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1 FACULDADE DE TECNOLOGIA SENAI CIMATEC CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO INTEGRADA EM QSMS RAPHAEL BERBERT MARQUES AZEVEDO PROCESSOS PRODUTIVOS INDÚSTRIA 4.0 – 4ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL PROFESSOR: JOSÉ RAFAEL LOPES Salvador 2018 2 SUMÁRIO (ÍNDICE) 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 3 2 A INDUSTRIA 4.0 ................................................................................................. 4 2.1 Impactos da Indústria 4.0 .................................................................................. 5 2.2 Componentes-chaves da Indústria 4.0 .............................................................. 6 2.3 Pespectivas para o Brasil .................................................................................. 7 3 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 9 4 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 10 3 1 INTRODUÇÃO A primeira revolução industrial começou entre 1760 e 1840 na Inglaterra, com a substituição progressiva dos métodos artesanais por máquinas e ferramentas, pela exploração do carvão como energia alternativa à madeira e outros biocombustíveis, e pelo uso crescente da energia do vapor. As alterações dos processos produtivos tiveram consequências significativas a nível económico e social. O artesão que até então controlava todo o processo produtivo, desde a exploração da matéria-prima até à comercialização do produto final, passou a trabalhar para um patrão que controlava o processo, a matéria-prima, o produto final e os lucros (ZARTE, 2016). A segunda revolução industrial ocorreu no período de 1860 a 1900, ao contrário da primeira fase, países como Alemanha, França, Rússia e Itália também se industrializaram. O emprego do aço, a utilização da energia elétrica e dos combustíveis derivados do petróleo, a invenção do motor a explosão, da locomotiva a vapor e o desenvolvimento de produtos químicos foram as principais inovações desse período (COSTA, 2017). A terceira revolução industrial, ocorreu nas décadas de 1950 e 1970, a revolução digital, com a proliferação e uso dos semicondutores, dos computadores, automação e robotização em linhas de produção, com informação armazenada e processada de forma digital, as comunicações, os telefones móveis e a internet (COSTA, 2017). As 3 primeiras revoluções industriais trouxeram a produção em massa, as linhas de montagem, a eletricidade e a tecnologia da informação, elevando a renda dos trabalhadores e fazendo da competição tecnológica o cerne do desenvolvimento econômico. No início do século XXI, com o desenvolvimento da Internet, sensores cada vez menores e potentes, com preços cada vez mais acessíveis, software e hardware cada vez mais sofisticados, a capacidade das máquinas aprenderem e colaborarem criando gigantescas redes de “coisas” (IoT - Internet das Coisas), iniciou-se uma transformação na indústria, cujo impacto na competitividade, na sociedade e na economia será de tal forma, que irá transformar o mundo tal como o conhecemos (COSTA, 2017). A quarta revolução industrial, que terá um impacto mais profundo e exponencial, se caracteriza, por um conjunto de tecnologias que permitem a fusão do mundo físico, digital e biológico. 4 Figura 1 ilustra a evolução da produção industrial no mundo. Figura 1 – Evolução da produção industrial no mundo. 2 A INDUSTRIA 4.0 Em 2011, na Alemanha, o termo “Indústria 4.0” foi apresentado, referindo-se ao que seria a Quarta Revolução Industrial. Trata-se de um fenômeno que está guiando as transformações nos processos de produção, diferentemente dos outros três marcos passados. A Indústria 4.0 está alicerçada em tecnologias como a Internet das coisas e objetos inteligentes (IoT), construindo sistemas com maior capacidade de autogestão, 5 possibilitando uma maior customização dos produtos sem perder as vantagens da produção em massa (PEREIRA, 2018). A Indústria 4.0 prevê a integração entre humanos e máquinas, mesmo que em posições geográficas distantes, formando grandes redes e fornecendo produtos e serviços de forma autônoma (SILVA; SANTOS FILHO; MIYAGI, 2015). A Indústria 4.0 pode agregar valor à toda a cadeia organizacional, a partir de mudanças que afetarão diversos níveis dos processos produtivos, como a manufatura, o projeto, os produtos, as operações e os demais sistemas relacionados à produção (FIRJAN, 2016). Ela está ligada aos sistemas Ciber-Físicos, isto é, equipamentos dotados de uma representação virtual, conectados através da Internet das Coisas, capazes de trocar informações acessando dados em tempo real para dispararem ações autônomas (PEREIRA, 2018). 2.1 IMPACTOS DA INDÚSTRIA 4.0 O impacto da Indústria 4.0 vai para além da simples digitalização, passando por uma forma muito mais complexa de inovação baseada na combinação de múltiplas tecnologias, que forçará as empresas a repensar a forma como gerem os seus negócios e processos, como se posicionam na cadeia de valor, como pensam no desenvolvimento de novos produtos e os introduzem no mercado, ajustando as ações de marketing e de distribuição. É preciso perceber que as alterações irão se verificar em ambos os lados da cadeia de abastecimento, tanto no nível das exigências dos clientes como no dos parceiros de negócio. São quatro as principais alterações esperadas na Indústria em geral: (COSTA, 2017) Alterações nas expectativas dos clientes; Produtos mais inteligentes e mais produtivos; Novas formas de colaboração e parcerias; e A transformação do modelo operacional e conversão em modelo digital. A inovação colaborativa é a próxima grande ideia que se precisa moldar de forma a permitir o aparecimento de novos modelos de negócios colaborativos. Ancorada em bases sólidas de empreendedorismo, a inovação colaborativa é o motor das organizações modernas, capazes de criar novas oportunidades, explorar novas ideias 6 radicais, testando os limites dos mercados. Um verdadeiro melhor amigo para o crescimento (COSTA, 2017). 2.2 COMPONENTES-CHAVES DA INDÚSTRIA 4.0 Segundo Hermann, Pentek & Otto (2015), 16 existem quatro componentes-chave para a formação da Indústria 4.0 1) Cyber Physical Systems - CPS São sistemas que permitem a conexão de operações reais com infraestruturas de computação e comunicação automatizada. Em outras palavras, são sistemas que permitem a fusão dos mundos físico e virtual, através de computadores embarcados e redes que controlam os processos físicos gerando respostas instantâneas. Compõem os CPS: uma unidade de controle, que comanda os sensores e atuadores (responsáveis pela interação com o mundo físico) tecnologias de identificação (ex. identificação por radiofrequência – RFID), mecanismos de armazenamento e análise de dados (FIRJAN, 2016). 2) Internet das Coisas (Internet of Things – IoT) É a rede de objetos físicos, sistemas, plataformas e aplicativos com tecnologia embarcada para comunicar, sentir ou interagir com ambientes internos e externos. Permite que as "coisas interajam umas com outras e que tomada de decisões sejam feitas. A internet das coisas é a base da Indústria 4.0 (FIRJAN, 2016). 3) Internet of Services (IoS) Quando a rede da IoT funciona perfeitamente, os dados processados e analisados em conjunto fornecerão um novo patamar de agregação de valor. Novos serviços serão introduzidos ou existentes serão melhorados; a oferta por diferentes fornecedores e diversos canais produzirão uma nova dinâmica de distribuição e valor. Quando integrados, serão mais fáceis e simples de serem entendidos, já que a experiência como um todo se tornamais tangível. Quando isolados, serão mais complexos e mais difíceis de serem tangibilizados. Presume-se que, com o desenvolvimento da Indústria 4.0 este conceito será expandido de uma única fábrica para toda a sua rede de produção e consumo (FIRJAN, 2016). 7 4) Fábricas Inteligentes (Smart Factories) Nas fábricas inteligentes, os CPS serão empregados nos sistemas produtivos gerando significativos ganhos de eficiência, tempo, recursos e custos, se comparado às fábricas tradicionais.20 Os produtos, máquinas e linhas de montagem comunicarão entre si, trabalharão em conjunto e se monitorarão, independentemente do local, com informações trocadas de forma instantânea. É necessário um alto nível de automação (FIRJAN, 2016). 2.3 PESPECTIVAS PARA O BRASIL Em publicação de 2016, a FIRJAN apontou a relação da Industria 4.0 para o Brasil. Na publicação, indica-se o panorama da Indústria 4.0 e os impactos previstos no cenário industrial chama atenção para desafios do Brasil. Segundo consenso de especialistas, a indústria nacional ainda se encontra em grande parte na transição do que seria a Indústria 2.0 (caracterizada pela utilização de linhas de montagem e energia elétrica) para a Indústria 3.0 (que aplica automação através da eletrônica, robótica e programação). Apesar de transversal a todos os setores industriais, de acordo com um dos maiores especialistas em Indústria 4.0 no Brasil, o setor mais adiantado para receber essa nova onda de produção no país é a indústria automotiva. Os profissionais deste setor possuem qualificação em constante atualização para atender às demandas de mercado deste segmento. É um setor que possui um grande número de profissionais, de modo que há a chance dessa mão de obra qualificada ser transferida ou aproveitada para outros setores-chaves do país, como óleo e gás, subsea (plataformas subaquáticas) e aeronáutica. Outros setores também têm potencial para desenvolvimento da Indústria 4.0. Tais dados e informações reforçam a ideia de que a digitalização aplicada à indústria, energia e infraestrutura é fundamental para aumentar a competitividade global e influenciar o desenvolvimento econômico do país, mostrando uma predisposição do Brasil para a implementação de tecnologias ligadas à Indústria 4.0. Também é possível afirmar que, apesar do cenário econômico-político atual, o Brasil está em um período de transição, capaz de gerar grandes oportunidades para um novo ciclo de desenvolvimento, com base na tecnologia para a indústria. 8 Com a chegada da Indústria 4.0 e sua implementação em indústrias brasileiras, o grande desafio para o país concentra-se em fatores como: obter políticas estratégicas inteligentes, incentivos e fomentos por parte do governo; reunir empresários e gestores da indústria com visão, arrojo e postura proativa; dispor de desenvolvimento tecnológico e formação de profissionais altamente qualificados por parte das instituições acadêmicas e de pesquisa, preferencialmente em grande proximidade com a indústria. Superando-se progressivamente os desafios, será possível absorver e implementar na indústria nacional o conjunto de tecnologias e vantagens que esta quarta revolução industrial é capaz de trazer, firmando a competitividade brasileira perante às grandes potências mundiais e até mesmo pioneiras neste processo de adoção da Indústria 4.0. 9 3 CONCLUSÃO A Quarta Revolução Industrial vem sendo chamada de Indústria 4.0 e, pela primeira vez, não está sendo estudada após ocorrer. Trata-se de uma revolução dos processos de manufatura, tendo por base, entre outras tecnologias, os Sistemas Ciber-Físicos e a Internet das Coisas. Os CPS são equipamentos com capacidade de integrar seu corpo físico ao mundo virtual, com capacidade de representar seu estado a partir da coleta de informações em tempo real, e tomar decisões autônomas. A Internet das Coisas, por sua vez, faz uso da disponibilidade cada vez maior de infraestrutura de comunicação para formar grandes redes, conectando os mais diversos objetos de nosso cotidiano, como os CPS. A partir da Indústria 4.0, maiores complexidades poderão ser tratadas em processos produtivos, obtendo produtos personalizados a preços competitivos. 10 4 REFERÊNCIAS SANTOS, SANDRO. Introdução à Industria 4.0 – Saiba tudo sobre a Revolução das Maquinas, Copyright©, 2018. FIRJAN. Indústria 4.0: Panorama da Inovação. 2016. PEREIRA, ADRIANO. Indústria 4.0: Conceitos e Perspectivas para o Brasil, 2018. COSTA, CESAR DA. Indústria 4.0: O Futuro Da Indústria Nacional, 2017. BORLIDO, DAVID JOSÉ ARAÚJO. INDUSTRIA 4.0 – Aplicação a Sistemas de Manutenção, 2017.
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