Trabalho AVA2

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
Contratos contemporâneos: os dilemas civilistas do contrato de transporte seja ou não por meio de aplicativos (Uber, Cabify, 99, Bláblá Car, etc.)
Iguaba Grande
2020.1
Nome: Juliana Pacheco Barreto
Matrícula: 20161100859
Disciplina: Contratos em Espécie
Professora: Leonora Roizen Albek Oliven
Contratos contemporâneos: os dilemas civilistas do contrato de transporte seja ou não por meio de aplicativos (Uber, Cabify, 99, Bláblá Car, etc.)
Iguaba Grande
2020.1
· Explique o conceito de Contrato de Transporte.
O contrato de transporte é um instrumento pelo qual um particular, ou pessoa jurídica, se obriga a conduzir pessoas ou mercadorias, de um lugar para outro, mediante o pagamento de determinado preço, podendo ser de forma coletiva ou particular.[footnoteRef:1] [1: <https://jus.com.br/artigos/37584/contrato-de-transporte-o-que-e> (Acesso em 05/05/2020) às 17:23h] 
Trata-se de uma obrigação assumida de entregar coisa ou pessoa em algum lugar ou percorrer um itinerário a algum lugar, como os ônibus e vans, por exemplo.
O contrato é composto de três elementos: o transportador, o passageiro e a transladação. Aplicando como exemplo o Uber, o transportador é o motorista, o passageiro é quem solicita o serviço por meio do aplicativo e a transladação é o percurso combinado entre o passageiro e o transportador.
O Contrato de Transportes pode ser para viagens terrestres, aéreas, marítimas ou fluviais, observando a diferença apenas no meio de deslocamento de um local para o outro.
O transporte terrestre também tem subdivisões, que nas palavras de Semile Maria da Silva Rigobelle e de Laura Fernandes Figueira,
“O terrestre, por sua vez, subdivide-se em ferroviário e rodoviário. Em função da extensão coberta, o transporte pode ser, também, urbano, intermunicipal, interestadual e internacional. Podendo ser, ainda, coletivo e individual.”
	O Contrato de Transportes tem início no momento em que o transportador é solicitado pelo passageiro, seja por aplicativo, como o Uber, Bláblá Car, Cabify ou 99, por exemplo; como por simples sinal, como um táxi, ônibus ou van.
 
· Quais as características desse Contrato de Transporte?
Sua principal característica é a atividade que é desenvolvida pelo transportador, como o deslocamento físico de pessoas e coisas de um local para outro, sob sua total responsabilidade.
No entanto, é essencial que o objeto da avença seja especificadamente o deslocamento, pois a relação de transporte pode apresentar-se como acessória de outro negócio jurídico.
É gerada a obrigação de resultado para o transportador, de conduzir o passageiro são e salvo, e a mercadoria, ao local do destino, sem avarias. Para isso, existe a cláusula de incolumidade, que garante tal tratamento ao passageiro e a mercadoria.
Deste modo, o contrato de transportes é sinalagmático, consensual, oneroso, típico, de duração, comutativo e não solene.
1. É sinalagmático, pois gera obrigações para o passageiro e o transportador; 
2. É consensual, porque é aperfeiçoado pelo simples acordo de vontades das partes; 
3. Oneroso, pela busca de viagens recíprocas, sendo o destino para o passageiro ou a coisa e o preço para o transportador; 
4. É típico, pois tem previsão legal do Código Civil; 
5. É de duração, pois há necessidade de um lapso temporal para a sua efetivação; 
6. Comutativo, porque as partes conhecem suas obrigações desde o início da realização do contrato;
7. Não é solene, pois não é feito dentro de uma forma prescrita.
Além destas características, o Contrato de Transporte também é considerado um contrato de adesão, pois o passageiro deve concordar com os termos propostos pelo transportador para usá-lo.
· Qual a responsabilidade do transportador (Uber contratado) nos casos de tratamento e perda da entrevista de emprego?
A responsabilidade do transportador é objetiva, ou seja, responde independentemente de culpa pelos danos sofridos pelo passageiro, pois o motorista profissional assume o risco de dano ao passageiro. 
Deste modo, ao analisar o caso concreto proposto, é de responsabilidade da empresa Uber custear os tratamentos médicos de Edgar, de acordo com o art. 949, CC.
Porém, cabe a empresa Uber ingressar com ação regressiva à Prefeitura, praticante do ato ilícito, mesmo sendo culpa de seu preposto, conforme dispõe o art. 734, 735, 932, III c/c art. 933 e art. 934 do CC, bem como o art. 6°, I do CDC, pois a prestação de serviços com segurança é um direito básico dos consumidores.
Desta feita, qualquer dano sofrido pelos usuários, tanto de transporte privado ou público, deve ser indenizado independentemente de culpa do transportador, tanto os danos morais, quanto os materiais.
Nas palavras do advogado Waldemar Ramos Junior[footnoteRef:2], [2: <https://saberalei.com.br/indenizacao-transporte-passagerios-aviao-carro-taxi-uber/> (Acesso em 05/05/2020) às 17:42h] 
“A legislação não excepciona o tipo de transporte, o que significa que todo transportador, seja particular (taxi, Uber, avião), seja público (ônibus, metrô, trem) deve transportar o passageiro com segurança, respondendo objetivamente em caso danos ocorridos em razão do transporte.”
De mesma maneira, no caso em tela, cabe indenização para a vítima de danos morais provenientes da entrevista de emprego perdida por causa do acidente que o acometeu, pois cabia ao motorista da Uber concluir o transporte contratado em outro veículo da mesma categoria, ou, com diferente, à sua custa, de acordo com o art. 741 do CC, ainda que em consequência de evento imprevisível, como o abalroamento.
A indenização deve ser medida pela extensão do dano, vide art. 944, CC.
· A Prefeitura também tem alguma responsabilidade? Quais? Justifique cada uma delas.
Assim como a empresa Uber, a Prefeitura também tem a sua responsabilidade objetiva, por força do art. 932, III c/c art. 933, CC e art. 37, §6° da CRFB/88, artigo este que versa sobre a Teoria do Risco Administrativo, que é cabível neste caso, uma vez que a culpa é do preposto da Prefeitura, devendo a Prefeitura responder também pelos danos causados. 
No caso em tela, vislumbra-se que a empresa Uber deve pagar as despesas médicas de Edgar, assim como os danos morais referentes a perda de sua entrevista de emprego, consoante disposição do art. 735 do CC. 
Como foi um preposto da Prefeitura que causou o acidente, cabe ação de regresso da empresa Uber contra a Prefeitura e da Prefeitura, para o seu preposto, pois o nexo de causalidade está evidenciado, vide art. 43 e 934 do CC. 
· Referências Bibliográficas
<https://jus.com.br/artigos/37584/contrato-de-transporte-o-que-e> (Acesso em 05/05/2020) às 17:23h
<https://saberalei.com.br/indenizacao-transporte-passagerios-aviao-carro-taxi-uber/> (Acesso em 05/05/2020) às 17:42h
Vade Mecum Jus PODIVM 2020, Editora JusPODIVM, Código Civil (artigos 949,734, 735, 932, III, 933, 934, 741, 944, 43), Constituição Federal (art. 37, §6°) e Código de Defesa do Consumidor (art. 6°, I)