo Válio, et al (2013) é 
formado pelo afluente do Rio Turvo que recebe os efluentes já tratados da ETE de 
Pilar do Sul, onde no ponto de despejo foram observados presença significativa de 
fósforo total e nitrogênio que contribuem para a diminuição da qualidade da água do 
Rio Turvo, onde torna-se necessário verificar a qualidade do efluente final desta ETE 
e providenciar urgentemente um tratamento do lodo gerado. A conclusão é de que os 
pontos de poluição do Rio Turvo são justamente onde estão sendo lançados os 
efluentes da ETE de Pilar do Sul. 
 
2.3. LODOS 
 
De acordo com Lee (2011) o lodo é um resíduo sólido, subproduto do processo 
de tratamento de esgoto que ocorre nas Estações de Tratamento de Esgoto – ETE. O 
gerenciamento do mesmo é um problema atual devido a quantidade produzida e a 
qualidade destes para o aproveitamento na agricultura, recuperação de áreas 
degradadas ou então a sua disposição superficial no solo (landfarming), sendo 
comumente destinados para o aterro sanitário e incineração. 
5 
 
 Gonçalves et al (1999 apud FREDDO, 2014) ressalta que o as características 
físico-químicas do lodo vai depender das características das águas residuais e do 
tratamento empregado. De maneira geral os lodos são compostos por água, matéria 
orgânica e nutrientes (fósforo e potássio). 
 
2.4. ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO 
 
Von Sperling (1996 apud FREDDO, 2014) destaca que o esgoto doméstico é 
formado por 99,9% de água e o restante 1% por sólidos orgânicos e inorgânicos, 
suspensos ou dissolvidos, bem como mircrorganismos, e por conta deste restante é 
que se faz necessário o tratamento de esgoto. Para Campos (1999 apud FREDDO, 
2014) o tratamento busca fenômenos que já ocorrem naturalmente no ambiente, e 
pode ser desde uma disposição simplificada no solo como também sofisticadas 
estações de tratamento, o melhor sistema varia de acordo com as características de 
cada cidade. 
Von Sperling (2002) menciona que o sistema conhecido como lagoas facultativas 
mantem um sistema aeróbio na parte superior por bactérias dispersas no meio liquido 
e conforme o material sedimenta o sistema é convertido para anaeróbio através das 
bactérias que se acumulam no fundo da lagoa. Para a decomposição aeróbia o 
oxigênio é fornecido pelas algas que realizam fotossíntese. Entretanto, existe o 
sistema de Lagoa Aerada Facultativa onde o oxigênio é fornecido por meio de 
aeradores mecânicos ao invés da fotossíntese. 
 
Tabela 1: Vantagens e desvantagens do sistema Lagoa Facultativa. 
 
Fonte: Adaptado de Von Sperling (2002). 
 
 
6 
 
Tabela 2: Vantagens e desvantagens do sistema Lagoa Aerada Facultativa. 
 
Fonte: Adaptado de Von Sperling (2002). 
 
De acordocom a SABESP (2019) as lagoas anaeróbias são profundas, de 3 a 5 
metros, para reduzir a penetração de luz, e assim a quantidade de oxigênio consumido 
ser inferior ao de oxigênio produzido, quebrando a matéria orgânica em estruturas 
mais simples e convertendo-a posteriormente em metano, gás carbônico e água. 
Diferentemente, as lagoas facultativas, de 1,5 a 3 metros de profundidade, muito 
utilizadas em cidades pequenas do interior do estado, intercalam entre o sistema 
anaeróbio e aeróbio, onde nesta última as condições são mantidas na camada 
superior e a outra na camada inferior. Neste sistema há a proliferação natural de algas 
que contribuem para oferecer oxigênio. 
 
Ilustração 1: Sistema de Lagoa Facultativa. 
 
Fonte: VON SPERLING (2002). 
 
Ilustração 2: Sistema de Lagoa Aerada Facultativa. 
 
Fonte: VON SPERLING (2002). 
 
7 
 
3. METODOLOGIA 
 
Para alcançar aos objetivos deste trabalho aplicaremos a metodologia 
conhecida como Produção Mais Limpa (P+L), uma estratégia técnica, econômica e 
ambiental integrada a produtos e processos afim de aumentar a eficiência do sistema. 
A Produção Mais Limpa apresenta a variável ambiental em todos os níveis da empresa 
relacionando-a sempre com ganhos econômicos, gerando mais produtos e menos 
resíduos, diferente das tecnologias de fim de tubo, esse sistema busca a prevenção 
ao invés da reação (CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS, 2003). 
 A metodologia Produção Mais Limpa apresenta quatro passos que se aplicam 
neste estudo: 
1) Identificação de barreiras e abrangência de aplicação; 
Verificar o que pode impedir o sucesso de aplicação da metodologia e definir 
os limites da área de estudo. 
2) Fluxograma do processo produtivo e diagnóstico ambiental; 
Definir o fluxo qualitativo e quantitativo para criar um banco de dados e assim 
traças as estratégias de aplicação da Produção Mais Limpa. 
3) Identificação das causas e de opções de Produção Mais Limpa; 
Identificar as causas dos problemas e suas origens e verificar qual será o nível 
de atuação da Produção Mais Limpa de acordo com o fluxograma (1). 
 
Fluxograma 1: Opções de Produção Mais Limpa 
 
Fonte: Centro Nacional de Tecnologias Limpas (2003). 
8 
 
4) Avaliação técnica, ambiental e econômica; 
Para a avaliação técnica considerar o impacto da medida, necessidade de 
testes e mudanças, experiências. Na avaliação ambiental considerar a quantidade de 
resíduos que serão eliminados e se são substancias tóxicas. Por fim, na avaliação 
econômica considerar se é preciso investimentos e se trará econômica para a 
empresa. 
 
4. RESULTADOS 
 
A vistoria in loco na Estação de Tratamento de Esgoto – ETE de Pilar do Sul 
foi realizada no dia 10 de agosto de 2019 às 08:30 horas, e obteve a companhia do 
operador da concessionária que opera a ETE. 
A primeira observação é quanto ao sistema utilizado pela concessionária, trata-
se de 2 (duas) Lagoas Aeradas Facultativas e 1 (uma) Lagoa Facultativa. Visando 
levantar a quantidade de resíduos gerados em cada etapa da ETE e sua destinação 
foram obtidos informações por meio da concessionária e posteriormente para verificar 
se há possibilidade de redução destes resíduos aplica-se a metodologia da Produção 
Mais Limpa, onde obtém-se os seguintes resultados: 
 
1) Identificação de barreiras e abrangência de aplicação; 
As dificuldades encontradas durante o processo foram obter informações 
precisas e concretas à respeito da ETE, especialmente no que se refere a dados 
quantitativos. Por tratar-se de um sistema simples a limpeza das lagoas para retirada 
do lodo ocorre esporadicamente e os meios de controle de operação quase são nulos, 
pois o sistema age naturalmente, com exceção ao aerador mecânico. 
A área de abrangência de estudo será toda a Estação de Tratamento de Esgoto 
– ETE de Pilar do Sul, a ilustrações demonstram a infraestrutura existente. 
 
 
 
 
 
 
9 
 
Ilustração 3: Portão de acesso da Estação de Tratamento de Esgoto – ETE de Pilar do Sul. 
 
Fonte: Sabrina Bueno Corrêa (10/08/2019). 
 
Ilustração 4: Gradeamento no início da ETE. 
 
Fonte: Sabrina Bueno Corrêa (10/08/2019). 
 
 
 
 
10 
 
Ilustração 5: Caixa de areia. 
 
Fonte: Sabrina Bueno Corrêa (10/08/2019). 
 
Ilustração 6: Lagoa 1 Aeróbia Facultativa. 
 
Fonte: Sabrina Bueno Corrêa (10/08/2019). 
 
 
 
 
 
11 
 
Ilustração 7: Lagoa 2 Aeróbia Facultativa. 
 
Fonte: Sabrina Bueno Corrêa (10/08/2019). 
 
Ilustração 8: Lagoa 3 Facultativa. 
 
Fonte: Sabrina Bueno Corrêa (10/08/2019). 
 
 
 
 
12 
 
EFLUENTE DOMÉSTICO 
IN NATURA 
 21,35 l/s 
 
 
 
EFLUENTE DOMÉSTICO 
PRÉ TRATADO 
 21,35 l/s 
 
 
EFLUENTE DOMÉSTICO 
PRÉ TRATADO 
 21,35 l/s 
 
RESÍDUOS SÓLIDOS 
GROSSEIROS 
 1.632 kg/mês 
 
 
 
AREIA 
 4.399 kg/mês 
 
 
 
ESGOTO DOMÉSTICO 
PRÉ TRATADO 
 21,35 l/s 
2) Fluxograma do sistema e diagnóstico ambiental; 
Após o levantamento em campo foi possível traçar um fluxograma do sistema 
de operação da Estação de Tratamento de Esgoto – ETE de Pilar do Sul/SP 
juntamente com o seu balanço de massa, ou diagnóstico ambiental, identificando as 
entradas e saídas de matéria no sistema. 
 
Fluxograma 2: Fluxograma de funcionamento da ETE com entradas e saídas em cada etapa do 
sistema. 
 
Fonte: Autoria própria. 
 
 
Gradeamento
Caixa de areia
Medidor de 
vazão
Lagoa Aeróbia 
Facultativa 1
Lagoa Aeróbia 
Facultativa 2
Corpo receptor 
(Rio Turvo)
Lagoa 
Facultativa 3
EFLUENTE 
DOMÉSTICO 
PRÉ TRATADO 
 21,35 l/s 
EFLUENTE 
DOMÉSTICO 
TRATADO 
 21,35 l/s 
EFLUENTE 
TRATADO + 
ÁGUA DO RIO 
LODO 
 765,14 
kg/mês 
13 
 
Para facilitar o fluxo de informações, o diagnóstico ambiental será realizado 
conforme as etapas de funcionamento da ETE: 
 
GRADEAMENTO 
Esta é a primeira etapa do processo e faz parte do pré tratamento, sendo assim, 
a entrada é definida como sendo o esgoto doméstico in natura ou bruto, contendo 
material líquido, mais principalmente resíduos sólidos grosseiros que ficam presos na 
grade. De acordo com funcionários da concessionária nesta etapa o que mais se 
observam de resíduos sólidos são bolinhas plásticas, preservativos, peças intimas e 
cabelos, à respeito do papel higiênico informam que ao chegar na ETE os mesmos já 
se desfizeram nos emissários. Os materiais são retirados diariamente das grades e 
acondicionados em uma caçamba metálica, posteriormente são encaminhados para 
o Aterro Sanitário Proativa, de Iperó. 
Dados quantitativos: 
Entrada = 21,35 l/s de efluente doméstico in natura 
Saída = 1.632 kg/mês de resíduos sólidos 
 
CAIXA DE AREIA 
Ainda sendo uma fase de pré tratamento, a caixa de areia visa retirar o material 
arenoso que entra no sistema trazendo prejuízos como corrosão e acumulo na 
tubulação, interferindo na vazão normal da ETE e exigindo manutenções constantes 
nos equipamentos. O material arenoso não fica retido no gradeamento devido à 
granulometria de suas partículas, por isso há a necessidade da caixa de areia para 
reter as mesmas que são retiradas semanalmente pelos funcionários que 
acondicionam o material em caçamba metálica, onde posteriormente são 
encaminhados para o Aterro Sanitário Proativa, de Iperó. 
Dados quantitativos: 
Entrada = 21,35 l/s de efluente doméstico pré tratado 
Saída = 4.399 kg/mês de resíduos sólidos 
 
MEDIDOR DE VAZÃO 
Após o pré tratamento o efluente doméstico pré tratado passa pelo medidor de 
vazão do tipo calha parshall sem qualquer alteração em sua entrada e saída. 
Dados quantitativos: 
14 
 
Entrada = 21,35 l/s de efluente doméstico pré tratado 
Saída = 21,35 l/s de efluente doméstico pré tratado 
 
LAGOAS DE TRATAMENTO 
Após passar pelo medidor de vazão, o efluente pré tratado é divido igualmente 
em 3 dutos que dão acesso as Lagoas Aeróbias Facultativas 1 e 2 e Lagoa Facultativa 
3, nestas lagoas é onde ocorre efetivamente o tratamento do esgoto doméstico.Tendo 
em vista tratar-se de um processo biológico, os resíduos sólidos gerados nesta etapa 
são os conhecidos lodos. De acordo com dados da concessionária, a ETE de Pilar do 
Sul está em funcionamento desde 2001 e até o momento não houve retirada de lodo 
das 3 lagoas, segundo os mesmos a previsão é para 2021 e após a limpeza o material 
será destinado para o Aterro Proativa, de Iperó. 
Visando estimar a quantidade de lodo que será removida desta lagoa, 
SANEPAR e PROSAB (1999 apud FREDDO, 2014) destaca que em lagoas 
facultativas a geração de lodo varia de 0,3-0,8 m³/habitante.ano, considerando que a 
população de Pilar do Sul atendida pelo tratamento de esgoto é de 15.899 habitantes, 
e a densidade do lodo é de 1,05 (VON SPERLING; GONÇALVES, 2001) tem-se os 
cálculos: 
 
Média aritmética de lodo gerada = 0,3+0,8 / 2 = 0,55 m³/habitante.ano 
Volume de lodo anual = 0,55 x 15.899 = 8.744,45 m³/ano 
Quantidade de lodo anual = 1,05 X 8.744,45 = 9.181,67 kg/ano 
Quantidade de lodo mensal = 765,14 kg/mês 
 
Para uma previsão de 20 anos para remoção do lodo das 3 lagoas tem-se: 
Quantidade total de lodo previsto em 20 anos = 183.633,40 kg 
 
Dados quantitativos: 
Entrada = 21,35 l/s de efluente doméstico tratado 
Saída = 765,14 kg/mês de lodo 
 
 
 
 
15 
 
CORPO RECEPTOR 
O corpo receptor que recebe o efluente tratado é o Rio Turvo, desconsiderando 
as perdas existentes no sistema, entende-se que a vazão que entra no sistema é a 
mesma na saída, ou seja, de 21,35 l/s. Ao ser lançado no corpo hídrico o material se 
mistura com a vazão do Rio Turvo neste ponto e segue a jusante até desaguar no Rio 
Itapetininga. 
Dados quantitativos: 
Entrada = 21,35 l/s de efluente doméstico tratado 
Saída = 21,35 l/s de efluente doméstico tratado acrescido da vazão do curso 
hídrico no ponto de lançamento. 
 
Ademais, considerando somente o balanço de massa de resíduos sólidos 
gerados na ETE tem-se um total de 6.796,14 kg/mês, integralmente encaminhados 
para o Aterro Sanitário Proativa de Iperó. 
 
Fluxograma 3: Balanço de massa demonstrando a representatividade de cada etapa na geração de 
resíduos sólidos da ETE de Pilar do Sul/SP. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Autoria própria. 
 
 
 
Corpo receptor
0 kg /mês 0,00%
Lagoas facultativas 
765,14 kg /mês 11,26%
Medidor de vazão
0 kg /mês 0,00%
Caixa de areia
4.399 kg/mês 64,73%
Gradeamento
1.632 kg/mês 24,01%
16 
 
3) Identificação das causas e opções de Produção Mais Limpa; 
Após o diagnóstico ambiental do sistema, inesperadamente verificou-se que os 
4.399 kg/mês de areia removidos na fase de caixa de areia, no pré tratamento, 
apresenta o maior percentual de participação nos resíduos sólidos gerados em toda a 
ETE de Pilar do Sul/SP, sendo a areia a principal causa de custos e trabalho para a 
concessionária. Este material traz efeitos adversos aos componentes instalados na 
ETE, tais como desgaste dos equipamentos e tubulações devido a rigidez das 
partículas, obstrução dos canais de escoamento, e reduz a vazão do efluente que 
percorre as fases da ETE, desta forma é preciso a sua remoção para evitar 
manutenções e até troca dos equipamentos constantemente. 
Observando a fluxograma 1 identifica-se as opções de aplicação de Produção 
Mais Limpa em um processo, fazendo o paralelo com o processo de uma ETE e tendo 
como areia a principal causa de problemas podemos aplicar a Produção Mais Limpa 
(P+L) de Nível 1 – Redução na fonte e de Nível 3 – Reciclagem externa. 
Nível 1 – Redução na fonte pode ser feito através de um trabalho de 
conscientização ambiental para que os residentes coloquem grades na entrada de 
tubulações, evitando não só um grande volume de areia que segue para a ETE, mais 
como também resíduos sólidos grosseiros encontrados na fase de gradeamento. 
Culturalmente, as pessoas retiram as “gradinhas” ao limparem a casa para que siga 
pela tubulações todas as “sujeiras” existentes, não removendo a camada de 
impurezas que quando se tem uma grade é possível retirar. 
Nível 3 – Reciclagem externa, Borges et al (2016) destaca que é possível 
utilizar a areia residual das ETEs, após um processo de limpeza e secagem do 
material, como agregado miúdo na composição de argamassas utilizadas na 
construção civil, cerca de 70% desta composição poderia ser feita com areia residual. 
Desta forma, evita-se que o montante coletado da ETE seja direcionado para o aterro 
sanitário, aumentando assim a vida útil do mesmo, além disso reduz a exploração 
minerária de areia, responsável por impactos ambientais devastadores no ambiente. 
 
4) Avaliação técnica, ambiental e econômica; 
A aplicação de P+L de nível 1 é técnica, ambiental e economicamente viável, 
pois as concessionárias já investem parte de lucro em atividades de educação 
ambiental, o que seria necessário é redirecionar a abordagem para a colocação de 
grades. Já, para a P+L de nível 3, de acordo com Borges et al (2016) é ambiental e 
17 
 
tecnicamente viável, entretanto, só é economicamente viável se o porte da ETE for 
grande e a distância do aterro sanitário for longa, pois para utilizar a areia residual em 
argamassa é preciso fazer um tratamento antes com limpeza e secagem, gerando 
custos para tal. 
 
5. CONCLUSÕES 
 
Com o diagnóstico ambiental foi possível observar a geração de 6.796,14 
kg/mês de resíduos sólidos na ETE de Pilar do Sul/SP, deste montante, 
inesperadamente, a areia removida na etapa de caixa de área, no pré tratamento, é 
responsável por 64,73% do total gerado. É importante observar que como o lodo ainda 
não foi removido das lagoas de tratamento, o cálculo para a estimativa desta geração 
foi baseado nas médias das referências citadas, e só serão efetivamente 
comprovados após a remoção do lodo previsto para 2021. Nota-se que 100% dos 
resíduos são destinados para o Aterro Sanitário Proativa, de Iperó, o material 
gradeado é considerado perigoso e o principal resíduo gerado na ETE de Pilar do Sul 
não é o lodo, mais sim a areia. Ademais, conclui-se que a metodologia de Produção 
Mais Limpa (P+L) foi eficiente para o direcionamento deste trabalho, sendo possível 
aplicar a P+L de nível 1 e 3 para os problemas gerados pela areia. 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ARCHELA, E. et al. Considerações sobre a geração de efluentes líquidos em 
centros urbanos. Londrina. 2003. 
BORGES, N. B. et al. Potencialidade da utilização da areia removida em 
desarenadores de estação de tratamento de esgoto na construção civil, como 
material alternativo à areia comercial comum. São Carlos. 2016. 
CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS. Implementação de Programas 
de Produção mais Limpa. Porto Alegre. 2003. 
COMPANHIA DE SANEAMENTO BÁSICO DO ESTADO DE SÃO PAULO. 
Tratamento de Esgotos. Disponível em: 
<http://site.sabesp.com.br/site/interna/Default.aspx?secaoId=49>. Acesso em: 28 jul. 
2019. 
FREDDO, Alessandra. Caracterização físico-química de lodo proveniente de 
duas estações de tratamento de esgoto da região oeste do Paraná. Medianeira. 
2014. 
 
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pilar do Sul. 
Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/pilar-do-sul/panorama>. Acesso 
em: 28 jul. 2019. 
 
LEE, Erich S. H. Caracterização do lodo proveniente de Estação de Tratamento 
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