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DEFINIÇÃO Análise e mensuração de estoques. Apresentação dos sistemas de custeio por absorção, custeio variável e custeio baseado em atividades (ABC). PROPÓSITO Compreender conceitos relacionados à mensuração dos estoques, bem como conhecer os principais sistemas de custeio utilizados na Contabilidade Gerencial e sua aplicação no dia a dia das empresas. OBJETIVOS MÓDULO 1 Aplicar conceitos relacionados à mensuração de estoques na resolução de problemas MÓDULO 2 Calcular os custos de uma produção utilizando os sistemas de custeio por absorção e de custeio variável MÓDULO 3 Calcular os custos de uma produção utilizando o sistema de custeio baseado em atividades (ABC) INTRODUÇÃO Neste tema, veremos como os estoques podem ser mensurados e controlados. Conheceremos também os principais sistemas de custeio utilizados pela Contabilidade Gerencial: custeio por absorção, custeio variável ou direto e custeio baseado em atividades ‒ Activity Based Cost (ABC). Tais conhecimentos são fundamentais para a tomada de decisão de uma empresa em relação aos seus estoques, tanto de matéria-prima quanto do produto ou da mercadoria comercializada. MÓDULO 1 Aplicar conceitos relacionados à mensuração de estoques na resolução de problemas CONCEITO DE ESTOQUES Estoques são ativos que podem estar nas seguintes fases de produção: FORMA DE MATERIAIS OU SUPRIMENTOS A SEREM CONSUMIDOS OU TRANSFORMADOS NO PROCESSO DE PRODUÇÃO OU NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS São os estoques de materiais ou matéria-prima adquiridos pela empresa que ainda não sofreram qualquer transformação decorrente de seu processo produtivo. Foram simplesmente adquiridos e estocados. PROCESSO DE PRODUÇÃO PARA VENDA Também denominados produtos em elaboração, em processo ou semiacabados. São aqueles que já se encontram em alguma fase do processo produtivo da empresa, mas que ainda não estão prontos ou acabados. MANUTENÇÃO PARA VENDA NO CURSO NORMAL DOS NEGÓCIOS Também denominados produtos acabados. São aqueles que já passaram por todas as fases do processo produtivo da empresa e se encontram prontos para a venda. O custo dos produtos acabados compreende todos os gastos realizados para sua elaboração, desde que saíram do estoque de matéria-prima até sua conclusão. A manutenção de estoques pelas empresas é de extrema importância, pois, por meio deles, é possível: Manter a independência da produção; Atender às variações de demandas pelo produto; Programar a produção com certa flexibilidade; Evitar falta de insumos, caso o principal fornecedor tenha algum problema operacional. DICA No entanto, manter um estoque muito grande não é sempre recomendado. Além dos custos para a manutenção desse estoque, há risco de deterioração e, dependendo do tipo de matéria-prima, de desvalorização tecnológica, por exemplo. MENSURAÇÃO DO ESTOQUE De acordo com a Contabilidade Financeira, que segue a norma NBC TG 16 – Estoques, os estoques devem ser mensurados pelo valor de custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois o menor. No entanto, para fins de Contabilidade Gerencial, a empresa pode optar por mensurar seu estoque da forma que achar mais relevante na condução de seus negócios e para seu processo de tomada de decisão. Não é obrigatória a utilização dessa norma, apesar de muitas empresas optarem por utilizar o mesmo normativo para a Contabilidade Gerencial. O valor de custo dos estoques deve incluir todos os custos de aquisição e de transformação, bem como outros custos incorridos para trazer os estoques à sua condição e localização atuais. Já o valor realizável líquido é o preço de venda estimado no mercado, líquido dos custos para sua conclusão e dos gastos estimados para a realização de sua venda. Em outras palavras, trata- se do quanto a empresa efetivamente espera realizar quando da venda daquele estoque. Lembre-se que, como existem três tipos de estoque (matéria-prima, produtos em processo e produtos acabados), devem ser considerados os custos necessários para finalizar os estoques, como se todos estivessem prontos para a venda. O custo de aquisição de um estoque engloba: Preço de compra; Impostos de importação e outros tributos não recuperáveis; Custos de transportes, seguro e manuseio; Outros custos diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais e serviços. Os descontos comerciais e abatimentos são reduções do custo de aquisição. Os custos de transformação de estoques incluem os custos diretamente relacionados com as unidades produzidas ou com as linhas de produção (mão de obra direta). Também incluem a alocação sistemática de custos indiretos de produção (fixos e variáveis) que sejam incorridos para transformar os materiais em produtos acabados. A alocação de custos indiretos fixos às unidades produzidas deve ser baseada na capacidade normal de produção. Caso tenha períodos de férias coletivas ou elevada sazonalidade, a empresa deve ratear seus custos fixos ao longo do ano, considerando a produção média. javascript:void(0) Como consequência, o valor do custo indireto fixo alocado a cada unidade produzida não pode ser aumentado por causa de um baixo volume de produção ou ociosidade. Os custos fixos não alocados aos produtos devem ser reconhecidos diretamente como despesa no período em que são incorridos. Os custos indiretos de produção variáveis devem ser alocados a cada unidade produzida com base no uso real dos insumos variáveis de produção, ou seja, na capacidade real utilizada. Já os seguintes itens devem ser reconhecidos como despesa do período em que são incorridos: PRODUÇÃO MÉDIA Aquela que se espera atingir ao longo de vários períodos em circunstâncias normais, levando em consideração a parcela da capacidade total não utilizada por causa de manutenção preventiva, de férias coletivas e de outros eventos semelhantes considerados normais para a entidade. Valor anormal de desperdício de materiais, mão de obra ou outros insumos de produção; Gastos com armazenamento, a menos que sejam necessários ao processo produtivo entre uma e outra fase de produção (neste caso, devem ser reconhecidos como custo do processo produtivo), como, por exemplo, câmaras frigoríficas para armazenamento de estoques perecíveis; Despesas administrativas que não contribuem para trazer o estoque a seu local e sua condição atuais; Despesas de comercialização, incluindo a venda e a entrega dos bens e serviços aos clientes. ATENÇÃO Encargos financeiros decorrentes de empréstimos ou financiamentos contratados pela empresa para aquisição de matéria-prima devem ser contabilizados como despesa e não como custo da produção. A contabilização ocorre dessa maneira, uma vez que eles não fazem parte do processo produtivo, ou seja, não são necessários para a produção. Empréstimos e financiamentos ocorrem por falta de capital próprio da empresa ou por uma preferência de capital de terceiros a consumir seus próprios recursos. No entanto, a Contabilidade Financeira determina, na norma NBC TG 20 – Custos de Empréstimos, que a entidade deve capitalizar os custos de empréstimos que são diretamente atribuíveis à aquisição, construção ou produção de ativo qualificável como parte do custo do ativo quando for provável que eles resultarão em benefícios econômicos futuros para a entidade e que tais custos possam ser mensurados com confiabilidade. Da mesma forma, a utilização ou não desse critério para fins de Contabilidade Gerencial é uma escolha da administração. É ela que deve considerar esse custo como parte integrante de seu estoque para fins de tomada de decisão ou não. ATIVO QUALIFICÁVEL Aquele que, necessariamente, demanda um período substancial para ficar pronto para uso ou venda pretendidos. Exemplos: avião, navio etc. Essa é uma norma obrigatória para fins de Contabilidade Financeira. javascript:void(0) CRITÉRIOS DE MENSURAÇÃO DOS ESTOQUES De acordo com a norma NBC TG 16, o custo dos estoques que não sejam de produção por ordem ou encomenda – os quais veremosmais adiante – deve ser atribuído pelo uso dos seguintes critérios: Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair (PEPS) – First-in, First-out (FIFO) – e custo médio ponderado (também chamado de preço médio ponderado). Tal regra é aplicável à Contabilidade Financeira, que deve, obrigatoriamente, para fins de reporte de demonstrações financeiras, aplicar um desses critérios de mensuração de estoques. Além disso, a entidade deve usar o mesmo critério de custeio para todos os estoques que tenham natureza e uso semelhantes. Para os estoques que tenham outra natureza ou uso, podem justificar-se diferentes critérios de valoração. Da mesma forma, essa regra é aplicável para fins de reporte de demonstrações financeiras (Contabilidade Financeira). Já para fins de Contabilidade Gerencial, o custo dos estoques pode ser mensurado utilizando um dos três critérios a seguir. PRIMEIRO A ENTRAR, PRIMEIRO A SAIR (PEPS) – FIRST-IN, FIRST-OUT (FIFO) O custo é mensurado pelos preços mais antigos, permanecendo os adquiridos mais recentemente em estoque. Assim, se considerarmos uma economia com preços crescentes, levaremos para a produção a matéria-prima com os preços mais antigos (mais baixos) e manteremos no estoque de matéria- prima as aquisições com preços mais recentes (mais altos). Dessa forma, o custo da produção fica menor comparado ao custo do estoque da matéria-prima. O resultado apurado vai ser maior (visto que o custo é menor), e o valor do ativo fica maior se compararmos com o critério Último a Entrar, Primeiro a Sair (UEPS) – Last-In, First-Out (LIFO) –, que veremos mais adiante. EXEMPLO Uma empresa apresentou, no fim de determinado período, um saldo final de matéria-prima de 400 litros, adquiridos a R$1,20 o litro. No período exatamente subsequente, ocorreram as seguintes movimentações: No dia 6, foram adquiridos 300 litros a R$1,40 o litro. No dia 10, foram adquiridos 150 litros a R$1,50 o litro. No dia 15, foram adquiridos 240 litros a R$1,80 o litro. No dia 20, foram requisitados para a produção 350 litros. No dia 25, foram requisitados para a produção 250 litros. Qual é valor do estoque final, considerando que a empresa adota o PEPS? VERIFICAR PEPS Quantidade Valor unitário Valor total Estoque inicial 400 $1,20 $480,00 Dia 6 - aquisição 300 $1,40 $420,00 PEPS Quantidade Valor unitário Valor total Dia 10 - aquisição 150 $1,50 $225,00 Dia 15 - aquisição 240 $1,80 $432,00 Dia 20 - requisição (350) $1,20 $(420,00) Saldo 740 $1.137,00 50 $1,20 $60,00 300 $1,40 $420,00 150 $1,50 $225,00 240 $1,80 $432,00 Dia 25 - requisição (250) $(340,00) (50) $1,20 $(60,00) (200) $1,40 $(280,00) Estoque final 490 $797,00 100 $1,40 $140,00 150 $1,50 $225,00 240 $1,80 $432,00 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal ÚLTIMO A ENTRAR, PRIMEIRO A SAIR (UEPS) – LAST-IN, FIRST-OUT (LIFO) O custo é mensurado pelos preços mais recentes, permanecendo os primeiramente adquiridos em estoque. De forma contrária ao PEPS, se considerarmos uma economia com preços crescentes, levaremos para a produção a matéria-prima com os preços mais recentes (mais altos) e manteremos no estoque de matéria-prima as aquisições com preços mais antigos (mais baixos). Dessa forma, o custo da produção fica maior comparado ao custo do estoque da matéria-prima. O resultado apurado vai ser menor (visto que o custo é maior), e o valor do ativo fica menor se compararmos com o PEPS. EXEMPLO Uma empresa tinha o seguinte estoque inicial: Estoque adquirido no dia 7 = 40 unidades a R$ 10,00 a unidade. Estoque adquirido no dia 9 = 50 unidades a R$ 12,00 a unidade. Estoque adquirido no dia 13 = 15 unidades a R$ 15,00 a unidade. Estoque adquirido no dia 17 = 20 unidades a R$ 18,00 a unidade. No dia 20, foram vendidas 30 unidades. Qual o custo da mercadoria vendida, considerando que a empresa adota o UEPS? VERIFICAR UEPS Quantidade Valor unitário Valor total UEPS Quantidade Valor unitário Valor total Estoque inicial 125 $1.585,00 Dia 7 - compra 40 $10,00 $400,00 Dia 9 - compra 50 $12,00 $600,00 Dia 13 - compra 15 $15,00 $225,00 Dia 17 - compra 20 $18,00 $360,00 Dia 20 - venda (30) $(510,00) Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal PREÇO OU CUSTO MÉDIO PONDERADO Há dois tipos de preço ou custo médio ponderado: Móvel Que considera o preço ou custo médio do material em estoque com controle constante. Fixo Que considera o preço ou custo médio do material em estoque com controle ao final do exercício. DICA A legislação brasileira apenas aceita o último método (preço ou custo médio ponderado fixo), caso seja mensurado com base em compras de um período menor do que a rotação do estoque. Caso contrário, não é aceito. No caso do preço ou custo médio ponderado, se considerarmos uma economia com preços crescentes, levaremos para a produção a matéria-prima com os preços médios e manteremos no estoque de matéria-prima as aquisições com preços iguais (médios). Assim, o custo da produção fica equiparado ao custo do estoque da matéria-prima. Notem que ele não fica igual, mas fica mais equilibrado do que no UEPS e no PEPS. EXEMPLO Uma indústria apresentou a seguinte movimentação de matéria-prima no mês de janeiro: Saldo inicial de matéria-prima = 5.000 unidades (R$25.000,00); Dia 7 = compra de 20.000 unidades por R$100.000,00; Dia 7 = pago frete para transporte da matéria-prima até a fábrica por R$6.000,00; Dia 7 = pago seguro sobre o transporte da matéria-prima por R$4.000,00; Dia 10 = compra de 25.000 unidades por R$137.500,00; Dia 15 = utilizadas na produção 20.000 unidades; Dia 20 = compra de 20.000 unidades por R$60.000,00; Dia 27 = utilizadas na produção 25.000 unidades. A indústria utiliza o método do preço ou custo médio ponderado móvel para avaliar seu estoque. Qual o custo da matéria-prima utilizada na produção no mês de janeiro? VERIFICAR Segundo o método do preço ou custo médio ponderado móvel, a cada movimentação do estoque devemos calcular o custo que permanece nele da seguinte forma: CMPM Quantidade Valor unitário Valor total CMPM Quantidade Valor unitário Valor total Estoque inicial 5.000 $5,00 $25.000 Dia 7 - aquisição 20.000 $5,50 $110.000 Dia 10 - aquisição 25.000 $5,50 $137.500 Dia 10 - saldo 50.000 $5,45 $272.500 Dia 15 - requisição (20.000) $5,45 $(109.000) Dia 17 - saldo 30.000 $5,45 $163.500 Dia 20 - aquisição 20.000 $3,00 $60.000 Dia 20 - saldo 50.000 $4,47 $223.500 Dia 27 - requisição (25.000) $4,47 $(111.750) Estoque final 25.000 $4,47 $111.750 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Assim, o custo da matéria-prima levada à produção no mês de janeiro foi de R$220.750,00 (R$109.000,00 + R$111.750,00). APLICAÇÃO DOS CRITÉRIOS DE MENSURAÇÃO DOS ESTOQUES Vamos exemplificar, agora, cada um dos critérios e demonstrar as diferenças entre eles. EXEMPLO Suponha que uma empresa movimentou seu estoque de matéria-prima da seguinte forma no último mês: Estoque inicial = 100 unidades no valor de R$15,00 a unidade; Dia 5 = aquisição de 500 unidades no valor de R$18,00 a unidade; Dia 6 = requisição de 300 unidades para produção; Dia 10 = aquisição de 400 unidades no valor de R$19,00 a unidade; Dia 20 = requisição de 500 unidades para produção. Com base nesses dados, qual seria o custo final do estoque e qual o custo da matéria-prima utilizada na produção? VERIFICAR Quantidade Valor unitário Valor total Estoque inicial 100 $15,00 $1.500,00 Dia 5 - aquisição 500 $18,00 $9.000,00 Dia 6 - requisição (300) Dia 10 - aquisição 400 $19,00 $7.600,00 Dia 20 - requisição (500) Estoque final 200 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Se a administração utilizar o critério PEPS para a mensuração de seus estoques, as primeiras unidades que entraram no estoque serão as primeiras a sair quando houver requisição de matéria- prima para a produção. Logo, o controle do estoque ficaria assim: PEPSQuantidade Valor unitário Valor total Estoque inicial 100 $15,00 $1.500,00 Dia 5 - aquisição 500 $18,00 $9.000,00 Dia 6 - requisição (100) $15,00 $(1.500,00) (200) $18,00 $(3.600,00) Dia 6 - saldo 300 $18,00 $5.400,00 Dia 10 - aquisição 400 $19,00 $7.600,00 Dia 20 - requisição (300) $18,00 $(5.400,00) (200) $19,00 $(3.800,00) Estoque final 200 $3.800,00 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Se a administração utilizar o critério UEPS para a mensuração de seus estoques, as últimas unidades que entraram no estoque serão as primeiras a sair quando houver requisição de matéria- prima para a produção. Portanto, o controle do estoque ficaria assim: UEPS Quantidade Valor unitário Valor total Estoque inicial 100 $15,00 $1.500,00 UEPS Quantidade Valor unitário Valor total Dia 5 - aquisição 500 $18,00 $9.000,00 Dia 6 - requisição (300) $18,00 $(5.400,00) Dia 6 - saldo 100 $15,00 $1.500,00 200 $18,00 $3.600,00 Dia 10 - aquisição 400 $19,00 $7.600,00 Dia 20 - requisição (400) $19,00 $(7.600,00) (100) $18,00 $(1.800,00) Estoque final 100 $15,00 $1.500,00 100 $18,00 $1.800,00 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Já se a administração utilizar o critério do preço ou custo médio ponderado móvel para a mensuração de seus estoques, a cada movimentação do estoque ela deverá contabilizar seu estoque médio para saber quanto permanece em estoque e quanto está sendo levado como custo para a produção. Por conseguinte, o controle do estoque ficaria assim: CMPM Quantidade Valor unitário Valor total Estoque inicial 100 $15,00 $1.500,00 Dia 5 - aquisição 500 $18,00 $9.000,00 CMPM Quantidade Valor unitário Valor total Dia 5 - saldo 600 $17,50 $10.500,00 Dia 6 - requisição (300) $17,50 $(5.250,00) Dia 6 - saldo 300 $17,50 $5.250,00 Dia 10 - aquisição 400 $19,00 $7.600,00 Dia 10 - saldo 700 $18,36 $12.850,00 Dia 20 - requisição (500) $18,36 $(9.178,57) Estoque final 200 $17,50 $3.500,00 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Por fim, se a administração utilizar o critério do preço ou custo médio ponderado fixo para a mensuração de seus estoques, não precisará contabilizar seu estoque a cada movimentação ocorrida nele. No final do período, ela verificará todas as entradas de material (compras e estoque inicial) e contabilizará o valor do estoque médio. Assim, o controle do estoque ficaria da seguinte forma: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal CMPF Quantidade Valor unitário Valor total Estoque inicial 100 $15,00 $1.500,00 CMPF Quantidade Valor unitário Valor total Dia 5 - aquisição 500 $18,00 $9.000,00 Dia 6 - requisição (300) $18,10 $(5.430,00) Dia 10 - aquisição 400 $19,00 $7.600,00 Dia 20 - requisição (500) $18,10 $(9.050,00) Estoque final 200 $18,10 $3.620,00 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Repare que, em cada um dos quatro métodos escolhidos, os valores finais dos estoques de matéria-prima e, consequentemente, do custo da matéria-prima levada à produção (que comporá o custo dos produtos elaborados) são distintos: Critério Valor final do estoque Valor custo levado à produção PEPS $3.800,00 $14.300,00 UEPS $3.300,00 $14.800,00 CMPM $3.500,00 $14.428,57 CMPF $3.620,00 $14.480,00 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Com base nesse exemplo e nos valores diversos alcançados, fica clara a necessidade de buscar o melhor critério que permita, para fins de tomada de decisão, a alocação mais adequada dos custos do estoque e da matéria-prima consumida na produção. Apesar de ser uma escolha da administração, é necessária uma constância nessa seleção do método para permitir que haja a possibilidade de comparação e de elaboração de orçamentos. Com base nessas regras, o custo do material utilizado na produção respeita a seguinte lógica: UEPS PREÇO OU CUSTO MÉDIO PEPS De forma contrária, o valor final do estoque de material segue a lógica inversa: PEPS PREÇO OU CUSTO MÉDIO UEPS TRIBUTOS Os impostos são considerados custos quando a empresa não possui nenhum tipo de isenção ou suspensão deles (impostos não recuperáveis). Os impostos não são considerados custos quando a empresa é contribuinte deles (impostos recuperáveis). Agora, vamos ver um exemplo de mensuração do estoque considerando os impostos. EXEMPLO Uma empresa revendedora de mercadorias, que possuía um saldo inicial da conta de estoques de mercadorias de R$25.000,00, apurou os seguintes dados no final do período: Aquisições de mercadorias = R$80.000,00, incluindo 15% de ICMS; Vendas = R$125.000,00, incluindo 15% de ICMS; Saldo final da conta estoque de mercadorias = R$30.000,00. Com base nessas informações, qual o lucro bruto da empresa? VERIFICAR Primeiro, encontraremos o valor que deve ser contabilizado como custo de aquisição da mercadoria. Como o ICMS é um imposto por dentro da Nota, está incluído no valor de R$80.000,00. Logo, temos: Compras Valor NF R$ 80.000 ICMS R$ (12.000) Valor mercadoria R$ 68.000 Estoque de mercadoria Saldo inicial R$ 25.000 Compras R$ 68.000 Saldo final R$ (30.000) Vendas R$ 63.000 DRE Vendas R$ 125.000 (-) ICMS s/ vendas R$ (18.750) Receita líquida R$ 106.250 (-) CMV R$ (63.000) Lucro bruto R$ 43.250 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Assim, o lucro bruto da empresa do exemplo apresentado é de R$43.250,00. ESTOQUES NA PRODUÇÃO POR ORDEM OU ENCOMENDA E PRODUÇÃO CONTÍNUA Existem determinadas indústrias que produzem por ordem ou encomenda, ou seja, a produção, muitas vezes personalizada, atende a encomendas específicas. Exemplos: INDÚSTRIA NAVAL FABRICANTES DE AVIÕES INDÚSTRIAS DE EQUIPAMENTOS DE PRECISÃO E SOB MEDIDA CONSTRUÇÃO CIVIL SERVIÇOS DE CONSULTORIA E AUDITORIA O custo dos estoques desses itens, que não são normalmente intercambiáveis, e de bens ou serviços produzidos e segregados para projetos específicos deve ser atribuído pelo uso da identificação específica de seus custos individuais (produção por ordem ou encomenda). Nesses casos, os custos dos estoques devem ser acumulados na conta específica de cada ordem ou encomenda, que somente se encerrará quando sua produção for concluída. Depois disso, seus valores serão transferidos para Estoque de Produtos Acabados ou Custo dos Produtos Vendidos (CPV), conforme o caso. A produção por ordem ou por encomenda se diferencia da produção contínua ou em série, uma vez que, nesta última, há produção contínua de produtos iguais (padronizados). Exemplos: INDÚSTRIA DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS INDÚSTRIAS DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA* INDÚSTRIA DE SIDERURGIA *Existem exceções, tais como carros de luxo customizados. No caso da produção contínua, os custos são acumulados nas contas específicas de cada linha de produção, encerradas periodicamente. Dependendo do estágio de produção, seus valores serão transferidos para Estoque de Produtos em Processo, Estoque de Produtos Acabados ou Custo dos Produtos Vendidos (CPV), conforme o caso. A tabela a seguir demonstra as principais diferenças entre os tipos de produção apresentados: Produção Contínua Por ordem Por encomenda Mercado Muitos compradores Poucos compradores Único comprador Volume Para atender a uma demanda global Para atender a uma demanda específica Uma ou poucas unidades Necessidade do produto Geral do mercado Geral do mercado Específica do cliente Vendas Procura e oferta Procura e oferta Procura Produto acabado Unidades iguais ou muito semelhantes Ordens diferenciadas Específico Desenvolvimento do produto Especificação do fabricante Especificação do fabricante Especificação do cliente Volume de produção Planejado pelo fabricante Planejado pelo fabricante Definido pelo cliente Local de produção Fornecedor Fornecedor Fornecedor ou clienteProdução Contínua Por ordem Por encomenda Prazo para produção Geralmente mensal Variável Geralmente longo Padrões de serviços Fácil Difícil Muito difícil Estoque de matéria-prima Permanente Temporário Temporário Estoque de produtos acabados Importante (necessário) Importante (necessário) Indesejável Período de apuração dos custos finais Início / término do período contábil Início / término do lote Início / término da encomenda Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Tipos de produção | Fonte: Adaptado de Martins (2010). A produção contínua ou em série segue o fluxograma apresentado a seguir, sem diferenciação entre cada um dos produtos na linha de produção: Não há distinção entre os produtos, exceto quanto à sua fase de produção: Alguns ainda se encontram na forma de matéria-prima; Outros já estão em elaboração; Alguns estão finalizados, esperando ser vendidos; Outros já foram alienados. COMENTÁRIO Nem sempre um produto consegue passar por todos esses processos ao longo de um mês. Muitas vezes, parte da produção ainda está em elaboração no final do período de análise. Outras tantas, a produção terminada iniciou-se em meses anteriores. EQUIVALENTE DE PRODUÇÃO Para os produtos que ainda estão em fase de elaboração, atribui-se o conceito de equivalente de produção: uma forma utilizada para calcular o preço ou custo médio unitário quando há produtos em elaboração (inacabados) ao término de cada período. Nesse caso, consideramos as unidades totalmente iniciadas e acabadas para a apuração do custo. Assim, por exemplo, 80 unidades com um grau de acabamento de 75% equivalem a 60 unidades 100% acabadas. Para o conceito ficar mais claro, vejamos alguns exemplos: EXEMPLOS 1. Uma indústria fabrica termômetros e toda a produção passa por dois departamentos. Em determinado mês, a indústria apurou os seguintes dados: Informação Departamento 1 Departamento 2 Unidades iniciadas 100.000 94.000 Unidades acabadas 94.000 64.000 Custos: Matéria-prima $15.450 $9.000 MOD $42.000 $16.000 CIFs $25.000 $9.100 Estágio de produção 50% 40% Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Com base nessas informações, a administração dessa indústria de termômetros quer calcular o custo unitário da produção acabada nesse mês. Como existem unidades não acabadas, ela precisará utilizar o conceito de equivalente de produção. Como fazer essa apuração? VERIFICAR Primeiro, devemos calcular o custo dos produtos que foram acabados no departamento 1 e levados ao departamento 2. Os custos totais do departamento 1 somam R$82.450,00. Nesse departamento, foi iniciada a produção de 100.000 unidades, mas foram concluídas 94.000 unidades. Em outros termos, 6.000 unidades foram iniciadas, mas não foram concluídas até o final do mês. Isso significa que essas 6.000 unidades, iniciadas e não acabadas no mês corrente, tiveram custos desse mês atribuídos a elas, mas ainda incorrerão em custos no mês seguinte. De acordo com os dados apresentados, essas 6.000 unidades estão no estágio de produção de 50%, ou seja, estão concluídas pela metade. Então, 6.000 unidades no estágio de produção de 50% equivalem a 3.000 unidades a 100%, ou seja, prontas. Considerando que foram iniciadas e terminadas 94.000 unidades no departamento 1, e as demais 6.000 unidades no estágio de produção de 50% equivalem a 3.000 unidades prontas, o total de quantidades iniciadas e terminadas equivale a 97.000 unidades (94.000 + 3.000). Dividindo o total dos custos pela quantidade, chegamos a um custo unitário de R$0,85 (R$82.450,00 / 97.000). Seguindo o raciocínio, 94.000 unidades finalizadas no departamento 1 foram enviadas ao departamento 2 para dar continuidade ao processo produtivo. Essas 94.000 unidades trouxeram custos do departamento 1 no valor de R$79.900,00 (94.000 × R$0,85). No departamento 2, foram incorridos mais custos (R$34.100,00). Ainda no mesmo departamento, foi iniciada a produção de 94.000 unidades, mas foram concluídas 64.000 unidades. Em outros termos, 30.000 unidades foram iniciadas, mas não foram concluídas até o final do mês. De acordo com os dados apresentados, essas 30.000 unidades estão no estágio de produção de 40%, ou seja, é como se as 30.000 unidades a 40% fossem 12.000 unidades a 100%. Assim, 30.000 unidades no estágio de produção de 40% equivalem a 12.000 unidades prontas. Considerando que foram iniciadas e terminadas 64.000 unidades no departamento 2, e as demais 30.000 unidades no estágio de produção de 40% equivalem a 12.000 unidades prontas, o total de quantidades iniciadas e terminadas equivale a 76.000 unidades (64.000 + 12.000). Somando os custos do departamento 2 (R$34.100,00) aos custos dos produtos que vieram do departamento 1 (R$79.900,00), chegamos ao custo total dos produtos acabados no departamento 2 de R$114.000,00. Dividindo o total dos custos pela quantidade, chegamos a um custo unitário da produção acabada no mês de R$1,50 (R$114.000,00 / 76.000). 2. Uma indústria apurou as seguintes informações: Abril/2020 Estoque inicial = 0; Custos da produção do período = R$7.500,00; Unidades iniciadas e acabadas no período = 4.500; Maio/2020 Custos da produção do período = R$11.000,00; Unidades iniciadas no período = 5.200; Unidades acabadas no período = 4.000; Estágio de processamento das unidades não acabadas = 1/3. Qual o custo unitário das unidades acabadas produzidas no mês de maio? VERIFICAR Mês 1 Mês 2 Custos da produção $7.500 $11.000 Unidades iniciadas 4.500 5.200 Unidades acabadas 4.500 4.000 Estágio de produção 100% 33% Equivalente de produção 4.400 Custo unitário das unidades acabadas $2,50 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal O professor Orlando Mansur explora o tema Métodos de Mensuração do Estoque: PEPS, UEPS e Custo Médio. VERIFICANDO O APRENDIZADO MÓDULO 2 Calcular os custos de uma produção utilizando os sistemas de custeio por absorção e de custeio variável O QUE É CUSTEIO? Custeio é a apropriação de custos. Existem diversos sistemas de custeio que podem ser utilizados pelas empresas para apropriar seus custos aos produtos. Os principais são: CUSTEIO POR ABSORÇÃO CUSTEIO VARIÁVEL CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES (ABC) A seguir, estudaremos sobre cada um deles. SISTEMA DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO Neste tipo de sistema, ocorre a apropriação de todos os custos (custos fixos + custos variáveis) à produção. As despesas são diretamente reconhecidas no resultado. Esse é o sistema de custeio previsto na Contabilidade Financeira (NBC TG 16 – Estoques) e aceito pelas empresas de auditoria externa e pela Receita Federal. No entanto, para fins de Contabilidade Gerencial, a empresa pode optar por qualquer um dos tipos de custeio. Para utilizar o custeio por absorção, devemos seguir estes procedimentos: Segregação entre custos e despesas; Apropriação dos custos à produção do período; Apuração do custo da produção acabada e dos produtos vendidos; Apuração do resultado do período. De acordo com esse sistema, a receita deve ser reconhecida apenas na transferência do bem ou serviço. As despesas e receitas devem ser reconhecidas nos períodos a que competirem. Para entendermos melhor o sistema de custeio por absorção, vejamos alguns exemplos: EXEMPLOS 1. Uma indústria produziu 2.000 unidades de maçanetas de alumínio em agosto. Seus custos fixos desse mês foram de R$10.000,00, seus custos variáveis foram de R$5,00 por unidade e as despesas incorridas no mesmo período foram de R$5.000,00. Foram vendidas 1.500 unidades pelo preço de R$30,00 cada. Como se dará a apuração desses dados? VERIFICAR Com base nesses dados, a contabilidade foi apurar o resultado de agosto: Custo da produção = custos fixos (R$10.000,00) + custos variáveis (R$5,00 × 2.000 unidades) = R$20.000,00 Custo da produção unitária = = R$10,00/unidade Receita com vendas R$45.000,00 (-) CPV (R$15.000,00) Lucrobruto R$30.000,00 (-) Despesas operacionais (R$5.000,00) Lucro líquido R$25.000,00 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Custo da produção acabada em estoque = R$5.000,00 (R$10,00 × 500 unidades) 2. Uma indústria apurou os seguintes dados: Quantidade produzida = 50.000; Custos fixos = R$1.200.000,00; Preço de venda unitário = R$500,00; Custo variável = R$50,00/unidade; Despesa variável = R$40,00/unidade; Despesas fixas = R$500.000,00; Quantidade vendida = 40.000. Com base nas informações apresentadas, qual é o valor do estoque final da empresa, utilizando o critério do custeio por absorção? VERIFICAR Custos fixos $1.200.000 Custos variáveis $2.500.000 Custos do período $3.700.000 Custos unitários $74,00 Custo do estoque final $740.000 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal SISTEMA DE CUSTEIO VARIÁVEL OU DIRETO O sistema de custeio variável ou direto considera como custos da produção apenas os custos variáveis. Os custos fixos e as despesas são diretamente reconhecidos no resultado do período em que incorreram, independentemente da venda da produção. Esse sistema parte do princípio de que os custos fixos e as despesas, por não terem relação direta com a produção (eles existem independente de produção) e por serem apropriados aos produtos por meio de rateios (implicando sempre um grau de arbitrariedade), são menos gerenciáveis pela empresa do que os custos variáveis. Assim, temos: Custos variáveis Custos fixos + despesas Esse custeio é muito usado pela Contabilidade Gerencial para fins de tomada de decisão, pois emprega o conceito de margem de contribuição. No entanto, ele não é permitido pela Contabilidade Financeira, pois fere a realização da receita, a confrontação e a competência, já que todos os custos fixos são reconhecidos como despesas, independentemente de seus produtos correspondentes terem sido vendidos. SAIBA MAIS Tais conceitos estão presentes na NBC TG – Estrutura Conceitual para a Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro – norma utilizada pela Contabilidade Financeira. Para entendermos melhor o sistema de custeio variável ou direto, vejamos alguns exemplos: EXEMPLOS 1. Vamos retomar o exemplo anterior, da indústria que produziu 2.000 unidades de maçanetas de alumínio. Utilizando o sistema de custeio variável, como ficaria o resultado da empresa? VERIFICAR Custo da produção = custos variáveis (R$5,00 × 2.000 unidades) = R$10.000 Receita com vendas R$45.000,00 (-) CPV (R$7.500,00) Lucro bruto R$37.500,00 (-) Despesas operacionais (R$15.000,00) Lucro líquido R$22.500,00 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Custo da produção acabada em estoque = R$2.500,00 (R$5,00 × 500 unidades) Se compararmos o mesmo exemplo utilizado para os diferentes tipos de custeio apresentados (custeio por absorção e custeio variável), chegaremos a resultados distintos: Custeio por absorção Custeio variável Receita com vendas $45.000 $45.000 (-) Custo da produção vendida $(15.000) $(7.500) Custeio por absorção Custeio variável Lucro bruto $30.000 $37.500 (-) Despesas $(5.000) $(15.000) Lucro líquido $25.000 $22.500 Custo do estoque de produtos acabados $5.000 $2.500 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal É possível observar que, no custeio por absorção, o lucro líquido é maior do que no custeio variável. Isso acontece porque, nesse sistema de custeio, todos os custos são apropriados à produção e apenas levados ao resultado na efetiva venda deles, proporcionalmente. Já no custeio variável, os custos fixos são integralmente considerados despesas, afetando o resultado, sem ser proporcional às vendas. Note que a diferença entre os lucros líquidos apurados é exatamente a mesma (com sinal contrário) dos custos do estoque de produtos acabados entre os dois sistemas de custeio. 2. Uma empresa, que utiliza o custeio direto, apresentou os seguintes resultados no mês de outubro de 2019: Custos fixos = R$220.000,00; Custo variável unitário = R$20,00; Despesas fixas = R$110.000,00; Despesa variável unitária = R$10,00; Quantidade produzida = 35.000; Quantidade vendida = 20.000; Preço de venda = R$70,00 por unidade. Com base nestas informações, qual é o resultado operacional da empresa? VERIFICAR Vendas $1.400.000 (-) CPV (600.000) (-) Custos e despesas fixas $(330.000) Resultado operacional 470.000 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Vamos entender melhor os sistemas de custeio por absorção e de custeio variável? VERIFICANDO O APRENDIZADO MÓDULO 3 Calcular os custos de uma produção utilizando o sistema de custeio baseado em atividades (ABC) SISTEMA DE CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES (ABC) O sistema de custeio baseado em atividades (ABC) é uma metodologia de alocação dos custos indiretos aos produtos, que tem por base os conceitos de processos, atividades e direcionadores de custos. Esse sistema busca reduzir as discrepâncias que ocorrem na alocação dos custos indiretos, de forma arbitrária, por meio de rateios pelas empresas. Ele também é uma importante ferramenta para o gerenciamento dos custos da organização, não apenas dos custos indiretos. Apesar de também ser possível empregá-lo para a alocação de custos diretos, sua utilização não apresenta muitas diferenças em relação aos demais sistemas de custeio apresentados. O custeio ABC foi desenvolvido para diminuir os problemas de alocação dos custos indiretos aos produtos, buscando refletir mais precisamente as proporções efetivas dos custos indiretos consumidos pela atividade produtiva. A administração deve identificar os fatores causais (direcionadores de custos) e utilizá-los como forma de alocar os custos indiretos. RESUMINDO O custeio ABC tem por objetivo avaliar com precisão as atividades desenvolvidas em uma empresa por meio de direcionadores que distribuem os custos indiretos aos produtos. Seu fundamento é que os custos não são utilizados pelos produtos propriamente ditos, mas pelas atividades desempenhadas por empresas, que culminam, consequentemente, em sua produção. ETAPAS DO CUSTEIO ABC Agora, vamos analisar as etapas do sistema de custeio ABC: Atividades são ações necessárias para a conclusão de um processo que utilizam materiais, máquinas, equipamentos, recursos e pessoas para gerar um ativo, seja na forma de bem, seja na forma de serviço. Isto deve ser feito por meio das seguintes ações, nesta ordem: 1. Alocação direta A prioridade é sempre buscar a alocação direta dos custos. Não devemos confundir alocação direta de custos com os custos diretos – estes sempre diretamente atribuíveis aos produtos. A alocação direta trata de custos indiretos, mas que podem ser objetiva e diretamente atribuíveis às atividades dentro do departamento. 2. Rastreamento Trata de atribuir os custos com base na causa e no efeito entre a atividade e o custo incorrido para possibilitar essa atividade. Para isso, são utilizados os direcionadores de custos como, por exemplo, a quantidade de quilowatt-hora (kWh) consumida pela atividade, a quantidade de empregados alocados em determinada atividade, a área ocupada etc. O rastreamento apenas deve ser aplicado caso a alocação direta não seja possível. 3. Rateio Alocação de custos com base em uma premissa subjetiva da empresa, que não indica obrigatoriamente uma relação de causa e efeito entre a atividade e o custo. Caso apenas utilize rateios dos custos indiretos, a empresa não está adotando o custeio ABC propriamente dito, mas algo mais semelhante à departamentalização de seus custos indiretos. O rateio apenas deve ser aplicado caso a alocação direta ou o rastreamento não sejam possíveis. Estes direcionadores atribuirão os custos às atividades. É nesta etapa que o custeio ABC mais se diferencia dos custeios tradicionais (variável e por absorção). O direcionador de custos determinade que forma os produtos estão relacionados às atividades, buscando responder às seguintes perguntas: Como certa atividade consome determinado recurso? Como os produtos consomem determinada atividade? Os direcionadores de custos podem variar entre as empresas (mesmo entre aquelas que possuem processos produtivos semelhantes). Além disso, a quantidade de direcionadores está relacionada ao nível de acerto que a administração pretende alcançar (quanto maior esse nível, maior a quantidade de direcionadores) e ao custo × benefício do processamento de tais informações (o custo tem de ser menor do que o benefício da informação). Após a administração determinar os custos e as atividades desenvolvidas em cada um dos departamentos, bem como mapear os direcionadores de custos, o último passo é levar esses custos dos departamentos aos produtos. Isso ocorre por meio dos direcionadores de custos identificados na fase imediatamente anterior a esta. Os custos dos departamentos são levados a todos os produtos elaborados em cada departamento por meio do direcionador de custo de cada uma das atividades. Para isso, é necessário que a administração levante informações quantitativas e qualitativas sobre os direcionadores das atividades. Tais direcionadores representam, de forma mais precisa, a relação entre a atividade e o produto. SAIBA MAIS Cada uma das quatro etapas anteriormente descritas pode também ser visualizada no esquema a seguir: APLICAÇÃO DO CUSTEIO ABC Vamos ver como é possível aplicar o sistema de custeio ABC nas empresas com base nas etapas apresentadas anteriormente. EXEMPLO Imagine que uma indústria de móveis fabrique três produtos (cadeiras, mesas e sofás) com o seguinte volume de produção mensal: Mesas Cadeiras Sofás Produção mensal (qtd) 20.000 30.000 10.000 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal A indústria possui seis departamentos e resolveu adotar o custeio ABC. ETAPA 1: IDENTIFICAR AS ATIVIDADES DESEMPENHADAS EM CADA UM DOS DEPARTAMENTOS DA ENTIDADE O primeiro passo é fazer um levantamento das atividades relevantes dentro de cada um dos departamentos. Após esse exercício, a administração listou as seguintes atividades para cada um dos departamentos: Departamento Atividades Administração Programar a produção / Supervisionar a produção Manutenção Realizar manutenção periódica das máquinas / Realizar reparos emergenciais Almoxarifado Receber matéria-prima adquirida / Movimentar matéria-prima para produção Montagem Montagem dos componentes acessórios / Montagem dos móveis Pintura Lavagem da produção / Pintura da produção Controle de qualidade Verificar a produção final / Realizar testes por amostragem nos produtos Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal ETAPA 2: ATRIBUIR OS CUSTOS ÀS ATIVIDADES ELENCADAS EM CADA DEPARTAMENTO A administração buscou atribuir os custos a cada uma das atividades dos departamentos. Primeiro, a empresa deve verificar quais os custos indiretos que possui para, depois, atribuir os direcionadores de custos. Seguindo o exemplo, a administração levantou os custos indiretos que possui e os atribuiu da seguinte forma: Custos indiretos Valor Direcionadores de custos Materiais indiretos $100.000 Alocação direta dos materiais requisitados por cada uma das atividades do departamento (controle do estoque - requisição de materiais). Energia $120.000 Rastreamento da energia com base nas horas-máquina consumidas por cada atividade do departamento. Custos indiretos Valor Direcionadores de custos MOI $400.000 Alocação direta do pessoal que trabalha em cada uma das atividades do departamento (folha de pagamento de cada departamento). No caso de pessoas que desempenhem todas as atividades, será necessário um rateio (com base na MOD utilizada em cada atividade). Depreciação $80.000 Equipamentos utilizados por cada uma das atividades do departamento. Caso haja equipamentos em comum, deve- se fazer um rateio (horas-máquina consumidas por cada atividade). Aluguel $200.000 Área utilizada por cada uma das atividades do departamento. Total $900.000 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal ETAPA 3: IDENTIFICAR E SELECIONAR OS DIRECIONADORES DE CUSTOS Após o levantamento anterior, a administração buscou alocar os custos às atividades de cada um dos departamentos com base nos direcionadores elencados. O resultado foi este: Departamento Atividades Custos Administração Programar a produção $62.000 Supervisionar a produção $48.000 $110.000 Manutenção Realizar manutenção periódica das máquinas $60.000 Departamento Atividades Custos Realizar reparos emergenciais $30.000 $90.000 Almoxarifado Receber matéria-prima adquirida $7.000 Movimentar matéria-prima para produção $12.000 $19.000 Montagem Montagem dos componentes acessórios $250.000 Montagem dos móveis $150.000 $400.000 Pintura Lavagem da produção $93.000 Pintura da produção $150.000 $243.000 Controle de qualidade Verificar a produção final $18.000 Realizar testes por amostragem nos produtos $20.000 Departamento Atividades Custos $38.000 TOTAL $900.000 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal ETAPA 4: ATRIBUIR OS CUSTOS ÀS ATIVIDADES E, POSTERIORMENTE, AOS PRODUTOS Com base nos custos das atividades de cada um dos departamentos, a administração atribuiu os custos aos produtos, buscando a melhor maneira de demonstrar a relação entre cada atividade, por meio dos seguintes direcionadores elencados: Departamento Atividades Direcionadores Mesas Cadeiras Sofás Total Administração Programar a produção Quantidade de produtos 200 250 300 750 Supervisionar a produção Quantidade de lotes de produtos 20 25 30 75 Manutenção Realizar manutenção periódica das máquinas Tempo de manutenção periódica 700 horas 400 horas 900 horas 2.000 horas Realizar reparos emergenciais Tempo de reparos emergenciais 200 horas 150 horas 350 horas 700 horas Departamento Atividades Direcionadores Mesas Cadeiras Sofás Total Almoxarifado Receber matéria- prima adquirida Quantidade de pedidos recebidos 450 720 830 2000 Movimentar matéria- prima para produção Quantidade de requisições recebidas 300 400 700 1400 Montagem Montagem dos componentes acessórios Tempo de montagem dos acessórios 2.000 horas 2.200 horas 1.800 horas 6.000 horas Montagem dos móveis Tempo de montagem dos móveis 1.800 horas 1.200 horas 2.000 horas 5.000 horas Pintura Lavagem da produção Tempo de lavagem 1.000 horas 2.500 horas 1.500 horas 5.000 horas Pintura da produção Tempo de pintura 800 horas 1.700 horas 1.500 horas 4.000 horas Controle de Qualidade Verificar a produção final Quantidade de produtos acabados 200 250 300 750 Departamento Atividades Direcionadores Mesas Cadeiras Sofás Total Realizar testes por amostragem nos produtos Quantidade de testes realizados 20 25 30 75 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Para chegar aos custos unitários dos produtos (mesas, cadeiras e sofás), a administração teve de proceder aos seguintes cálculos, nesta ordem: EXEMPLO Para exemplificar o cálculo, demonstraremos o detalhamento da atividade Receber matéria-prima adquirida para os produtos mesas: Custo do direcionador e quantidade de pedidos recebidos = = R$3,50 por pedido Custo da atividade ao produto mesa = = R$0,79 A tabela a seguir apresenta os resultados dos demais cálculos: Atividades Mesas Cadeiras SofásAtividades Mesas Cadeiras Sofás Programar a produção $8,27 $5,17 $24,80 Supervisionar a produção $6,40 $4,00 $19,20 Realizar manutenção periódica das máquinas $10,50 $3,00 $27,00 Realizar reparos emergenciais $4,29 $1,61 $15,00 Receber matéria- prima adquirida $0,79 $0,63 $2,91 Movimentar matéria-prima para produção $1,29 $0,86 $6,00 Montagem dos componentesacessórios $41,67 $22,92 $75,00 Montagem dos móveis $27,00 $9,00 $60,00 Atividades Mesas Cadeiras Sofás Lavagem da produção $9,30 $11,63 $27,90 Pintura da produção $15,00 $15,94 $56,25 Verificar a produção final $2,40 $1,50 $7,20 Realizar testes por amostragem nos produtos $2,67 $1,67 $8,00 $129,56 $77,91 $329,26 2.000 unidades 4.000 unidades 1.000 unidades TOTAL CIFs $259.117,86 $311.627,14 $329.255,00 $900.000,00 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal COMENTÁRIO A situação apresentada é apenas um exemplo. Os direcionadores escolhidos e os resultados alcançados podem ser os mais diversos possíveis, dependendo do detalhamento do processo produtivo. Nos módulos 2 e 3, detalhamos a diferença entre cada um dos principais custeios utilizados pela Contabilidade Gerencial. O esquema a seguir resume cada um desses métodos e suas distinções: Custeio por absorção: Custos totais Custo do produto Custeio variável: Custos variáveis Custo do produto Custeio ABC: Custos totais Custos das atividades Custo do produto Resumo dos métodos de custeio. No vídeo a seguir, vamos explorar o tema Sistema de Custeio Baseado em Atividades - o ABC. VERIFICANDO O APRENDIZADO CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao longo do conteúdo, vimos de que forma os estoques podem ser controlados e mensurados, seja por produção contínua, seja por ordem ou encomenda. Também exploramos os principais sistemas de custeio utilizados pela Contabilidade Gerencial: custeio por absorção, custeio variável ou direto e custeio baseado em atividades (ABC). PODCAST REFERÊNCIAS IUDÍCIBUS, S; MELLO, G. Análise de custos – uma abordagem quantitativa. São Paulo: Atlas, 2013. LIMA, A. Contabilidade de Custos para concursos – teoria e questões comentadas da FCC, FGV, CESPE e ESAF. São Paulo: Método, 2011. MARTINS, E. Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 2010. EXPLORE+ Para aprofundar mais seu conhecimento em Contabilidade Gerencial e Contabilidade de Custos, sugerimos, respectivamente, a realização de exercícios propostos e a leitura de alguns capítulos das seguintes obras que já constam na lista de referências do tema: LIMA, A. Contabilidade de Custos para concursos – teoria e questões comentadas da FCC, FGV, CESPE e ESAF. São Paulo: Método, 2011. MARTINS, E. Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 2010. cap. 8; 10; 12; 13; 17. CONTEUDISTA Renata Sol Leite Ferreira da Costa CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
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