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O texto 
e seus conceitos
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Beth Brait
Diana Luz Pessoa de Barros
Fernanda Mussalim
Ingedore Grunfeld Villaça Koch
Maria Helena de Moura Neves
Marli Quadros Leite
Vanda Elias
Ronaldo de Oliveira Batista (org.)
Não foi apenas no interior das 
ciên cias da linguagem, com toda 
a sua pluralidade em meio a con-
ti nuidades e desconti nuidades de 
propostas, que a categoria “texto” 
se fez presente. Ao longo do seu 
percurso histórico, esta categoria 
vem sendo tratada como materia-
lidade e singularidade, como for-
ma e como uso, isto é, como com-
posição formal fechada ou como 
produção aberta de senti dos.
Ampliando os níveis que Émile 
Benveniste preconizava em clás-
sico sobre procedimentos de des-
crição na ciência da linguagem 
de sua época, a década de 1950, 
as teorias que colocaram o pro-
cesso comunicati vo em destaque 
e o texto como a unidade que 
possibilitaria a interação verbal 
propuseram, ao longo de um de-
senvolvimento de natureza es-
sencialmente histórica, diferen-
tes modos de conceber o texto 
e suas ferramentas analíti cas. E 
como todo produto intelectual, 
o conhecimento sobre a lingua-
gem e as ideias linguísti cas dele 
derivadas estão circunscritos a 
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sibilitaram perspecti vas de com-
preensão e defi nição de métodos 
específi cos para o tratamento do 
texto em análises linguísti cas. Foi 
na segunda metade do século XX 
que diferentes programas de in-
vesti gação cientí fi ca em linguís-
ti ca lançaram suas perspecti vas 
teóricas e procedimentos analíti -
cos que permiti ram que o texto al-
cançasse o lugar de destaque que 
hoje ele possui como unidade lin-
guísti ca, não só na pesquisa aca-
dêmica em ciências da linguagem, 
como também em certa tradição 
de descrição gramati cal e no ensi-
no de língua na educação básica.
A leitura deste livro possibilitará o 
confronto e o diálogo entre dife-
rentes teorias e saberes, conferin-
do, em últi ma instância, a certeza 
de que o conhecimento cientí fi -
co e intelectual é plural e social, 
confi gurado de modos diferentes, 
quando contextualizado em diver-
sas propostas teórico-metodoló-
gicas, garanti ndo, assim, a dinâ-
mica da produção intelectual e a 
circulação das ideias linguísti cas.
Escrito por pesquisadoras 
indiscutivelmente reconhecidas no 
cenário acadêmico brasileiro como referência 
em suas áreas, este livro oferece um meio 
introdutório de acesso a diferentes teorias e saberes 
que colocaram o texto como objeto de análise, 
ora como elemento central, ora como elemento 
relevante para o tratamento de outras categorias 
mais centrais em determinada perspectiva. 
O texto e seus conceitos apresenta como 
teorias linguísticas confi guradas no século XX 
e também certa tradição gramatical trataram do texto. 
É perceptível aqui como a categoria “texto” estabelece, 
em sua própria complexidade, diálogos com 
disciplinas diferentes, com propostas teóricas 
complementares, dando corpo a uma dimensão 
de certa maneira instável quando se pensa 
na conformação de uma unidade de 
descrição e análise linguística.
O texto_capa.indd 1 29/03/16 16:54
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
T336
O texto e seus conceitos / organização Ronaldo de Oliveira Batista. – 
1. ed. – São Paulo : Parábola Editorial, 2016. 
144 p. ; 23 cm. (Lingua[gem] ; 70)
Inclui bibliografia e índice
ISBN 978-85-7934-111-3
1. Língua portuguesa - Composição e exercícios. 2. Análise do discurso. 
3. Leitura – Estudo e ensino. 4. Linguística. I. Batista, Ronaldo de Oliveira. 
II. Título. III. Série.
15-29275 CDD: 469.8
 CDU: 811.134.3’27
Direitos reservados à
PARáBOLA EDITORIAL
Rua Dr. Mário Vicente, 394 - Ipiranga
04270-000 São Paulo, SP
pabx: [11] 5061-9262 | 5061-8075 | fax: [11] 2589-9263
home page: www.parabolaeditorial.com.br
e-mail: parabola@parabolaeditorial.com.br
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reprodu-
zida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico ou 
mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema 
ou banco de dados sem permissão por escrito da Parábola Editorial Ltda.
ISBN: 978-85-7934-111-3
© do texto: Ronaldo de Oliveira Batista, 2016
© da edição: Parábola Editorial, São Paulo, abril de 2016
Direção: AndréiA Custódio
Diagramação e capa: telmA Custódio
Revisão: KArinA motA 
Imagem da capa: tovovAn / 1 2 3 rF imAgens
Para
Antonio,
que também se interessa pela linguagem
Sumário n 7
Sumário
Capítulo 1
O texto e seus conceitos: considerações iniciais ............................................9
Ronaldo de Oliveira Batista
Capítulo 2
O texto nas reflexões de Bakhtin e do Círculo .............................................. 13
Beth Brait
2.1. Considerações iniciais .....................................................................13
2.2. Texto: um acontecimento da vida da linguagem .....................................15
2.3. A letra de uma canção como texto inesperado ...................................21
2.4. Considerações finais .......................................................................29
Capítulo 3
O texto na linguística textual ........................................................................... 31
Ingedore Grunfeld Villaça Koch e Vanda Maria Elias
3.1. Introdução .....................................................................................31
3.2. O texto como objeto multifacetado: conhecimentos e interação ...32
3.3. Texto e princípio de conectividade ................................................34
3.4. Texto e construção de sentido ......................................................35
3.5. Texto, contexto e sentido ..............................................................38
3.6. Estudos do texto: perspectivas futuras .........................................44
Capítulo 4
A noção de texto em análise do discurso ......................................................45
Fernanda Mussalim
4.1. Primeiras considerações ..................................................................45
4.2. O texto na obra de Michel Pêcheux ...............................................46
4.3. O texto na obra de Dominique Maingueneau ..................................59
4.3.1. O texto em Gênese dos discursos ........................................................59
4.3.2. O texto em Discurso literário............................................................62
4.3.3. Texto e regimes de enunciação .........................................................67
4.4. Considerações finais .......................................................................70
8 n O texto e seus conceitos
Capítulo 5
O texto na semiótica .........................................................................................71
Diana Luz Pessoa de Barros
5.1. Introdução ......................................................................................71
5.2. Noções de texto e de discurso na semiótica discursiva ..................72
5.3. Conceito semiótico de texto ...........................................................74
5.3.1. Organização temporal do texto verbal ou programação textual .......75
5.3.2. Relações entre expressão e conteúdo: semissimbolismos 
e simbolismos ..................................................................................80
5.3.3. O plano da expressão de textos não verbais ....................................86
5.4. Considerações finais .......................................................................91
Capítulo 6
O texto na teoria funcionalista da linguagem ...............................................93Maria Helena de Moura Neves
6.1. Introdução ......................................................................................93
6.2. A base funcionalista da gramática em foco: 
comunicação e discurso ...................................................................94
6.3. Halliday: o funcional voltado para o texto por via das funções 
da linguagem ....................................................................................95
6.3.1. O alcance da gramática: a oração e o texto ....................................95
6.3.2. Entre as metafunções a função textual. 
O uso da linguagem e seus propósitos ............................................97
6.3.3. A textualidade no enunciado linguístico. 
As unidades em organização............................................................99
6.4. A língua como texto (funcionando em contexto) e como sistema ... 100
6.5. Afinal, o texto na teoria funcionalista da linguagem ..................102
Capítulo 7
O texto na gramática ...................................................................................... 103
Marli Quadros Leite
7.1. Introdução ....................................................................................103
7.2. O texto do exemplo em gramáticas portuguesas e brasileiras ......106
7.3. A gramática brasileira vista de cima .............................................114
7.4. Do texto para a descrição gramatical ...........................................122
7.5. Considerações finais .....................................................................129
Referências bibliográficas .............................................................................. 133
As autoras e o organizador ............................................................................ 139
O texto e seus conceitos: considerações iniciais n 9
Capítulo 1
O texto e seus conceitos: 
considerações iniciais
Ronaldo de Oliveira Batista (UPM)
Este livro traz para o centro de nossa atenção o texto como categoria de análise linguística. Ampliando os níveis que Émile Benveniste preconizava em clássico sobre procedimentos de descrição na ciên-cia da linguagem na década de 1960, as teorias que colocaram o 
processo comunicativo em destaque e o texto como a unidade que possibilitaria 
a interação verbal propuseram, ao longo de um desenvolvimento de natureza 
essencialmente histórica, diferentes modos de conceber o texto e suas ferramentas 
analíticas. E como todo produto intelectual, o conhecimento sobre a linguagem e 
as ideias linguísticas dele derivadas estão circunscritos a contextos singulares que 
possibilitaram perspectivas de compreensão e definição de métodos específicos 
para o tratamento do texto em análises linguísticas. Foi na segunda metade do 
século XX que diferentes programas de investigação científica em linguística lan-
çaram suas perspectivas teóricas e procedimentos analíticos que permitiram que 
o texto alcançasse o lugar de destaque que hoje possui como unidade linguística, 
não só na pesquisa acadêmica em ciências da linguagem, como também em certa 
tradição de descrição gramatical e no ensino de língua na educação básica. 
Em uma dimensão histórica mais ampla, porém, não foi apenas no interior 
das ciências da linguagem, com toda a sua pluralidade em meio a continuidades 
e descontinuidades de propostas, que a categoria texto se fez presente. Se fizermos 
uma incursão mais extensa pela história do texto como objeto de análise, pode-
mos chegar, como já fizeram outros pesquisadores interessados nessa reconstrução 
histórica, a um dos tratamentos inaugurais do que entendemos como a estrutura 
textual e o uso do texto. Costuma-se apontar o gramático latino Quintiliano, 
em seu Institutio Oratoria, como um dos primeiros em nossa tradição ocidental 
a refletir sobre o texto, como construção linguística que coloca em determinada 
ordem, arranjo e ritmo as palavras e também como unidade aberta e sujeita a 
10 n Ronaldo de Oliveira Batista
diferentes modos de apreensão quando colocada em uso. Vemos que essa dupla 
dimensão do texto, como materialidade e singularidade, proporcionada pelo uso 
efetivo em práticas comunicativas, sempre esteve presente no tratamento dessa 
categoria, seja ela considerada, ao longo do seu percurso histórico, como forma, 
seja considerada como uso, isto é, como composição formal fechada ou como 
produção aberta de sentidos. Essa abordagem de Quintiliano não está isolada 
na história clássica ocidental das ideias linguísticas, pois há toda uma tradição 
de estudos do texto na retórica, na poética e nas artes da persuasão. 
No entanto, essa perspectiva de observação de fenômenos da linguagem, que 
trazia para o escopo de suas preocupações a expressão linguística do falante e seus 
resultados na interação verbal, ficou de fora de uma tradição gramatical que se 
configurou de modo mais expressivo no período da chamada revolução tecnológi-
ca da gramatização, quando da produção de gramáticas no período renascentista 
ocidental (produção baseada na palavra e na descrição das formas linguísticas e 
seus arranjos), de uma tradição histórico-comparativa no século XIX (também 
baseada na palavra, nos sons e em suas transformações) e, na primeira metade 
do século XX, de uma linguística de base sincrônica, descritiva e estrutural (que 
privilegiou os níveis fonético-fonológico, morfológico, lexical, sintático e semân-
tico). Nesses três recortes de pensamento sobre a linguagem, não houve lugar de 
destaque para o texto, categoria que por sua própria natureza pode lançar a ponte 
entre o específico da língua e seu sistema e as práticas comunicativas que formam 
e transformam sentidos e significados nos contatos entre os falantes. Podemos, 
enfim, dizer que a história nos evidencia não só a problemática de consideração 
do texto como categoria validada para análise, mas também a amplitude de sua 
definição teórica, diante dos múltiplos pontos de vista a partir dos quais essa 
unidade fundamental do processo comunicativo pode ser considerada e analisada.
Sendo assim, diante de toda essa complexidade histórica e teórica, o objetivo 
principal deste livro é apresentar como teorias linguísticas configuradas no século 
XX e também certa tradição gramatical trataram do texto. Nos capítulos aqui 
presentes, é perceptível a caracterização de uma categoria que estabelece, em sua 
própria complexidade, diálogos com disciplinas diferentes, com propostas teóricas 
complementares, dando corpo a uma dimensão de certa maneira instável quando 
se pensa na conformação de uma unidade de descrição e análise linguística. 
Depende-se, portanto, do espaço intelectual e científico em que a categoria 
texto está circunscrita; espaço esse entendido como um conjunto de pesquisado-
res e intelectuais filiados a determinadas escolas de pensamento e a determina-
dos grupos de especialidade, que assumem manifestações discursivas específicas, 
autorizando e validando, em suas práticas intelectuais e científicas, modos de 
O texto nas reflexões de Bakhtin e do Círculo n 13
Capítulo 2
O texto nas reflexões de Bakhtin 
e do Círculo
Beth Brait (PUC-SP/USP, CNPq)
[…] por trás de cada texto está o sistema da linguagem. A esse sistema 
corresponde no texto tudo o que é repetido e reproduzido e tudo o que 
pode ser reproduzido, tudo o que pode ser dado fora do texto (o dado). 
Concomitantemente, porém, cada texto (como enunciado) é algo individual, 
único e singular, e nisso reside todo o seu sentido […] em relação a esse 
elemento, tudo o que é suscetível de repetição e reprodução vem a ser material 
e meio […] esse segundo elemento (polo) é inerente ao próprio texto, mas 
só se revela numa situação e na cadeia dos textos (na comunicação discursiva 
de dado campo). Esse polo não está vinculado aos elementos (repetíveis) 
do sistema da língua (os signos), mas a outros textos (singulares), a relações 
dialógicas […] peculiares (Mikhail Bakhtin).
2.1. Considerações iniciais
A epígrafe escolhida como emblema destecapítulo sintetiza alguns dos aspectos mais importantes do sentido de texto assumido pela reflexão filosófico-discursiva desenvolvida por Mikhail Bakhtin (1895-1975) e pelos demais membros do Círculo, especialmente 
Valentin N. Volochínov (1895-1936) e Pavel N. Medviedev (1891-1936), hoje 
conhecida e reconhecida como perspectiva dialógica da linguagem1. Recolhida 
do estudo “O problema do texto na linguística e nas outras ciências humanas: 
uma experiência de análise filosófica” (Bakhtin, 2003b: 309-310), escrito por 
Bakhtin entre 1959-1961, recuperado de arquivos e publicado pela primeira 
vez em 1979 na coletânea Estética da criação verbal (2003: 307-335), o trecho 
destacado indica as duas dimensões evocadas como condição de existência de 
1 A respeito da perspectiva dialógica e dos conceitos de texto e discurso em Bakhtin e no 
Círculo, devem ser consultados: Brait, 2014: 512-516; Brait, 2012: 9-29; Brait, 2006: 9-31.
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Não foi apenas no interior das 
ciên cias da linguagem, com toda 
a sua pluralidade em meio a con-
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propostas, que a categoria “texto” 
se fez presente. Ao longo do seu 
percurso histórico, esta categoria 
vem sendo tratada como materia-
lidade e singularidade, como for-
ma e como uso, isto é, como com-
posição formal fechada ou como 
produção aberta de senti dos.
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sico sobre procedimentos de des-
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de sua época, a década de 1950, 
as teorias que colocaram o pro-
cesso comunicati vo em destaque 
e o texto como a unidade que 
possibilitaria a interação verbal 
propuseram, ao longo de um de-
senvolvimento de natureza es-
sencialmente histórica, diferen-
tes modos de conceber o texto 
e suas ferramentas analíti cas. E 
como todo produto intelectual, 
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específi cos para o tratamento do 
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na segunda metade do século XX 
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dêmica em ciências da linguagem, 
como também em certa tradição 
de descrição gramati cal e no ensi-
no de língua na educação básica.
A leitura deste livro possibilitará o 
confronto e o diálogo entre dife-
rentes teorias e saberes, conferin-
do, em últi ma instância, a certeza 
de que o conhecimento cientí fi -
co e intelectual é plural e social, 
confi gurado de modos diferentes, 
quando contextualizado em diver-
sas propostas teórico-metodoló-
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mica da produção intelectual e a 
circulação das ideias linguísti cas.
Escrito por pesquisadoras 
indiscutivelmente reconhecidas no 
cenário acadêmico brasileiro como referência 
em suas áreas, este livro oferece um meio 
introdutório de acesso a diferentes teorias e saberes 
que colocaram o texto como objeto de análise, 
ora como elemento central, ora como elemento 
relevante para o tratamento de outras categorias 
mais centrais em determinada perspectiva. 
O texto e seus conceitos apresenta como 
teorias linguísticas confi guradas no século XX 
e também certa tradição gramatical trataram do texto. 
É perceptível aqui como a categoria “texto” estabelece, 
em sua própria complexidade, diálogos com 
disciplinas diferentes, com propostas teóricas 
complementares, dando corpo a uma dimensão 
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