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Lavra Placeres e Dragagem

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Índice 
Introdução .......................................................................................................................... 2 
Objectivos .......................................................................................................................... 3 
Objectivos gerais ............................................................................................................ 3 
Objectivos específicos .................................................................................................... 3 
Placeres ............................................................................................................................. 4 
Definição:....................................................................................................................... 4 
Génese dos placeres ........................................................................................................ 5 
Métodos de prospecção e Explotação.............................................................................. 6 
Prospecção .................................................................................................................. 6 
Exploração .................................................................................................................. 7 
Impactos ambientais associados ...................................................................................... 8 
Dragagem .......................................................................................................................... 9 
Definição:....................................................................................................................... 9 
Equipamentos de dragagem .......................................................................................... 10 
Processos mecânicos de dragagem ............................................................................ 10 
Processos hidráulicos de dragagem ........................................................................... 11 
Processos pneumáticos de dragagem ......................................................................... 12 
A selecção dos equipamentos ....................................................................................... 13 
Parâmetros essenciais no processo de panejamento de lavra ......................................... 14 
Aspectos Ambientais .................................................................................................... 15 
Impactos gerados pelo manejo do material dragado ................................................... 15 
Conclusão ........................................................................................................................ 16 
Bibliografia ...................................................................................................................... 17 
 
ISPT – Mineracao Especifica | 2021 
 
2 
1. Introdução 
A diversidade mineralógica constitui valores agregados mundiais, devido a necessidade de 
matéria-prima industrial mantendo o sistema global activado. Entretanto distribuem – se 
pelo mundo na litosfera e hidrosfera respectivamente, compostas por rochas encachastes de 
maior ou menor dureza (ígneas, trapas) e solos submersos. São destacados em menor 
abundância os minerais depositados em rios de génese aluvionar, sendo crucial para a 
extracção técnicas específicas e produtivas. Um engenheiro russo em 1800 fez a primeira 
descoberta de ouro de aluvião no Alasca, dando origem ao termo “Placer” que são 
concentrações de minerais pesados que se formam quando os minerais são lavados, por 
clima ou inundação, declive em riachos. Os minerais se estabelecem em áreas onde a 
corrente do rio instalasse. 
Considerando as condições do depósito de minerais aluvionares, em lavra de placeres é 
empregado a extracção mecânica para maior produtividade e prevenção de incidentes e 
acidentes laborais, a dragagem é o principal equipamento para o manuseio e extracção 
aluvionar. Segundo Bray & Cohen (2010), uma dragagem é um processo de extracção de 
solo ou rocha, que ocorre debaixo de água. Este contempla essencialmente três etapas: 
escavação, transporte (vertical e horizontal) e deposição ou reutilização do material 
dragado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ISPT – Mineracao Especifica | 2021 
 
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2. Objectivos 
 
 2.1 Objectivos gerais 
Verificar, analisar com base em artigos científicos relacionados com a lavra de pláceres e 
dragagem apresentado no presente trabalho de investigação, vulgarizando os minerais 
aluvionares e as técnicas de extracção para leitor. 
 
 2.2 Objectivos específicos 
Apresentar e identificar as principais: 
 Definições de placeres e Dragagem. 
 A extracção de placeres e o uso da dragagem. 
 Impactos ambientais envolvidos com extracção por dragagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ISPT – Mineracao Especifica | 2021 
 
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3. Placeres 
 3.1.Definição: 
Placeres (placers) são acumulações sedimentares formadas pela concentração mecânica de 
minerais detríticos de valor económico, incluindo diversos bens metálicos ou pedras 
preciosas, originados a partir da decomposição e erosão de rochas-fonte, principalmente 
ígneas, mas também de rochas metamórficas e sedimentares. 
Estes minerais detríticos são geralmente conhecidos como “minerais pesados”, em função 
de sua alta gravidade específica (entre 21 e 2,9 g/cm³) superior à do quartzo (2,65 g/cm³). 
Segundo Emery e Noakes (1968), os placeres são compostos por minerais pesados 
“pesados” (gravidade específica entre 21 e 6,8 g/cm³), por minerais pesados “leves” 
(gravidade específica entre 5,3 e 4,2g/cm³) e por gemas (gravidade específica entre 4,1 e 
2,9g/cm³). Os pesados “pesados” são transportados apenas por curtas distâncias (15 a 20 
Km) e englobam principalmente o ouro, a platina e a cassiterita. Os pesados “leves” 
chegam mais comummente às zonas costeiras, concentrando-se em ambientes de deposição 
de alta energia. Eles compreendem principalmente a ilmenita, o rutilo, o zircão, a monazita 
e a magnetita. 
Entre as gemas destaca-se o diamante, que se concentra principalmente em aluviões, mas 
também em praias e na plataforma continental. Nas regiões costeiras e plataforma 
continental, os depósitos de minerais pesados têm sua génese associada aos fenómenos de 
erosão, transporte e deposição de sedimentos pela acção das ondas e correntes costeiras, em 
íntima associação com as modificações decorrentes das variações eustáticas do nível do 
mar que caracterizaram todo o período Quaternário. 
Em função destas modificações do nível marinho, muitas concentrações são também 
associadas a depósitos fluviais, que recobriam grande parte da plataforma continental, 
exposta durante fases de nível mar baixo e que foram posteriormente afogadas, pela 
transgressão marinha que ocorreu no final do Pleistoceno e início do Holoceno. 
Provavelmente, com exclusão do sal marinho, os placeres de minerais pesados foram os 
primeiros depósitos minerais marinhos explorados pelo homem. Existem relatos de 
exploração de depósitos praias de cassiterita, na região de Cornwall, Inglaterra, que eram 
ISPT – Mineracao Especifica | 2021 
 
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transportados pelos fenícios para o porto de Cadiz, Espanha, no período entre 1000 a 200 
anos antes de Cristo (Lewis, 1908, apud Yim, 2000). 
 3.2.Génese dos placeres 
Os minerais pesados que compõem os placeres marinhos são oriundos de rochas fontes, 
ígneas, sedimentares ou metamórficas, que sofreram intemperismo e erosão, desagregando 
e liberando os minerais detríticos para o transporte pelos agentes superficiais (rios, vento, 
águas pluviais, gelo e acção da gravidade). Uma vez liberados das rochas fonte, estes 
minerais pesados podem ser transportados até o litoral, junto com outros minerais 
detríticos, onde a acção das ondas e correntes costeiras, ocasiona a retirada dos minerais 
mais leves e concentra aquelescujas densidades são mais elevadas, dando origem aos 
placeres de praias (Fig. 1). 
 
Muitos placeres marinhos, no entanto, têm sua origem relacionada às variações do nível do 
mar que ocasionaram períodos de exposição subaérea (regressões) e subsequente 
afogamento (transgressões) de extensas áreas da actual plataforma marinhas caracterizam o 
período Quaternário e foram modulados por mudanças climáticas, que ocasionaram o 
desenvolvimento das calotas polares nos períodos glaciais e seu posterior de gelos, nos 
períodos interglaciais. As variações no volume das geleiras, foram acompanhadas pelas 
mudanças eustáticas do nível do mar, ou seja, nível do mar baixo e exposição da plataforma 
continental em fases glaciais e afogamento durante fases interglaciais. O máximo da última 
fase de nível de mar baixo ocorreu há 18.000 anos, quando a linha de costa situava-se nas 
proximidades da quebra da plataforma continental, cuja profundidade actual ocorre em 
média entre 75 a 120 m. Nas fases de nível do mar baixo, em função do rebaixamento do 
nível de base, ocorreu o encaixamento erosivo dos canais, que em muitos locais atingiram 
até a borda da plataforma continental, erodindo as cabeceiras dos cânions submarinos que 
se estendem talude abaixo. Durante estes períodos, o fluxo de sedimentos para o mar 
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profundo foi feito principalmente através destes cânions, por intermédio de fluxos de 
detritos e correntes de turbidez. Os depósitos fluviais, formados na extensa planície costeira 
que se estendia por toda a plataforma continental durante as fases de nível do mar baixo do 
final do Pleistoceno, foram afogados pela transgressão marinha holocénico (Fig.2). 
 
Figura 2 – Génese dos depósitos de minerais pesados durante o afogamento do litoral em 
função da elevação do nível do mar. Depósitos fluviais e deltaicos, incluindo o canal fluvial 
e as barras arenosas submarinas na desembocadura do canal (A) são afogados pela 
transgressão marinha, permanecendo na plataforma continental como depósitos submersos 
(B) que por sua vez são retrabalhados pela acção das correntes costeiras e pelas ondas. 
 
 3.3.Métodos de prospecção e Explotação 
 3.3.1.Prospecção 
A prospecção das jazidas de minerais pesados na plataforma continental baseia-se 
principalmente em métodos geofísicos, para determinação da espessura sedimentar e para a 
visualização das principais superfícies de discordância e das irregularidades do fundo e sub-
fundo marinho. Principalmente utilizam-se levantamentos batimétricos e sonográficos do 
fundo, associados a levantamentos sísmicos, com equipamentos de alta resolução, tipo 
boomer, sparker, ou mini air-gun. 
O levantamento sísmico é sucedido por campanhas de testemunhagem e sondagem, 
objectivando atingir os depósitos e superfícies discordantes visualizados na sísmica. Como 
os sedimentos contendo os minerais pesados são normalmente areias ou cascalhos, os 
testemunhadores a gravidade ou pistão são muito pouco efectivos. Portanto, utilizam-se 
equipamentos mais robustos, como os vibracores, sondas Banka, sondas rotativas ou à 
percussão, ou sondas por air-lift ou jet-probe. A escolha do método de amostragem, 
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depende do tipo de material a ser penetrado, da profundidade do objectivo e da lâmina 
d´água. 
 
 3.3.2.Exploração 
A explotação dos pesados é feita por dragagem, que pode ser hidráulica ou mecânica. 
Imensas dragas mecânicas, com caçambas com capacidade para 850 litros (0,85 m³) foram 
utilizadas na explotação de ouro no Alaska, posteriormente substituídas por um tractor 
submarino operado remotamente a partir de um cabo umbilical ligado ao navio. Este 
veículo, que pesava 25 toneladas, era equipado com uma imensa draga hidráulica com 
capacidade para sucção de sólidos de até 250 mm de diâmetro, accionada por uma bomba 
d’água com capacidade de 9690 litros/minuto. Jatos d’água sob forte pressão eram 
utilizados na boca da draga, para fragmentar os sedimentos semi-consolidados. 
A vantagem do tractor submarino sobre a draga por caçambas foi a de proporcionar maior 
controle e selectividade quanto ao exacto local a ser dragado, além de maior efectividade de 
dragagem, com taxas de 120 m³/hora em areias e 26 m³/hora em cascalho em profundidades 
médias de 15 metros (Garnett, 2000b). 
Quando em águas rasas de até 30 m, é feita de maneira seletiva por intermédio de 
mergulhadores que operam dragas de sucção (air-lift), exactamente nos locais de maior 
interesse, como irregularidades do fundo ou concavidades onde as concentrações de 
diamantes são mais elevadas. Em águas mais profundas, ou em condições de fundo 
submarino com blocos e cascalhos volumosos ou fundos endurecidos, são utilizadas 
sondagens rotativas de largo diâmetro (até 10 m), denominadas de “Wirth drill”. Estas 
sondas, operam em até 200 m de profundidade, de maneira rotativa, como uma gigantesca 
enceradeira, realizando furos circulares e colhendo os sedimentos, até atingir o objetivo. A 
exploração é realizada pela sobreposição das sondagens circulares à medida que o navio vai 
avançando, sendo controlada por veículos remotos e por submarinos (Fig. 3). 
 
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 3.4.Impactos ambientais associados 
Os impactos ambientais da explotação de recursos minerais marinhos por intermédio de 
dragagens são imediatos em diversos níveis, incluindo: a lâmina d’água, o fundo submarino 
e seus organismos, a linha de costa e até mesmo sobre as comunidades costeiras que 
dependem do mar para sua sobrevivência, uma vez que as atividades de mineração 
interferem directamente com a pesca, a navegação e o turismo. 
Virtualmente quase todos os tipos de sedimentos do fundo submarino são habitados por 
assembléias de organismos bentônicos, que podem viver junto à superfície (epifauna) ou 
em subsuperfície (infauna), normalmente nas primeiras dezenas de centímetros abaixo do 
fundo marinho (Saila, 1976). Estes organismos são parte importante da cadeia alimentar, 
sendo o principal alimento dos peixes demersais, especialmente nas plataformas 
continentais. Quaisquer intervenções no fundo submarino, seja para a mineração, através de 
dragagens, ou para o descarte do rejeito do material após retirada do bem mineral, irão 
provocar alterações na quantidade, distribuição e deposição dos sedimentos, com óbvios 
impactos principalmente sobre a comunidade betônica. 
Parece evidente, que ocorrerá uma significativa redução da densidade de organismos 
bentônicos logo após operações de dragagens e descarte de rejeitos sob o fundo submarino. 
No entanto, existe ainda grande controvérsia sobre a taxa de recolonização destas áreas 
pelos organismos bentônicos (Saila, 1976). Certamente, estas taxas variam de local para 
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local, em função das características intrínsecas do ecossistema, que incluem fatores físicos 
e bióticos, tais como temperatura e transparência da água, quantidade de sedimentos em 
suspensão, hidrodinâmica das correntes de fundo e estrutura da comunidade bentônica. Os 
ecossistemas marinhos, na interface sedimento – lâmina d’água respondem, portanto, 
diferentemente em grau de sensibilidade ambiental, em função da conjugação destes 
diferentes fatores. 
Os efeitos da dragagem do fundo submarinos sobre os organismos bentônicos resultam de 
diferentes processos, dentre os quais: a eliminação direta dos organismos na área dragada; a 
mudança na turbidez da água diminuindo sua produtividade e impedindo a luminosidade de 
atingir o fundo; a modificação do substrato marinho; o despejo de rejeitos sobre o fundo 
submarino, eliminando grande parte da população bentônica que não tem condições de 
escapar para a superfície após o soterramento 
4. Dragagem 
 4.1.Definição: 
Segundo Bray & Cohen (2010), uma dragagem é um processo de extracçãode solo ou 
rocha, que ocorre debaixo de água. Este contempla essencialmente três etapas: escavação, 
transporte (vertical e horizontal) e deposição ou reutilização do material dragado. 
Para quantificar a área a dragar, recorre-se frequentemente a levantamentos batimétricos 
executados por sondas acústicas. De modo a perceber a natureza dos materiais a dragar, são 
empregues métodos de exploração geológicos e geofísicos. 
É importante considerar diversos parâmetros no planeamento, construção e manutenção 
deste tipo de intervenções de engenharia, tentando sempre equilibrar os aspectos que dizem 
mais respeito à engenharia com os que consideram o ambiente. Por isso considera-se 
adequado providenciar informação acerca de potenciais benefícios ou impactes, para que a 
avaliação do projecto seja ponderada. 
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 4.2.Equipamentos de dragagem 
Existe uma grande variedade de equipamentos de dragagem, alguns mais específicos, 
outros mais versáteis. Se se tiver algum cuidado ao planear e estudar os trabalhos de 
dragagem, consegue-se reduzir a quantidade de equipamentos utilizados, aumentando a 
eficiência de cada um. 
Conforme alguns autores e periódicos (GOES FILHO, 2004; SOARES, 2006), pode-se 
diferenciar, como fundamentais e mais usuais técnicas, os seguintes processos de 
dragagem: 
 Processos Mecânicos de Dragagem; 
 Processos Hidráulicos de Dragagem; 
 Processos Pneumáticos de Dragagem. 
 
 4.2.1.Processos mecânicos de dragagem 
Os equipamentos mecânicos de dragagem atuam na remoção de areia, cascalho e 
sedimentos muito coesivos, como turfa, argila e silte altamente consistente, através da 
aplicação directa de uma força mecânica para escavar o material do fundo marinho. O 
material escavado (dragado), geralmente, é transportado para barcas ou barcaças acostadas 
a contrabordo das dragas, para serem posteriormente lançados até a área de deposição 
prevista no projecto. As dragas mecânicas podem ser propelidas ou não. As não propelidas 
são denominadas dragas estacionárias. 
Os equipamentos de dragagem que utilizam este processo são classificados nas seguintes 
categorias: 
 Caçamba de Mandíbulas ou Draga de Caçamba (Grab or Clamshell Dredges);\ 
 Escavadeiras Frontais (Dipper Dredges) ou Retroescavadeiras (Hoes); 
 Pás de arrasto (Draglines); 
 Dragas de Alcatruzes (Bucket Dredges). 
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FIGURA 4 - Dragline removendo solo marinho e fazendo deposição do material escavado 
em zona adjacente a operação. Fonte: www.dannaylor.com/gallery2/gal2.htm, acessado em 
20/10/2010 
 
 
 
 4.2.2.Processos hidráulicos de dragagem 
A ferramenta principal, utilizada nos equipamentos hidráulicos, são as bombas de 
dragagem, que apresentam diversas funções e caracterizam este processo. As bombas de 
dragagem fazem a sucção e o recalque de parte do solo aspirado, que pode ser triturado 
tanto por ação mecânica do desagregador, quanto por ação hidráulica, devido ao contato 
com fortes jatos d’água. 
Os principais equipamentos utilizados neste processo são: 
 Dragas Autotransportadoras de Arrasto ou AT (Hopper Trailing Suction Dredges); 
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 Dragas de Sucção e Recalque com Desagregador ou SR (Cutter Suction Dredges). 
 
 
 
FIGURA 5 - Esquema operacional de uma draga autotransportadora 
Fonte: SOARES, 2006 
 4.2.3.Processos pneumáticos de dragagem 
O equipamento utilizado neste processo é a draga pneumática, que utiliza um método 
conhecido como Air-lift, cuja função é promover a aspiração do material dragado por ar 
comprimido. 
As dragas pneumáticas não provocam a dispersão acentuada de sedimentos na lâmina 
d’água durante sua operação, uma vez que não há a presença de cortes no solo por meios 
mecânicos. Desta forma, as dragas pneumáticas são vistas como as que menos poluem o 
meio ambiente. São empregadas em atividades de recuperação ambiental (retirada de 
produtos químicos insolúveis, ou pouco solúveis em água, e mais pesados que a água, 
como, por exemplo, tetracloreto de carbono e dissulfeto de carbono). 
ISPT – Mineracao Especifica | 2021 
 
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 Uma característica vantajosa da dragagem pneumática em relação à hidráulica é quanto a 
não limitação da operação, pela profundidade a ser percorrida para a realização da 
aspiração do solo. 
 
FIGURA 6 - Esquema operacional de uma draga pneumática 
Fonte: SOARES, 2006 
 4.3.A selecção dos equipamentos 
Ao selecionar tecnologias ou a combinação de tecnologias adequadas à dragagem, o 
engenheiro responsável pelo projeto deve considerar as características do local onde será 
realizada a operação, tais como: geografia, hidrologia, geologia, ecologia, industrialização, 
urbanização e tipos de carga. 
Os principais fatores que deverão ser analisados para a seleção dos equipamentos são 
(GOES FILHO, 1979): 
 As características físicas do material que será dragado; 
 O volume do material a ser dragado; 
 As profundidades de dragagem; 
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 Distâncias entre os pontos da realização da dragagem e da disposição final do 
material dragado; 
 As condições ambientais das áreas onde ocorrerá a dragagem e a disposição final do 
material dragado; 
 O nível de contaminação detectado nos sedimentos proveniente da dragagem; 
 Os métodos que serão utilizados na disposição dos sedimentos dragados; 
 Os tipos de dragas disponíveis param operação. 
 
 4.4.Parâmetros essenciais no processo de panejamento de lavra 
A selecção dos métodos de dragagem e o de parâmetros essenciais no processo de 
panejamento são estabelecidos, a partir das seguintes análises (Bray et al., 1997): 
 Avaliação metereológica para definir os padrões de vento, tanto no local onde será 
realizada a dragagem, quanto no posterior local de despejo do material dragado; e a 
incidência de outros fatores possíveis de afetarem as operações, sendo eles: fortes 
chuvas e nevoeiros; 
 Avaliações hidrológicas, visando à realização de medições de marés, ondas e 
correntes, e também, definir a forma do leito do canal a ser dragado, assim como do 
sítio de despejo; 
 Estudos geológicos e geotécnicos, para caracterizar a natureza dos sedimentos que 
serão dragados, de alguma forma usados, descartados ou até mesmo confinados em 
cápsulas apropriadas; 
 Observações ambientais, identificando os potenciais riscos não só durante a 
execução da operação, mas também em sua conclusão. Através das informações 
obtidas poderem estabelecer meios para possíveis comparações de actividades 
correlatas; 
 
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4.5.Aspectos Ambientais 
É notório, que a dragagem tem seus devidos efeitos sobre o meio ambiente, como, por 
exemplo, “criação” de novas terras (construção de aterros) e mudança não só física, mas 
também química e biológica de canais de acesso e outras vias navegáveis. 
O habitat natural, de diversas espécies marinhas, irá ser modificado. Todavia, essas 
mudanças, com o advento de certas tecnologias, não acarretarão em uma perturbação 
negativa do meio a longo prazo. Como exemplo, podem ser citadas as tecnologias de 
confinamento de material contaminado e utilização de DGPS somado a uma dragagem de 
alta precisão, onde camadas muito finas do solo são aspiradas, gerando mínimas as 
quantidades de perturbação e os materiais dispostos livremente na lâmina d’água. 
Os potenciais efeitos ambientais da dragagem são, em geral, ocasionados como resultado 
das próprias operações da dragagem em si, ou em consequência da destinação dos 
sedimentos dragados, que assumem, então, restrições quanto ao uso e sua disposição. 
De acordo com Davis et. al. (1990) e Bray et. al (1997), estes impactos podem ser divididos 
nas seguintes categorias: 
 Dispersão e deposição de sedimentos ressuspendidos; 
 Resultados da operação batimétrica; 
 Efeitosde mudanças na configuração de linha da costa; 
 Perda de habitats de fundo e recursos pesqueiros; 
 Ruído gerado pelas dragas em operação. 
 4.6.Impactos gerados pelo manejo do material dragado 
Um relatório técnico (USEPA, 1992) realizado por esta agência define três alternativas 
principais de manejo do material dragado, sendo: 
 Despejo direto no rio; 
 Despejo confinado; 
 Alternativas de uso benéfico, como a restauração de habitats (lagoas, mangues, 
pântanos e ilhas). 
 
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5. Conclusão 
Particularmente é difícil entender o avanço extractivo mundial. A demanda de recursos 
minerais proporciona oportunidades de serviço social e aumenta o nível de emissão de 
substâncias ou agentes potencialmente prejudiciais ao meio ambiente, no quotidiano global. 
Em placeres, a instalação de equipamentos para extracção é viável no contexto operacional 
pois possibilita uma maior eficácia. Não obstante, é crucialmente importante a inspecção 
hidrológica em áreas de exploração ou lavra de placeres. 
Segundo Oliveira, U (2010).,as operações de dragagem apesar de contribuírem com a 
dinâmica do desenvolvimento gerado pelo “impulsionamento” econômico, ou seja, 
moldando e construindo portos, canais e vias de acesso, acarretam ao meio ambiente uma 
série de impactos, indo de pequenas perturbações nos corpos d’água, até ao extermínio de 
grandes biotas, nos locais onde está se efetuando determinada operação de dragagem. Desta 
forma, faz-se imprescindível à realização de análises, estudos e pesquisas das áreas que se 
deseja modificar com o auxílio das dragas; não esquecendo de considerar a experiência dos 
profissionais envolvidos no processo e da comparação de resultados obtidos com as devidas 
literaturas técnicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6. Bibliografia 
 Silva, C. (2000). PLACERES MARINHOS. Brasil: Revista Brasileira de Geofísica; 
 Conceição, R. (2016). Gestão de dragagens portuárias – alguns aspectos 
geotécnicos e geo - ambientais. Brasil: FCE; 
 Oliveira, U. (2010). A DRAGAGEM E OS IMPACTOS AO MEIO AMBIENTE. Rio 
de Janeiro: UEZO.

Outros materiais