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19/04/2021 Noções de Direito Administrativo: Contratos
https://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=48051 1/28
Noções de Direito Administrativo: Contratos
Site: Instituto Legislativo Brasileiro - ILB
Curso: Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público - Turma 1
Livro: Noções de Direito Administrativo: Contratos
Impresso por: Gabriela Lopes de Mello
Data: segunda, 19 abr 2021, 13:03
https://saberes.senado.leg.br/
19/04/2021 Noções de Direito Administrativo: Contratos
https://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=48051 2/28
Descrição
Módulo I - Noções de Direito Administrativo: Contratos
19/04/2021 Noções de Direito Administrativo: Contratos
https://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=48051 3/28
Sumário
Módulo I - Noções de Direito Administrativo: Contratos
Unidade 1 - Introdução ao Contrato Administrativo
pág. 2
pág. 3
pág. 4
pág. 5
pág. 6
pág. 7
Unidade 2 - Características do Contrato Administrativo
pág. 2
pág. 3
pág. 4
pág. 5
pág. 6
Unidade 3 - Reequilíbrio econômico-financeiro de um contrato
pág. 2
pág. 3
pág. 4
pág. 5
Unidade 4 - Cláusulas exorbitantes em favor da Administração
pág. 2
pág. 3
pág 4
pág. 5
Exercícios de Fixação - Módulo I
19/04/2021 Noções de Direito Administrativo: Contratos
https://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=48051 4/28
Módulo I - Noções de Direito Administrativo: Contratos
Apresentar os conceitos e as características de um contrato administrativo;
reconhecer a importância do Contrato Administrativo e de sua gestão para a Administração
Pública;
explicar as características de um Contrato Administrativo, bem como seus tipos;
demonstrar as diferenças entre um Contrato Administrativo e um contrato firmado entre
particulares; 
avaliar situações que ensejam o reequilíbrio econômico-financeiro de um Contrato Administrativo
e 
explicar as cláusulas Exorbitantes dos Contratos Administrativos.
19/04/2021 Noções de Direito Administrativo: Contratos
https://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=48051 5/28
Unidade 1 - Introdução ao Contrato Administrativo
Não podemos deixar de iniciar nosso estudo sem citar o art. 1º da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, que instituiu normas para Licitações e
Contratos da Administração Pública:
“Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de
publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.” 
A partir da leitura do dispositivo podemos observar que o legislador considera esse tema crucial para a Administração pública. Aliás,
tão importante quanto a celebração de um Contrato Administrativo, é a sua gestão e/ou fiscalização. Tanto isso é verdade que o
artigo 67 da Lei nº 8.666/93 obriga a Administração a designar um representante para acompanhar e fiscalizar os contratos por ela
firmados. Vejamos o que diz o citado artigo: 
“Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração especialmente
designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição." 
§ 1º O representante da Administração anotará em registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução do contrato,
determinando o que for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados. 
§ 2º As decisões e providências que ultrapassarem a competência do representante deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo
hábil para a adoção das medidas convenientes.” 
19/04/2021 Noções de Direito Administrativo: Contratos
https://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=48051 6/28
pág. 2
No Senado Federal, por exemplo, o Ato da Comissão Diretora nº 2, de 13 de fevereiro de 2008, em seu art. 3º, estabelece a obrigatoriedade da
designação de um gestor e um substituto. Vejamos o que diz a norma:
“Art. 3º - Para todo e qualquer contrato celebrado pelo Senado Federal será designado um gestor titular e um gestor substituto, nos termos deste Ato.” 
Nunca é demais lembrarmos a responsabilidade do gestor ou fiscal de Contrato Administrativo, afinal seus atos estarão
sujeitos ao crivo dos Tribunais de Contas. 
No caso da União, temos o art. 1º da Lei nº 8.443, de 16/07/92 (“Dispõe sobre a Lei Orgânica do Tribunal de Contas da
União e dá outras providências.”), determinando que: 
“Art. 1° Ao Tribunal de Contas da União, órgão de controle externo, compete, nos termos da Constituição Federal e na forma estabelecida nesta Lei: 
I - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos das unidades dos poderes da União e das
entidades da administração indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo poder público federal, e as contas daqueles que
derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte dano ao Erário;”
19/04/2021 Noções de Direito Administrativo: Contratos
https://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=48051 7/28
pág. 3
Indo mais além, a Lei Orgânica do TCU estabelece a responsabilidade solidária do fiscal do contrato com a empresa contratada por possíveis danos
causados pela execução irregular do contrato. Vejamos o que dizem os arts. 15 e 16:
“Art. 15. Ao julgar as contas, o Tribunal decidirá se estas são regulares, regulares com ressalva, ou irregulares. 
Art. 16. As contas serão julgadas: 
I - regulares, quando expressarem, de forma clara e objetiva, a exatidão dos demonstrativos contábeis, a legalidade, a legitimidade e a economicidade
dos atos de gestão do responsável; 
II - regulares com ressalva, quando evidenciarem impropriedade ou qualquer outra falta de natureza formal de que não resulte dano ao Erário; 
III - irregulares, quando comprovada qualquer das seguintes ocorrências: 
a) omissão no dever de prestar contas; 
b) prática de ato de gestão ilegal, ilegítimo, antieconômico, ou infração à norma legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária,
operacional ou patrimonial; 
c) dano ao Erário decorrente de ato de gestão ilegítimo ou antieconômico; 
d) desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores públicos. 
19/04/2021 Noções de Direito Administrativo: Contratos
https://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=48051 8/28
pág. 4
§ 1° O Tribunal poderá julgar irregulares as contas no caso de reincidência no descumprimento de determinação de que o responsável tenha tido
ciência, feita em processo de tomada ou prestação de contas. 
 
§ 2° Nas hipóteses do inciso III, alíneas c e d deste artigo, o Tribunal, ao julgar irregulares as contas, fixará a responsabilidade solidária:
a) do agente público que praticou o ato irregular, e 
b) do terceiro que, como contratante ou parte interessada na prática do mesmo ato, de qualquer modo haja concorrido para o cometimento do dano
apurado. 
§ 3° Verificada a ocorrência prevista no parágrafo anterior deste artigo, o Tribunal providenciará a imediata remessa de cópia da documentação
pertinente ao Ministério Público da União, para ajuizamento das ações civis e penais cabíveis.” 
É daí que decorrem as inúmeras consequências que serão estudadas neste curso. 
A missão de seguir à risca as incumbência legais muitas vezes se torna difícil para a maioria dos Gestores, surgindo, como resultado, uma demanda
quase unânime por um Curso de Gestão de Contratos. É aqui em que entramos, oferecendo a vocês os instrumentos necessários para uma gestão
eficiente, eficaz e efetiva.
19/04/2021 Noções de Direito Administrativo: Contratos
https://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=48051 9/28
pág. 5
Contrato Administrativo 
Ao utilizarmos o termo “contrato”, automaticamente vem à nossa mente a idéia de ajuste de vontades entre duas partes, de forma escrita, registrado
em cartório e regido pela legislação civil. Porém, quando nos referirmosa Contrato Administrativo esse conceito muda significativamente, como
veremos a seguir. 
O Contrato Administrativo é um ajuste de vontades firmado entre a Administração e um particular. Porém, como instituto de direito público, com
características próprias, o Contrato Administrativo é diferente de um contrato regido pelo direito privado. 
Ou seja, o Contrato Administrativo tem certas características que seriam impensáveis em um contrato privado, principalmente porque há o interesse
público envolvido, que sempre será mais importante do que o interesse privado. 
Vamos então conceituar contrato administrativo? 
O parágrafo único do art. 2º da Lei nº 8.666/93, define contrato da seguinte forma:
“Art. 2º As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando
contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei. 
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares,
em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.” 
Contrato Administrativo, segundo Hely Lopes Meirelles, “é o ajuste que a Administração Pública, agindo nessa qualidade, firma com o particular ou
outra entidade administrativa para a consecução de objetivos do interesse público, nas condições estabelecidas pela própria Administração”.
19/04/2021 Noções de Direito Administrativo: Contratos
https://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=48051 10/28
pág. 6
De início, devemos destacar que nem todo contrato da Administração é um Contrato Administrativo, pois existem contratos em que o órgão público
está em igualdade de condições com o contratado. Nesses casos, o contrato é regido pelas leis de direito comum – por exemplo, a simples locação de
um imóvel pela Administração para ali exercer uma determinada atividade pública.O Contrato Administrativo conduz à ideia de supremacia do interesse
público sobre o privado, sendo submetido a um conjunto próprio de regras, onde prevalecem diversas condições em favor da Administração.
Assim, feita essa distinção, o Contrato Administrativo a ser examinado é aquele ajuste em que a Assembleia Legislativa ou a Câmara Municipal, por
exemplo, figura como parte investida da qualidade de Administração Pública, com a finalidade de atender ao interesse público, vinculada a outra
pessoa (o contratado) mediante um acordo de vontades, usufruindo de privilégios e prerrogativas decorrentes do Direito Público.
Mas ainda falta, para finalizar essa lição, conhecer os tipos de Contratos Administrativos:
Contrato de obra pública – o objeto do contrato é a construção, reforma ou ampliação de um imóvel público, estrada, barragem etc.;
Contrato de prestação de serviço – tem por objeto todo e qualquer serviço prestado à Administração, quer para atender as necessidades da
população, quer para o atendimento das necessidades da própria Administração, incluídos nessa categoria os contratos de transporte, manutenção,
comunicação, reparos, etc.;
Contratos de fornecimento – voltado à aquisição de bens necessários para a Administração;
Contrato de concessão – é aquele em que a Administração concede a um particular a realização de determinada atividade.
 
19/04/2021 Noções de Direito Administrativo: Contratos
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pág. 7
Vimos que a Lei nº. 8.666/93 estabelece normas gerais sobre licitações e Contratos Administrativos pertinentes a obras, serviços,
inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios. 
Contrato Administrativo é o ajuste que a Administração Pública, agindo nessa qualidade, firma com o particular ou outra entidade
administrativa para a consecução de objetivos do interesse público, nas condições estabelecidas pela própria Administração. 
A execução do Contrato Administrativo deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração especialmente designado para
tal, conhecido como Gestor ou Fiscal do contrato. O gestor responde de maneira solidária com a empresa contratada por possíveis danos causados pela
execução irregular do contrato.
Os Contratos Administrativos podem ser classificados como:
• Contrato de obra pública; 
• Contrato de prestação de serviço; 
• Contratos de fornecimento; e 
• Contrato de concessão. 
19/04/2021 Noções de Direito Administrativo: Contratos
https://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=48051 12/28
Unidade 2 - Características do Contrato Administrativo
Além da importância do conceito de Contrato Administrativo, devemos conhecer as características que o identificam, principalmente os pontos de
distinção entre um contrato comum e o chamado “Contrato Administrativo”. 
De acordo com o prof. Henrique Savonitti Miranda, o Contrato Administrativo possui as seguintes características: “bilateralidade, estabilidade,
onerosidade, comutatividade, celebração intuitu personae e formalidade”. Vamos a eles. 
Bilateralidade: 
A bilateralidade vem da idéia de livre acordo de vontade entre as partes, pois ninguém pode ser obrigado a assinar um contrato com a Administração.
Ou seja, o Contrato Administrativo é a formação voluntária de um ajuste entre a Administração Pública e o particular, cada qual movido pelos próprios
interesses – a Administração quer construir um hospital, por exemplo, e a empresa de engenharia quer executar a obra e obter o seu lucro devido. 
 
19/04/2021 Noções de Direito Administrativo: Contratos
https://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=48051 13/28
pág. 2
Estabilidade: 
Atenção
Uma vez celebrado o contrato, a estabilidade determina que seja
integralmente cumprido. As partes adquirem um direito à
execução de seu objeto, sem espaço para mudanças ou
desistência por simples capricho ou vontade infundada.
Devido à estabilidade do Contrato Administrativo, a parte que motivar a rescisão antes de executado o objeto, mesmo sendo a Administração, deverá
indenizar a parte que porventura tenha sido prejudicada. 
Aqui devemos examinar alguns princípios de direito que reforçam a característica da estabilidade. 
Nos contratos de direito privado uma das partes só pode exigir o cumprimento da obrigação da outra parte se houver cumprido integralmente suas
próprias obrigações contratuais. 
Nos Contratos Administrativos, regidos pelo direito público, essa regra não vale. A princípio, mesmo que a Administração não cumpra integralmente
suas obrigações estabelecidas em contrato, o contratado não pode interromper as suas obrigações, tudo em decorrência da supremacia do interesse
público sobre o do particular. 
Porém, essa prerrogativa não possibilita o abuso desse direito pela Administração, muito menos elimina os direitos e as garantias individuais da parte
contratada – inclusive indenizações posteriores.
19/04/2021 Noções de Direito Administrativo: Contratos
https://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=48051 14/28
pág. 3
A própria Lei de licitações estabelece no art. 78, incisos XIII ao XVI, casos que constituem motivo para a rescisão, todos provocados pela
Administração: 
“Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato: 
... 
XIII - a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou compras, acarretando modificação do valor inicial do contrato além do limite
permitido no § 1º do art. 65 desta Lei; 
XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade
pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por repetidas suspensões que totalizem o mesmo prazo, independentemente do
pagamento obrigatório de indenizações pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizaçõese mobilizações e outras previstas, assegurado
ao contratado, nesses casos, o direito de optar pela suspensão do cumprimento das obrigações assumidas até que seja normalizada a situação; 
XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas
destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o
direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação; 
XVI - a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto para execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais,
bem como das fontes de materiais naturais especificadas no projeto; 
... 
Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formalmente motivados nos autos do processo, assegurado o contraditório e a ampla defesa. 
...”
19/04/2021 Noções de Direito Administrativo: Contratos
https://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=48051 15/28
pág. 4
Onerosidade:
 
O Contrato Administrativo é oneroso, pois contém obrigações recíprocas para as partes
contratantes. O contratado deve executar o objeto do contrato (o fornecimento de um
bem, a execução de um serviço ou de uma obra) e a Administração deve pagá-lo nos
termos pactuados. A Administração não tem o poder de enriquecer ilicitamente, ou seja,
de não pagar a um contratado que cumpriu suas obrigações.
 
Comutatividade: 
A comutatividade caracteriza o Contrato Administrativo pelo equilíbrio das obrigações de ambas as partes, mantendo a
equivalência dos deveres contratados. 
Está diretamente relacionada ao equilíbrio econômico-financeiro do contrato, ou seja, o contratado não é obrigado a
cumprir obrigações com acréscimos ou supressões desproporcionais à sua capacidade.
A equação econômico-financeira constitui-se na relação que as partes inicialmente estabelecem no contrato, objetivando a justa remuneração do
contratado. 
É importante destacar que a comutatividade garante as condições contratadas inicialmente, desde que o cenário se mantenha estável, sem alterações
bruscas que possam inviabilizar a execução do contrato. Se algum fator externo ao contrato onerá-lo de forma a desequilibrar a equação econômico-
financeira, a própria Administração deve alterá-lo. 
Na Lição 3 abordaremos as situações em que a Administração deve agir para restabelecer as condições econômicas e financeiras inicialmente
pactuadas.
19/04/2021 Noções de Direito Administrativo: Contratos
https://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=48051 16/28
pág. 5
Celebração Intuitu Personae:
 
A celebração intuitu personae diz respeito às condições pessoais do contratado. Os
Contratos Administrativos exigem que as pessoas contratadas cumpram direta e
pessoalmente as obrigações a que se vincularam, não lhes sendo permitido transferir para
outros o cumprimento dessas obrigações.     
Vejamos o que diz o art. 78, inciso VI da Lei nº 8.666/93: 
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato: 
... 
VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a
fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato; 
Porém, tal vedação não é absoluta, desde que prevista em edital e no contrato. Vejamos o que diz o art. 72 da mesma lei: 
Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço
ou fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela Administração. 
Formalidade: 
Os Contratos Administrativos obedecem, necessariamente, a formalidade para existirem. Isto quer dizer que, em primeiro lugar, deve o Contrato
Administrativo seguir a forma determinada em lei. 
A própria Lei nº 8.666/93, especialmente em seus arts. 60 a 64, estabelece várias normas referentes ao aspecto formal, que serão oportunamente
estudadas no próximo módulo deste curso. 
É importante destacar que o Contrato Administrativo deverá ser formalizado sempre de forma escrita, salvo o caso excepcional de que trata o
parágrafo único do art. 60 da Lei n.º 8.666/93, que permite a forma verbal para pequenas compras de pronto pagamento no valor de até R$ 8.800,00. 
19/04/2021 Noções de Direito Administrativo: Contratos
https://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=48051 17/28
pág. 6
Ao finalizar a lição vimos que são características de um Contrato Administrativo: 
Bilateralidade: o Contrato Administrativo é a formação voluntária de um ajuste entre a Administração Pública e o particular, cada qual
movido pelos próprios interesses. 
Estabilidade: Uma vez celebrado, o contrato deve ser integralmente cumprido. As partes adquirem um direito à execução de seu objeto, sem espaço
para mudanças ou desistência por simples capricho ou vontade infundada. 
Onerosidade: O Contrato Administrativo é oneroso, pois contém obrigações recíprocas para as partes contratantes. 
Comutatividade: A comutatividade caracteriza o Contrato Administrativo pelo equilíbrio das obrigações de ambas as partes, mantendo a equivalência
dos deveres contratados. Está diretamente relacionada ao equilíbrio econômico-financeiro do contrato. 
Celebração Intuitu Personae: Os Contratos Administrativos exigem que o contratado cumpra direta e pessoalmente as obrigações a que se vinculou,
não lhe sendo permitido transferir para outros o cumprimento dessas obrigações (a não ser que conste expressamente do Edital de Licitação tal
possibilidade). 
Formalidade: Os Contratos Administrativos devem, necessariamente, seguir a forma determinada em lei. 
19/04/2021 Noções de Direito Administrativo: Contratos
https://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=48051 18/28
Unidade 3 - Reequilíbrio econômico-financeiro de um contrato
Inicialmente vale lembrar que a equação econômico-financeira constitui-se na relação que as partes inicialmente estabelecem no contrato, objetivando
a justa remuneração do contratado. 
Vejamos o que determina o art. 65, inciso II, alínea da Lei nº. 8.666/93: 
“Art. 65. Os contratos regidos por esta lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes casos: 
... 
II - por acordo das partes: 
... 
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do contratado e a atribuição da Administração para a justa
remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de
sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou ainda,
em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual.” 
Nesse sentido, podemos concluir que existem determinadas situações que ensejam o reequilíbrio (restabelecer a
relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do contratado e sua justa remuneração) dos
Contratos Administrativos, como aquelas decorrentes de fatos previsíveis ou imprevisíveis, porém de
consequências incalculáveis, que retardam ou impedem a execução do contrato. 
As situações que podem levar ao agravamento dos encargos contratuais do particular são as seguintes: 
· Fato do Príncipe; 
· Fato da Administração; 
· Caso Fortuito ou Força Maior; 
· Teoria da Imprevisão. 
19/04/2021 Noções de Direito Administrativo: Contratos
https://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=48051 19/28
pág. 2
Vamos a elas. 
Fato do Príncipe:
       De acordo com o prof. Diógenes Gasparini (2001:557), o Fato do Príncipe é “toda
determinação estatal, positiva ou negativa, geral e imprevisível ou previsível, mas de
consequências incalculáveis, que onera extraordinariamente ou que impede a execução do
contrato e obriga a Administração Pública a compensarintegralmente os prejuízos
suportados pelo particular.”                   
Essa determinação estatal pode ser entendida como a edição de uma nova norma (pode ser uma lei ou um decreto), que venha afetar diretamente o
contrato, provocando um aumento das obrigações do particular contratado. Por vezes esse aumento é tão grande que impossibilita a execução do
contrato. 
Exemplo: um contrato entre a administração e uma empresa privada tem como objetivo uma obra. Parte do material necessário para obra seria
importado. Acontece que o governo, por intermédio de uma norma legal, eleva substancialmente a alíquota do imposto de importação desse material.
Tal fato irá onerar substancialmente os custos do contratado, podendo até inviabilizar a obra, sem que o particular detenha qualquer ingerência sobre
isso. 
Nesses casos, é dever da Administração recompor o contrato aos moldes da contratação original, buscando o seu reequilíbrio econômico-financeiro.
Vejamos o que diz o § 5º do art. 65 da Lei nº 8.666/93: 
§ 5º Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos, bem como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a
data da apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos preços contratados, implicarão a revisão destes para mais ou para menos,
conforme o caso. 
Deve-se destacar que a norma deve ser geral e abstrata, ou seja, se dirigir e obrigar indistintamente a toda a sociedade. Caso a ação da Administração
atinja somente os termos contratados, não se pode falar em Fato do Príncipe, mas em Fato da Administração. 
19/04/2021 Noções de Direito Administrativo: Contratos
https://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=48051 20/28
pág. 3
Fato da Administração:
Da mesma forma que o Fato do Príncipe, o Fato da Administração também afeta o contrato, mas neste caso de forma direta, ou seja, o ato da
Administração tem incidência exclusiva sobre as condições do Contrato Administrativo. 
Como exemplo, podemos tomar a não-desapropriação pela Administração de terreno necessário para a construção de um prédio público, por motivos
ambientais. Não há como prosseguir com a obra sem o terreno onde se dará a construção. 
Caso Fortuito ou Força Maior: 
O Caso Fortuito ou Força Maior também representam ônus contratuais externos que impedem a execução do contrato. 
Nos casos anteriores, a fonte do desequilíbrio vinha da Administração, ora criando obstáculo por edição de norma geral, dirigida a toda a sociedade
(mas que onera demasiadamente o contrato), ora por fato que afeta tão somente e de forma direta o contrato assinado entre o particular e a
Administração. 
Porém, nas hipóteses que examinaremos a seguir, a fonte motivadora que impede a execução do contrato é externa, sem qualquer participação das
partes envolvidas na relação jurídica, quer seja a Administração, quer o particular. 
Tanto eventos provenientes da natureza (enchentes, furacões, etc.), quanto decorrentes de ações humanas (greves, paralisações, ocupações ilegais,
etc.) são considerados situações que merecem a atuação da Administração para não atribuir ao particular encargo excessivo e injusto, principalmente
porque não foi ele quem deu causa ao fato modificador das condições originais da contratação. 
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Segundo Hely Lopes Meirelles, Caso Fortuito ou Força Maior são “eventos que por sua imprevisibilidade e inevitabilidade criam para o contratado
impossibilidade intransponível de normal execução do contrato”. Neste caso, como se verifica uma impossibilidade de execução do contrato, a
Administração rescinde o contrato liberando do compromisso o fornecedor. 
Vejamos o que diz o art. 78, inciso XVII da Lei n.º 8.666/93: 
“Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato: 
... 
XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente comprovada, impeditiva da execução do contrato.” 
Teoria da Imprevisão: 
A Teoria da Imprevisão “é todo acontecimento externo ao contrato, estranho à vontade das partes, imprevisível e inevitável, que causa um
desequilíbrio muito grande, tornando a execução do contrato excessivamente onerosa para o contratado.” 
Portanto, trata-se de um fato imprevisível quanto à sua ocorrência e consequências, que não decorre da ação de nenhuma das partes e causador de
grande desequilíbrio econômico, que onera exageradamente a obrigação do particular, muito além do que inicialmente pactuado. 
Tomemos como exemplo um contrato que prevê a entrega futura (por exemplo, seis meses após a licitação) de um determinado bem. Quando da
entrega do bem, o preço do produto no mercado sofreu grande aumento em decorrência da inflação registrada entre a data da licitação e a da entrega,
o que gerará um significativo prejuízo ao fornecedor. Neste caso, a Administração deve proceder a alterações de cláusulas contratuais financeiras para
permitir a continuidade do contrato. 
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Vimos, nesta lição que a equação econômico-financeira constitui-se na relação que as partes inicialmente estabelecem no contrato,
objetivando a justa remuneração do contratado. 
Existem determinadas situações que ensejam o desequilíbrio da equação econômico-financeira original dos Contratos
Administrativos, como aquelas decorrentes de fatos previsíveis ou imprevisíveis, porém de consequências incalculáveis, que retardam ou impedem a
execução do contrato. São elas: 
Fato do Príncipe: toda determinação estatal, positiva ou negativa, geral e imprevisível ou previsível, mas de consequências incalculáveis, que onera em
demasia ou que impede a execução do contrato e obriga a Administração Pública a compensar os prejuízos do particular. 
Fato da Administração: ato da Administração que afeta o contrato de forma direta, ou seja, tem incidência exclusiva sobre as condições pactuadas. 
Caso Fortuito ou Força Maior: acontecimento externo ao contrato, que não deriva da Administração, estranho à vontade das partes, imprevisível e
inevitável, que impede a execução da avença. 
Teoria da Imprevisão: acontecimento externo ao contrato, estranho à vontade das partes, imprevisível e inevitável, que causa um desequilíbrio muito
grande, tornando a execução do contrato excessivamente onerosa para o contratado. 
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Unidade 4 - Cláusulas exorbitantes em favor da Administração
Por fim, para completarmos este estudo inicial dos Contratos Administrativos, abordaremos as chamadas “Cláusulas Exorbitantes”, que nada mais são
do que condições estabelecidas pela Lei nº. 8.666/93 que favorecem a Administração frente ao contratado, tendo em vista a supremacia do interesse
público sobre o particular. 
Tais cláusulas, como frisa Hely Lopes Meirelles, excedem o Direito Comum, para consignar uma vantagem ou uma restrição à Administração ou ao
Contratado, sendo absolutamente válidas no Contrato Administrativo. 
Atenção
São consideradas “Cláusulas Exorbitantes”: exigência de garantia, alteração
unilateral, rescisão unilateral, retomada do objeto, fiscalização,
aplicação de penalidades e manutenção do equilíbrio financeiro.
A exigência de prestação de garantia pelo contratado visa assegurar a completa execução do contrato pelo particular e está
prevista no art. 56, § 1º, da Lei nº 8.666/93. Pode ser em forma de caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública,
seguro-garantia e fiança bancária. 
Explicando melhor, se o contratado não executar suas obrigações nos termos pactuados, a Administração ficará com a garantia
depositada para ressarci-la dos prejuízos derivados da não-execução do contrato. 
Nos contratos privados a existência de cláusulas de garantia é possível, mas as duas partes têm que concordar com isso. Já
nosContratos Administrativos tal cláusula é imposta pela Administração e de aceitação obrigatória pelo contratado, e sempre estará presente no edital
da licitação.
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A alteração unilateral do contrato é prerrogativa prevista no art. 58, inciso I, da Lei nº 8.666/93, que diz que a Administração pode modificar o
contrato, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contratado. 
De acordo com o art. 65 da mesma lei, os contratos poderão se alterados unilateralmente pela Administração quando houver modificação do projeto ou
das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; ou quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de
acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto. 
Vale ressaltar que essa prerrogativa da Administração não impede o contratado de pleitear o seu direito ao equilíbrio econômico-financeiro do contrato,
inclusive buscando suporte na Justiça, se entender necessário. 
A rescisão unilateral também é prerrogativa da Administração (art. 58, inciso II, da Lei nº. 8.666/93) justificada na superioridade do interesse público
sobre o privado e somente admitida no Contrato Administrativo. 
Porém, essa vantagem está restrita às hipóteses do art. 79, inciso I, da lei de licitações, que resumidamente permite a rescisão contratual por falha do
contratado (cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, projetos e prazos; a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração
a comprovar a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento, nos prazos estipulados; atraso injustificado no início da obra,
serviço ou fornecimento; a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa e prévia comunicação à Administração, etc.) ou pela
ocorrência de caso fortuito ou de força maior. 
É importante destacar que em qualquer caso de rescisão unilateral, não tendo o particular motivado o fato, a Administração tem o dever de indenizá-lo
pelos custos já incorridos e não ressarcidos.
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A retomada do objeto pode ser definida como o direito da Administração, em caso de rescisão unilateral, de assegurar a continuidade da execução do
contrato por meio da assunção de seu objeto, quando a paralisação por parte do contratado representar risco ao interesse público. 
Caso típico de retomada do objeto, em caso de rescisão unilateral, é o contrato de concessão, onde a Administração retoma os serviços prestados pelas
concessionárias, inclusive revertendo bens para o Poder Público, tudo para manter em operação os serviços concedidos. 
Imaginem um determinado serviço público, por exemplo, o fornecimento de energia elétrica, deixar de ser
fornecido como forma de pressão por aumento da tarifa. Neste caso, a Administração retoma a concessão,
assim como todos os bens necessários à execução dos serviços, visando garantir a continuidade do
fornecimento de energia. Tudo isso se justifica em função do prejuízo para a população pela interrupção desse
serviço público essencial. 
Outra prerrogativa da Administração é o seu poder de fiscalização da execução do contrato, conforme disposto
no art. 58, inciso III, e art. 67 da Lei nº. 8.666/93, que será realizado por um representante da Administração
(gestor ou fiscal do contrato) especialmente designado. 
Lembra a profª. Di Pietro que "A este fiscal caberá anotar em registro próprio todas as ocorrências relacionadas
com a execução do contrato, determinando o que for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados ou, se as decisões ultrapassarem sua
competência, solicitá-las a seus superiores." 
E continua: "O não atendimento das determinações da autoridade fiscalizadora enseja rescisão unilateral do contrato (art. 78, VII), sem prejuízo das
sanções cabíveis". 
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A aplicação de penalidades contratuais, prerrogativa relacionada com o poder fiscalizatório, permite a imposição de pena diretamente pela
Administração ao contratado, logicamente dentro dos limites legais e estabelecidos no pacto. 
Dessa forma, as faltas cometidas pela empresa contratada ensejam a incidência de uma das punições elencadas nos arts. 86 e 87 da lei de licitações,
aplicada pela Administração sem necessidade de remessa do caso para a apreciação do Poder Judiciário. É natural que o contratado sempre poderá
procurar o Judiciário para defender-se de qualquer excesso do Poder Público. 
É conveniente ressaltar que a Administração deve sempre respeitar os princípios do contraditório e da ampla defesa, permitindo que o contratado se
defenda ou exponha suas razões antes da aplicação da penalidade. 
A manutenção do equilíbrio financeiro, apesar de ser considerada uma das cláusulas exorbitantes, não é uma prerrogativa da Administração, mas um
dever a ser cumprido. Ou seja, sempre que a equação obrigações x remuneração de um contrato se tornar desbalanceada em desfavor do contratado,
deve a Administração rever as cláusulas econômicas da avença para retornar às condições iniciais pactuadas. Já nos contratos entre particulares, tal
obrigação inexiste. 
Como vimos anteriormente, apesar da possibilidade de alteração unilateral do contrato pela Administração, ela não pode alterar as condições
econômico-financeiras estabelecidas no contrato. Esse é um direito inalienável do contratado, que deve sempre ser observado.
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Resumindo a lição, vimos que “Cláusulas Exorbitantes” são condições estabelecidas pela Lei nº. 8.666/93 que favorecem a
Administração frente ao contratado, tendo em vista a supremacia do interesse público sobre o particular. São elas: 
Exigência de prestação de garantia: visa assegurar a completa execução do contrato pelo particular e está prevista no art. 56, § 1º,
da Lei nº. 8.666/93. Pode ser em forma de caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, seguro-garantia e fiança bancária. 
Alteração unilateral do contrato: prerrogativa da Administração de modificar o contrato, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de
interesse público, respeitados os direitos do contratado. 
Rescisão unilateral: possibilidade da Administração, em determinadas circunstâncias, de rescindir unilateralmente um Contrato Administrativo. 
Retomada do objeto: direito da Administração, em caso de rescisão unilateral, de assegurar a continuidade da execução do contrato por meio da
assunção de seu objeto, quando a paralisação por parte do contratado representar risco ao interesse público. 
Aplicação de penalidades: prerrogativa relacionada com o poder fiscalizatório, que permite a imposição de pena diretamente pela Administração ao
contratado, dentro dos limites legais e estabelecidos no pacto. 
Manutenção do equilíbrio financeiro: poder-dever da Administração de manter a equação obrigações x remuneração originalmente pactuada em um
Contrato Administrativo. 
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Exercícios de Fixação - Módulo I
Parabéns! Você chegou ao final do Módulo I de estudo do curso Direito Administrativo para Gerentes no Setor Pubico.
Como parte do processo de aprendizagem, sugerimos que você faça uma releitura do mesmo e resolva os Exercícios de Fixação. O resultado
não influenciará na sua nota final, mas servirá como oportunidade de avaliar o seu domínio do conteúdo. Lembramos ainda que a plataforma
de ensino faz a correção imediata das suas respostas!
Para ter acesso aos Exercícios de Fixação,clique aqui.
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19/04/2021 Comentários à Lei 8.666/93
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Comentários à Lei 8.666/93
Site: Instituto Legislativo Brasileiro - ILB
Curso: Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público - Turma 1
Livro: Comentários à Lei 8.666/93
Impresso por: Gabriela Lopes de Mello
Data: segunda, 19 abr 2021, 13:17
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19/04/2021 Comentários à Lei 8.666/93
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Descrição
Módulo II - Comentários à Lei 8.666/93
19/04/2021 Comentários à Lei 8.666/93
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Sumário
Módulo II - Comentários à Lei 8.666/93
Unidade 1 - Disposições Preliminares
pág. 2
pág. 3
pág. 4
pág. 5
pág. 6
pág. 7
pág. 8
Unidade 2 - Da Formalização dos Contratos e da Alteração dos Contratos
pág. 2
pág. 3
pág. 4
pág. 5
pág. 6
pág. 7
pág. 8
pág. 9
pág. 10
pág. 11
Unidade 3 - Da Execução dos Contratos
pág. 2
pág. 3
pág. 4
pág. 5
pág. 6
pág. 7
pág. 8
pág. 9
pág. 10
Unidade 4 - Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos
pág. 2
pág. 3
pág. 4
pág. 5
pág. 6
pág. 7
Exercícios de Fixação - Módulo II
19/04/2021 Comentários à Lei 8.666/93
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Módulo II - Comentários à Lei 8.666/93
Conhecer os principais dispositivos constantes da Lei nº. 8.666/93;
reconhecer as principais disposições legais relativas à formalização dos contratos;
avaliar casos e circunstâncias em que se fazem necessárias alterações contratuais;
listar as regras a serem observadas durante a execução dos contratos e
justificar ocorrências que ensejam rescisão contratual e suas consequências.
19/04/2021 Comentários à Lei 8.666/93
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Unidade 1 - Disposições Preliminares
“Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes,
supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado. 
§ 1º Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições para sua execução, expressas em cláusulas que definam os direitos,
obrigações e responsabilidades das partes, em conformidade com os termos da licitação e da proposta a que se vinculam. 
§ 2º Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexigibilidade de licitação devem atender aos termos do ato que os autorizou e da respectiva
proposta.” 
O caput do art. 54 faz menção aos preceitos de Direito Público – tema já abordado no Módulo I. A novidade aqui é que, além das regras já estudadas,
aplicam-se também aos Contratos Administrativos as regras de Direito Privado (Direito Civil ou, em alguns casos, Direito Comercial) – claro, desde que
não haja conflito com as normas de Direito Público, pois essas são prioritárias. 
Devemos ter em mente que o gestor, sempre que possível, deve participar de todas as etapas da contratação que ficará sob
sua responsabilidade: descrição detalhada do objeto, elaboração do Projeto Básico ou Termo de Referência (no caso de
pregão), pesquisa de preço, procedimento licitatório, contratação e, finalmente, a gestão propriamente dita da contratação. 
Atuando dessa maneira, o gestor terá a possibilidade de auxiliar na instrução da licitação, permitindo o estabelecimento de
cláusulas contratuais claras e precisas, que definam corretamente os direitos, obrigações e responsabilidades do contratado
e da Administração, facilitando assim a gestão do contrato. 
19/04/2021 Comentários à Lei 8.666/93
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pág. 2
O art. 54 também obriga a Administração a estar sempre vinculada ao respectivo processo administrativo que deu origem à contratação, não sendo
permitida a alteração, no decorrer da execução, das condições que ensejaram a contratação. 
“Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam: 
I - o objeto e seus elementos característicos; 
II - o regime de execução ou a forma de fornecimento; 
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária
entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento; 
IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de observação e de recebimento definitivo, conforme o caso; 
V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional programática e da categoria econômica; 
VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas; 
VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores das multas; 
VIII - os casos de rescisão; 
IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão administrativa prevista no art. 77 desta Lei; 
X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for o caso; 
XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor; 
XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos omissos; 
XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as
condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação. 
§ 1º (Vetado) 
§ 2º Nos contratos celebrados pela Administração Pública com pessoas físicas ou jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no estrangeiro, deverá
constar necessariamente cláusula que declare competente o foro da sede da Administração para dirimir qualquer questão contratual, salvo o disposto
no § 6º do art. 32 desta Lei. 
§ 3º No ato da liquidação da despesa, os serviços de contabilidade comunicarão, aos órgãos incumbidos da arrecadação e fiscalização de tributos da
União, Estado ou Município, as características e os valores pagos, segundo o disposto no art. 63 da Lei nº. 4.320, de 17 de março de 1964.”
19/04/2021 Comentários à Lei 8.666/93
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pág. 3
Para que uma contratação possa ser realizada com sucesso, deve ser instruída pelo órgão técnico competente ou pela unidade solicitante, conforme o
caso, com a elaboração de Projeto Básico ou Termo de Referência, contendo, no que couber, as seguintes informações: 
a) objeto perfeitamente descrito, com características e quantidades; 
b) justificativa da necessidade da contratação; 
c) descrição circunstanciada da situação atual e previsão da situação futura; 
d) forma e local de execução dos serviços ou recebimento dos bens; 
e) prazo para início dos serviços ou de entrega dos bens; 
f) condições de recebimento do serviço ou dos bens; 
g) formalização e prazo de vigência do contrato; 
h) prazo de garantia; 
i) previsão dos materiais, instalações ou equipamentos necessários; 
j) indicação de pessoal técnico adequado; 
k) capacidade técnica necessária; 
l) planilha de composição de custos; 
m) vistoria técnica e regras pertinentes; 
n) obrigações da contratada e do contratante; 
o) condições de pagamento; 
p) acompanhamento e fiscalização do contrato; 
q) estimativa de custo; 
r) previsão orçamentária; 
s) possibilidade de subcontratação, se for o caso; 
t) possibilidade de participação de consórcio, se for o caso; e 
t) marcas e modelos de referência, quando aplicável, visando facilitar a pesquisa de preço. 
No caso de Compras a definição das quantidades a serem adquiridas deve ser estabelecida em função do consumo e da utilização prováveis, estimados
em conformidade com técnicas adequadas. 
Um Projeto Básico ou Termo de Referência bem feito se revelará de grande utilidade na elaboração da minuta de contrato que fará parte do edital da
licitação. Essa minuta deverá conter,no mínimo, as cláusulas estabelecidas pelo art. 55.
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pág. 4
Vale ressaltar que é fundamental ao gestor conhecer bem o objeto contratado e suas características principais; a forma de execução, condições e
prazos estabelecidos em contrato; garantias, direitos e responsabilidades das partes; etc. Nesse sentido, também recomendamos ao gestor o estudo
atento do Projeto Básico ou Termo de Referência, caso não tenha participado de sua elaboração.
Especificamente no que se refere aos incisos VII e VIII do art. 55, devemos ter em mente que o
gestor deve registrar de forma clara e objetiva os fatos que possam ensejar a imposição de
penalidades ou rescisão do contrato, comunicando-os prontamente ao setor responsável pela
aplicação das sanções.
É importante que todas as possíveis penalidades constem explicitamente do contrato firmado com o particular, pois, caso contrário, a Administração
não poderá aplicar sanções à contratada. Vejamos o que diz o prof. Marçal Justen Filho: “a Lei faculta a aplicação de multa ao contratado inadimplente.
Porém, se o ato convocatório e o contrato forem omissos, a multa será inaplicável pela impossibilidade de apuração da quantia da penalidade. Não se
admite a remessa à discricionariedade da Administração para aplicar multa.” 
“Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de
garantia nas contratações de obras, serviços e compras. 
§ 1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de garantia: 
I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes ter sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema
centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e avaliados pelos seus valores econômicos, conforme definido pelo
Ministério da Fazenda; 
II - seguro-garantia; 
III - fiança bancária. 
§ 2º A garantia a que se refere o caput deste artigo não excederá a cinco por cento do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas
condições daquele, ressalvado o previsto no parágrafo 3º deste artigo. 
§ 3º Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo alta complexidade técnica e riscos financeiros consideráveis, demonstrados
através de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade competente, o limite de garantia previsto no parágrafo anterior poderá ser elevado para até
dez por cento do valor do contrato. 
§ 4º A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após a execução do contrato e, quando em dinheiro, atualizada monetariamente. 
§ 5º Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pela Administração, dos quais o contratado ficará depositário, ao valor da garantia
deverá ser acrescido o valor desses bens.” 
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pág. 5
A garantia contratual visa assegurar à Administração o cumprimento da obrigação assumida pelo contratado, devendo estar prevista no instrumento
convocatório. 
O próprio art. 55, inciso VI, determina que é cláusula necessária em todo contrato a que estabeleça as garantias oferecidas para assegurar sua plena
execução, quando exigidas.
Atenção
Sempre que a Administração entender que não existem riscos que justifiquem a
exigência de garantia, poderá deixar de exigi-la - as contratações de pequeno
valor e entrega imediata são exemplos da ausência de necessidade de garantia.
 
A garantia, toda vez que exigida, deverá constar do edital da licitação, podendo ser apresentada sob forma de caução, seguro-garantia ou fiança
bancária – a modalidade a ser fornecida é uma escolha do contratado. Como algumas garantias têm prazo de validade fixo, deve o gestor ficar atento
para, sempre que necessário, solicitar sua renovação. 
“Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos: 
I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver
interesse da Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório; 
II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com
vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses. 
III - (Vetado). 
IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito)
meses após o início da vigência do contrato. 
§ 1.º Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e
assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos, devidamente autuados em processo: 
I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração; 
II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições de execução do
contrato; 
III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho por ordem e no interesse da Administração; 
IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites permitidos por esta Lei; 
V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro reconhecido pela Administração em documento contemporâneo à sua ocorrência; 
VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente,
impedimento ou retardamento na execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis. 
§ 2.º Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e previamente autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato. 
§ 3.º É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado. 
§ 4.º Em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante autorização da autoridade superior, o prazo de que trata o inciso II do caput deste
artigo poderá ser prorrogado por até doze meses.” 
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pág. 6
O art. 57 trata dos prazos de duração dos contratos e dispõe sobre a possibilidade de prorrogação de sua execução. De início destacamos a faculdade
da Administração de prorrogar por iguais e sucessivos períodos a prestação de serviços a serem executados de forma contínua, até o limite de sessenta
meses. Ex.: Contratos de limpeza, conservação, cópias reprográficas etc. 
Atenção
Em caráter excepcional e devidamente justificado, o prazo de sessenta meses
poderá ainda ser prorrogado por mais doze meses, desde que devidamente
autorizado por autoridade superior. Um exemplo de caso que justificaria tal
prorrogação seria o atraso de uma licitação devido à interposição de mandados
de segurança por parte dos licitantes.
 
As prorrogações contratuais deverão ser sempre realizadas visando à obtenção comprovada de preços e condições mais vantajosas para a
Administração. Lembramos que o gestor deve sempre ficar atento à duração do contrato sob sua responsabilidade, e avisar com antecedência à
Administração o término de sua validade, bem como o interesse ou não em sua prorrogação. 
Já o aluguel de equipamentos e a utilização de programas de informática têm sua duração máxima – já consideradas todas as prorrogações – limitada
a 48 (quarenta e oito) meses. 
“Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de: 
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contratado; 
II - rescindi-los,unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta Lei; 
III - fiscalizar-lhes a execução; 
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste; 
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da
necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do Contrato Administrativo. 
§ 1.º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado. 
§ 2.º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio
contratual.” 
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Aqui estão dispostas algumas das prerrogativas da Administração que conhecemos como “Cláusulas Exorbitantes”, já vistas na Unidade I. 
Vale atentar para o disposto no § 2º: sempre que a Administração modificar um contrato unilateralmente para melhor adequação às finalidades de
interesse público, deve verificar se dessa ação derivou algum desequilíbrio contratual (imposição de encargos excessivos ao contratado), e nessa
hipótese, proceder à revisão das cláusulas econômico-financeiras.
Advertimos que a faculdade de alteração unilateral de um Contrato Administrativo pela
Administração refere-se apenas às chamadas “cláusulas de serviço” (ou “regulamentares”),
que dizem respeito ao objeto e sua execução. Tal faculdade não alcança as chamadas
“cláusulas econômico-financeiras”, que dizem respeito à remuneração do contratado.
 
Mais uma vez ressaltamos a importância de o gestor registrar todas as ocorrências relativas ao contrato, principalmente as que ensejarem punições à
contratada, pois qualquer imposição de sanção deve sempre ser justificada pela Administração. 
“Art. 59. A declaração de nulidade do Contrato Administrativo opera retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria
produzir, além de desconstituir os já produzidos. 
Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for
declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu
causa.” 
O art. 59 estabelece que uma vez declarada a nulidade de um Contrato Administrativo, é com se ele nunca houvesse existido, desconstituindo todos os
efeitos já produzidos e não permitindo que outros sejam gerados. 
Porém, mais uma vez, a Lei determina à Administração indenizar o particular pelos trabalhos realizados ou bens fornecidos até o momento da
declaração de nulidade – desde que o contratado não tenha sido o causador da declaração de nulidade e tenha agido de boa-fé. 
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Finalizando a lição, vimos que se aplicam aos Contratos Administrativos as regras de Direito Privado (Direito Civil ou, em alguns
casos, Direito Comercial) – desde que não haja conflito com as normas de Direito Público, pois essas são prioritárias. 
Sempre que possível, o gestor deve participar de todas as etapas do procedimento do qual resultará a contratação. 
A Administração deve estar sempre vinculada ao respectivo processo administrativo que deu origem à contratação, não sendo permitida a alteração
das condições que ensejaram a contratação no decorrer de sua execução. 
Para que uma contratação possa ser realizada com sucesso, deve ser instruída pelo órgão técnico competente ou pela unidade solicitante, conforme o
caso, com a elaboração de Projeto Básico ou Termo de Referência contendo o maior número possível de informações que descrevam detalhadamente a
contratação solicitada. 
É importante que todas as possíveis penalidades constem explicitamente do contrato firmado com o particular, pois caso contrário a Administração não
poderá aplicá-las à contratada. 
A garantia contratual de que trata o art. 56 da Lei nº. 8.666/93, toda vez que exigida, deverá constar do edital da licitação, podendo ser apresentada
sob forma de caução, seguro-garantia ou fiança bancária – a modalidade a ser fornecida é uma escolha do contratado. Como algumas garantias têm
prazo de validade fixo, deve o gestor ficar atento para, sempre que necessário, solicitar sua renovação. 
É faculdade da Administração a prorrogação dos contratos de prestação de serviços a serem executados de forma contínua, até o limite de sessenta
meses. Em caráter excepcional e devidamente justificado, esse prazo poderá ainda ser prorrogado por mais doze meses, desde que devidamente
autorizado por autoridade superior. 
Os contratos de aluguel de equipamentos e utilização de programas de informática têm sua duração máxima – já consideradas todas as prorrogações –
limitada a quarenta e oito meses. 
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Unidade 2 - Da Formalização dos Contratos e da Alteração dos Contratos
“Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições interessadas, as quais
manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os
relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório
de notas, de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.
Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de
pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5%
(cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em
regime de adiantamento.”
A regra geral para os Contratos Administrativos é a forma escrita, devendo os instrumentos contratuais, devidamente assinados, serem mantidos nas
respectivas repartições públicas, bem como seus posteriores aditamentos. Via de regra, essa não é uma atribuição do gestor, que deverá manter sob
sua guarda apenas cópia do contrato para posteriores consultas, mas não o original. 
A regra pode ser estendida por analogia a todos os fatos relativos à gestão dos Contratos Administrativos. Deve o gestor registrar por escrito todas as
ocorrências relativas à gestão, inclusive correspondências trocadas com o contratante. Deve-se evitar ao máximo comunicações verbais com o
particular, a regra é TUDO POR ESCRITO. 
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Atenção
Quanto à obrigatoriedade de formalização dos contratos, a Lei nº. 8.666/93 abre
exceção apenas para as pequenas compras de pronto pagamento, desde que em
valor não superior a R$ 8.800,00. Exemplo típico dessa situação são os gastos
efetuados por suprimento de fundos.
“Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número
do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais. 
Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua
eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela
data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei.” 
O caput art. 61 trata das informações básicas que devem constar de um Contrato Administrativo, enquanto o parágrafo único cuida da obrigatoriedade
de atendimento de um dos princípios basilares da Administração Pública: A Publicidade.
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Nesse diapasão, a lei determina que a Administração deve enviar o extrato para a imprensa oficial até o quinto dia do mês seguinte ao da assinatura do
contrato. A partir daí, a imprensa oficial dispõe de 20 dias para publicar o extrato do contrato. 
“Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos
preços estejam compreendidos nos limites destas duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo
por outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço. 
§ 1.º A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato convocatório da licitação. 
§ 2.º Em "carta contrato", "nota de empenho de despesa", "autorização de compra", "ordem de execução de serviço" ou outros instrumentos hábeis
aplica-se, no que couber, o disposto no art. 55 desta Lei. 
§ 3.º Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas gerais, no que couber: 
I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder Público seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido,
predominantemente, por norma de direito privado; 
II - aos contratos em que a Administração for parte como usuária de serviço público. 
§ 4.º É dispensável o "termo de contrato" e facultada a substituição prevista neste artigo, a critério da Administração e independentemente de seu
valor, nos casos de compra com entrega imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência
técnica.”
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A tabela abaixo apresenta os limites definidores da modalidade de licitação a ser praticada pela Administração, nos termos do art. 23 da Lei nº.
8.666/93:
Modalidade Obras e Serviços de Eng.ª Compras e Serviços
Convite Até R$ 330.000,00 Até R$ 176.000,00
Tomada de Preços Até R$ 3.300.000,00 Até R$ 1.430.000,00
Concorrência Acima de R$ 3.300.000,00 Acima de R$ 1.430.000,00
Valores alterados de acordo com o Decreto Nº 9.412, de 18 de junho de 2018.
Buscando o informalismo e a agilidade, o legislador facultou à Administração substituir em alguns casos o contrato por outros instrumentos hábeis, tais
como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço. 
Todas essas modalidades substitutas, no entanto, devem, no que couber, possuir cláusulas ou itens que indiquem as obrigações e os direitos das
partes. 
A possibilidade de substituição do instrumento contratual fica restrita às contratações realizadas por meio de Convite, ou ainda de Dispensas e
Inexigibilidades até os valores de R$ 330 mil para Obras e Serviços de Engenharia, e R$ 176 mil para Compras e Demais Serviços.
Devemos nos lembrar, entretanto, da obrigatoriedade de publicação em extrato desses documentos substitutivos no Diário Oficial, nos termos do art.
61 da Lei nº. 8.666/93. 
Para o gestor, que infelizmente na maior parte das vezes recebe a contratação já concluída, vale o dispositivo para alertá-lo sobre possíveis equívocos
que possam ter ocorrido na fase pré-contratual, e que, uma vez conhecidos, deverão ser informados à Administração.
“Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento dos termos do contrato e do respectivo
processo licitatório e, a qualquer interessado, a obtenção de cópia autenticada, mediante o
pagamento dos emolumentos devidos.”
 
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Mais uma vez aqui vemos a preocupação do legislador com a Publicidade dos atos e fatos públicos. Porém, deve o gestor tomar algumas precauções
com relação ao fornecimento indiscriminado de cópias dos autos. Vejamos o caso do Senado, cuja questão é regulamentada pelo Ato da Comissão
Diretora nº. 16/2005. 
Nos termos desse normativo, para o atendimento do disposto no art. 63, deve o interessado formalizar requerimento acompanhado de cópia
autenticada da carteira de identidade, comprovante de residência, motivação detalhada do pedido, termo de responsabilidade devidamente assinado e
autenticado, além de, sendo o interessado pessoa jurídica, procuração se o requerente atuar como representante legal, e cópia do contrato social da
empresa, ambos obrigatoriamente reconhecidos em cartório. 
Assim, deve o gestor se inteirar das normas de seu órgão que regulamentem o fornecimento de cópias de autos a
particulares. Caso tais normas não existam, é de bom tom colher autorização de seu superior hierárquico para o
atendimento do pleito. 
Por fim, “pagamento dos emolumentos devidos“ refere-se aos custos de reprografia das cópias. 
“Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessado para assinar o termo de contrato, aceitar ou retirar o
instrumento equivalente, dentro do prazo e condições estabelecidos, sob pena de decair o direito à contratação, sem
prejuízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei. 
§ 1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual período, quando solicitado pela parte durante o seu transcurso e desde que
ocorra motivo justificado aceito pela Administração. 
§ 2º É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e
condições estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições
propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade com o ato convocatório, ou revogar a licitação
independentemente da cominação prevista no art. 81 desta Lei.
§ 3º Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das propostas, sem convocação para a contratação, ficam os licitantes liberados dos
compromissos assumidos.” 
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O artigo 64 descreve a etapa final do procedimento licitatório, qual seja, convocar o licitante vencedor para a assinatura do contrato, nos prazos
estabelecidos. 
Caso o licitante vencedor assine a avença, inicia-se a etapa da gestão e fiscalização do contrato. Somos nós, gestores, assumindo as rédeas do
processo com zelo e profissionalismo. 
Se o contrato não for assinado, poderá a Administração convocar os licitantes remanescentes para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições
propostas pelo primeiro classificado. Os convocados poderão aceitar ou rejeitar a contratação. 
 
A seguir transcrevemos o art. 81 da Lei nº. 8.666/93, que trata de eventuais sanções pela recusa do licitante vencedor em assinar o contrato: 
“Art. 81. A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo estabelecido pela
Administração, caracteriza o descumprimento total da obrigação assumida, sujeitando-o às penalidades legalmente estabelecidas. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos licitantes convocados nos termos do art. 64, § 2o desta Lei, que não aceitarem a
contratação, nas mesmas condições propostas pelo primeiro adjudicatário, inclusive quanto ao prazo e preço.“
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“Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes casos: 
I - unilateralmente pela Administração: 
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; 
b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos
por esta Lei; 
II - por acordo das partes: 
a) quando conveniente a substituiçãoda garantia de execução;
b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica da
inaplicabilidade dos termos contratuais originários; 
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada
a antecipação do pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou
execução de obra ou serviço; 
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa
remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de
sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda,
em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual. 
§ 1º O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou
compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até
o limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus acréscimos. 
§ 2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabelecidos no parágrafo anterior, salvo: 
I - (VETADO) 
II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes. 
§ 3º Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários para obras ou serviços, esses serão fixados mediante acordo entre as partes,
respeitados os limites estabelecidos no § 1º deste artigo. 
§ 4º No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado já houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes deverão
ser pagos pela Administração pelos custos de aquisição regularmente comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber indenização por
outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desde que regularmente comprovados. 
§ 5º Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos, bem como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a
data da apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos preços contratados, implicarão a revisão destes para mais ou para menos,
conforme o caso. 
§ 6º Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos do contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento, o
equilíbrio econômico-financeiro inicial. 
§ 7º (VETADO) 
§ 8º A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços previsto no próprio contrato, as atualizações, compensações ou penalizações
financeiras decorrentes das condições de pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações orçamentárias suplementares até o limite do
seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por simples apostila, dispensando a celebração de aditamento.”
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O presente artigo traz uma das “Cláusulas Exorbitantes” que estudamos na Unidade I de nosso curso: a Alteração Unilateral do Contrato.
Lembremos:
A alteração unilateral do contrato é prerrogativa prevista no art. 58, inciso I, da Lei nº.
8.666/93, que permite à Administração modificar o contrato, unilateralmente, para melhor
adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contratado.
 
Além da prerrogativa de alterações unilaterais, o artigo também apresenta possibilidades de alterações por acordo entre as partes. Lembremos que
qualquer alteração, seja unilateral ou acordada, deve sempre estar justificada nos autos. Vamos a elas: 
Unilateralmente: 
· quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica do projeto a uma nova realidade; 
· quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos
por esta Lei. 
Em ambos os casos, há que se observar os limites fixados pelo parágrafo primeiro, que estabelece: “O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas
condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial
atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus
acréscimos.” 
Portanto, o gestor deve sempre ter em mente esses limites, de forma que as alterações que se fizerem necessárias não ultrapassem os 25% do valor
do contrato, para mais ou para menos. 
O ideal é que o Projeto Básico ou Termo de Referência que originou a contratação seja feito com técnica e rigor, de forma a dimensionar
adequadamente os quantitativos, evitando assim aditamentos ao longo da execução. 
Por fim, a Administração deve considerar que um aumento quantitativo dá ao contratado o direito de obter a prorrogação do prazo contratual, de modo
a viabilizar a execução da obra, o fornecimento dos bens ou a execução dos serviços.
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Por Acordo Entre as Partes: 
· quando conveniente a substituição da garantia de execução. Por exemplo, se a instituição financeira que emitiu a garantia em favor da contatada
sofrer uma intervenção por parte do Banco Central. Nesse caso, deve o gestor solicitar que a contratada substitua a garantia por outra à escolha do
particular. 
· quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica da
inaplicabilidade dos termos contratuais originários. Nos termos do art. 10 da Lei nº. 8.666/93, as obras e serviços poderão ser executados nas
seguintes formas: 
I - execução direta (quando é realizada pela própria Administração); 
II - execução indireta (quando a Administração contrata um terceiro), nos seguintes regimes: 
· empreitada por preço global (quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo e total); 
· empreitada por preço unitário (quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo de unidades determinadas); 
· tarefa (quando se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento de materiais); 
· empreitada integral (quando se contrata um empreendimento em sua integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações
necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a sua entrega ao contratante em condições de entrada em operação, atendidos os
requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições de segurança estrutural e operacional e com as características adequadas às finalidades
para que foi contratada). 
Aqui o gestor terá um papel preponderante, pois é de sua responsabilidade avaliar os critérios técnicos que atestem a inadequação da forma original de
execução contratual, comprovando, ainda, que a solução anteriormente contratada se mostra antieconômica, ineficaz e inviável. Enfim, deve
demonstrar objetivamente que a solução original não atende aos interesses da Administração. 
· quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado.
Devemos observar que a Lei veda a antecipação do pagamento sem a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra
ou serviço. 
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A lei procura prever uma ocorrência relativamente comum em obras ou serviços de grande valor, permitindo

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