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Introdução à Assistência Farmacêutica

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21/03/2020 Disciplina Portal
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Introdução à Assistência
Farmacêutica
Aula 1 - Saúde no Brasil – Parte I
INTRODUÇÃO
Nesta aula, de�niremos os conceitos relacionados à assistência farmacêutica e conheceremos seus objetivos.
Além disso, identi�caremos o papel do farmacêutico na promoção do acesso e do uso racional de medicamentos, nos
sistemas público e privado de saúde.
Iniciaremos o conteúdo indicando a in�uência da história do sistema de saúde brasileiro no panorama atual da saúde.
Bons estudos!
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OBJETIVOS
Recordar os fatos históricos marcantes para o desenvolvimento do sistema de saúde brasileiro no século XX – entre os
anos 1900 e 1929.
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BRASIL NO SÉCULO XX
Fonte da Imagem: AnaitSmi / Shutterstock e ParabolStudio / Shutterstock
No início do século XX, as ações e os programas de saúde no Brasil visavam ao controle das doenças epidêmicas,
principalmente nas áreas fundamentais para a economia agrária exportadora – áreas de portos –, que buscavam atrair
os imigrantes para a lavoura do café e da indústria ainda incipiente.
A situação de saúde da população apresentava um panorama com predomínio de doenças pestilenciais (glossário), e
as condições de saneamento básico eram muito precárias.
É sobre esse contexto que vamos discutir a partir de agora, começando pelo sistema governamental da época!
GOVERNO DE RODRIGUES ALVES (1902-1906)
Fonte da Imagem: LiliGraphie / Shutterstock, SJ Travel Photo and Video / Shutterstock e Governo do Brasil / wikimedia
O governo de Rodrigues Alves empenhou-se em implantar o programa de remodelação urbana e de saneamento da
cidade do Rio de Janeiro – então capital da República. O porto foi ampliado, os antigos quarteirões com seus cortiços
foram demolidos e os moradores, transferidos para a periferia, abrindo espaço para o alargamento de ruas e a
construção de novas avenidas.
Outros destaques na administração de Rodrigues Alves foram a saúde pública e o combate às epidemias. Para resolver
essas questões, em 1903, o médico sanitarista Oswaldo Cruz foi nomeado diretor geral de saúde pública. Sua missão
era combater as três principais epidemias que assolavam o Rio de Janeiro: a febre amarela, a peste bubônica e a
varíola.
Embora bem-sucedido, seu trabalho sofreu pesadas críticas, principalmente da imprensa, devido à forma autoritária
como foram implementadas as medidas de saneamento e de saúde da população.
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Atenção
, A transferência da população mais carente para a periferia da cidade não foi amigável. Houve resistência popular, pois as
pessoas eram retiradas dos cortiços no centro e transferidas para os morros e para as encostas., , Além disso, a saúde pública
não era uma prioridade dentro da política nacional e recebia maior atenção apenas nos momentos de epidemias ou endemias.
Esse modelo de saúde oferecido ao povo �cou conhecido como modelo sanitarismo-campanhista.
REVOLTA DA VACINA
Fonte da Imagem: kowition / Shutterstock e Leonidas Freire / wikimedia
Através da �gura de Oswaldo Cruz, a questão sanitária passou a ser considerada política. Prova disso foi a criação, em
1904, da lei sobre a vacinação contra a varíola – processo que gerou uma série de revoltas no âmago da população
civil contra o sentido militar imputado à campanha.
A aprovação dessa lei permitia a entrada das brigadas sanitárias, acompanhadas por policiais, nas residências para a
vacinação à força. Movimentos estudantis e populares iniciaram as manifestações, sob a liderança de políticos
opositores ao governo e médicos contrários à vacina.
O centro da cidade do Rio de Janeiro transformou-se em campo de guerra, e sua contenção só foi possível após forte
repressão policial, que resultou em prisões, em feridos e em mortes.
Após o episódio, a vacinação tornou-se opcional. Depois de algum tempo, com base na aceitação dessa medida, a
epidemia de varíola foi controlada.
REVOLTA DA VACINA
Existem duas informações sobre esse contexto que é importante você saber:
Fonte da Imagem:
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Antes de assumir a direção geral da saúde pública, Oswaldo Cruz ocupava o cargo de diretor técnico do Instituto
Soroterápico Federal, que começou a funcionar em 25 de maio de 1900, conhecido como Manguinhos. Depois, passou
a ser chamado de Instituto Oswaldo Cruz e assumiu a �nalidade de pesquisa e de desenvolvimento de vacinas.
Fonte da Imagem:
Com a morte de Oswaldo Cruz, em 1917, Carlos Chagas foi convidado a assumir a direção do Instituto de Manguinhos.
Em 1920, esse também médico sanitarista assumiu o comando do Departamento Nacional de Saúde, criando alguns
programas que introduziam a propaganda e a educação sanitária da população para a prevenção de doenças. Logo,
foram criados órgãos para controle da tuberculose, da lepra e de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs).
CENÁRIO POLÍTICO E ECONÔMICO DO BRASIL NO SÉCULO XX
Em paralelo às questões de saúde, como estava o cenário político e econômico nesta fase?
Vejamos...
Em relação ao cenário político, destacamos o início da Previdência Social.
Nesse contexto, as classes de trabalhadores mais articuladas lutavam pela organização das Caixas de Aposentadorias
e Pensões (CAPs) (glossário), que se constituíram em embrião do Seguro Social e marcaram o primeiro período da
história da previdência brasileira.
Em 1923, a Lei Eloy Chaves regulamentou as CAPs. Essa lei concedia benefícios pecuniários nas modalidades de
aposentadorias e pensões, bem como na prestação de serviços do tipo consultas médicas e fornecimento de
medicamentos.
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O �nanciamento das CAPs era tripartite, com recursos provenientes das empresas, do governo e dos empregados, e o
controle era exercido por patrões e subordinados.
À maioria da população brasileira que não tinha direito às CAPs restavam apenas os serviços oferecidos pelos
escassos hospitais �lantrópicos mantidos pela igreja ou a prática da medicina popular. Enquanto isso, a classe
dominante de alto poder aquisitivo recorria aos serviços da medicina liberal.
Dessa forma, consolidou-se o modelo clínico curativo-privatista. (glossário)
Já na economia, destacamos a crise do setor de exportação e o consequente aumento da dívida externa, que acirraram
os confrontos políticos internos.
Aliado à crise mundial do café de 1929, esse fenômeno afetou a economia brasileira, criando condições propícias para
a Revolução de 1930.
ATIVIDADE PROPOSTA
Chegou a hora de exercitar o que você aprendeu!
Descreva quais foram as contribuições do governo de Rodrigues Alves (1902-1906) para o desenvolvimento do sistema
de saúde brasileiro no século XX.
Resposta Correta
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Glossário
DOENÇAS PESTILENCIAIS
Entre estas doenças, podemos destacar:
• A cólera;
• A febre amarela;
• A malária;
• A tuberculose;
• O tifo;
• A peste;
• A varíola;
• A gripe espanhola.
MODELO SANITARISMO-CAMPANHISTA
Modelo que envolvia uma abordagem coletiva e ambiental da doença e que se caracterizava pela prática autoritária.
CAIXAS DE APOSENTADORIAS E PENSÕES (CAPS)
Sociedades civisorganizadas por empresas e �nanciadas pelo governo federal, por organizações e pelos trabalhadores. Em
função de sua natureza, apenas nas grandes empresas, havia condições para sua implantação. Sua forma de �nanciamento
permitia que a qualidade e a quantidade de serviços fossem diferenciados, devido ao porte das organizações e do nível salarial de
seus empregados.
MODELO CLÍNICO CURATIVO-PRIVATISTA
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Modelo realizado através das CAPs e da medicina liberal, que privilegiava a abordagem individual dos problemas de saúde, bem
como negava a relação da doença com as condições de vida dos indivíduos e das coletividades.

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