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Processo legislativo

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1 Processo legislativo – artigos 59 a 69 da Constituição 
Federal 
1) Espécies Normativas – artigo 59 
1.1) Emenda Constitucional: pode tudo, se limitando às reformas 
constitucionais. Limites materiais expressos: conteúdo intocável 
da constituição (cláusulas pétreas – artigo 60, parágrafo 4º). 
Limites materiais implícitos: conteúdo intocável que não está 
expresso. Deve respeitar procedimentos e formalidades, sob 
pena de ser declarado inconstitucional. 
1.2) Lei Complementar: tem conteúdo definido; está previsto 
expressamente na constituição (exemplo: artigos 146 e 148). Tem 
como quórum a maioria absoluta (maioria dos membros da casa). 
Exige sanção ou veto presidencial. 
1.3) Lei Ordinária: tem conteúdo residual (pode deliberar sobre todo 
e qualquer conteúdo que não se encaixa em lei complementar, 
decreto legislativo e resolução). Tem como quórum a maioria 
simples (maioria dos presentes). Exige sanção ou veto 
presidencial. 
Obs.: não há hierarquia entre lei complementar e lei ordinária, eis que 
não há relação entre essas duas leis. Só há hierarquia entre lei complementar e 
lei ordinária quando as duas estiverem relacionadas, quando a ordinária advém 
da complementar. Nesse caso, a lei complementar é superior à ordinária. 
 
1.4) Decreto Legislativo: tem efeito fora das casas. Conteúdo do 
artigo 49. Competência exclusiva do congresso: câmara e senado 
intervêm. 
 
1.5) Resolução: tem efeito dentro das casas. Conteúdo de matéria de 
competência de cada casa = competência exclusiva do senado: 
só senado (artigo 51); competência exclusiva da câmara: só 
câmara (artigo 52). 
 
1.6) Medida Provisória: é ato do presidente da república. É publicado 
e ao mesmo tempo é encaminhado ao Congresso Nacional para 
apreciação (já produz efeitos). Se é aceito, torna-se lei; se é 
revogado, extingue-se. (própria do parlamentarismo: é 
instrumento ágil e célere) 
 
1.7) Lei Delegada: é ato do presidente da república. É encaminhado 
ao congresso nacional para apreciação e, se for aprovado, se 
publica (mas só depois da autorização do congresso). Não é mais 
utilizada! (própria do presidencialismo: retira os poderes de 
“ditador” do presidente). O presidente pede transferência de 
competência do legislativo para o executivo. 
Diferença do presidencialismo para o parlamentarismo 
Presidencialismo: povo elege legislativo e também presidencialismo 
Parlamentarismo: povo elege o parlamento. O parlamento elege o 
primeiro ministro. 
• Quanto ao conteúdo da MP e da LD 
Medida Provisória: não pode regulamentar sobre conteúdo de lei 
complementar; de matéria que é de competência do congresso. Resta então 
matérias de lei ordinária. 
Lei delegada: p.ú. do artigo 58 (exemplo: pode deliberar sobre matéria 
penal) 
• Quanto ao procedimento da MP e da LD 
Medida Provisória: presidente envia a medida para a câmara dos 
deputados, que aprecia e encaminha para o senado federal, que também deve 
apreciar (é feita uma comissão mista: membros da câmara dos deputados e do 
senado federal). Se for aprovado, entra no mundo jurídico, de forma que se 
converte em lei. Se revogada, a medida provisória perde seus efeitos 
Artigo 62 : § 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto 
nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem 
convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos 
do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional 
disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas 
decorrentes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 
2001) 
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação 
da medida provisória, suspendendo-se durante os períodos de recesso 
do Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional 
nº 32, de 2001) 
§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso 
Nacional sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo 
prévio sobre o atendimento de seus pressupostos 
constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 
2001) 
§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até 
quarenta e cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime 
de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do 
Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, 
todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver 
tramitando. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 
2001) 
§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a 
vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta dias, contado 
de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas 
do Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
32, de 2001) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc32.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc32.htm#art1
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§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na 
Câmara dos Deputados. (Incluído pela Emenda Constitucional 
nº 32, de 2001) 
§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores 
examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de 
serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma 
das Casas do Congresso Nacional. 
 
A MP tem prazo de 60 dias para apreciação. Quando está no 45º dia e 
ainda não se apreciou, a pauta do que é discutido no dia fica suspensa/ 
sobrestada para obrigar-se a apreciar a MP 
2 Atos do Processo Legislativo 
- Iniciativa 
- Discussão e votação 
- Sanção ou veto (de lei complementar ou ordinária) 
- Promulgação 
- Publicação 
 
1) iniciativa 
É o ato que deflagra o procedimento de criação de leis. Desencadeia o 
ato de produção de leis. Obriga o encadeamento dos atos da produção de leis: 
como uma corrente, um ato obriga a criação de outro. 
Só inicia no senado projeto de lei do senador ou outra coisa que venha 
do senado. No mais, se inicial na câmara dos deputados. 
Projeto de lei de inciativa concorrente: precisa de assinatura de duas ou 
mais autoridades (exemplo: PECs) 
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias 
cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do 
Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da 
República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao 
Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos 
previstos nesta Constituição. 
 
• Iniciativa popular: exige 1% de aceitação e empenho nacional, de 
pessoas residentes em pelo menos 5 estados; ou 0,3% de indivíduos de 
casa estado 
• Iniciativa exclusiva presidente/outro órgão: exclusividade na 
apresentação do projeto, somente uma autoridade pode apresentar o 
projeto de lei, acontece com presidente, órgãos superiores. Algumas 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc32.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc32.htm#art1
meterias são de competência exclusiva do presidente (art. 61 CF), ou 
seja, somente ele pode propor, se outro propor, será inconstitucional no 
aspecto formal. Observe que não é próprio do modelo clássico 
presidencialista, mas, sim, do parlamentarismo clássico, sendo comum a 
expressão de que o Brasil é uma mistura do presidencialismo com o 
parlamentarismo. 
2) Discussão e votação 
A discussão é o debate que existesobre o projeto de lei, sendo 
regulamentado pelo regimento interno, que determina quem pode se escrever, 
votar, pedir a palavra e qual o seu tempo. De qualquer modo, o debate e a 
discussão são necessários 
A votação é a decisão da casa sobre o projeto, observando as maiorias 
(matéria já abordada), observe que sempre será decidido por maioria e não 
somente por voto do chefe, mesmo em comissão. 
Observe que primeiro será feita a discussão e depois a votação, sempre 
em seguida, a discussão deve sempre preceder a votação (necessariamente) 
3) Sanção e veto 
Atos típicos do modelo presidencialista 
A sanção é a concordância com o projeto de lei, enquanto o veto é a 
discordância, rejeitando o projeto elaborado 
O veto é um ato político, caracterizando-se como instrumento do sistema 
presidencialista pelo qual o chefe do Poder Executivo discorda de projeto de lei 
já aprovado na Casa Legislativa 
O veto pode ser total ou parcial, conforme recaia sobre todo o projeto ou 
apenas sobre artigo, parágrafo, inciso ou alínea. Debate relevante para este 
estudo é a consequência do veto parcial, uma vez que parte do projeto ficará 
retida no Legislativo e parte poderá ingressar no mundo jurídico 
Pode ser feito o veto pro inconstitucionalidade ou por interesse publico 
Presidente é obrigado a fundamentar 
Silencio = anuência (prazo de 15 dias) 
Veto: procedimento escrito e fundamentado, podendo inicialmente 
fundamentar e, depois, fundamentar (48 horas) 
Por que comunica o presidente do senado e não da câmara se o veto é 
unicameral? Por ser sessão unicameral, têm-se uma sessão do congresso, 
sendo que o presidente do senado é o presidente do congresso. 
Em caso de rejeite do veto, é necessária a maioria absoluta do 
congresso 
4) Promulgação 
É o ato pelo qual uma autoridade designada pela constituição autêntica, 
reconhece a lei, atestando sua existência e ordenando sua aplicação e 
consequente cumprimento. Reconhece que a lei realmente deve entrar no 
ordenamento jurídico por ter obedecido todos os requisitos para a sua formação, 
criação. 
Põe fim a tramitação da formação da lei

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