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Minerais do solo O conhecimento da mineralogia é extremamente importante para entender o comportamento das propriedades físicas (textura, cor, drenagem, estrutura) e química do solo (capacidade de troca catiônica, capacidade de troca aniônica e capacidade tampão, além de inferir seu nível de fertilidade. → Minerais são compostos químicos naturais (raramente elementos nativos) → Formados por processos físico-químicos que resultam em composição química e arranjo específicos. → Possuem ocorrência natural na crosta terrestre → São uma substância sólido cristalina (arranjo tridimensional ordenado e repetitivo) → Geralmente inorgânicos → Composição química específica Classificações quanto ao seu sistema de cristalização, à finalidade/uso, origem, composição química... A classificação quanto à composição química pode variar de acordo com o ânion presente em sua composição. Para o estudo do solo, os grupos mais importantes são os silicatos e os óxidos. Os minerais sofrem intemperismo no ambiente, fazendo com que alguns minerais sofram alterações físicas e químicas que resultam na formação de outros minerais → Minerais primários: rocha-mãe (herdados do material de origem), sem alterações físicas e químicas. O principal é o tectossilicato chamado quartzo, em solos menos intemperizados podemos encontras as micas (filossilicato). A presença de minerais primários em mais de 4% da constituição mineralógica de um solo indica menor grau de evolução pedogenética e, possivelmente, uma reserva de nutrientes. Exemplos: feldspatos, piroxênios, olivina e anfibólios. → Minerais secundários: originados do intemperismo dos minerais primários menos resistentes ou de outros minerais secundários. Os principais minerais secundários são os filossilicatos e os óxidos Exemplos: caulinita, esmectita, montmorilonita e hematita, goethita e gibbsita São ao mais abundantes em toda a crosta terrestre e apresentam como constituinte básico o ânion silicato (SiO4-), pode frequentemente, ligar-se a outros cátions (Na+, K+, Ca2+, Mg2+, Fe2+) A estrutura básica dos silicatos é o tetraedro com ligação de 4 átomos de O2- a um átomo de Si4+ A formação dos silicatados ocorre pela ligação entre dois ou mais tetraedro, pelo compartilhamento de um átomo de O2-. Resultando em anéis, cadeias simples ou duplas e folhas ou redes de tetraedros. São classificados quanto ao seu grau de polimerização: nesossilicatos, inossilicatos simples e duplos, sorosilicatos, ciclosilicatos, filossilicatos e tectossilicatos. Os mais relevantes sãos os filossilicatos e os tectossilicatos Filossilicatos: são os minerais mais abundantes nos solos brasileiros e podem ser chamados de argilominerais. (argilomineral é qualquer mineral pertencente ao grupo dos filossilicatos e mineral de argila compreende qualquer mineral presente na fração argila do solo) Além dos tetraedros os filossilicatos também podem ser formados por octaedros, formados por um átomo de Mg ou Al ligado a 6 átomos de oxigênio As lâminas octaedrais ligam-se às lâminas tetraedrais para formar os filossilicatos e apresentam dois tipos diferentes de estruturas → Argilominerais do tipo 1:1, uma lâmina tetraedral para uma lâmina octaedral Exemplos: caulinita, haloisita, talco e pirofilita → Argilominerais do tipo 2:1, duas lâminas tetraedrais para uma octaedral Exemplos: Mica, biotita, muscovita, ilita, vermiculita e montmorilonita e esmectita São minerais que possuem o O2- como elemento central ligado a outros elementos químicos, incluem os óxidos, hidróxidos e oxihidróxidos. Possuem como estrutura básica apenas as lâminas octaedrais. Quanto maior a intensidade do intemperismo, mais expressiva será a presença de óxidos Exemplos: espinélio, pirocloro e os óxidos de Fe (hematita, goethita), óxidos de Al (gibbsita), óxidos de Mn (pirolusita, manganita) e óxidos de titânio (ilmenita) O intemperismo químico afeta diariamente a composição mineralógica dos solos, pois promove reações que adicionam ou retiram componentes do solo. Nos solos brasileiros, principalmente devido ao clima predominante, o intemperismo promove, ao longo do tempo, perda de bases (Ca2+, Mg 2+, K+, Na +, NH4 -) e sílica dos minerais por meio da lixiviação, aumentando a concentração residual de Al e Fe O aumento da lixiviação de bases e sílica caracteriza as reações de hidrólise do intemperismo químico: bissialitização (formação de argilominerais 2:1), monossialitização (formação de argilominerais 1:1) Ferralitização/Alitização (formação de óxidos de Fe e Al, respectivamente).
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