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1 Madeira Universidade de Pernambuco Escola Politécnica Curso: Engenharia Civil Disciplina: Materiais de Construção II Profa. Dra. Yêda Vieira Póvoas Introdução As famosas igrejas de Kizhi – Rússia, construídas em madeira sem uso de pregos ou de qualquer elemento metálico estrutural. revistacasaejardim.globo.com www.arquivodeviagens.com Introdução Mesmo com a aplicação de novas tecnologias, a madeira ainda é bastante usada devido às numerosas vantagens que proporciona e que raramente são encontradas em outros materiais Introdução Grande resistência à compressão e à tração na flexão: primeiro material de construção utilizado em colunas, vigas e vergas Resiste a choques e cargas dinâmicas, absorvendo impactos que romperiam ou estilhaçariam outros materiais Resistência mecânica superior ao concreto, com a vantagem do peso próprio reduzido Falcão Bauer (2008) Introdução Calil Jr e Dias (1997) Material Densidade (g/cm3) Energia consumida na produção (MJ/m3) Resistência (MPa) Módulo de elasticidade (MPa) Concreto 2,4 1.920 20 96 Aço 7,8 234.000 250 936 Madeira – conífera 0,6 600 50 12 Madeira - dicotiledônea 0,9 630 75 8 Introdução Bom isolamento térmico e acústico; seco, é satisfatoriamente isolante elétrico Tem custo reduzido de obtenção e produção, possibilitando a aquisição de grande quantidade, sendo econômico em relação a outros materiais Possibilidade de ser trabalhada com ferramentas simples (usinabilidade) Falcão Bauer (2008) 2 Introdução Aula UFPE Introdução Reservas podem ser renovadas e, quando convenientemente preservado, perdura em vida útil prolongada à custa de insignificante manutenção Grande possibilidade de dimensões estruturais e grande variedade de padrões, permitindo que as peças sejam divididas em outras menores Em seu estado natural, apresenta uma infinidade de padrões estéticos e decorativos Falcão Bauer (2008) Introdução Algumas desvantagens tinham que ser levadas em consideração para sua utilização, pois podiam gerar complicações na utilização em construções Introdução • É um material heterogêneo e anisótropo • É vulnerável a agentes externos e tem baixa durabilidade, quando desprotegida de agentes externos • Embora haja grande variedade de formas, há limitações. Introdução Por causa desses inconvenientes esse material foi substituído por aço e concreto armado, sendo deixado como um material menos nobre, utilizado para execução de estruturas provisórias, cimbres e fôrmas Introdução Recentemente outras exigências técnicas construtivas foram atendidas permitindo anular as características negativas que apresenta em estado natural 3 Introdução A degradação de suas propriedades e o surgimento de tensões internas, decorrentes de alterações em sua umidade, anulados pelos processos de secagem artificial controlada A deterioração em ambientes com favorecimento de desenvolvimento de predadores, contornada com tratamentos de preservação Os efeitos da heterogeneidade e anisotropia, assim como a limitação de suas dimensões, resolvidas pelos processos de transformação nos laminados, aglomerados e contraplacados VANTAGENS FÁCIL USINABILIDADE CUSTO MÉDIO DE EXTRAÇÃO BAIXA DENSIDADE ESTÉTICA ISOLAMENTO TÉRMICO, ACÚSTICO, ELÉTRICO DESVANTAGENS FÁCIL COMBUSTÃO FACILMENTE ATACÁVEL POR AGENTES ORGÂNICOS HETEROGENIEDADE ESTRUTURAL ELEVADA Classificação das árvores Endógenas Exógenas Classificação das árvores Endógenas – de geminação interna. A parte externa é mais antiga e mais endurecida. Ex: árvores tropicais ocas, palmeiras e bambus. pt.wikipedia.org Classificação das árvores Exógenas – de germinação externa. O desenvolvimento transversal é feito a partir da adição de camadas (anéis anuais de crescimento). De interesse para a produção de madeira. Jatobá Andiroba Classificação das árvores As árvores exógenas diferenciam-se morfológica e anatomicamente em dois grandes grupos Ginospermas Angiospermas ou dicotiledôneas 4 Classificação das árvores Ginospermas – classe das coníferas ou resinosas (softwood). Não produzem frutos. Têm suas sementes (pinhas) descobertas. As folhas têm forma de agulha. galeriadefotografia.com www.torange-pt.com sebas15062009hotmailcom.blogspot.com Classificação das árvores Angiospermas ou dicotiledôneas – frondosas, folhosas, “madeira de lei” (hardwood). dicotiledoneaemonocotiledonea.blogspot.com Fisiologia do caule CASCA (EPIDERME + FLOEMA) EPIDERME Formado de tecido morto – cortiça. FLOEMA Tecido vivo, mole e úmido. Fisiologia do caule CÂMBIO CÂMBIO Situado entre a casca e o lenho. 5 Fisiologia do caule CERNE ALBURNO LENHO = ALBURNO + CERNE CERNE Formado de células mortas. Tem mais densidade, compacidade, resistência mecânica e durabilidade. ALBURNO Cor mais clara que o cerne, formado de células vivas. Fisiologia do caule MEDULA MEDULA Miolo central. Tem tecido frouxo, mole e esponjoso, muitas vezes apodrecido. Não tem resistência mecânica nem durabilidade Fisiologia do caule RAIOS MEDULARES RAIOS MEDULARES Impede que as fibras “trabalhem” exageradamente frente a variações de umidade Madeira transformada É a madeira que passa por processos que visam corrigir as suas características negativas, a partir da modificação da sua estrutura fibrosa que orienta a madeira, tornando o material mais homogêneo e menos anisótropo Madeira transformada Madeira laminada: madeira cortada em lâminas finas que são coladas ortogonalmente, diminuindo os defeitos nas peças. São chamadas compensado ou contraplaca. Madeira transformada Aglomerado: são os resíduos das madeiras serradas ou cortadas, que são reconstituídos com resinas e colas especiais, sob pressão. 6 Madeira transformada Madeira Reconstituída: a madeira passa por um processo de fragmentação mecânica e passa depois por uma reaglomeração sob pressão, com a utilização de resinas e colas. O material obtido não possui uma direção principal para as fibras, tendo esse material a mesma textura da madeira. Madeira transformada MDF: placa de madeira reconstituída que são reagrupadas por fibras sintéticas, e são coladas umas nas outras com resina e fixadas por alta pressão. Principais usos Madeira serrada na forma de vigas, caibros, pranchas e tábuas utilizadas em estruturas de cobertura Principais usos Madeira serrada na forma de tábuas e pontaletes empregados em usos temporários (andaimes, escoramento e fôrmas para concreto) e as ripas e caibros utilizados em partes secundárias de estruturas de cobertura. Andaimes Principais usos Escoramento Fôrmas para concreto Principais usos Forros Madeira serrada e beneficiada, como forros, painéis, lambris e guarnições, onde a madeira apresenta cor e desenhos considerados decorativos. 7 Principais usos Painéis Principais usos Lambris Principais usos Portas Madeira utilizada na vedação de vãos, na forma de portas, janelas, venezianas e persianas. Principais usos Janela veneziana de correr em arco Janela veneziana de correr reta Janela veneziana de abrir retaJanela veneziana deabrir arco Principais usos Madeira serrada e beneficiada usada em pisos Assoalho Principais usos Taco 8 Principais usos Madeira serrada usada em estruturas e fundações Principais usos Pilares e vigas Propriedades físicas PROPRIEDADES FÍSICAS UMIDADE RETRATIBILIDADE MASSA ESPECÍFICA APARENTE DILATAÇÃO TÉRMICA CONDUTIBILIDADE TÉRMICA CONDUTIBILIDADE ELÉTRICA Umidade h% = (Ph-P0) . 100 P0 Classificação: MADEIRA VERDE: ACIMA DO PONTO DE SATURAÇÃO h ≥ 30% MADEIRA SEMI-SECA: ABAIXO DO PONTO DE SATURAÇÃO 23 ≤ h < 30 % MADEIRA COMERCIALMENTE SECA: 18 ≤ h < 23% MADEIRA SECA AO AR: 12 ≤ h < 18% → h =15% MADEIRA DISSECADA: 0 ≤ h < 12% MADEIRA ANIDRA: h = 0% ONDE: h% = UMIDADE; Ph = AMOSTRA ÚMIDA P0 = AMOSTRA SECA Umidade • A água pode se apresentar de 03 formas: – Água de constituição – apenas sai com a destruição da madeira – Água de impregnação – água absorvida pelo tecido celular (Fração amorfa da celulose e a hemi-celulose) Ponto de saturação do tecido celular ~ 30% – Água livre – Contida na estrutura tubular na madeira (lúmens) Umidade 9 Retratibilidade VARIAÇÃO DO VOLUME E DIMENSÃO COM A VARIAÇÃO DA UMIDADE Retratibilidade Índice: Ch = ( Vh – Vo ) 100 CONTRAÇÃO VOLUMÉTRICA Vo CL = ( Lt - Lo ) 100 CONTRAÇÃO AXIAL Lo CR = ( Rt - Ro ) 100 CONTRAÇÃO RADIAL Ro CT = ( Tt - To ) 100 CONTRAÇÃO TANGENCIAL To Retratibilidade Classificação • FRACA RETRATIBILIDADE CV < 10% OU V < 0,15 MÉDIA RETRATIBILIDADE 10% ≤ CV < 15% OU 0,15 ≤ V < 0,35 FORTE RETRATIBILIDADE 15% ≤ CV OU V ≥ 0,35 VALORES MÉDIOS VERDE A 0% VERDE A 15% TANGENCIAL 4 - 14 2 - 7 RADIAL 2 - 08 1 - 4 AXIAL 0,1 - 0,2 0,05 - 0,1 VOLUMÉTRICA 7 - 21 3 - 10 Massa específica aparente Dh = Ph Vh Varia com a umidade: para efeito de comparação, são efetuadas a umidade normal de 15%. Todas as propriedades mecânicas da madeira estão diretamente relacionadas com a massa específica aparente. ONDE: Dh = MASSA ESPECÍFICA APARENTE Ph = AMOSTRA ÚMIDA Vh = VOLUME Massa específica MADEIRA RESINOSAS FRONDOSAS MUITO LEVE 0,4 0,5 LEVE 0,4 - 0,5 0,5 - 0,65 SEMI - PESADA 0,5 - 0,6 0,65 - 0,8 PESADA 0,6 - 0,7 0,8 - 1,0 MUITO PESADA > 0,7 > 1,0 Classificação da madeira quanto a sua massa específica Dilatação e condutibilidade DILATAÇÃO TÉRMICA Variação dimensional da madeira com a variação da temperatura CONDUTIBILIDADE TÉRMICA Mau condução de calor CONDUTIBILIDADE ELÉTRICA Bastante influenciada pelo grau de umidade, sendo praticamente isolante quando seca 10 Propriedades mecânicas PROPRIEDADES MECÂNICAS COMPRESSÃO TRAÇÃO CISALHAMENTO FLEXÃO SIMPLES TORÇÃO RESISTÊNCIA AO CHOQUE
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