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Fundação Biblioteca Nacional ISBN 978-85-387-3678-3 9 7 8 8 5 3 8 7 3 6 7 8 3 Contabilidade de Custos José laudelino azzolin tatiane antonovz Contabilidade de Custos Co n ta bi li d a d e d e Cu st o s Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br José Laudelino Azzolin Tatiane Antonovz Contabilidade de Custos IESDE BRASIL S/A Curitiba 2013 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ _______________________________________________________________________________ A998c Azzolin, José Laudelino Contabilidade de custos / José Laudelino Azzolin, Tatiane Antonovz. - 1. ed. - Curi- tiba, PR : IESDE BRASIL S/A, 2013. 264 p. : il. ; 24cm. Inclui bibliografia ISBN 978-85-387-3678-3 1. Contabilidade. I. Antonovz, Tatiane. II. Inteligência Educacional e Sistemas de Ensino.III. Título. 13-01187 CDD: 657 CDU: 657 _______________________________________________________________________________ 17/05/2013 17/05/2013 © 2008 – IESDE BRASIL S/A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais. Capa: IESDE BRASIL S/A Imagem da capa: Shutterstock IESDE BRASIL S/A Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 Batel – Curitiba – PR 0800 708 88 88 – www.iesde.com.br Todos os direitos reservados. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br José Laudelino Azzolin Tatiane Antonovz Mestre em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Especia- lista em Metodologia do Ensino Superior pela Escola de Administração Fazendária (Esaf ). Es- pecialista em Administração Tributária pela Esaf. Bacharel em Ciências Econômicas pela Fun- dação de Estudos de Ciências Sociais (Fesp). Professor universitário e auditor. Mestre em Contabilidade pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Bacharel em Ciên- cias Contábeis pela UFPR. Desempenhou fun- ções de analista contábil na empresa Exxon- Mobil e Kraft Foods. Atua como professora na Faculdade Estácio de Curitiba, nas matérias de Laboratório Contábil, Auditoria, Perícia, Custos e Contabilidade Básica. Atua também como coordenadora-adjunta na Faculdade Estácio de Curitiba. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br su m ár io su m ár io su m ár io su m ár io Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos 11 11 | Introdução 11 | História e evolução da Contabilidade de Custos 15 | A Contabilidade: financeira X gerencial 16 | Contabilidade de Custos 19 | Terminologia em custos 21 | Terminologia comum para as Contabilidades Financeira e de Custos 22 | Esquema básico da Contabilidade de Custos 24 | Campo de aplicação 25 | Conclusão Esquema básico da contabilidade de custos 39 39 | Introdução 39 | Contabilidade Financeira e de Custos 42 | Contabilidade de Custos 46 | Etapas do processo produtivo Materiais como componentes de custos 53 53 | Introdução 53 | Processo de fabricação 55 | Elementos do custo dos materiais 56 | Métodos de controle dos inventários 57 | Estoques 59 | Critérios de avaliação dos estoques 64 | Outros métodos de avaliação dos estoques 67 | Curva ABC 68 | Conclusão Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Mão de obra como componente de custos 83 83 | Introdução 83 | Apontadoria e folha de pagamento 86 | Os custos da mão de obra 89 | Confronto entre empregado e empregador 90 | Preparação da folha de pagamento 91 | Composição dos encargos – para uma empresa de grande porte 96 | Composição dos encargos – para uma empresa de pequeno porte 100 | Composição dos encargos – para empresas enquadradas no sistema simplificado 103 | Exemplos de cálculos de custos de mão de obra 105 | Conclusão Custos indiretos de fabricação 117 117 | Introdução 117 | Composição dos custos indiretos de fabricação 120 | Estabelecimento de critérios de rateio Custeio por ordem ou encomenda 137 137 | Introdução 138 | Ordem de produção versus produção por processo 142 | Natureza da contabilidade de ordem de produção 143 | Características da contabilidade da ordem de produção 144 | Formulário da ordem de produção 144 | Contabilização do material 145 | Contabilização da mão de obra 146 | Avaliação dos produtos em processo Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br su m ár io su m ár io su m ár io su m ár io Produção por processo ou em série 157 157 | Introdução 157 | Controle de custos por processo 158 | Comparação entre custos por ordem e processo 161 | Determinação do custo de produção 164 | Equivalência de produção 167 | Perdas ou estragos 168 | Conclusão Custo-padrão 181 181 | Introdução 181 | Custo-padrão 184 | As vantagens do custo-padrão 186 | O estabelecimento dos padrões 191 | Análise das variações 196 | Conclusão Custeio por atividade (CBA ou ABC) 209 209 | Introdução 209 | Os novos paradigmas 212 | ABB/ABM/ABC 223 | Conclusão Análise do custo, volume e lucro 237 237 | Introdução 237 | Custeio direto e por absorção 243 | A análise do ponto de equilíbrio 249 | Margem de segurança 251 | Limitações à análise 254 | Conclusão Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Apresentação C ontabilidade de C ustos O registro de informações sobre as transações comerciais existe desde a época em que as pessoas se utilizavam do sistema de trocas e, segundo historiadores, existem evidências de registros contábeis há milhares de anos, re- montando às antigas civilizações. O indicador de sucesso de um empreendimento era facil- mente medido: o empresário deveria ganhar mais dinheiro com as vendas do que com os valores que pagava aos fornecedores. Com o advento das indústrias, a partir do século XVIII, porém, surgiu a necessidade de uma apuração mais detalhada do balanço e da demonstração do resultado, ensejando, então o surgimento da Contabilidade de Custos e dos sistemas de custeio. Nos países desenvolvidos, novas práticas admi- nistrativas, aliadas aos processos de análises de custos, vêm sendo adotadas nas últimas décadas, despertando a conscientização dos empreen- dedores para a importância da otimização dos índices de produtividade, da diminuição e até eliminação dos desperdícios, redução dos esto- ques e contínuo aperfeiçoamento dos proces- sos de produção. Hoje, o processo contábil, sob a ótica gerencial, deve dar respostas com mais rapidez, maior segurança, mais confiabilidade do que antiga- mente, porque se vive em um mundo onde as decisões nas áreas empresariais, econômicas e administrativas, são tomadas em consonância com a “globalização da economia”. Este livro apresenta tópicos teóricos e práticos da contabilidade contemporânea, com o obje- tivo principal de colaborar para o desenvolvi- mento das práticas contábeis relacionadas com assuntos ligados à indústria. Foram elaborados capítulos para a discussão de assuntos de extrema atualidade e importância Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br para os profissionais e estudantes da área contábil, como os sistemas de custeio por ordem, em série, padrão e com base nas atividades. Inclui um capítulo sobre a relação do custo, do volume e do lucro, com a finalidade de proceder à análise do resultado econômico e da decom- posição do custo e a importância de promover a análise do break-even, calcular a margemde segurança e a renda marginal. A Contabilidade de Custos, entendida como gerencial, ao trabalhar diretamente com a tomada de decisão, cria a necessidade de ser concebida sob uma abordagem sistêmica para solucionar os problemas ligados à decisão. Por isso, é indispensável que o responsável pela geração das informações utilize e domine certos conhecimentos originados em outras áreas, tais como a Economia, a Matemática e a Estatística, pois, só assim, será possível gerar informações relevantes que envolvem custos. Apresentação C ontabilidade de C ustos Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 11 Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos Introdução Este capítulo apresenta a história, a evolução e algumas das principais particularidades da Contabilidade de Custos. Sublinha a ideia de que a Con- tabilidade de Custos prepara informações diferentes para atender a necessi- dades gerenciais diferentes. Concebida como um sistema de informações para a gestão, a Contabi- lidade de Custos é uma ferramenta que ajuda a encontrar respostas a um grande número de questões que se apresentam no dia a dia de qualquer empresa. Por isso, o capítulo evidencia a terminologia básica e o esquema básico da Contabilidade de Custos e descreve seu campo de atuação. História e evolução da Contabilidade de Custos Para a compreensão da história da Contabilidade de Custos é necessário dividir a evolução dos sistemas de produção em duas etapas: Sistema familiar, de corporações ou doméstico. Sistema de produção fabril. Iniciada na Idade Média e prolongando-se até o final do século XVI, os sistemas de produção eram conhecidos como “familiar”, “de corporações” ou “doméstico”. Nesse sistema, a maioria das necessidades das pessoas era atendida pelos membros da sua família e seus agregados, apropriado a centros urbanos restritos, a condições de concorrência limitada e a uma evolução tecnológica ainda incipiente, que não requeriam sofisticados artifícios contábeis para registro das operações realizadas ou apuração dos resultados obtidos. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 12 Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos A maior parte do que um indivíduo necessitava era provido pela própria fa- mília que, além de produzir alimentos nas grandes extensões territoriais, cons- truía habitações, cortava madeira para aquecimento, preparava os alimentos e fabricava os móveis e artefatos domésticos, criava animais para alimentação da carne e vestuário e desenvolvia, enfim, todas as atividades consideradas essen- ciais para a sobrevivência. Se algo faltasse, essa necessidade era suprida através de trocas com vizinhos ou de compras em primitivos e raros postos de vendas. Acompanhando o aumento da população, o sistema produtivo foi gra- dualmente se modificando, tornando-se menos simples e limitado e mais complexo. Chegou a época dos artesãos, na qual o sistema de produção predomi- nante ficou conhecido como “Sistema das Corporações”, porque os artesãos se uniam em corporações para se defender de dificuldades econômicas oriundas de competição ou decorrentes de doenças e da velhice. Nesse sis- tema, um mestre artesão constituía-se em uma célula básica. Ele possuía uns poucos ajudantes ou aprendizes, e suas atividades visavam ao atendimento das necessidades de um mercado local ainda muito limitado. O mestre artesão, proprietário e contratador dos recursos que utilizava, dono do próprio negócio, não vendia o seu trabalho; vendia um produto ou serviço final, sendo, de certa forma, independente. Com o crescimento dos mercados e das cidades e com a evolução da tec- nologia, novos modelos de sistema produtivo começaram a disputar a hege- monia do sistema corporativo. Surgia, então, um novo personagem: o intermediário. Ele negociava as encomendas e entregava aos artesões as matérias-primas necessárias. A crescente limitação das responsabilidades e da independência do mestre artesão acarretou em uma nova forma dominante de organização econô- mica: o sistema doméstico. No sistema doméstico, que prevaleceu até o final do século XVI, as atribui- ções e a independência do artesão tornaram-se cada vez menos relevantes. Ele orientava a produção em sua casa, com seus ajudantes e com ferramen- tas de sua propriedade, mas já não mantinha contatos com o cliente final de seus produtos e nem era dono das matérias-primas que utilizava. Acontecia, em consequência, a segunda etapa do desenvolvimento dos modelos produtivos ocidentais iniciada no século XVII, com a crescente Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 13 Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos predominância do chamado sistema de produção fabril. Nesse sistema, o in- termediário, investindo-se no status de um verdadeiro empreendedor, per- cebeu que o sistema de produção doméstico não era bastante ágil e nem bastante produtivo para atender a demanda crescente dos populosos cen- tros urbanos em franco desenvolvimento e passou a introduzir mudanças radicais na estrutura da organização produtiva. Como empreendedor, levantava os capitais necessários e inventou a fá- brica, tirando o artesão e seus ajudantes de casa, transformando-os em assa- lariados e colocando-os para trabalhar em instalações e com equipamentos de sua propriedade. O mestre artesão, independente e bem conceituado na sociedade, transformou-se em feitor ou supervisor de fábrica. Mesmo assim, até a Revolução Industrial, verificada no século XVIII, só existia a Contabilidade Financeira que, desenvolvida na era mercantilista, “foi estruturada para servir às empresas comerciais que apenas compravam e revendiam mercadorias.” (MARTINS, 1998, p. 19). Apurava-se o resultado de suas operações com mercadorias na seguinte disposição: Estoques iniciais (+) Compras (–) Estoques Finais (=) Custo das Mercadorias Vendidas Confrontando esse montante com as receitas obtidas por meio das vendas dos produtos, chegava-se ao lucro bruto: Vendas (–) Custo das Mercadorias Vendidas (=) Lucro Bruto Do Lucro Bruto, extraíam-se as despesas necessárias à venda dos produ- tos, ao financiamento das operações e à manutenção da empresa: Lucro Bruto (–) Despesas com Vendas (comerciais), Financeiras, Gerais e Administrativas (=) Lucro ou perda Como se observa, as formas de registros contábeis eram uma simples rou- pagem, pois os ganhos e perdas financeiros da humanidade sempre foram, Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 14 Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos de alguma forma, anotados, mesmo em civilizações anteriores à Ociden- tal. A Contabilidade em forma rudimentar já existia há milhares de anos como demonstram, por exemplo, os blocos de pedra gravados por an- tigas civilizações, que trazem registros identificados pelos especialistas como dados contábeis. Assim, a Contabilidade Financeira foi estruturada para atender aos obje- tivos a serem alcançados pela empresa mercantil, em que a administração e o controle assumiam feição tipicamente financeira e ficavam sensivelmente simplificados pela dupla função básica de comprar e vender. Como resultado dessa estrutura, a Contabilidade Financeira, também chamada de Contabilidade Geral, visava indicar a natureza e a situação do capital investido em uma empresa (balanço) e relatar as modificações resul- tantes das atividades operacionais (demonstração de lucros e perdas). Essa estrutura vigora ainda hoje, tanto que se subordina a rígidos padrões, mais ou menos universais, para que as informações geradaspor essa contabili- dade possam ser interpretadas por qualquer pessoa externa à organização. Esses padrões são fixados pelos postulados, princípios e convenções con- tábeis, expressos em leis, reconhecidos pelas entidades de classe, analistas de mercado e outros interessados. Os métodos de registrar os dados evoluíram ao longo do tempo, acompa- nhando o crescimento das transações econômicas e recebendo um impulso notável através das “partidas dobradas” inventadas por um frade veneziano chamado Luca Pacioli, no século XV. Apesar desse avanço e dos aperfeiçoamentos, os procedimentos básicos da chamada Contabilidade Geral, embora satisfatória para a maioria dos fins externos à empresa, não atendia às necessidades administrativas da nova célula produtiva – a indústria – cuja gerência financeira revelava aspectos mais complexos a cada dia. As indústrias, à medida que se expandiam, diversificavam a sua produção e experimentavam uma competição crescente, reclamando informações que a Contabilidade Geral, apesar de sua ininterrupta evolução, não podia gerar. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 15 Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos Com a Revolução Industrial, a administração dos negócios começou a reclamar uma Contabilidade de Custos. A Contabilidade: financeira X gerencial Segundo Campiglia (1993, p. 397-398), “[...] considerando que a contabi- lidade financeira (ou fiscal, ou societária, ou geral) é rígida, não permitindo fugir dos princípios e convenções contábeis”, e que para administrar um ne- gócio ou empresa são necessárias informações consoantes com as necessi- dades de quem vai tomar decisões gerenciais diferentes, de negócio para negócio, de empresa para empresa, de uma época para outra, então é neces- sário criar uma sistemática de tratamento das informações e um conjunto de relatórios que facilitam a gestão dos negócios. A Contabilidade Financeira, por refletir, em grande parte, o feitio assu- mido na época mercantilista, não se mostrava totalmente eficaz, principal- mente porque o Fisco já começava a espreitar por sobre os ombros dos con- tadores, esquadrinhando os seus lançamentos e regulamentando a forma de calcular os valores sujeitos à tributação, o que se verifica até hoje. Surge, então, a Contabilidade Gerencial. Nos relatórios gerenciais, as informações estão dispostas de forma dife- rente das demonstrações contábeis financeiras e, além disso, não são segui- dos rigidamente os princípios e as convenções contábeis (exceto o princípio da competência, ou seja, o do confronto das despesas e receitas com os pe- ríodos contábeis), de acordo com os exemplos a seguir. 1.º exemplo: da disposição diferente das informações Na Contabilidade Financeira, da receita com vendas do mês são deduzi- dos os Custos da Mercadoria Vendida (ou dos serviços prestados), resultando dessa subtração o Lucro Bruto. No tratamento gerencial, por sua vez, da receita com vendas podem ser de- duzidos os Custos Variáveis de Produção. O resultado dessa subtração é a Margem de Contribuição. Essa informação permite saber quanto se apura (de margem) nas vendas, para absorver os custos e despesas fixas e resultando, afinal, o lucro. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 16 Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos Assim, diversamente da Contabilidade Gerencial, na Contabilidade Fi- nanceira, os Custos da Mercadoria Vendida são integrais, ou seja, computam tanto os Custos Variáveis como os gastos indiretos de fabricação fixos. 2.º exemplo: a não observância do Princípio do Custo de Aquisição ou Formação como Base de Valor Na Contabilidade Financeira, o custo da mercadoria vendida é o custo da formação computando, normalmente, o custo médio ponderado do esto- que de onde foi baixada aquela mercadoria, atendendo o Princípio Contábil do Custo de Aquisição ou de Formação. No tratamento gerencial, o custo variável que entra no cálculo da margem pode ser o custo de reposição, que certamente é diferente do custo médio (variável) da mercadoria estocada, de onde são baixados os itens vendidos no mês. 3.º exemplo: a não observância do Princípio da Entidade e da Objetividade Na Contabilidade Financeira, as receitas e custos de uma empresa são se- parados totalmente das receitas e custos de outra empresa do mesmo grupo empresarial e, mais ainda, uma empresa não transfere para outra parte de suas despesas, a menos que haja documento oficial (nota fiscal de serviços, por exemplo) de uma cobrando da outra empresa. Os exemplos descritos mostram que a Contabilidade é única para qual- quer empresa. Toda a parte conceitual e as técnicas aplicadas não se alteram. As empresas, no entanto, têm diversos objetivos: a mercancia, a industriali- zação ou a prestação de serviços, exigindo, em consequência, que a Conta- bilidade se adapte à atividade desenvolvida pela empresa. Contabilidade de Custos Uma indústria é estruturada em unidades, departamentos ou centros de custo, fabricando, simultaneamente, produtos diferenciados em um ambien- te cada vez mais competitivo. Por isso, a atividade industrial exigia o desen- volvimento de uma Contabilidade voltada para dentro, para as necessidades administrativas internas, e não uma Contabilidade voltada para fora, somen- te para atender as necessidades externas (governo, acionistas, banqueiros, fornecedores etc.). Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 17 Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos Dessa maneira, diversas fórmulas foram se estabelecendo para determi- nar esses valores e, com base dessas fórmulas, surgiram métodos cada vez mais criteriosos para a avaliação de inventários. A maioria dos historiadores considera que a adoção de critérios de avaliação de inventário foi o marco inicial da Contabilidade de Custos propriamente dita. Por isso é comum ouvir- -se dizer que a origem do estudo dos custos empresariais está associada à avaliação dos estoques, procedimento que tem finalidade externa, porém, uma utilização expressiva de valia gerencial. Antes do advento da Contabilidade de Custos, certamente existiam alguns tipos de avaliação de estoques; contudo, a empresa fabril da segunda etapa da nossa história, muito mais complexa, de propriedade diluída por um número crescente de sócios e submetida aos rigores crescentes do Fisco, não podia se contentar com procedimentos primitivos e parciais de atribui- ção de valores aos estoques. Nas empresas industriais não se pode assumir que existem apenas esto- ques daquilo que é comprado pronto (matérias-primas e material indireto) e, em decorrência, é necessário admitir que, para a adequada apuração dos resultados de cada período, existem outros estoques: o estoque de produtos em elaboração e o estoque de produtos acabados. A avaliação desses estoques exige a apuração e a consolidação dos gastos envolvidos na produção dos bens estocados. É necessário apurar os montan- tes de materiais, da mão de obra e de gastos gerais de fabricação aplicados na produção de cada um desses bens. Para a definição dos valores descritos, há necessidade de um sistema de re- gistro e acompanhamento, da apropriação e rateio de gastos, como também complexos lançamentos contábeis e controles paralelos denominados de extra- oficiais. Assim, a Contabilidade de Custos, como um complexo e coerente con- junto de técnicas e de procedimentos, começou a tomar forma. Seguindo o exemplo da Contabilidade Geral, a Contabilidade de Custos não nasceu completa, porém, entrou em processo evolutivo de constante aperfeiçoamento que se verifica até os dias de hoje, estando, pois em cons- tante formação. Atualmente, a Contabilidade de Custos, em todas as atividades empresa- riais, reflete sua utilidade como instrumento gerencial do planejamento e do controle e, principalmente,na tomada de decisões. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 18 Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos A Contabilidade de Custos abrange sofisticados avanços como os de méto- dos quantitativos e modelos de decisão, produtividade e padrões de desempe- nho, conceitos de ciências comportamentais, contabilidade de recursos huma- nos, teoria da curva do aprendizado e conceitos avançados de marketing. As empresas comerciais ou de serviços têm, modernamente, se empenhado na utilização dos mecanismos da Contabilidade de Custos, pois ela fornece à administração grande número de dados para a tomada de decisões diárias, bem como informações essenciais para as decisões de longo prazo. A natureza do moderno mundo empresarial é tal que todas as empresas, quer sejam grandes ou pequenas, industriais ou não, públicas ou privadas, quer objetivem lucro ou não, exigem uma ampla variedade de dados de custos para a tomada de decisões operacionais diárias. A competição global não figurava em nossos dicionários antes dos anos 1980. O novo cenário competitivo aumentou o valor das informações sobre o desempenho da empresa. A competição, os progressos tecnológicos, a divul- gação mais fácil das informações, as novas formas de fazer negócios em uma empresa de classe mundial mudaram radicalmente as regras de mercado. Existe um novo e competitivo cenário que afeta significativamente os sistemas convencionais de custo. O processo de substituição tecnológi- ca vem se acelerando rapidamente. Produtos que demoravam anos para serem desenvolvidos e permaneciam também por longos anos no merca- do, hoje, com o auxílio do processo de automação, nascem e são substituí- dos no curto prazo, com custo menor e qualidade melhor. O professor Lopes de Sá (IOB, 1998) afirma que a empresa não pode mais conservar somente seu destaque de teor jurídico e econômico, ela requer hoje uma visão maior, uma visão social e humana, precisando ser vista como uma célula social. A competição internacional, no período de 1965 a 1973, de acordo com Harvey (1994), foi intensificada à medida que a Europa Ocidental e, princi- palmente, o Japão, seguidos de uma gama de países recém-industrializados, desafiaram a hegemonia dos Estados Unidos. Nessa época predominavam as ideias de Ford e de Keynes. O Fordismo, que dá ênfase à necessidade de se conquistar mercados atra- vés da redução de custos, perdurou mais de meio século, até o fim da década de 1960, em um longo período de prosperidade. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 19 Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos No Fordismo é possível observar que as empresas estão organizadas dentro de linhas funcionais e a premissa é a de que a experiência e a ho- mogeneidade de tarefas resultam na eficiência, obtendo-se, em decorrência, uma economia de escala. Taylor1, ao estudar essa eficiência, segundo Montana e Charnov (1998, p. 232) “[...] acreditava que só haveria prosperidade econômica com a otimi- zação da produtividade do trabalhador, que, por sua vez, só seria alcançada se os trabalhadores se tornassem mais eficientes”. Por outro lado, Keynes2, em seus estudos, deu ênfase aos grandes agregados e a assuntos macroeconômicos. Ele admitia que o “sistema” poderia ser controlado pelo Governo e que as perturbações da atividade poderiam ser atenuadas e corrigidas pela interferência do Estado. A especialização, porém, exigia cada vez mais uma forte tendência ascen- dente dos salários que acabava por superar a evolução da produtividade e, de acordo com Tavares (1994, p. 23), “[...] reduzia a taxa de lucro e as possibi- lidades de acumulação a médio prazo”. Terminologia em custos De acordo com Martins (1998, p. 24), “[...] produzir é transformar os meios econômicos em produtos ou serviços possíveis de serem consumidos ou utilizados”. O custo dessa transformação ou de produção é o total de custos incorridos em determinado período, esteja ou não inteiramente acabada. Da obra de Mar- tins (1998) é possível extrair, sumariamente, diversas definições de custos. Custo da produção acabada: é o total dos custos contidos na produ- ção acabada no período, abrangendo também os custos de produtos que estavam em elaboração no início do período e foram concluídos dentro do período. Custos primários: são os custos elementares ou diretos, ou seja, o valor da mão de obra direta e do material direto empregado na fabricação. Custo de transformação: é o total dos custos de produção exceto os de matéria-prima, material secundário e de embalagem. São custos 1 Frederick W. Taylor (1856-1915) foi, e é, considerado o pai da administração científica. 2 John Maynard Keynes (1883- 1946), economista inglês, é autor da obra Teoria Geral do Emprego do Juro e da Moeda, de 1936. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 20 Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos necessários à transformação dos produtos (mão de obra indireta, ma- terial de consumo, energia elétrica, combustível etc.). Além dessas definições, os custos podem ser classificados da seguinte maneira: Quanto à sua incidência no produto: Diretos – são os custos que podem ser facilmente identificados dire- tamente com o produto, sem necessidade de se efetuar um rateio. Indiretos – são os custos que não podem ser apropriados diretamen- te ao produto e, por isso, necessitam de um critério de rateio, que é atribuição de custos a departamentos ou a produtos calculada sobre uma base determinada para sua alocação. Quanto à sua relação com a quantidade produzida: Custos variáveis – são os que variam diretamente com as quantida- des produzidas: a matéria-prima. Custos fixos – são aqueles que não se alteram com o volume de pro- dução. Em consequência, quanto maior a produção, menor será a par- cela do custo fixo a ser atribuído a cada unidade: aluguel da fábrica. Custos semifixos ou semivariáveis – são os que variam de acordo com a produção não guardando, porém, relação direta: a energia elé- trica que possui uma parcela relativa ao potencial de consumo instala- do e outra vinculada ao consumo efetivo. Além da produção, a Administração de Custos se envolve também com a distribuição e administração Os gastos com a distribuição não são atribuídos aos produtos justamente porque se formam no setor comercial da empresa e incidem sobre o produ- to acabado e vendido, como comissões. Em decorrência, são atribuídos ao período, pois são efetuados, após a fabricação, com a venda e expedição do produto. Esses gastos são absorvidos em cada período, à medida que vão acontecendo e são designados de despesas. Também são atribuídos ao período os gastos gerados a partir das ações que asseguram o funcionamento contínuo da empresa: despesas com a ad- ministração, que devem ser mantidas sem dependência direta da relação básica custo/volume/lucro. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 21 Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos Gastos do período possuem, em decorrência, caráter financeiro e, como tal, têm mais afinidade direta com o resultado econômico geral da empresa. Conceituando melhor: os gastos da empresa empregados para produzir um produto são chamados de custos (matéria-prima, mão de obra direta, Custos Indiretos de Fabricação); gastos que ocorrem após a fabricação, por não se relacionarem com os setores produtivos, são chamados de despesas. Terminologia comum para as Contabilidades Financeira e de Custos Com a finalidade de padronizar a linguagem entre os estudiosos e usuá- rios da Contabilidade, há necessidade de expor uma terminologia básica. Contabilidade, para Bierman Jr. (apud LEONE, 1995, p. 3), “[...] é a lin- guagem do negócio e assim o seu principal meio de comunicação.”Gasto decorre da compra de um produto ou serviço qualquer, geran- do, em consequência, um sacrifício financeiro para a empresa (desem- bolso), sacrifício esse representado pela entrega ou promessa de en- trega de ativos, normalmente dinheiro (MARTINS, 1998, p. 25). Desembolso é o pagamento resultante da aquisição de bens ou ser- viços e pode ocorrer antes, durante ou depois da entrega dos bens ou serviços comprados, portanto, pode haver ou não defasagem em relação ao momento do gasto (MARTINS, 1998, p. 25). Investimento é o gasto ativado (classificado no ativo) em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a período(s) futuro(s), tam- bém denominado de bens de uso. Todos os desembolsos havidos pela aquisição de bens ou serviços (gastos) que são classificados nos es- toques, portanto no Ativo, para baixa ou amortização quando de sua venda, seu consumo, desaparecimento ou de sua desvalorização são chamados de investimentos. (MARTINS, 1998, p. 25). Custo é um gasto relativo à aquisição de um bem ou serviço utilizado (consumido) na produção de outros bens ou serviços, por exemplo, a depreciação de uma máquina que é utilizada no processo de fabri- cação de bens ou serviços. É o reconhecimento do custo de desgaste dessa máquina que está classificada como investimento. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 22 Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos Despesa é um gasto ocorrido em um determinado período e que é lan- çado pela Contabilidade nesse mesmo período, para fins de apuração do resultado da empresa, obtenção de receitas. Assim, a despesa é lançada diretamente na demonstração de resultados de um período e significa, no momento de sua ocorrência, uma redução da riqueza da empresa. Perda decorre de um bem ou serviço que foi consumido de forma anor- mal e involuntária. São exemplos de perdas: desfalque no caixa, perdas por inundações, greves ou incêndios, perda de veículos em desastre etc. A perda difere da despesa porque enquanto na despesa ocorre o consumo para obtenção de receita, a perda não está relacionada à ge- ração de receita. Ganho é um lucro não relacionado à atividade operacional da empre- sa, como, a venda de um bem por valor superior ao saldo registrado na Contabilidade (chamado ganho de capital), ganhos com a variação cambial etc. Prejuízo é o resultado negativo de uma transação ou de um conjunto de transações de um período, o resultado negativo da soma das recei- tas menos as despesas do período em questão, ou seja, as despesas suplantaram as receitas desse período. Esquema básico da Contabilidade de Custos O objetivo básico da Contabilidade de Custos é classificar, agrupar, apro- priar e controlar os custos para determinar os valores do estoque e do custo do produto vendido. Por isso, é importante identificar as diversas etapas para apuração dos valores de custos unitários de produção, que são: separação dos custos e despesas; apropriação dos custos diretos; apropriação dos custos indiretos; cálculo do Custo Unitário e determinação do CPV e Estoque final. Na etapa de separação de Custos e Despesas é imprescindível o perfeito entendimento da diferenciação do que é custo e do que são despesas, pois as despesas são contabilizadas diretamente no resultado, passando portanto, a serem apresentadas no Demonstrativo do Resultado do Exercício. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 23 Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos Na apropriação dos custos é necessário que os Custos Diretos (matéria- -prima e mão de obra direta) sejam atribuídos a cada um dos produtos ela- borados pela empresa. Outros custos considerados diretos, desde que possí- vel, também devem ter apropriação direta aos produtos. Relativamente à apropriação dos custos indiretos, que são aqueles sobre os quais se aplica um critério de rateio, deve-se atentar ao Princípio de Causa e Efeito. O Princípio da Causa e Efeito ordena que o agente causador da consumação ocorrida, correspondente a determinada variação patrimonial qualitativa, seja debitado pelo respectivo valor. Em outras palavras, os custos devem ser atribuídos a quem competem, num linguajar mais descuidado: quem causou o custo deve arcar com ele. Finalmente, podem ser apontados os custos totais de produção, que, dividindo-se pelas quantidades produzidas, resultará nos custos unitários. Após o cálculo dos custos unitários, multiplicando-se pela quantidade ven- dida obtém-se o CPV (Custo dos Produtos Vendidos). Esses mesmos valores unitários multiplicados pelas quantidades remanescentes resultará no valor do Estoque Final. Portanto, o custo de um produto é determinado pela soma dos elemen- tos de custos. Para transformar as matérias-primas em produtos são neces- sários outros esforços, como o trabalho de pessoas, que despendem Mão de Obra Direta (MOD), a utilização de instalações físicas, as máquinas, a energia elétrica, os materiais auxiliares, os lubrificantes, a água e gastos com a manu- tenção e reparos de máquinas etc. O quadro sinótico a seguir demonstra a equação do custo do produto: Custo do produto Custo das matérias-primas aplicadas Custo de transformação (MOD e outros) Como os custos de transformação são compostos de dois tipos de custos, pode-se também afirmar que são três os fatores de custos que compõem o produto final: Custo do produto Custo das matérias-primas Mão de obra Outros custos de fabricação Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 24 Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos Para a maioria dos autores, os custos de matéria-prima e mão de obra direta são chamados de Custos Primários. Os outros custos são chamados de gastos gerais de fabricação ou gastos gerais de produção. São também chamados de custos indiretos de fabrica- ção e podem ser classificados em três categorias: Materiais indiretos – lubrificantes, materiais de limpeza, materiais de manutenção e de reparos etc. Mão de obra indireta – salários de supervisores de máquinas e de pessoas, almoxarifes, vigias, mecânicos de manutenção etc. Outros custos de produção – aluguel, energia elétrica, água, depre- ciação de equipamentos e máquinas, seguros, impostos etc. Campo de aplicação Até recentemente, a Contabilidade de Custos ou Contabilidade Industrial era um ramo da Contabilidade aplicada às empresas industriais. Dessa ma- neira, o campo de aplicação da Contabilidade de Custos abrangia o patrimô- nio das empresas industriais. Empresa industrial é aquela cuja atividade característica se concentra na modificação de matéria-prima em produtos, seja por transformação, benefi- ciamento, montagem, restauração ou recondicionamento. Para transformar a matéria-prima, as indústrias de transformação se uti- lizam de processos mecânico, térmico ou químico. Exemplos: indústrias de móveis que fabricam mesas, dormitórios, cadeiras etc.; indústrias siderúrgi- cas que transformam minérios de ferro em lingotes; indústrias petrolíferas que produzem gasolina, óleo, gás, parafina etc. A atividade industrial de beneficiamento é a operação que visa modificar, aperfeiçoar e até mesmo dar uma melhor aparência ao produto sem que haja transformação. Exemplo: empresas beneficiadoras de arroz que apenas retiram as cascas e impurezas. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 25 Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos O produto final das indústrias de montagem de peças resulta da monta- gem de peças produzidas normalmente pelas indústrias de transformação. Exemplos: indústrias automobilísticas, de rádios, de aparelhos de televisão, de relógios etc. Indústrias de restauração ou recondicionamento são aquelas cuja ativi- dade se concentra na recuperação de produtos usadosou mesmo deteriora- dos. Exemplo: recauchutadoras de pneus etc. Atualmente, porém, a Contabilidade de Custos é bem mais abrangente, pois está voltada para o cálculo e a interpretação dos custos dos bens fabri- cados ou comercializados ou dos serviços prestados pelas empresas. A Contabilidade de Custos, cuja função inicial era fornecer elementos para avaliação dos estoques e apuração do resultado, passou, nas últimas décadas, a prestar duas funções muito importantes na Contabilidade Geren- cial: a utilização dos dados de custos para auxílio ao controle e para tomada de decisões e, na esfera administrativa, o fornecimento de informações para o estabelecimento de padrões, orçamentos ou previsões e, a seguir, acompa- nhar o efetivamente acontecido com os valores previstos. Conclusão Estudar os custos de uma empresa é tarefa indispensável a uma boa ad- ministração. Hoje, não se concebe a existência de empresas que desconhe- çam os custos dos seus produtos, a relação destes com outros setores em- presariais, e a possibilidade de se efetuar redução dos custos sem alteração do produto ou da sua qualidade. Não se pode mais afirmar que a Contabilidade de Custos seja um ramo da Contabilidade voltado às empresas industriais, tanto que era denominada de Contabilidade Industrial. Os sistemas de custos mais evoluídos são utiliza- dos tanto nas indústrias como nas empresas mercantis, agrícolas, pecuárias, bancárias, de prestação de serviços etc. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 26 Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos A história da Contabilidade (GESBANHA, 2007) Período Medieval Na Itália, em 1202, foi publicado o livro Liber Abaci , de Leonardo Pisano. Estudavam-se, na época, técnicas matemáticas, pesos e medidas, câmbio etc., tornando o homem mais evoluído em conhecimentos comerciais e financeiros. Se os súmeros-babilônios plantaram a semente da Contabilidade e os egípcios a regaram, foram os italianos que fizeram o cultivo e a colheita. Foi um período importante na história do mundo, especialmente na histó- ria da Contabilidade, denominado “Era Técnica” , devido às grandes invenções, como moinho de vento, aperfeiçoamento da bússola etc., que abriram novos horizontes aos navegadores, como Marco Pólo e outros. A indústria artesanal proliferou com o surgimento de novas técnicas no sis- tema de mineração e metalurgia. O comércio exterior incrementou-se por in- termédio dos venezianos, surgindo, como consequência das necessidades da época, o livro-caixa, que recebia registros de recebimentos e pagamentos em dinheiro. Já se utilizavam, de forma rudimentar, o débito e o crédito, oriundos das relações entre direitos e obrigações, e referindo-se, inicialmente, a pessoas. O aperfeiçoamento e o crescimento da Contabilidade foram a conse- quência natural das necessidades geradas pelo advento do capitalismo, nos séculos XII e XIII. O processo de produção na sociedade capitalista gerou a acumulação de capital, alterando-se as relações de trabalho. O trabalho escravo cedeu lugar ao trabalho assalariado, tornando os registros mais complexos. No século X, apareceram as primeiras corporações na Itália, transformando e fortalecendo a sociedade burguesa. No final do século XIII apareceu pela primeira vez a conta “Capital”, re- presentando o valor dos recursos injetados nas companhias pela família proprietária. Ampliando seus conhecimentos Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 27 Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos O método das partidas dobradas teve sua origem na Itália, embora não se possa precisar em que região. O seu aparecimento implicou a adoção de outros livros que tornassem mais analítica a Contabilidade, surgindo, então, o Livro da Contabilidade de Custos. No início do século XIV, já se encontravam registros explicitados de custos comerciais e industriais, nas suas diversas fases: custo de aquisição; custo de transporte e dos tributos; juros sobre o capital, referente ao período transcor- rido entre a aquisição, o transporte e o beneficiamento; mão de obra direta agregada; armazenamento; tingimento etc., o que representava uma apro- priação bastante analítica para a época. A escrita já se fazia no moldes de hoje, considerando, em separado, gastos com matérias-primas, mão de obra direta a ser agregada e custos indiretos de fabricação. Os custos eram contabilizados por fases separadamente, até que fossem transferidos ao exercício industrial. Período Moderno O período moderno foi a fase da pré-ciência. Devem ser citados três even- tos importantes que ocorreram neste período: em 1493, os turcos tomam Constantinopla, o que fez com que grandes sábios bizantinos emigrassem, principalmente para a Itália; em 1492, é descoberta a América e, em 1500, o Brasil, o que representa- va um enorme potencial de riquezas para alguns países europeus; em 1517, ocorreu a reforma religiosa; os protestan- tes, perseguidos na Europa, emigram para as Amé- ricas, onde se radicaram e iniciaram nova vida. A Contabilidade tornou-se uma necessidade para se estabelecer o controle das inúmeras riquezas que o Novo Mundo representava. O aparecimento da obra de Frei Luca Pacioli, con- temporâneo de Leonardo da Vinci, que viveu na Tos- cana, no século XV, marca o início da fase moderna da Contabilidade. Pacioli foi matemático, teólogo, contabilista entre outras profissões. Deixou muitas obras, destacando-se a Frei Luca Pacioli. Escreveu Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas), pu- blicado em 1494, enfatizan- do que a teoria contábil do débito e do crédito corres- ponde à teoria dos núme- ros positivos e negativos. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 28 Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos Summa de Arithmética, Geometria, Proportioni et Proporcionalitá, impressa em Veneza, na qual está inserido o seu tratado sobre Contabilidade e Escrituração. Pacioli, apesar de ser considerado o pai da Contabilidade, não foi o criador das partidas dobradas. O método já era utilizado na Itália, principalmente na Toscana, desde o século XIV. O tratado destacava, inicialmente, o necessário ao bom comerciante. A seguir conceituava inventário e como fazê-lo. Discorria sobre livros mercantis: memorial, diário e razão, e sobre a autenticação deles; sobre registros de ope- rações: aquisições, permutas, sociedades etc.; sobre contas em geral: como abrir e como encerrar; contas de armazenamento; lucros e perdas, que na época, eram “Pro” e “Dano “; sobre correções de erros; sobre arquivamento de contas e documentos etc. Sobre o método das partidas dobradas, Frei Luca Pacioli expôs a termino- logia adotada: “Per “, mediante o qual se reconhece o devedor; “A “, pelo qual se reconhece o credor. Acrescentou que, primeiro deve vir o devedor e, depois, o credor, prática que se usa até hoje. A obra de Pacioli não só sistematizou a Contabilidade, como também abriu precedente para que novas obras pudessem ser escritas sobre o assunto. Período Científico O período científico apresenta, nos seus primórdios, dois grandes auto- res consagrados: Francesco Villa, escritor milanês, contabilista público, que, com sua obra La Contabilità Applicatta alle administrazioni Private e Plubbli- che, inicia a nova fase; e Fábio Bésta, escritor veneziano. Os estudos envolvendo a Contabilidade fizeram surgir três escolas do pen- samento contábil: a primeira, chefiada por Francisco Villa, foi a Escola Lombar- da; a segunda, a Escola Toscana, chefiada por Giusepe Cerboni; e a terceira, a Escola Veneziana, por Fábio Bésta. Embora o século XVII tivesse sido o berço da era científica e Pascal já ti- vesse inventado a calculadora, a ciência da Contabilidade ainda se confundia Este materialé parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 29 Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos com a ciência da Administração, e o patrimônio se definia como um direito, segundo postulados jurídicos. Nessa época, na Itália, a Contabilidade já chegara à universidade. A Conta- bilidade começou a ser lecionada com a aula de comércio da corte, em 1809. A obra de Francesco Villa foi escrita para participar de um concurso sobre Contabilidade, promovido pelo governo da Áustria, que reconquistara a Lombardia, terra natal do autor. Além do prêmio, Villa teve o cargo de pro- fessor universitário. Francisco Villa extrapolou os conceitos tradicionais de Contabilidade, segundo os quais escrituração e a guarda de livros poderiam ser feitas por qualquer pessoa inteligente. Para ele, a Contabilidade implicava conhecer a natureza, os detalhes, as normas, as leis e as práticas que regem a matéria administrada, ou seja, o patrimônio. Era o pensamento patrimonialista. Foi o início da fase científica da Contabilidade. Fábio Bésta, seguidor de Francesco Villa, superou o mestre em seus ensi- namentos. Demonstrou o elemento fundamental da conta, o valor, e chegou muito perto de definir patrimônio como objeto da Contabilidade. Foi Vicenzo Mazi, seguidor de Fábio Bésta, quem pela primeira vez, em 1923, definiu patrimônio como objeto da Contabilidade. O enquadramento da Conta- bilidade como elemento fundamental da equação aziendalista, teve, sobretudo, o mérito incontestável de chamar atenção para o fato de que a Contabilidade é muito mais do que mero registro; é um instrumento básico de gestão. Os defeitos da escola europeia tiveram como base o peso excessivo da teoria, sem demonstrações práticas, sem pesquisas fundamentais: a ex- ploração teórica das contas e o uso exagerado das partidas dobradas, in- viabilizando, em alguns casos, a flexibilidade necessária, principalmente, na Contabilidade Gerencial, preocupando-se demais em demonstrar que a Contabilidade era uma ciência em vez de dar vazão a pesquisa séria de campo e de grupo. A partir de 1920, aproximadamente, inicia-se a fase de predominância nor- te-americana dentro da Contabilidade. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 30 Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos Atividades de aplicação 1. No quadro a seguir verifique os diversos eventos anunciados por uma indústria do setor moveleiro (móveis de madeireira) e: a) na coluna A, classifique-os em: Custos (C) Despesas (D) Investimentos (I) b) na coluna B, responda com “sim” ou “não” se houve desembolso. c) na coluna C, somente para os gastos que corresponderem a cus- tos, responda se é: Matéria-prima – MP Material secundário – MS Material de embalagem – ME Mão de obra direta – MO Custos Indiretos de Fabricação – CIF Gastos A B C 1 Compra, a prazo, de 1 000m3 de madeira. C Sim MP 2 Compra, à vista, de 50 folhas de lixa aplicadas diretamente na produção. 3 Transferência de 20m3 de madeira do almoxarifado para a produção. 4 Pagamento de conta de luz do setor de vendas. 5 Pagamento de conta de água referente ao consumo da fábrica. 6 Pagamento de conta de água referente à Administração. 7 Pagamento de salários e encargos do pessoal da fábrica. 8 Apropriação dos encargos sociais referentes ao pessoal do setor de vendas. 9 Apropriação da folha de pagamentos referente ao pessoal da produção. 10 Compra, a prazo, de lubrificantes para uso imediato nas máquinas da fábrica. 11 Compra, à vista, de 300kg de sacos plásticos para embalar parafusos e porcas. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 31 Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos 12 Transferência para a produção de 10kg de sacos plásticos para embalagem. 13 Depreciação da máquina de escrever do setor administrativo. 14 Depreciação das máquinas da fábrica. 15 Pagamento de fretes e carretos de produtos vendidos. 16 Pagamento de juros de mora sobre duplicatas. 17 Pagamento no Banco, de taxas referentes a talões de cheques. 18 Compra de uma tela a óleo da pintora Sonia Geni, à vista. 19 Apropriação para a fábrica de parte dos honorários da diretoria. 20 Pagamento de refeições do pessoal da área de vendas. 2. Leia o texto a seguir: Os elementos básicos do custo industrial são: os materiais, a mão de obra e os Custos Indiretos de Fabricação. Os materiais utilizados na fabricação podem ser classificados em: Matérias-primas – são os materiais principais e essenciais que entram em maior quantidade na fabricação do produto. Materiais secundários – são os materiais que entram em menor quan- tidade na fabricação do produto. Esses materiais são aplicados juntamente com a matéria-prima, complementando-a ou até mesmo dando o acabamen- to necessário ao produto. Materiais de embalagens – são os materiais destinados a acondicionar ou embalar os produtos, antes que eles saiam da área de produção. Com base no texto, responda: a) Quantos e quais são os elementos básicos do custo industrial? b) Cite dois exemplos de matérias-primas e o tipo de indústrias e onde são aplicadas. c) Cite três exemplos de materiais secundários e o tipo de empresas que as aplicam. 3. Na relação de custos a seguir estão incluídos todos os gastos gerais de fabricação do mês de janeiro 2002 ocorridos na empresa Indústria Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 32 Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos Madeireira Ltda.: seguro contra incêndio incorrido R$2.100,00; impos- to predial R$2.400,00; iluminação do prédio R$2.100,00; depreciação do edifício R$2.400,00; mão de obra direta R$2.400,00; mão de obra indireta R$2.100,00; matéria-prima R$3.850,00. Com base nessas informações, qual é o valor dos gastos gerais de fa- bricação e dos custos diretos na conta Produtos em Processo? 4. A Cia. Delta possui os seguintes saldos em determinado período contábil: Matéria-prima: R$1.000,00; Mão de obra direta: R$500,00; Salários referentes à administração: R$400,00; Manutenção da fábrica: R$80,00; Energia elétrica consumida pelas máquinas da fábrica, medida globalmente: R$220,00; Aluguel do prédio administrativo: R$50,00; Depreciação da fábrica: R$100,00; Materiais indiretos consumidos no processo produtivo: R$350,00; Seguros da fábrica: R$120,00; Mão de obra relativa aos supervisores das máquinas: R$700,00. Determine os valores dos custos diretos, dos custos indiretos de fabri- cação e do custo de produção. 5. Dos itens listados a seguir, quais devem ser contabilizados como despesas? a) Matéria-prima, mão de obra, salários da administração. b) Honorários da diretoria, material direto, telefone. c) Seguros da área de produção e material direto. d) Matéria-prima, seguros da fábrica e fretes. e) Honorários da diretoria e fretes nas vendas. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 33 Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos Referências BRASIL. Lei n 6.404, de 15 de Dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6404consol. htm>. Acesso em: 16 jan. 2012. BRASIL. Lei n 11.638 de Dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras. Disponível em: <www.planalto.gov. br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm>. Acesso em: 5 jan. 2012. BRASIL. Lei 11.941 de 27 de Maio de 2009. Altera a legislação tributária fede- ral relativa ao parcelamento ordinário de débitos tributários [...]. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm>.Acesso em: 5 jan. 2012. CAMPIGLIA, Américo Oswaldo; CAMPIGLIA, Oswaldo Roberto P. Controles de Gestão: controladoria financeira das empresas. São Paulo: Atlas, 1993. CAMPIGLIA, Américo Oswaldo; CAMPIGLIA, Oswaldo Roberto P. Controles de Gestão: controladoria financeira das empresas. São Paulo: Atlas, 1994. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 3. ed. Curitiba: Positivo, 2004. FIPECAFI – Cultura contábil, Atuarial e Financeira. Perguntas e respostas – nova lei das S/A – Lei 11.638/07. Disponível em: <www.cfc.fipecafi.org/faq/faq.pd>. Acesso em: 16 jan. 2012. GESBANHA S/A. A História da Contabilidade. Disponível em: <www.gesbanha. pt/contab/conthis/cont_his.htm>. Acesso em: 10 nov. 2007. HARVEY, David. Condição Pós-Moderna. 4. ed. São Paulo: Loyola, 1994. IOB – Informações Objetivas, Temática Contábil e Balanços – agosto de 1998 – n. 32. IOB – Informações Objetivas, Temática Contábil e Balanços, Bol 38/99- TC/Bal. LEONE, George S. G. Curso de Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 1997. ______. Custos: planejamento, implantação e controle. São Paulo: Atlas, 1982. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 34 Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos ______. Custos: um enfoque administrativo. 11 ed. Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, 1995. MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 6. ed. São Paulo: Atlas, 1998. ______. Contabilidade de Custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2003. MONTANA, Patrick J.; CHARNOV, Bruce H. Administração. São Paulo: Saraiva, 1998. ROBERTO, Marcus. Pert COM. Disponível em: <www.administradores.com.br/arti- gos/pert_cpm/14392>. Acesso em: 20 abr. 2008. SPÍNOLA, Keli Cristina Pedrozo; RODRIGUES, Érica Regina; GERA, Wéberson de Carvalho Quirino Caetano e. A História da Contabilidade. Disponível em: <www. classecontabil.com.br/print_art.php?id=1232>. Acesso em: 10 nov. 2007. TAVARES, Hermes Magalhães. 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C N MO Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 35 Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos 10 Compra, a prazo, de lubrificantes para uso imediato nas máquinas da fábrica. C N CIF 11 Compra, à vista, de 300kg de sacos plásticos para embalar parafusos e porcas. C S MS 12 Transferência para a produção de 10kg de sacos plásticos para embalagem. C N ME 13 Depreciação da máquina de escrever do setor administrativo. D N 14 Depreciação das máquinas da fábrica. C N CIF 15 Pagamento fretes e carretos de produtos vendidos. D S 16 Pagamento juros de mora sobre duplicatas. D S 17 Pagamento, no banco, taxas referente a talões de cheques. D S 18 Compra de uma tela a óleo da pintora Sonia Geni, à vista. I S 19 Apropriação para a fábrica de parte dos honorários da diretoria. C N CIF 20 Pagamento, refeições do pessoal da área de vendas. D S 2. a) Os elementos básicos do custo industrial são os materiais (matéria- -prima e secundários), a mão de obra direta e os Custos Indiretos de Fabricação. b) 1.º exemplo: a madeira é matéria-prima para as empresas fabricantes de móveis. 2.º exemplo: o algodão é matéria-prima para os fabricantes de tecido que, por sua vez, é matéria-prima para as indústrias de confecção de roupas. c) Para fabricar móveis que usa a madeira como matéria-prima, há neces- sidade de utilização materiais secundários, a saber: parafusos, pregos, cola, tinta. 3. Gastos gerais de fabricação (R$) Seguros contra incêndio 2.100,00 Imposto predial 2.400,00 Iluminação do prédio 2.100,00 Depreciação do edifício 2.400,00 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 36 Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos Gastos gerais de fabricação (R$) Mão de obra indireta 2.100,00 Total 11.100,00 Custos diretos (R$) Mão de obra direta 2.400,00 Matéria-prima 3.850,00 Total 6.250,00 4. Custos diretos (R$) Matéria-prima 1.000,00 Mão de obra direta 500,00 Total 1.500,00 Custos Indiretos de Fabricação (R$) Manutenção da fábrica 80,00 Energia elétrica das máquinas 220,00 Depreciação da fábrica 100,00 Materiais indiretos 350,00 Seguros da fábrica 120,00 Mão de obra dos supervisores 700,00 Total 1.570,00 Custo da produção (R$) Custos diretos 1.500,00 Custos Indiretos de Fabricação 1.570,00 Custos da produção 3.070,00 5. Item A: a matéria-prima e a mão de obra são custos. Logo, questão prejudicada. Item B: material direto é custo. Logo, questão prejudicada. Item C: tanto seguros da fábrica como material direto são custos. Logo, questão prejudicada. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 37 Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos Idem D: matéria-prima e seguros da fábrica são custos. Logo, questão prejudicada. Item E: honorários da diretoria e fretes nas vendas são despesas. Assim, esta é a resposta correta. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 39 Esquema básico da contabilidade de custos Introdução Desde o início do século XVIII houve um fenômeno que acabou por modificar a economia do mundo inteiro. Neste momento, especificamente na Inglaterra, começavam a ocorrer mudanças que iriam substituir todo o processo de esforço humano pelo trabalho das máquinas, substituindo o tra- balho manual pelo industrial. Dessa forma, houve a mudança da economia, antes baseada no modo rural e que começou a se transformar rapidamente em uma economia urbana e que tinha a ampla utilização de máquinas. Já no século XIX, o processo iniciado no século anterior foi finalmente denominado de Revolução Industrial, esse processo teve como marco o termo Marxismo criado por Engels e Marx. A partir desse momento, a mudança do trabalho artesanal e simplificado para a forma industrial alavancou o início dos cálculos dos custos da produção. Contabilidade Financeira e de Custos A Contabilidade Financeira registra, de forma geral, todos os fatos ocorridos em uma determinada entidade. Além disso, uma das principais preocupações dessa contabilidade é com a materialização da captação de recursos e sua transformação em fatores produtivos. Além disso, a contabi- lidade Financeira ou Geral é aquela que deverá obrigatoriamente seguir os preceitos dos Princípios de Contabilidade, bem como as exigências legais e societárias. Já a contabilidade de custos tem em sua natureza a finalidade gerencial, incorporando em seus conceitos os princípios de economia, administração e outras ciências que permitem o auxílio à tomada de decisão. Dessa forma a contabilidade financeira seria a base para a contabi- lidade de custos que é essencial para a tomada de decisões, ou seja, é fer- ramenta obrigatória para a contabilidade gerencial, que é o processo de Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 40 Esquema básicoda contabilidade de custos identificar, mensurar, acumular, analisar, preparar, interpretar e comunicar informações que auxiliem os gestores a atingir os objetivos organizacionais. Assim segue um comparativo entre os dois tipos de contabilidade: Quadro 1 – Comparativo entre a Contabilidade Gerencial e a Financeira Contabilidade Gerencial Contabilidade Financeira Objetivos Facilitar o planejamento, controle, avaliação de desempenho e tomada de decisões pelos usuários internos (sócios e gestores). Facilitar a análise financeira dos usuários externos. Usuários primários Gestores da organização em vários níveis. Usuários externos, como inves- tidores e agências governamen- tais, mas também gestores das organizações. Liberdade de escolha Sem restrições, exceto custos em relação a benefícios das melhores definições gerenciais. Regida pelos princípios de Contabilidade geralmente aceitos. Implicações compor- tamentais Preocupação com a influên- cia que as mensurações e os relatórios exercerão sobre o comportamento cotidiano dos gestores. Preocupação em mensurar e comunicar fenômenos econômi- cos. As considerações comporta- mentais são secundárias, embora a compensação dos executivos baseada em relatos possa ter impacto em seu comportamento. Enfoque de tempo Orientação para o futuro: uso formal de orçamentos, bem como de registros históricos. Exemplo: o orçamento de 20X2 comparado com o desempenho real de 20X1. Orientação para o passado: avaliação histórica. Exemplo: o Desempenho real de 20X2 com- parado com o desempenho real de 20X1. Horizonte de tempo Flexível, com uma variação que vai de horas a 10 ou 15 anos. Menos flexível: geralmente um ano ou um trimestre. Relatórios Detalhado; preocupam-se com detalhes de partes da entidade, produtos, departamentos, territórios etc. Resumidos, preocupam-se pri- meiramente com a entidade como um todo. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 41 Esquema básico da contabilidade de custos Contabilidade Gerencial Contabilidade Financeira Tipos de relatórios Orçamentos, relatórios de de- sempenho, de custos e outros não rotineiros para facilitar a to- mada de decisões, elaborados de forma detalhada, com espe- cificidades de partes da enti- dade, como produtos, departa- mentos etc. e liberdade quanto à forma de elaboração. BP, DRE, DLPA (DMPL), DFC e DVA, conforme os moldes legais, elaborados de forma resumida, preocupando-se precipuamente com a entidade como um todo. Delineamento das atividades Campo de ação se define com menor precisão. Uso mais in- tenso de disciplinas como eco- nomia, ciências de decisão e comportamentais. Campo de ação se define com maior precisão. Menor uso de disciplinas afins. Bases de mensuração Várias bases (moeda corrente, estrangeira – moeda forte, medidas físicas etc.). Moeda corrente. Arcabouço técnico e teórico Ciência Contábil, Economia, Finanças, Estatística, pesquisa operacional e comportamental etc. Ciência Contábil. Assim, observa-se que a diferença entre a Contabilidade Financeira e a Contabilidade Gerencial pode ser analisada em diversos aspectos. No que diz respeito aos objetivos, a contabilidade gerencial, mediante informações fornecidas pela contabilidade de custos, permite o planejamento e auxilia no processo de tomada de decisão dos usuários internos representados pelos gestores, já a contabilidade financeira facilita a análise financeira dos usuários externos, que podem ser representados por investidores, governo, entre outros. Além disso, são observados os aspectos com relação à liberdade que a Contabilidade Gerencial possui, apenas limitada por aspectos relativos ao custo para obtenção da informação, enquanto a Contabilidade Financei- ra precisa obedecer aos Princípios de Contabilidade. O aspecto gerencial também tem implicação na questão comportamental, uma vez que se ocupa da observação desses aspectos com relação aos gerentes, enquanto a Con- tabilidade Financeira apenas observa questões comportamentais de forma secundária, dando ênfase aos fenômenos econômicos. Uma vez que a Contabilidade de Custos permite que sejam feitas inferências ao futuro, a Contabilidade Gerencial também tem esse foco, permitindo a ampla utilização de orçamentos. A Contabilidade Financeira, (P A D O VE ZE , 2 01 0. A da pt ad o. ) Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 42 Esquema básico da contabilidade de custos por sua vez, observa o aspecto histórico das informações, ou seja, passado, comparando o desempenho de um período com o período passado. No caso da Contabilidade Financeira os relatórios são aqueles apresentados por lei, como por exemplo, Balanço Patrimonial. Demonstração do Resultado do Exercício entre outras que são utilizadas para as decisões, em sua maioria, dos usuários externos. Já na Contabilidade Gerencial existem relatórios mais detalhados e voltados para as necessidades dos usuários internos, como por exemplo, orçamentos, relatórios de desempenhos e outros que sirvam de apoio na tomada de decisão. A Contabilidade Gerencial utiliza os aspectos da Contabilidade de Custos, que se favorece de vários tipos de ciências para sua plena atuação, com o uso de disciplinas de economia, ciências da decisão e outras, contrastando com a Contabilidade Financeira, que tem um campo de atuação preciso e sem utilização de várias disciplinas. As bases de mensuração na Contabilidade Gerencial são várias, uma vez que para a tomada de decisão podem ser usadas diversas moedas para comparação, o que não ocorre na Contabilidade Financeira, que utilizada, obrigatoriamente, a moeda corrente do país, ou seja, o real. Por fim, a base da Contabilidade Gerencial, conforme explanados anteriormente, é a Conta- bilidade de Custos, além da Ciência Contábil, Economia, Finanças e outras. Em contrapartida, a Contabilidade Financeira tem como principal base a Ciência Contábil e suas regras. Dessa forma foi possível diferenciar a Contabilidade Gerencial da Contabilidade Financeira e apresentar como a Contabilidade de Custos está inserida nesse contexto. Contabilidade de Custos Pode-se dizer que a contabilidade de custos é uma parte da ciência contábil que se dedica ao estudo dos gastos efetuados para a obtenção de um bem de venda ou consumo, podendo este ser na forma de produto, mercadoria ou serviço. A contabilidade de custos é o ramo da função financeira responsável pela acumulação, organização, análise e interpretação dos custos dos produtos e serviços, bem como componentes da organização, do plano operacional e das atividades necessárias para a determinação do lucro. Além disso, Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 43 Esquema básico da contabilidade de custos pode-se afirmar, em relação à contabilidade de custos, que esta controla as operações e auxilia o administrador no processo de tomada de decisão. Para Megliorini (2002), os custos devem ser determinados a fim de atingir como principais objetivos a determinação do lucro, o controle das operações e a tomada de decisões. Objetivos da contabilidade de custos Nascida durante a Revolução Industrial (séculos XVIII e XIX), a Contabili- dade de Custos teve sua origem na necessidade da avaliação dos estoques das empresas industriais (MARTINS, 2003). Com a revolução industrial, as primeiras fábricas começaram a pôr em prática alguns dos conceitos que são universais e utilizados até os dias atuais. Essas máquinas exigiam que existisse uma nova forma de gerenciar os negó- cios, devido à produção em larga escala, que impulsionava a sociedade e era impulsionada pela concorrência. Inicialmente, os comerciantes apuravam o resultado do exercício, ou seja, o quanto havia sobrado de suas vendas, quando as comparavam com o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV), o que gerava o lucrobruto. Desse valor, eram deduzidas as demais despesas. Tal raciocínio ainda é utilizado atualmente pelos contadores. A seguir, o cálculo do resultado de maneira simplificada. Cálculo do resultado (+) Receita com Vendas (–) Custo das mercadorias vendidas (=) Lucro bruto (–) despesas administrativas (–) despesas financeiras (=) Lucro/Prejuízo Na atividade comercial, o CMV tinha fácil identificação, pois seu valor era composto pelo valor pago pela mercadoria, mais os tributos não compen- sáveis, mais fretes e seguros. No caso de variação de estoque, é possível a utilização da seguinte fórmula que auxilia no encontro do CMV: Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 44 Esquema básico da contabilidade de custos CMV = EI + C– EF FIM Tal fórmula evidencia a apuração do estoque, sendo que EI é o Estoque Inicial de Mercadorias; C representa as compras durante o período em que o CMV está sendo apurado e, finalmente, EF designa o Estoque final de mer- cadorias do período. Assim é possível, de forma simples, apurar o Custo das Mercadorias do período. Já no segmento industrial, tal sistemática simplificada não pode ser utili- zada, uma vez que, para o cálculo do custo, é preciso considerar que o fabri- cante compra os materiais, transforma-os, paga a mão de obra que trabalha em sua elaboração e ainda consome outros recursos, como por exemplo: água, energia elétrica, entre outros, na obtenção desse bem para a venda final. Dessa forma, a partir da Revolução Industrial, a Contabilidade de Custos evoluiu, passando a gerar informações não só para controle, mas também para o planejamento e tomada de decisão. De forma resumida os principais objetivos da contabilidade de custos são: Possibilidade de avaliação dos estoques, para que seja atendida a legislação comercial e fiscal; Demonstrar o custo do produto vendido (CPV) ou da Mercadoria Vendida (CMV) ou do Serviço Prestado (CSP); Servir de auxílio ao processo de tomada de decisão, aliado da contabi- lidade gerencial; Servir como base para que sejam preparados orçamentos e projeções. A contabilidade de custos é necessária em todos os setores produtivos em que se deseja conhecer o custo de determinado produto ou serviço, para que, com isso, sejam tomadas inúmeras decisões. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 45 Esquema básico da contabilidade de custos Ciclo Básico da Contabilidade de Custos Para que a contabilidade de custos cumpra a sua função, que é apurar o valor final de determinado produto ou serviço, é necessário que sejam segui- dos alguns passos: 1.º Passo – A separação entre custos e despesas, sendo necessário co- nhecer a diferença entre ambos. No caso do primeiro conceito – custos – são gastos que ocorrem dentro da fábrica ou que estão envolvidos na presta- ção de um determinado serviço ou para a obtenção de determinada receita. Como exemplos de custos, é possível apontar os gastos com matéria-prima, mão de obra e custos indiretos de fabricação. Já o conceito de despesa apresenta gastos necessários à obtenção de re- ceita, mas que não ocorrem durante o processo produtivo ou a prestação de serviços. Como exemplo de despesas é possível apontar os gastos com ener- gia elétrica da parte administrativa assim, como o material de expediente, fretes utilizados na entrega de produtos, entre outros que não ocorrem no processo fabril ou de prestação de serviços. Para que seja feito o uso eficiente do sistema de custeio que será esco- lhido é necessário fazer a apropriação dos custos diretos. A separação dos custos nessas duas categorias é necessária para que seja evitada ao máximo a arbitrariedade dos custos indiretos de fabricação. 2.º Passo – Apropriação dos custos diretos que, em sua grande maioria, são os custos relativos à matéria-prima e mão de obra, além de outros que forem individualizados, como por exemplo, o caso das embalagens. 3.º Passo – A apropriação (rateio) dos custos indiretos fabricação. Essa apropriação apresenta um componente que é conhecido como arbitrarie- dade e deve-se aos processos feitos para o rateio dos custos indiretos, que nem sempre são claros ou possuem uma base científica ou ainda justificável que possa ser utilizada. Por mais que seja impossível evitar essa arbitrariedade na distribuição dos custos indiretos de fabricação é extremamente necessário que o gestor conheça a fundo todo o processo produtivo para a diminuição ao máximo da subjetividade. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 46 Esquema básico da contabilidade de custos (M EG LI O RI N I, 20 02 ; M A RT IN S, 2 00 3. A da pt ad o. ) CUSTOS RATEIO PRODUTO A PRODUTO B PRODUTO C DESPESAS RESULTADO INDIRETOS DIRETOS ESTOQUES CUSTO PRODUTOS VENDIDOS VENDAS Figura 1 – Esquema básico da Contabilidade de custos. É necessário lembrar que os custos e despesas incorridos num mesmo período só irão para a conta de Resultado desse período caso toda a produção elaborada seja vendida e não haja estoques iniciais e finais. Etapas do processo produtivo As etapas do processo produtivo seguem diferentes raciocínios de acordo com atividade, seja ela de industrialização ou de prestação de serviço, e também dependem muito do tipo de produto que está sendo fabricado. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 47 Esquema básico da contabilidade de custos De maneira genérica pode-se afirmar que os principais componentes envolvidos no processo produtivo são: os materiais, a mão de obra e os custos indiretos de fabricação. No caso dos materiais diretos podem existir duas divisões: Matéria-prima – substância bruta e principal que entra na composi- ção de um produto de forma preponderante em relação aos outros componentes. Pode-se exemplificar como matéria-prima a madeira utilizada para a fabricação de móveis, o tecido em uma indústria de confecções. Materiais secundários – são aqueles aplicados na produção em meno- res quantidades, se comparados à matéria-prima. Eles são adiciona- dos ao produto juntamente com a matéria-prima, complementando-a ou ainda fazendo parte do acabamento. Nessa categoria entram, por exemplo, o verniz para o caso de uma indústria moveleira, ovos, açúcar e sal no caso da fabricação de bolos ou biscoitos. Materiais auxiliares – são todos os materiais necessários ao processo de fabricação, mas que não entram na composição do produto. Se for considerada a indústria de produção de móveis temos como exemplo lixas e pincéis, já para a fabricação de pães e bolos podem ser conside- radas as formas, a manteiga, entre outros. Materiais de embalagens – são aqueles materiais utilizados para acon- dicionar os produtos, como plásticos ou papéis. Em uma primeira etapa no processo produtivo serão aplicados os mate- riais que são os componentes necessários para o início da produção. Já na segunda etapa do processo de produção é necessário considerar a mão de obra, que será o esforço necessário para a transformação da maté- ria-prima no produto final. Também deverão ser considerados como gastos com mão de obra os benefícios como cestas básicas, vale-transporte, além de vale-refeição, previdência social, FGTS entre outros. A mão de obra pode ser direta ou indireta, sendo que a segunda catego- ria deverá ser atribuída aos produtos mediante o uso de rateios, uma vez que esses funcionários não podem ser alocados de forma objetiva aos produtos. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 48 Esquema básico da contabilidade de custos Existe também a ocorrência dos gastos gerais de produção, que são co- nhecidos como custos indiretos de fabricação, entram nessa categoria o seguro, depreciação, energia elétrica entre outros. Dependendo do tipo do processo industrial,
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