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O DESENVOLVIMENTO DO MARKETING IMOBILIÁRIO Professora: Dra. Valéria Paixão DIREÇÃO Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha Head de Produção de Conteúdos Rodolfo Pinelli Head de Planejamento de Ensino Camilla Cocchia Gerência de Produção de Conteúdos Gabriel Araújo Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Supervisão de Projetos Especiais Daniel F. Hey Projeto Grá� co Thayla Guimarães Design Educacional Hellyery Agda Gonçalves da Silva Design Grá� co Ellen Jeane da Silva C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; PAIXÃO, Valéria. Marketing Imobiliário. Valéria Paixão. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 33 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Imobiliário. 2. Marketing. 3. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 658 CIP - NBR 12899 - AACR/2 01 02 03 sumário 9| A PESQUISA MERCADOLÓGICA 17| OBJETIVOS, METAS E ESTRATÉGIAS DE MARKETING 23| A ANÁLISE SWOT OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Compreender o papel da Pesquisa de Marketing e o macroambiente empresarial. • Possibilitar a compreensão da formulação de objetivos, metas e estratégias mercadológicas. • Perceber a análise SWOT como ferramenta de competitividade.. PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • A Pesquisa mercadológica • Objetivos, metas e estratégias de Marketing • A análise SWOT O DESENVOLVIMENTO DO MARKETING IMOBILIÁRIO INTRODUÇÃO No mercado de imóveis, imobiliárias e corretores precisam buscar formas criativas para sobreviver. Para tanto, Kotler (2000) diz ser fundamental entender o mercado. Para um bom plano de Marketing o primeiro ponto da estratégia é a análise do mercado. A pesquisa possibilita a compreensão daquilo que os consumidores necessitam e desejam, a identificação das ações dos concorrentes e as tendências do setor. Após este estudo, a empresa estará preparada para trabalhar seus produtos e serviços e elaborar as ações de comunicação e vendas (COBRA, 2009). Veja o pen- samento de Richers (2000, p. 5): “[...] definimos marketing simplesmente como a intenção de entender e atender o mercado”. E o planejamento de marketing é a fer- ramenta para isso. Desta forma, vamos agora entender o que é a Pesquisa de Marketing e como podemos fazer um estudo do macroambiente da empresa. Para isso, vamos conhe- cer a matriz de análise SWOT e compreender como se dá a formulação de objetivos, metas e estratégias mercadológicas. Pós-Universo 7 Vamos também conhecer o Sistema de Informações de Marketing e compreender que a pesquisa faz parte de um processo muito maior que tem por objetivo reduzir o número de decisões tomadas no achismo. Como as atividades de marketing estão relacionadas às condições ambientais e devem estar continuamente adaptando- -se às mudanças, ao possibilitar o levantamento de dados sobre características de mercado, vendas, concorrência, tendências de negócios, a pesquisa pode ser o fator chave na leitura e interpretação dos dados dos micro e macro ambientes para que você antecipe-se a essas mudanças. Um sistema de informações de marketing tem por finalidade maior o prevenir, o antecipar-se aos problemas, bem como resolvê-los. Mas, para que isso aconteça, fica a pergunta: de que tipo de informações você precisa para tomar decisões? Pós-Universo 8 Pós-Universo 9 A PESQUISA MERCADOLÓGICA Segundo Kotler (2000, p. 237), mercado pode ser definido como o conjunto de “todos os consumidores potenciais que compartilham de uma necessidade ou desejo es- pecífico, dispostos e habilitados para fazer uma troca que satisfaça essa necessidade ou desejo”. Assim, para entendermos o funcionamento de um mercado ou de um segmento específico, é preciso compreendermos o consumidor daquele mercado, identificando fatores específicos nele, sejam demográficos (características pessoais), geográficas (características espaciais, de localização), comportamentais (comporta- mento de compra em cada situação) e psicográficas (o modo “operandis” de vida de cada ser). Outro fator importante a ser levado em consideração é a segmentação compor- tamental, ou seja, os motivos pelos quais o cliente compra. Por exemplo, ao identificar estrangeiros que necessitavam se hospedar por períodos descontínuos e distintos em locais diferentes do país e as dificuldades que enfrentavam por conta da buro- cracia - o tempo mínimo de contrato, exigência de um fiador - a empresária Liliana Ferraresi encontrou uma oportunidade na área de locação de apartamentos cor- porativos. Nasceu a Sampa Housing, uma plataforma digital que oferece serviços de locação de apartamentos mobiliados por períodos diversos e sem burocracia. A oportunidade foi encontrada por meio de pesquisa de mercado relacionada a des- pesas operacionais e investimento de tempo por parte dos locatários e hóspedes momentâneos junto ao problema de adequação das necessidades de acomodação provisória em locais diversos. Ele surgiu da identificação de uma necessidade do consumidor. Para Kotler (2010), o estudo do consumidor fornece às empresas informações para o desenvolvimento de novos produtos, características, canais e outros elementos do composto de marketing. O autor afirma ainda que o papel do profissional de marke- ting é entender o que acontece na consciência do comprador, entre a chegada de estímulos externos e a sua decisão de compra. Pós-Universo 10 Schiffman e Kanuk (2000, p. 5) aprofundam esse conceito e afirmam que o compor- tamento do consumidor estuda “como os indivíduos tomam decisões de gastar seus recursos disponíveis (tempo, dinheiro, esforço) em itens relacionados ao consumo”. Em resumo, estamos buscando a responder as seguintes questões: O que compram? Por que compram? Quando compram? Onde compram? Com que frequência compram e usam o que compram? Para Sheth et.all (2001, p. 29), o comportamento do consumidor são “as atividades físicas e mentais realizadas por clientes de bens de consumo e industriais que resul- tam em decisões e ações, como comprar e utilizar produtos e serviços, bem como pagar por eles. Alia-se a esse fator, os aspectos do macroambiente como tecnolo- gia, economia, sociedade, entre outros e compara-se com os serviços oferecidos ou não pela concorrência. Confrontamos as informações e a tendência surge. Sobre o consumidor e os concorrentes já conversamos. Vamos aprofundar agora os fatores desse macroambiente. São eles: Demográfico – está relacionado com a população humana - fatores como tamanho, densidade, faixa etária, gênero, etnia e ocupação. Conforme Kotler e Keller (2013), as empresas estão interessadas no tamanho e na taxa de crescimento da popu- lação em diferentes cidades, regiões e nações; distribuição etária e composto étnico; níveis educacionais; padrões de moradia; e características e movimentos regionais, que se apresentam como informações importantes, pois a partir delas é possível ter uma primeira visão sobre o perfil do mercado que a empresa atende ou pretende atender. Um exemplo deste aspecto é o processo de interiorização do Brasil, que começa a transformar algumas cidades a fim de atrair empresas de regiões mais ur- banizadas do país e profissionais originários ou que consolidaram suas carreiras em capitais. Até que ponto este deslocamento pode trazer oportunidades e ameaças para a sua atuação como profissional do mercado imobiliário? Sociocultural – diz respeito aos valores, normas e crenças da sociedade. Esses pontos sãoimportantes, pois os gostos, preferências, hábitos e atitudes das pessoas direcionam decisões de compra. Os produtos vendidos devem atender às necessi- dades de grupos culturais diferentes que existem na sociedade (KOTLER e KELLER, 2013). A sustentabilidade ambiental e social, por exemplo, a cada dia, deixa de ser um conceito teórico para se tornar uma exigência dos consumidores e uma prática Pós-Universo 11 de empresas que já perceberam os benefícios de adequarem seus processos e pro- dutos. A ‘onda verde’ veio para ficar também na construção civil, na arquitetura, na decoração. Econômico – incluem as decisões macroeconômicas dos governos (como taxa básica de juros, câmbio e inflação), oferta de crédito para investimentos, ciclos eco- nômicos e sazonalidade dos mercados, padrões de gastos, nível de emprego e renda do consumidor, inadimplência, entre outros (CHURCHILL e PETER, 2012). Todos estes elementos criam um clima otimista ou de preocupação que afeta diretamente as ex- pectativas dos consumidores sobre o futuro e os fazem gastar com mais facilidade, antecipando a compra de produtos ou serviços, ou então economizar prevendo dias difíceis. Este aspecto macroambiental, a dinâmica dos ciclos econômicos, impacta fortemente as empresas do setor imobiliário que precisam estar atentas para manter a sua rentabilidade. Natural – consiste nas variáveis que envolvem os recursos naturais disponíveis para a empresa. Mudanças climáticas e ambientais podem causar escassez de maté- ria-prima, aumento nos custos de produção, prejuízo na qualidade dos produtos, por exemplo. Também podem provocar a sazonalidade da demanda por determinados produtos e serviços (KOTLER e KELLER, 2013). Não é preciso que ocorram catástrofes naturais para alterar a oferta de demanda do mercado imobiliário. Para ilustrar, uma estiagem pode chamar a atenção da população sobre o uso racional da água em um projeto de um prédio público. Uma enxurrada fora de proporção pode revelar ruas mais suscetíveis a alagamentos se o sistema de escoamento não for ajustado. Tecnológico – são inovações que moldam a vida das pessoas, fortes elemen- tos de transformação. Além de novos materiais para construção, a tecnologia alterou muito a agilidade e a qualidade das construções. Os pré-moldados vieram para com- primir o tempo. O gerenciamento de projetos, que faz os prazos serem cumpridos com maior precisão, e a produção just in time diminui a necessidade de estoque de matéria-prima e minimiza o desperdício são alguns exemplos da tecnologia aplica- da ao mercado imobiliário. Pós-Universo 12 Político-legal - consiste nas leis que vigoram em um determinado país ou con- junto de países, na legislação que regulamenta determinados setores da economia, órgãos governamentais de controle e fiscalização, bem como grupos de pressão que influenciam diretamente nas organizações, na sociedade e nas decisões de marketing (CHURCHILL; PETER, 2012). Um exemplo é a normatização sobre qualida- de, iniciada pela ISO 9000. Empresas necessitam possuir esta e outras certificações para atenderem determinados mercados, uma vez que atestam que a organização segue padrões exigidos pelos consumidores. A tendência do mercado brasileiro é uma regulamentação maior do segmento imobiliário para garantir o cumprimento dos projetos submetidos às prefeituras, do zoneamento urbano, do nível de segu- rança dos trabalhadores da construção civil, entre outros. Se unirmos informações e dados sobre tudo isso, poderemos gerar conhecimen- to que nos possibilita traçar objetivos, metas e estratégias. Vamos analisar um exemplo: a nova lei de zoneamento da cidade de São Paulo. Um dos grandes objetivos é o aumento de construção de moradias populares. Além disso, estão contempladas a construção de edifícios garagem, otimização da mobili- dade urbana e estímulo a novas formas de locomoção, como a bicicleta. Consegue imaginar o impacto disso no mercado imobiliário da cidade de São Paulo? Outro exemplo é o da cidade do Recife, que em 2015 sancionou uma lei que prevê a implantação de telhados verdes em novos edifícios com mais de quatro pavimentos. Figura 1: Telhado Verde (Skygarden) Pós-Universo 13 E o que você acha de vender produtos de marcas certificadas com o LEED - (Leadership in Energy and Environmental Design – Liderança em Energia e Projeto Ambiental)? O Brasil é um dos três países do BRIC a entrar na lista dos 10 principais países do mundo a usar dessa certificação para projetos sustentáveis. “ A certificação LEED está se tornando comum para prédios comerciais, fábricas industriais, lojas de varejo, escolas, prédios públicos, bibliotecas, museus, locais esportivos, projetos de bairro, construções residenciais e prédios existentes. Esses projetos representam um grupo diversificado de pessoas interessadas dos setores público e privado, associações e ONGs que estão envolvidas em um esforço colaborativo voltado à promoção das práticas de construção sustentáveis, e acreditamos que essa atmosfera positiva vai acelerar exponen- cialmente a transformação que deve acontecer (FARIA apud PRNEWSWIRE, 2015, on-line). Sinal claro de que a competitividade opera dentro de oportunidades reais e que agregam valor, estimulam a livre iniciativa e demonstram sinal de comprometimen- to diante de um cenário cada vez mais preocupado com a relação custos benefícios e o conhecimento de grupos de consumidores. E vamos mais longe: para você que comercializa bens duráveis, conhecer os processos de produção e a utilização da tecnologia nestes processos também é de fundamental importância para gerar argumentos de venda. A automação residencial é um exemplo disso. Ela possibilita instalação de sensores de presença para controle da iluminação, monitoramento de cada ambiente, acompanhamento de eletrodo- mésticos, controle de cortinas e persianas já são serviços valorosos da tecnologia de automação. Para um corretor de imóveis, expandir os conhecimentos sobre o que é oferecido gera argumentos ou contra-argumentos de venda; para um gestor, um empreende- dor do segmento imobiliário, um engenheiro, um desenvolvedor de produto, um arquiteto, esse conhecimento torna-se oportunidade de inovar. Outro fator importante a ser pesquisado no ambiente tecnológico é sua influência na comunicação, como vimos nas unidades anteriores. Conhecer o que a tecnologia oferece para a comunicação das marcas e de seus representantes é um fator decisi- vo na apreciação e resultado de consumo. Pós-Universo 14 A pesquisa mercadológica se configura como um encontro de oportunidades e propicia um posicionamento específico para o profissional independente do seg- mento de negócio que este esteja envolvido. Conheça os ambientes da empresa e busque seu espaço para aproveitar as oportunidades de ações encontradas neles. O Sistema de Informações de Marketing em uma empresa tem por objetivo coletar dados, analisá-los. Esses dados são gerados: 1) por registros Internos, que são as informações tiradas de relatórios de vendas, estoque de imóveis, ciclo de vendas, contas a receber, contas a pagar, reclamações, etc.; 2) Pela Inteligência de Marketing, que são as informações de mercado obtidas em jornais, livros, revistas técnicas, conversas com fornecedores, consumidores e funcionários; 3) Por um sistema de Apoio à Decisão de Marketing, como Database, CRM, Data Mining, e 4) pela Pesquisa de Marketing, que tem por objetivo identificar problemas e resolvê-los. São exemplos a pesquisa de estudo sobre tendência, para determinação de preços, sobre efetividade da propaganda, características dos mercados, potencial de mercado, entre outras. Fonte: PAIXÃO, M. V. Pesquisa e Planejamento de Marketing e Propaganda. Curitiba: Ibpex, 2011. saiba mais Pós-Universo 15 “A pesquisa qualitativa identifica a presença ou ausência de algo, enquan- to a quantitativa procura medir o grau em que algo está presente MATTAR,1996, p.77)”. Como assim? A qualitativa, por ter seus dados coletados de entrevistas individuais ou em grupos, identifica o problema, o pensamen- to, as percepções. Na quantitativa, da qual participa um grande número de entrevistados por meio de um questionário fechado, usando-se escalas, identificamos a tendência desse pensamento ou percepções no universo pesquisado Fonte: Fauze Najib Mattar (1996). reflita A pesquisa de marketing é a identificação, coleta, análise e disseminação de informações de forma sistemática e objetiva e o uso de informações para melhorar a tomada de decisões relacionada com a identificação e solução de problemas e oportunidades em marketing” (MALHOTRA, 2006, p. 36). Fonte: MALHOTRA, N. K. Pesquisa de Marketing: Uma orientação aplicada. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. atenção Pós-Universo 16 Pós-Universo 17 OBJETIVOS, METAS E ESTRATÉGIAS DE MARKETING Toda empresa organizada sistematicamente, tem como premissa básica um plane- jamento organizacional, base para todo trabalho da organização. Importante para o marketing é conhecer entre outros pontos a missão, visão e os objetivos estabele- cidos. Por exemplo, se o objetivo da empresa é aumentar seu faturamento em 10%, os objetivos de marketing serão o desenvolvimento de ações como formas de atin- gi-lo. Para Churchill e Peter (2000, p. 89), “ uma declaração formal de missão permite à empresa desenvolver objetivos organizacionais claros. Esses objetivos descrevem os resultados pretendidos com a realização da missão, como o nível de lucro desejado pela empresa ou nível de qualidade. E para desenvolver ações mercadológicas, você deverá conhecer seu mercado, seus produtos, concorrentes, consumidores, as técnicas aplicadas ao produto, comparar- -se com os concorrentes, conhecer as características do segmento e, no cruzamento dessas informações, encontrar os pontos fortes e oportunidades a serem trabalha- das. Mais uma vez estamos falando da análise ou diagnóstico ambiental. As estratégias, que se definem como o caminho a ser percorrido para o alcance final dos objetivos, devem ser desafiadoras, criativas, orçadas, implementadas, aferi- das e principalmente flexíveis. O trabalho em rede é uma estratégia em crescimento no mercado imobiliário atual. As redes imobiliárias tem por objetivo gerar mais ne- gócios para os parceiros. Elas são associações que estreitam o relacionamento entre entre imobiliárias e corretores a fim de trocar informações sobre suas carteiras de imóveis e clientes Pós-Universo 18 Países como E.U.A., Alemanha, Espanha e Portugal já operam em rede e utilizam essa cultura em favorecimento de todos os agentes: clientes, empresas e profissio- nais. É uma forma de adequação ao novo contexto econômico. O Trabalho em Rede já é desenvolvido desde 2006 pela Rede Secovi de Imóveis e agrega cerca de 150 agências imobiliárias. Elaborar objetivos é descrever o fim que se deseja atingir. Os objetivos devem ser coerentes com a missão e os valores da empresa. Eles “são os resultados quantitativos e qualitativos que a empresa precisa alcançar em prazo determinado, no contexto de seu ambiente, para cumprir sua Missão. Os objetivos podem ser quantitativos e qualitativos” (PAIXÃO, 2012, p. 27). Os objetivos geram metas. A saber: Figura 2: Metas Fonte: a autora. Pós-Universo 19 As metas geram estratégias, planos específicos a serem desenvolvidos, imple- mentados e ajustados aos objetivos propostos (KOTLER, 1998), alocando os recursos necessários com base nos pontos fortes e fracos da empresa e das oportunidades e ameaças do ambiente. Estratégia é a organização dos elementos, recursos e forças dis- poníveis para o alcance dos objetivos, respondendo a: o que fazer? porquê de fazer? como fazer? quando fazer? onde chegar? (PAIXÃO, 2012). Vamos ver um exemplo? Objetivos 1. Conquistar 3% do mercado de locação da região atendida até o final do ano de 2017 . 2. Ampliar a rede de parceiros nos municípios da região atendida Metas Para o objetivo 1: • Treinar o quadro de vendedores no primeiro semestre nos processos de locação • Implantar um sistema de informações de marketing até o final do primeiro quadri- mestre de 2017 • Realizar levantamento e atualização de imóveis dos registros internos até o final do primeiro bimestre de 2017 • Desenvolver programa de Marketing de conteúdo até o final do primeiro quadrimestre • Locar 3 imóveis de alto padrão, 12 de médio e 25 moradias populares até o final de 2017. Para o objetivo 2: • Localizar as redes existentes. • Identificar o segmento atendido dessas redes. • Iniciar contatos e iniciar encontros. Pós-Universo 20 Estratégias Agora ficou fácil não acha? Com base no estabelecimento de metas e objetivos, as estratégias agora viram um plano de ação. Use a 5W2H, uma ferramenta que esta- belece o seguinte: Figura 3: 5W2H Fonte: a autora. São várias as ferramentas que podem auxiliar você na construção de seus planos. Apresentamos a 5W2H por sua facilidade de entendimento. Mas, tão importante quanto a matriz, é o monitoramento das ações. De que adianta um esforço de comu- nicação se a ação não for avaliada? Percentuais de alcance, de resposta, de aumento de vendas, etc. podem gerar gráficos para análise. Em nosso exemplo, poderíamos usar indicadores como: % de treinamentos, % de aumento nas locações, % de contatos realizado etc. Pós-Universo 21 Você sabia que dos 300 mil profissionais do setor imobiliário apenas 40% fazem uso da WEB para vendas e que 60% das transações imobiliárias aconte- cem após as buscas realizadas na internet? Que em 2014, houve um aumento de 133% nas buscas sobre imóveis no Youtube? Que 65% dos comprado- res assistem vídeos online como fonte de consulta sobre imóveis e 60% do processo de compra de imóveis acontece online? Fonte:Imovelweb (on-line). saiba mais Um indicador é um metrica. Significa como medir e avaliar o desempenho da ação indicando sua performance. É um valor quantitativo. A medição dos resultados promove a melhoria do desempenho. Sem um bom sistema de medição como saber se o caminho tomado é o correto? Como saber se os planos desenvolvidos estão corretos? Fonte: a autora. reflita Parcerias formadas por empresas concorrentes devem contribuir para gerar diferencial competitivo. As parcerias são um compromisso de longo prazo para que os objetivos das empresas envolvidas sejam atingidos e entre seus maiores benefícios estão a melhoria da eficiência e custo-benefício, melho- ria contínua da qualidade dos produtos e serviços ofertados e o aumento das oportunidades de inovar. “As parcerias auxiliam todos os envolvidos a desenvolverem vantagens competitivas que sozinhos não conseguiriam. É uma relação onde todos os parceiros vão compartilhar riscos, poderão obter economia de escala, acesso a tecnologias e até recursos financeiros”. Fonte: PAIXÃO, M. V. Administração Estratégica. Curitiba: IFPR, 2012, p. 87. fatos e dados Pós-Universo 22 Pós-Universo 23 A ANÁLISE SWOT Caro(a) aluno(a), as marcas e o mercado estão em movimento, portanto, uma coisa é certa, “a conscientização sobre a forma como o ambiente em que o marketing opera está mudando, e isso é de suma importância na elaboração e na implementação de uma sólida estratégia de marketing” (HOOLEY et.all, 2009, p. 70). Os autores apontam ainda dois passos importantes para complementar esse raciocínio: • 1º é preciso reconhecer o impacto causado pela mudança no ambiente de negócios e saber reagir a essa mudança. • 2º é preciso estar atento ao ambiente da mudança que causa impacto nas organizações. Para que isso seja possível, as empresas devem realizar um diagnóstico de seus am- bientes. Uma das ferramentas mais utilizadas é a chamada matriz SWOT, que consiste em em analisar os fatores internos e externos da empresa. Internamente, são anali- sadas as variáveis de Marketing, Finanças, Recursos Humanos, Produção, tecnologias.Desta análise, são identificados os pontos fortes e fracos da organização. Figura 4: Pontos fortes e fracos da organização Fonte: a autora. Pós-Universo 24 Já externamente, são analisadas as variáveis de mercado, onde são identificadas as oportunidades, ameaças e tendências do setor. O objetivo é detectar necessidades do mercado e verificar se a empresa tem forças para as ofertar. Figura 5: Representação de Oportunidades e ameaças Fonte: a autora. Quando conseguimos interpretar as tendências estamos abrindo caminho para a elaboração de estratégias que aproveitem as oportunidades que o mercado oferece ou que minimizem os impactos negativos das ameaças. Por exemplo, na área de negócios imobiliários, a retração na relação de comer- cialização e a ampliação da oferta, junto à resistência e a insegurança momentânea do consumidor abriu espaços para novas ideias e ações para reagir a esses impactos. Vimos vários exemplos de como o crescimento do uso das mídias digitais, as parcerias, as novas tecnologias de informação, inovações em aspectos de produtos e promoções, entre outras, e o mais interessante é que o paradigma do novo ainda está por ser quebrado, uma vez que a resistência ainda é grande entre os 300 mil profissionais do setor imobiliário. É um sinal de que ainda há muito espaço para se implementar ferramentas que atendam aos anseios dos negócios, tanto para quem compra quanto para quem vende. Pós-Universo 25 “Os avanços tecnológicos modificam a estrutura dos mercados e, às vezes, de toda a economia” (BETHLEM, 2004, p. 152). Então, para competirmos nesse mercado devemos nos perguntar: o que a tecnologia oferece, o que o consumidor utiliza desta tecnologia para se beneficiar e o quanto os concorrentes a usam como estratégia? (análise externa). Depois, o que sua empresa utiliza da tecnologia para seus negó- cios? (análise interna). Tente responder às seguintes questões: 1 2 SUA MARCA ESTÁ NA REDE? Como encontrar sua imobiliária, você como corretor? COMO VOCÊ TRABALHA COM MARKETING DE CONTEÚDO INBOUND? De que aplicativos utiliza para se comunicar com os clientes? 3 OS ATUAIS PRODUTOS E SERVIÇOS DA EMPRESA SATISFAZEM AS NECESSIDADES DOS CONSUMIDORES? 4 QUAL A PARTICIPAÇÃO DE MERCADO DA EMPRESA Qual a participação de mercado dos concorrentes? 5 COMO ACONTECE A VERIFICAÇÃO DE NECESSIDADES, TENDÊNCIAS E ATITUDES DOS SEUS CONSUMIDORES? 6 COMO SÃO REALIZADAS PESQUISAS DE MERCADO REGULARMENTE? Acompanha as atividades das concorrentes? Avalia todas as informações trazidas por vendedores? 7 POSSUI UMA FORÇA DE VENDAS BEM TREINADA? De que tecnologias seus corretores fazem uso? 8 CADASTRA TODOS OS CLIENTES E ANALISA OS SEUS DADOS? Possui um banco de dados de clientes e um sistema de relacionamento? Conhece os segmentos? 9 POSSUI CANAIS DE COMUNICAÇÃO COM O CONSUMIDOR? How are you planning to make money? Show a schedule when you expect reverues to pour in. 10 POSSUI UM SISTEMA DE INFORMAÇÕES DE MARKETING? Pós-Universo 26 Se a maioria das suas respostas foram negativas, significa que a empresa possui muitas fraquezas, o que pode levar à impossibilidade de combater as ameaças do setor. A avaliação interna é sobre seu negócio, sua marca, seu produto. É dela que saem os pontos fortes e fracos. Para iniciar uma análise SWOT, utilize os passos sugeridos por Oliveira (2007): faça uma lista de pessoas chaves e levante questões importantes, como brainstorming a fim de coletar ideias. Faça entrevistas com essas pessoas pedindo que elenquem pontos fortes e fracos. Organize as informações por meio de uma matriz acrescentan- do as oportunidades e ameaças encontrados na análise externa. Priorize as questões e, juntamente com as pessoas chaves, estabeleça o que deve ser feito definindo objetivos. Após, define-se a estratégia para atingir aqueles objetivos para um deter- minado período. Ao terminar a Análise de SWOT você perceberá que definiu a direção básica para o desenvolvimento do seu negócio e que formulou respostas para os problemas básicos que sua empresa enfrenta, aumentando as possibilidades de resolvê-los. Será possível responder a questões: Como posso tirar vantagens das oportunidades utilizando os pontos fortes que encontrei? • Como posso melhorar meus pontos fracos? • Posso utilizar quais pontos fortes para neutralizar ameaças? A literatura abaixo vai ajudar você no aprofundamento sobre a Pesquisa de Marketing: LAKATOS, E. M.; MARCONI M. A. Técnicas de Pesquisa. São Paulo: Ed. Atlas, 1992. LIVINGSTONES, J. M. Pesquisa de Mercado. São Paulo: Ed. Atlas, 1988. MALHOTRA, N. K. Pesquisa de Marketing - Uma Orientação Aplicada. São Paulo: Bookman, 2011. MATTAR, F. N. Pesquisa de Marketing. São Paulo: Atlas, 1994. SAMARA, B. S.; BARROS, J. C. Pesquisa de Marketing: conceitos e metodolo- gia, São Paulo, Makron Books, 1997. Boa leitura! saiba mais Pós-Universo 27 Você sabia que a competitividade está baseada nas condições, nas qua- lidades que levam uma empresa a ser mais bem-sucedida perante seus concorrentes? Que a empresa competitiva é aquela que possui a capacidade de atender, ao mesmo tempo, às exigências dos clientes (fatores competiti- vos) e aos objetivos estratégicos da empresa (exigências internas). Que de acordo Kluyver e Pearce II (2010, p.101) “uma empresa tem vantagem com- petitiva quando planeja e implementa com sucesso uma estratégia de valor que os concorrentes não estejam utilizando no momento”. Sua empresa é competitiva? Fonte: Cornelis A. de Kluyver (2010). reflita Veja a definição da análise SWOT segundo Oliveira (2007, p. 37): 1. Ponto forte é a diferenciação conseguida pela empresa – variável controlável – que lhe proporciona uma vantagem operacional no ambiente empresarial (onde estão os assuntos não controlá- veis pela empresa). 2. Ponto Fraco é a situação inadequada da empresa – variável con- trolável – que lhe proporciona uma desvantagem operacional no ambiente empresarial. 3. Oportunidade é a força ambiental incontrolável pela empresa, que pode favorecer sua ação estratégica, desde que conhecida e aproveitada, satisfatoriamente, enquanto perdura. 4. Ameaça é a força ambiental incontrolável pela empresa, que cria obstáculos à sua ação estratégica, mas que poderá ou não ser evitada, desde que reconhecida em tempo hábil. Fonte: OLIVEIRA, D. P. R. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia e práticas. São Paulo: Atlas, 2007. atenção atividades de estudo 1. A ma triz SWOT analisa os fatores internos e externos à organização e seus impactos na formulação de objetivos. Para uma imobiliária, constitui-se uma fraqueza: a) Ter conhecimento dos clientes e sua posição no mercado. b) Fazer avaliação regular do desempenho de seus corretores. c) Oferecer aos corretores material necessário à realização efi caz de seu trabalho. d) Manter-se no mesmo mercado sem diversifi car seus segmentos e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta. 2. A pesquisa de marketing busca obter informações que subsidiem a empresa na solução de problemas ou na identifi cação de oportunidades de negócio. Portanto, podemos afi rmar que a sua maior fi nalidade é: a) Auxiliar no processo de tomada de decisões. b) Analisar dados externos e internos. c) Desenvolver e aplicar questionários para coleta de dados. d) Identifi car melhorias em produtos e serviços. e) N enhuma das alternativas anteriores está correta. 3. O P Promoção ou Comunicação Integrada do mix de marketing diz respeito à comu- nicação dos serviços, produtos ou marca de uma empresa do mercado. Ao lançar um empreendimento de apartamentos compactos, no centro de uma capital, podemos dizer que a melhor forma de comunicação com o consumidor seria: a) Propagandas na televisão. b) Promoções de vendas em rádios. c) Outdoor pelos principais bairros da capital. d) Mídias digitais. e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta. resumo Agora você jásabe da importância do conhecimento do cenário em que uma marca está inse- rida. Ao compreender os variáveis presentes nos dois ambientes da empresa: Ambiente interno (fatores fi nanceiros, de marketing, recursos humanos e produção) e o Ambiente Externo (tecnolo- gia, economia, sociedade, cultura, concorrência, comportamento do consumidor, meio ambiente), você terá amplas condições de enxergar seus pontos fortes e fracos e verifi car quais são as opor- tunidades para o desenvolvimento estratégico do seu negócio. Todo este estudo depende da pesquisa de Marketing. São inúmeros os tipos de pesquisa das quais você poderá lançar mão: Qualitativa, Quantitativa, Focus Group, Observatória, Descritiva, do- cumental. Aprofunde-se mais sobre o assunto. Todo o processo de desenvolvimento estratégico depende desses estudos. Faça o exercício de construção de cenários. Trabalhe com as contingên- cias. Tenha em sua empresa um Sistema de Informações de Marketing. Assim, a pesquisa acabará sendo esporádica e específi ca para problemas pontuais. Kotler e Keller (2006) afi rmam que a pesquisa de marketing deve ser usada em duas situações: 1) para identifi car problemas e 2) para solucionar problemas. Independente do tipo de pesquisa de que a empresa necessite elas vão auxiliar na escolha da melhor estratégia para o alcance dos objetivos. É por meio dos resultados de pesquisas que os caminhos que a empresa deve seguir são determinados, focando o cliente. E o foco no cliente nos leva a considerar todos os fatores estudados. Em busca de criar valor, estabelecer um diferencial competitivo, o mercado empurra aquelas empresas que querem so- breviver à adoção de estratégias diretamente relacionadas à criação desse diferencial: formação de parcerias, realização de benchmarking, investimento em tecnologia e pesquisa. Pense nisso! material complementar Título: O Lobo de Wall Street Direção: Martin Scorcese Duração: 2:59:27 Gênero: Drama Ano: 2013 Sinopse: A ambição leva Jordan Belfort a ser um dos principais milionários dos Estados Unidos. No entanto, sua vida de dinheiro, sexo e drogas fi ca manchada quando o FBI começa a investigá- -lo por fraudes de títulos da bolsa. Título: Marketing: uma visão brasileira Autor: Raimar Richers Editora: Negócio Sinopse: Marketing - uma visão brasileira’ fornece uma visão de mercado, de maneira simples e detalhada, e, principalmente, adequada a um mercado instável como o Brasil. Com anos de experiência de quem analisa e traça planos de ação para as em- presas, Richers cria um método próprio e efi caz de conduzir o entrosamento entre as diversas áreas de administração para que se alcance o sucesso. Aborda ainda os caminhos que conduzem à estratégia e ação de mercado no Brasil, dando exemplos de campanhas que deram certo baseadas na nossa cultura e no perfi l do consumidor brasileiro. Comentário: um dos Professores Fundadores da EAESP/FGV, Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas, foi um dos primeiros especialistas em Marketing no Brasil referências BETHELEM, A. Estratégia Empresarial: Conceitos, Processos e Administração Estratégica. São Paulo: Atlas, 1999. CERTO, S. C.; PETER, J. P., et al. Administração estratégica: planejamento e implantação da estra- tégia. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. CHURCHILL Jr., G. A.; PETER, J. P. Marketing, Criando valor para os clientes. São Paulo: Saraiva, 2012. COBRA, M. Administração de Marketing no Brasil. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. DRUCKER, P. F. A Nova Sociedade. Rio de Janeiro: Editora Fundo de Cultura, 1964. HOOLEY, G; PIERCY, N. F.; NICOULAUD, B. Estratégia de marketing e posicionamento compe- titivo. 4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. KOTLER, P. Marketing 3.0: As forças que estão defi nindo o novo marketing centrado no ser humado. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. KOTLER, P. KELLER, K. L., Administração de marketing. São Paulo: Pearson Hall, 2013 KLUYVER, C. A.; PEARCE II, J. A. Estratégia: Uma Visão Executiva. 3. ed. São Paulo: Pearson, 2010. MATTAR, F. N. Pesquisa de marketing. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1996. MALHOTRA, N. K. Pesquisa de marketing: Uma orientação aplicada. 4. Ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. OLIVEIRA, D. P. R. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia e práticas. São Paulo: Atlas, 2007. PAIXÃO, M. V. Administração Estratégica. Curitiba: IFPR, 2012. PAIXÃO, M. V. Pesquisa e Planejamento de Marketing e Propaganda. Curitiba: Ibpex, 2011. PORTER, M. E. Estratégia Competitiva: Técnicas para análise de indústrias e da concorrência. São Paulo: Campus, 1986. SCHIFFMAN, L. G.; KANUK, L. L. Comportamento do Consumidor. 6 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000. SHETH, J. N.; MITTAL, B.; NEWMAN, B. I. Comportamento do Cliente: indo além do comporta- mento do consumidor. São Paulo: Atlas, 2001. resolução de exercícios 1. d) Manter-se no mesmo mercado sem diversifi car seus segmentos 2. a) Auxiliar no processo de tomada de decisões 3. d) Mídias digitais.