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FACULDADE FUTURA MAYARA RAMUCE DOS SANTOS PORTO EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – UMA REFLEXÃO METODOLÓGICA ÁGUA CLARA-MS 2020 FACULDADE FUTURA MAYARA RAMUCE DOS SANTOS PORTO EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – UMA REFLEXÃO METODOLÓGICA ÁGUA CLARA-MS 2020 Relatório de estágio apresentado à disciplina Estágio Supervisionado, da Faculdade Futura, no Curso de Pedagogia, como pré-requisito para aprovação. EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – UMA REFLEXÃO METODOLÓGICA RESUMO A Educação de Jovens e Adultos é um marco para a democratização do ensino para pessoas que não tiveram a oportunidade, em idade certa, de ingressar ou permanecer no ensino regular. Muitos são os desafios para esses alunos, pois o sistema de ensino ainda é deficiente para atender as reais necessidades desse público. O presente trabalho pretende, através de pesquisa bibliográfica, investigar a importância das práticas pedagógicas utilizadas pelos profissionais da EJA. Além de elencar o perfil do aluno dessa modalidade de ensino; compreender as necessidades pedagógicas desta clientela e analisar a importância da metodologia de ensino utilizada pelos profissionais de ensino, como forma de reflexão e futura reorganização metodológica para o trabalho pedagógico com essa clientela. PALAVRAS-CHAVE: Educação; Jovens e Adultos; Praticas metodológicas; SUMÁRIO RESUMO ........................................................................................................... 3 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 5 2. DESENVOLVIMENTO ................................................................................. 6 2.1 Ensino da EJA ..................................................................................... 6 2.2 Perfil do estudante da Educação de Jovens e Adultos - EJA ......... 7 2.3 Os desafios metodológicos do Ensino de Jovens e Adultos .............. 8 3. CONCLUSÃO ............................................................................................ 10 4. REFERÊNCIAS ......................................................................................... 11 5 1. INTRODUÇÃO A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma oportunidade de concluir os estudos em menor tempo hábil e sendo modalidade amparada por legislação, e visa atender a clientela que não tiveram oportunidade de ingressar no ensino regular em idade normal e as instituições e órgão responsáveis de ensino deverão assegurar, de acordo com Brasil (2005, p. 19), “oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho”. A necessidade de atualização obriga que adultos, busquem novamente a escola, pois percebem que o mundo que o cerca se transformou e para acompanha-lo é preciso retomar os estudos, pois cada vez mais se exige profissionais qualificados, no mercado de trabalho e na vida em sociedade, para exercer e lutar por seus direitos. Assim, faz-se necessário uma metodologia adequada e da formação docente e suas contribuições no desenvolvimento do aluno da EJA a partir de suas vivências e conhecimentos dos alunos. A pesquisa tem por objetivo global: investigar a importância das práticas pedagógicas utilizadas pelos profissionais da EJA. E objetivos específicos de elencar o perfil do aluno dessa modalidade de ensino; compreender as necessidades pedagógicas desta clientela; além disso, analisar a importância da metodologia de ensino utilizada pelos profissionais de ensino. Neste trabalho, serão elencada direções que professores como alternativas de práticas pedagógicas em sua sala de aula como forma de fortalecer o elo entre a aprendizagem e o aluno que é sujeito principal da aprendizagem. Será utilizada pesquisa bibliográfica, pois tem como objetivo explorar de forma minuciosa terminologias relacionadas a Educação de Jovens e Adultos. Entende-se a pesquisa bibliográfica como o estudo realizado a partir de materiais já existentes (GIL, 2010). 6 2. DESENVOLVIMENTO A Educação de Jovens e adultos trata-se de um desafio para a escola do século 21, pois na condição de ser humano formado possui uma bagagem, com crenças e valores que não podem ser deixados de lado na contribuição para a construção de seu conhecimento, assim é necessário ter claramente definido, aos profissionais que atuam nessa fase de ensino, seus objetivos e metodologias para que o trabalho pedagógico seja eficaz. 2.1 Ensino da EJA A Educação de Jovens e Adultos é uma modalidade de ensino que visa atender uma demanda da sociedade que por diversas razões não puderam frequentar a escola na idade certa. Segundo legislação, no capítulo II, seção V e artigo 37 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº. 9.394/96 está determinado que: “A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou oportunidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria” (BRASIL, 1996). A partir desta formalização autoridades competentes e escola concordam sobre a necessidade de efetivar políticas que validam a modalidade de educação de jovens e adultos, diante da emergência de se garantir, de fato, o direito subjetivo da educação como benefícios de todos, assegurado na Constituição Federal do Brasil (CF) de 1988 em consonância com a LDB 9394/96, entre outras obras. Partindo do princípio dessa igualdade de direitos e na necessidade apresentada por esse aluno, que se encontra fora da idade, e busca a escola para se reintegrar e tem seus objetivos bem definidos, o de sanar ou suprir deficiências da sua vida escolar, buscando novas oportunidades, sejam elas de cunho profissional ou mesmo de melhora pessoal, leva a procura dessa modalidade de ensino, que focada em jovens e adultos a dar um olhar diferenciado, pois seus anseios se difere do ensino regular, sendo assim, preciso compreender as especificidades, conferindo novos direcionamentos ao que lhes é ensinado, partindo de uma proposta que valoriza a formação humana que considere as experiências de vida desses alunos, de forma a incentivar, 7 moderar, possibilitar experiências com dinâmicas em grupo, e estarem preparados trabalhar suas particularidades. Com características bem definidas, a EJA se difere do ensino regular por nortear seu trabalho com turmas formadas por grupos heterogêneos, a organização curricular e a metodologia adotada deve considerar sua diversidade, seja ela de classe, gênero, raça e geração, além de considerar as marcas trazidas referentes ao regionalismo, crenças e costumes, além dos portadores de necessidades especiais. Condição prevista em diretrizes da área, em Brasil (2005, p. 19) “os sistemas de ensino assegurarão (...) aos jovens e adultos (...) oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho”. Exige-se então para essa categoria de ensino, cuidados e dedicação especiais, pois seu público origina-se da diversidade social, mas que e ao mesmo tempo são detentores de grande conhecimento de vida. 2.2 Perfil do estudante da Educação de Jovens e Adultos - EJA A clientela desta modalidade de ensino e produto de uma trajetória cercada de insucessos, que influíram consideravelmente para a desistência do ensino regular na idade apropriada, assim vendo na EJA uma possibilidade de retomar,em condições adequadas para a conclusão do curso. Segundo Arroyo (2005), os sujeitos que compõem a EJA são “Jovens e adultos com rosto, com histórias, com cor, com trajetórias sócio-étnico-racial, do campo e da periferia” (p. 22). Sendo está uma categoria educacional diferenciada é preciso considerar suas características e particularidades: Como seus alunos, quase que em sua totalidade é trabalhador, precisa- se levar em consideração que esse adulto estudante motivações e condições de estudo, o que implica a estruturação de formas de atendimento diversificadas e flexíveis, capazes de acolher diferentes percursos e ritmos formativos. Conforme o Parecer CNE/CEB nº 11/2000 (BRASIL, 2000), estudantes em EJA possui um perfil caracterizado por “Adultos ou jovens adultos, via de regra mais pobres e com escolaridade defasada. Estudantes que aspiram a trabalhar, trabalhadores que precisam estudar” (p. 9). 8 A flexibilidade na organização dos tempos e espaços de ensino e aprendizagem parece ser a chave para caracterizar as propostas pedagógicas inovadoras na EJA, ao lado da criteriosa seleção de conteúdos curriculares conectados ao universo sociocultural dos estudantes, com apoio de recursos didáticos em linguagem apropriada para essa faixa etária. Segundo Freire (1979), a Alfabetização de Jovens e Adultos precisa ocorrer dentro do contexto cultural, considerando o aluno como sujeito construtor da aprendizagem, numa visão menos ideológica, sem se apoiar nas relações que o determina ou influencia. Tendo então a necessidade de profissionais qualificados, dispostos a lidar com todas as situações que esses alunos tragam para a sala de aula. 2.3 Os desafios metodológicos do Ensino de Jovens e Adultos Após se considerar todo contexto em que está envolvido a modalidade de Ensino de Jovens e Adultos, é primordial refletir sobre sua identidade pedagógica. Deve-se distancia-la de qualquer referência do passado, semelhante ao antigo Ensino Supletivo, cursos acelerados voltados à reposição dos mesmos conteúdos escolares, sem qualquer consideração a bagagem do aluno, mais próximo da educação bancária onde o estudante “[...] recebe, neste caso os educandos são os depositários e o educador o depositante. Em lugar de comunicar-se, o educador faz ‘comunicados’ e ‘depósitos’ que os educandos, meras incidências, recebem pacientemente, memorizam e repetem” (Freire, 1987 p. 58). Considerando essa educação bancária, o currículo tende a ser pouco significativo e desconectado das necessidades de aprendizagem dos jovens e adultos. Além de ser pouco atrativo, pois em grande parte trata o aluno adulto como os estudantes do ensino regular, ignorando todo o repertório de saberes das pessoas jovens e adultas, tendendo a vê-las como indivíduos aos quais faltam conhecimentos, neste caso o ensino perde a essência do ensino necessário para o aluno adulto, que para Freire (2005) deve ser coerente e significativo e favoreça sua formação global, tornando a escola num momento de preparação da vida. Para desmistificar, conceder novos contornos para a metodologia de Ensino de Jovens e Adultos, precisa considerar-se que o perfil do professor é 9 muito importante para o progresso e sucesso deste aluno, sendo importante o comprometimento com os mesmos o professor precisa ter compromisso com os mesmos. Para Arbache (2009, p. 19), a “EJA requer do educador conhecimentos específicos no que diz respeito ao conteúdo, metodologia, avaliação, atendimento, entre outros, para trabalhar com essa clientela heterogênea e tão diversificada culturalmente”. 10 3. CONCLUSÃO A pesquisa possibilitou a reflexão sobre a qualidade do ensino oferecido nas escolas públicas que ofertam ensino para jovens e adultos, onde os métodos utilizados exigem do professor ações urgentes e reflexivas sobre a prática pedagógica, atualização constante para atendimento da clientela. Assim, é preciso que os órgãos responsáveis de ensino tenha consciência da necessidade de formação contínua de seus profissionais, levando seu professor a se tornar um pesquisador, dando ferramentas para que o docente privilegie um trabalhar com atividades valorativas estruturadas em conteúdos contextualizados e significativos para os educandos, despertando o interesse em aprender. Ainda há um longo caminho a percorrer para garantir o sucesso da modalidade de Ensino de Jovens e adultos e alcançar mudanças nos modelos tradicionais de ensino para esses alunos e assim resultar na construção de saberes, onde teremos em nossa sociedade cidadãos pensantes, atuantes, críticos e ativos na sociedade que tem esta necessidade latente. Falta, ainda a percepção de que a realidade do adulto e da criança é diferente, para que compreenda a necessidade de uma metodologia diferenciada para a EJA, pois para educar jovens e adultos, é fundamental considerar as especificidades da clientela, suas limitações, inovações e exigências impostas pela vida e mercado de trabalho. 11 4. REFERÊNCIAS ARBACHE, Ana Paula Bastos. A formação do educador de pessoas jovens e adultas numa perspectiva multicultural crítica. Rio de Janeiro: Papel Virtual, 2009. ARROYO, Miguel Gonzalez. Educação de jovens – adultos: um campo de direitos e de responsabilidade pública. In: SOARES, Leôncio (Org.). Diálogos na educação de jovens e adultos. São Paulo: Autêntica, 2005. BRASIL. Lei nº. 9. 394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 23 dez. 1996. BRASIL. Parecer CNE/CEB nº 11/2000, aprovado em 10 de maio de 2000: Dispõe sobre as Diretrizes Nacionais para a educação de Jovens e Adultos. CNE/CEB, 2000. _____________. Construção coletiva: contribuições à Educação de Jovens e Adultos. Coleção Educação para Todos. UNESCO,MEC, RAAAB, 362 p. Brasília, 2005. FREIRE, Paulo. Conscientização: teoria e prática da libertação: uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. São Paulo: Cortez & Moraes, 1979. FREIRE. Pedagogia do Oprimido. 17ª Ed. São Paulo: Paz e Terra, 1987. __________, Paulo. Pedagogia da Autonomia – Saberes necessários à prática educativa. Editora Paz e Terra, 31ª edição, SP, 2005. 12 GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. – 6. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
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