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FACULDADE ESTÁCIO DO PARÁ 
CURSO DE DIREITO 
CIÊNCIA POLÍTICA E TEORIA DO ESTADO 
 
 
 
 ESTUDO DE CASO 
 
 
Terezinha de Jesus Cabral Martins 
 
 
 
Trabalho da disciplina Ciência Política 
 Profª Karen Gabriely Sousa Santos 
 
 
 
 Belém-PA 
2021 
Com mais de 26 milhões de pessoas, os curdos formam a maior nação do mundo sem Estado. 
Essa nação está distribuída nos territórios da Armênia, Azerbaijão, Irã, Iraque, Síria e 
Turquia. Nesse sentido, esse grupo étnico reivindica a criação de um país próprio, denominado 
Curdistão. Sabemos que a identificação da presença dos elementos essenciais do Estado como 
fundamentais para a existência efetiva de um estado, se reconstrói por meio de um processo 
consequente de modernização social, com a finalidade de examinar suas soluções. 
 
Pergunta-se: Podemos afirmar que os curdos formam um Estado, mesmo sem 
exercer soberania sobre um território? 
 
Os Curdos formam um grupo étnico do Oriente Médio que é de certa forma indefinido, 
denominado como a maior etnia sem pátria, vivem em seis diferentes países e reivindicam a área 
ocupada para a criação do Estado do Curdistão, a chamada Questão curda. Diante disso, tem-se que 
eles não formam um Estado, haja vista que não dispõe dos elementos constitutivos que caracterizam 
e reconhecem a formação do Estado, a exemplo da sua falta de soberania sobre um Território e 
autonomia política. 
O Estado basicamente trata-se de uma entidade abstrata política originada pelo desejo de 
unificação e desenvolvimento do homem, com o propósito de regulamentar e preservar o interesse 
público, o bem comum, coisa que não detinha a sociedade natural. Para sua caracterização se faz 
necessário a presença do povo, território e soberania. 
A questão curda envolve-se nessa luta em busca da consolidação de seu Estado, isso porque 
não detêm dos elementos que formam um Estado. Esse grupo é constituído por cerca de 25 milhões 
de pessoas e há uma disposição social fundamentada no sistema de clãs. Esse grupo não possui um 
dos componentes essenciais na formação do Estado que é um território, ao passo que não existe 
Estado sem território. 
Outrossim, os curdos não desfrutam de independência política e territorial, nem organização 
política especifica e aspiram esse intento arduamente, porém a busca por essa autonomia vem sendo 
atacada violentamente. Não portam, além disso, de uma característica intrínseca do Estado que é a 
soberania, qualidade que coloca o Estado como uma autoridade suprema, revestido de aptidão jurídica 
e territorial de independência, firmando competências no território estatal e prevenindo a invasão de 
outro Estado. 
Perante o exposto podemos enquadrar que os curdos formam uma nação e não um Estado, já 
que Nação se estabelece como um conjunto de pessoas conectados por estimações socioculturais 
análogos, e ainda, Estado e nação diferenciam-se, haja vista que Estado carece do componente 
característico território, ao passo que a nação não tem um parâmetro espacial demarcado. Além disso, 
no caso da nação há um sentimento envolto de pertencimento, patriotismo, de origem e interesses 
comuns; já o Estado requer de um outro elemento imprescindível que é o povo, disposto como 
entidade jurídica, considerado uma unidade regulamentada por uma ordem jurídica nacional residindo 
dentro do mesmo território do Estado, o que não é o caso dos curdos que pelejam por essa autonomia 
tanto a nível territorial como política.