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Cópia de RELATÓRIO PATOLOGIA 15 10

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS
CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE ITACOATIARA
ERIKA FREIRE DE SOUSA 
 
LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES SOBRE AS PRINCIPAIS DOENÇAS EM Tectona grandis
Erika Freire de Sousa– UEA (efs.gfl18@uea.edu.br), Ana Clara de Castro Ferreira- UEA (aacf.gfl18@uea.edu.br) 
Itacoatiara
2020
ERIKA FREIRE DE SOUSA
LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES SOBRE AS PRINCIPAIS DOENÇAS EM Tectona grandis
 
Relatório entregue como requisito para obtenção de nota parcial 2, na disciplina Patologia Florestal, do curso de Engenharia Florestal, do Centro de Estudos Superiores de Itacoatiara, da Universidade do Estado do Amazonas.
Professor: Luis Antonio Coutrim dos Santos
Itacoatiara
2020
1 INTRODUÇÃO
	A teca (Tectona grandis L.) é uma espécie nativa da Ásia, Índia, Miamar, Tailândia e Laos, e vem sendo introduzida na África Tropical, ilhas do Pacífico (Nova Guiné, Fiji e Salomão) e nas Américas Latina e Central, principalmente na Colômbia, Equador, El Salvador, Panamá, Trinidad e Tobago e Venezuela. Na América tropical, os primeiros plantios foram estabelecidos em Trinidad e Tobago, em 1913 (PANDEY; BROWN, 2000).
	
	No Brasil a cultura da teca teve início na década de 60 na empresa Cáceres Florestal S/A, no município de Cáceres no Mato Grosso, com finalidade de exploração da madeira (VERÃO et al., 2015). Uma inovação marcante que caracteriza os plantios da Cáceres Florestal é o curto prazo do ciclo de corte, de apenas 30 anos. O curto ciclo de corte é, sem dúvida, um passo essencial à viabilização econômica do plantio comercial da teca (CÁRCERES FLORESTAL, 2006).
	Segundo ABRAF (2011), no país é plantada em escala comercial nos estados do Mato Grosso, Amazonas, Acre e Pará. É considerada uma alternativa às espécies de valor econômico, como a Swietenia macrophylla King e a Torresea acreana Ducke, para o suprimento sustentável das indústrias de base florestal (DRESCHER, 2004).
	
	Para Lima et al., (2011) é considerada uma planta de fácil cultivo, e pouco sujeita a pragas e doenças, os indivíduos adultos atingem entre 25 e 35 m de altura e aproximadamente 1 m de DAP. A Tectona grandis é uma espécie arbórea de grande porte, de rápido crescimento, produtora de madeira nobre, sua madeira, de excelente qualidade, é valorizada pela beleza, resistência e durabilidade (MACEDO et al, 2005). Lorenzi (2003) afirma que o principal produto dessa espécie é a madeira de alta qualidade, muito utilizada em móveis finos e na construção naval. 
	Doença é um processo dinâmico no qual patógeno e hospedeiro, em íntima relação com o meio ambiente, se influenciam mutuamente, do qual resultam modificações morfológicas e fisiológicas na planta” (GAUMANN, 1950)
	A ocorrência de doença em plantas é considerada um dos principais fatores limitantes ao desenvolvimento de diversos tipos de culturas. As doenças comprometem a produção das culturas, causam grandes prejuízos aos produtores e consumidores e provocam perdas financeiras incalculáveis (NAUE et al., 2011)
	O controle biológico de doenças de plantas iniciou-se como ciência em 1926, quando B.B. Sanford publicou um trabalho sobre fatores que afetavam a patogenicidade de Streptomyces scabies, agente causal da sarna comum da batata. Em 1931, Sanford e W.C. Broadfoot empregaram pela primeira vez o termo “controle biológico”, em um artigo sobre o mal-do-pé do trigo, causado por Gaeumannomyces graminis var. tritici (MICHEREFF, 1995)
	O controle de doenças é o emprego de medidas que visam impedir ou diminuir a incidência de doenças de plantas de modo a evitar ou reduzir os prejuízos causados. O controle envolve o conjunto de estratégias para minimizar os danos causados pelas doenças (KIMATI, 1978).
	Vida et al. (2004) afirma que o manejo de doenças consiste na utilização de métodos já disponíveis, muitos de uso rotineiro tendo a filosofia que o estado sanitário das culturas não deve depender de uma só estratégia.
	
	Sendo assim, este trabalho tem como objetivo apresentar as principais doenças em Tectona grandis.
2 MATERIAL E MÉTODOS
	A pesquisa foi uma revisão de literatura realizada durante o período de setembro a outubro de 2020, em revistas acadêmicas voltadas ao ramo florestal disponíveis nas plataformas on-line e em livros.
Na busca de artigos relacionados ao tema foi utilizada as seguintes palavras chaves: patologia; doenças; Teca. Para a discussão foi utilizada a análise descritiva.
	
3 DESENVOLVIMENTO 
	Foram encontrados 25 artigos referentes as palavras chaves, sendo 7 os que correspondiam ao objetivo deste trabalho, sendo utilizados para a composição dos resultados.
	Nos artigos selecionados, diversas doenças foram relatadas, tais como as manchas foliares, a antracnose, podridão, murcha, cancro, rachamento e ataque de raizes. 
3.1 Fungos
3.1.1 Queima de folhas em Tectona grandis Linn. F. causadas por Phomopsis sp. 
 	
	O fungo infecta principalmente folhas e brotos de árvores jovens, as folhas assumem uma coloração marrom escuro e evolui com o passar do tempo para uma necrose generalizada das folhas, o que leva a senescência fisiológica e queda precoce das folhas (SANTOS et al., 2018)
3.1.2 Ferrugem causada pelo fungo Olivea tectonae 
 A ferrugem provoca desfolha prematura em todas as fases fenológicas da cultura, reduzindo a velocidade de crescimento das plantas, ocasionando redução da taxa fotossintética e consequentemente influenciando na produção de madeira (ARGUEDAS, 2004).
3.1.3 Murcha-de-ceratocyztis
 A murcha-de-ceratocystis, causada por Ceratocystis fimbriata, é uma doença que pode levar a planta à morte, e, quando não, reduz significativamente seu crescimento e o valor da madeira produzida. As infecções ocorrem a partir do solo, por meio das raízes ou pelas podas, e atingem o sistema vascular da planta (ALFENAS, 2013). 
3.1.4 Ataque de raizes 
	Fusarium solani: provoca morte da planta. O caule das plantas infectadas ficam endurecidos na área basal e com coloração marrom escura (MONTIEL, 2008).
 
	Tricoderma sp : fungos que mostram os sinais nas copas das árvores, tendo seca e morte dos ponteiros. O micélio desse patógeno se desenvolve penetrando no floema da árvore, degradando toda lignina, provocando a chamada podridão branca (MONTIEL, 2008) 
	Phellinus noxious: fungo que causa podridão nas raizes, levando a morte da planta. Os sintomas aparecem acima do solo com murchamento das folhas e posteriormente da planta inteira (MODH et al., 2005).
3.1.5 Cancro 
	Fusarium sp: Desenvolve-se desde a parte basal do caule até aproximadamente 4 metros de altura, em algumas ocasiões em toda extensão do caule, provocando morte do hospedeiro (ARGUEDAS et al., 2004). 
	Botryodiplodia sp.: um cancro que causa um inchaço de 3 a 20 cm de comprimento contra 2 a 23 de largura em toda extensão do caule (ARGUEDAS et al., 2004). 
3.1.7 Rachamento 
	Dothiorella sp: Caracteriza-se por um rachamento longitudinal da casca que pode chegar a tingir o xilema (VARGAS, 2007).
 Para Delmadi (2017) doenças de causas fúngicas já vêm sendo relatadas, como causadoras de danos à cultura de teca no Brasil e no mundo, onde destaca-se a “ferrugem da teca” causada pelo fungo Olivea tectonae, que é um patógeno obrigatório e muito especializado.
3.2 Bactérias
	Agrobacterium tumenfasciens: causa tumores em mais de 80 famílias de espécies florestais, principalmente em espécies do gênero Eucalyptus. Ocorrem pequenas protuberâncias desenvolvendo-se com o tempo.
	Pseudomonas sp.: nas folhas, causa lesões necróticas, circulares ou irregulares, de coloração pardo escura a preta na fase abaxial dos folíolos. Estas manchas apresentam um grande halo amarelado, principalmente em folíolos em desenvolvimento.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
 	Existem poucos estudos relacionados a cultura da teca, tal característica está relacionada ao cultivo ainda recente da espécie.
Apesar de ser caracterizada como espécie pouco suscetível a doenças e pragas,porém, a maioria das doenças existentes são ocasionadas por fungos, e poucas bactérias.
5 REFERENCIAS 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PRODUTORES DE FLORESTAS PLANTADAS. Anuário estatístico da ABRAF: ano base 2011. Brasília, DF. p. 45, 2011. Disponível em: <http://www.promudas.com.br/site/_adm/kcfinder/upload/files/ABRAF11-BR.pdf>. Acesso em 22/09/2020.
ALFENAS, R. F. Principais doenças da Teca no Brasil. Revista opniões, 2013. Disponível em: https://florestal.revistaopinioes.com.br/revista/detalhes/4-principais-doencas-da-teca-no-brasil/. 
ARGUEDAS, M. K.Revista Forestal, v. 1, n.1, p.1-16, 2004.
BORGES, R. C. F. Etiologia do cancro da teca e caracterização patogênica e molecular de Lasiodiplodia theobromae. Dissertação de mestrado. Programa de Pós-graduação em Fitopatologia, Universidade de Brasília, Brasília, 2014.
BONALDO, S. M.; BARCELI, A. C.; TRENTO, R. A.; GASPAROTTO, F.; TAFFAREL, C. Relato oficial da ocorrência de Olivea tectonea em teca (Tectona grandis) no Brasil. Summa Phytopathologica, Botucatu, v. 37, n. 3, p. 153, 2011.
CÁCERES FLORESTAL. Manual do Cultivo da Teca, 2006. Disponível em: <http://www.caceresflorestal.com.br/Manual_do_cultivo_da_teca-Caceres_Florestal.pdf>. Acesso em 22/09/2020.
Delmadi, L. C. Tectona grandis L.F.: patologia de frutos, patogenicidade e epidemiologia.Tese (Doutorado)- Universidade Estadual Paulista Fa- culdade de Ciências Agronômicas, Botucatu, 2017.
 
DRESCHER, R. Crescimento e produção de Tectona grandis Linn. F., em povoamentos jovens de duas regiões do Estado de Mato Grosso [tese]. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, 2004.
GASPAROTTO, L.; PEREIRA, J. C. R. A ferrugem da teca no Estado do Amazonas. Comunicado técnico, 2013
 KIMATI, H. Princípios gerais de controle de plantas. Ceres, 1978.
MACEDO, R. L. G.; GOMES, J. E.; VENTURIN, N.; SALGADO, B. G. Desenvolvimento inicial de Tectona grandis L.f. (TECA) em diferentes espaçamentos no município de Paracatu, MG. Revista Cerne, v. 11, n. 1, 2005.
MICHEREFF, S.J. & MARIANO, R.L.R. Controle Biológico de doenças de plantas. Periódicos existentes no Brasil e onde encontrá-los - Guia Básico. Recife. Imprensa Universitária-UFRPE. 1993.
LIMA, J. L.; GARCIA, R.; LONGUI, E. L.; FLORSHEIM, S. M. B. Dimensões anatômicas da madeira de Tectona grandis Linn. em função do espaçamento e da posição radial do tronco. Scientia Florestalis, v. 39, n. 89, p. 061-068, 2011.
PANDEY, D.; BROWN, C. Teak: a global overview. Unasylva, v. 51, n. 201, p. 3-13, 2000.
SANTOS, I. T. B. F.; PINHEIRO, H. F. F.; SILVA, S. S.; SANTANA, L. K. N.; SANTOS, T. S. Queima de folhas em Tectona grandis Linn. F. causadas por Phomopsis sp. em Sergipe. Revista Craibeiras de Agroecologia, 2018.
TAVARES, S. C. C. H. Manejo da antracnose (colletotrichum gloeosporioides) na produção integrada de manga. Embrapa, 2005. 
VERÃO, D. S.; CARVALHO, M. A. C.; CABRAL, F. F.; TEIXEIRA, S. O.; RIBEIRO5, I. L. Incremento em altura de diferentes materiais genéticos de Tectona grandis na borda sul da Amazônia, Mato Grosso. II Seminário de Biodiversidade e Agroecossistemas, 2015.

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