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Agravo de Instrumento

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EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
EDITORA CRUZEIRO, pessoa jurídica de direito privado, devidamente inscrita no CNPJ/MF sob n. ..., estabelecida na ... n...., bairro..., CEP..., na cidade de ..., Estado de ..., por seu advogado e bastante procurador (procuração em anexo) vem, respeitosa e tempestivamente, perante Vossa Excelência, para, com fundamento no artigo 1.015 do Código de Processo Civil, interpor o presente recurso de AGRAVO DE INSTRUMENTO contra a r. decisão de fls., proferida em sede de cognição sumária nos autos da ação de indenização por danos morais cumulada com obrigação de fazer, feito n. ..., , que lhe move JAQUELINE, já qualificada na exordial dos autos retro citados, alicerçada nas razões e motivos fáticos e de direito alinhados a seguir.
PRESSUPOSTOS RECURSAIS: JUÍZO DE ADMISSÃO
a. PATRONOS DAS PARTES
Nos termos do artigo 1.016, inciso V, do Código de Processo Civil, a Agravante informa que sua defesa está a cargo do advogado...., OAB n. ...,, com escritório profissional no endereço..., onde recebe intimações.
Por seu turno, conforme procuração acostada aos autos, informa que o patrono da Agravada é o advogado ..., OAB n..., ...,, com escritório profissional no endereço...
b. CABIMENTO
Dispõe o artigo 1.015, inciso I, CPC, que “caberá agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre tutelas provisórias”.
In casu, verifica-se que a decisão guerreada é interlocutória e concessiva de tutela provisória, sendo, portanto, perfeitamente cabível a busca pela sua reforma por meio do presente recurso de Agravo de Instrumento.
c. TEMPESTIVIDADE
Dispõe o artigo 1.003, § 5.º do CPC ser de 15 (quinze) dias - úteis (art. 219, CPC)- o prazo para interpor recurso de agravo, começando a fluir da intimação das partes.
Nestes autos, a intimação da decisão ora vergastada deu-se no dia de hoje, com a juntada aos autos do mandado de intimação; manifesta, portanto, a tempestividade deste recurso, nos termos do artigo 231, inciso II, CPC.
d. PEÇAS ESSENCIAIS
Acompanha o presente recurso as peças essenciais à instrução do recurso, definidas no artigo 1.017, CPC, além da r. decisão guerreada e a competente certidão de intimação do decisum, atestando a tempestividade, bem como as procurações outorgadas aos patronos de ambas as partes.
e. DO PREPARO
Encontram-se anexas aos autos as guias de custas, devidamente recolhidas, atinentes ao preparo e ao porte de remessa e de retorno, nos termos do artigo 1.007, CPC.
RAZÕES DE AGRAVO
Agravante: EDITORA CRUZEIRO
Agravada: JAQUELINE
Processo n. ...
Juízo a quo: 1.ª Vara Cível da Comarca da Capital do Estado de São Paulo
Nobres Julgadores.
O brilhantismo que sempre permeia as decisões proferidas pelo MM. Juiz a quo exige que se peça vênia para discordar da que emitiu no feito original.
Ver-se-á, porém, que no caso em tela o i. Magistrado não agiu com o costumeiro acerto, razão do presente recurso, que haverá de ser admitido e, ao final, provido, em respeito aos dispositivos legais aplicáveis ao caso e à jurisprudência pátria há muito firmada sobre o tema.
1. SÍNTESE FÁTICA
Trata-se, Excelências, de ação de indenização por danos morais cumulada com obrigação de fazer proposta pela ora Agravada “Jaqueline” em face da aqui Agravante “Editora Cruzeiro”.
Importa frisar, a bem do justo entendimento dos fatos narrados, que a Agravante foi uma cantora que fez grande sucesso nas décadas de 1980/1990, sendo que, por conta do consumo exagerado de drogas, dentre outros excessos, acabou por se afastar da vida artística, vivendo reclusa em uma chácara no interior de Minas Gerais, há quase vinte anos, fatos estes constantes da biografia lançada pela Editora-Agravante, cerne da questão sub judice.
A Agravante alega que a obra revela fatos da sua imagem e da sua vida privada, sem que tenha havido sua autorização prévia, o que lesionaria sua personalidade, causando-lhe dano moral, e que, sem a imediata interrupção da divulgação da biografia, essa lesão se ampliaria e se consumaria de forma definitiva, aduzindo então o perigo de dano irreparável e o risco ao resultado útil do processo.
O D. Juízo “a quo” acatou a argumentação da Agravada e concedeu-lhe a antecipação de tutela para condenar a Agravante a não mais vender exemplares da biografia, bem a recolher todos aqueles que já tivessem sido remetidos a pontos de venda e ainda não tivessem sido comprados, no prazo de setenta e duas horas, sob pena de multa diária de cinquenta mil reais.
Em síntese, eis os fatos.
2. DAS RAZÕES PARA REFORMA DA R. DECISÃO
2.1. Da ausência de probabilidade do direito
Julgadores, à luz do Direito pátrio, é nula a probabilidade de êxito da Agravada em conseguir obstar definitivamente a venda de sua biografia, sob a alegação de que não autorizou sua publicação, posto que absolutamente dispensável, no caso em tela.
Com efeito, o Supremo Tribunal Federal, em controle concentrado de constitucionalidade, no julgamento da ADI n. 4815, impôs a interpretação conforme a constituição aos artigos 20 e 21, do Código Civil, declarando ser inexigível a autorização prévia para a publicação de biografias, em consonância com os direitos fundamentais à liberdade de expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença de pessoa biografada, relativamente a obras biográficas literárias ou audiovisuais (ou de seus familiares, em caso de pessoas falecidas).
 No caso em tela, temos que a Agravante agiu no regular exercício da liberdade de expressão, nos exatos termos do entendimento da Suprema Corte, que invocou o artigo 5.º, inciso IX, da Constituição Federal, para decretar a inexigibilidade de autorização da pessoa biografada, ainda mais considerando-se que se tratam de fatos verdadeiros e que Jaqueline é pessoa pública, já que artista de grande expressão no cenário artístico nacional.
Por esta razão, é medida de rigor a reforma da r. decisão de primeira instância, para permitir a venda da publicação.
2.2. Da atribuição de efeito suspensivo
É de meridiana obviedade que a manutenção da r. decisão de piso acarretará graves danos, de dificílima reparação, à Agravante, dada a dimensão da sanção econômica e logística que impôs à Editora Cruzeiro.
Por ter fundamento constitucional (liberdade de expressão) reconhecida pelo STF, o presente recurso tem indiscutível probabilidade de provimento, a ensejar para este Agravo de Instrumento a imediata concessão de efeito suspensivo, na forma do artigo 995, parágrafo único, do CPC.
3. Dos pedidos
Ante o exposto, requer a Agravante que Vossas Excelências se dignem a atribuir efeito suspensivo imediato ao presente recurso, provendo-o, ao final, de modo a revogar a tutela concedida em primeiro grau, autorizando a livre venda das biografias, por ser medida de Justiça.
Termos em que,
Pede deferimento.
Local, data
Advogado
OAB...

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