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INICIAÇÃO CIENTIFICA

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Jamille Ponte – MED 3 
RESUMO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – MED 3 
MEDIDAS DE FREQUÊNCIA: PREVALÊNCIA, INCIDÊNCIA, RISCOS E TAXAS 
Probabilidade, risco e taxa 
A probabilidade é uma medida de ocorrência de um fato incerto, ou seja, o número de vezes que se espera que 
ocorra um evento no futuro. O risco à saúde é uma medida que demonstra a probabilidade de produzir um efeito ou 
dano à saúde dentro de um período de tempo estabelecido. A taxa é uma medida da velocidade de mudança de 
um estado ao outro (por exemplo, de sadio a doente) e, portanto, também expressa um risco. No entanto, diferente 
do risco, a taxa implica a experiência da exposição da população nas unidades efetivas de tempo-pessoa. 
 Probabilidade: Número de eventos que ocorrem dentro de um número de eventos possíveis. 
 Risco à saúde: probabilidade de experimentar um efeito adverso ou dano em um tempo determinado. 
 Taxa: medida da velocidade de mudança de um fenômeno dinâmico por unidade de população e de tempo 
(tempo-pessoa de exposição). 
Incidência x prevalência 
 Prevalência: é a medida do número total de casos existentes, chamados casos prevalentes, de uma doença em 
um ponto ou período de tempo e em uma população determinada, sem distinguir se são casos novos ou não. A 
prevalência é um indicador da magnitude da presença de uma doença ou outro evento de saúde na 
população. 
 Fatores que podem diminuir a prevalência: 
 Menor duração da doença; 
 Diminuição da incidência; 
 Maior letalidade; 
 Emigração de casos ou imigração de pessoas sadias; 
 Aumento da taxa de cura. 
 Incidência: é a medida do número de casos novos, chamados casos incidentes, de uma doença, originados de 
uma população em risco de sofrê-la, durante um período de tempo determinado. A incidência é um indicador da 
velocidade de ocorrência de uma doença ou outro evento de saúde na população e, consequentemente, é um 
estimador do risco absoluto de vir a padecer da mesma. 
 Avaliação transversal: é realizada em um único momento  mede uma prevalência 
 Avaliação longitudinal: é realizada pelo menos em dois momentos diferentes  mede incidência 
FUNDAMENTOS DA PESQUISA EPIDEMIOLÓGICA: BASES CONCEITUAIS E TIPOS DE ESTUDOS 
Descritivos 
Não compara, apenas descreve 
Ex1: analisar o perfil de fratura mandibular (ramo, corpo, côndilo, sínfise) dos pacientes operados na Santa Casa de 
Limeira, pelos alunos da pós-graduação do serviço de cirugia e Traumatologia da FOP/Unicamp. (causas x tipo de 
fratura) 
Ex2: qual o perfil socioeconômico cultural do paciente que procura o pronto socorro odontológico municipal da 
prefeitura de Piracicaba? (dor x nível cultural x nível econômico) 
 Relato de casos 
Apenas um ou número pequeno de pacientes. 
Um hospital ou serviço de saúde 
Ausência de grupo de comparação 
Jamille Ponte – MED 3 
Descrição inicial (às vezes fundamental) de novas doenças ou associações 
 Serie de casos 
Características gerais: Descritivo; incidência; observacional; unidade de observação - individuo 
 
Analíticos 
Pressupõem a existência de um grupo de referência, o que permite estabelecer comparações. 
Descrevem ou determinam a distribuição das doenças, condições ou eventos relacionados à saúde de acordo com o 
tempo e/ou as características dos indivíduos. 
São estudos que fornecem as primeiras “pistas” e são uteis tanto para gerar novas hipóteses quanto para o 
planejamento de ações em saúde. 
 Experimentais: o investigador intervém 
Terapêutico ou preventivo 
1) Comparabilidade de populações (alocação aleatória): receber ou não a intervenção é decidido de forma 
aleatória 
2) Comparabilidade de tratamento (placebo): os participantes não são capazes de distinguir se estão recebendo a 
intervenção ou não 
3) Comparabilidade de avaliação (cegamento): as pessoas que avaliam os pacientes não sabem se estes 
pertencem ao grupo que está recebendo a intervenção ou não 
 Ensaio clinico 
População de pacientes com a condição de interesse 
Amostra: intervenção experimental x intervenção de controle = desfecho (melhora/ não melhora) 
Características gerais: analítico; cegamento; grupo controle; risco relativo; incidência; intervencionista; unidade de 
observação – individuo 
 Ensaio de comunidade 
Intervenções a nível de comunidade (escola, bairro, cidade, pais) 
Ex: campanhas para prevenção da AIDS (preservativo, troca de seringa), fluoretação da agua para prevenção de 
cárie, inseticida no controle de vetor 
População alvo: a escolha da população alvo esta diretamente ligada ao tema central do projeto 
 Observacionais: o investigador observa, sem interferir 
 Transversal 
Não existe período de seguimento dos indivíduos, as características estudadas são apresentadas a partir do momento 
em que são medidas/verificadas, que é único. 
Características gerais: Analítico; descritivo; prevalência; odds ratio; observacional; unidade de observação - individuo 
Vantagens: 
Medem prevalência 
Doenças comuns 
Uteis para o planejamento de saúde 
Rápidos e baratos 
Desvantagens: 
Relação temporal entre exposição e doença 
 Coorte 
Jamille Ponte – MED 3 
Baseiam-se na seleção de um grupo de indivíduos SAUDÁVEIS, com características semelhantes, que é então 
subdividido em dois grupos distintos distribuídos naturalmente segundo a exposição ou não a um fator de risco 
Deve ser acompanhada por um longo período. 
Estudo prospectivo e longitudinal. 
Medida de associação: Risco Relativo 
Partem da causa para o efeito 
Características gerais: Risco relativo, observacional, incidência, analítico; unidade de observação - individuo 
Vantagens: 
Possível estudar várias doenças 
Possível estudar exposições raras 
Informação sobre exposição pouco sujeita a vieses 
Pode-se calcular incidência 
Desvantagens: 
Frequentemente demoram vários anos 
Não adequados para doenças raras 
Pode-se estudar poucas exposições 
Logisticamente difíceis 
Perda de indivíduos 
 Coorte retrospectiva (histórica) 
Participantes identificados segundo características/exposição no passado. 
 Coorte prospectiva 
Participantes identificados segundo características/exposição atual 
 Caso-controle 
Grupo caso: grupo com evento de interesse 
Grupo controle: grupo com características semelhantes, mas sem o evento de interesse. 
 É um estudo retrospectivo e longitudinal 
Medidas de associação: Odds Ratio 
É a razão entre a chance de uma doença em pessoas expostas a determinado fator de risco, comparada com a 
chance dessa doença em pessoas não expostas a esse fator. 
Características gerais: Odds ratio; prevalência; analítico; descritivo; observacional; unidade de observação - individuo 
Vantagens: 
Possível estudar vários fatores de risco 
Possível estudar doenças raras 
Em geral, não requer grande número de indivíduos 
Relativamente rápido 
Relativamente barato 
Desvantagens: 
Seleção de controles: difícil 
Jamille Ponte – MED 3 
Não adequado para exposições raras 
Calculo de incidência e prevalência: não possível 
 Ecológico 
Unidade de informação não é individuo, mas grupo (população) 
Informação sobre doença e exposição  em grupos populacionais: escolas, cidades, países, ect. 
Quase sempre: dados colhidos rotineiramente (sensos, serviços de saúde, fontes do governo) 
Ideais para exposições integrais (altitude, clima, relevo, poluição) 
Uteis para levantar hipóteses 
Características gerais: analítico; descritivo; observacional; prevalência; unidade de observação – grupo. 
INDICADORES DE SAÚDE DA POPULAÇÃO (INCIDÊNCIA, PREVALÊNCIA, MORTALIDADE, NATALIDADE E OUTROS) 
 Indicadores de saúde são medidas (proporções, taxas, razões) que procuram sintetizar o efeito de determinantes 
de natureza diversa (sociais, econômicos, ambientais, biológicos, ect), sobre o estado de saúde de uma 
determinada população. 
Tipos de frações utilizadas para descrever a frequência de doença: 
 Razão: uma
fração na qual o numerador NÃO é parte do denominador 
Ex: razão de morte fetal = morte fetais / nascidos vivos 
Por definição, as mortes fetais não estão incluídas entre os nascidos vivos. 
 Proporção: uma fração na qual o numerador É parte do denominador 
Ex: taxa de morte fetal = mortes fetais / todos os nascimentos. 
Todos os nascimentos incluindo os nascidos vivos e as mortes fetais. 
 Proporções podem ser expressas diretamente na forma de risco (por divisão direta) ou porcentagem (para cada 
100). 
 A maioria das frações em epidemiologia são proporções 
 Prevalência e incidência são normalmente chamadas de medidas de frequência de doenças, junto com o 
coeficiente de mortalidade. 
Taxas e coeficientes 
 Coeficientes: são proporções em que o numerador expressa um risco de ocorrência em relação ao denominador, 
podendo ser detectador num único momento do tempo (prevalência) ou no decorrer do tempo (incidência) 
 Taxas: são tipos especiais de proporções que dão ideia de velocidade 
Ex: taxa de mortalidade por câncer a cada ano. 
 Odds ou chance: o número (ou probabilidade) de um evento dividido pelo número (ou probabilidade) da 
ausência deste evento. 
Ex: para cada desnutrido há 4 crianças eutróficas, ou seja, o odds ¼ ou 0,25. Podemos dividir um evento, que são os 
doentes, pelo contrário de eventos, que são os não doentes. 
Alguns coeficientes 
 Coeficientes de incidência da doença: representa o risco de ocorrência (casos novos) de uma doença na 
população. Pode ser calculado por regra de três ou através da seguinte formula: 
Casos NOVOS da doença em determinada comunidade e tempo x 10n 
População da área no mesmo tempo 
 Coeficientes de prevalência da doença: representa o numero de casos presentes (novos + antigos) em uma 
determinada comunidade num período de tempo especificado. É representado por: 
Jamille Ponte – MED 3 
Casos PRESENTES da doença em determinada comunidade e tempo x 10n 
População da área no mesmo tempo 
 
 Coeficiente de letalidade: representa a proporção de óbitos entre os casos da doença, sendo um indicativo da 
gravidade da doença ou agravo na população. Isso pode ser uma característica da própria doença ou de 
fatores que aumentam ou diminuem a letalidade da doença na população (condições socioeconômicas, estado 
nutricional, acesso a medicamento, por exemplo). É dado pela relação: 
Mortes devido à doença “X” em determinada comunidade e tempo x 100 
Casos da doença “X” na mesma área e tempo 
 Coeficiente geral de mortalidade (CGM): representa o risco de óbito na comunidade. É expresso por uma razão, e 
pode ser calculado, como todos os demais coeficientes, também através de regra de três simples (se numa 
população de 70.000 habitantes tenho 420 óbitos, em 1000 habitantes terei “x”, sendo 1000 o parâmetro que 
permitirá comparar com outros locais ou outros tempos): 
Número de óbitos em determinada comunidade e ano x 1.000 
População estimada para 01 de julho do mesmo ano 
 Coeficiente de mortalidade infantil (CMI): é uma estimativa do risco que as crianças nascidas vivas tem de morrer 
antes de completar um ano de idade. É considerado um indicador sensível das condições de vida e saúde de 
uma comunidade. Pode ser calculado por regra de três ou através da seguinte razão: 
Óbitos de menores de 1 ano em determinada comunidade e ano x 1.000 
Nascidos vivos na mesma comunidade e ano 
 Coeficiente de mortalidade materna: representa o risco de óbitos por causas ligadas à gestação, ao parto ou ao 
puerpério, sendo um indicador da qualidade de assistência à gestação e ao parto numa comunidade. É dado 
pela equação: 
Óbitos devido a causas ligadas a gestação, parto e puerpério x 100.000 
Nascidos vivos na mesma comunidade e ano 
 Coeficiente de natalidade: pode ser calculado pela seguinte equação ou também por regra de três: 
Nascidos vivos em determinada área e período x 1.000 
População da mesma área, no meio período 
 Coeficiente de fecundidade: esta relacionado a população feminina em idade fértil, é dado pela formula (ou 
calculada por regra de três): 
Nascidos vivos em determinada área e período x 1.000 
Mulheres de 15 a 49 anos da mesma área, no meio do período 
Proporções mais utilizadas 
 As proporções não estimam o risco do evento em uma dada população, porem são mais fáceis de serem 
calculadas pois não necessitam de denominadores, como o número de habitantes, para o seu cálculo. 
 Além disso, são mais fáceis de se compreender, pois seus resultados são sempre em percentuais (a cada cem 
pessoas, tantas morrem por doenças do aparelho circulatório, por exemplo) 
 Mortalidade proporcional por idade: é um indicador muito útil e fácil de se calcular. Com base no total de óbitos, 
fazemos uma regra de três, calculando qual a proporção de óbitos na faixa etária de 20 a 29 anos ou de menores 
de 1 anos, por exemplo. 
 Duas proporções, em relação à mortalidade por idade, são mais frequentemente utilizadas: a mortalidade infantil 
proporcional (proporção de óbitos de menores de 1 anos em relação ao total de óbitos) e a mortalidade 
proporcional de 50 anos ou mais, também conhecida como Indicador de Swaroop e Uemura ou Razão de 
Mortalidade Proporcional (proporção de óbitos de pessoas que morreram com 50 anos ou mais de idade em 
relação ao total de óbitos). 
Número de óbitos em indivíduos com 50 aos ou mais x 100 
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Total de óbitos no período 
TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA E DEMOGRÁFICA 
Transição demográfica: 
 a composição de uma população é reflexo de sua dinâmica ao longo do tempo. Este processo, refere-se aos 
efeitos que as mudanças nos níveis de: natalidade  fecundidade  mortalidade 
 O fator decisivo para o envelhecimento da população é a queda da fecundidade, isto é, a diminuição relativa 
de contingentes populacionais nas faixas etárias mais jovens, e ampliação da população nas faixas mais idosas. 
 Fases da transição demográfica: 
1) Fase pré-industrial ou primitiva, equilíbrio populacional, onde taxas de natalidade e mortalidade, principalmente 
infantil, são elevadas. 
2) Fase intermediária, de divergência de coeficientes, taxa de natalidade alta, mortalidade decresce, crescimento 
populacional aumenta, explosão populacional. 
3) Fase intermediaria, de convergência de coeficientes, natalidade diminui em ritmo mais acelerado que a 
mortalidade, efeito mais notável é o envelhecimento da população. 
4) Fase moderna ou pós-transição, com aproximação dos coeficientes só que em níveis muito baixos. População 
estável, fecundidade em nível de reposição, esperança de vida aumenta, população envelhece em geral, 
ampliação de proporção de mulheres. 
 Tendência mundial 
 Diminuição da taxa de natalidade e fecundidade 
 Melhora indicador de mortalidade (infantil e global) 
 Aumente progressivo da expectativa de vida 
 Aumento da proporção de idosos 
 Consequências 
 Envelhecimento da população 
 Primeira fase, mortalidade de crianças e jovens diminui, mais pessoas passam a viver mais tempo, ampliando o 
contingente daqueles que vão envelhecer. 
 Na fase seguinte, quando a natalidade diminui, o envelhecimento é acelerado, redução de crianças, aumento 
de adultos e idosos. 
Transição nutricional 
Nos últimos 25 anos 
 Desnutrição em crianças: 
Declínio de 72% 
Praticamente desaparecem em maiores de 18 anos 
 Em contraposição: 
Obesidade em adultos triplicou no nordeste e duplicou no sudeste 
Há evidencias de que começa a se reduzir nos estratos de renda mais elevada 
Obesidade = fator de risco para DCV e DM 
Transição epidemiológica 
É um processo de mudança do padrão alimentar e hábitos de vida que, somado a outros fatores socioambientais, 
resulta em mudança na epidemiologia dos problemas nutricionais da população. 
Essas mudanças vem acompanhando, embora não obrigatoriamente de maneira simultânea, as transições 
demográfica e epidemiológica. 
Jamille Ponte
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 Modificações dos padrões de morbidade, invalidez e morte 
 Engloba três mudanças básicas: 
 Substituição das doenças transmissíveis por doenças não transmissíveis e causas externas; 
 Deslocamento da maior carga de morbimortalidade dos grupos mais jovens aos grupos mais idosos; 
 Mudança de predomínio de mortalidade para morbidade. 
 No brasil: 
 Transição prolongada: morbimortalidade persiste elevado por ambos os padrões 
 Polarização epidemiológica: as situações epidemiológicas de diferentes regiões em um mesmo pais tornam-se 
contrastantes. 
EPIDEMIOLOGIA CLÍNICA: ASPECTOS METODOLÓGICOS E PRÁTICOS. 
Contexto histórico 
 A varíola matou quase 500 milhões de pessoas só no século XX 
 Uma das enfermidades mais devastadores da história da humanidade 
 Considerada erradicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1980 
Lições da varíola 
 Foi possível erradicar a varíola porque: 
 Só seres humanos são hospedeiros 
 Só há um sorotipo 
o Imunização protege contra 100% dos casos 
 Vacina eficaz 
o O vírus vivo invade debilmente celulas, provocando resposta imunitária vigorosa 
 Vacina barata e estável 
 Foi adotada uma estratégia para erradicação 
Campanha de erradicação da varíola 
 Década de 60/70 
 Busca ativa de casos de varíola 
 Detecção precoce de surtos 
 Bloqueio imediato da transmissão da doença 
 Fundamental para erradicação da varíola em escala mundial 
 Base para a organização de sistemas de vigilância epidemiológica 
Conceito de vigilância epidemiológica: 
 “Observação continua da distribuição e tendências das doenças mediante coleta, analise e interpretação de dados 
de morbidade e mortalidade e disseminação destas informações essenciais para o planejamento, implementação e 
avaliação de medidas assistenciais de prevenção e controle”. 
 Critérios de inclusão no sistema de vigilância 
 Magnitude 
 Elevada frequência, grandes contingentes populacionais 
 Altas taxas de incidência, prevalência, mortalidade e anos potenciais de vida perdidos 
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 Potencial de disseminação 
 Elevada transmissibilidade 
 Vetores ou outras fontes de infecção 
 Risco à saúde coletiva 
 Transcendência 
 Severidade: 
o Letalidade 
o Necessidade de hospitalização, sequelas 
 Relevância social: estigma, sequelas 
 Relevância econômica: 
o Restrições comerciais 
o Redução da força de trabalho 
o Absenteísmo escolar e laboral 
o Custo assistenciais e previdenciários 
 Vulnerabilidade (do agravo) 
 Disponibilidade instrumentos de prevenção e controle da doença; 
o Vacinas 
o Medicamentos 
o Tipo de transmissão 
 Compromissos internacionais 
 Metas continentais ou mundiais 
o Controle 
o Eliminação 
o Erradicação de doenças 
 Acordos firmados entre países e/ou organismos internacionais 
 Epidemias, surtos e agravos inusitados à saúde 
 Situações emergenciais 
 Notificação imediata de todos os casos suspeitos 
 Delimitar a área de ocorrência 
 Elucidar o diagnostico 
 Medidas de controle aplicáveis 
Como notificar? 
 A maioria dos agravos deve ser notificado à simples suspeita 
 Art. 5º A notificação imediata será realizada por telefone como meio de comunicação ao serviço de vigilância 
epidemiológica da SMS, cabendo a essa instituição disponibilizar e divulgar amplamente o número na rede de 
serviços de saúde, publica e privada. 
1º Na impossibilidade de comunicação à SMS, a notificação será realizada à SES, cabendo a esta instituição 
disponibilizar e divulgar amplamente o numero junto aos municípios de sua abrangência; 
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2º Na impossibilidade de comunicação à SMS e à SES, principalmente nos finais de semana, feriados e período 
noturno, a notificação será realizada à SVS/MS por um dos seguintes meios: 
Disque notifica (0800-6645) ou notificação eletrônica pelo email (notifica@saude.gov.br) ou diretamente pelo sitio 
eletrônico da SVS/MS (www.saude.gov.br/svs) 
3º O serviço Disque Notifica da SVS/MS é de uso exclusivo dos profissionais de saúde para a realização das notificações 
imediatas. 
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA HOSPITALAR E SEGURANÇA DO PACIENTE: CONCEITOS E DEFINIÇÕES 
Rede de Vigilância Epidemiológica Hospitalar Nacional REVEH 
 Portaria nº 183/2014 – regulamenta o incentivo financeiro de custeio, com a definição dos critérios de 
financiamento, monitoramento e avaliação. 
 Portaria nº 56/2015 – autoriza repasse dos recursos federais de incentivo de custeio para implantação e 
manutenção das ações de VEH. 
 A vigilância epidemiológica deve ser articulada e integrada com a CCIH, CAO, CRP, Núcleo de Segurança do 
Paciente, SVO e outros setores que visem contribuir com a qualificação do cuidado em saúde e vigilância das 
doenças e agravos. 
 Promover, em até 24h, a notificação compulsória imediata de todos os casos e óbitos por doenças ou agravos 
identificados. 
 Elaborar relatório trimestral com perfil de morbidade e mortalidade hospitalar das doenças de notificação 
compulsória, a ser encaminhado à Secretaria Municipal de Saúde, por meio eletrônico ou impresso 
Monitoramento das IRAS – Infecções relacionadas à assistência em saúde: 
 Infecção de corrente sanguínea por cateter venoso 
 Infecção respiratória por ventilação mecânica 
 Infecção de sitio cirúrgico 
 Infecção de trato urinário associado à dispositivo 
As informações devem ser lançadas mensalmente através do formsus 
As IRAS consistem em eventos adversos – EA ainda persistentes nos serviços de saúde. Sabe-se que as infecções 
elevam consideravelmente os custos no cuidado do paciente, além de aumentar o tempo de internação, a 
morbidade e a mortalidade nos serviços de saúde. 
Considerações 
 Ocorrência das infecções hospitalares e distribuição conforme pessoa, tempo e lugar 
 Pessoa: idade, gênero, doença de base, exposição a fatores de risco (procedimento, tratamento, corticoide) 
 Tempo: sazonalidade, tempo de internação, tempo de exposição 
 Lugar: unidades de internação. 
 Obtenção de taxas – conhecimento da realidade e determinação de parâmetros aceitáveis 
 Identificação de surtos: medidas de controle em tempo hábil 
 Avaliação da eficácia e efetividade das medidas de prevenção 
 Determinação de áreas e serviços de maior risco 
 Avaliação de fatores associados à ocorrência de infecção 
 Divulgação de informações 
Taxas 
 Interpretação das taxas 
 Analise para atuação 
mailto:notifica@saude.gov.br
http://www.saude.gov.br/svs
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 Divulgação das taxas para a diretoria e serviços interessados 
 A CCIH tem outros atribuições além da vigilância das taxas 
 
Vigilância global 
 Todo hospital 
 Taxas gerais 
 Gravidade dos pacientes não considerada 
 Complexidade dos procedimentos invasivos: não considerada 
Taxas gerais e método de vigilância global 
 Interpretação crítica de taxas gerais 
 Útil em hospitais de pequeno porte 
 Útil em hospitais de baixa complexidade 
Método de vigilância por setores 
Realizada em serviços em que as infecções ocorrem com maior frequência ou têm maior gravidade. 
 Berçários 
 Unidades de terapia intensiva (adulto e pediátrica) 
 Unidades de cuidados de pacientes imunodeprimidos 
 Unidades de diálise 
Método de vigilância por objetos 
Aborda situações de risco especificas, independentemente do serviço no qual ocorrem. 
 Infecção de sitio cirúrgico 
 Infecções relacionadas a procedimentos invasivos (acesso vascular central, ventilação mecânica, sondagem 
vesical) 
Métodos de vigilância 
Métodos de vigilância que estamos implementando: 
 Vigilância por objetos (procedimentos invasivos) – planilha CVE 
 Vigilância por setores (unidades de maior risco) – planilha CVE 
 Vigilância global – planilha prefeitura 
Métodos de coleta de dados 
 Critérios diagnósticos padronizados – ANVISA (2017) – comparação de dados em
momentos distintos 
 Busca ativa de casos por pistas (leitura de prontuário ou visitas, dados de laboratório, farmácia, imagem) 
Taxas e diagrama de controle 
 Taxas acompanhadas e comparadas com referenciais 
 Comparação com limites de confiança fixos 
 Diagrama de controle das infecções hospitalares – metodologia estatística gráfica para estudo das variações dos 
dados coletados 
Diagrama de controle 
 Dispositivo gráfico destinado ao acompanhamento no tempo, dos coeficientes de incidência 
Jamille Ponte – MED 3 
 Baseado na teoria de probabilidades que permite comparar a incidência observada de um determinado evento 
com limite máximo e mínimo de incidência esperada. 
 Distribuição probabilística normal: valores da media, mediana e moda são iguais 
 Distribuição probabilística de Poisson: bom modelo estatístico quando o número de ocorrências é pequeno. 
Exemplo: infecções de corrente sanguínea por 1000 cateteres vasculares centrais 
ATESTADO DE ÓBITO 
 Lei dos registros públicos – 6.015/73: 
Art. 77 – “nenhum enterramento pode ser feito sem certidão do oficial do cartório, extraída após a lavratura do 
assento do óbito feito à vista do atestado médico”. 
Documento a ser fornecido pelo medico – declaração de óbito 
Atestado, declaração e certidão 
 “atestado” e “declaração” são palavras sinônimas, usadas como o ato de atestar ou declarar. 
 “declaração de óbito” é o nome do formulário oficial no Brasil, em que se atesta a morte. 
 “Certidão de Óbito” é o documento jurídico fornecido pelo cartório de registro civil após o registro de óbito. 
O que é declaração de óbito(DO) 
 A declaração de óbito é o documento-base do sistema de informações sobre mortalidade do ministério da saúde 
(SIM/MS) 
 É composta de três vias auto-copiativas, pré-numeradas sequencialmente, fornecida pelo Ministério da Saúde e 
distribuída pelas Secretarias Estaduais e Municipais de saúde conforme fluxo padronizado para todo o país. 
Para que servem os dados de óbitos 
 Além da sua função legal, os dados de óbitos são utilizados para conhecer a situação de saúde da população e 
gerar ações visando à sua melhoria. 
 Para tanto, devem ser fidedignos e refletir a realidade. As estatísticas de mortalidade são produzidas com base na 
D.O. emita pelo médico. 
O papel do médico 
 A emissão da D.O. é ato médico, segundo a legislação do País. 
 Ocorrido um óbito, o médico tem obrigação legal de constatar e atestar o óbito, usando para isto o formulário 
oficial “Declaração de Óbito”. 
 O médico tem responsabilidade ética e jurídica pelo preenchimento e pela sua assinatura da DO, assim como 
pelas informações registradas em todos os campos deste documento. Deve, portanto, revisar o documento antes 
de assiná-lo. 
O médico deve fazer 
1) Preencher os dados de identificação com base em um documento da pessoa falecida. Na ausência de 
documento, caberá, à autoridade policial, proceder o reconhecimento do cadáver. 
2) Registrar os dados na DO, sempre, com letra legível e sem abreviações ou rasuras. 
3) Registrar as causas da morte, obedecendo ao disposto nas regras internacionais, anotando, preferencialmente, 
apenas um diagnóstico por linha e o tempo aproximado entre o início da doença e a morte. 
4) Revisar se todos os campos estão preenchidos corretamente, antes de assinar. 
O médico não deve fazer: 
1) Assinar DO em branco 
2) Preencher a DO sem, pessoalmente, examinar o corpo e constatar a morte. 
Jamille Ponte – MED 3 
3) Utilizar termos vagos para o registro das causas de morte como parada cardíaca, parada cardiorrespiratória ou 
falência de múltiplos órgãos. 
4) Cobrar pela emissão da DO 
Nota: o ato médico de examinar e constatar o óbito poderá ser cobrado desde que se trata de paciente particular a 
quem não vinha prestado assistência. 
Em que situações emitir a DO 
 Em todos os óbitos (naturais ou violentos). 
 Quando a criança nascer viva e morrer logo após o nascimento, independentemente da duração da gestação, 
do peso do RN e do tempo que tenha permanecido vivo. 
 No óbito fetal, se a gestação teve duração igual ou superior a 20 semanas, ou o feto com peso igual ou superior a 
500 gramas, ou estatura igual ou superior a 25 cm 
Em que situações não emitir a DO 
 Óbito fetal, com gestação de menos de 20 semanas, ou peso menor que 500 gramas, ou estatura menor que 
25cm 
Nota: a legislação atualmente existente permite que, na pratica, a emissão da DO seja facultativa para os casos em 
que a família queira realizar o sepultamento do produto de concepção. 
 Peças anatômicas amputadas: para peças anatômicas retiradas por ato cirúrgico ou de membros amputados. 
Nesses casos, o medico elaborará um relatório em papel timbrado do Hospital descrevendo o procedimento 
realizado. Esse documento será levado ao Cemitério, caso o destino da peça venha a ser o sepultamento. 
Causa natural e causa externa 
 Óbito por causa natural é aquele cuja causa básica é uma doença ou estado mórbido. Pode ocorrer sem 
assistência medica prévia. 
 Causa externa ou não natural é decorrente de lesão provocada por violência (homicídio, suicídio, acidente) oou 
morte suspeita, qualquer que tenha sido o tempo entre o evento lesivo e a morte propriamente. 
Quem emite a DO na morte natural 
 Morte natural com assistência medica 
 O médico que vinha prestando assistência ao paciente 
 Na sua falta, o médico substituto ou plantonista, para óbitos de pacientes internados sob regime hospitalar. 
 O médico designado pela instituição que prestava assistência, para óbitos de pacientes sob regime ambulatorial. 
 O médico designado do PSF do Progr. Intern. Dom. e outros assemelhados, para óbitos de pacientes em 
tratamento sob regime domiciliar 
Nota: o SVO pode ser acionado para emissão da DO, em qualquer das situações acima, caso o medico não consiga 
correlacionar o óbito com o quadro clinico concernente ao acompanhamento registrado nos prontuários ou fichas 
medicas destas instituições. 
Quem emite a DO na morte de causa externa 
Em localidade com IML 
 O médico legista, qualquer que tenha sido o tempo entre o evento violento e a morte propriamente 
Em localidades sem IML 
 Qualquer médico da localidade, investido pela autoridade judicial ou policial, na função de perito legista 
eventual (ad hoc) 
Como preencher os quesitos relativos à causa da morte 
 Tempo aproximado entre o inicio da doença e a morte 
Jamille Ponte – MED 3 
O medico não deve se esquecer de preencher, junto a cada causa, a duração de tempo aproximado da doença 
(do diagnostico até a morte). Essa informação representa importante auxilio à seleção da causa básica. 
 Classificação internacional das doenças – CID 
É o local destinado ao Código da Classificação Internacional das Doenças relativa a cada diagnostico e será 
preenchido pelos codificadores da Secretaria de Saúde. 
Como preencher os quesitos relativos à causa da morte 
Criança com difteria, a qual se complicou com miocardite aguda, falecendo em edema aguda de pulmão. 
Apresentava anemia. 
- Pela definição: causa básica => difteria 
 Causas consequenciais: miocardite aguda e edema de pulmão 
 Cauda direta da morte=> edema agudo de pulmão 
- Preenchimento da DO 
I- a) edema agudo de pulmão 
devido a ou como consequência de 
b) miocardite aguda 
devido a ou como consequência de 
c) difteria 
II – anemia 
Causa básica da morte 
O encaminhamento do exame clinico segue as seguintes etapas de diagnostico: 
1) Diagnostico sindrômico 
2) Diagnostico anatômico 
3) Diagnostico etiológico 
Causa básica: é a doença ou lesão que iniciou a cadeia de acontecimentos patológicos que conduziram a morte ou 
as circunstancias do acidente ou violência que produziram a lesão fatal. 
Ex1 (causa natural): homem de 65 anos. Hipertenso sem tratamento há 35 anos. Há dois anos, começou a apresentar 
dispneia de reforço. Com diagnostico de hipertensão
arterial e cardiopatia hipertensiva iniciou tratamento. Sindrome 
de insuficiência cardíaca congestiva há dois meses e, hoje, súbito edema agudo de pulmão, falecendo após 5 horas. 
Há dois meses, foi diagnosticado câncer de próstata. 
Preenchimento na DO 
Parte I a- edema agudo do pulmão 
 b- insuficiência cardíaca hipertensiva 
 c- cardiopatia hipertensiva 
 d- hipertensão arterial 
parte II – neoplasia maligna de próstata 
ex2 (causa não natural): homem de 25 anos, pedreiro, estava trabalhando quando sofreu queda de andaime (altura 
correspondente a dois andares). Foi recolhido pelo serviço de resgate e encaminhado ao hospital, onde fez cirurgia 
em virtude de traumatismo crânio encefálico. Morreu após 3 dias. Veja exemplo de preenchimento na DO: 
parte I a- edema cerebral 
 b- traumatismo crânio encefálico 
 c- queda de andaime 
Jamille Ponte – MED 3 
parte II – operado 
ex3: um senhor de 80 anos, diabético e hipertenso, não foi vacinado contra o vírus influenca e desenvolveu gripe há 5 
dias. Após 3 dias de internação hospitalar, evoluiu com Pneumonia bacteriana e posteriormente sepse. Foi intubado 
há 2 dias devido insuficiência respiratória aguda, e hoje apresentou parada cardiorrespiratória culminando com óbito 
às 15:45h. 
 
 
 
SURTO, EPIDEMIA, ENDEMIA, HIPERENDEMIA E PANDEMIA 
Como avaliar o limite/limiar epidêmico analisando o canal epidemiológico? 
Você deve identificar o desvio padrão e multiplica-lo por 1,93 (aproximadamente 2), traçando o canal 
epidemiológico do gráfico somando e subtraindo o resultado (desvio padrão x 2) com a média do gráfico. Assim você 
terá traçado o limite epidêmico e terá o canal epidemiológico. 
Surto: quando apenas em alguns pontos o número notificado foi acima do limite epidêmico 
Epidemia: superação súbita da curva epidêmica 
Endemia: quando todos os pontos se encontram acima do limite epidêmico 
Hiperendemia: quando todos os pontos se encontram extremamente acima do limite epidêmico 
 
 
 Insuficiência cardiorrespiratória aguda 
 Sepse 
 Pneumonia bacteriana 
Gripe 
Diabético 
Hipertenso 
Jamille Ponte – MED 3 
 
 
 Conceitos: 
 Surto: acontece quando há o aumento repentino do número de casos de uma doença em uma região 
específica. Para ser considerado surto, o aumento de casos deve ser maior do que o esperado pelas autoridades. 
 Epidemia: a epidemia se caracteriza quando um surto acontece em diversas regiões. Uma epidemia a nível 
municipal acontece quando diversos bairros apresentam uma doença, a epidemia a nível estadual acontece 
quando diversas cidades têm casos e a epidemia nacional acontece quando há casos em diversas regiões do 
país. 
 Pandemia: A pandemia é uma epidemia que atinge grandes proporções, podendo se espalhar por um ou mais 
continentes ou por todo o mundo 
 Endemia: a endemia não está relacionada a uma questão quantitativa. Uma doença é classificada como 
endêmica (típica) de uma região quando acontece com muita frequência no local. As doenças endêmicas 
podem ser sazonais. 
 Hiperendemia: quando o (número de casos novos confirmados/ população total residente no período 
determinado) x 104 for maior que 40 é caracterizado como uma situação hiperendêmica

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