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4 Locke e Rousseau

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Política e Estado em
Locke e Rousseau
Ciência Política e do Estado
Prof. Marcos Rolim
marcos@rolim.com.br
WhatsApp - 99917.9642
John Locke (1632- 1704)
Filósofo iluminista inglês, empirista, contratualista e jusnaturalista, defensor da “tábula rasa” (contrário à teoria das ideias inatas de Platão). 
Um dos fundadores do liberalismo político, defensor da ideia de que os governos devem ser consentidos pelos governados, da autoridade constituída e do respeito ao direito natural do ser humano - vida, liberdade, igualdade e propriedade. Influenciou as revoluções inglesa, americana e francesa.
 
Segundo tratado sobre o governo civil (1682)
Essa obra ofereceu sustentação ao Parlamentarismo na Inglaterra (estabelecido pela “Revolução Gloriosa” de 1688/9). Locke só admitiu tê-la escrito em seu testamento. O livro foi queimado em Oxford. Locke foi um pensador antiabsolutista.
Para Locke, o estado de natureza foi um estado de paz e harmonia. Para ele, o direito natural por excelência era o direito de propriedade. O ser humano não é, naturalmente, nem bom, nem mau. Todo ser humano tem direitos inalienáveis (naturais): vida, liberdade e propriedade.
A transição para o estado civil, para Locke, se dá não pela renúncia de direitos, mas pelo consentimento. Os governantes, no estado civil, agem por delegação. Governantes que não observam os direitos naturais ou extrapolam os marcos da delegação, devem ser depostos.
Após o contrato, dois poderes devem assumir responsabilidades diferentes: Executivo e Legislativo, cabendo a esse, controlar aquele. Poder Legislativo é expressão da vontade do povo (no caso, dos eleitores homens e proprietários). 
3
Segundo tratado sobre o governo civil (1682)
Segundo Locke, todos são iguais, e a cada um deverá ser permitido agir livremente desde que não prejudique nenhum outro. Com este fundamento, deu continuidade à justificação clássica da propriedade privada, ao declarar que o mundo natural é a propriedade comum de todos, mas que qualquer indivíduo pode apropriar-se de uma parte dele, ao acrescentar seu trabalho aos recursos naturais. 
Este tratado também introduziu a chamada "cláusula lockeana ", que resume a teoria da propriedade-trabalho de John Locke: os indivíduos têm direito de se apropriar da terra em que trabalham, desde que isso não cause prejuízo aos demais. O direito de se apropriar privadamente de parte da terra comum a todos seria, pois, limitado pela consideração de que ainda houvesse bastante [terra] igualmente boa e mais para que aqueles ainda não providos pudessem usar. 
Em outras palavras, para Locke o indivíduo não poderia simplesmente apropriar-se dos recursos naturais mas também teria que considerar o bem comum.
Tolerância
Como filósofo político, Locke é um dos precursores da democracia liberal e dos direitos humanos, graças à importância que atribui à liberdade e à tolerância.
Locke foi defensor da liberdade religiosa (“Carta sobre a Tolerância”). Todos podem professar a religião que desejarem, desde que não façam mal aos demais (o mesmo raciocínio, entretanto, não se aplicaria ao ateísmo).
Em seguida da insurgência teológica de Lutero, em 1517, (Reforma Protestante) a Europa se viu envolvida em uma sucessão de guerras religiosas. Onde os protestantes se afirmavam, baniam os católicos e vice versa. Assim como, por todos os lados, implantou-se férrea censura e perseguição aos livre pensadores.
A solução do problema para Locke exigia a necessária separação dos assuntos do Estado daqueles da Igreja. Foram basicamente suas ideias que conduziram o Parlamento de Londres a aprovar o Ato da Tolerância, de 1689, autorizando a liberdade de culto aos não-conformistas, mesmo que com uma série de reparos.
 
Liberalismo
O conceito de liberalismo surgiu no século XIX, Locke viveu no século XVII. Há várias vertentes do liberalismo (clássico, conservador, social, etc..).
Nenhum governo legítimo pode ter origem na familia (anscestralidade), nem na violência. Os governos se originam no direito natural (vida, liberdade, igualdade e propriedade privada). O indivíduo antecede o Estado. No começo, ninguém é proprietário (comunismo primitivo). Quando os seres humanos começam a trabalhar a terra, criam naturalmente a propriedade.
O Estado é criado por necessidade e conveniência. No estado de natureza, somos juízes de nós mesmos, o que nos conduz à vingança, não à justiça. Cabe ao Estado garantir a efetividade dos direitos naturais. Se o Estado não protege esses direitos, temos o direito à rebelião, inclusive armada. A melhor maneira de preservar a liberdade é respeitar a liberdade dos demais.
“ Não merece o nome de confinamento uma cerca que só nos protege de pântanos e precipícios”; “a função da lei não é abolir ou restringir, mas preservar e ampliar a liberdade” ( Locke, 2º Tratado sobre o Governo, seção 57).
Jean-Jacques Rousseau (1712 -1778)
Filósofo iluminista genebrino (Suíça), contratualista e jusnaturalista. 
Obras mais importantes: 
1. “Do Contrato Social”, 
2. “Emílio, da Educação” e 
3. “Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens”.
“Uma sociedade só é democrática quando ninguém for tão rico que possa comprar alguém e ninguém seja tão pobre que tenha de se vender a alguém” (Rousseau). 
Estado de natureza
Rousseau abre o Contrato Social com uma crítica a Hobbes. Para ele, a descrição que Hobbes faz dos seres humanos caberia mais a bovinos. Para alterar a solução política de Hobbes, Rousseau precisa pensar sobre a natureza humana de outra forma: o ser humano não é mau por natureza, na verdade, ele é o “bom selvagem”. Para ele, o estado de natureza não é uma hipótese teórica, mas uma realidade equivalente àquela vivida pelos povos indígenas das Américas e a desigualdade social inicia com a propriedade privada. 
“A maioria de nossos males é obra nossa e (…) os teríamos evitado quase todos conservando a maneira de viver simples, uniforme e solitária que nos era prescrita pela natureza” (Rousseau)
A natureza humana seria um equilíbrio entre o que se quer e o que se tem. O homem natural é um ser de sensações, que deseja só aquilo que o rodeia, porque ele não pensa e, portanto, é desprovido da imaginação necessária para desenvolver um desejo que ele não percebe. Estas são as únicas coisas que ele poderia "representar". Então, os desejos do homem no estado de natureza são os desejos de seu corpo. 
"Seus desejos não passam de suas necessidades físicas, os únicos bens que ele conhece no universo são a alimentação, uma fêmea e o repouso". (Rousseau)
 Para o Contrato social
A teoria de Rousseau pressupõe 3 momentos: a) estado de natureza, b) estado de sociedade e c) contrato social 
No estado de sociedade não somos livres; somos dominados. Vivemos a “alienação da liberdade” (exemplo do desempregado). 
Para se chegar no Contrato Social seria preciso:
1. Superar a alienação da liberdade
2. Implantar a democracia direta
3. Assegurar a vontade geral
4. Contar com o Legislador
Vontade geral
O povo tem seus interesses que são expressos por Rousseau com o conceito de "Vontade Geral“. Vontade geral para Rousseau não é consenso, nem vontade da maioria e muito menos a soma das vontades individuais. Vontade geral é um conceito moral, significa fazer o certo. Seria a posição mais benéfica para a sociedade. O poder soberano deveria ser o garantidor dessa vontade geral (interesse público), independentemente da realidade fática e dos interesses em jogo (Se matar é errado, não pode haver pena de morte, ainda que essa fosse a vontade de todos). 
O contrato social deve superar a alienação da liberdade. Para haver liberdade efetiva, Rousseau defende a democracia direta para que todos criem a própria lei. O interesse privado não pode estar acima dos interesses da sociedade. O povo não transfere sua soberania (ela seria inalienável, indivisível, infalível e absoluta).
Paradoxo da liberdade
“Para que o pacto social, portanto, não seja uma fórmula vã, ele encerra tacitamente esse compromisso que, apenas ele, pode darforça aos outros, a saber, que quem quer que se recuse a obedecer à vontade geral será obrigado a isso por todo o corpo; o que significa apenas que será forçado a ser livre (ce qui ne signifie autre chose sinon qu’on le forcera d’être libre); pois essa é a condição que, dando cada cidadão à pátria o garante contra toda dependência pessoal; condição que produz o engenho e o funcionamento da máquina política e que é a única capaz de tornar legítimos os compromissos civis, os quais, sem ela, seriam absurdos, tirânicos e sujeitos aos maiores abusos”.
 Rousseau (final do livro I do Contrato Social)
“Quando cada um faz o que bem quer, faz-se frequentemente o que desagrada aos outros e isso não se chama um Estado livre. A liberdade consiste menos em fazer sua vontade do que em não ser submetido à vontade de outro; ela consiste ainda em não submeter a vontade de outro à nossa. [...] Não conheço vontade verdadeiramente livre que não seja aquela à qual ninguém tem o direito de opor resistência; na liberdade comum, ninguém tem o direito de fazer aquilo que a liberdade de um outro o proíbe de fazer, e a verdadeira liberdade nunca é destrutiva em relação a si mesma. Assim, a liberdade sem a justiça é uma verdadeira contradição, pois, não importa o que se pense, tudo constrange na execução de uma vontade desordenada. Não há, pois, liberdade sem leis, nem onde alguém esteja acima das leis: pois até mesmo no estado de natureza o homem só é livre de acordo com a lei natural que comanda a todos. Um povo livre obedece, mas não serve”.
 Rousseau (8º das Cartas Escritas da Montanha)
O legislador
O povo, por si, quer sempre o bem, mas por si nem sempre o encontra. A vontade geral é sempre certa, mas o julgamento que a orienta nem sempre é esclarecido. (...) Todos necessitam, igualmente, de guias. A uns [particulares] é preciso obrigar a conformar a vontade à razão, e ao outro [público], ensinar a conhecer o quer. Então, das luzes públicas resulta a união do entendimento e da vontade do corpo social, daí o perfeito concurso das partes e, enfim, a maior força do todo. Eis donde nasce a necessidade do Legislador (Rousseau).
O legislador para Rousseau é aquele que irá orientar os demais sobre a vontade geral. Ele não vota, não delibera, mas redige as leis interpretando a vontade geral (“aquele que redige as leis não tem e não deve ter nenhum direito legislativo“ - Rousseau) O lugar que o Legislador ocupa é o de “guia”, o termo médio que transporta as manifestações públicas da vontade geral até a sua ratificação em leis passíveis de deliberação popular.
Para se passar do estado de sociedade para o Contrato, seria preciso um ditador.
Hobbes e Locke imaginaram que as regras que regulavam a interação dos interesses privados produziriam a justiça. Rousseau é o primeiro filósofo moderno a divergir dessa suposição e a mostrar que o modelo liberal iria aprofundar a desigualdade social. Por isso, sua ideia de sociedade justa pressupõe uma ruptura onde a coletividade ganha destaque.
 
Rousseau condenou a escravidão, como algo paradoxal ao direito. Para ele, todos os homens nascem livres e iguais, sendo a sociedade quem os aprisiona. 
Este tema será recuperado pelas declarações de direitos humanos das revoluções americana e francesa, sendo que o pensamento de Rousseau teve uma enorme influência na modernidade.
A liberdade guiando o povo ( La Liberté guidant le peuple)
Eugène Delacroix - homenagem à revolução de 1830

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